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O É trabalho pioneiro.

ANGLO Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.


RESOLVE Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examina-
doras em sua tarefa árdua de não cometer injustiças.
Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o es-
tudante em seu processo de aprendizagem.

AS PROVAS O Concurso Vestibular da Universidade Presbiteriana


Mackenzie é realizado em uma única fase, em dois dias:
DE
1º dia: Português – 20 testes
REDAÇÃO, Inglês ou Espanhol – 10 testes
PORTUGUÊS, Química – 15 testes
Física – 15 testes
INGLÊS, Redação (questão única) equivalente a 10 testes
QUÍMICA E 2º dia: Matemática – 20 testes
FÍSICA DO Geografia – 15 testes
História – 15 testes
MACKENZIE Biologia – 10 testes
Grupos II e III Para sua realização, os cursos foram assim agrupados:
Grupo I → Direito, Filosofia, Jornalismo, Letras, Pedagogia
e Teologia.
Grupo II → Engenharias, Física, Matemática, Química,
Ciências da Computação, Sistemas de Infor-
mação e Tecnologia.
→ Administração, Ciências Contábeis e Ciên-
Grupo III→
cias Econômicas.
→ Biologia, Educação Física e Psicologia.
Grupo IV→
Grupo V → Desenho Industrial e Propaganda, Publicidade
e Criação.
→ Arquitetura.
Grupo VI→
Redação
Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.

Texto I
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Manuel Bandeira

Texto II
Amizade, fala-se de muitos modos. Com ela designamos o vínculo sublime entre cidadãos. Mas
também podemos indicar relações que diminuem o Estado. Isso ocorre quando governantes conce-
dem “favores” aos amigos, colocando o interesse de seus próximos acima do interesse público.
Adaptado de Roberto Romano

Texto III
Pô, tô fora de novo. Só porque ele não me considera “brother” dele, não me chamou pra fazer
parte da banda que vai representar o colégio no festival. E tem muita gente lá que é pior que eu
no instrumento.
Francisco Paulo de Sousa

Comentário
A proposta de Redação baseia-se em três excertos, que põem em discussão a multiplicidade de
sentidos do conceito de amizade, destacando dois extremos: o máximo da positividade e o sumo da
sordidez.
Em I, a amizade é colocada como meio para a satisfação plena de todas as aspirações individuais.
Em II, contrapõem-se os dois extremos da amizade: de um lado, como sublime sentimento de
solidariedade voltada para o bem comum; de outro, como única justificativa para privilegiar os
favoritos.
Em III, expõe-se o ressentimento de alguém que se crê preterido em favor de escolhidos menos
competentes.
Concebida como solidariedade entre cidadãos preocupados com a coletividade e as reais neces-
sidades impostas pela prática, a amizade é algo sublime e de valor incontestável para a saúde
social.
Por outro lado, concebida como justificativa única para favorecer ou privilegiar aqueles que
cercam os poderosos pelo simples fato de serem amigos, é perniciosa, pois submete o coletivo ao
individual, e as razões de natureza objetiva a caprichos de motivação meramente pessoal.

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Português
QUESTÃO 01
Resposta: b

Considere as seguintes afirmações sobre o texto.


O humor da tira apóia-se:
I — na estaticidade da paisagem, contrária à expressão corporal da personagem.
II — nos traços fisionômicos exagerados do rosto da personagem.
III — na ambigüidade do verbo “dizer”, que tem duplo sentido.
IV — no último balão, que determina nova leitura para toda a tira.
Assinale:
a) se I, II e III estiverem corretas. d) se todas estiverem corretas.
b) se II, III e IV estiverem corretas. e) se nenhuma estiver correta.
c) se apenas II estiver correta.

RESOLUÇÃO: Levando em conta apenas a legenda do primeiro balão, somada à estaticidade da paisagem e ao ar re-
flexivo estampado nos traços fisionômicos exagerados da personagem, presume-se que ela esteja manifes-
tando seu desencanto com as mulheres que, além da beleza física, não têm nenhum valor merecedor de apreço.
Em confronto com o último balão, essa versão é bruscamente desmentida, obrigando-nos a reinter-
pretar o sentimento da personagem: não se trata de decepção, mas de ressentimento pelo descaso das
mulheres, que sequer a cumprimentam.

Texto para as questões de 02 a 05


Órfão de pai e mãe, sem nenhuma afeição ou simples referência fora do Engenho do meu avô, enfia-
do aí nesse horizonte confiável, logo os parentes me abrandaram a falta de meu pai. Ocorre que anos
mais tarde, quando me fui pondo emancipado pelos meus desejos, passei a dar conta de que aquela
gente fazia de tudo para que eu o desalojasse da memória.
Se indagava inocentemente sobre a sua vida, recebia de volta rodeios e subterfúgios, ou então cara
feia e rispidez. Muitas vezes cheguei a me exasperar com a má vontade e o desplante dos comentários
sobre as minhas indagações, com os modos oblíquos e ásperos que não se coadunavam com o carinho a
que estava acostumado. Meu próprio avô, um homem de dimensões, nunca me concedeu uma palavra
sobre o genro desastrado.
Francisco J. C. Dantas

QUESTÃO 02 No texto, o narrador relembra


Resposta: d a) com mágoa sua chegada à casa do avô, para onde fora levado na condição de órfão de pai e mãe.
b) a falta de afeto que sempre predominou na sua relação de menino-órfão com parentes ríspidos ou dis-
simulados.
c) a morte trágica do pai, analisando as conseqüências de uma infância vivida em casa de parentes dis-
tantes.
d) a maneira como os parentes agiam, disfarçadamente ou não, para que o menino-órfão se esquecesse
da figura paterna.
e) a imagem de pai desatento que foi sendo vagarosamente criada nele pelos parentes que o acolheram
na infância órfã.

RESOLUÇÃO: O narrador relembra, no texto, que seus parentes faziam de tudo para que ele se esquecesse da fi-
gura do pai, o que se percebe pela passagem: “passei a dar conta de que aquela gente fazia de tudo para
que eu o desalojasse da memória.”

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QUESTÃO 03 Considerado o contexto, é correto afirmar sobre a frase quando me fui pondo emancipado pelos meus
Resposta: d desejos:
a) faz referência à liberdade do menino, apresentando-a como decorrência de fatores externos.
b) exprime temporalidade e faz referência à emancipação como fato ocorrido em certo momento preciso
do passado.
c) apresenta a emancipação do menino como sujeito da forma verbal Ocorre, que inicia o período.
d) denota o processo de amadurecimento do menino, que ocorre em simultaneidade com o citado a seguir
(passei a dar conta…).
e) constitui a decorrência do esquecimento voluntário do filho em relação ao pai.

RESOLUÇÃO: A frase citada denota um processo de amadurecimento na medida em que o narrador passa a
assumir a sua liberdade, e há simultaneidade entre esse processo e o de tomar consciência do esforço
dos familiares para que ele apagasse o pai da memória.

QUESTÃO 04 Assinale a alternativa que explica corretamente o sentido da expressão em destaque.


Resposta: b a) recebia de volta rodeios e subterfúgios = ouvia gritos e repreensões severas
b) cheguei a me exasperar = atingi um estado de irritação intensa
c) o desplante dos comentários = o caráter mentiroso das insinuações
d) não se coadunavam com o carinho = não eram disfarçados pelo carinho
e) horizonte confiável = futuro profissional promissor

RESOLUÇÃO: • A idéia de “chegar a” traduz adequadamente a idéia de “atingir”.


• O verbo “exasperar-se”, que significa encolerizar-se, enfurecer-se, é corretamente explicado por “esta-
do de irritação intensa”.

QUESTÃO 05 É correto afirmar que,


Resposta: a a) no primeiro período, a estrutura sintática põe em relevo o menino, não os parentes, sujeito de abran-
daram.
b) no segundo período, o segmento Ocorre que anos mais tarde está substituído de maneira correta por:
“Acontece que dali há alguns anos ...”.
c) na frase “As crianças sempre vêm os adultos com receio”, a forma verbal está correta.
d) na frase recebia de volta rodeios e subterfúgios, ou então cara feia e rispidez, o ou denota dificuldade
do narrador em decifrar as respostas que recebia.
e) substituindo-se estava acostumado por “me habituara” no segmento com o carinho a que estava acos-
tumado, a frase correta seria : “com o carinho que me habituara”.

RESOLUÇÃO: A estrutura sintática põe em relevo o menino, já que topicaliza (coloca no início da oração) atribu-
tos que se referem a ele: “Órfão de pai e mãe...”

