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Fichamento-TPC - 05
Fichamento-TPC - 05
preocupações com a identidade e o reconhecimento, sendo a principal delas o colapso das hierarquias
“Nos dias de hoje, argumenta o autor, as demandas por reconhecimento igualitário se voltaram para a
questão do status das culturas e dos estilos de vida (p. ex., etnicidade, sexualidade, gênero etc.). Taylor
não se limita, contudo, a identificar as consequências léxicas e semânticas dessa mudança histórica, e
também pretende ancora-la em processos culturais profundos. Seu argumento principal é o de que o
entendimento da identidade individual, que se deu por volta do final do século XVIII: “Podemos falar de
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uma identidade individualizada, uma que é propriamente minha, que eu descubro em mim mesmo. Essa
com o ideal de ser verdadeiro consigo próprio e com meu modo de vida particular.”
“A guinada para a autenticidade interior, representada por Rousseau e Herder, aponta para a não
conformidade instantânea às pressões da vida social. Aquele que aquiesce imediatamente na verdade
bloqueia o caminho para o seu eu interior. O mesmo se pode dizer daquele que instrumentaliza a si
próprio. Argumenta Taylor:ser verdadeiro consigo mesmo signifi ca ser verdadeiro com sua própria
originalidade , algo que pode ser articulado e descoberto. Ao fazer essa articulação, estou defi nindo a
“Taylor reconhece o fato de haver elementos comuns entre as políticas de redistribuição material do
estado de bem-estar e as demandas por reconhecimento da diferença cultural. As primeiras exigem que se
entendam certos grupos como vítimas de discriminação socioeconômica, enquanto a segunda depende da
identifi cação de grupos que são oprimidos devido a seus modos de vida (cultura). Nos dois casos, a
“A política da dignidade igualitária é baseada na noção de que todos os seres humanos merecem respeito.
Para Kant, esse respeito derivava de nosso status como agentes racionais, capazes de guiar nossa vida por
princípios morais. Taylor chama isso de potencialidade humana universal, que não depende do que as
pessoas reais
baseia-se no potencial que todos têm de defi nir sua própria identidade como indivíduo e como cultura.
Essa potencialidade, argumenta Taylor, deve ser igualmente respeitada. O problema surge nos contextos
multiculturais quando se fazem demandas pela igualdade de respeito de culturas já formadas. Ou seja, de
potencialidade passamos para factualidade. Não se trata mais de um respeito pela potencialidade, mas
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pelas formas de vida substantivas, não raro essencializadas, de determinados grupos e pessoas. O confl ito
“Taylor propõe um outro tipo de liberalismo, que não seja puramente procedimental e que possa resolver
esse problema. Esse liberalismo seria um retorno a concepções de vida virtuosa que, portanto, confi ra à
“Contrário à concepção liberal “cega à diferença” de que o liberalismo seria um contexto neutro onde
todas as culturas pudessem coexistir e se encontrar, Taylor propõe que o liberalismo assuma-se como
produto da cultura ocidental e que, como tal, se choca com muitos aspectos de outras concepções de
“Contudo, pontua o autor, essa suposição de igualdade é problemática, pois depende de um ato de fé: da
crença de que todas as culturas têm algo a dizer a todos os seres humanos. Taylor aceita que devamos
assumir um pressuposto de igualdade ao iniciarmos o estudo de qualquer cultura. Esse pressuposto, que
nada mais é que a derivação moral do potencial que todos têm de definir sua própria identidade, deve ser
condição humana é muito similar à de Taylor. Segundo o autor alemão , a negação do reconhecimento,
que ele chama simplesmente de “desrespeito, é um tipo de comportamento injusto não somente porque ele
rouba das pessoas sua liberdade de ação ou as insulta, mas também porque ele degrada o entendimento
que elas têm de si próprias (autoimagem), entendimento esse que é adquirido por meios
intersubjetivos.”P.126
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“O primeiro tipo de desrespeito mais básico corresponde a ser privado do controle sobre o seu próprio
corpo, como nos casos de tortura, estupro e outros tipos de violência física”P.127
“O segundo tipo de desrespeito corresponde à negação de direitos ao indivíduo, direitos esses que são
