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AGRUPAMENNTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Biologia e Geologia – 10º ano (2018/2019)


Ficha Informativa

Assunto: O Microscópio Óptico Composto – Princípios básicos

Muitos dos progressos nos vários domínios da ciência, nomeadamente na citologia, devem-se a
um instrumento de pesquisa – o microscópio. Este aparelho produz uma imagem ampliada e de grande
precisão do objecto em estudo.

1. CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO COMPOSTO

O microscópio óptico composto (MOC) é constituído por uma parte óptica e


uma parte mecânica. Conforme consta na tabela, a parte óptica é
constituída por dois sistemas: o sistema de iluminação e o sistema de
ampliação. Na tabela encontram-se também os constituintes da parte
mecânica do microscópio e respectiva função.

Figura 1 – Diversos constituintes do MOC.

CONSTITUINTES FUNÇÃO PARTICULARIDADES

Lâmpada incorporada de tungsténio –


microscópios mais modernos
Sistema de Iluminação

Lâmpada ou Ilumina o campo do microscópio


Espelho Espelho de duas faces: plana – luz natural;
côncava – luz artificial

Condensador Concentra os raios omitidos pela Sistema de duas ou três lentes.


fonte luminosa, fazendo-os incidir
na preparação (Fig. 1A).

Diafragma Regula a intensidade do campo Existe associado ao condensador e é


visual do microscópio (Fig. 1B). constituído por várias palhetas.
PARTE ÓPTICA

Sistema de lentes que ampliam a Tipos de objectivas:


imagem do objecto a ser
observado. A seco – designação que advém do facto
de existir uma camada de ar entre a lente
Objectivas Cada objectiva é constituída por frontal da objectiva e a preparação;
Sistema de ampliação

várias lentes – lente frontal, que


fica mais próxima da platina, e De imersão – a lente frontal fica imersa
lentes correctoras, que corrigem num óleo, geralmente de cedro, com um
aspectos como curvatura de índice de refracção semelhante ao do vidro.
campo, etc. (Fig. 1C).

Sistema de lentes que ampliam a As oculares são especificadas por:


imagem fornecida pela objectiva,
Oculares situado na parte superior do tubo - Letra que indica o tipo;
(Fig. 1D).
- Ampliação;

- Diâmetro do campo de visão.


CONSTITUINTES FUNÇÃO PARTICULARIDADES

Pé ou base Suporte do microscópio. Apresenta formas diversas.

Braço ou coluna Peça fixa à base, suporte outras


partes do microscópio.

Peça, paralela à base, onde se Pode ser fixa e apresentar duas pinças que
coloca a preparação. No centro fixam a preparação.
Platina apresenta uma abertura – a
janela da platina – por onde Por vezes são móveis, deslocando-se pela
PARTE MECÂNICA

passam os raios de luz (Fig. 1E) acção de um conjunto de parafusos.

Tubo ou canhão Peça que possui na extremidade


inferior o revólver e na superior a
ocular.

Revólver Peça giratória que suporte as Permite a selecção rápida das objectivas.
objectivas.

Parafuso Possibilita movimentos verticais Permite uma focagem rápida.


macrométrico de grande amplitude.

Parafuso Possibilita movimentos verticais Permite optimizar a focagem. Permite


micrométrico de pequena amplitude. observar o material em diferentes planos e
determinar a profundidade de campo.

1.1. IDENTIFICAÇÃO DAS OBJECTIVAS

No corpo da objectiva costumam vir marcados:

Ampliação;

Abertura numérica;
2 3
Comprimento do tubo (distância entre rosca da objectiva e a
entrada para ocular); Figura 2 – Representação em corte de uma
objectiva.
Espessura de lamela recomendada;
Figura 3 – Objectivas com diferentes
Código especificando o tipo (I de imersão). ampliações.

Por exemplo: a marcação 40/0,25 k; 160/0,17 diz respeito a:

Uma objectiva com um poder ampliador de 40x;

Abertura numérica de 0,25;

Comprimento do tubo de 160 mm e espessura da lamela de 0,17 mm.

1.2. ILUMINAÇÃO E FOCAGEM

Para procederes a uma correcta iluminação do microscópio deves ter em conta


que a luz deve atravessar a preparação. O ajuste correcto da iluminação é aquele
em que:

O campo visual está uniforme e completamente iluminado;

O ângulo de entrada na objectiva está iluminado (Fig.4).

Figura 4 – Iluminação por


transmissão.
Para se obter esse ajuste deve seguir-se um conjunto de procedimentos como:

1 – Verificar se toda a componente óptica está devidamente limpa;

2 – Confirmar se a objectiva de menor ampliação está no prolongamento do tubo;

3 – Abrir o diafragma e ligar a fonte de luz;

4 – Visualizar o campo do microscópio, que deve estar uniformemente iluminado.

Após este conjunto de operações poder-se-á procurar obter uma primeira visualização do objecto, sendo
necessário proceder à focagem. Para tal deve-se:

1 – Colocar a preparação na platina e, após estar centrada na “janela”, prendê-la com as pinças;

2 – Rodar o condensador para que fique ajustado à janela da platina;

3 – Mover lentamente o parafuso macrométrico, para que a platina se aproxime da objectiva. Deves colocar-
te numa posição lateral, relativamente ao microscópio para controlares estes movimentos;

4 – Verificar se o cone de luz da iluminação preenche somente o cone de entrada da objectiva.

