Você está na página 1de 12

Terça-feira, 26 de Junho de 2018 I Série – N.

º 92

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 160,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 611 799.50 a 3.ª série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 361 270.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Carvalho n.º 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306,
www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 189 150.00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na tesou-
«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 150 111.00 raria da Imprensa Nacional - E. P.

SUMÁRIO Dada a necessidade de o Estado se dotar de instrumentos e


mecanismos complementares, para permitir o repatriamento de
Assembleia Nacional recursos financeiros de origem ilícita e colocá-los ao serviço
Lei n.º 9/18:
da economia nacional contribuindo assim para o desenvolvi-
Aprova a Lei do Repatriamento de Recursos Financeiros, que estabelece mento do País e para o bem-estar das populações.
os termos e as condições de repatriamento dos recursos financeiros A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos
domiciliados no exterior do País, os efeitos jurídicos de natureza fis-
termos das disposições combinadas da alínea b) do artigo 161.º
cal, cambial ou criminal do repatriamento voluntário dos referidos
recursos financeiros e o regime sancionatório do repatriamento coer- e da alínea d) do n.º 2 do artigo 166.º, ambos da Constituição
civo dos recursos ilícitos mantidos no exterior do País. da República de Angola, a seguinte:
Lei n.º 10/18:
Aprova a Lei do Investimento Privado, que estabelece os princípios e
LEI DE REPATRIAMENTO
as bases gerais do investimento privado na República de Angola,
DE RECURSOS FINANCEIROS
fixa os benefícios e as facilidades que o Estado Angolano concede
aos investidores privados e os critérios de acesso aos mesmos, bem
como estabelece os direitos, os deveres e as garantias dos investido- CAPÍTULO I
res privados. — Revoga toda a legislação que contrarie o disposto Disposições Gerais
na presente Lei, nomeadamente a Lei n.º 14/15, de 11 de Agosto, do
ARTIGO 1.º
Investimento Privado.
(Objecto)
Resolução n.º 24/18:
Aprova a substituição definitiva por morte do Deputado Almerindo Jaka
A presente Lei tem por objecto o estabelecimento dos ter-
Jamba, n.º 24 da lista de efectivos do Círculo Nacional e o preen- mos e das condições de repatriamento dos recursos financeiros
chimento da vaga ocorrida pela Deputada substituta Maria Luísa de domiciliados no exterior do País, os efeitos jurídicos de natu-
Andrade, n.º 37 da lista de efectivos do Círculo Nacional, devendo a reza fiscal cambial ou criminal do repatriamento voluntário
mesma integrar a 6.ª Comissão de Saúde, Educação, Ensino Superior, dos referidos recursos financeiros e o regime sancionatório
Ciência e Tecnologia e o Grupo Nacional de Acompanhamento ao
do repatriamento coercivo dos recursos ilícitos mantidos no
Parlamento dos Países Europeus ACP/EU.
exterior do País.
ARTIGO 2.º
ASSEMBLEIA NACIONAL (Âmbito subjectivo)

1. A presente Lei é aplicável às pessoas singulares residen-


tes nacionais e às pessoas colectivas com sede, ou domicílio
Lei n.º 9/18
no território nacional e que sejam titulares de recursos finan-
de 26 de Junho
ceiros domiciliados no exterior do País.
Havendo necessidade de se aprovar um regime que oriente 2. O disposto na presente Lei não é aplicável às pessoas
e incentive o repatriamento voluntário de recursos financeiros singulares residentes nacionais que à data anterior à entrada
domiciliados no exterior do País, por cidadãos nacionais resi- em vigor da presente Lei, tenham sido condenadas judicial-
dentes e empresas com sede no território nacional; mente ou que estejam na condição de indiciadas em inquérito
3476 DIÁRIO DA REPÚBLICA

policial ou que sejam réus em acção penal ou processo admi- b) Coercivo, quando não é efectuado no prazo estabe-
nistrativo pela prática de crimes que tenham relação com os lecido na alínea anterior e incide, exclusivamente,
recursos ilicitamente detidos ou expatriados para o estran- sobre recursos financeiros provenientes de operações
geiro, designadamente: comprovadamente ilícitas, aplicando-se nesse caso o
a) Terrorismo, inclusive o seu financiamento; regime estabelecido no Capítulo III, da presente Lei.
b) Organização terrorista;
c) Tráfico de pessoas e tráfico sexual de pessoas e de CAPÍTULO II
menores; Repatriamento Voluntário
d) Tráfico de órgãos; ARTIGO 5.º
e) Escravidão e servidão; (Entidade competente)