Textos para as questões de 06 a 09


Texto I
Bem não Vos amo, confesso,
Várias juras proferi,
Missa inteira nunca ouvi ...;
Gregório de Matos

Texto II
Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de neve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;


Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.
Bocage

Jucundo: alegre
Ditoso: feliz
Folho: tecido com pregas ou franzido, para enfeitar vestuário

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QUESTÃO 06 Considerando os versos do texto I, assinale a alternativa correta.
Resposta: d a) Gregório de Matos, por submeter-se aos padrões estéticos barrocos, afastou-se da tradição poética
satírica que marcou o século XVI.
b) Gregório de Matos revela, em seus sonetos, comportamento religioso idêntico àquele manifestado por
Anchieta em sua lírica renascentista.
c) Típico representante da cultura teocêntrica no Brasil, Gregório de Matos nega os valores antropocên-
tricos do Renascimento, endossando os princípios da Contra-Reforma.
d) A poesia satírica de Gregório de Matos, ao lado da poesia lírico-amorosa e religiosa, compõe uma
expressão literária multifacetada, reflexo dos contrastes ideológicos que marcaram o século XVII.
e) Gregório de Matos foi o divulgador, aqui no Brasil, da mais alta expressão da lírica trovadoresca ao
produzir não só cantigas satíricas, como também cantigas de amor e de amigo.

RESOLUÇÃO: Gregório de Matos e Guerra foi a maior expressão poética do Barroco brasileiro. Esse período foi
marcado pela dualidade entre os valores antropocêntricos clássicos e os valores teocêntricos medievais
resgatados pela ação da Contra-Reforma. A produção do poeta reflete os contrastes ideológicos da época,
estendendo-se por várias vertentes. Além da poesia lírico-amorosa e religiosa, Gregório cultivou a líri-
co-filosófica, a satírica, a fescenina e a encomiástica.

QUESTÃO 07 Assinale a alternativa correta sobre os textos I e II.


Resposta: a a) Em II, as orações reduzidas de infinitivo constroem uma seqüência em que se percebe um sentido
gradativo.
b) Em II, o pronome oblíquo la (Vê-la) refere-se a figura distinta da indicada pelo lhe em Beijar-lhe.
c) Em II, na expressão o mais jucundo, o o é expletivo, podendo ser excluído sem prejuízo do sentido original.
d) Em I, várias e nunca são palavras igualmente classificadas como advérbio.
e) Em I, transpondo Várias juras proferi para a voz passiva sintética, obtém-se, de acordo com o por-
tuguês culto, “Proferiu-se várias juras”.

RESOLUÇÃO: A progressão que se observa nas orações reduzidas de infinitivo retrata, com efeito, etapas suces-
sivas no avanço da aproximação amorosa. Pode-se falar, portanto, de um sentido gradativo.

QUESTÃO 08 Considerando os versos do texto II, assinale a alternativa correta sobre Bocage.
Resposta: c a) Sua poesia, de caráter filosófico e edificante, evita a linguagem popular e irreverente, típica dos poe-
tas árcades.
b) Apesar de ter em Camões o seu modelo, os motivos clássicos estão ausentes em seus textos poéticos.
c) Além da sátira e do erotismo, sua poesia, com marcas de emotividade, expressa o conflito existencial,
prenunciando o Romantismo português.
d) A representação da vivência amorosa em seus textos é sempre de natureza platônica, revelando uma
visão de mundo racionalista.
e) Afastou-se das formas poéticas tradicionais, como o soneto, preferindo produzir poemas de forma
livre.

RESOLUÇÃO: Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um dos maiores sonetistas da Língua Portuguesa, ao lado de
Camões e de Antero de Quental. Escreveu poemas satíricos, encomiásticos, eróticos, lírico-religiosos e
amorosos, moldados em linguagem classicizante. Foi um poeta de transição: apesar de ser contempo-
râneo dos árcades, é considerado pela crítica um poeta pré-romântico, pois sua obra antecipou a subje-
tividade e os conflitos existenciais que seriam amplamente cultivados durante o Romantismo.

QUESTÃO 09 Considere as seguintes afirmações sobre os textos I e II.


Resposta: e I — Em ambos, a ordem direta dos termos das orações reforça o caráter popular e irreverente da
expressão poética.
II — Neles está presente métrica popular — a redondilha menor — , mais adequada à expressão de con-
teúdos prosaicos.
III — Em II, o falante oculta-se nas formas verbais impessoais (Beijar, por exemplo); em I, manifesta-se
por meio da desinência verbal (confesso, por exemplo).
Assinale:
a) se todas estiverem corretas.
b) se apenas I e II estiverem corretas.
c) se apenas I estiver correta.
d) se apenas II estiver correta.
e) se apenas III estiver correta.

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RESOLUÇÃO: A única afirmação correta é a III, já que o texto I apresenta um enunciador que, de fato, manifes-
ta-se pela desinência verbal de primeira pessoa do singular (“amo”, “confesso”, “proferi”, “ouvi”), enquan-
to o do II optou pelas formas verbais impessoais (“beijar”, “apalpar”, “levantar”).
A afirmação I não é correta, pois em ambos os textos ocorrem inversões sintáticas (“várias juras
proferi”, “apalpar-lhe de neve os dois pimpolhos”). E, diferentemente do que consta na alternativa II, os
textos não são constituídos por versos redondilhos menores: o I apresenta redondilhos maiores, e o II,
decassílabos.

Texto para as questões 10 e 11


— Um instante! disse Aurélia.
— Chamou-me?
— O passado está extinto. (...) agora ajoelho-me eu a teus pés, Fernando, e suplico-te que aceites
meu amor, este amor que nunca deixou de ser teu, ainda quando mais cruelmente ofendia-te. Aquela
que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te. Aqui a tens implorando teu
perdão e feliz porque te adora, como o senhor de sua alma.
As cortinas cerraram-se, e as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantavam o hino miste-
rioso do santo amor conjugal.
José de Alencar

QUESTÃO 10 O fragmento acima, extraído do final do romance que focaliza a corrupção do homem por dinheiro, é
Resposta: c exemplar do comportamento do escritor romântico porque
a) critica valores que regem a vida burguesa, principalmente o apego às leis do coração.
b) apresenta a personagem como fruto do condicionamento genético.
c) expressa seu idealismo ao permitir a redenção da personagem que errou.
d) concebe o herói como representante de uma raça heróica e vigorosa.
e) manifesta traços da doutrina do “bom selvagem” de Rousseau.

RESOLUÇÃO: Em Senhora, José de Alencar expõe o funcionamento das relações matrimoniais da sociedade pa-
triarcal brasileira fundadas no “dote”, ou seja, no aporte material (financeiro) com o qual a figura femi-
nina contribui para a formação do casal.
Fernando Seixas, ao se submeter a essas leis do “mercado” matrimonial, aparece para Aurélia como
um indivíduo decaído. No entanto, por meio de seu esforço pessoal, ele se redime e consegue se libertar
honradamente de seu rebaixamento moral, ao restituir, na íntegra, o dote que recebeu ao se casar com ela.
Nesse momento, Seixas reabilita-se aos olhos de Aurélia, o que permite a realização plena das
expectativas românticas.

QUESTÃO 11 Assinale a alternativa correta.


Resposta: e a) Um instante! é frase utilizada para chamar a atenção do interlocutor, por isso nela predomina a
função emotiva da linguagem.
b) Transpondo a frase suplico-te que aceites meu amor para o discurso indireto, o correto seria: “ela lhe
suplicaria que aceitasse seu amor”.
c) Em as auras da noite, acariciando o seio das flores, o verbo está empregado em sentido denotativo.
d) No segmento no mesmo lugar onde ultrajou-te, onde pode ser corretamente substituído por “o qual”.
e) A oração acariciando o seio das flores equivale a “enquanto acariciavam o seio das flores”.

RESOLUÇÃO: O gerúndio (“acariciando”) equivale semanticamente ao pretérito imperfeito (“enquanto acaricia-


vam”). A noção aqui referida é a de uma ação simultânea e constante, em relação a outras duas ações
marcadas pelos verbos “cerraram-se” (pretérito perfeito) e “cantavam” (pretérito imperfeito).

Textos para as questões de 12 a 14


Texto I
CANTADORES DO NORDESTE
Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão.
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João.

