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INTRODUÇÃO

Polímeros são materiais muito versáteis, que podem ser usados em uma ampla gama de
aplicações. Por exemplo, polímeros podem ser usados para produzir micropartículas para
aplicações biomédicas, membranas para processos de separação e purificação de correntes de
processo, filmes para a embalagem de alimentos, elementos condutores para a fabricação de
sensores, dentre muitas outras aplicações. A versatilidade desses materiais está intimamente
relacionada ao fato de que muitos reagentes (monômeros) podem ser usados como matérias-
primas para a produção de produtos poliméricos. Além disso, as propriedades do produto final
podem ser manipuladas durante as etapas de reação e processamento, de maneira que um
único monômero pode gerar uma enorme quantidade de materiais diferentes. Finalmente,
polímeros podem ser produzidos através de diferentes processos de transformação em
condições de operação muito distintas.

Plásticos de engenharia podem ser materiais de uso geral, que são materiais com
propriedades superiores aos commodities, amplamente utilizados na indústria de
transformação de plásticos em aplicações que requerem propriedades específicas superiores,
como exemplo destes materiais podemos citar o Polietileno de altíssimo peso molecular
(PEUAPM), as Poliamidas em geral, o Polióxido de metileno (POM), Policarbonato (PC),
Polióxido de fenileno (PPO), Politereftalato de etileno (PET), Politereftalato de butileno (PBT),
entre outros. E materiais de uso especial, que são materiais com propriedades específicas, que
garantem aos materiais aplicabilidade de elevado desempenho, tais como, elevadas
temperaturas, esterilização em autoclave, elevado atrito ou esforço mecânico, mudanças
bruscas de temperatura, antiaderência, etc. São exemplos destes materiais o Politetra
fluoroetileno (PTFE) comercialmente conhecido como Teflon, Polímeros Cristais Líquidos (LCP),
Poliimidas, Poliamida imida (PAI), Poliéter-imida (PEI), Poliéter cetona (PEK), Poliéter – éter –
cetona (PEEK), Polifenilsolfona (PPSU), Polisulfona (PSU), Polietersulfona (PES) e Poliftalamida
(PPA).

As utilizações dos materiais de engenharia são imensuráveis, sendo aplicados nas áreas de
medicina, automotiva, utilidades domésticas, indústria aeronáutica e aeroespacial,
equipamentos agrícolas, construção civil, indústria eletroeletrônica, móveis, engenharia
mecânica de precisão, embalagens para todos os segmentos de mercado, impressão 3D e
prototipagem, entre outras diversas aplicações. Próteses para substituição de ossos e membros
podem ser confeccionadas em polímeros de engenharia, como Poliamidas e Acrílico. Alguns
equipamentos e vidrarias analíticas são confeccionadas em materiais como Polissulfonas e PEEK
que permitem a esterilização dos mesmos em autoclave.
REFERENCIAL TEÓRICO
1.0 Politereftalato de etileno (PET virgem)

O Politereftalato de Etileno é um poliéster, polímero termoplástico. O PET é o melhor e mais


resistente plástico para fabricação de garrafas, frascos e embalagens para refrigerantes, águas,
sucos, óleos comestíveis, medicamentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, destilados,
isotônicos, cervejas, entre vários outros. Ele proporciona alta resistência mecânica (impacto) e
química, suportando o contato com agentes agressivos.

A resina PET é produzidas em duas fases: O PET amorfo é obtido pela polimerização no estado
líquido. Nesta etapa é formado o bis-2-hidroxietil-tereftalato (BHET), também chamado
demonômero da polimerização. Nesta operação forma-se água, que é retirada continuamente
do meio. O monômero é então transferido para a polimerização, onde, sob alto vácuo, ocorre a
policondensação líquida. Nesta operação, o glicol é eliminado da reação com o aumento do
polímero. Neste ponto, o polímero amorfo é retirado do polimerizador, resfriado, solidificado,
cortado e então armazenado. Na pós-condensação no estado sólido a resina PET amorfa (obtida
na primeira fase de fabricação) é cristalizada e polimerizada continuamente. A resina é então
embalada, estando pronta para ser comercializada.

