Você está na página 1de 11

“O DANO MORAL NO DIREITO PREVIDENCIÁRIO: UMA NECESSÁRIA

ABORDAGEM”

"The MORAL DAMAGES IN SOCIAL SECURITY LAW: AN APPROACH


NEEDED”

Theodoro Vicente Agostinho1


Sérgio Henrique Salvador2

RESUMO: Contextualização do instituto da reparação


civil dentro das relações previdenciárias, demonstrando
sua pertinência e válido método alternativo de
respeitabilidade de primados constitucionais.

ABSTRACT: Background of the institute of civil


damages relationships within social security,
demonstrating its relevance and valid alternative method
of constitutional respectability primates.

PALAVRAS-CHAVE: Dano Moral. Direito


Previdenciário. Indenização. Seguridade Social.
Previdência Social.

KEYWORDS: Moral Damage. Social Security Law.


Indemnity. Social Security. Social Security.

SUMÁRIO: Introdução. O Dano Moral Previdenciário. Casos Práticos. Conclusões.


Referências Bibliográficas.

1
Mestre em Direito Previdenciário pela PUC/SP. Especialista em Direito Previdenciário pela EPD/SP. Membro
Integrante da Comissão de Seguridade Social da OAB/SP. Coordenador e Professor em Cursos de Pós-
Graduação em Direito Previdenciário do Complexo Jurídico Damásio de Jesus. Escritor. Professor do IBEP/SP.
Advogado em São Paulo.
2
Especialista em Direito Previdenciário pela EPD/SP. Especialista em Processo Civil pela PUC/SP. Ex-
Presidente da Comissão de Assuntos Previdenciários da 23ª Subseção da OAB/MG. Professor do IBEP/SP e do
Curso de Direito da FEPI - Centro Universitário de Itajubá. Sócio do Escritório Advocacia Especializada
Trabalhista & Previdenciária. Escritor. Advogado em MG.
Introdução.

O instituto do Dano Moral, amplamente disciplinado na Carta Excelsa, com a junção de


vários dispositivos infraconstitucionais, além de expressiva carga valorativa, ao longo dos
anos, ao mesmo tempo que tem sido tormentosa e intrincada questão de abordagem pelo
Judiciário, sobretudo no que tange a exata quantificação, de outro lado, exprime notória e
importante instrumentalização de equilíbrio, especialmente dentro do conceito de segurança
jurídica, de toda necessária para alicerçar em ordem, os atores sociais e suas relações jurídicas
nascidas no dia-a-dia.

Assim foi a preocupação do Constituinte Originário, que elencou a reparação civil


dentro da dimensão constitucional das garantias e direitos fundamentais, conforme se
vislumbra da simples leitura do artigo 5º, inciso V e X da Lei Excelsa, conjugada com o artigo
1º referente ao basilar princípio da dignidade da pessoa humana.

Logo, a reparação civil, cognome da indenização, reflete singular instrumento de


harmonia e equilíbrio dos relacionamentos jurídicos, sobretudo, ao fato de que traz em seu
bojo importantes reflexos, como o da compensação, efeito pedagógico, persuasivo, etc.

Nesta incontroversa função asseguradora, valioso o ensino de Carlos Alberto Bittar a


respeito:
“Tem-se por assente, nesse plano, que ações ou omissões lesivas
rompem o equilíbrio existente no mundo fático, onerando, física,
moral ou pecuniariamente, os lesados, que diante da respectiva
injustiça, ficam ipso facto, investidos em poderes para defesa
dos interesses violados, em níveis diversos e a luz das
circunstâncias do caso concreto. É que ao Direito compete
preservar a integridade moral e patrimonial das pessoas,
mantendo o equilíbrio no meio social e na esfera individual de
cada um dos membros da coletividade, em sua busca incessante
pela felicidade pessoal”.3

3
BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. 3ª Ed., São Paulo. RT. 1998, p.15.
Também, quanto ao fundamento, segue lição do conceituado mestre Caio Mário da
Silva Pereira, que em feliz ponderação assevera que:

“O fundamento da reparabilidade pelo dano moral está em que a


par do patrimônio em sentido técnico, o indivíduo é titular de
direitos integrantes de sua personalidade, não podendo a ordem
jurídica conformar-se em que sejam impunemente atingidos”.4

Por certo então, que sua convalidação jurídica é por demais necessária, podendo afirmar
que se trata de um expressivo instrumental jurídico, que visa contribuir e assegurar relações
específicas em sua amplitude, reparando, compensando e persuadindo o transgressor da
ordem jurídica.

