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VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2018
SUMÁRIO
1. OBJETIVOS ............................................................................................. 4
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LISTA DE FIGURAS
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1. OBJETIVOS
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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2.2. Solos Tropicais
Porém, de acordo com Barroso (2002), Nogami não considera essa definição
satisfatória, já que podem ser encontrados solos com diferentes características
entre os trópicos, em função das diferentes condições geológicas e climáticas que
estão submetidos. Surge então a conceituação climática:
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“Aqueles que apresentam peculiaridades de propriedades e de
comportamento, relativamente aos solos não tropicais, em decorrência da
atuação no mesmo de processos geológicos e /ou pedológicos, típicos das
regiões tropicais úmidas.”
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Figura 2 - Mapa das principais áreas de ocorrência dos solos lateríticos no
território brasileiro.
Fonte: Villibor et al; 2000.
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Solos arenosos lateríticos (LA’): solos tipicamente arenosos, e
constituintes do horizonte B dos solos conhecidos pedologicamente
no Brasil por latossolos arenosos e solos podzolizados arenosos
(textura média). Estes solos, além da presença dos matizes vermelho
e amarelo, dão cortes firmes (pouco ou não erodíveis), nitidamente
trincados, quando expostos as intempéries;
Solos argilosos lateríticos (LG’): este grupo é formado por argilas e
argilas arenosas que constituem o horizonte B dos solos conhecidos
pedologicamente por latossolos, solos podzólicos e terras roxas
estruturadas. Quando apresentam percentagem de areia elevada,
tem um comportamento semelhante aos solos do grupo LA’;
Areias não lateríticas (NA): Os solos pertencentes a este grupo são
as areias, siltes e misturas de areias e siltes, nos quais os grãos são
constituídos essencialmente de quartzo e/ou mica. Praticamente não
possuem finos argilosos coesivos siltes caoliníticos;
Solos arenosos não lateríticos (NA’): compostos
granulometricamente por misturas de areias quartzosas (ou de
minerais de propriedades similares) com finos passando na peneira
0,075mm, de comportamento não laterítico. Geneticamente os tipos
mais representativos são solos saprolíticos originados de rochas ricas
em quartzo tais como os granitos, gnaisses, arenitos e quartzitos
impuros;
Solos siltosos não lateríticos (NS’): este grupo compreende os
solos saprolíticos silto-arenosos peculiares, resultantes do
intemperismo tropical nas rochas eruptivas e metamórficas, de
constituição predominantemente feldspática-micácea-quartzosa. As
variedades mais ricas em areia quartzosa podem ter características
mecânicas e hidráulicas que se aproximam dos solos do grupo NA’;
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Solos argilosos não lateríticos (NG’): este grupo compreende os
solos saprolíticos argilosos, provenientes de rochas sedimentares
argilosas (folhelhos, argilitos, siltitos), ou cristalinas pobres em
quartzo e ricas em anfibólios, piroxênios e feldspatos cálcicos.
Classificam-se neste grupo os solos superficiais pedogênicos não
lateríticos, como os vertissolos bem como muitos solos transportados.
2.3. Classificação MCT - Mini-MCV (M5) e Perda de Massa por Imersão (M8)
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Ainda segundo Cozzolino e Nogami (1993), a ligação entre as partes finas
destes solos faz com que a granulometria seja afetada no processo de floculação,
utilizado no ensaio de sedimentação. Os autores apresentam estudos que indicam
variações de 37 a 68% na quantia de argila apenas alterando o tipo de defloculante,
a não utilização indicaria a presença de apenas 5% de argila. Variações no tempo
de utilização do aparelho dispersor também interferem na leitura da quantidade de
argila presente no solo, onde a variação vai de 38% para 44% em apenas 10
minutos de diferença. Outros estudos apresentados indicam variações no LL
conforme o tempo de manipulação.
Outra limitação notável é relacionada ao Índice de Grupo, frequentemente
utilizada para avaliar a capacidade de suporte, que é calculado pelo LL, IP e
granulometria. A correlação existente entre o IG e a capacidade de suporte
apresentadas no artigo mostram que para os solos lateríticos constata-se uma
nítida subestimativa e nos saprolíticos o contrário.