8 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


Um, a quem faltava um braço,
Tocava cuma só mão;
Mas, como ele mesmo disse,
Cantando com perfeição,
Para cantar afinado,
Para cantar com paixão,
A força não está no braço:
Ela está no coração.
Manuel Bandeira

Texto II
Cabeças mulatas espiam nas janelas. A porta é um monte de gente. Dona Teresa, desdentada,
recebe os convidados.
— Não vê que meu defunto Seu Vieira tá enterrado já há dois ano... Faiz mesmo dois ano agora no
Natar.
Antônio de Alcântara Machado

QUESTÃO 12 Sobre o texto I, afirma-se que o poeta imita um violeiro do Nordeste por meio do uso
Resposta: d a) do padrão formal da língua.
b) das rimas ricas.
c) dos versos brancos.
d) de recursos da oralidade.
e) do ritmo irregular.

RESOLUÇÃO: Violeiros e cantadores nordestinos são representantes de uma particular manifestação da cultura
popular brasileira, profundamente marcada pela oralidade. Essa manifestação é transmitida pela fala
viva dos trovadores, no padrão informal da língua (“cuma”). Freqüentemente, as composições desse tipo
modulam-se em versos isométricos (redondilhos maiores), enlaçados por rimas pobres (mesma classe
gramatical) e cadenciados por ritmos regulares (predomínio de acentuação nas 3as—. e 7as
—. sílabas poéti-
cas), como no poema em que Manuel Bandeira imita os cantadores nordestinos como forma de home-
nagem.

QUESTÃO 13 Considere as seguintes formulações de Antonio Candido sobre os escritores de 22.


Resposta: e I — Esforço para retirar à literatura o caráter de classe, transformando-a em bem comum a todos:
mergulho na arte popular, no caboclo, no proletário.
II — Veemente desrecalque, por meio do qual as componentes abafadas, ou laboriosamente defor-
madas (é o caso da “literatura sertaneja”) pela ideologia tradicional, foram trazidas à tona da cons-
ciência artística.
III — A destruição dos tabus formais, a libertação do idioma literário, a paixão pelo dado folclórico, a
busca do espírito popular, a irreverência como atitude.
É correto afirmar que o poema concretiza o citado em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

RESOLUÇÃO: O poema de Manuel Bandeira contém todos os pressupostos do Modernismo de 22, assinalados por
Antonio Candido nas três asserções, quanto à valorização da cultura popular brasileira e suas formas
de manifestação. O esforço de diluição do caráter de classe da literatura culta é notado logo no primeiro
verso, em que o poeta se dirige aos interlocutores com o vocativo “minha gente”. Bandeira procura
assimilar e, assim, valorizar a forma, a linguagem e o espírito da cultura popular, o que constitui uma
atitude irreverente perante o elitismo que imperava na arte culta anterior a 22.

QUESTÃO 14 Sobre o texto II é correto afirmar:


Resposta: c a) diverge do poema, por retratar diferente classe social.
b) concretiza, no Pré-Modernismo, tendência caricatural abandonada pelo Modernismo.
c) exemplifica literatura que legitima variantes populares.
d) remete a um estilo que despreza o pitoresco e o anedótico.
e) identifica-se com o poema quanto ao ponto de vista conservador e preconceituoso.

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RESOLUÇÃO: O texto de António de Alcântara Machado, de fato, “exemplifica literatura que legitima variantes
populares”. O mero uso dessas variantes, como se pode observar na fala da personagem Dona Teresa, ex-
pressa em discurso direto, é razão suficiente para ratificar a alternativa correta. A tradição didática in-
clui a obra desse autor no Modernismo, e não há por que contrariar essa noção. No entanto, não fosse o
erro de considerar tal obra como pré-modernista, a alternativa b seria mais condizente com o texto usa-
do para a questão, pois há nele uma nítida diferença entre o narrador culto e a personagem humilde (cari-
caturada pelo adjetivo “desdentada” e por seu português estropiado), que o Modernismo procurou superar.

Textos para as questões de 15 a 17


Texto I
Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de infor-
mações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de
objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas
as maneiras possíveis.
Ítalo Calvino

Texto II
Não há a possibilidade de existir um homem livre de todas as coerções sociais. Isso não ocorre nem
mesmo no interior do ser humano. Sabemos que as normas sociais impõem até que desejos são admis-
síveis e que desejos são inadmissíveis.
José Luiz Fiorin

Texto III
O inferno são os outros.
Jean Paul Sartre

QUESTÃO 15 Sobre o texto I é correto afirmar:


Resposta: b a) o segundo período estabelece com o primeiro uma relação de finalidade.
b) o segmento destacado equivale a: “cada um de nós é apenas uma combinatória”.
c) o emprego do pronome nós indica distanciamento do falante em relação ao enunciado.
d) os complementos de combinatória constituem aspectos que contrariam o sentido abrangente de enci-
clopédia.
e) a interrogação introduz dúvida para a qual o falante não propõe resposta.

RESOLUÇÃO: A frase “cada um de nós é apenas uma combinatória” exprime, de forma declarativa e não enfática,
o que a frase destacada no fragmento exprime de maneira enfática por meio de uma pergunta retóri-
ca: “quem é cada um de nós senão uma combinatória (...)?”

QUESTÃO 16 Sobre os textos I, II e III é correto afirmar:


Resposta: c a) apenas III apresenta caráter generalizador.
b) apenas II concebe o homem como dependente dos outros.
c) I, II e III concebem o homem como sujeito não-centrado em si mesmo.
d) I, II e III constroem a ilusão da soberania do homem.
e) III diverge de I e II, no que diz respeito à constituição do homem.

RESOLUÇÃO: Nos três textos, o homem é concebido não como sujeito único e imune à influência dos outros, mas
sim como um indivíduo influenciado por interferências externas.
No excerto de Calvino, o homem é visto como “uma combinatória de experiências”; no de Fiorin,
afirma-se que ninguém pode viver “livre de todas as coerções sociais”; finalmente, no texto de Sartre
está pressuposto que é impossível permanecer sem a influência “infernal” dos outros.
Daí a afirmação de que os três textos “concebem o homem como sujeito não-centrado em si mesmo”.

QUESTÃO 17 Sobre os textos I, II e III é correto afirmar:


Resposta: a a) O emprego do verbo no Presente é recurso para a apresentação de conceitos.
b) Em II, coerções sociais e normas sociais apresentam contrariedade de sentido.
c) Em remexido e reordenado (texto I), o prefixo re indica “anterioridade”.
d) Em II, o pronome demonstrativo isso, em função de sujeito, antecipa o que será dito.
e) Em III, o verbo concorda com o sujeito.

RESOLUÇÃO: Os três fragmentos são nitidamente dissertativos e, como tal, contêm comentários expressos por meio
de conceitos universais. O uso do presente do indicativo, denominado omnitemporal (válido em qual-
quer tempo), é um dos recursos para a apresentação de conceitos genéricos, típicos do texto dissertativo.

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Texto para as questões de 18 a 20

01 É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, como


02 cidadãos eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos
03 representantes no parlamento. Mas é igualmente verdade que a
04 possibilidade de ação democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá
05 tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar,
06 mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível
07 sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país
08 e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em
09 particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas
10 multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm
11 que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia
12 aspira.
13 Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de
14 automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos fatos,
15 continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e
16 atuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas
17 ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica.
José Saramago

Laica: leiga

QUESTÃO 18 De acordo com o texto,


Resposta: e a) a prática da democracia não deveria restringir-se a atitudes artificiais, mas ter um sentido profun-
damente cristão.
b) somente com a garantia de escolha dos representantes parlamentares a democracia atingirá seus
reais objetivos.
c) seria melhor substituir o sistema democrático por um outro que estivesse associado a um sistema
econômico forte.
d) a democracia, considerados os problemas que acarreta, constitui sistema político indesejável.
e) o sistema democrático atual, associado ao poder econômico de grandes empresas, limita a ação dos
cidadãos eleitores.

RESOLUÇÃO: A alternativa correta sintetiza o pensamento central do texto, fundado na premissa de que o poder
econômico sufoca e limita o verdadeiro exercício da democracia. Teoricamente, o regime democrático
deveria preservar o bem comum, e não os interesses do grande capital internacional. As demais alter-
nativas passam longe dessa idéia.

QUESTÃO 19 Assinale a alternativa correta.


Resposta: b a) Assim como em ritualizadas, a grafia em “paralizadas” está correta.
b) Assim como em cidadãos, a forma “corrimãos” está de acordo com a norma culta.
c) No texto predomina o discurso descritivo e narrativo.
d) Em gerida pelas empresas multinacionais, pode-se substituir gerida por “nascida”, sem prejuízo do
sentido original.
e) A regência do verbo aspirar em a que por definição a democracia aspira é a mesma do verbo “desejar”.

