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Inquérito Policial
Ação Penal
1. Introdução:
2. Classificação:
a) Pública:
a.1) Incondicionada – é a regra no silêncio da lei, todo crime contra a União,
Estado, Município ou Distrito Federal.
a.2) Condicionada à representação do ofendido ou requisição do ministro da
justiça – deve haver previsão expressa.
b) Privada (ofendido, representante legal, cônjuge, ascendente, descendente e
irmão) – pode ser exclusivamente privada, personalíssima (art. 236 do CP – é
o único caso existente) e subsidiária da pública (quando ocorre inércia do MP
no prazo legal para se manifestar). OBS.: Súmula 714 do STF – dupla
titularidade se houver crime contra a honra de servidor público, o servidor pode
escolher entre apresentar queixa crime ou passar a titularidade ao MP.
1) Princípios:
a) Obrigatoriedade/legalidade – art. 24, caput, CPP – havendo materialidade e
indícios de autoria, o MP deve propor a ação penal. Exceções: (a) transação do
MP – art. 76 da Lei nº 9.099/95. Ler Súmula 696 do STF; (b) acordo de
colaboração premiada – art. 1º e 4º da Lei nº 12.850/13; (c) acordo de não
persecução penal – art. 18 da Resolução 181/17 do CNMP;
b) Indisponibilidade – art. 42 e 576 do CPP – o MP não pode desistir da ação
ajuizada ou do recurso interposto. Exceções: (a) SURSI Processual - art. 89 da
Lei nº 9.099/95 – pena mínima não superior 1 ano; (b) art. 4º, §3º da Lei n.
12.850/13;
c) Oficialidade – tem que ser o MP
d) Intranscendência – a ação penal só pode ser ajuizada em face de seus supostos
sujeitos ativos;
e) Indivisivel ou divisível – há controvérsias doutrinárias. Na prova do MP/SP =
indivisibilidade! Já o STJ e STF = divisibilidade!
Competência
1) Fixação da competência
a) Etapa preliminar – verificar se envolve pessoa que tenha foro por prerrogativa
de função;
b) Determinação da justiça competente – natureza da infração. Justiça Especial
Criminal – eleitoral (crimes eleitorais e conexos) ou militar (crimes militares);
Justiça Comum – federal (crimes federais e crimes comuns conexos) e estadual
(residual);
c) Determinação do foro competente – lugar da infração ou, excepcionalmente, o
domicílio do réu;
d) Determinação do juízo competente – distribuição e prevenção.
2) Justiça Militar: arts. 125, §§3º e 5 º e 124 da CF. Crimes militares, em tempos de
paz, estão definidos no art. 9º do Código Militar e pode ser próprio de militar ou
crimes militares impróprios (aqueles praticados por militar em situação de serviço,
tipificados nos CPM ou na legislação penal comum – alteração dada pela Lei nº
13.491/17. OBS.: na justiça militar não se aplica a Lei nº 9.099/95);
2.1. Justiça Militar Estadual = julga os crimes militares praticados contra interesses das
instituições militares estaduais (polícia militar e corpo de bombeiros militar). O
ramo do MP que atua é o MP estadual;
2.2. Justiça Militar Federal = julga os crimes militares praticados contra interesses das
forças armadas, marinha do exército e da aeronáutica. Quem atua é o Ministério
Público Militar;
2.3. Quem julga militar que comete crime doloso contra a vida de civil? DEPENDE.
Se o sujeito ativo for militar estadual, ele é julgado pelo júri. Já se o sujeito ativo for
membro das forças armadas, marinha do exército ou da aeronáutica, será julgado
pela justiça militar.
3) Justiça Comum Federal – art. 109 da CF – julga crimes comuns federais e conexos
(Súmula 122 do STJ):
a) Crimes políticos;
b) Infrações em detrimentos de bens, serviços ou interesses da União, Empresa
Pública ou Autarquias. OBS.: Súmulas dos STJ = 38 (Compete à Justiça
Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades), 42 (Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista
e os crimes praticados em seu detrimento) e 147 (Compete à Justiça Federal
processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal,
quando relacionados com o exercício da função).
c) Crimes à distância previstos em tratados ou convenções internacionais
ratificados pelo Brasil. Ex.: tráfico transnacional de drogas;
d) Crimes contra o sistema financeiro;
e) Crimes contra a ordem econômica + nos casos previstos em lei;
f) Crimes contra a organização coletiva do trabalho;
g) A bordo de navio ou aeronave;
h) Crimes de ingresso e permanência irregular de estrangeiro; e
i) Federalização = é um incidente de deslocamento da competência, feito pelo
PGR ao STJ, que retira a competência da justiça estadual e desloca para a
federal. Requisitos: (a) grave violação aos direitos humanos + inércia da
apuração dos fatos.
