Você está na página 1de 15

Desenho Técnico

Guia de Auto-estudo

Aula 1
Normas e Convenções
Prof. André Luis Marquesi
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Olá,
Sou o Prof. André Luis Marquesi, autor deste material.

Os guias de Auto-Estudo ajudarão você na abstração dos


conceitos do desenho técnico e na compreensão dos fundamentos
voltados para a sua Área de Atuação, capacitando-o para leitura e
para interpretação.

Meu currículo lattes está disponibilizado no endereço:


http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=E9338319

Espero que aproveite ao máximo o curso.

Um abraço
André Luis Marquesi

I - HABILIDADES A DESENVOLVER
1 - Estabelecer a relação entre os conceitos definidos pelas
Normas e Convenções e o Desenho Técnico;

2 - Reconhecer a importância da normalização no desenho técnico.

II – APLICAÇÃO
Engenharia da Computação.

2
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

III – NORMAS E CONVENÇÕES


INTRODUÇÃO
Normas técnicas são códigos elaborados por entidades, tendo
por objetivo promover a normalização entre as mais diversas
atividades do conhecimento humano, a fim de promover a
facilidade da prestação de serviços, da indústria, do comércio,
da educação, da saúde, enfim de todas as atividades de cunho
intelectual, científico, tecnológico e econômico.

Existem associações de normalização nacionais, regionais


e internacionais. Dentre as nacionais, podemos citar a ABNT
– Associação Brasileira de Normas Técnicas –, cujo endereço
eletrônico é http://www.abnt.org.br. Nas tabelas a seguir, são
apresentados breves históricos dessas organizações:

Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira


de Normas Técnicas – é o órgão responsável pela
normalização técnica no Brasil, fornecendo a base
necessária ao desenvolvimento tecnológico nacional. É
uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida
como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – pela
Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É
membro fundador da ISO (International Organization
for Standardization), da COPANT (Comissão Pan-
americana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação
Mercosul de Normalização).

3
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Fundada em 1918, a ANSI – American National


Standards Institute – é uma organização privada
sem fins lucrativos, que administra e coordena a
normalização voluntária e o sistema de avaliação de
conformidade norte-americano. A Missão da ANSI
é aumentar a competitividade dos negócios e a
qualidade de vida norte-americana, promovendo a
elaboração de normas consensuais voluntárias e os
sistemas de avaliação de conformidade.

A DIN - Deutsches Institut für Normung (Instituto


alemão para Normalização) - é uma associação
registrada, fundada em 1917. Sua matriz está em
Berlim. Desde 1975, é reconhecida pelo governo
alemão como entidade nacional de normalização, sendo
o representante dos interesses alemães em nível
internacional e europeu. A DIN oferece um foro no qual
os representantes das indústrias, organizações de
consumidores, comércio, prestadores de serviço, ciência,
laboratórios técnicos, governo, em resumo qualquer um
com um interesse na normalização, pode se encontrar
de forma ordenada para discutir e definir as exigências
de padrões específicos e registrar os resultados como
Normas Alemãs.

4
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

A ISO - Internacional Organization for


Standardization - é uma federação mundial,
composta por aproximadamente 140 países por
meio de suas Entidades Nacionais de Normalização,
sendo uma de cada país. A ISO é uma organização
não-governamental fundada em 1947. Sua missão
é promover o desenvolvimento da normalização e
atividades relacionadas no mundo, com a finalidade de
facilitar o comércio internacional de bens e serviços e
de desenvolver a cooperação nas esferas intelectual,
atividade científica, tecnológica e econômica. O
trabalho de ISO resulta em acordos internacionais que
são publicados como Normas Internacionais.

