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Estudo Comparativo Do Comportamento Entre Argamassas Produzidas Com Areia Vermelha e Arisco PDF
Estudo Comparativo Do Comportamento Entre Argamassas Produzidas Com Areia Vermelha e Arisco PDF
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
FORTALEZA
2009
ii
FORTALEZA
2009
iii
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. (a) Tereza Denyse P. de Araújo – D. Sc. (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará - UFC
_______________________________________________________
Prof. Aldo de Almeida Oliveira – M. Sc.
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________________________
Prof. Antonio Eduardo Bezerra Cabral – D. Sc.
Universidade Federal do Ceará - UFC
iv
AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Espessuras admissíveis de revestimento interno e externo para parede (NBR
13749:1995). ............................................................................................................................... 8
Tabela 2.2 – Limites de resistência de aderência à tração (Ra) para emboço e camada única
(NBR 13749:1995). .................................................................................................................. 11
Tabela 4.1 – Composição granulométrica da areia vermelha e do arisco ................................ 27
Tabela 4.2 – Valores do MF e DMC dos agregados miúdos.................................................... 28
Tabela 4.3 – Fator água/cimento encontrado em cada traço .................................................... 31
Tabela 4.4 – Resultado do ensaio de aderência a tração .......................................................... 32
x
SUMÁRIO
1 ITRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.2 Metodologia
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2 Argamassas
A NBR 13281 (ABNT, 2005) define argamassa como sendo uma “mistura
homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não
aditivos, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em
instalação própria (argamassa industrializada).”
Argamassas, segundo Petrucci (1976), são materiais de construção civil que se
constituem por uma mistura de um ou mais aglomerantes, materiais de baixa granulometria
(agregado miúdo) e água. No entanto, podem ser adicionadas às argamassas, além desses
componentes indispensáveis, produtos especiais, com o objetivo de melhorar ou reparar
determinadas propriedades do conjunto. Esses produtos especiais são chamados de aditivos.
As argamassas são materiais muito empregados na construção civil, as quais são
usadas principalmente no levantamento de alvenarias e nas etapas de revestimento, como
emboço, reboco ou revestimento de camada única de paredes e tetos. Elas também são usadas
em contrapisos para a regularização de pisos e ainda no assentamento e rejuntamento de
revestimentos de cerâmica e pedra (CARASEK, 2007).
Fiorito (1994) afirma que a denominação das argamassas é função do aglomerante
utilizado, podendo ser o cimento, a cal ou mista (cimento e cal). A finalidade de uso da
argamassa ou o seu destino é determinante na escolha do aglomerante a ser usado ou na
mistura de tipos diferentes de aglomerantes. Cita-se como exemplo, as argamassas que usam o
cimento como aglomerante as quais são destinadas a alvenarias de alicerces, pois apresentam
boa resistência e condição de endurecimento favorável. Elas também são destinadas para
chapisco, por apresentar resistência em curto prazo; em revestimentos onde as condições de
impermeabilização são exigíveis, tais como no interior de reservatórios de água e outras obras
hidráulicas; ou, ainda, em pisos cimentados, onde são exigidas resistência mecânica e
resistência ao desgaste.
Argamassas que usam a cal e o cimento como aglomerantes são destinadas para
emboço e reboco, por apresentarem plasticidade, condições favoráveis de endurecimento,
elasticidade e por proporcionarem um excelente acabamento. São utilizadas também no
assentamento de alvenaria de vedação. Já as argamassas que têm o cimento como único
aglomerante apresentam maior resistência, porém são de difícil trabalhabilidade. Neste caso, a
cal é adicionada a fim de torná-las mais plásticas e facilitar o acabamento (FIORITO, 1994).
As argamassas devem, segundo Petrucci (1976), apresentar e satisfazer algumas
qualificações, dentre as quais podem ser citadas: a resistência mecânica, a compacidade, a
5
Carasek (2007) destaca que as argamassas podem ser classificadas devido a vários
critérios, alguns dos quais se destacam a seguir:
• Quanto à natureza do aglomerante:
o Argamassa aérea;
o Argamassa hidráulica.
• Quanto ao tipo de aglomerante:
o Argamassa de cal;
o Argamassa de cimento;
o Argamassa de cimento e cal;
o Argamassa de gesso;
o Argamassa de cal e gesso.
• Quanto ao número de aglomerantes:
o Argamassa simples;
o Argamassa mista.
• Quanto à consistência da argamassa:
o Argamassa seca;
o Argamassa plástica;
o Argamassa fluida.