A morfologia do PET depende das condições do processamento. O PET completamente


amorfo ou com baixo grau de cristalização é obtido após rápido resfriamento do polímero
fundido, tal como acontece com o extrudado do reator de polimerização e com a pré-formas
injetadas. O PET amorfo obtido é um sólido transparente com baixas propriedades físicas (baixa
barreira a gases) e mecânicas (baixa resistência mecânica e baixo módulo de elasticidade). Já a
morfologia do PET semicristalino varia conforme o processo de obtenção, existindo basicamente
duas cristalizações bem distintas: a cristalização térmica é realizada por resfriamento lento do
PET fundido ou por aquecimento formando cristais de estrutura esferulítica. A cristalização
esferulítica resulta em um sólido branco, opaco, frágil, com maior resistência térmica e mecânica
do que o PET amorfo. Devido o maior empacotamento das moléculas, a cristalização aumenta a
densidade e reduz o volume do sólido obtido.

Além da faixa de massa molar do material de partida e da temperatura do processamento,


outros parâmetros são importantes na seleção do material PET com as características
adaptadas. Para a utilização no armazenamento de bebidas gasosas, deve ser feito sobre o
polímero um procedimento que induza a orientação das longas cadeias em dois eixos (bi
orientado), sem aumento significativo de cristalização. Esse processo vai garantir boas
propriedades mecânicas, transparência e baixa permeabilidade ao gás CO2. Essa baixa
permeabilidade deve-se às interações fortes que existem entre as cadeias macromoleculares,
que dificultam significativamente a difusão de gases. A orientação das cadeias, mesmo sem
cristalização, favorece um maior empacotamento das mesmas e, portanto, a baixa
permeabilidade. A relação entre as quantidades de fase cristalina e amorfa no material constitui
uma propriedade central na definição do seu uso. O PET é um material intrinsecamente
semicristalino, ou seja, quantidades variáveis de suas cadeias podem organizar-se em cristais ou
se manterem amorfas, de forma similar aos vidros. Se o processo de obtenção que têm como
matéria-prima o PET seguir o seu curso normal, as macromoléculas do polímero estarão
organizadas de tal forma que o seu grau de cristalinidade, ou seja, a quantidade relativa de fase
organizada, será alto. Isto não é adequado ao uso do PET como embalagem pois, quanto maior
o grau de cristalinidade, mais quebradiço fica o material.
No caso do PET, a temperatura característica da transição da fase amorfa, ou transição vítrea,
é em torno de 75°C. Isto significa que sua fase amorfa, que está presente em teor superior a
50% em massa, é rígida à temperatura ambiente e flexível acima de 75 °C. Outra propriedade,
que também está ligada ao grau de orientação e cristalinidade, é a absoluta transparência, o
que dá a impressão de higiene e pureza de seu conteúdo para o consumidor. A estrutura menos
cristalina das macromoléculas contribui para dar à embalagem a transparência desejada e
flexibilidade suficiente para garantir boa resistência ao impacto. Ele apresenta também a
vantagem de ser um polímero que pode receber pigmentos de diferentes cores e tons,
fornecendo variadas opções na identidade da embalagem.

Embora seja largamente utilizada em todo o mundo para a fabricação de embalagens,


notadamente garrafas para bebidas carbonatadas, tem várias outras utilidades, sendo
encontrada em diversos segmentos de mercado. O alto desempenho em resistência mecânica,
brilho e transparência, faz desse termoplástico o preferido de muitos setores. A leveza do PET
permite produzir garrafas e frascos de alta capacidade volumétrica, com perfeita manutenção
da segurança em todas as etapas

2.0 PET RECICLADO

No pós-consumo, a indústria do PET trabalha incessantemente para desenvolver aplicações


para o PET reciclado. Esse trabalho reflete-se no índice brasileiro de reciclagem de PET, um dos
maiores do mundo, e na vasta gama de produtos que utilizam o PET reciclado, sendo
encontráveis no dia-a-dia das pessoas comuns inúmeros itens como bancos de ônibus, carpetes
de carros, vassouras, cordas, roupas, aparelhos de telefone celular, novas embalagens entre
muitos outros.

É usual dizer que peças técnicas injetadas são fabricadas com plásticos de engenharia.
Sempre que a produção de uma peça exige cálculos estruturais, estudo de esforços ou pontos
de fragilidade, entre outras necessidades, o resultado é uma "peça técnica". Para a produção de
tal item são usados plásticos com características especiais. Essas características podem ser
obtidas através de aditivação, ou na composição de mais de um termoplástico, ou ainda na
mistura de um termoplástico com outros materiais, como cargas minerais, fibras de carbono ou
de vidro, por exemplo. Esses materiais complexos também são conhecidos como compósitos.
Celulares, peças automotivas, partes plásticas para geladeira e fogões, porta CD, cabides,
suporte para vassouras, caixa para produtos de análise de águas de piscina, displays, são
exemplos de peças técnicas produzidas com PET reciclado.