1) Lugar da infração = arts. 70, 71, 88 a 91. Regra: local da consumação do delito
(teoria do resultado). Demais critérios: (a) tentativa – local do último ato executório;
(b) crime consumado em lugar incerto na divisa – prevenção; (c) crime à distância
– quando a conduta inicia-se no Brasil e termina no exterior, será o local do último
ato executório no Brasil. Se é o contrário, o local do resultado; (d) crime ocorrido
no estrangeiro – é a capital do estado do último domicílio/residência do réu no
Brasil, se nunca morou aqui será a capital do República; (e) crime a bordo de
embarcação: o primeiro porto em que parou se veio do exterior, ou o último porto
brasileiro em que parou se rumava o exterior; (f) crime a bordo de aeronave, será
tanto o local em que pousou antes do crime quanto depois do crime, utiliza-se o
critério da prevenção; No âmbito do JECRIM é utilizado o critério do local da
conduta. O mesmo ocorre no caso de crime contra a vida (doloso ou culposo), será
o local da infração e não do resultado;
2) Domicílio ou residência do réu – arts. 72 e 73 do CPP –
a) Crime de Ação Penal Pública = foro subsidiário (só quando não sabemos o
lugar da infração ou resultado);
b) Crime de Ação Penal Privada = foro optativo (o querelante escolhe).
Juízo Competente
Pontos Importantes:
1) Foro Especial – STF, AP 937: o foro só se aplica a fatos cometidos durante a função
e a ela relacionados;
2) Conexão e Continência (art. 76 a 82 do CPP): vínculo – “simultaneus processos”.
Órgão prevalente (“visattractiva”):
a) Justiça Comum Federal x Justiça Comum Estadual = Justiça Comum Federal;
b) Júri X Justiça Comum = Júri;
c) Justiça Eleitoral X Comum = Justiça Eleitoral;
d) Órgãos Judiciais de Diferentes Graduações = órgão mais graduado;
e) Órgãos Equivalentes (ex.: duas varas estaduais) = (a) juízo do local do crime
mais grave; (b) se não houver crime mais grave, será o local do maior número
de crimes; (c) ou se nada resolver, se dará por prevenção (cai bastante na prova).
3) Perpetuação da competência – art. 81 do CPP - Verificada a reunião dos processos
por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a
infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente
em relação aos demais processos. Exceção = reconhecida inicialmente ao júri a
competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração
ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do
júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Tribunal do Júri
SENTENÇA
Veredito Juiz Presidente Crime Conexo
CONDENAÇÃO Dosimetria Júri
ABSOLVIÇÃO Fundamento no 386. A. I.: Júri
medida de segurança.
DESCLASSIFICAÇÃO Julga ou aplica a lei Juiz Presidente
9.099/96
Recursos – Teoria Geral
1) Pressupostos: CARTA: objetivos – cabimento (só é cabível se previsto em lei, rol
taxativo), adequação (se a parte interpuser o recurso errado, essa falha poderá ser
relevada, exceto se houver má-fé ou erro grosseiro), regularidade formal (regras
formais de interposição), tempestividade (no prazo legal – no CPP, o prazo é
contado em dias corridos, e se último dia cair em dia não útil prorroga-se o prazo
até o próximo dia útil, e sempre contadas da intimação) e ausência de fatos
impeditivos ou extintivos (renúncia - OBS.: o MP não pode renunciar. OBS. 2: se
o réu diz que não quer recorrer, mas o advogado recorre, vale o recurso; desistência
e deserção do querelante); LI: subjetivos – legitimidade (art. 577 do CPP) e
interesse recursal (sucumbência. OBS.: o MP tem interesse em recorrer em favor
do réu. OBS. 3: o MP não tem interesse em recorrer de sentença absolutória
quando for ação penal privada. OBS. 4: a defesa tem interesse em recorrer de
sentença absolutória para mudar o fundamento.