RESOLUÇÃO: O plural de corrimão aceita, conforme a norma culta, tanto a forma “corrimãos” como “corrimões”.
Quanto às outras alternativas, observe:
a) a grafia correta é “paralisadas”, já que é da mesma família de paralisia;
b) o texto é predominantemente dissertativo;
d) “gerida” é particípio de gerir (gerenciar), nada tendo a ver, portanto, com “nascida”;
e) o verbo “aspirar”, no texto, está como transitivo indireto, enquanto “desejar” é transitivo direto.

QUESTÃO 20 Assinale a alternativa que identifica corretamente o termo a que se refere a palavra destacada.
Resposta: a a) acaba aí (linha 4) — a possibilidade de escolha do representante
b) não lhe agrade (linha 5) — o governo
c) pôr outro no seu lugar (linha 5) — o eleitor
d) aquele bem comum (linha 11) — o poder econômico
e) quando dela pouco mais nos resta (linha 16) — a nudez crua dos fatos

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 11


RESOLUÇÃO: A questão aborda a função dos vocábulos anafóricos, isto é, aqueles cujo sentido nasce da função de
estabelecer relações entre outros vocábulos ou idéias anteriormente expressas. Assim, por exemplo, o
pronome lhe destacado na alternativa b não se relaciona a governo, e sim a eleitor. Observa-se o
mesmo tipo de engano nas demais alternativas erradas. Mas há que se considerar que o advérbio aí da
alternativa a não se reporta propriamente à idéia contida na expressão “possibilidade de escolha do re-
presentante”. Em rigor, reporta à noção de que a democracia atual se restringe à escolha dos represen-
tantes. Embora semelhantes, há nuanças bem marcadas entre as hipóteses. Mesmo assim, a alternati-
va a é a única que se aproxima da idéia a que se refere o advérbio aí.

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Inglês
The following text refers to questions 21 to 23.
A DIFFICULT FORMULA:
MATH = FUN
At Williams College, even calculus is cool.
By Daniel McGinn
At most colleges there’s only one thing less popular than a calculus
class: a 9 a.m. calculus class. But on a recent morning at Williams College,
all 50-odd seats are filled as Edward Berger teaches differentiation. Not
even Berger, a former stand-up comic, can turn 8x3 + 2x into fodder for
Jay Leno. But he can try. As students work problems, their professor
clambers between rows, offering encouragement. When the class seems
particularly hung up — doesn’t anyone remember the quadratic formula?
— he coaches a woman into singing the formula, to the tune of “Jingle
Bells” (hum along: “Negative B/plus or minus the/square root of B
squared …”).
This is math? It is at Williams College. “We do whatever it takes to get the biggest audience
possible,” says department chair Colin Adams. And it’s working. The elite liberal — arts school in
Massachusetts just graduated a record 42 students with bachelor’s degrees in mathematics. That’s
8 percent of the class — at a time when just or 2 percent of students nationally choose math as a
major. Even at Williams math can’t compete with the hottest major, economics. But the subject has
earned a respectable buzz, which may offer larger lessons for educators clinched in a national
debate over math. The issues are complex but boil down to one thing: how to excite kids about
math? At Williams the answer is fun, imaginative teaching.
In the ’70s and ’80s, Williams’s math department was like that of most schools: arrogant and
uncompromising. “The sense was that math ought to be hard, and only the best and brightest students
should be taking it,” says Olga Beaver, who joined the faculty in 1979. So tough introductory classes
acted as filters, causing many students to find a different major. But in the late ’80s a new generation
of faculty arrived and made intro classes less intimidating. They developed courses that would appeal
to nonmajors, like math for finance and math for medicine. In classrooms, teachers began assigning
more group projects to combat the image of math as a solitary pursuit.
The bigger changes came as the department focused on hiring great teachers, regardless of
their research specialty. Two of Williams’s 12 math professors have been named the country’s best
collegiate math teacher in recent years; Berger is a finalist this year.
Adapted from Newsweek

QUESTÃO 21 The text states that at Williams College:


Resposta: c a) 2% of students graduate in math.
b) math teachers have had a hard time teaching their students.
c) math didn’t use to be so popular.
d) hiring good teachers wasn’t a clever idea.
e) traditional classes have been able to excite kids.

RESOLUÇÃO: Lê-se no início do 3º parágrafo: “In the, ’70 s and ’80 s... uncompromising.”
“Nas décadas de 70 e de 80, o departamento de Matemática da Faculdade de Williams era seme-
lhante ao da maioria das escolas: arrogante e intransigente.” Ou seja: “a matemática não costu-
mava ser muito popular”, como diz a alternativa c.

QUESTÃO 22 Some of the reasons for the success of math at Williams College are:
Resposta: b a) uncompromising classes, intimidating intro classes, research specialty, medicine math.
b) qualified teachers, dynamic classes, group projects, relaxed intro classes.
c) formula singing, big audience, national debate, best collegiate math teachers.
d) major intro classes, bachelor’s degree, nonmajor courses, solitary pursuit.
e) research specialty, best collegiate, bright students, respectable buzz.

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 13


RESOLUÇÃO: Lê-se no final do 2º parágrafo: “At Williams… teaching”.
“Na Faculdade Williams a resposta é um ensino divertido e criativo”. E no final do 3º parágrafo:
“They developed … pursuit.”
Eles (os professores) desenvolveram cursos que chamavam a atenção dos estudantes de outras
áreas, como cursos de matemática para finanças e para medicina. Nas aulas, os professores
começaram a desenvolver mais projetos em grupo para combater a imagem da matemática como
uma ocupação solitária.”
A questão pede algumas das razões do sucesso da matemática na Faculdade Williams. Diz a alter-
nativa b: “professores qualificados, aulas dinâmicas, projetos em grupo, aulas descontraídas.”

QUESTÃO 23 Which of the following sentences is NOT correct according to the text?
Resposta: e a) Intro classes in the ’70s were more intimidating than now.
b) Math is not as popular as economics at Williams College.
c) Generally a calculus class is not so popular.
d) Two math teachers from Williams College have been considered better than the others.
e) Everybody knows that only the smartest students should take math today.

RESOLUÇÃO: Qual das seguintes sentenças não está correta segundo o texto?
Tem-se, na alternativa e: “Todos sabem que só os alunos mais brilhantes devem fazer matemática hoje.”
Esta afirmação constrasta com a exposição feita no 3º parágrafo, quando Olga Beaver declara: “O senso era
o de que a matemática devia ser difícil, e só os melhores e mais brilhantes alunos deveriam fazer o curso.”

The following comic strip refers to question 24.


QUESTÃO 24 The message conveyed by the comic strip below could be:
Resposta: b

a) Never give anybody the album “Beggars Banquet.”


b) Piracy should be banned.
c) Stolen property is a good gift.
d) A CD should always bring liner notes and art.
e) Gifts shouldn’t be thrown to people’s faces.

RESOLUÇÃO: Ela oferece a ele um CD pirateado, de um álbum que ele aprecia muito. Ele a critica por isso e a
repreende por roubar a propriedade da obra.
A alternativa b diz: “A pirataria deve ser banida.” Essa é a mensagem transmitida pelos quadrinhos.

The following text refers to questions 25 and 26.


The Childless Revolution
by Madelyn Cain

Paperback

Availability Date: 03/14/02

Available

Retail Price: $15.00

($22.95 Can./£10.99 UK)