O Dano Moral Previdenciário.

Com efeito, aludido instituto jurídico ainda encontra destacável importância quando
incidente nas relações previdenciárias, ganhando nesse ramo da ciência jurídica uma
amplitude eminentemente protetiva.

De fato, primeiramente urge ressaltar que na seara previdenciária existe uma autêntica
aproximação do administrado com a administração, ou seja, do sujeito de direitos com o
prestador do direito. Neste aspecto, a relação ganha contornos especialíssimos, ante a carga
alimentar e social que reveste todo o pacote previdenciário.

Importante assim afirmar que a Previdência, enquanto direito constitucional e,


portanto, fundamental, se viu inserido na Lei Fundamental como parte integrante de um
arcabouço sistêmico, intitulado Sistema de Seguridade Social, consolidado em seu artigo 194,
caput, do Código Excelso, que visou a dar a estruturação técnica necessária para a eficácia
plena dos regulados direitos fundamentais.

Neste sentido, valiosa a lição descrita pelo Jurista Fábio Zambitte Ibrahim que o
conceitua como,

4
PEREIRA, Caio Mário. Reparação Civil de acordo com a CF/1988. 02ª Ed., São Paulo. Forense. 2000. p.61.
“Na verdade, a seguridade social pode ser conceituada como a
rede protetiva formada pelo Estado e sociedade, com
contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários dos
direitos, no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de
pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes,
providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.”5

De regra, fácil aferir que o Sistema de Seguridade Social, englobante da Previdência


Social como um dos direitos sociais, se mostra como um necessário mecanismo de fixação
constitucional para a concretização dos propósitos da República, dentre eles da Justiça Social
e do Bem-Estar de toda a coletividade, onde, os direitos sociais se abalizam.

Ainda, importante destacar que aludido Sistema, se ramifica em três vertentes a


justificar sua existência, onde busca incessantemente através desses meios a plena
viabilização dos propósitos afirmadores, em especial, da proteção social hipotética para a
proteção social fenomênica.

Por sua vez, o arcabouço desse Constitucional Sistema abrange: a Saúde; a Previdência
Social e a Assistência Social, como, aliás, o Constituinte Originário estampou no comando do
artigo 194 em seu caput, carreando consigo vários princípios norteadores e regedores deste
instrumental de efetivação da proteção social, como se afere do artigo 194, parágrafo único e
seus sete incisos.

Ao que se vê, tendo a Previdência Social sido erigida ao patamar supremo de direito
social, em equivalência a vários outros, sua análise sistematizada e ordenada dentro do
Sistema de Seguridade Social conduz a real reflexão objetiva, de que, seus instrumentos
jurídicos válidos, dentre os quais, o Instituto do Dano Moral, são verdadeiras ferramentas
necessárias e imprescindíveis a consecução dos ideais axiológicos.

Portanto, especialíssimos contornos são emergidos do instituto do Dano Moral dentro


da relação previdenciária, que viu neste relacionamento concretizado o ideário social e
protetivo, almejado por toda a Sociedade.

5
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Desaposentação – O caminho para uma melhor aposentadoria. 2ª Ed., RJ. Impetus.
2009, p. 35.
Assim, nesta estreita relação previdenciária de cunho eminentemente protetivo, a
eficiência do serviço público se mostra necessária para assegurar ao administrado um acesso
justo aos produtos do pacote de proteção.

