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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

Estudantes:

Ângela Santana Nunes – 11211933


Amanda Gomes de Carvalho – 11218288
Manoel da Cruz Barbosa Neto – 11211945
Neymara Cavalcante Nepomuceno – 11211936
Onildo Gouveia - 112119
Sandro Manoel da Silva - 11211919

LIGAS PARA ALTAS TEMPERATURAS

João Pessoa – PB
Setembro de 2013
INTRODUÇÃO

Superligas são à base de ferro, níquel ou cobalto, contendo cromo para resistência à
oxidação e a à corrosão, bem como outros elementos para resistência mecânica em
temperatura elevada. Tradicionalmente, são consideradas as ligas para emprego a
temperaturas superiores à aproximadamente 540ºC.
Para uso acima de 600ºC, normalmente, três grupos de materiais são considerados:
- Aços austeníticos para alta temperatura
- Superligas endurecidas por solução sólida
- Superligas endurecidas por precipitação
Para aplicações estruturais, o limite atual da tecnologia de superligas é de
aproximadamente 950ºC enquanto, para aplicações sem solicitações mecânicas,
temperaturas de até 1200ºC podem ser aceitas em alguns casos. Para aplicações acima
desses limites, outros materiais são normalmente considerados, como cerâmicas,
compostos intermetálicos (Ni3Al, por exemplo) e metais e ligas refratárias.
Grande parte do desenvolvimento das superligas pode ser creditada às necessidades
decorrentes do desenvolvimento de turbinas a gás. É particularmente interessante que o
desenvolvimento dessas turbinas, desde sua concepção, vem sendo limitado pelos
materiais disponíveis.
Superligas à base de Fe – Ni são normalmente produtos trabalhados mecanicamente
(forjados ou laminados). Ligas à base de níquel e de cobalto são, frequentemente,
projetadas para fundição. Algumas composições com maior quantidade de elementos de
liga só podem ser obtidas por fundição, ou por modernos processos alternativos
(solidificação rápida, metalurgia do pó etc.)
Como regra, em função dos elementos de liga empregados, do controle de residuais,
fundamental para se atingir as propriedades necessárias, assim como da necessidade do
melhor controle possível da estrutura de solidificação, superligas requerem fusão sob
vácuo e refusão (VAR, ESR OU EB), se o aproveitamento máximo de suas
propriedades é desejado.
As exigências crescentes sobre as superligas, como classe de material, requerem o
máximo em desenvolvimento metalúrgico, tanto no projeto de liga como nos processos
de fabricação.
Propriedades importantes no desenvolvimento e caracterização de superligas são:
-Resistência à fluência
- Resistência à fadiga termina e mecânica
- Estabilidade estrutural
- Resistência à corrosão/oxidação a quente no ambiente em questão
Além disso, propriedades tecnológicas, como soldabilidade, formabilidade, etc.
devem ser consideradas.

ESTABILIDADE ESTRUTURAL DOS AÇOS

Esta é uma condição essencial, sobretudo porque certas ligas, ainda que apresentem
excelente resistência mecânica à temperatura ambiente, podem falhar rapidamente
quando em serviço a altas temperaturas, sob ação de cargas muito menores, devido à
ocorrência de alguma modificação na sua estrutura interna ou à precipitação de
constituintes frágeis nos contornos dos grãos.
É, portanto, necessário que os aços para serviço a altas temperaturas apresentem pelo
menos uma certa estabilidade estrutural, isto é, a estrutura deve conservar- se tanto
quanto possível inalterada tanto a temperaturas elevadas de serviço como à ambiente, de
modo a reter, à temperatura ambiente, depois do serviço às temperaturas mais altas,
propriedades como ductilidade e resistência ao choque. De fato, a esferoidização que
pode ocorrer pelo serviço a altas temperaturas de aços perlíticos de baixo teor em liga,
tende a diminuir a resistência à fadiga dos aços; e a precipitação de carbonetos nos
contornos dos grãos de aços austeníticos não só prejudica sua ductilidade como também
diminui sua resistência à corrosão.