14 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


Description
Thanks in part to birth control, delayed marriages, and the emergence of two-career couples, 42% of
the adult female population is childless, representing the fastest-growing demographic group to emerge
in decades. Alternately pitied and scorned, childless women are rarely asked directly about the
reasons for their status; the elephant in the living room, childlessness is a taboo subject. Asking the
hard questions, Madelyn Cain uncovers the many reasons for childlessness — from infertility to a focus
on a career to even political action — and explores the ramifications, both personal and sociological.
Simultaneously compassionate and journalistically curious, The Childless Revolution is informed by the
stories of over 100 childless women, at long last giving voice to their experience and validating the jumble
of emotions women feel about being a part of such a controversial population. For childless women and
their families everywhere, this is the first — and long overdue — book to put a face on women who have
made a largely misunderstood reproductive choice.
From: www.perseusbooksgroup.com
QUESTÃO 25 De acordo com a informação acima a respeito do livro “The Childless Revolution”, conclui-se que:
Resposta: d a) Hoje em dia, os casais estão tão ocupados que não podem sequer imaginar uma criança “de ver-
dade”.
b) Segundo Madelyn Cain, as mulheres gostam apenas de sonhar em ter um filho como um
bonequinho, bem arrumado e com um sapato enfeitado. A vida está muito cara e difícil para os
casais norte-americanos; apenas 42 % das mulheres adultas têm filhos.
c) Nos Estados Unidos, existe um “movimento dos sem-filhos” que fornece apoio psicológico para
homens e mulheres que preferiram não ter filhos, seja por opção ou por infertilidade. A escritora
confirma que os casais vivem mais em harmonia quando não possuem filhos.
d) A escritora Madelyn Cain afirma no seu livro “The Childless Revolution” (“A Revolução dos Sem-Fi-
lhos”) que as mulheres são consideradas vítimas de preconceito, inspirando “pena ou desprezo”, apon-
tando ainda o crescimento do número de mulheres nesta categoria em expansão nos Estados Unidos.
e) O livro “The Childless Revolution” (“A Revolução dos Sem-Filhos”) analisa toda a problemática
enfrentada pelos casais que não querem ou não puderam ter filhos. A autora entrevistou 100
mulheres que informaram seu desejo de não ter filhos; por esse motivo Madelyn Cain resolveu
colocar o nome de “Revolução” (“Revolution”) por verificar que o aspecto cultural envolvido nesse
assunto seria muito interessante, com proporções gigantescas.

RESOLUÇÃO: Lê-se nos seguintes trechos: “Alternately pitied and scorned” (pena e desprezo em alternância). “… the
fastest-growing demographic group to emerge in decades” (o grupo demográfico de crescimento
mais rápido a emergir em décadas).
O grupo de que ela fala é presumivelmente americano, uma vez que o preço mencionado do livro
primeiramente é em dólar americano: $ 15.00.

QUESTÃO 26 The active voice of the sentence “childless women are rarely asked directly about the reasons
Resposta: c for their status” is:
a) The reasons for childless women to be asked is rarely directed by their status.
b) The status of childless women is rarely asked about by them.
c) Almost nobody asks childless women about the reasons for their status.
d) Few people are rarely asked about childless women’s status.
e) Everybody is asked about the reasons of childless women’s reasons.

RESOLUÇÃO: A voz ativa da sentença “mulheres sem filhos raramente são questionadas diretamente sobre as razões
de sua condição social” é:
Temos, na alternativa c: “quase ninguém questiona as mulheres sem filhos as razões de sua condição
social.”

The following sentences refer to questions 27 and 28.


“What do you want us to do?
Sit back and play dead?”
(Raanan Gissin, spokesman for Prime Minister Ariel Sharon,
on why Israeli forces bombed Palestinian territories, killing at least 40 people.)
Newsweek, March 18, 2002.
QUESTÃO 27 O comentário acima foi pronunciado:
Resposta: e a) assim que aproximadamente 40 pessoas foram assassinadas pessoalmente pelo primeiro-minis-
tro Ariel Sharon.
b) após as tropas palestinas terem bombardeado o território israelita.

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 15


c) por Ariel Sharon após a tomada de territórios palestinos.
d) pelo primeiro-ministro palestino, deixando claro suas intenções em relação a Israel.
e) como resposta à indignação do mundo frente ao massacre de palestinos.

RESOLUÇÃO: “O que vocês querem que façamos? Sentarmo-nos e fingirmo-nos de mortos?


(Raanan Gissin, porta-voz do Primeiro Ministro Ariel Sharon, sobre o motivo pelo qual as forças
israelenses bombardearam os territórios palestinos, matando pelo menos 40 pessoas.

QUESTÃO 28 “Play Dead” is the same as:


Resposta: a a) pretend one’s dead.
b) fight to the death.
c) be buried.
d) be safe and sound.
e) be sent to a cemetery.

RESOLUÇÃO: A expressão “play dead” significa “fingir-se de morto”, que equivale à sentença da alternativa a.

The following text refers to questions 29 and 30.


CLOCKS IN YOUR HEAD
Many of us look forward to sleep as a respite from the worries of the day. But it is not as free from
care as we might hope, according to Jan Born, a neuroendocrinologist at the University of Luebeck
in Germany. Even as we doze, our brains somehow keep track of our daily schedule and signal the
release of a stress hormone one hour before we have to get up. By then, hitting the snooze button
is just fighting the inevitable.
From: www.discover.com/science_news/bioscience.html
QUESTÃO 29 Jan Born states that:
Resposta: d a) A nap after work can be very stressful.
b) While awake, the brain knows how to control our daily schedule.
c) People occasionally get up one hour before the scheduled hour.
d) Sleeping won’t set you free from your problems.
e) As soon as people wake up, they hit the snooze button.

RESOLUÇÃO: Lê-se a resposta no seguinte trecho: “But it is not ... might hope”. (Mas isso [o sono] não nos liber-
ta da preocupação, como poderíamos esperar). A alternativa d diz: “Dormir não te liberta dos teus
problemas”.

QUESTÃO 30 In which sentence is the expression “look forward to” correctly used?
Resposta: a a) She looks forward to moving abroad before long.
b) I’ll look forward the applications and pick out the best.
c) They wanted a financial controller to look forward the city’s accounts.
d) Shall we look forward the cathedral this afternoon?
e) They must look forward to their defense.

RESOLUÇÃO: A expressão “look forward to” traduz-se por “esperar com ansiedade”. A alternativa a diz: “Ela
espera ansiosamente mudar-se para o exterior o quanto antes.”

16 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


Química
Responda às questões 31 e 32 com base no texto abaixo e nas equações dadas.
Com o intuito de evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue, é recomendado que se
coloque água sanitária bem diluída, nos pratos dos vasos e em algumas plantas (bromélias).
A substância ativa, presente nessa solução, é o hipoclorito de sódio (NaClOaq.). Abaixo, estão equacio-
nadas reações que ocorrem na preparação da água sanitária.
(I) NaClO +H O → NaOH
← + HOCl
(aq.) 2 (l) (aq.) (aq.)
(II) Na2CO3(s) + 2 H2O(l) → 2 NaOH(aq.) + H2O(l) + CO2(g)

QUESTÃO 31 A equação (I) mostra que o hipoclorito de sódio em solução se decompõe. Nesse caso, para que perma-
Resposta: b neça estabilizado e a solução funcione a contento, percebe-se que na preparação da água sanitária se
deve adicionar:
a) H2O d) NaCl
b) Na2CO3 e) N2
c) CO2

RESOLUÇÃO: A adição de Na2CO3 em água irá produzir NaOH, que irá deslocar o equilíbrio (I) para a esquerda,
favorecendo a formação do NaClO.

QUESTÃO 32 A água sanitária é uma solução:


Resposta: b a) ligeiramente ácida.
b) fortemente básica.
c) fortemente ácida.
d) neutra.
e) inodora.

RESOLUÇÃO: É fortemente básica, devido à presença de NaOH (base forte).

QUESTÃO 33 HOCl + H1+ + 2 I 1– → H2O + Cl1– + I2


Resposta: a Na reação acima equacionada, verifica-se que:
a) o cloro, no HOCl, reduz-se.
b) o cloro não perde nem recebe elétrons.
c) o cloro, no HOCl, oxida-se.
d) o íon Cl1– é um cátion.
e) o íon I 1– reduz-se.
RESOLUÇÃO:
HO Cl + H + + 2 I – → H2O + Cl – + I2
redução
+1 –1

Responda às questões, de 34 a 37, a partir das informações do texto abaixo.


Para se obter etanol anidro (100% puro), trata-se o álcool etílico ou álcool comum (96º GL) com cal
virgem (CaO). Esta reage com a água presente no álcool, formando Ca(OH)2. A substância Ca(OH)2,
que é insolúvel, pode então ser separada do etanol por filtração.

QUESTÃO 34 Uma diferença entre o álcool anidro e o álcool comum é que, enquanto o álcool anidro é uma:
Resposta: d a) substância simples, o álcool comum é uma substância composta.
b) mistura homogênea, o álcool comum é uma mistura heterogênea.
c) mistura heterogênea, o álcool comum é uma substância composta.
d) substância composta, o álcool comum é uma mistura homogênea.
e) mistura homogênea, o álcool comum é uma substância composta.

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 17


RESOLUÇÃO: O álcool anidro (C2H6O) é uma substância composta.
O álcool comum ou álcool hidratado (C2H6O + H2O) é uma mistura homogênea.

