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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - MESTRADO
MARINGÁ
2015
PAULO FERREIRA BENENCASE
MARINGÁ
2015
DEDICATÓRIA
Ao Prof. Dr. Romel Dias Vanderlei, por me orientar neste trabalho de maneira
companheirismo.
“Você pode ter tudo, mas não ao mesmo tempo.
Prioridade não é abdicar e também não é a emergência;
estabelecer prioridades é saber o quê você quer, o quê te
faz feliz, isso é prioridade.”
Ana Paula Padrão
BENENCASE, Paulo Ferreira. Análise do comportamento estrutural de postes de
concreto armado utilizados em linhas de transmissão de energia elétrica. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UEM,
Maringá, 2015.
RESUMO
ABSTRACT
The use of reinforced concrete poles for electric power transmission lines has advantages with
respect to the use of steel towers, such as more economic foundations; increased speed of
assembly; need smaller area for installation; durability in the face of bad weather; higher fire
resistance; lower maintenance and better visual appearance. However, its use is recent and the
literature on the subject still scarce. This paper discusses broadly the criteria involved in the
design of this type of structure and aims to demonstrate the structural calculation procedures
and evaluate the performance of posts with different formats. In this, are designed poles with
23 meters high and different geometries: circular hollow section, rectangular hollow section
and double "T" section, according to the Brazilian technical standards NBR 5422:1985, NBR
6123:1988, NBR 6118:2014 and NBR 8451:2011. Structural analysis of the poles is
complemented with the development of numerical simulations with the aid of ABAQUS®
software that is based on the Finite Element Method. The results obtained, such as efforts,
stresses, deflections and weight of armor were compared in order to highlight the main
advantages and disadvantages of each post format. As a result, it was found that for the
proposed cases the pole with a hollow circular section absorbs less wind load, required the
least amount of steel and also had the lowest rate of reinforcement, the pole with a double T
section accused the greatest efforts but the lowest volume of concrete, the pole with a hollow
rectangular section showed high consumption of materials and was the second heaviest
structure.
ALT Altitude
AR Alta Resistência
LN Linha Neutra
Coeficiente de arrasto
Força de arrasto
H Altura do poste
Carga concentrada
® Marca registrada
Número de Reynolds
Fator topográfico
Fator estatístico
Módulo de resistência
Largura da mesa
Largura da seção
c Cobrimento da armadura
f Flecha máxima
h Altura da viga
Altura da mesa
l Comprimento do tronco
n Número de condutores
t Temperatura
Variação de temperatura
Fator de afetividade
Deformação específica
Deformação do aço
Viscosidade dinâmica do ar
Coeficiente de Poisson
Número Pi ( = 3,14159265359 … )
Massa específica do ar
, í Taxa mínima de armadura transversal
Tensão
LETRAS ESPECIAIS
Diâmetro do cabo
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 21
1.1 GENERALIDADES .................................................................................................... 21
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 24
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 25
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................25
1.3.2 Objetivos específicos..................................................................................................25
1.4 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ............................................................................ 25
2 POSTES DE CONCRETO ARMADO PARA LINHAS DE TRANSMISSÃO........ 27
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 27
2.2 CONSIDERAÇÕES DE PROJETO .................................................................................. 31
2.2.1 Ações.........................................................................................................................31
2.2.2 Combinações de ações ...............................................................................................32
2.2.3 Forças devidas ao vento.............................................................................................32
2.2.4 Tensão de projeto nos cabos......................................................................................42
2.3 DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS .............................................................................. 43
2.3.1 Esforços verticais .......................................................................................................43
2.3.2 Esforços horizontais ...................................................................................................47
2.3.3 Momentos fletores ....................................................................................................50
2.4 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA ........................................................................ 53
2.5 VERIFICAÇÕES DA ESTRUTURA ................................................................................ 53
3 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 56
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS............................................................................ 56
3.1.1 Parâmetros geométricos ............................................................................................58
3.1.2 Propriedades dos materiais........................................................................................59
3.1.3 Parâmetros elétricos ..................................................................................................60
3.1.4 Condições de solicitação ............................................................................................60