ELEMENTOS DE LIGA NOS AÇOS RESISTENTES AO CALOR

Muitos aços de baixo teor em liga são usados com certo êxito, quando sujeitos a
esforços de pequeno vulto, a temperaturas até aproximadamente 500°C.
Dentre os aços, entretanto, os mais indicados para serviço a altas temperaturas são os
de alto teor em liga, contendo principalmente cromo e níquel. Junta-se, às vezes,
alumínio e silício. Sob o ponto de vista de resistência à oxidação, o elemento básico é o
cromo, cuja ação nesse sentido torna-se eficaz a partir do teor 5%.
O silício atua de modo bastante peculiar: o teor desse elemento necessário a melhorar
a oxidação de aços ao cromo é aproximadamente de 2%, a temperaturas da ordem de
800-900°C. Abaixo desse valor, o silício não produz efeito e, por outro lado, é inútil
adicionar mais do que não se obtém qualquer ulterior melhora.
O alumínio também atua no mesmo sentido, sendo que um teor de aproximadamente
2% desse metal num aço com 6% de cromo, 0,5% de molibdênio e 0,15% de carbono,
suprime praticamente qualquer perda de peso, quando o aço for submetido a
temperaturas de ordem de 800°C.
O níquel, como se sabe, apresenta isoladamente uma resistência ao calor muito
superior à do ferro. Apesar disso, as ligas Fe-Ni não são geralmente usadas para
aplicações a altas temperaturas. Entretanto, as ligas ternárias Fe-Cr-Ni e, no limite
extremo, as ligas binárias Cr-Ni sem ferro constituem os grupos mais importantes de
ligas utilizadas para serviço a altas temperaturas.
No que diz respeito à resistência à fluência, os elementos que mais acentuadamente
influem sobre essa propriedade são o molibdênio, o vanádio, o tungstênio, o titânio e o
nióbio.
A razão pela qual os elementos de liga mencionados melhoram a resistência à
fluência dos aços não está ainda inteiramente elucidada.
Essa ação pode ser devida ou a formação de carbonetos de fases intermediárias ou a
um arranjo atômico que precede a formação dessas fases. Por outro lado, pode ser que
essa ação seja devida ao fato de alguns dos elementos de liga mencionados (molibdênio,
vanádio, tungstênio, titânio e nióbio) aumentarem sensivelmente a temperatura de
recristalização do ferro, após um encruamento. Convém lembrar também que os
elementos citados tendem a estabilizar a fase alfa e, quando ultrapassam um certo teor,
tendem a suprimir a transformação alfa-gama a alta temperatura.

SUPERLIGAS À BASE DE FERRO E NÍQUEL

Uma família dessas ligas foi desenvolvida a partir dos aços inoxidáveis austeníticos.
O teor de cromo é balanceado para se obter a resistência à oxidação e/ou corrosão, e
o teor de níquel deve ser suficiente para garantir a estabilidade da austenita a
temperaturas elevadas.
O uso do nióbio e titânio evita a formação de carbonetos de cromo nos contornos de
grão. Além disso, endurecimento por precipitação de carbonetos pode ser utilizado,
como em alguns aços inoxidáveis. Elementos como molibdênio e tungstênio podem ser
empregados para produzir endurecimento por solução sólida.
Alloy 800, 800H e 825 são bastante semelhantes a aços inoxidáveis modificados. São
ligas austeníticas endurecidas por solução sólida, em que partículas de nitretos e
carbonetos, principalmente titânio, estão presentes. As adições de titânio são suficientes
para se considerar esses materiais como estabilizados. Essas ligas são empregadas em
uma grande variedade de aplicações, em que combinações de resistência mecânica,
resistência à corrosão e à oxidação são requeridas, especialmente a temperaturas
elevadas, como mostra a tabela 1.
A classe mais importante dessas superligas, entretanto, é a de ligas endurecidas por
precipitação de compostos intermetálicos.

Composição Química diretriz Aplicações específicas


% Ni % Cr % Fe %Ti %Cu Outro
s
INCOLOY 33,0 21,0 Base 0,4 - Al = Equipamentos para indústria
800H 0,4% petroquímica.

