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DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
Estudantes:
João Pessoa – PB
Setembro de 2013
INTRODUÇÃO
Superligas são à base de ferro, níquel ou cobalto, contendo cromo para resistência à
oxidação e a à corrosão, bem como outros elementos para resistência mecânica em
temperatura elevada. Tradicionalmente, são consideradas as ligas para emprego a
temperaturas superiores à aproximadamente 540ºC.
Para uso acima de 600ºC, normalmente, três grupos de materiais são considerados:
- Aços austeníticos para alta temperatura
- Superligas endurecidas por solução sólida
- Superligas endurecidas por precipitação
Para aplicações estruturais, o limite atual da tecnologia de superligas é de
aproximadamente 950ºC enquanto, para aplicações sem solicitações mecânicas,
temperaturas de até 1200ºC podem ser aceitas em alguns casos. Para aplicações acima
desses limites, outros materiais são normalmente considerados, como cerâmicas,
compostos intermetálicos (Ni3Al, por exemplo) e metais e ligas refratárias.
Grande parte do desenvolvimento das superligas pode ser creditada às necessidades
decorrentes do desenvolvimento de turbinas a gás. É particularmente interessante que o
desenvolvimento dessas turbinas, desde sua concepção, vem sendo limitado pelos
materiais disponíveis.
Superligas à base de Fe – Ni são normalmente produtos trabalhados mecanicamente
(forjados ou laminados). Ligas à base de níquel e de cobalto são, frequentemente,
projetadas para fundição. Algumas composições com maior quantidade de elementos de
liga só podem ser obtidas por fundição, ou por modernos processos alternativos
(solidificação rápida, metalurgia do pó etc.)
Como regra, em função dos elementos de liga empregados, do controle de residuais,
fundamental para se atingir as propriedades necessárias, assim como da necessidade do
melhor controle possível da estrutura de solidificação, superligas requerem fusão sob
vácuo e refusão (VAR, ESR OU EB), se o aproveitamento máximo de suas
propriedades é desejado.
As exigências crescentes sobre as superligas, como classe de material, requerem o
máximo em desenvolvimento metalúrgico, tanto no projeto de liga como nos processos
de fabricação.
Propriedades importantes no desenvolvimento e caracterização de superligas são:
-Resistência à fluência
- Resistência à fadiga termina e mecânica
- Estabilidade estrutural
- Resistência à corrosão/oxidação a quente no ambiente em questão
Além disso, propriedades tecnológicas, como soldabilidade, formabilidade, etc.
devem ser consideradas.
Esta é uma condição essencial, sobretudo porque certas ligas, ainda que apresentem
excelente resistência mecânica à temperatura ambiente, podem falhar rapidamente
quando em serviço a altas temperaturas, sob ação de cargas muito menores, devido à
ocorrência de alguma modificação na sua estrutura interna ou à precipitação de
constituintes frágeis nos contornos dos grãos.
É, portanto, necessário que os aços para serviço a altas temperaturas apresentem pelo
menos uma certa estabilidade estrutural, isto é, a estrutura deve conservar- se tanto
quanto possível inalterada tanto a temperaturas elevadas de serviço como à ambiente, de
modo a reter, à temperatura ambiente, depois do serviço às temperaturas mais altas,
propriedades como ductilidade e resistência ao choque. De fato, a esferoidização que
pode ocorrer pelo serviço a altas temperaturas de aços perlíticos de baixo teor em liga,
tende a diminuir a resistência à fadiga dos aços; e a precipitação de carbonetos nos
contornos dos grãos de aços austeníticos não só prejudica sua ductilidade como também
diminui sua resistência à corrosão.
Muitos aços de baixo teor em liga são usados com certo êxito, quando sujeitos a
esforços de pequeno vulto, a temperaturas até aproximadamente 500°C.
Dentre os aços, entretanto, os mais indicados para serviço a altas temperaturas são os
de alto teor em liga, contendo principalmente cromo e níquel. Junta-se, às vezes,
alumínio e silício. Sob o ponto de vista de resistência à oxidação, o elemento básico é o
cromo, cuja ação nesse sentido torna-se eficaz a partir do teor 5%.
O silício atua de modo bastante peculiar: o teor desse elemento necessário a melhorar
a oxidação de aços ao cromo é aproximadamente de 2%, a temperaturas da ordem de
800-900°C. Abaixo desse valor, o silício não produz efeito e, por outro lado, é inútil
adicionar mais do que não se obtém qualquer ulterior melhora.