QUESTÃO 35 Compare a informação do texto com outra contida no rótulo de uma bebida destilada, onde se lê:
Resposta: b Teor alcoólico 28% ou 28º GL

Nota:
as porcentagens citadas
referem-se a volume

Essa informação indica que, possivelmente, a bebida contém:


a) 28% de água.
b) 28% de álcool.
c) 72% de álcool.
d) 72% de álcool e água.
e) 28% de álcool e água.

RESOLUÇÃO: O teor alcoólico, ou ºGL indica a quantidade de álcool.


Assim, a informação do rótulo indica que a bebida contém 28% de álcool.

QUESTÃO 36 O resíduo, separado na filtração, é:


Resposta: c a) um sal inorgânico insolúvel.
b) um óxido normal.
c) um hidróxido.
d) um composto orgânico.
e) um composto solúvel em água e em álcool.

RESOLUÇÃO: Como ocorreu a reação entre o CaO e a água, originando Ca(OH)2, que é insolúvel segundo o texto,
temos
CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(s)

hidróxido de Cálcio
insolúvel
resíduo sólido

QUESTÃO 37 CaO + H2O → Ca(OH)2


Resposta: a
A quantidade de CaO, de pureza 70%, necessária para eliminar 90 kg de água, presente no álcool,
supondo que o rendimento da reação seja igual a 100%, é de:
a) 400 kg Dado:
b) 6300 kg massa molar(g/mol)
c) 280 kg Ca = 40
d) 100 kg O = 16
e) 4 kg H=1

RESOLUÇÃO: CaO + H2O → Ca(OH)2


1 mol  1 mol
56 g  18 g
x  90 g
56 g ⋅ 90 g
x= = 280 g de CaO
18 g

280 g CaO  70 %


y  100%
280 g ⋅ 100%
y= = 400 g
70 %

18 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


OH


CH3


QUESTÃO 38 A respeito do Timol, essência de tomilho, usado na indústria ali- — CH


Resposta: e mentícia, cuja fórmula estrutural plana está colocada acima, CH3
fazem-se as afirmações:
H3C —

I) é um hidrocarboneto aromático contendo dois carbonos terciários.


II) possui cadeia carbônica ramificada e heterogênea.
III) é um fenol que possui três carbonos terciários em sua estrutura.
IV) tem fórmula molecular igual a C10H14O.
São corretas somente:
a) I e IV d) I e II
b) II e III e) III e IV
c) II, III e IV

RESOLUÇÃO: Fenol
Carbono terciário
OH


CH3
C
H

——

C C — CH


H3C — C C CH3
——

C H

H
Carbono terciário
14243

3 carbonos terciários
Fenol
fórmula molecular C10H14O
Corretas: III e IV.

QUESTÃO 39 O íon Ca2+, que tem 20 prótons, é isoeletrônico do S2–. O número atômico do átomo de enxofre é:
Resposta: d a) 20 d) 16
b) 18 e) 24
c) 22

RESOLUÇÃO: Ca2+ prótons = 20


elétrons = 18

S2– elétrons = 18
prótons = 16 ⇒ número atômico = 16

QUESTÃO 40 As células cancerígenas da epiderme são rapidamente destruídas, quando bombardeadas pelo isóto-
Resposta: c po cobalto 60, que pode ser obtido pela reação nuclear:
59 60
27
Co + x → 27
Co , onde x é:

a) um elétron. d) um átomo do isótopo de hidrogênio 11 H.


b) um próton. e) uma partícula alfa (24α).
c) um nêutron.

59 1 60
RESOLUÇÃO: 27
Co + 0
n → 27
Co
(nêutron)

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 19


QUESTÃO 41 Num balão, contendo soluções molares de sulfato de sódio e de sulfato de alumínio, a concentração em
Resposta: d íons-grama por litro de cada íon presente é:
Na1+ Al3+ SO42–
a) 1 3 2
b) 1 1 2
c) 1 2 3
d) 2 2 4
e) 1 3 4

RESOLUÇÃO: Analisando separadamente cada um dos sais em solução aquosa, teremos:


+
Na2SO4(aq) → 2 Na (aq) + SO24 –(aq)
1 mol/L 2 mol/L 1 mol/L

Al2(SO4)3(aq) → 2 Al 3+
(aq)
+ 3 SO24(aq)

1 mol/L 2 mol/L 3 mol/L

Assim, a concentração por litro de cada íon é:


Na+ : 2 mol / L = 2 ion g/L
Al 3+ : 2 mol / L = 2 ion g/L
SO24 – : 4 mol / L = 4 ion g/L

QUESTÃO 42 A equação balanceada que melhor representa a reação entre o gás metano (no qual um átomo de car-
Resposta: b bono está ligado a quatro átomos de hidrogênio) e o gás cloro (que é uma molécula biatômica), forman-
do clorofórmio e cloreto de hidrogênio, é:
a) CH4 + 4 Cl2 → CCl4 + 4 HCl Observação:
b) CH4 + 3 Cl2 → CHCl3 + 3 HCl O clorofórmio também
pode ser chamado de
c) C4H4 + 3 Cl2 → C4H4Cl6 triclorometano.
d) CH4 + 2 Cl2 → CH2Cl3 + HCl
e) CH4 + 4 Cl → CHCl3 + HCl

RESOLUÇÃO: A reação entre o metano (CH 4) e o gás cloro (Cl2) pode ser representada por:

H Cl
Cl — Cl H — Cl

H—C—H + Cl — Cl H — C — Cl + H — Cl

Cl — Cl H — Cl
H Cl

QUESTÃO 43 No tratamento de sarna, usa-se sabonete de benzoato de benzila. Essa subs- Dado:
Resposta: a tância, de fórmula mínima C7H6O e massa molar igual a 212 g/mol, tem
massa molar (g/mol)
fórmula estrutural: H=1
C = 12
a) O d) H O = 16
O

—C

—C—C

O — CH2 —

OH

O O


b) —C e) — CH2 — C

H O—

O

c) — CH2 — C

OH

20 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


RESOLUÇÃO: A fórmula estrutural do benzoato de benzila é:
H


H
C O

— ——
——


H—C C—C C




O — CH2 — C C—H
H—C C—H



——

C H—C C—H


——
C
H


H

QUESTÃO 44
Resposta: c H * Br O P
* * * *
H H H * H
H

Observando-se as fórmulas eletrônicas ou de Lewis, das substâncias HBr, H2O e PH3, é INCORRETO
afirmar que:
a) o átomo de hidrogênio é menos eletronegativo que o átomo de bromo e o de oxigênio.
b) o bromo pertence à família dos halogênios.
c) tanto o fósforo como o oxigênio têm dois elétrons na camada de valência.
d) nos três compostos, o hidrogênio faz ligação covalente.
e) a eletronegatividade do hidrogênio e do fósforo devem ser iguais ou muito próximas.

RESOLUÇÃO: O átomo de oxigênio apresenta seis elétrons na camada de valência, ao passo que o átomo de fós-
foro apresenta cinco elétrons na camada de valência.

QUESTÃO 45 Dadas as equações termoquímicas:


Resposta: d 3
I) CH3OH(l) + O → CO2(g) + 2 H2O(l) ∆H1 = – 726,3 kJ
2 2(g)

II) C(s) + O2(g) → CO2(g) ∆H2 = – 393,0 kJ

1
III) H2(g) + O → H2O(g) ∆H3 = – 285,8 kJ
2 2(g)
A entalpia de formação do metanol, representada abaixo, é:
1
C(s) + 2 H2(g) + O → CH3OH(l)
2 2(g)
a) – 1 405,1 kJ/mol
b) + 47,5 kJ/mol
c) – 95,0 kJ/mol
d) – 238,3 kJ/mol
e) + 1 690,9 kJ/mol

RESOLUÇÃO: De acordo com a Lei de Hess, teremos:


C(s) + O2(g) → CO2(g) ∆H = – 393,0 kJ
2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(l) ∆H = – 571,6 kJ
CO2(g) + 2 H2O(l) → CH3OH(l) + 3/2 O2(g) ∆H = +726,3 kJ
C(s) + 2 H2(g) + 1/2 O2(g) → CH3OH(l) ∆H = –238,3 kJ/mol

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 21


Física
QUESTÃO 46 Tássia, estudando o movimento retilíneo uniformemente variado, deseja determinar a posição de um
Resposta: a móvel no instante em que ele muda o sentido de seu movimento. Sendo a função horária da posição do
móvel dada por x = 2t2 – 12 t + 30, onde x é sua posição em metros e t o tempo de movimento em segun-
dos, a posição desejada é:
a) 12 m d) 26 m
b) 18 m e) 30 m
c) 20 m