INCOLOU 42,0 21,0 Base 0,9 2,0 Mo = Equipamentos de controle de


825 3% poluição, aquecedores de
tanques de capagem, ganchos,
tanques químicos, produção
de ácido fluorídrico, válvulas
e bombas
Tabela 1 Características e aplicações das ligas Incoloy 800H e 825

SUPERLIGAS À BASE DE NÍQUEL

As ligas a base de níquel também empregam o cromo para obter a resistência à


corrosão e oxidação, por meio de formação de uma película protetora, de óxido de
cromo.
Adições de alumínio são favoráveis na resistência à oxidação, especialmente a
temperaturas elevadas (acima de 1000ºC) quando a película de óxido de cromo (Cr2O3),
torna-se menos protetora, devido a tendência à volatização do CrO, e a contribuição da
alumina passa a ser crítica. Além disso, o alumínio desempenha papel fundamental nas
reações de precipitação, responsáveis pelo endurecimento.
De forma geral, as ligas Ni-Cr são semelhantes aos aços auteníticos e tem
mecanismos de endurecimento também semelhantes. Ligas como Hastelloy C – 276 e
outras ligas Hastelloy (C ou X, por exemplo) obtêm resistência mecânica
principalmente por endurecimento por solução sólida e, possivelmente, pela
precipitação de carbonetos. Tabela 2.

Composição Química diretriz Aplicações específicas


% Ni % Cr % Fe %Mo Outros

INCONEL BASE 15,0 8,0 - - Componentes de reatores


600 nucleares, fornos industriais e
peças eletrônicas. Trocadores
de calor, bandejas para forno,
câmara de fusão; indústrias
químicas e alimentícias.
INCONEL BASE 23,0 12,0 - Al= 1,30 Trocadores de calor, cestos de
601 fornos, tubos de termopares,
partes para motores
aeronáuticos, terminais e
suportes para resistência
elétrica.
INCONEL 625 BASE 22,0 - 9,0 Nb= 3,7 Equipamentos químicos e de
controle de poluição,
válvulas, eixos para bombas,
equipamentos marítimos e
componentes de reator
nuclear.
HASTELLOY BASE - - 28,0 - Equipamentos em contato
B2 com gás clorídrico ou ácidos:
clorídrico, sulfúrico, acético e
fosfórico.
HASTELLOY BASE 15,0 5,0 16,0 W=4,0 Equipamentos para indústria
C-276 química, petroquímica e de
petróleo.

Tabela 2 - Principais ligas Ni-Cr resistentes à corrosão

É interessante observar que as condições que conduzem a propriedades ótimas a


temperaturas elevadas (resistência, estabilidade microestrutural) frequentemente
conflitam com outros requisitos, como a resistência à corrosão. O caso das ligas Ni-Cr-
Mi-W (Hastelloys C, C276 e X) é um exemplo em que a resistência à corrosão foi
considerada mais importante no projeto e no desenvolvimento da superliga.
A introdução de adições de titânio e alumínio nas superligas à base de níquel
possibilita o endurecimento por precipitação de ’, dando origem à classe mais
importante dentre essas superligas. Nessa classe, incluem-se Waspaloy, Udimet 700,
IN-100, Inconel X-750 etc.
Composição Química diretriz Aplicações específicas
% Ni % % %M % % % Outros
Cr Fe o Nb Ti Al
NIMONIC BASE 20,0 - - - 2,4 1,3 - Componentes de turbinas,
80ª vávulas de motores,
parafusos para alta
temperatura, peças para
reator nuclear.
NIMONIC BASE 20,0 - - - 2,4 1,4 Co = Componentes de turbinas,
90 19,0 fabricação de molas
resistentes a altas
temperaturas e ferramentas
para trabalho a quente.
INCONEL BASE 15,0 7,0 - 1,0 2,5 0,7 - Componentes de turbinas a
X 750 gás, motores a jato,
equipamentos de
tratamento térmico,
ferramentas de perfilar e
matrizes para extrusão.
WASPALOY BASE 20,0 - 4,3 - 3,0 1,3 Co = Utilizado amplamente em
14,0 turbinas a gás, palhetas e
discos. Bigornas para
prensas de forjamento.
Tabela 3 - Principais superligas comerciais a base de níquel.