O CMN - Comitê Mercosul de Normalização


- é uma associação civil, sem fins lucrativos, não
governamental, reconhecido pelo Grupo Mercado
Comum – GMC, por meio da Resolução n° 2/92,
de 01.11.1991. A partir de 04.04.2000, por um
convênio firmado com o Grupo Mercado Comum,
o comitê passou a se chamar Asociación Mercosur
de Normalización e passou a ser o único organismo
responsável pela gestão da normalização voluntária
no âmbito do Mercosul. A Asociación é formada pelos
organismos nacionais de normalização dos países
membros, que são: Argentina: IRAM Instituto Argentino
de Normalización; Brasil: ABNT Associação Brasileira
de Normas Técnicas; Paraguai: INTN Instituto Nacional
de Tecnologia y Normalización; Uruguai: UNIT Instituto
Uruguayo de Normas Técnicas.

5
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Normas Técnicas
O que eu ganho com isso?
Um gibi com informações sobre Normas Técnicas, sua
importância, vantagens e outras curiosidades.

Acesse: www.abnt.org.br
Clique em “Imprensa” e, depois, em “Publicações” para fazer um
download do gibi.

A tabela 1, a seguir, apresenta algumas das normas mais


usadas em desenho técnico:

Normas ABNT
NBR 8196 Desenho técnico - Emprego de escalas
NBR 8402 Execução de caráter para escrita em desenho técnico.
NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Largura das linhas.
NBR 10068 Folha de desenho - Leiaute e dimensões.
NBR 10126 Cotagem em desenho técnico.
NBR 10582 Apresentação da folha para desenho técnico.
NBR 10647 Desenho técnico.
NBR 13142 Desenho técnico - Dobramento de cópia.

Tabela 1 – Normas ABNT para o desenho técnico

6
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

FORMATO DE PAPEL
Os papéis utilizados em desenho técnico devem corresponder
a um dos formatos da série A, que são padronizados pela ABNT,
conforme NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões.
Para essa norma, todos os formatos desta série derivam do
formato A0 - retângulo de 841 mm x 1189 mm com área de 1 m3.

Assim, os formatos derivados do formato básico seguem as


normalizações:

Cada formato é obtido, dividindo-se ao meio o maior lado de um


formato anterior (Figura 1);
Os formatos são geometricamente semelhantes entre si (Figura 2).

Figura 2 – Semelhança geométrica


dos formatos da série “A”.

Figura 1 – Formatos derivados - Série “A”.

Fonte: NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões.

7
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Cada formato é representado pelas dimensões de seus lados


em milímetros ou pelo respectivo símbolo.
Ex: 210 mm x 297 mm ou A4.

A área destinada ao desenho é separada da margem da folha


de 10 mm ou 7 mm, conforme a medida desta. No lado vertical
esquerdo, recomenda-se uma margem de 25 mm. A tabela 2, a
seguir, elucida essas dimensões:

Margem Largura da linha do


Dimensões
Formato quadrado, confor-
(em mm) Esquerda Direita
me a NBR 8403
A0 841 x 1189 25 10 1,4
A1 594 x 841 25 10 1,0
A2 420 x 594 25 7 0,7
A3 295 x 420 25 7 0,5
A4 210 x 297 25 7 0,5
Tabela 2 – Formatos da série “A” e largura das linhas e das margens.
Fonte: NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões.

Por fim, é importante ressaltar que a posição da legenda deve


estar dentro do quadro para desenho, de forma que contenha a
identificação dele (número de registro, título, origem etc.); e ainda, deve
estar situada no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas
horizontalmente (figura 3), como verticalmente (figura 4).

8
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Figura 3 – Folha horizontal

Figura 4 – Folha vertical

DOBRAMENTO DA FOLHA
Quando, tendo-se efetuado o desenho em formato maior do
que o A4, houver necessidade de dobrá-lo, o resultado final da
dobragem deverá corresponder às dimensões do formato A4,
aparecendo a legenda obrigatória -mente na face frontal.

A norma NBR 13142 fixa as condições exigíveis para o


dobramento de cópia de desenho técnico. As figuras de 5 a 8, a
seguir, ilustram as dobragens recomendadas para os formatos A0,
A1, A2 e A3.

Figura 5 – Dobramento de cópia para formatos A0.

9
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Figura 6 – Dobramento de cópia para formatos A1.

Figura 7 – Dobramento de cópia para Figura 8 – Dobramento de cópia


formatos A2. para formatos A3.
Fonte NBR13142- Desenho técnico – Dobramento de cópias.

