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351 08082010 201101 PDF
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RESUMO:
O presente trabalho tem por objetivo descrever a pesca artesanal marítima dos
índios Tremembé em Almofala, situada no litoral oeste cearense, distante cerca de 272
km de Fortaleza. Constitui resultado da pesquisa etnografia desenvolvida junto a
referida população.
Durante toda navegação, é preciso não descuidar e ficar sempre atento para tudo
o que está acontecendo na embarcação e em sua volta, o que inclui uma atenção ímpar
para com os ventos e suas variações. Adquirir a capacidade de discernir os diversos
tipos de ventos destaca-se como um requisito imprescindível para que um pescador
possa assumir o leme de um paquete, canoa ou bote e realizar com êxito uma viagem de
pesca. Não é qualquer vento que favorece a entrada e a saída do mar. O vento que
empurra as velas e lança a embarcação contra as vagas levando os pescadores para os
locais de captura não é o mesmo que possibilita o regresso para a terra. Ao término da
ornada de trabalho, os pescadores aprontam-se para fazer o percurso de volta, recolhem
os instrumentos de captura, guardam devidamente o pescado e a vela içada é entregue às
lufadas do vento nordeste, o mais adequado para as viagens de regresso.
TRANSMISSÃO DO SABER
É precisamente por meio das brincadeiras, bem como do contato direto com o
mar e a convivência com a rotina da atividade pesqueira, que os meninos Tremembé
aprendem as noções de como lidar com as embarcações e se fazem íntimos dos
instrumentos de captura. Não existe uma idade especifica para que um principiante
embarque para participar de uma viagem de pesca, mas quase sempre sua iniciação
ocorre durante as pescarias no “mar de terra” e sob a orientação de um membro da
família, ou seja, o pai, um irmão, um tio, um cunhado ou um primo. Entretanto, sempre
e invariavelmente um pescador com larga experiência no exercício da atividade
pesqueira.
REFERÊNCIAS
ESQUEMA DO POSTER
Texto:
O presente trabalho tem por objetivo descrever a pesca artesanal marítima dos
índios Tremembé em Almofala, situada no litoral oeste cearense, distando cerca de 272
km de Fortaleza. Constitui resultado da pesquisa etnografia desenvolvida junto a
referida população.
Longe de ser um espaço homogêneo, o mar é engenhosamente esquadrinhado e
organizado. Possui divisões, marcas e caminhos, os quais os pescadores cruzam
cotidianamente nas suas viagens de pesca. A organização do espaço marítimo se
constitui como um pressuposto indispensável para a navegação e realização da pesca
artesanal. Afinal, embarcações como canoas, jangadas e paquetes não possuem
instrumentos de navegação, como uma simples bússola, por exemplo. Além do mais,
são bastante vulneráveis aos fenômenos atmosféricos.