normalmente conferidos a outros, em uma dada sociedade. Aqui a pessoa se imagina, a princípio,
merecedora de ter tais direitos respeitados simplesmente por ser um membro da sociedade, mas acaba
tendo-os sistematicamente negados. Entre outras coisas, esse tipo de tratamento rebaixa o valor moral da
pessoa, pois viola sua expectativa subjetiva de ver-se reconhecida como sujeito capaz de fazer
julgamentos morais e, assim, a coloca em situação de inferioridade em relação aos outros cidadãos.”P.127
“Por fim, o terceiro tipo de desrespeito corresponde à marginalização e à discriminação dos estilos de
vida e opções culturais de indivíduos ou grupos de pessoas. Para Honneth, a dignidade e o status social de
uma pessoa correspondem ao grau de aceitação social do seu método de autorrealização no contexto do
“A partir de cada tipo de desrespeito, Honneth deriva uma forma positiva de reconhecimento . A primeira
forma corresponderia, assim, ao senso de segurança corporal proporcionado pelo amor, pela afeição
dispensada por aqueles que Mead chamou de “outros signifi cativos”: família, amigos e amantes.”P.128
“O segundo tipo de reconhecimento se realiza por meio do usufruto dos direitos leglmente constituídos
em uma comunidade política. Nesse nível, as pessoas se reconhecem umas às outras como portadoras dos
mesmos direitos e responsabilidades. Mas tal modalidade de reconhecimento não está circunscrito ao
plano imediato das relações interpessoais em sociedade, ele é também mediado por instituições,
“O terceiro tipo de reconhecimento é alcançado por meio do sentimento de solidariedade social advindo
“Segundo Fraser, o conceito de justiça social foi tradicionalmente associado a demandas por
social. Demandas por reconhecimento público de práticas culturais, raças, sexualidades e gêneros
tornaram-se proeminentes nos deebates sobre justiça social do mundo desenvolvido. E a noção normativa
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que anima essas demandas é a de que o respeito igualitário não requer a aquiescência com os valores
culturais dominantes”P.130
reconhecimento:
1. Eles têm concepções diferentes de injustiça. O primeiro foca a estrutura econômica da sociedade,
2. Eles propõem remédios diferentes para a injustiça. O primeiro prega a reestruturação econômica da
sociedade, enquanto o segundo luta por uma mudança cultural, simbólica (p. ex., o politicamente
correto).
3. Eles trabalham com concepções diferentes de coletivo: classe versus grupos étnicos , gênero, raça.
Fraser anota com propriedade que, no paradigma do reconhecimento , os grupos se assemelham aos
grupos de status de Weber, diferenciados por gozarem de menor respeito, prestígio e estima que o grupo
dominante.
4. Eles diferem quanto ao valor e ao entendimento que dão à diferença. Para o paradigma da distribuição,
a diferença é a princípio ruim e portanto deve ser abolida. Há duas abordagens para o problema da
texto social, enquanto os “transformadores” argumentam que essas diferenças são construídas no
impedimento para que o sujeito alcance uma boa vida, uma vez que ele não pode atingir a autorrealização.
Fraser propõe reinterpretar a questão do reconhecimento em termos da justiça. A solução proposta pela
autora se encerra em uma fórmula negativa:É injusto que alguns indivíduos ou grupos tenham seu status
valores culturais – de cuja construção não participaram em pé de igualdade –, que menosprezam suas
“Como, no entender de Fraser, os enfoques tradicionais da justiça distributiva não dão conta do
eleger um princípio de justiça por meio do qual esses dois valores sejam mutuamente inteligíveis.”P.134
“Honneth primeiro contesta a estratégia adotada por Fraser de basear suas noções de reconhecimento e
Para ele, uma teoria crítica normativa deve enxergar que muitas formas de opressão e sofrimento nem
sequer chegam a ser articuladas como demandas verbalizadas por movimentos sociais. Portanto, os novos
movimentos sociais podem ser objeto de análise, mas não deveriam ditar a genda teórica.”p.135
“Se naqueles textos o autor havia definido a terceira forma de reconhecimento como o valor positivo dado
pela sociedade em geral ao estilo de vida de um indivíduo ou grupo de pessoas, agora essa forma de
reconhecimento é redefi nida em termos dos prêmios em dinheiro e status recebidos por uma pessoa como