As superligas com maior teor de elementos de liga e fração volumétrica de


precipitados requerem, em geram processamento especial (fundição sob o vácuo, de
precisão, ou de metalurgia do pó). Esse processamento visa a evitar defeitos que seriam
esperados no caso da produção de lingotes seguida por conformação mecânica.
Em algumas aplicações, especialmente palhetas de turbinas, os efeitos dos contornos
de grão sobre a influência é muito importante. O limite de aplicação das superligas,
nesse campo, tem se expandido pelo emprego de solidificação direcional, em que os
contornos de grão transversais à solicitação mecânica são eliminados, produzindo-se
grãos colunares, apenas, ou através da produção de peças monocristalinas.
Como a eficiência das turbinas depende diretamente da temperatura de operação, a
temperatura do gás quente atinge, presentemente, 250ºC acima do ponto de fusão das
superligas à base de níquel. Isto só é possível através do emprego de revestimentos
refratários.
SUPERLIGAS À BASE DE COBALTO

Em função da instabilidade à alta temperatura da fase ’ em ligas de cobalto,


ligas endurecidas pela precipitação dessa fase, à semelhança das ligas a base de Fe-Ni
ou de Níquel, não são empregadas.
Os principais mecanismos de resistências nessas ligas são o endurecimento por
solução sólida e a precipitação de carbonetos.
Ligas de cobalto para aplicações a temperaturas elevadas foram extensivamente
empregadas na sprmeiras turbinas a jato desenvolvidas durante a Segunda Guerra
Mundial.
Com o advento da fusão sob vácuo, superligas à base de níquel endurecidas por
precipitados de elementos de liga altamente reativos (alumínio e titâncio) foram
desenvolvidas. Tais ligas superaram em muito as ligas de cobalto até então empregas e
praticamente interromperam o desenvolvimento dessas ligas para turbinas.
Uma vez que as superligas à base de cobalto tem boa soldabilidade (o que
facilita reparos) e, em função dos elevados teores de cromo adicionado, apresentam boa
resistência à corrosão em temperatura elevada, ainda encontram ampla aplicação em
turbinas em partes estacionários a temperaturas acima de 980ºC.
Uma limitação adicional no emprego de ligas de cobalto na indústria aeronáutica
diz respeito à sua elevada densidade, especialmente quando propriedades específicas
são consideradas.
Outras aplicações importantes de ligas de cobalto são em peças para fornos de
tratamento térmico e ligas com elevada resistência ao desgaste.
Ligas para resistência ao desgaste são utilizadas como fundidos, forjados e,
frequentemente, depositadas por soldagem ou plasma.

LIGAS DE TITÂNIO PARA ALTAS TEMPERATURAS

Ligas de titânio são leves e suportam altas temperaturas e, por isso são
excelentes para aplicações como componentes estruturais que são submetidos em altas
temperaturas, devido a sua alta resistência, baixa massa especifica boa resistência à
corrosão e estabilidade metalúrgica. Porém, a afinidade do titânio com oxigênio se
apresenta como um dos principais fatores limitantes de sua aplicação como material
estrutural a altas temperaturas. A Solubilidade solida do oxigênio no titânio resulta em
perda de material e na formação de uma frágil camada de TiO2 de alta dureza durante a
exposição ao ar e em elevadas temperaturas. A reatividade do titânio com o nitrogênio e
parecida com a do oxigênio, onde uma camada de oxido e formada na superfície como
um nitrito. O titânio possui ainda características interessantes que o faz distinguir de
outros metais leves; por exemplo, a transformação alotrópica do titânio a 882ºC, de uma
fase com estrutura hexagonal compacta (α) para uma fase cubica de corpo centrado –
CCC- (β). Estas transformações proporcionam a possibilidade de se obter ligas com
microestruturas α, β ou mista α/β por meio de diferentes composições e tratamentos.