Dentre outras limitações, inclusive nos métodos tátil-visuais, justifica-se a
criação da Metodologia MCT, que dividem os solos tropicais em duas grandes
Classes: Lateríticos (L) - solos de comportamento laterítico, saprolíticos (N) - solos
de comportamento não laterítico.
Cozzolino e Nogami (1993) ressaltam que o termo comportamento foi
introduzido a fim de caracterizar bem que a classificação se baseia em
propriedades mecânicas e hídricas de corpos de prova compactados, e não na
morfologia e/ou gênese, da maneira como ocorre frequentemente em pedologia ou
em ciência do solo. O relacionamento de solos de comportamento laterítico com os
solos pedologicamente lateríticos é complexo. Sendo que solos de comportamento
laterítico podem não ser considerados como pedologicamente lateríticos.
Ainda conforme os autores, existem duas grandes classes que dividem os
solos tropicais:
A classe dos solos lateríticos que constituem camadas superficiais de áreas
bem drenadas, com predominância de cores fortes e espessuras geralmente entre
2 e 10 metros. Já a classe dos solos saprolíticos que constituem camadas
subjacentes às lateríticas ou outros solos pedogenéticos, ou ainda, solos
sedimentares ou transportados. As espessuras são muito variadas, atingindo
frequentemente várias dezenas de metros, possuem cores muito variadas e
contrastando com os solos lateríticos são genuinamente residuais.
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A classificação MCT é realizada com a execução de dois ensaios básicos, o
de compactação Mini-MCV e o ensaio de Perda de Massa por Imersão, conhecidos
respectivamente por M5 e M8. Dos resultados destes efetiva-se a classificação
MCT, sendo chamado este procedimento de M9 (VILLIBOR; NOGAMI, 2009).
Conforme ABGE (1998), o ensaio de compactação Mini-MCV foi
desenvolvido a partir do ensaio inglês Moisture Condition Value. Em geral são
compactados cinco a seis corpos de prova com diferentes teores de umidade e
energia de compactação variável. A partir disso teremos dois gráficos:
𝑚𝑠
𝑃𝑖 = ( ) 𝑥 100 (1)
𝑚𝑜
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Onde:
ms = é a massa de solo seco desprendido do corpo de prova após
imersão (em gramas);
mo = é a massa de solo seco correspondente a 10mm de corpo de
prova deslocado do cilindro de compactação (em gramas).
3 𝑃𝑖 20
𝑒′ = √ + (2)
100 𝑑′
Após conhecimento dos coeficientes e' e c' pode-se classificar o solo pelo
ábaco da Figura 3:
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2.4. Classificação MCT Expedita
Conforme ABGE (1998), o método expedito das pastilhas tem como base
apenas a contração, a consistência e a expansão dos solos para sua classificação
dentre os grupos MCT, onde são moldadas pastilhas que passam pelas seguintes
etapas:
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reabsorção d'água: os anéis com as pastilhas são colocados sobre
uma placa porosa saturada observando-se fenômenos de
inchamento, trincamento e amolecimento. Este procedimento é
avaliado pela penetração de uma ponta de aço de diâmetro de
1,30mm e massa de 10g sobre a pastilha saturada;
com base nos valores de contração, penetração e observações
classifica-se o solo segundo gráfico apresentado por Nogami e Villibor
(1996).
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Figura 4 - Gráfico de Classificação MCT Expedita.
Fonte: FORTES et al; 2002.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FORTES, Rita M.; MERIGHI, João V.; ZUPPOLLINI NETO, Alexandre. Método das
Pastilhas para identificação expedita de solos tropicais. In. Congresso
Rodoviário Português, 2., 2002, Lisboa, Portugal.
VILLIBOR, Douglas F.; NOGAMI, Job S.; CINCERRE, José R.; SERRA, Paulo R.
M.; NETO, Alexandre Z. Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas: Bases
alternativas com Solos Lateríticos, Gestão de Manutenção de Vias Urbanas. 2.
ed. São Paulo: Arte & Ciência, 2000. 196 p.
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