3.1.5 Condições de contorno ..............................................................................................61
4 EXEMPLOS NUMÉRICOS ....................................................................................... 62
4.1 CASO I: SEÇÃO CIRCULAR VAZADA ........................................................................ 62
4.2 CASO II: SEÇÃO RETANGULAR VAZADA ................................................................. 67
4.3 CASO III: SEÇÃO DUPLO “T”.................................................................................. 71
5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL ......................................................................... 76
5.1 CRIAÇÃO DOS MODELOS.......................................................................................... 77
5.2 DEFINIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONTATO, DE VINCULAÇÃO E DE CARREGAMENTO .... 79
5.3 GERAÇÃO DA MALHA DE ELEMENTOS FINITOS.......................................................... 84
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 88
6.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES ............................................................................... 88
6.1.1 Deformações nas estruturas ......................................................................................88
6.1.2 Tensões nas estruturas ..............................................................................................93
6.1.3 Comparação entre resultados numéricos e resultados analíticos................................98
6.2 ANÁLISE PARAMÉTRICA .......................................................................................... 98
6.2.1 Comparativo dos coeficientes de arrasto....................................................................98
6.2.2 Comparativo dos esforços ..........................................................................................99
6.2.3 Comparativo da armadura longitudinal ....................................................................101
6.2.4 Comparativo da armadura transversal .....................................................................102
6.2.5 Comparativo do consumo de materiais ....................................................................102
6.2.6 Comparativo do peso dos postes..............................................................................104
7 CONCLUSÕES......................................................................................................... 105
7.1 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ................................................................ 106
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 107
21
1 INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
Entretanto, apesar de mais baixa, a tensão ainda não é adequada para o consumo
imediato e por isso, transformadores menores são instalados nos postes de rua. Estes reduzem
ainda mais a voltagem da energia que vai diretamente para as residências, comércio e
indústrias.
Dessa forma, o consumo de eletricidade varia de acordo com a estação do ano e com a
região do país, dependendo do nível de luminosidade e do clima, entre outros fatores.
O sistema brasileiro também está interligado à Venezuela (de onde chega a energia
que abastece a capital de Roraima, Boa Vista), à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai (do qual
o País é sócio em Itaipu Binacional). Essas linhas são operadas pela Eletrobrás.
Isso significa que a eletricidade que chega até as residências pode ter viajado centenas
ou milhares de quilômetros em linhas de transmissão. Além disso, pode ter sido gerada por
diferentes usinas ao longo do ano.
De acordo com Wazen (2011, p.15) para que os cabos aéreos que transportam a
energia sejam sustentados de forma eficaz e segura, são necessárias estruturas específicas para
cada nível de tensão e para diferentes tipos de relevos a serem transpostos. Assim, de acordo
com as especificidades de cada projeto, as estruturas adotadas podem ser metálicas, de
concreto ou mesmo de madeira.
Segundo Carril Jr. (2000, p.1) neste tipo de obra o vento é o fator predominante e,
portanto, é essencial ter estimativas confiáveis do carregamento do vento e do seu efeito sobre
a estrutura.
Na análise das estruturas, objeto desta pesquisa, deve ser levado em conta as
recomendações das normas técnicas brasileiras ABNT NBR 5422:1985 - Projeto de linhas
aéreas de transmissão de energia elétrica; ABNT NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento
em edificações; e ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto.
Ainda de acordo com Pereira (2010, p. 61) não se deve esquecer que, em
contrapartida, as análises experimentais são fundamentais e de extrema importância para
calibrar, aferir e validar os modelos numéricos.
1.2 JUSTIFICATIVA
Contudo, a literatura sobre o assunto ainda é escassa. Além disso, estruturas em linhas
de transmissão de energia é um assunto pouco abordado na formação dos engenheiros civis
pelas universidades do Brasil.
De acordo com Pereira (2010, p. 56-57) uma grande preocupação atual é que o Brasil
não tem infraestrutura para um crescimento acelerado. Nos setores de Energia e
Telecomunicações, destacam-se os problemas encontrados na operação e manutenção de
linhas de transmissão de alta-voltagem e em torres de telecomunicações, devido, em grande
parte, ao fato destas estruturas estarem permanentemente sujeitas aos efeitos meteorológicos.
Porém, sem a utilização maciça de recursos computacionais torna-se inviável o
desenvolvimento acelerado de novas tecnologias e de soluções para os problemas levantados.
Daí a importância das simulações numéricas na solução da maioria dos problemas de
engenharia. Dessa maneira, o meio acadêmico passa a ter um papel muito importante, e pode
dar uma grande contribuição ao desenvolvimento de novas tecnologias e avanços na área de
simulações computacionais aplicadas a esses problemas.
