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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


CURSO DE DESIGN

Redesenho do painel de instrumentos do automóvel Gol


(título provisório)

THAÍS PAGNUSSAT SERAFINI

Plano de Trabalho de Conclusão

Professor Orientador: Fábio Pinto da Silva

Novo Hamburgo, março de 2008.


SUMÁRIO

1- Dados de Identificação 03

2- Resumo 04

3- Motivação 05

4- Objetivos 08

5- Metodologia 09

6- Cronograma 12

7- Referências Bibliográficas 13

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1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Título do Trabalho:

Redesenho do painel de instrumentos do automóvel (Gol)

Área de Estudo:

Design de Produto – Ênfase em Design Ergonômico

Identificação do Aluno:

Nome: Thaís Pagnussat Serafini

Telefone: (51) 9958-5182 / (51) 3592-8106

Email: thais.serafini@gmail.com

Orientador:

Nome: Fábio Pinto da Silva

E-mail: fabiopds@feevale.br

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2- RESUMO

Apesar de atualmente os automóveis estarem sendo considerados vilões no agravamento do


efeito estufa, devido à alta emissão de gases, este meio de transporte conquistou grande importância
e valorização frente aos demais, sendo estes privados ou não. A predominância do automóvel diz
respeito principalmente ao conforto, à rapidez e à independência oferecidas. Sendo o conforto uma
das maiores vantagens para aqueles que adotam o automóvel como meio de transporte, é importante
estudar a interface entre o motorista/passageiro e o veículo. Neste sentido, o painel de instrumentos
apresenta papel fundamental e é objeto de estudos conjugados, visando sempre o melhor ajuste e a
melhor interação com o usuário. A maior interação entre o motorista e o veículo acontece por meio
dos instrumentos localizados no painel, como a direção, mostradores de velocidade, de combustível
de temperatura, comandos de ar condicionado, piscas, etc. Neste espaço, onde se encontram
informações de alta importância para o motorista, é necessário planejamento específico (ergonômico
e cognitivo), pois a localização e a disposição dos instrumentos e comandos interfere na condução do
veículo. Painéis com disposição ineficiente podem acarretar em leituras errôneas e,
conseqüentemente, em mau uso, danos ao automóvel e até mesmo acidentes.

O objetivo deste trabalho é estudar, através da Metodologia de ecodesign para o


desenvolvimento de produtos sustentáveis, os aspectos posturais, físicos, psicológicos e cognitivos
da interação entre usuário e veículo e redesenhar o painel do automóvel Gol afim de tornar seu uso
mais adequado, confortável e seguro.

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3- MOTIVAÇÃO

[...] para a vida das pessoas, para o mercado de trabalho, para a organização da
produção nas grandes unidades industriais, para a economia mundial, para a forma
de vida nos ambientes urbanos e mesmo para a atividade rural, nada ainda supera a
importância do automóvel. (OKUBARO, J. 2001, p.9)

Por fatores práticos, tecnológicos e psicológicos, o automóvel é considerado um símbolo


dos tempos modernos. Este meio de transporte propiciou o crescimento das cidades, o
desenvolvimento das indústrias e da economia de grandes países e a própria modernização do
homem. Como veículo de locomoção pessoal ou profissional, ele proporciona ao homem moderno a
agilidade de ir e vir, a versatilidade e a liberdade para fazer seus próprios caminhos em seu tempo, o
conforto e a privacidade inexistentes em transportes coletivos.

O modelo T, primeiro produto da Ford produzido em massa, vinha em nove versões,


incluindo um conversível para duas pessoas, um carro de passeio aberto para
quatro pessoas, um sedan coberto para quatro pessoas e um caminhão com um
compartimento para carga atrás. No entanto, todos rodavam sobre o mesmo chassi.
Em 1923, pico da produção do Modelo T, Ford produziu 2,1 milhões de chassis para
esse modelo, cifra que se revelou um marco da produção em massa padrozinada.
(WOMACK, J. 1992, p. 25)

Com a incorporação do automóvel aos costumes e às cidades, a demanda crescente força


a produção em massa. Os carros, antes fabricados artesanalmente, passam a ser produzidos em
grande escala e com grande produtividade por indústrias de grande potência. Os automóveis são,
desde então, símbolos de status e poder aquisitivo.