CARACTERÍSTICAS DAS LIGAS DE TITÂNIO

O titânio puro apresenta-se na fase alfa, e possui boa resistência à corrosão,


essas ligas apresentam, geralmente, elevados teores de alumínio que contribuem para
aumentar a resistência a oxidação em altas temperaturas. Sendo monofásicas, essas ligas
alfas não permitem a adição de estabilizantes para um possível tratamento térmico e
processamento, para melhoramento da resistência mecânica/dureza.
As ligas alfa-beta são as mais utilizadas em altas temperaturas, devido a
inserção de elementos de liga nessa faixa bifásica proporcionar o tratamento térmico e o
processamento. Quando essas ligas são adequadamente tratadas, apresentam uma
excelente combinação de resistência mecânica e ductilidade.
Por fim, as ligas betas são metaestáveis, ou seja, em condições termodinâmicas
favoráveis, tendem a se transformarem em ligas bifásicas. Estas ligas possuem
resistência mecânica elevada, devido ao endurecimento por solução sólida, além de sua
maior conformabilidade se comparadas com as ligas alfa e alfa-beta.

APLICAÇÕES DAS LIGAS DE TITÂNIO

O baixo coeficiente de expansão térmica do titânio é uma condição que


favorece sua utilização em altas temperaturas, para esse tipo de aplicação as ligas mais
recomendadas são as bifásicas alfas-betas.
Para esse tipo de aplicação as ligas de titânio mais recomendadas são as
bifásicas alfa+beta, como as ligas Ti-6Al-4V, Ti-6Al-2Sn-4Zr-6Mo.

ZIRCÔNIO E SUAS LIGAS

Zircônio e titânio têm características físicas e químicas muito semelhantes. Apesar de


não ser tão abundante quanto o titânio, o zircônio é muito importante em função de sua
aplicação na indústria nuclear. Em vista da sua baixíssima seção de choques para
absorção de neutros térmicos (o zircônio é praticamente transparente para nêutrons
nessa faixa de energia) e do fato de não ter isótopos inconvenientes, encontra aplicação
na fabricação dos tubos de revestimento dos elementos combustíveis de usinas
nucleares. Estes tubos são sujeitos a elevadas temperaturas por estarem junto ao
combustível, à irradiação e à corrosão pelo meio de refrigeração do reator.
Acima de 870°C, o zircônio tem estrutura cúbica de corpo centrado CCC, 𝛽. Abaixo
dessa temperatura a estrutura é hexagonal compacta HC, 𝛼. A transformação 𝛽 − 𝛼 dá
origem à elevada anisotropia das propriedades mecânicas. Essa característica é muito
importante e deve ser considerada sempre que se trabalha com ligas de zircônio.
Assim como no caso do titânio, o oxigênio tem importante efeito nas propriedades do
zircônio e deve ser rigorosamente controlado.
Carbono, silício e fósforo têm baixa solubilidade no zircônio, precipitando
compostos intermediários.

Háfnio, o terceiro elemento do subgrupo IV B na tabela periódica (junto com o


titânio e zircônio) é um elemento sempre presente nos minérios de zircônio. Apesar de
ter propriedades mecânicas, metalúrgicas e químicas muito semelhantes ao zircônio, o
háfnio é absorvedor de nêutrons.

Para aplicações nucleares, portanto, a presença de háfnio é, portanto, a presença de


háfnio nas ligas de zircônio não é aceitável. Para outras aplicações, até 4,5% de háfnio
é, normalmente, aceitável.

A maior parte das ligas de zircônio é diluída, sendo metalurgicamente semelhantes


ao zircônio puro.

Zircaloy 2 e 4 são as ligas de zircônio mais comuns, contendo estabilizadores de 𝛼


(Sn, O) e estabilizadores de 𝛽 (Fe, Cr, Ni). Zr-2.5 é outra lida significante
comercialmente, tendo propriedades semelhantes aos zircolys, exceto pela resistência à
corrosão, algo inferior. No final do século XX, houve um grande estímulo ao maior
aproveitamento do combustível nuclear em usinas comerciais por meio do aumento do
burnup (medido como quantidade de energia gerada por peso de combustível). Isso
levou à necessidade de melhoria do desempenho em centrais. As ligas Zr-Sn-Nb-Fe
como zirlo foram desenvolvidas para melhorar esse desempenho.

METAIS REFRATÁRIOS E SUAS LIGAS

Os metais dos grupos da tabela periódica são, normalmente, considerados metais


refratários, em função de seus elevados pontos de fusão.

Entre esses, os mais importantes são nióbio e tântalo (grupo VB) e molibdênio e
tungstênio (grupo VIB).