25
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Este item apresenta a forma como está organizada a dissertação, com a ordem e
descrição dos capítulos que a compõem, como segue:
As seções mais comuns são: duplo “T”, retangular vazada e circular vazada, com
diâmetros externos variando entre 30 cm e 100 cm.
Os postes podem ter seção variável ao longo da altura. Esta medida gera uma grande
economia na fabricação da estrutura e na execução das fundações.
28
Figura 2.3: Poste com seção retangular vazada sendo içado por guincho
Fonte: <http://www.incopostes.com.br/linhas-de-transmissao.html>. Acesso em: 22/12/14.
29
Segundo a norma ABNT NBR 5422:1985 as ações a que a estrutura está sujeita, são as
seguintes:
Ações permanentes: aquelas que praticamente não variam ao longo da vida útil
da estrutura, tais como, peso próprio da estrutura, peso dos isoladores e cargas
transmitidas pelos cabos.
As ações nos cabos que são transmitidas às estruturas decorrem do seu peso próprio e
da pressão de vento horizontal, uniformemente distribuída ao longo do vão da linha.
k2=1,00: para o peso próprio da estrutura, das ferragens, dos isoladores e para
cargas verticais reduzidas;
Segundo Dias (2007, p. 47) a variação de temperatura provoca nos cabos dilatações ou
retrações ao longo do seu comprimento. No entanto, e uma vez que, estes são fixados às
estruturas de suporte com um dispositivo (folga) que permite acomodar as variações de
comprimento correspondentes às variações de temperatura existentes, os esforços axiais
gerados são insignificantes, e em regra, são desprezados.
fator de 1,5 pode ser utilizado se as operações de içamento de estruturas forem perfeitamente
controladas.
Segundo a norma ABNT NBR 5422:1985 as cargas de projeto devem ser combinadas
convenientemente entre si, de modo a se obter um conjunto de hipóteses de cálculo para fins
da verificação da estabilidade da estrutura.
O vento deve ser considerado atuando na direção que resultar a condição mais severa
de carregamento.
F = (2.1)
Onde:
De acordo com a norma ABNT NBR 5422:1985 a pressão dinâmica (q) é dada pela
fórmula:
q= V (2.2)
Onde:
33
,
= ,
(2.3)
Onde:
t : é a temperatura [ºc];
A norma ABNT NBR 6123:1988, no item 2.2, estabelece como condições normais de
pressão e temperatura, 1 [atm] e 15[ºc], respectivamente. Isso permite que a Equação 2.2 seja
simplificada, da seguinte forma:
q = 0,613 V (2.4)
Onde:
Para o cálculo da pressão dinâmica do vento deve ser usada a velocidade característica
(V ), determinada de acordo com a norma ABNT NBR 6123:1988, pela seguinte expressão:
V = (2.5)
Onde:
S : é o fator topográfico;
S : é o fator estatístico.
b) taludes e morros:
35
Se 3° S ( ) = 1,00;
Onde:
Categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e
muros, poucos quebra-ventos de árvores e edificações baixas e esparsas (cota
média do topo dos obstáculos de 3,00 m).
A norma ABNT NBR 5422:1985 apresenta no item 8.2.2 a seguinte fórmula para a
determinação da força devida a ação do vento sobre os cabos de um vão de linha,
perpendicular ao cabo:
= SIN² (2.6)
Onde:
: é o fator de afetividade;
Figura 2.8
Fonte: ABNT NBR 5422 (1985).
Singh (2009, p. 36) salienta que a força devida ao vento, distribuída uniformemente ao
longo do condutor, aplicada na horizontal e transversalmente ao eixo longitudinal dos cabos,
atuando simultaneamente com peso do condutor, fará com que a catenária se localize em um
plano inclinado com um ângulo ( ção ao plano vertical que passa pelo suporte
(estrutura), como mostra a Figura 2.9.
39
De acordo com a norma ABNT NBR 5422:1985 item 8.2.3 a força decorrente da ação
do vento sobre os isoladores é dada pela fórmula:
F =q C (2.7)
Onde:
De acordo com a norma ABNT NBR 5422:1985 item 8.2.4.2 para suportes
constituídos principalmente por elementos cilíndricos ou cônicos (troncos) de diâmetro maior
que 20 cm, a força do vento aplicada nos centros de gravidade dos troncos com comprimento
l, é dada pela fórmula:
F =q C l sin³ (2.8)
Onde:
R = (2.9)
Onde:
De acordo com a norma ABNT NBR 5422:1985 item 8.2.4.3 para suportes
constituídos principalmente por elementos troncos piramidais a força do vento aplicada nos
centros de gravidade dos troncos com comprimento l, é dada pela fórmula:
=q a l (2.10)
Onde:
O peso da linha é constituído pelo peso dos cabos, peso dos isoladores, peso das
cruzetas, peso das ferragens, peso do eletricista, etc..
multiplicação do comprimento do vão equivalente (L ) pelo peso por metro linear do cabo.