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Este trabalho tem seu foco nas argamassas para revestimento. Estas argamassas
são utilizadas para revestir paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem acabamentos
como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados, dentre outros. A seguir lista-se os vários
tipos de revestimentos de argamassa que podem ser constituídos por várias camadas com
características e funções específicas, a saber: chapisco, emboço, reboco e pintura (Figura
2.1a); chapisco, camada única e pintura (Figura 2.1b); revestimento decorativo monocamada
(RDM – Figura 2.1c).
A seguir uma breve descrição dos vários tipos de revestimentos de argamassa
citados anteriormente (CARASEK, 2007):
Figura 2.1 – Diferentes alternativas de revestimento de parede: (a) chapisco + emboço + reboco + pintura; (b)
chapisco + camada única + pintura; (c) revestimento decorativo monocamada (RDM).
Tabela 2.1 – Espessuras admissíveis de revestimento interno e externo para parede (NBR 13749:1995).
Tabela 2.2 – Limites de resistência de aderência à tração (Ra) para emboço e camada única (NBR 13749:1995).
Normas Brasileiras NBR 13754 (ABNT, 1995) e NBR 13755 (ABNT, 1995).
Entretanto, não é freqüente a especificação das juntas nos revestimentos em
argamassa. Genericamente falando, pode-se dizer que o papel da junta é conduzir
a fissuração potencial para uma região localizada na junta (a junta constitui-se
numa redução da espessura do revestimento concentrando, portanto, as possíveis
fissuras). A junta normalmente é caracterizada por ser executada na forma de
frisos ou sulcos, ainda no estado fresco da argamassa. Adequadamente, muitas
vezes associa-se ao projeto da junta a execução de pingadeiras que servem para
controle da chuva incidente sobre a fachada.
• Trabalhar com emprego de tela fina
o Recentemente tem-se generalizado o emprego de telas nos revestimentos. Essa
aplicação, na maioria das vezes, é extremamente empírica e com critérios técnicos
dúbios. A tela fina, na verdade, tem função de dissipar a fissuração, ou seja,
transformar as grandes fissuras em pequenas ou microfissuras, as quais são
esteticamente identificáveis e não causam significativos prejuízos ao desempenho
do revestimento (falhas de estanqueidade à água de chuva, por exemplo). Neste
sentido, a tela fina deve ser posicionada internamente à camada de argamassa, ou
seja, não deve estar em contato com o substrato (bloco de alvenaria ou chapisco).
Os locais de uso deste tipo de tela seriam regiões potencialmente fissuráveis
como: encontro pilar-alvenaria, região de encunhamento da alvenaria, região de
verga e contraverga de janelas.
13
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este capítulo descreve a metodologia utilizada nos ensaios das argamassas com
agregado miúdo em areia vermelha e em arisco. Primeiramente, estes agregados foram
caracterizados por meio de ensaios característicos (granulometria, massa específica, teores de
material pulverulento e matéria orgânica); em seguida, as argamassas foram caracterizadas
por meio do índice de consistência, da resistência à compressão e da resistência de aderência à
tração. A seguir encontra-se a descrição dos materiais e ensaios realizados.
Para realização destes ensaios foram utilizadas, dentre outros materiais, uma
estufa (Figura 3.3) e uma balança com resolução de 0,1 g (Figura 3.4).
3.2.1 Granulometria
moldagem e ficaram todos ao ar livre numa bancada no próprio laboratório (Figura 3.10).
Antes de serem ensaiados os CP foram capeados na idade de seus respectivos rompimentos
(Figura 3.11).
CP
função de uniformizar o grau de absorção e estabelecer uma ponte de aderência entre o tijolo
e a argamassa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 4.1 – Curvas granulométricas dos agregados miúdos: areia vermelha e arisco
28
Observa-se que o arisco retem mais material nas peneiras 2,4; 1,2 e 0,6; na peneira
0,3 e fundo, ambos os agregados retem a mesma quantidade de material enquanto na peneira
0,15, o arisco retem menos material.
O Módulo de Finura (MF) e a Dimensão Máxima Característica (DMC) dos
agregados utilizados são apresentados na Tabela 4.2. O Módulo de Finura é a soma das
porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal,
dividida por 100. Já Dimensão Máxima Característica é a grandeza associada à distribuição
granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da malha da
peneira de série normal ou intermediária, na qual o agregado apresenta uma porcentagem
retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa.
