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DIREITOS FUNDAMENTAIS

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Título II, artigos 7º ao 70 do ECA

Capítulos I e II:

 Direito à vida e à saúde


 Direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade
DIREITOS FUNDAMENTAIS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL

Vertente positiva

Sistema de concessões à criança, que é sujeito


de direitos originários e fundamentais.

Vertente negativa

Sistema de restrições às ações e condutas dos adultos que, de qualquer


forma, direta ou indiretamente, configurem qualquer forma de
violação dos direitos da criança.

(SOUZA, 2001)
DIREITOS FUNDAMENTAIS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

MENOR
Objeto de compaixão-repressão

Doutrina da Proteção
Integral
SUJEITO PLENO
DE DIREITOS

Direito à vida, à saúde, à


educação, à
convivência familiar,
ao lazer, entre um elenco
de outros atributos que
lhe são normativamente
assegurados como
cidadãos.
DIREITO À VIDA E À SAÚDE

 Artigos 7º a 14 do ECA

O direito à saúde representa muito mais


“A afirmação do direito à saúde e
do que o acesso aos serviços de saúde. A
do conjunto de direitos da
concepção desta garantia integra
infância e da adolescência
componentes de:
previstos na Carta de 1988
constitui não uma pauta de
 Natureza Objetiva: alimentação,
negociação política em torno da
vacinação, acesso ao serviço pré-
qual se façam ajustes de natureza
natal, etc.;
alheia ao interesse público:
constitui uma pauta de direito
 Natureza Subjetiva: dinâmica
para ser garantida e
familiar acolhedora, saúde mental,
implementada” (LIMA, 2002, p.
direito ao próprio corpo,
89).
direito à identidade, etc.
DIREITO À VIDA E À SAÚDE

 Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à


saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam
o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.

 A garantia dos direitos é entendida como a


possibilidade de usar determinados mecanismos
previstos nos instrumentos legais da ordem
jurídica vigente para lograr o direito pretendido;

 Em relação à exigibilidade do direito da criança à


saúde, portanto, parte-se da compreensão de que
a saúde não se constitui uma mera
necessidade circunstancial, mas, antes de
tudo, um direito de integração do ser
humano em um projeto de vida com
dignidade” (LIMA, 2002, p. 89).
DIREITO À VIDA E À SAÚDE

O direito da criança e do adolescente à saúde é o direito

“ao desenvolvimento integral do seu ser, sem restrição de qualquer espécie à sua
potencialidade, com efetivo acesso a todos os meios, serviços e programas que
assegurem e promovam a sua saúde, com respeito e integração do seu acervo étnico,
familiar, cívico, cultural no projeto que poderá cultivar para a sua vida pessoal e
comunitária, ressignificando a sua existência pelo compromisso com as gerações
futuras” (LIMA, 2002, p. 89).

Art.396
Art.8º Art.9º - Condições
adequadas ao CLT Direito da empregada
- Atendimento pré e aleitamento
perinatal à gestante a 2 descansos
materno especiais de 30
(SUS);
- Incluindo o minutos cada
- Prevenção do direito dos filhos
estado puerperal de mães
submetidas a
medida privativa
de liberdade
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

 Artigos 15 a 18-B do ECA


Art. 5º CF/88:

 Direitos fundamentais do ser humano; ECA


Art. 15. A criança e o
 Liberdade: assegurada como um dos valores adolescente têm direito
supremos de uma sociedade fraterna, à liberdade, ao respeito
pluralista e sem preconceitos; e à dignidade como
pessoas humanas em
 Muito mais do que a liberdade para ir, vir, processo de
ficar, fazer, não fazer, se expressar ou crer, a desenvolvimento e
liberdade garantida constitucionalmente diz como sujeitos de
respeito à vida íntima, à honra subjetiva e direitos civis, humanos
objetiva do ser humano; e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.
 Trata-se de elemento que compõe a dignidade.
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

• Direitos da Personalidade

HONRA • Dignidade Humana

• Absoluta Prioridade

MORAL
PRIVACIDA “A moral individual sintetiza a honra da
LIBERDADE INDIVIDUA
DE
L pessoa, o bom nome, a boa fama, a
reputação que integram a vida humana
como dimensão imaterial. Ela e seus
componentes são atributos sem os
INTEGRIDA quais a pessoa fica reduzida a uma
DE condição animal de pequena
PSÍQUICA significação. Daí porque o respeito à
integridade moral do indivíduo
assume feição de direito
fundamental” (SILVA, 2007).
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

DIREITO À LIBERDADE
DIREITO AO RESPEITO
- Direito de ir, vir e estar nos
Inviolabilidade da integridade física,
logradouros públicos e espaços
psíquica e moral para a preservação de :
comunitários, ressalvadas as restrições
legais
- Direito de opinião e expressão
- Direito de crença e culto religioso • Imagem;
• Identidade;
- Direito de brincar, praticar esportes e
• Autonomia;
divertir-se
• Valores;
- Direito de participar da vida familiar e • Crenças e ideias;
comunitária, sem discriminação • Espaços;
- Direito de participar da vida política, • Objetos pessoais
na forma da lei
- Direito de buscar refúgio, auxílio e
orientação
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

Art. 16. O direito à liberdade


compreende os seguintes Art. 17. O direito ao respeito
aspectos: consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da
I - ir, vir e estar nos logradouros criança e do adolescente, abrangendo a
públicos e espaços comunitários, preservação da imagem, da identidade,
ressalvadas as restrições legais; da autonomia, dos valores, ideias e
II - opinião e expressão; crenças, dos espaços e objetos pessoais.
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e
divertir-se; Art. 18. É dever de todos velar pela
V - participar da vida familiar e dignidade da criança e do adolescente,
comunitária, sem discriminação; pondo-os a salvo de qualquer
VI - participar da vida política, na tratamento desumano, violento,
forma da lei; aterrorizante, vexatório ou
VII - buscar refúgio, auxílio e constrangedor.
orientação.
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

 LEI Nº 13.010, DE 26 DE JUNHO DE 2014


(Lei Menino Bernardo):
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:


II - tratamento cruel ou
I - castigo físico: ação de natureza degradante: conduta ou forma cruel
disciplinar ou punitiva aplicada com o uso de tratamento em relação à criança ou
da força física sobre a criança ou o ao adolescente que:
adolescente que resulte em: a) humilhe; ou
a) sofrimento físico; ou b) ameace gravemente; ou
b) lesão; c) ridicularize.
DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
DIGNIDADE

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os


agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa
encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
aplicadas de acordo com a gravidade do caso:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;


II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo


Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
REFERÊNCIAS

 LIMA, Isabel Maria Sampaio Oliveira. Direito à saúde: garantia de um


direito humano para crianças e adolescentes; estudo de caso. Tese
(Doutorado) Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal da
Bahia. Salvador, 2002. 371p.
 PEREIRA, Tânia da Silva. Direito da Criança e do Adolescente – Uma
proposta interdisciplinar. 2ª edição revista e atualizada. Rio de Janeiro:
Renovar, 2008.
 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 30ª
edição revista e atualizada. São Paulo: Malheiros Editores, 2007.
 SOUZA, S.A.G.P. Os direitos da criança e os direitos humanos. Porto
Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 2001.

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