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Lucia Castello Branco organizadora 7 Olhares sobre os escritos de Barros e Pessoa vol.1 Belo Horizonte FALE/UFMG 1995 Deeg U.F.M.G. - BIBLIOTECA UNIVERSITARIA AL IUTAUU UU AA 8664039506 NAO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA Diretora da Faculdade de Letras Profa. Rostingela Borges Lima Vice-Diretora Profa. Prosolina Alves Marra Chefe do Departamento Prof. José Américo de Miranda Barros Comlssao de Publicagdes do Profa, Sonia Maria de Melo On Profa. Lucia Castello Branco Profa. Leda Maria Martms, J gl har —— Prof. José Fernandes Vileta arres ¢ Fes Projeto Grafico da Capa geo 4s Gloria Campos 5869. 13722 Composigao Rodrigo Braga Lara UFMG — BIBLIOTECA UNIVERSITARIA ENDEREGO PARA CORRE Departamento de Letras Ver Faculdade de Letras da UF? Av. Antonio Carlos, 6627 ~ : 31270-901 - Beto Horizonte Fone: (031) 448-5127 e 448. Eitos de Fax: (031) 448-5120 69.13/E277.¥c-s/1995 vel {6403 6506/95) 8 S x 8 MOD. BU-013 MAIO/95 50.000 Na Praia das Letras O leitor que passa seu olhar sobre o olhar desses sete autores aqui reunidos talvez se indague sobre a propricdade de se justaporem, numa mesma coleténea, duas poéticas tao singulares, como as de Manuel de Barros ¢ Fernando Pessoa. Da mesma forma, o leitor talvez se inquiete diante da aproximagao de duas teorias que se distinguem pela pratica que suporta cada uma delas: a escrita literaria ¢ a critica psicanalitica. Mas 0 fato é que foi possivel reunir (certamente sem somar, sem fazer um), no segundo semestre de 1993, no curso de Mestrado em Literatura Brasileira, esses dois autores singulares, através de um viés unico que atravessa, de maneira distinta, a poesia de cada um deles: a questo do sujeito, da imagem e do simbdlico, reunidas, ent&o, sob uma certa concepgao de poética. Da poesia lisboeta do inicio do século, construida em toro da implosdo de uma subjetividade, por Fernando Pessoa ¢ seus heterénimos, a poesia brasileirissima ¢ contemporénea de Manoel de Barros, em que 0 sujeito parece ter cedido lugar ao objeto, a face coisal do mundo, um percurso tedrico foi possivel: 0 do sujcito da contemporancidade, encenado, sempre, nesse palco linguageiro, em suas multiplas articulagdcs 4 imagem ¢ ao simbolico. De maneira andloga, reuniram-sc, nessa perspectiva, a Literatura e a Psicanalise, teorias que, resultantes de diferentes praticas, podem, como sabemos (€ como t&o bem nos revelam os textos de Freud e Lacan), iluminar uma a outra. Entretanto, entre Manoel de Barros e Fernando Pessoa, bem como entre a Literatura e a Psicanalise, demarca-se um litoral. Nao exatamente uma fronteira, como nos ensina Lacan em Lituraterra, mas um litoral: a linha que separa dois territorios distintos. E, no entanto, cm algum lugar, em algum ponto-limite, esses territérios fazem a borda, fazem a margem, como a areia ¢ omar. Foi assim que, durante um semestre, reuniram-se em toro desses dois poetas, dessas duas areas do saber e dessas duas ou trés quest6es tedricas, alunos da Faculdade de Letras e do Departamento de Psicologia da UFMG (com formacéo em Psicandlise), mostrando que o Mestrado em Literatura

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