O Professor e renomado Jurista Wladimir Novaes Martinez, com singular maestria


esclarece esse fértil campo de atuação:

“A teoria jurídica que envolve os diferentes aspectos do dano


moral, naturalmente sediados no Direito Civil, acabou
transportando-se para outras áreas, particularmente ao Direito do
Trabalho em que encontrou um habitat florescente, e
experimenta particularidades no Direito Previdenciário. As
razões dizem respeito à especificidade das técnicas protetivas da
seguridade social ou instituições correlatas, e a essência
diferenciada da aproximação do indivíduo ao Estado, quando ele
objetivo creditar-se nos meios de subsistência”.6

Ultrapassado então este norte conceitual, importante para alocar o instituto dentro do
cenário jurídico, cabe esmiuçar as hipóteses de convalidação do instrumental.

Passando por uma análise eminentemente principiológica, verdade que o Dano Moral
dito Previdenciário, acolhe variadas conceituações deontológicas, arrimando seu sustentáculo
em disposições essencialmente em normas abstratas.

Neste sentido, por tratar a relação de administrado e administração, de segurado e


seguradora, indubitável que os princípios constitucionais da moralidade, legalidade, eficiência,
publicidade e impessoalidade representam todo um arcabouço diretivo de verificação
obrigatória quando da provocação pelo interessado, in casu, o segurado da Previdência Social.

Casos Práticos.

De outro lado, malgrados os esforços do ente estatal para otimizar e aperfeiçoar esta
relação previdenciária na sua entrega, ocorre que, porque não dizer, de maneira habitual e

6
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Dano Moral no Direito Previdenciário. 2ª Ed., São Paulo. LTr. 2009. p.65.
freqüente, certas atuações da administração têm justificado o crescente manuseio da reparação
civil dentro desta conjuntura, visando a instrumentalizar e a recompor a busca do direito
social almejado.

Hipóteses de atração desse Instituto Jurídico Reparatório são das mais diversas, como,
por exemplo: suspensão de pagamentos sem o devido processo legal; retenção de valores sem
esclarecimentos aos beneficiários; atraso na concessão do benefício; indeferimento sem justa
causa; acusação de fraudes sem pré-análise; perícias médicas deficientes; falta de
orientação ou errônea informação; perda de documentos ou processo; recusa de expedição
de Certidão Negativa de Débito; não cumprimento de decisões hierarquicamente superiores
(artigo 64 do CRPS); não cumprimento de Súmulas e Enunciados (artigo 131 da LB); recusa
de protocolo; erro grosseiro no cálculo da RMI; retenção de documentos; limites de senhas
para atendimentos; tempo de espera (fila de bancos); má exegese das Leis; lentidão na
revisão; maus-tratos ao Idoso, entre outros.

Assim, diversificado o campo de atuação desse necessário Instituto, cuja área de pouso,
não é surreal, mas bem concreta e real dentro do cotidiano previdenciário.

Por sua vez, a Jurisprudência, como fonte informadora do Direito, tem se pautado de
maneira decisiva para a viabilidade da reparação civil imaterial dentro da concepção
previdenciária ora discorrida, abalizando a evolução da reparação civil dentro desse ramo da
ciência jurídica.

Neste sentido, valiosa a transcrição de um recente noticiário jurídico acerca da


proclamação da reparação civil em demanda previdenciária:

“Demora em apreciar pedido de aposentadoria gera


indenização (30/08/2011 - Fonte: TJRN) O Estado do Rio
Grande do Norte, após decisão da 1ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça, foi condenado a pagar indenização por danos
materiais no valor correspondente a 18 meses de salário de uma
servidora, cujo pedido de aposentadoria foi apreciado com
demora pelo ente público. O pagamento é relativo ao período
trabalhado de outubro de 2003 a abril de 2005. A decisão tem
fundamento, segundo a Câmara, no ato ilícito omissivo
cometido pelo Poder Público, ao demorar injustificadamente
para apreciar o pedido de aposentadoria por tempo de serviço
formulado pela servidora. A Câmara Cível também ressaltou
que a autora não pretendia o pagamento de salário ou mesmo
benefício previdenciário referente ao lapso temporal pelo qual,
sem razão, seu processo administrativo foi atrasado, mas sim
indenização pela própria omissão estatal. Os desembargadores
também destacaram que, conforme jurisprudência do STF e do
STJ, o servidor que pretende ser aposentado passa a gozar dos
efeitos da aposentadoria tão logo seu requerimento
administrativo seja acatado pela autoridade à qual está
subordinado. “Em assim sendo, a verificação da ocorrência do
ato ilícito se dá entre a data na qual o pleito administrativo foi
formulado e aquela na qual o servidor passa à inatividade.
Considerando esses fatos, creio que o termo inicial do prazo
prescricional deve ser contado da data na qual há a publicação
do ato de aposentadoria proferido pela autoridade competente”,
enfatiza o relator do processo, desembargador Dilermando Mota.
O relator ressaltou que, ao contrário do alegado pelo ente
público, tal termo se deu em 27 de agosto de 2005, no qual o
Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos,
autoridade competente, resolve conceder a aposentadoria
pretendida, tendo tal ato sido publicado na referida data. Desse
modo, considerando que a presente ação foi ajuizada em 13 de
junho de 2008, fica comprovada a não ocorrência de prescrição
(perda do direito) da pretensão autoral. “Vencida tal questão,
frise-se que o STJ tem entendimento consolidado de que obrigar
servidor público a trabalhar quando já poderia estar aposentado
configura ato ilícito e danoso, indenizável”, acrescenta o
desembargador. Apelação Cível - 2010.015238-6”. 7

De igual forma, o pensamento trilhado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região,


de maior abrangência territorial, nos autos da apelação cível de número: 2001.41.00.003225-

7
http://www.ambito juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=&id_noticia=71397.
9/RO em que ocorreu a condenação da União a pagar danos morais no importe de cinco mil
reais a uma professora, tendo em vista que a União retardou a concessão de sua aposentadoria
por um período de um ano e onze meses, conforme o seguinte noticiário:

“União é condenada a pagar danos morais por demora na


concessão de aposentadoria - Publicado em 24 de Agosto de
2009, às 15:54 - A Quinta Turma do Tribunal Regional Federal
da 1.ª Região decidiu, nos termos do voto do relator, juiz federal
convocado Pedro Francisco da Silva, condenar a União a pagar
indenização por danos morais em razão de demora na concessão
de aposentaria. A parte apelou da sentença que julgou
improcedente pedido de indenização. Sustentou que a União
atrasou em um ano e onze meses a concessão de sua
aposentadoria, retardando-lhe injustamente o gozo do direito
constitucional de aposentar assim que completado o tempo de
serviço exigido. Da leitura dos autos constata-se que a autora
requereu, em 20.09.1994, a concessão de aposentadoria por
tempo de serviço, com fulcro no artigo 186, III, "b" da Lei
8.112/90, com as vantagens do artigo 192, I, da mesma lei.
Ocorre que a aposentadoria só foi concedida em 09.09.1996, por
meio da Portaria n.º 2663, publicada em 10.09.1996. Como
salientado pela sentença, após o requerimento administrativo
(20.09.1994), a autora foi responsável pela instrução do feito
com documentos até 25.01.1995, oportunidade em que procedeu
à autenticação da Certidão de Tempo de Serviço. Portanto a
partir dessa data (25.01.1995) é que se pode imputar à União a
responsabilidade pela demora na apreciação do pedido. Explicou
o relator que a responsabilidade da União pelos danos que seus
agentes causem é objetiva, nos termos do art. 37, § 6.º, da
Constituição: "Essa responsabilidade, nos termos em que foi
posta na norma Constitucional, baseia-se na teoria do risco
administrativo, dentro da qual basta a prova da ação, do dano e
de um nexo de causa e efeito entre ambos, sendo, porém,
possível excluir a responsabilidade em caso de culpa exclusiva
da vítima, de terceiro ou ainda em caso fortuito e força maior."
O relator observou que a Administração levou cerca de uma ano
e oito meses para deferir o pedido de aposentadoria, o que é
inaceitável, ante ao princípio da eficiência administrativa
prevista no artigo 37 da Constituição Federal. Disse ainda que
mesmo que o processo tenha apresentado complexidade, como
alega a União, é evidente que a autora não poderia ser obrigada
a laborar mais um ano e oito meses contra sua vontade, ainda
que tenha sido remunerada para tanto. Entende o magistrado que
as alegadas dificuldades constatadas no processo (progressão
funcional, vínculos diversos, entre outros), estão dentro do
campo da previsibilidade administrativa, não podendo ser
erigidas como justificativa para o defeituoso serviço prestado.
Acrescentou que o dano moral ficou bem caracterizado,
porquanto a autora foi obrigada a trabalhar quando já poderia
estar em gozo de aposentadoria. A longa duração do processo
administrativo causou, por certo, muito mais que mero dissabor;
frustrou a expectativa da servidora de usufruir os benefícios de
sua aposentadoria, dentre os quais o legítimo descanso pelos 25
anos laborados na docência de nível médio, atividade que o
próprio legislador constituinte reconhece como mais penosa.
Finalmente, considerando que a autora, professora com
proventos de aposentadoria no valor de R$1.722,17, sofreu
grande frustração diante da grave falha do serviço da União,
entendeu razoável o valor da indenização a título de danos
morais, R$ 5.000,00 (cinco mil reais)”.8