Ou, no caso de vãos e cabos diferentes, considerar a soma das metades das multiplicações do
comprimento do vão pelo peso linear de cabo de cada vão.
= (2.11)
Onde:
No caso do poste PL (Detalhe 1), tem-se uma situação de poste comprimido pela linha,
que apresenta a configuração de forças ilustrada na Figura 2.13.
45
Onde:
NOTAS:
sin = e sin =
( ) ( )
={ (sin + sin )} +
²
= (2.12)
Onde:
46
No caso do poste PM (Detalhe 2), tem-se outra situação, a de poste tracionado pela
linha, que apresenta a configuração de forças ilustrada na Figura 2.14.
Onde:
NOTAS:
={ (sin + sin )} +
Onde:
Neste caso, também se pode determinar o valor da resultante pela lei dos cossenos,
como se demonstra a seguir:
48
R= + + (2 cos ) (2.13)
Onde:
= 2 (1 + cos ) (2.14)
Onde:
A resultante horizontal total que atuará no poste pode ser obtida pela expressão
abaixo:
49
= (2.15)
Onde:
: é o número de condutores.
Onde:
= h (2.16)
Onde:
= 0,9 (2.17)
Onde:
= (2.18)
á
Onde:
A norma ABNT NBR 8451:2011 prescreve que os postes devem suportar cargas
excepcionais de até 40% acima da carga nominal sem apresentar deformações residuais e/ou
trincas permanentes (Cargas Excepcionais = 1,40 R ), e que a carga de ruptura deve ser
igual ou superior a 100% acima da carga nominal (Cargas de Ruptura = 2,00 R ).
É indicado também no item 5.3 da norma ABNT NBR 8451:2011, que para postes de
seção duplo T, a direção de menor resistência deve ser capaz de resistir à metade dos esforços
atuantes na direção de maior resistência.
53
realização de ensaios.
Os ensaios são destinados à verificação de: momento fletor no plano de aplicações dos
esforços reais (M ); elasticidade; resistência à ruptura e absorção de água.
Os postes submetidos a uma força igual à resistência nominal não devem apresentar
flechas, no plano de aplicação dos esforços reais, superiores a:
Todos os postes submetidos a uma tração igual à resistência nominal não devem
apresentar fissuras, excetos as capilares. As fissuras que aparecerem durante a aplicação dos
esforços correspondentes a 140% da resistência nominal, após a retirada deste esforço, devem
fechar-se ou tornar-se capilares.
A resistência à ruptura não deve ser inferior a duas vezes a resistência nominal. Os
postes simétricos de seção duplo “T” devem apresentar na direção de menor resistência, uma
resistência igual a 50% da indicada para a direção de maior resistência.
O teor de absorção de água no concreto do poste não pode exceder um dos seguintes
valores:
O valor teórico da flecha pode ser obtido pela expressão analítica para determinação da
flecha máxima em vigas engastadas com carga concentrada na extremidade (Equação 2.19).
f= (2.19)
Onde:
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Sobre os modelos definidos foi feita a aplicação prática dos métodos de cálculo das
normas técnicas ABNT NBR 5422:1985, ABNT NBR 6123:1988 e ABNT NBR 6118:2014,
com o intuito de determinar a armadura necessária para cada caso e, ao mesmo tempo,
elucidar os procedimentos de cálculo estrutural para postes de concreto armado.
Por fim, os resultados obtidos para os postes de diferentes seções foram confrontados e
interpretados, visando-se estabelecer parâmetros comparativos. Nesta etapa foram
desenvolvidos gráficos com auxílio da ferramenta computacional Excel visando facilitar a
leitura dos resultados.
suspensão de uma linha de transmissão de 138 [kV]. Trata-se de uma estrutura autoportante
intermediária de uma linha.
d) dimensões da seção duplo “T”: largura igual a 0,54 [m], comprimento igual a
0,74 [m] e espessura do concreto igual a 0,08 [m].
Para as cruzetas optou-se pelo modelo simples de concreto armado com 3,50 [m] de
comprimento, referência COELCE DAR-44. Segue abaixo, na Figura 3.3, o desenho desta
cruzeta.