2.1 Processos de reciclagem do PET

O processo tem início com o recebimento da matéria prima, que vem de associações de
catadores, empresas de coleta seletiva ou sucateiros. Em seguida é feita uma triagem do
material, onde os plásticos são separados por tipos. Cada tipo pode sofrer uma nova seleção, o
PET separado por cor tem maior valor comercial. A triagem é importantíssima para começar a
revalorizar o material. Então o plástico passa por um moinho de facas, onde é moído. Ocorre
então a lavagem e secagem do material; apenas moídos, os plásticos já podem ser vendidos.
Para agregar mais valor, os plásticos podem seguir para um aglutinador, que aquece e resfria o
plástico, dando densidade suficiente para entrar na extrusora, que funde, homogeniza o
material e o transforma em tiras.
A reciclagem química conduz à total despolimerização do PET aos monômeros, ou parcial aos
oligômeros e a outros compostos, e pode ser realizada pelos processos de hidrólise, glicólise,
metanólise e aminólise. A decomposição via hidrólise, colabora com o propósito ambiental.
Dentre os processos catalisados por ácidos, bases ou catalisadores neutros, destacam-se
aqueles ocorridos em meio alcalino. A ausência de íons hidrogênio para desestabilizar a
carbonila é compensada pela presença de um reagente mais nucleofílico (é uma base de Lewis,
ou seja, um potencial doador de par de elétrons, é qualquer íon negativo ou qualquer
molécula neutra que tenha pelo menos um par de elétrons não compartilhado), normalmente
um hidróxido (OH– ), ao invés da água. O cátion da base, mais forte que os poucos íons
hidrogênio gerados pela ionização da água, completa a reação. Além do meio reacional, a
estrutura e tamanho do PET a ser despolimerizado devem ser bem definidos, pois, abaixo da
faixa do ponto de fusão cristalina do PET (entre 255 e 265 °C), a hidrólise é claramente uma
reação heterogênea, ocorrendo na interface sólido-líquido. Assim, quanto maior a área da
partícula, maior será o rendimento, e, portanto, partículas de PET em formato de flakes
apresentam maior rendimento que partículas em formato de pellets.

O crescimento na área de materiais compósitos utilizando polímeros recicláveis, deve-se ao


fato destes materiais apresentarem boas propriedades físico-mecânicas, tendo inúmeras
aplicações.
3.0 OBJETIVOS

Compreender na teoria e prática os processor de fabricação de determinados polímeros. O


material escolhido para este estudo é o Politerefltalato de etileno (PET) reciclado. Este irá passar
por processos de extrusão, com e sem aditivos e carga, etapa de prensagem, moagem para
forma de pelet’s e injeção. Será estudo o comportamento o polímero frente a todas as etapas,
e se possível, comparado com as propriedades do PET virgem.

4.0 MÉTODOS

Primeiramente o PET reciclado em forma de flakes vai ser submetido ao processo


termomecânico em uma extrusora dupla rosca, em temperaturas entre 250 e 270 °C, e
velocidade da rosca a definir conforme o experimento for realizado, assim como a temperatura
exata. Nesta etapa poderá ser adicionado aditivos ao PET reciclado, como flocos de vidro ou
cinza de casca de arroz, como carga de reforço para melhorar a rigidez e a resistência mecânica
do polímero. Na extrusão, o material será resfriado em água, e então cortado na forma de
pelet’s.

O material extrudido também passará pela etapa de moldagem a partir do aquecimento de


uma chapa de resina termoplástica, que introduzida no molde fixado em uma prensa e acionado
molda o produto. Depois, os pelet’s obtidos na extrusão irão para o processo de injeção.

Todas as etapas citadas, serão definidos todos os requisitos necessários para cada uma, porém
só com a prática iniciada para saber exatamente os dados precisos, como temperatura,
quantidade de material, entre outros.
CONCLUSÃO

Este trabalho é um pequeno roteiro da programação do estudo das diferentes formas de


produção de polímeros através do PET reciclado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Reciclagem Química do PET Pós-consumo: Caracterização Estrutural do Ácido Tereftálico e Efeito


da Hidrólise Alcalina em Baixa Temperatura- Talitha Granja Fonseca, Yeda Medeiros Bastos de
Almeida, Glória Maria Vinhas Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de
Pernambuco – UFPE;

TESE DE DOUTORADO- DEENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS


POLITEREFTALATO DE ETILENO RECICLADO COM FLOCOS DE VIDRO- Márcio Cleto Soares de
Moura- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-graduação em ciências
e engenharia de materiais, Julho de 2011;

Wierbeck, H. , Harada J. – Plásticos de Engenharia. São Paulo, Editora Artiliber, 2005;

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