O alumínio também atua no mesmo sentido, sendo que um teor de aproximadamente
2% desse metal num aço com 6% de cromo, 0,5% de molibdênio e 0,15% de carbono,
suprime praticamente qualquer perda de peso, quando o aço for submetido a
temperaturas de ordem de 800°C.
O níquel, como se sabe, apresenta isoladamente uma resistência ao calor muito
superior à do ferro. Apesar disso, as ligas Fe-Ni não são geralmente usadas para
aplicações a altas temperaturas. Entretanto, as ligas ternárias Fe-Cr-Ni e, no limite
extremo, as ligas binárias Cr-Ni sem ferro constituem os grupos mais importantes de
ligas utilizadas para serviço a altas temperaturas.
No que diz respeito à resistência à fluência, os elementos que mais acentuadamente
influem sobre essa propriedade são o molibdênio, o vanádio, o tungstênio, o titânio e o
nióbio.
A razão pela qual os elementos de liga mencionados melhoram a resistência à
fluência dos aços não está ainda inteiramente elucidada.
Essa ação pode ser devida ou a formação de carbonetos de fases intermediárias ou a
um arranjo atômico que precede a formação dessas fases. Por outro lado, pode ser que
essa ação seja devida ao fato de alguns dos elementos de liga mencionados (molibdênio,
vanádio, tungstênio, titânio e nióbio) aumentarem sensivelmente a temperatura de
recristalização do ferro, após um encruamento. Convém lembrar também que os
elementos citados tendem a estabilizar a fase alfa e, quando ultrapassam um certo teor,
tendem a suprimir a transformação alfa-gama a alta temperatura.
Uma família dessas ligas foi desenvolvida a partir dos aços inoxidáveis austeníticos.
O teor de cromo é balanceado para se obter a resistência à oxidação e/ou corrosão, e
o teor de níquel deve ser suficiente para garantir a estabilidade da austenita a
temperaturas elevadas.
O uso do nióbio e titânio evita a formação de carbonetos de cromo nos contornos de
grão. Além disso, endurecimento por precipitação de carbonetos pode ser utilizado,
como em alguns aços inoxidáveis. Elementos como molibdênio e tungstênio podem ser
empregados para produzir endurecimento por solução sólida.
Alloy 800, 800H e 825 são bastante semelhantes a aços inoxidáveis modificados. São
ligas austeníticas endurecidas por solução sólida, em que partículas de nitretos e
carbonetos, principalmente titânio, estão presentes. As adições de titânio são suficientes
para se considerar esses materiais como estabilizados. Essas ligas são empregadas em
uma grande variedade de aplicações, em que combinações de resistência mecânica,
resistência à corrosão e à oxidação são requeridas, especialmente a temperaturas
elevadas, como mostra a tabela 1.
A classe mais importante dessas superligas, entretanto, é a de ligas endurecidas por
precipitação de compostos intermetálicos.
Ligas de titânio são leves e suportam altas temperaturas e, por isso são
excelentes para aplicações como componentes estruturais que são submetidos em altas
temperaturas, devido a sua alta resistência, baixa massa especifica boa resistência à
corrosão e estabilidade metalúrgica. Porém, a afinidade do titânio com oxigênio se
apresenta como um dos principais fatores limitantes de sua aplicação como material
estrutural a altas temperaturas. A Solubilidade solida do oxigênio no titânio resulta em
perda de material e na formação de uma frágil camada de TiO2 de alta dureza durante a
exposição ao ar e em elevadas temperaturas. A reatividade do titânio com o nitrogênio e
parecida com a do oxigênio, onde uma camada de oxido e formada na superfície como
um nitrito. O titânio possui ainda características interessantes que o faz distinguir de
outros metais leves; por exemplo, a transformação alotrópica do titânio a 882ºC, de uma
fase com estrutura hexagonal compacta (α) para uma fase cubica de corpo centrado –
CCC- (β). Estas transformações proporcionam a possibilidade de se obter ligas com
microestruturas α, β ou mista α/β por meio de diferentes composições e tratamentos.
Entre esses, os mais importantes são nióbio e tântalo (grupo VB) e molibdênio e
tungstênio (grupo VIB).
Fontes:
-http://portuguese.chtitanium.com/Tungsten-alloy-material/
-André Luiz V. da Costa e Silva, Paulo Roberto Mei. Aços e Ligas Especiais, 3ª
Edição.