59
Linha convencional de 138 [kV] de circuito duplo com seis cabos condutores de fase e
dois cabos de para-raios.
b) nomenclatura: Rail;
d) = 0,95 – edificação com baixo teor de ocupação, valor obtido na Tabela 2.2.
= (=)
(=) = 39,52[ ]
4 EXEMPLOS NUMÉRICOS
Neste capítulo é feita a aplicação prática dos métodos de cálculo para postes de
concreto armado empregados em linhas de transmissão de energia elétrica para os casos
objeto de estudo.
= 124,00[ ]
= SIN² (=)
2
100
(=) = 957,40 1,00 0,92 0,00953 SIN 90° (=)
2
(=) = 419,71[ ] = 0,42[ ]
63
NOTAS:
= SIN² (=)
2
100
(=) = 957,40 1,00 0,92 0,02961 SIN 90° (=)
2
F =q C l sin³ (=)
NOTAS:
11,26 10,05
= = = 5,69[ ]
19,90
= 22,97[ ] = 22,97[ ]
NOTAS:
A unidade decaNewton (daN) é uma unidade de força e equivale à dez Newtons (10
N). Esta é a unidade usualmente adotada por fabricantes e concessionárias de energia para
representar a resistência nominal dos postes de concreto armado e classificá-los. Tem-se
tornado frequente a utilização do decaNewton (daN) por ser uma forma de usar uma unidade
64
Força cortante:
= 22,97[ ]
Figura 4.1: Diagrama de força cortante obtido com o software FTool V 2.12
Fonte: Autoria própria.
Momento fletor:
Figura 4.2: Diagrama de momento fletor obtido com o software FTool V 2.12
Fonte: Autoria própria.
W
= 0,9 = 0,9 461,09 1 = 414,98[kN m] = 41498,10[kN cm]
NOTAS:
O poste é regular, isto é, a seção mantém-se constante ao longo da altura. Dessa forma,
os módulos de resistência da seção na base e no topo são iguais.
E I
P = (=)
L
42501010000 0,0109
(=)P = = 900125,97[N] = 900,13[kN]
(2 20,10)
( ) (0,78 0,62 )
I= = = 0,0109[ ]
64 64
124,00
= = = 0,025
4,00
1758,40
1,40
1,40 46109,40
= = = 0,16
4,00
1758,40 78,00 1,40
= (=)
50
1,15
(=)0,40 = (=)
4,00
1758,40
1,40
(=) = 46,22[ ]
= 0,27 1 (=)
25
66
4,0 4,0
(=) = 0,27 1 78 73,5 = 3714,98[ ]
25 1,4
2,00
= = 78,00 2,50 1,00 = 73,5[ ]
2 2
0,1404 50
, í = , í 0,9 = 0,9 78 73,5 = 314,97[ ]
100 1,15
, í = , í
NOTAS:
Cálculo da armadura:
0,1404
, í = = , í = 78 = 0,110[ / ]
100
= 0,110[ / ](=)
(=) = 1,54 [ ]
= 122,25[ ]
=q a l(=)
(=) = 18,01[ ]
NOTAS:
18,01 10,05
= = = 9,10[ ]
19,90
= 26,38[ ] = 2638[ ]
Força cortante:
= 26,38[ ]
Momento fletor:
W
= 0,9 = 0,9 530,24 1 = 477,22[kN m] = 47721,60[kN cm]
E I
P = (=)
L
42501010000 0,0109
(=)P = = 900125,97[N] = 900,13[kN]
(2 20,10)
122,25
= = = 0,025
4,00
1728,00
1,40
1,40 53023,80
= = = 0,29
4,00
1728,00 52,00 1,40
= (=)
50
1,15
(=)0,70 = (=)
4,00
1728,00
1,40
(=) = 79,49[ ]
79,49
= = = 19,87[ ]
4 4
Solução adotada: 7 20[mm] por lateral, que equivale a 21,98 [cm²] por lateral.
NOTAS:
A norma ABNT NBR 8451:2011 indica que os postes de concreto armado devem
resistir ao momento fletor nominal em qualquer direção e sentido considerado. Por essa razão,
para o poste de seção retangular vazada a armadura longitudinal foi calculada no sentido da
menor rigidez da seção.