Como nunca antes, 1955 foi um exemplo de amplitude e difusão da indústria


automobilística e do sistema que lhe servia de base. Foi esse o primeiro ano em que
a venda de automóveis nos Estados Unidos superou a marca dos 7 milhões. Três
grandes empresas – Ford, GM e Chrysler – eram responsáveis por 95% de todas as
vendas, e seis modelos representavam 80 por cento de todos os carros vendidos.
(WOMACK, J. 1992, p. 31)

Um dos pilares para a potência econômica americana foi a indústria automobilística. Os


europeus atingiram níveis de produção de automóveis comparável aos americanos por volta dos anos
50. Trouxeram então, ao mercado, tipos de carros não oferecidos pelos americanos: os esportivos e
os compactos e econômicos.

O design automobilístico teve início com Harley Earl nos Estados Unidos; com a criação da
primeira divisão para estudos de cor e arte na General Motors em 1927, e Earl nomeado seu primeiro
diretor. Essa divisão foi renomeada em 1937 como Styling Division e marcou os primeiros estudos de
forma e cor nos automóveis. Na Europa, os carros artesanais eram fabricados pelos carrozieri e o
estudo da forma e arte foi precursora em nomes como Pininfarina, Giugiaro, Bertone e outros, que
hoje ainda constituem conceituados designers e estúdios de desenvolvimento de automóveis (TARR
e MILLER, 2001).

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No entanto, com o surgimento dos estudos em Ergonomia, com a Segunda Guerra Mundial,
o interior dos automóveis passou a ser estudado não só sob o enfoque dos tipos de equipamentos
oferecidos, mas também como um posto de trabalho e atividades que necessitava desenvolvimento
adequado, pensando em oferecer maior conforto ao usuário (GOMES FILHO, 2003). Questões
posturais, técnicas e de eficiência são de grande importância no design de interiores do automóvel;
porém, é essencial levar-se em conta a segurança oferecida ao usuário durante o uso e também em
casos extremos ao utilizar este meio de transporte.

Segundo LARICA (2003), é preciso que se disponha os elementos de controle de direção e


de todas as outras funções inerentes ao comando e operação prática do veículo, de forma mais
intuitiva possível. Estes equipamentos de controle e direção, que constituem a interface do usuário
com o veículo, são componentes do painel do carro. Os estudos para o desenvolvimento adequado
do painel devem englobar estudos de ergonomia, de postura, tecnológicos e também cognitivos,
analisando as tarefas e atividades efetuadas pelo condutor e também a hierarquia dos equipamentos
e comandos necessários.

O painel é o mecanismo pelo qual o usuário interage, controla e troca informações com o
veículo, através dele são também manejadas as condições do percurso, como direção, velocidade,
distância, combustível disponível, temperatura, piscas, etc. O planejamento inadequado ou
insatisfatório desta interface, que contém alto nível de informações essenciais, pode acarretar em
danos ao veículo, a leituras incorretas, dificuldades no uso e até mesmo arriscar a vida e a saúde dos
usuários do veículo, de outros veículos e pedestres.

Estar em movimento significa estado de alerta. Estar no comando de uma máquina


significa, também, a necessidade de controle total desta máquina. Para facilitar o
entrosamento entre o homem e a máquina, é preciso que se disponha os elementos
de controle de direção e de todos as outras funções inerentes ao comando e
operação prática do veículo, de forma mais intuitiva possível. Sempre que for
economicamente viável, deve-se automatizar ou intertravar funções que não estão
diretamente ligadas à efetiva condução do veículo. O projeto do automóvel deve
considerar a multiplicidade de interações com o motorista, os passageiros e o meio
ambiente. O automóvel é um agente de mudanças nos costumes e na vida das
pessoas. (LARICA, 2003, p. 61)

Projetar o painel de um automóvel leva em conta diversos fatores, como ergonomia, materiais
e estética, mas também são de grande importância os fatores financeiros e econômicos pertinentes
ao modelo, à marca e ao custo do automóvel. Os modelos chamados populares, por serem mais
baratos, são muitas vezes mal resolvidos e apresentam soluções não tão eficazes quanto à
usabilidade e ergonomia do painel.

No Brasil, 75% das vendas de automóveis são de carros populares. O carro popular
é o mais vendido porque é o mais barato. [...] Os modelos com motor 1.0 estão
restritos ao mercado brasileiro, que se aproveita de tributação diferenciada, e não
são importados por outros países. (LARICA, 2003, p. 200).

O custo reduzido do automóvel resulta, geralmente, em materiais de menor qualidade e que


transmitem menos conforto ao usuário, bem como em soluções de design inferior a carros de maior

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custo. Entretanto, é possível desenvolver soluções mais eficazes e ergonomicamente corretas para
automóveis mais baratos. Assim, escolheu-se para o redesenho o painel do automóvel Gol. Segundo
dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), apresentados
na tabela 1, o Volkswagen Gol é o automóvel mais vendido no Brasil pelo menos nos últimos cinco
anos; por isso o desafio de redesenhar o seu painel afim de aprimorar a condução deste veículo.