RESOLUÇÃO: Como x = 2 t2 – 12 t + 30 temos a = 4 m/s2


vo = – 12 m/s
xo = 30 m.
Logo: v = –12 + 4 t
No instante de inversão: v = 0 ∴ 0 = – 12 + 4 ti
⇒ ti = 3 s
Substituindo-se ti na equação de x:
x = 2 ⋅ 32 – 12 ⋅ 3 + 30 ∴ x = 12 m

QUESTÃO 47 Um menino percorre, de bicicleta, uma pista circular. Sua velocidade escalar é constante e a freqüên-
Resposta: b cia do movimento é igual à do ponteiro dos segundos, de um relógio convencional que funciona normal-
mente. O raio da trajetória descrita é 96m e o espaço percorrido pelo menino, durante 1,0 minuto, é
aproximadamente:
a) 1,6 ⋅ 102 m d) 1,0 ⋅ 103 m
b) 6,0 ⋅ 102 m e) 3,8 ⋅ 104 m
c) 9,6 ⋅ 102 m

RESOLUÇÃO: T = 60 s (ponteiro dos segundos)


r = 96 m
∆t = 60 s (1 minuto)
∆s = v ⋅ ∆t = 2π ⋅ r ⋅ ∆t
T

∴ ∆s = 2π ⋅ 96 ⋅ 60
60
⇒ ∆s  6,0 ⋅ 102 m

QUESTÃO 48 Um disco de massa 100g desliza sobre uma


superfície horizontal perfeitamente lisa, com
Resposta: e
velocidade de módulo 5,0m/s. Num determi-
nado instante choca-se contra uma parede e,
após 1,0 milissegundo, retorna sobre a mesma
trajetória, com velocidade de módulo 4,0m/s.
O choque foi e a força apli-
cada ao disco pela parede teve a intensidade
de .

As informações que preenchem corretamen- v0 = 5,0 m/s
te as lacunas, na ordem de leitura são, respec-
tivamente:
a) perfeitamente elástico e 1,0 ⋅ 102 N.

b) perfeitamente elástico e 9,0 ⋅ 102 N. v = 4,0 m/s
c) anelástico e 1,0 ⋅ 102 N.
d) parcialmente elástico e 1,0 ⋅ 102 N.
e) parcialmente elástico e 9,0 ⋅ 102 N.

22 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


RESOLUÇÃO: m = 100 g = 10 – 1 kg
vi = 5 m/s vf = – 4 m/s
∆t = 1 ms = 10 – 3s
• Como o módulo da velocidade do corpo diminui, o choque é parcialmente elástico.
• Da 2ª Lei de Newton:
∆Q m ⋅ vf – vi 10 – 1 ⋅ 9
Fm = = =
∆t ∆t 10 – 3
∴ Fm = 9 ⋅ 10 2 N

QUESTÃO 49 Uma pequena esfera é abandonada do repouso no ponto A do trilho liso ilustrado abaixo. Após passar
Resposta: e pelo ponto B, desloca-se livremente, estando sujeita apenas à ação do campo gravitacional terrestre
(g = 10m/s2). O ponto C, no qual a esfera incidirá após certo intervalo de tempo, é extremidade do seg-
mento de reta horizontal BC, cujo comprimento é:


g

A
C
B
0,800 m
0,600 m
θ Dados:

sen θ = 0,60
cos θ = 0,80

a) 7,68 m
b) 4,80 m
c) 3,84 m
d) 4,80 ⋅ 10 –1 m
e) 3,84 ⋅ 10 –1 m

RESOLUÇÃO: Sendo o trilho liso (sem atrito), de A para B o sistema é conservativo. Considerando-se a reta ho-
rizontal BC como nível de referência:
0 0
εmB = εmA ⇒ εcB + εpB = εcA + εpA
1 1 2
m ⋅ v 2B = m ⋅ g ⋅ h A ⇒ v B = 10 ⋅ 0, 2 ∴ v B = 2 m / s.
2 2
De B para C, o movimento é um lançamento oblíquo, cuja alcance horizontal é dado por:

v2B ⋅ 2 ⋅ sen θ ⋅ cos θ 22 ⋅ 2 ⋅ 0, 6 ⋅ 0, 8


D= =
g 10

∴ BC = D = 3,84 ⋅ 10 –1 m.
Comentário: O ponto mais alto da trajetória parabólica deveria aparecer abaixo do ponto A.

QUESTÃO 50 A esfera de 30N e raio 60cm, da figura ao lado, encontra-se apoiada


Resposta: d sobre um plano inclinado em que o atrito é desprezível. Seu equilíbrio é
mantido pelo fio ideal, de 75cm de comprimento, preso ao centro e tra-
cionado horizontalmente. A intensidade da força tensora nesse fio é:
a) 10 N α
b) 20 N
c) 30 N
d) 40 N
e) 50 N

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 23


RESOLUÇÃO: Representando-se as medidas geométricas e efetuando-se a soma vetorial das forças aplicadas na
esfera:

N α

Estabelecendo-se as relações de semelhança:


75 cm T
α
45 cm 60 cm 60 45 60 45
= ⇒ = ∴ T = 40 N
T P T 30

QUESTÃO 51 Uma caixa cúbica, de paredes finas e arestas medindo 10,0cm cada, flutua vazia em água parada
Resposta: c (ρ = 1,0g/cm3), com 15% de seu volume submerso. Se introduzirmos no interior dessa caixa 1000cm3
de óleo, de densidade 0,75g/cm3, a mesma irá:
a) submergir completamente. d) afundar mais 6,0 cm.
b) afundar mais 9,0 cm. e) afundar mais 1,5 cm.
c) afundar mais 7,5 cm.

RESOLUÇÃO: Representando a situação descrita e assinalando os acréscimos de força devidos à introdução do


óleo, temos: ∆E

Póleo

Tanto antes como depois da introdução do óleo, o sistema fica em equilíbrio. Portanto:
∆E = Póleo ⇒ dÁgua ⋅ ∆ VI ⋅ g = dóleo ⋅ Vóleo ⋅ g.
dÁgua ⋅ S ⋅ ∆h = dóleo ⋅ Vóleo
Substituindo-se os valores numéricos dados:
1 ⋅ 102 ⋅ ∆h = 0,75 ⋅ 103 ∴ ∆h = 7,5 cm, para baixo, pois o empuxo aumentou.

QUESTÃO 52 Joãozinho, seguindo as orientações de seu professor de Física, construiu uma nova escala termométrica.
Resposta: c Ao nível do mar, ele atribuiu o valor – 20° J para a temperatura do gelo fundente e 130° J para a tem-
peratura de ebulição da água. A medida, que nessa escala tem valor coincidente com o da escala Cel-
sius, refere-se à temperatura:
a) 20° J d) 50° J
b) 30° J e) 60° J
c) 40° J

RESOLUÇÃO: Representando as escalas lado a lado e estabelecendo as relações de semelhança, temos:

°J °C

130° 100°
3 2
130 + 20 100 – 0
= ⇒ 150 = 100
x x x + 20 x–0 x + 20 x

∴ x = 40º J
–20° 0°

24 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


QUESTÃO 53 Uma das razões que faz a água, próxima à superfície livre de alguns lagos, congelar no inverno, em re-
Resposta: a giões de baixas temperaturas, é o fato de que ao ser resfriada, no intervalo aproximado de 4°C a 0°C,
ela sofre um processo de dilatação. Com isso seu volume e sua densidade .
Desprezando os efeitos da irradiação térmica, durante esse resfriamento a água do fundo do lago não
consegue atingir a superfície livre, pois não ocorre mais a e sua temperatura diminuirá,
devido ao processo de .
As informações que preenchem corretamente as lacunas, na ordem de leitura são, respectivamente:
a) aumenta, diminui, convecção térmica e condução térmica.
b) diminui, aumenta, convecção térmica e condução térmica.
c) aumenta, diminui, condução térmica e convecção térmica.
d) diminui, aumenta, condução térmica e convecção térmica.
e) aumenta, aumenta, condução térmica e convecção térmica.

RESOLUÇÃO: • Como a água da superfície livre sofre dilatação térmica, seu volume aumenta e sua densidade
diminui.
• Assim, como as camadas superiores ficam menos densas, não ocorre mais a convecção térmica.
• A água do fundo tem sua temperatura diminuída pelo processo de condução térmica.