= 0,27 1 (=)
25
70
4,0 4,0
(=) = 0,27 1 52 47,5 = 1600,56[ ]
25 1,4
2,00
= = 52,00 2,50 1,00 = 47,5[ ]
2 2
0,1404 50
, í = , í 0,9 = 0,9 72 47,5 = 187,89[ ]
100 1,15
, í = , í
NOTAS:
Cálculo da armadura:
0,1404
, í = = , í = 72 = 0,101[ / ]
100
= 0,101[ / ](=)
(=) = 1,52 [ ]
= 99,25[ ]
= (=)
(=) = 20,26[ ]
NOTAS:
20,26 10,05
= = = 10,23[ ]
19,90
= 27,51[ ] = 2751[ ]
Força cortante:
= 27,51[ ]
Momento fletor:
W
= 0,9 = 0,9 552,95 1 = 497,66[kN m] = 49765,50[kN cm]
E I
P = (=)
L
42501010000 0,0108
(=)P = = 891867,93[N] = 891,87[kN]
(2 20,10)
2
= = 74,00 2,50 0,80 = 69,70[ ]
2 2
4,00
(=) = (54,00 8,00) 8,00 0,85 (69,70 0,5 8,00)(=)
1,40
= (=)
4,00
(=)18696,11 = 0,68 x 8,00 (69,70 0,4 )(=)
1,40
Verificação do domínio:
, < , í 3 !
74
Cálculo da armadura:
58717,03
= = = 20,56[ ]
0,5 50
( 0,5 8,00)
1,15 69,70
18696,11
= = = 6,94[ ]
( 0,4 ) 50
(69,70 0,4 19,43)
1,15
= 0,27 1 (=)
25
4,0 4,0
(=) = 0,27 1 54 69,70 = 2438,94[ ]
25 1,4
0,1404 50
, í = , í 0,9 = 0,9 54 69,70 = 206,78[ ]
100 1,15
, í = , í
NOTAS:
Cálculo da armadura:
0,1404
, í = = , í = 54 = 0,076[ / ]
100
= 0,076[ / ](=)
75
(=) = 0,99 [ ]
5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
b) seção retangular vazada com carga lateral aplicada no sentido da maior inércia
da seção;
d) seção duplo “T” com carga lateral aplicada no sentido da maior inércia da
seção;
e) seção duplo “T” com metade da carga lateral aplicada no sentido da menor
inércia da seção.
Neste trabalho a análise numérica foi do tipo linear, isto é, admitindo comportamento
elástico-linear para os materiais, para os quais a relação entre tensão e deformação é regida
pela Lei de Hooke (Equação 5.1).
=E (5.1)
Onde:
: é a tensão [Pa];
77
f) processamento;
g) pós-processamento.
De acordo com Lautenschläger (2010, p.104), este tipo de banco de dados é indicado
para análises estáticas e dinâmicas, lineares ou não lineares, sendo aquela que possui mais
recursos no programa.
Foram atribuídos valores de densidade aos materiais para levar em conta o peso
próprio das estruturas. Segundo Lautenschläger (2010, p.108), o software ABAQUS®
considera a ação da gravidade como um carregamento, sendo que, os materiais somente são
sensíveis à ação da gravidade quando possuem uma densidade.
Também foram aplicadas cargas concentradas com direção transversal ao eixo dos
postes, nos pontos de referência no topo de cada poste. A intensidade destas cargas seguem os
somatórios de cargas horizontais atuantes nos postes obtidas nos exemplos numéricos do
Capítulo 4 deste trabalho. Para uma simulação no poste de seção duplo “T” se optou por
reduzir a carga pela metade e aplicá-la no sentido de menor inércia da seção. Estes
procedimentos podem ser visto nas Figuras 5.7, 5.8, 5.9, 5,10 e 5.11.
82
Figura 5.7: Carga lateral aplicada no topo do poste de seção circular vazada
Fonte: Autoria própria.
Figura 5.8: Carga lateral aplicada no topo do poste de seção retangular vazada
no sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
83
Figura 5.9: Carga lateral aplicada no topo do poste de seção retangular vazada
no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
Figura 5.10: Carga lateral aplicada no topo do poste de seção duplo “T”
no sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
84
Figura 5.11: Carga lateral aplicada no topo do poste de seção duplo “T”
no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
A geração da malha dos modelos é feita no ABAQUS® através do módulo Mesh. Para
a malha da armadura de aço foram utilizados elementos do tipo T3D3 (elemento de treliça
tridimensional quadrático com três nós) e para a malha do concreto, elementos do tipo C3D20
(elemento cúbico quadrático com vinte nós). As figuras seguintes mostram as malhas de
elementos finitos utilizadas para os postes.