Observa-se que os agregados, areia vermelha e arisco, são considerados areia fina,
pois ambos têm o Módulo de Finura inferior a 2,40, classificado de acordo com Petrucci
(2005).
Para o ensaio da massa específica foi utilizada uma amostra de cada agregado. A
Figura 4.2 representa os valores encontrados.
29
2,62
2,65
2,6
Massa Específica 2,53
2,55
(g/cm³)
2,5
2,45
Areia Arisco
Agregado Miúdo
Para se determinar o teor de finos < 75 µm foi usado uma amostra de cada
agregado. Na Figura 4.3 observa-se que a areia vermelha apresenta 9,31% de teor de finos e o
arisco, 19,35%. Esta diferença se deve pelo fato do arisco ser mais argiloso que a areia
vermelha.
Por apresentar o teor de finos maior, o arisco precisa de mais água para que a
argamassa produzida alcance a trabalhabilidade desejada.
20 19,35
15 9,31
Teor de finos < 75 10
μm (%) 5
0
Arisco Areia
Agregado Miúdo
Para verificar a presença de matéria orgânica nos agregados, foi feito uma mistura
de duas soluções, hidróxido de sódio (NaOH) a 3% e ácido tânico. Nessa nova solução 1
(Figura 4.4) foram diluídos em recipientes separados 200 g de cada agregado em estudo.
Após 24 horas, foi feita uma filtração das duas misturas e observou-se a
coloração. Percebeu-se que os dois agregados apresentam matéria orgânica, pois a coloração
das misturas feitas com os agregados diferiu da solução 1, como se observa na Figura 4.5 e na
Figura 4.6.
O traço utilizado para realização dos ensaios foi de 1:3 (cimento: areia
vermelha/arisco). Para o índice de consistência, onde o espalhamento foi fixado em 260 mm ±
10 mm, os valores do fator água/cimento encontrado em cada traço foram obtidos, conforme a
Tabela 4.3.
Por apresentar um teor de finos maior, o arisco precisou de mais água para que
atingisse a consistência desejada.
18 15,5 15,6
16 13,5
14 13 12,8
Resistência à 12 9,3
compressão 10
(MPa) 8
6
4
2
0
3 dias 7 dias 28 dias
Idade dos CP's Areia Arisco
01 - - - - 100 20 0,10
02 - - 80 - 20 27 > 0,04
PAINEL 01
03 - - 100 - - 26 > 0,12
04 - - 75 05 20 27 > 0,29
05 - - - 30 70 30 > 0,27
06 - - - 20 80 26 > 0,18
PAINEL 02
07 - 100 - - - - > 0,26
08 - - - 20 80 25 > 0,15
33
As cinco formas de ruptura são descritas abaixo e estão ilustradas na Figura 4.8:
• A – Na interface cola / camada de argamassa;
• B – Na camada de argamassa;
• C – Na interface da camada de argamassa / chapisco;
• D – Na camada de chapisco;
• E – Na interface chapisco / substrato.
Figura 4.8 – Formas de ruptura no ensaio de resistência de aderência à tração para um sistema de revestimento
com chapisco
5 COCLUSÃO
No entanto, abaixo são citados os vários fatores e hipóteses que podem ter provocado a
fissuração:
→ Proporcionamento dos materiais;
→ Teor de aglomerantes;
→ Tipo e qualidade dos aglomerantes;
→ Teor de água;
→ Teor de material pulverulento;
→ Forma das partículas;
→ Procedimentos de execução dos revestimentos.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_____. NBR 7211; Agregados para concreto – Especificações. Rio de Janeiro. 2005.
_____. NBR 9776; Agregados – Determinação da massa específica de agregados miúdos por
meio do frasco Chapman. Rio de Janeiro. 1987.
_____. NBR 13755; Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e
com utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro. 1995.
_____. NBR NM 46; Agregados – Determinação do material fino que passa através da
peneira 75 µm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003.
38
_____. NBR NM-ISO 3310-1; Peneiras de ensaio – Requisitos técnicos e verificação - Parte
1: Peneiras de ensaio com tela de tecido metálico. Rio de Janeiro, 1997.
PETRUCCI, E. G. R. Concreto de cimento Portland – 14. ed. rev. por Vladimir Antonio
Paulon - São Paulo: Globo, 2005
SILVA, M. R. Materiais de construção / Moema Ribas Silva. – 2. Ed. rev. – São Paulo: Pini,
1991. Cap. 7, p. 72-76.