Tabela 1: Automóveis populares mais vendidos no Brasil (número de unidades)


2003 2004 2005 2006 2007 2008*
VW Gol 180.659 177.119 179.427 189.132 243.164 40.948
GM Corsa 121.911 125.047 129.862 105.283 116.023 22.575
Fiat Palio 119.371 128.222 126.547 162.728 221.750 32.964
GM Celta 115.142 122.700 119.898 126.228 126.525 22.498
Fiat Uno 96.995 92.815 119.496 115.158 128.524 20.508
Ford Fiesta 70.369 74.259 99.939 56.298 68.021 9.077
Renault Clio 41.338 38.208 35.271 19.218 19.236 1.960
Fonte: Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
*Considerados os meses de janeiro e fevereiro.

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4- OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo geral é redesenhar o painel do automóvel Gol afim de torná-lo mais confortável e
mais adequado para o motorista, aprimorando questões anteriormente mal-resolvidas (por exemplo,
comandos de ar condicionado, posicionamento do rádio e dos porta-objetos). Facilitar a utilização do
painel e tornar a condução do veículo mais segura e ergonomicamente correta.

Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

• aprofundar o estudo do console, sem necessariamente modificar o sistema de direção e o

câmbio, buscando aprimorar questões de ergonomia biomecânica e cognitiva, estudando posições,


usos do painel e análises ergonômicas;

• estudar a disposição e configuração do painel que contém o velocímetro, conta-giros e

demais informações, bem como os ícones utilizados, as cores e tamanhos de fontes utilizadas,
tornando a leitura das informações mais cognitivas;

• estudar a localização, formato e cor do comando de pisca-alerta e do desembaçador;

• estudar a localização, tamanho e formato das saídas e comandos do ar-condicionado;

• estudar a localização e disposição do rádio, para que o usuário possa utilizá-lo sem

maiores riscos durante a condução do veículo;

• estudar a localização, o tamanho e a funcionalidade dos porta-objetos, afim de torná-

los mais úteis e práticos, bem como estudar o tamanho e a configuração do porta-luvas;

• pesquisa e seleção de materiais para o painel e suas partes componentes afim de

aumentar sua durabilidade, transmitir maior conforto e segurança ao usuário e contemplar o


Ecodesign.

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5- METODOLOGIA

Será utilizada a Metodologia de ecodesign para o desenvolvimento de produtos


sustentáveis proposta por PLATCHECK (2003). Esta metodologia será utilizada para o redesenho do
painel por enfatizar questões ergonômicas e técnicas, além de facilitar a análise de similares que será
de grande importância para desenvolvimento deste projeto. Através desta metodologia será realizada
pesquisa bibliográfica, levantamento e estudo de similares e aplicação de questionário, conforme
programa de trabalho a seguir:

Programa de Trabalho:

1. PROPOSTA
Problematização
Definição do Problema
1.2.1. Objetivos
a) requisitos
b) restrições
Programa de Trabalho
Cronograma

2. DESENVOLVIMENTO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Análise Estrutural dos Similares


• número de componentes
• carenagem
• sistema de união
• mecanismo
• estrutura
• quantidade e diversidade de componentes (DfA)
• matéria prima e fontes
• reciclagem de suas partes ou do produto todo após descarte

Análise Funcional dos Similares


• mecanismo
• confiabilidade
• versatilidade
• resistência
• acabamento

Análise Ergonômica dos Similares


• praticidade
• segurança
• manutenção
• reparo
• transporte
• montagem e desmontagem durante o processo produtivo (DFA e DFD)
• consumo de energia e demais consumíveis (água, sabão, etc)
• geração de resíduos durante a vida útil

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5.1. Questionário
• com operador
Conclusão do questionário

5.2. Levantamento Antropométrico da Situação Existente


a) vista lateral / sagital dos operadores extremos
b) vista superior / cranial dos operadores extremos
c) vista frontal / ventral dos operadores extremos

5.3. Levantamento das Atividades da Tarefa


• com operador

5.4. Levantamento Postural e Acional

5.5. Conclusão parcial dos dados levantados

Análise Morfológica dos Similares


• estilo
• unidade
• interesse
• equilíbrio
• superfície
• métodos de encaixe para (DfA e DfD)