5 – Observando através da ocular, afastar lentamente a platina até obter a primeira imagem;

6 – Com o auxílio do parafuso micrométrico, corrigir a focagem até se obter uma imagem nítida;

7 – Regular a abertura do diafragma, iluminando o campo do microscópio de acordo com o material que se
está a observar. Se necessário pode descer-se um pouco o condensador.

1.3. AMPLIAÇÃO E PODER DE RESOLUÇÃO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

O microscópio tem como principal função o fornecimento de uma imagem ampliada do objecto em estudo,
permitindo a visualização de pormenores que não eram passíveis de observação a olho nu. Em microscopia
óptica o valor total da ampliação de uma imagem é dado pela fórmula seguinte:

Ampliação total = Ampliação ocular x Ampliação objectiva

No entanto, pode-se considerar como características mais importantes que o


poder ampliador de um microscópio, o poder de definição (que permite a
formação de imagens com contornos bem definidos) e o poder de resolução, que
é traduzido pela capacidade de se distinguir dois pontos que se encontrem muito
próximos. Como se pode observar na figura 5, se ampliarmos uma imagem de
10x para 45x para 100x, a imagem de facto surge maior, mas não
necessariamente mais nítida. Mas, se à medida que se aumenta o poder
ampliador de um sistema óptico, se aumentar o poder de resolução, a imagem
surge com uma informação cada vez mais pormenorizada.

A razão para esta dicotomia entre ampliação e resolução relaciona-se com o


limite de resolução do olho humano, que é aproximadamente de 0,1 mm. Ou
seja, para que dois objectos sejam visualizados separadamente têm que se
encontrar separados por uma distância de 0,1 mm. Se a distância que os separa
for menor, nós vamos observá-los como se fossem um único objecto. Como a
maioria das células apresenta um diâmetro inferior a 0,1 mm, surge a
necessidade de recorrer ao microscópio para as observar. O limite de resolução
do microscópio óptico composto é de 0,2 µm. Figura 5 – Poder de ampliação versus poder
de resolução em microscopia óptica.
1.4. CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM EM MICROSCOPIA ÓPTICA

Como já foi referido, o microscópio óptico composto fornece imagens ampliadas dos objectos. Esta
ampliação é obtida através da conjugação do poder ampliador do sistema objectivo e do sistema ocular
(Fig.6).

Sistema objectivo – a objectiva fornece uma imagem real, ampliada (o número de vezes indicado),
simétrica e invertida.

Sistema ocular – a ocular fornece uma imagem ampliada (o número de vezes indicado)
relativamente à imagem fornecida pela objectiva, direita e virtual (porque se forma atrás da lente
ocular).

Pode-se concluir que a imagem que o observador recebe, relativamente ao objecto, é:

- uma imagem ampliada (primeiro pela objectiva e depois pela ocular);

- simétrica e invertida;

- virtual.

Dado que a imagem é invertida, deve-se movimentar sempre a preparação


microscópica no sentido contrário àquele em que desejamos movimentar a imagem.

Figura 6 – A imagem fornecida pela


objectiva é ampliada, simétrica e
invertida.
1.5. DIÂMETRO DE CAMPO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

A área da superfície observada varia na razão inversa da ampliação utilizada. A execução do


trabalho experimental relativo à determinação do diâmetro de campo do microscópio óptico
(Fig.7) permite concluir que se deve:

1. Iniciar a observação microscópica utilizando a objectiva de menor ampliação, que permite


captar uma ideia de conjunto e seleccionar a zona que interessa observar;

2. Passar depois às objectivas de maior poder ampliador que apesar de reduzirem a área
observada, revelam pormenores que não são visíveis em ampliações menores.

Figura 7 – Observação com ampliações


diferentes e os três campos do
microscópio em grandeza real.

1.6. PROFUNDIDADE DE CAMPO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

A profundidade de campo do microscópio óptico é muito reduzida, pelo que ao observar um objecto é
necessário ter em conta que só se consegue observar nitidamente um plano de cada vez. Assim, os planos
que se encontram acima e abaixo desse ficam desfocados. Quanto menor for o poder de ampliação da
objectiva, maior é a profundidade de campo.

É importante que durante a observação microscópica se proceda a uma manobra constante do


parafuso micrométrico, de modo a poderem visualizar-se nitidamente pormenores nos diferentes.
AGRUPAMENNTO DE ESCOLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA
Biologia e Geologia – 10º ano (2018/2019)
Ficha de trabalho

Assunto: Constituição E FUNCIONAMENTO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO COMPOSTO

Figura 2 – Peças da parte óptica do


MOC

Figura 1 – Microscópio Óptico Composto

1.1. Analisa a figura 1 que representa um esquema do MOC e a figura 2, onde podes observar
alguns dos componentes deste aparelho.

Com o auxílio do quadro seguinte, legenda as figuras e estabelece a correspondência entre as


partes constituintes do MOC e as funções que desempenham.

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