QUESTÃO 54 Num recipiente hermeticamente fechado, que não sofre dilatação térmica e provido de uma válvula,
Resposta: a encontra-se a massa de 200g de um gás ideal, sob pressão de 2,0atm e temperatura 27°C. Numa deter-
minada experiência, foi necessário que uma massa de 50g desse gás fosse liberada para o ambiente.
Devido a isso, a pressão do gás remanescente passou a ser 1,4atm. A temperatura da massa final de
gás, no recipiente, passou a ser:
a) 7 °C d) 567 °C
b) 27 °C e) 840 °C
c) 280 °C

∴ n2 = 3 n1
1442443

RESOLUÇÃO: m1 = 200 g m2 = 150 g


4
p1 = 2,0 atm p2 = 1,4 atm

V1 = V2 = V T1 = 27ºC = 300 K T2 = ?

Como: p1 ⋅ V = n1 ⋅ R ⋅ T1 p2 n T
⇒ = 2 ⋅ 2
p2 ⋅ V = n2 ⋅ R ⋅ T2 p1 n 1 T1

1, 4 3 T2
= ⋅
2 4 300
⇒ T2 = 280 K = 7ºC

QUESTÃO 55 Um gás, contido em um recipiente dotado de um êmbolo que pode se mover, sofre uma transformação.
Resposta: b Nessa transformação fornecemos 800 cal ao gás e ele realiza o trabalho de 209J. Sendo 1 cal = 4,18J,
o aumento da energia interna desse gás foi de:
a) 209 J d) 3 553 J
b) 3 135 J e) 3 762 J
c) 3 344 J

RESOLUÇÃO: Q = 800 cal = 3344 J


τ = 209 J
∆U = Q – τ = 3344 – 209
∆U = 3135 J

QUESTÃO 56 A luz vermelha se propaga no vidro com velocidade de 2,0 ⋅ 108 m/s e no ar com velocidade de 3,0 ⋅ 108 m/s.
Resposta: b Um raio de luz vermelha, se propagando no ar, atinge uma das faces de um cubo de vidro com ângulo
de incidência igual a 30°. O ângulo de refração correspondente terá seno igual a:
a) 0,20 d) 0,50
b) 0,33 e) 0,87
c) 0,48

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 25


RESOLUÇÃO: A situação descrita no enunciado pode ser representada como segue:
N Aplicando-se a Lei de Snell-Descartes

sen i vprovém (ar)


=
i sen r vpassa (vidro)
Ar
Luz
sen 30° 3 ⋅ 108
Vidro =
sen r 2 ⋅ 108
r

1
sen r = ⇒ sen r  0,33
3

QUESTÃO 57 Uma mola helicoidal de massa desprezível está presa, pela extremidade A, a uma parede rígida e, na
extremidade B, encontra-se preso um corpo de massa m, conforme mostra a figura I. Quando o conjunto
Resposta: c
oscila livremente na direção da reta horizontal AB, perpendicular à parede, constitui-se um oscilador
harmônico de período T. Se dispusermos de duas molas idênticas à anterior e as fixarmos conforme a
figura II, ao constituirmos um oscilador harmônico, com a oscilação do mesmo corpo de massa m, se-
gundo a mesma direção AB, seu respectivo período será:

B A B
A

Figura I Figura II

B A

vista frontal

T 2
a) d) T
4
T
b) e) 2 T
2
T 2
c)
2

RESOLUÇÃO: Os períodos das oscilações dos sistemas são:

B A B
m m A
k
kEQ = 2 k

m m
T = 2π T’ = 2 π
k 2k

26 MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES


m

T’ 2k
Assim: =
T m

k

T’ 1 2
= ∴ T’ = T
T 2 2

QUESTÃO 58 Para praticar seus conhecimentos de Eletricidade, Sérgio dispõe de duas esferas metálicas A e B. A es-
fera B possui volume 8 vezes maior que o de A e ambas estão inicialmente neutras. Numa primeira etapa,
Resposta: e
eletriza-se a esfera A com 4,0 C e a B com 5,0 C. Numa segunda etapa, as esferas são colocadas em
contato e atingem o equilíbrio eletrostático. Após a segunda etapa, as cargas elétricas das esferas serão,
respectivamente:
a) QA = 1,0 C e QB = 8,0 C d) QA = 6,0 C e QB = 3,0 C
b) QA = 8,0 C e QB = 1,0 C e) QA = 3,0 C e QB = 6,0 C
c) QA = 4,5 C e QB = 4,5 C

RESOLUÇÃO: • Como VB = 8VA ⇒ RB = 2 RA.


• Logo, após o contato, Q’B = 2 Q’A = Q.
• Pelo princípio da conservação das cargas:
QA + QB = Q ’ + Q ’ A B
Q
∴ 4+5= + Q ⇒ Q = 6 µC.
2
Q A’ = 3 µC
123

• Logo, após o contato,


Q ’ = 6 µC B

ε
QUESTÃO 59 No circuito elétrico ao lado, o gerador e o amperímetro são ideais.
Resposta: d Com a chave ch aberta o amperímetro acusa a medida 300 mA.
Fechando a chave, o amperímetro acusará a medida:
a) 100 mA
10Ω 10Ω 10Ω
b) 200 mA
c) 300 mA
d) 400 mA
e) 500 mA A
ch

RESOLUÇÃO: • Com a chave aberta, o circuito equivalente é:


ε

ε
20 Ω ∴ 0, 3 = ⇒ ε = 6V
20
300 mA

• Com a chave fechada, o circuito equivalente é:


6V

6
5Ω
∴ i= = 0,4 A, i. e., 400 mA
10 Ω 15
i

MACK/junho-2002 – ANGLO VESTIBULARES 27


QUESTÃO 60 O cilindro de ferro da figura é envolto por um fio condutor fino, em forma de solenóide, cujas extremi-
Resposta: d dades são submetidas a uma diferença de potencial elétrico, devido à ligação a um gerador elétrico de
corrente contínua. Ao seu lado e na mesma direção, se encontra um ímã de barra, em repouso, suspen-
so por um fio inextensível e de massa desprezível. Ao fecharmos a chave K, o ímã de barra:

A B

K esquerda direita
+ –

a) continuará em repouso.
b) se deslocará para a esquerda, qualquer que seja a polaridade da extremidade A.
c) se deslocará para a direita, qualquer que seja a polaridade da extremidade A.
d) se deslocará para a esquerda, somente se a extremidade A for o pólo norte do ímã.
e) se deslocará para a esquerda, somente se a extremidade A for o pólo sul do ímã.

RESOLUÇÃO: Ao fecharmos a chave K, as linhas de força nas proximidades do cilindro de ferro envolto por fio
em forma de solenóide podem ser representadas como segue:

NORTE
SUL

i
i

Logo, ocorrerá atração se a extremidade A for o pólo norte do ímã.

NORTE SUL A B
ímã
NORTE SUL
K esquerda
+ –

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Comentário
Português Merecem elogios as questões de Gramática e Interpretação de Texto do Mackenzie: exploram-se
os tópicos gramaticais sob o ponto de vista da sua contribuição para a construção de sentido do texto,
e não como dados isolados e suficientes por si mesmos.
Além dessa grande qualidade, deve-se salientar ainda o capricho e o bom gosto da Banca na esco-
lha de textos de gêneros variados.
As questões de Literatura harmonizam-se com as de Gramática e Texto, pois também privilegiam
noções conceituais, evitando a retenção mecânica de dados e fatos. Fundam-se, portanto, na leitura
consciente de textos artísticos — representativos do Barroco, do Arcadismo, do Romantismo e do Mo-
dernismo —, explorados em dimensão histórica e estilística, sempre abordados de forma funcional.

Inglês A prova constou de quatro textos e uma tira de quadrinhos cômicos. Sete questões abordaram
compreensão de textos, duas foram sobre vocabulário e uma, de gramática contextualizada.
O exame inovou em relação aos anteriores, sinalizando uma mudança para melhor. O nível de
dificuldade foi compatível com o que se espera de alunos razoavelmente compromissados com a
matéria no decorrer do Ensino Médio.

Química Boa prova, em que foram cobrados conceitos básicos de Química. Certamente, selecionará os
candidatos mais bem preparados.

Física Prova tradicional, com questões clássicas. Atribuir nomes próprios aos supostos experimenta-
dores não torna as questões mais interessantes nem as aproxima do cotidiano do candidato.

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Incidência
Física Assunto

Óptica Geométrica

Trabalho e Energia

Eletromagnetismo

Eletrodinâmica

Eletrostática

Ondulatória

Termofísica

Hidrostática

Dinâmica

Dinâmica Impulsiva

Cinemática

0 1 2 3 4 5 Nº DE QUESTÕES

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