10
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

ESCALA
A escala do desenho deve, obrigatoriamente, ser indicada na
legenda. A norma NBR 8196 - Desenho técnico - Emprego de
escalas, fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e
suas designações no desenho técnico.

Segundo essa norma, a escala escolhida para o desenho


depende da complexidade do objeto ou do elemento a ser
representado e da finalidade da representação. Em todos os
casos, a escala selecionada deve ser suficiente para permitir
interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e
o tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros para
a escolha do formato da folha de desenho. A tabela 3, a seguir,
elucida a relação existente entre o desenho e o objeto.

Redução Natural Ampliação

1:2 1:1 2:1


1:5 5:1
1:10 10:1
Nota: As Escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10.
Tabela 3 – Escalas
Fonte: NBR 8196 – Desenho técnico - Emprego de escalas.

11
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

CALIGRAFIA TÉCNICA
As letras e algarismos a serem utilizadas em desenho técnico
deverão ser, sempre, as do tipo BASTÃO, padronizadas pela
ABNT, conforme a NBR 8402 - Execução de caractere para escrita
em desenho técnico. Essa norma fixa as condições exigíveis para
a escrita em desenhos técnicos. A tabela 4 e figuras 9, 10 e 11,
abaixo descritas, elucidam as condições específicas de escrita:

Tabela 4 – Proporções e dimensões de símbolos gráficos.


Fonte: NBR 8402 – Execução de caractere para escrita em desenho técnico.

Características Relação Dimensões (mm)


Altura das letras
(10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20
maísculas h
Altura das letras
(7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14
minúsculas c
Distância mínima
(2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4
entre caracteres a
Distância mínima en-
(14/10)h 3,5 5 7 10 14 20 28
tre linhas de base b
Distância mínima
(6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12
entre palavras e
Largura da linha d (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

Figura 9 – Características da forma de escrita.


Fonte: NBR 8402 – Execução de caractere para escrita em desenho técnico.

12
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

Figura 10 – Forma de escrita vertical. Figura 11 – Forma de escrita inclinada.

Fonte: NBR 8402 - Execução de caractere para escrita em desenho técnico.

LINHAS
O escalonamento de largura de linhas para uso em desenhos
técnicos é estabelecido pela ABNT, conforme a norma NBR 8403
- Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Largura das
linhas. A tabela 5, a seguir, mostra os possíveis tipos de linhas e
os empregos para o desenho técnico.
Tabela 5 – Tipos de Linhas segundo a NBR 8403
Fonte: MAGUIRE, D,; SIMMONS, C. Desenho Técnico. São Paulo: Hermus, 1981. p. 18.

13
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

A figura 12, a seguir, traz um exemplo de emprego de linhas:

Figura 12 - Aplicações de linhas


A. Contorno visível
B. Linha de extensão
C. Linha de chamadaD. Linha de cota
E. Hachura
F. Contorno de peça adjacente
G. Contorno de secção de revolução
H. Limite de vista parcial
J. Contorno não-visível
K. Linha de centro
L. Posição extrema de peça móvel
M. Plano de corte

14
Disciplina:
Desenho Técnico
Aula 1: Normas e Convenções

IV – ATIVIDADE, ORIENTAÇÃO E FONTES


A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) lançaram, em
outubro do ano passado, o gibi online Normas Técnicas: o que eu
tenho a ver com isso?

O gibi tem como objetivo sensibilizar todos sobre a importância da


normalização de uma forma simples e agradável.

Acesse o endereço: www.abnt.org.br, clique em


“Imprensa” e, depois, em “Publicações” para fazer um
download do gibi.

V – REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em:
http://www.abnt.org.br. Acesso em: 25.01.2008.

FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho Técnico e Tecnologia


Gráfica. 6.ed. São Paulo: Globo, 1999.

SILVA, E. O.; ALBIERO, E. Desenho técnico fundamental. São


Paulo: EPU, 1977. Fundacentro,1988.

15

Você também pode gostar