Figura 5.14: Malha do concreto do poste de seção circular vazada (vista aproximada)
Fonte: Autoria própria.
Figura 5.15: Malha do concreto do poste de seção retangular vazada (vista global)
Fonte: Autoria própria.
87
Figura 5.16: Malha do concreto do poste de seção duplo “T” (vista aproximada)
Fonte: Autoria própria.
88
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As flechas máximas obtidas foram: 11,90 [cm] para o poste de seção circular vazada;
12,40 [cm] para o poste de seção retangular vazada com carga aplicada no sentido da maior
inércia da seção; 22,43 [cm] para o poste de seção retangular vazada com carga aplicada no
sentido da menor inércia da seção; 15,56 [cm] para o poste de seção duplo “T” com carga
aplicada no sentido da maior inércia da seção; e 39,16 [cm] para o poste de seção duplo “T”
com meia carga aplicada no sentido da menor inércia da seção.
Estes valores encontram-se dentro dos requisitos permitidos pela norma ABNT NBR
8451:2011, que seriam de flecha máxima até 5% do comprimento nominal, quando a força for
aplicada na direção de menor resistência no poste de seção duplo “T” e até 3,5% do
comprimento nominal para as demais situações.
25
20
15
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Deslocamento (m)
25
20
15
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Deslocamento (m)
Figura 6.2: Gráfico Carga-Deslocamento para o poste de seção retangular vazada com
carregamento aplicado no sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
25
20
15
10
0
0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500
Deslocamento (m)
Figura 6.3: Gráfico Carga-Deslocamento para o poste de seção retangular vazada com
carregamento aplicado no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
90
25
20
15
10
0
0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 0,5000
Deslocamento (m)
Figura 6.4: Gráfico Carga-Deslocamento para o poste de seção duplo “T” com
carregamento aplicado no sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
25
20
15
10
0
0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 0,5000
Deslocamento (m)
Figura 6.5: Gráfico Carga-Deslocamento para o poste de seção duplo “T” com metade
do carregamento aplicado no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
91
30
25
20
15
10
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Figura 6.6: Comparação dos resultados de deslocamento dos postes de diferentes seções
Fonte: Autoria própria.
(a) (b)
Figura 6.8: Deformadas do poste de seção retangular vazada com carga lateral aplicada
no sentido de maior inércia da seção (a) e com carga lateral aplicada no
sentido de menor inércia da seção (b)
Fonte: Autoria própria.
93
(a) (b)
Figura 6.9: Deformadas do poste de seção duplo “T” com carga lateral aplicada no
sentido de maior inércia da seção (a) e com metade da carga lateral aplicada
no sentido de menor inércia da seção (b)
Fonte: Autoria própria.
Os valores de tensões máximas obtidas foram: 18,18 [MPa] para o poste de seção
circular vazada; 20,35 [MPa] para o poste de seção retangular vazada com carga aplicada no
sentido da maior inércia da seção; 26,62 [MPa] para o poste de seção retangular vazada com
carga aplicada no sentido da menor inércia da seção; 23,90 [MPa] para o poste de seção duplo
“T” com carga aplicada no sentido da maior inércia da seção; e 39,44 [MPa] para o poste de
seção duplo “T” com meia carga aplicada no sentido da menor inércia da seção.
(a) (b)
Figura 6.11: Diagramas de tensões do poste de seção retangular vazada com carga
lateral aplicada no sentido de maior inércia da seção (a) e com carga lateral
aplicada no sentido de menor inércia da seção (b)
Fonte: Autoria própria.
95
(a) (b)
Figura 6.12: Diagramas de tensões do poste de seção de seção duplo “T” com carga
lateral aplicada no sentido de maior inércia da seção (a) e com metade da
carga lateral aplicada no sentido de menor inércia da seção (b)
Fonte: Autoria própria.
Figura 6.14: Tensões na base do poste de seção retangular vazada com carga lateral
aplicada no sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
Figura 6.15: Tensões na base do poste de seção retangular vazada com carga lateral
aplicada no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
97
Figura 6.16: Tensões na base do poste de seção duplo “T” com carga lateral aplicada no
sentido da maior inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
Figura 6.17: Tensões na base do poste de seção duplo “T” com metade da carga lateral
aplicada no sentido da menor inércia da seção
Fonte: Autoria própria.