Levantamento Sistemas Paralelos


• posição hierárquica
• posição estratégica

Análise Técnica

2.6.1. Levantamento de Materiais Possíveis

2.6.2.Levantamento de Processos e Transformação e Fabricação


• quadro comparativo entre os Similares Levantamento de Processos de
Transformação e Fabricação

2.6.3. Levantamento de Alternativas de Mecanismos

2.6.4. Impacto Ambiental dos Materiais

Análise dos Dados Levantados


• conclusões

3. DETALHAMENTO
3.1. Síntese

3.1.1. Revisão dos Objetivos e Parâmetros Projetuais


a) requisitos
b) restrições

3.2. Geração de Alternativas

3.2.1. Desenhos
3.3. Desenho Técnico
3.3.1. Perspectiva
3.3.2. Detalhamento Técnico das Peças

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3.3.2.1. Perspectiva Explodida para Montagem

3.3.2.2. Especificações Técnicas


número de componentes
sistema de união
matéria-prima
estrutura
força necessária
mecanismo
processos de fabricação / transformação
Catálogos de componentes

3.3.2.3. Especificações Gerais


Praticidade
Confiabilidade
Versatilidade
Resistência
Acabamento
Manutenção
Reparo
Transporte
Ajustes
ciclo de vida

4. RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS
a) vista lateral / sagital dos operadores extremos
d) vista superior / cranial dos operadores extremos
c) vista frontal / ventral dos operadores extremos

5. COMUNICAÇÃO
Confecção da Apresentação
• Slides (power point)
Relatório Final
Confecção do Modelo Iconográfico ou Protótipo Funcional

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6- CRONOGRAMA

Fevereiro

Março

Maio
Abril
ATIVIDADE
TCC1
Definição do Tema X
Entrega do Anteprojeto X
1. PROPOSTA
1.1. Problematização X
1.2.1.Objetivos X
1.2. Programa de Trabalho X
2. DESENVOLVIMENTO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA X X X
2.1. Análise Estrutural dos Similares X X
2.2. Análise Funcional dos Similares X X
2.3. Análise Ergonômica dos Similares X X X
2.3.1. Questionário X X
2.3.2. Levantamento Antropométrico da Situação Existente X X
2.3.3. Levantamento das Atividades da Tarefa X
2.3.4. Levantamento Postural e Acional X
2.3.5. Conclusão parcial dos dados levantados X X
2.5. Análise Morfológica dos Similares X X
2.6. Análise Técnica
2.6.1. Levantamento de Materiais Possíveis X X
2.6.2. Levantamento de Processos e Transf. e Fabr. X X
2.6.3. Levantamento de Alternativas de Mecanismos X
2.6.4.Impacto Ambiental dos Materiais X
2.7. Análise dos Dados Levantados X X
ENTREGA RELATÓRIO TCC 1 X
Novembro
Setembro

Outubro
Agosto
Junho

Julho

ATIVIDADE
TCC2
3. DETALHAMENTO
3.1.1. Revisão dos Objetivos e parâmetros projetuais X X
3.2. Geração de Alternativas X X
3.3.2.2. Especificações Técnicas X X
3.3.2.3. Especificações Gerais X X X X
4. RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS X X X
5. COMUNICAÇÃO
5.1. Confecção da Apresentação X
5.2. Relatório Final X X X
ENTREGA RELATÓRIO TCC 2 X

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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. PLATCHECK, ELIZABETH REGINA; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL.


Mestrado Profissionalizante em Engenharia - Ênfase em Engenharia Ambiental e Tecnologias
Limpas. Metodologia de ecodesign para o desenvolvimento de produtos sustentáveis
[Dissertação de Engenharia]. Porto Alegre, RS, 2003. [15] f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003.

2. LARICA, Neville Jordan. Design de transportes. Rio de Janeiro: 2AB, 2003.

3. WOMACK, James P.; JONES, Daniel T.; ROOS, Daniel. A máquina que mudou o mundo.
Rio de Janeiro: Campus, 1992.

4. TARR, Patsy; MILLER, J. Abbott. Inside Cars. Nova Iorque: 2wice Arts Foundation, Inc,
2001.

5. OKUBARO, Jorge J. O Automóvel, um condenado? São Paulo, SP: SENAC São Paulo,
2001.

6. VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Transporte urbano, espaço e equidade: análise das


políticas públicas. São Paulo: Annablume, 2001.

7. PRODANOV, Cleber Cristiano. Manual de metodologia científica. 3. ed. Novo Hamburgo,


RS: Feevale, 2003.

8. GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São
Paulo, SP: Escrituras, 2003.

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