Conclusões.

Assim, fácil detectar que a reparação civil imaterial, esmiuçada em outros ramos do
direito, também comporta abrangência no âmbito previdenciário, destacando sua importante
utilidade de assegurar, de maneira indireta, o efetivo acesso eficaz e justo da tutela social
protetiva.

8
http://www.trf1.jus.br/sitetrf1/conteudo/detalharConteudo.do?conteudo=86850&canal=2 - Processo n.º
2001.41.00.00.3225-9/RO.
Logo, como ocorre com a Desaposentação, o Dano Moral Previdenciário se apresenta
como modal jurídico necessário e instrumental para a proteção previdenciária, já que reprimi
lesões, compensa prejuízos e educa a Administração a cada vez mais a valorizar as conquistas
de um Povo.

Lesar o jurisdicionado, enquanto Administrado, no relacionamento jurídico que


contrai com a Administração Pública, na entrega da tutela previdenciária, especificamente no
tocante a concessão de um produto do pacote protetor, é o mesmo que ferir princípios, valores
e primados constitucionais, conferindo ao lesado, vasta seara indenizatória a perquirir, cuja
ilicitude, sobretudo axiológica, produz nefastos efeitos, como leciona o Professor Celso
Antônio Bandeira de Melo, a respeito:

“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma


norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não
apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o
sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido,
porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão
de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu
arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque,
com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a
estrutura nelas esforçadas”.9

Em suma, necessário mecanismo é o uso do instituto do Dano Moral, como


instrumento legítimo de assegurar o que o Direito Previdenciário e outros reflexos ramos da
ciência jurídica possuem como substância ideológica abstrata, quer seja, a convalidação da
dignidade da pessoa humana.

Referências Bibliográficas.

BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. 3ª Ed., São Paulo. RT.
1998, p.15.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Desaposentação – O caminho para uma melhor
aposentadoria. 2ª Ed., RJ. Impetus. 2009, p. 35.

9
MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed., São Paulo: Malheiros. 2005. p.748
PEREIRA, Caio Mário. Reparação Civil de acordo com a CF/1988. 02ª Ed., São
Paulo. Forense. 2000. p.61.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Dano Moral no Direito Previdenciário. 2ª Ed., São
Paulo. LTr. 2009. p.65.
MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed., São Paulo:
Malheiros. 2005. p.748

Você também pode gostar