Lucia Castello Branco
organizadora
7 Olhares
sobre os escritos
de
Barros e Pessoa
vol.1
Belo Horizonte
FALE/UFMG
1995 Deeg
U.F.M.G. - BIBLIOTECA UNIVERSITARIA
AL IUTAUU UU AA
8664039506
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Rodrigo Braga Lara UFMG — BIBLIOTECA UNIVERSITARIA
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{6403 6506/95)
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MOD. BU-013 MAIO/95 50.000Na Praia das Letras
O leitor que passa seu olhar sobre o olhar desses sete autores aqui reunidos
talvez se indague sobre a propricdade de se justaporem, numa mesma
coleténea, duas poéticas tao singulares, como as de Manuel de Barros ¢
Fernando Pessoa. Da mesma forma, o leitor talvez se inquiete diante da
aproximagao de duas teorias que se distinguem pela pratica que suporta cada
uma delas: a escrita literaria ¢ a critica psicanalitica.
Mas 0 fato é que foi possivel reunir (certamente sem somar, sem fazer um),
no segundo semestre de 1993, no curso de Mestrado em Literatura Brasileira,
esses dois autores singulares, através de um viés unico que atravessa, de
maneira distinta, a poesia de cada um deles: a questo do sujeito, da imagem e
do simbdlico, reunidas, ent&o, sob uma certa concepgao de poética.
Da poesia lisboeta do inicio do século, construida em toro da implosdo de
uma subjetividade, por Fernando Pessoa ¢ seus heterénimos, a poesia
brasileirissima ¢ contemporénea de Manoel de Barros, em que 0 sujeito
parece ter cedido lugar ao objeto, a face coisal do mundo, um percurso
tedrico foi possivel: 0 do sujcito da contemporancidade, encenado, sempre,
nesse palco linguageiro, em suas multiplas articulagdcs 4 imagem ¢ ao
simbolico.
De maneira andloga, reuniram-sc, nessa perspectiva, a Literatura e a
Psicanalise, teorias que, resultantes de diferentes praticas, podem, como
sabemos (€ como t&o bem nos revelam os textos de Freud e Lacan), iluminar
uma a outra.
Entretanto, entre Manoel de Barros e Fernando Pessoa, bem como entre a
Literatura e a Psicanalise, demarca-se um litoral. Nao exatamente uma
fronteira, como nos ensina Lacan em Lituraterra, mas um litoral: a linha que
separa dois territorios distintos. E, no entanto, cm algum lugar, em algum
ponto-limite, esses territérios fazem a borda, fazem a margem, como a areia ¢
omar.
Foi assim que, durante um semestre, reuniram-se em toro desses dois poetas,
dessas duas areas do saber e dessas duas ou trés quest6es tedricas, alunos da
Faculdade de Letras e do Departamento de Psicologia da UFMG (com
formacéo em Psicandlise), mostrando que o Mestrado em Literatura