98
Simulação
11,90 cm 12,40 cm 22,43 cm 15,56 cm 39,16 cm
Computacional
Erro Relativo
-11,32 % -19,53 % -15,87 % -4,07 % -6,14 %
Percentual
Coeficiente de Arrasto
2,00 1,95
1,80
1,50
Circular
[adm] Retangular
1,00 0,75
Duplo "T"
0,50
0,00
Como neste estudo a única variável foi o tipo de seção do poste, sendo mantidas todas
as outras condições, os esforços determinados para cada caso foram influenciados
basicamente pelas características geométricas das seções, sendo regidos principalmente pelo
coeficiente de arrasto, como discutido anteriormente.
O poste com seção duplo “T” acusou os esforços mais elevados. Em segundo lugar,
não muito distante, veio o poste com seção retangular vazada. Já a seção circular aponta os
esforços mais baixos, justamente, por sofrer menos influência da ação do vento.
20,26
20,00 18,01
Circular
15,00 11,26
[kN] Retangular
10,00 Duplo "T"
5,00
0,00
Neste quesito o poste de seção retangular vazada exigiu a maior área de aço, seguido
dos postes de seção duplo “T”. e de seção circular vazada. No gráfico da Figura 6.22 podem
ser vistos os valores de área de armadura longitudinal para cada caso.
Armadura Longitudinal
80,00 79,49
70,00
60,00 55,00
46,22 Circular
50,00
[cm²] Retangular
40,00
Duplo "T"
30,00
20,00
10,00
0,00
Armadura Transversal
12,00
11,00
10,10
10,00
7,60
8,00 Circular
[cm²/m] Retangular
6,00
Duplo "T"
4,00
2,00
0,00
Quanto à taxa de armadura, o poste de seção circular vazada apresentou o menor valor,
seguido do poste de seção duplo “T”, e por fim do poste de seção retangular vazada.
103
Volume de Concreto
4,50
4,04 3,97
4,00
3,50 3,05
3,00 Circular
[m³] 2,50 Retangular
2,00 Duplo "T"
1,50
1,00
0,50
0,00
Peso do Aço
1800,00
1646,19
1600,00
1400,00 1234,51
1130,90
1200,00 Circular
[kg] 1000,00 Retangular
800,00 Duplo "T"
600,00
400,00
200,00
0,00
Taxa de Armadura
500,00
414,66 401,00
400,00
279,93 Circular
300,00
[kg/m³] Retangular
200,00 Duplo "T"
100,00
0,00
Peso do Poste
12,00
10,30 10,12
10,00
7,78
8,00 Circular
[ton] Retangular
6,00
Duplo "T"
4,00
2,00
0,00
7 CONCLUSÕES
Pela análise dos resultados pôde-se avaliar o desempenho de cada tipo de poste
quando submetidos a uma mesma situação e identificar as principais vantagens e/ou
desvantagens de cada um.
O poste de seção duplo “T” teve o maior coeficiente de arrasto, tendo acusado os
maiores esforços. Contudo, apresentou o menor volume de concreto.
Constatou-se através dos resultados das simulações numéricas que todos os postes
suportariam a carga para a qual foram projetados e que apresentariam deslocamentos dentro
dos limites impostos por norma.
Confirmou-se o software ABAQUS como uma ferramenta muito útil e confiável para
análise estrutural.
106
REFERÊNCIAS
5. ______. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
6. ______. NBR 6124: Determinação da elasticidade, carga de ruptura, absorção de água e
da espessura do cobrimento em postes e cruzetas de concreto armado. Rio de Janeiro,
1980.
7. ______. NBR 7271: Cabos de alumínio nus para linhas aéreas - Especificação. Rio de
Janeiro, 2009.
8. ______. NBR 8451-1: Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição
e de transmissão de energia elétrica – Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro, 2011.
9. ______. NBR 8451-6: Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição
e de transmissão de energia elétrica – Parte 6: Postes de concreto armado e protendido
para linhas de transmissão e subestações de energia elétrica – Requisitos, padronização e
ensaios Rio de Janeiro, 2011.
16.CELG. Norma Técnica CELG NTC 01 R-03: Postes de concreto armado para redes de
distribuição – Especificação e padronização. Goiás, 2006.
18.______. Especificação Técnica ET 300 R-04: Poste de concreto armado. Ceará, 2009.
19.______. Especificação Técnica ET 314 R-00: Cruzeta de concreto armado para rede de
distribuição e linha de transmissão. Ceará, 2006.