A resistência desses metais e suas ligas a altas temperaturas e a sua capacidade


de aumentar a resistência de ligas metálicas, tornava-o uma matéria-prima importante
para a indústria militar.

Dado que retém a resistência a altas temperaturas e possuem alto ponto de


fusão, são usados em muitas aplicações, como filamentos de lâmpadas, tubos de raios
catódicos e válvulas termiônicas, resistências de aquecimento, e tubeiras de foguetes.
Além das características inerentes à aplicações, a capacidade de ser fabricado é
decisiva na seleção de um material refratário. Nesse ponto de vista, nióbio e tântalo têm
sensível vantagem sobre os elementos do grupo VIB. A elevada solubilidade dos
intersticiais C, N, O e H nesses metais é uma das causas importantes da sua boa
ductilidade em temperatura ambiente.
EMPREGO DE MATERIAIS REFRATÁRIOS
Nióbio
A densidade relativamente baixa do nióbio favorece o emprego desse metal e
suas ligas a temperaturas elevadas na indústria aeroespacial. C- 103(Nb-10Hf-1Ti), por
exemplo, é utilizada no sistema de propulsão de foguetes até a 1480ºC, assim como em
partes de turbinas. Sua excelente formabilidade e boa soldabilidade são vantagens
decisivas nessas aplicações.
Nióbio e suas ligas são candidatos a emprego na fabricação de reatores nucleares
para uso no espaço, em função da sua densidade, compatibilidade com metais líquidos e
baixíssima seção de choque para nêutrons térmicos. Ligas aplicadas em reatores
nucleares são, atualmente, Nb-Zr (1 ou 2,5%Zr) aplicadas como internos de reatores
e/ou revestimento de combustível. A liga (Nb-10Hf-1Ti) é aplicada em foguetes,
reatores etc., inclusive em uso contínuo, na faixa de 980-1300ºC.
Outra aplicações importantes para o nióbio e suas ligas incluem rebites para
indústria aeronáutica (Nb-55 Ti, AMS4982), que requerem menor força para aplicação e
são mais resistentes a temperatura elevada do que a ligas de titânio comumento
empregadas e partes estruturais de válvulas e lâmpadas de vapor de sódio.
Molibdênio
Além do elevado ponto de fusão o molibdênio tem alto módulo de elasticidade,
alta resistência mecânica a temperaturas elevadas, alta condutividade térmica e boa
resistência à corrosão.
O maior problema no emprego do molibdênio a temperaturas elevadas é sua
rápida oxidação.
É empregado em resistências elétricas para aquecimento a temperaturas até cerca
de 2.000ºC, desde que observadas as precauções necessárias para evitar sua oxidação
catastrófica. Na indústria aeroespacial, é aplicado, por exemplo, em bordos de ataque de
superfícies de controle de blindagens térmicas em mísseis.
Quanto maior a resistência mecânica for desejada à temperatura elevada, ligas
como Mo-0.5Ti ou TZM (Mo-0.5Ti-0.1Zr) podem ser empregadas. Além da formação
de TiC, um dos importantes feitos dos elementos de liga é elevar a temperatura de
recristalização, mantendo resistência elevada a temperaturas de emprego mais altas.
Tungstênio
É o metal de mais alto ponto de fusão. Tem, elevada densidade, o que
normalmente é uma desvantagem em aplicações estruturais e pouca resistência à
oxidação.
Os mais conhecidos empregos do tungstênio são em filamentos para lâmpadas
incandescentes e válvulas eletrônicas e eletrodos para soldagem TIG.
Para eletrodos de soldagem TIG ligas W-ThO2 são empregadas, visto que a
adição de 1-2% de ThO2 aumenta a emissão termiônica de elétrons e melhora a
resistência à fluência a temperaturas muito altas (>0,5 Tf).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Fontes:
-http://portuguese.chtitanium.com/Tungsten-alloy-material/

-André Luiz V. da Costa e Silva, Paulo Roberto Mei. Aços e Ligas Especiais, 3ª
Edição.

-THEODORE L. Brown, H. EUGENE LeMay, BRUCE E. Bursten. Química: A


ciência central, São Paulo – SP: Editora Prentice-Hall, 2005. 9ª Edição. 992 págs.

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