2) Princípio da Proibição da “Reformatio in Pejus” – a situação do réu não pode ser
agravada em recurso exclusivo da defesa (art. 617 do CPP):
a) Reforma prejudicial direta: o próprio tribunal prejudica;
b) Reforma prejudicial indireta: o tribunal manda o juiz de primeiro grau julgar e
este agrava a situação – isso é proibido. Exceção: (a) anulação do processo por
violação a regras constitucionais de competência; (b) anulação do júri, seguida
do reconhecimento de veredito mais rigoroso.
Apelação
1) Cabimento: arts. 593 + 416 do CPP – contra decisão do juiz singular (sentenças
condenatórias ou absolutórias, sentenças definitivas ou com força de definitiva não
sujeita a RESE), por fundamentação livre; ou de sentença do júri, por
fundamentação vinculada (nulidade posterior à pronúncia – precisa de novo júri,
decisão do juiz presidente contrária à lei ou ao veredito, erro ou injustiça na
pena/medida de segurança ou decisão manifestamente contrária à prova - precisa
de novo júri). OBS.: nesse último caso, não poderá invocar o mesmo fundamento
com relação ao novo júri. OBS. 2: se de parte da sentença caber apelação e outra
parte RESE, deverei apenas entrar com apelação para recorrer da totalidade da
decisão – art.593, §4º do CPP;
2) Rito:
a) Interposição: prazo de 5 dias (10 dias para defensor público e 15 dias para o
assistente de acusação não habilitado nos autos);
b) Juízo de admissibilidade: pode receber ou rejeitar (cabe RESE – art. 581, XV);
c) Razões: 8 dias na justiça comum ou 3 dias no caso de JECRIM;
d) Contrarrazões: 8 dias na justiça comum ou 3 dias no caso de JECRIM. OBS.:
o prazo de razões e contrarrazões são impróprios;
e) Tribunal: arts. 610 ou 613 do Processo Penal.
RESE
Embargos de Declaração
a) Obrigatoriedade: (I) art. 184 do ECA – é a única prova que o juiz não pode
indeferir; (II) art. 158 – é obrigatório nas infrações que deixam vestígios, não
podendo suprir-lhe a confissão do acusado; (III) art. 167 – se os vestígios
desaparecerem, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (Súmula 574 do
STJ – nos crimes de violação de direito autoral, pode ser feita por amostragem
e analisando apenas a parte externa do material;
3) Confissão (arts. 197 a 200 do CPP) – o silencio não pode ser usado. Características:
(I) retratável – a pessoa pode reconsiderar; e (II) divisível – parcial (Súmula 545 do
STJ – sempre que a confissão for fundamento da sentença, incide a atenuante da
confissão);
4) Ofendido (art. 201) – ofendido será ouvido sempre que possível. O STF entendeu
que o juiz pode indeferir motivadamente (Ex.: número imenso de vítimas
sobreviventes – boate Kiss);
b) Procedimento do art. 226 do CPP – diz o código que esse procedimento é mera
sugestão;
7) Documentos (art. 231 a 238) – pode ser juntado a qualquer tempo do prazo.
Exceção: no plenário do júri deverá ser juntada até 3 dias uteis antes do plenário
(art. 479);
9) Busca e Apreensão (arts. 240 a 250) – a busca pessoal não precisa de mandado
desde que haja fundada suspeita. OBS.: busca e apreensão em mulher será feita
por outra mulher, salvo se importar em retardamento ou prejuízo para a diligencia.
OBS. 2: busca e apreensão domiciliar (art. 5, XI, CF) – sem consentimento do
morador, salvo flagrante, desastre, para prestar socorre ou durante o dia, com
mandado judicial (período que vai das 6 às 18h).
3) Condutas do Juiz: (art. 310 do CPP): (I) o juiz pode relaxar a prisão em flagrante;
(II) conceder a liberdade provisória ou outra cautelar; ou (III) decretar a prisão
preventiva. OBS.: a falta de audiência de custodia não impede o critério de prisão
preventiva.
4) Prisão em Flagrante
1. Denuncia
2. Notificação para a defesa preliminar
3. Defesa preliminar (art. 514 do CPP): é obrigatória, no prazo de 15 dias. OBS.:
Súmula 330 do STJ – se teve Inquérito Policial, não cabe defesa preliminar. OBS.
2: se não for mais funcionário público no momento da denúncia não segue o
procedimento especial.
4. Juiz recebe a denuncia
5. Rito comum
OBS.: Ler as Súmulas do STJ: 582, 587, 588, 589, 593, 594, 599, 664, 606 e 613.