f) Tráfico ilícito de estupefacientes, substâncias psi- O procedimento para o repatriamento dos recursos finan-
cotrópicas e precursores, puníveis com pena de ceiros corre os seus trâmites junto das instituições financeiras
prisão superior a 8 anos; bancárias domiciliadas no território nacional, sob supervisão
g) Contrabando ou tráfico de armas, munições ou do Banco Nacional de Angola.
material destinado à sua produção; ARTIGO 6.º
h) Pornografia infantil, inclusive via internet; (Procedimento para os recursos repatriados voluntariamente)
i) Contra a segurança do Estado; 1. As pessoas singulares residentes nacionais e as pessoas
j) Extorsão mediante sequestro; colectivas com sede em Angola que pretendem repatriarem os
k) Peculato; seus recursos financeiros ao abrigo da alínea a) do artigo 4.º
l) Crimes relacionados com a subtracção de recursos e, consequentemente, beneficiar dos efeitos previstos no
financeiros do erário público. artigo 8.º, da presente Lei, devem fazê-lo transferindo os
ARTIGO 3.º referidos recursos para conta aberta em instituição financeira
(Definições) bancária domiciliada em território angolano.
Para efeitos do disposto na presente Lei, entende-se por: 2. Para efeitos do disposto no número anterior a institui-
a) «Recursos financeiros», os depósitos bancários, à ção financeira bancária interveniente, deve dar cumprimento,
ordem, a prazo ou na forma de certificados de com as necessárias adaptações, ao disposto no Capítulo II da
depósito ou de aforro, em contas domiciliadas em Lei n.º 34/11, de 12 de Dezembro — Lei Sobre o Combate ao
instituições financeiras bancárias no Estrangeiro; Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo.
b) «Conta de depósito bancário», qualquer conta ban- ARTIGO 7.º
cária aberta para constituição de uma das modali- (Dever de sigilo)
dades de depósito previstas no Aviso n.º 10/2016, 1. É assegurado às pessoas que repatriam os seus recursos
de 5 de Setembro, sobre abertura, movimentação financeiros ao abrigo da alínea a) do artigo 4.º o sigilo bancário
e encerramento de contas de depósito bancário; e fiscal sobre as informações prestadas e os valores repatria-
c) «Beneficiário efectivo», as pessoas singulares pro- dos, nos termos previstos na Lei de Bases das Instituições
prietárias últimas ou detentoras do controlo final Financeiras bancárias e normas ou regulamentos comple-
de um cliente ou as pessoas no interesse das quais mentares aplicáveis, bem como no Código Geral Tributário
é efectuada uma operação, conforme dispõe alínea b) e legislação fiscal complementar.
do artigo 2.º da Lei n.º 34/11, de 12 de Dezem- 2. Sem prejuízo do disposto na Lei n.º 34/11, de 12 de
bro, Lei Sobre o Combate ao Branqueamento de Dezembro — Lei Sobre o Combate ao Branqueamento de
Capitais e Financiamento do Terrorismo; Capitais e Financiamento do Terrorismo, é vedada a divulgação
d) «Referências a titulares de recursos financeiros», ou utilização indevida das informações relativas a qualquer
incluem os seus beneficiários efectivos, quando repatriação de recursos financeiros efectuada nos termos do
aplicável; Capítulo II da presente Lei, em qualquer formato ou para
e) «Recursos financeiros ilícitos», são os recursos obti- qualquer finalidade.
dos em violação à legislação nacional ao tempo 3. Sem prejuízo de outras sanções aplicáveis, a violação
da prática do facto. do dever de sigilo previsto no número anterior do presente
ARTIGO 4.º artigo é punível nos termos do Código Penal.
(Modalidades de repatriamento)
ARTIGO 8.º
Para efeitos do disposto na presente Lei o repatriamento (Efeitos de natureza fiscal, cambial e criminal)
de recursos financeiros é considerado: 1. O repatriamento voluntário dos recursos, efectuados
a) Voluntário, quando é efectuado durante o período de nos termos previstos no presente Capítulo, produz os seguin-
180 dias a contar da data de entrada em vigor da tes efeitos:
presente Lei, aplicando-se, nesse caso, o regime a) Extinção de quaisquer obrigações fiscais e cambiais
estabelecido no seu Capítulo II; exigíveis em relação àqueles recursos financeiros;
I SÉRIE – N.º 92 – DE 26 DE JUNHO DE 2018 3477

b) Exclusão de toda e qualquer responsabilidade por 3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, compete
eventuais infracções fiscais, cambiais e criminais ao Banco Nacional de Angola estabelecer as instruções jul-
desde que conexas com os referidos recursos. gadas necessárias, tendo em vista o referido repatriamento.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a extinção ARTIGO 11.º
dos respectivos procedimentos ou processos, fica dependente (Incentivos do regime do repatriamento voluntário)
da transferência efectiva dos recursos financeiros para conta Para efeitos de aplicação do regime de repatriamento
de depósito bancário junto de uma instituição financeira ban- voluntário a que se refere o n.º 1 do artigo 4.°, o Estado pode
cária domiciliada no território nacional.
conceder os seguintes incentivos, de acordo com a legisla-
3. Estão igualmente abrangidas pelos efeitos previstos no
ção em vigor:
presente artigo, as pessoas singulares e colectivas que à data
a) A aplicação em um organismo de investimento
da publicação da presente Lei, já tenham repatriado os seus
recursos financeiros para uma conta de depósitos bancários colectivo fechado, tendo como participantes o
mantida junto de instituição financeira bancária domiciliada Estado e os titulares dos recursos financeiros
no território nacional. repatriados, com capital garantido e capitalização
4. Sem prejuízo do disposto na Lei n.º 34/11, de 12 de ou remuneração mínima garantida sob gestão de
Dezembro — Lei Sobre o Combate ao Branqueamento de entidade gestora de organismos de investimento
Capitais e Financiamento do Terrorismo, as informações e colectivo autorizada;
documentos relativos à operação de transferência dos recur- b) O investimento em títulos em moeda estrangeira,
sos financeiros efectuada nos termos deste Capítulo, não ao portador e livremente transaccionáveis, com
podem ser utilizados como indício ou elemento para efeitos
a maturidade nunca inferior a 5 anos.
de qualquer procedimento fiscal, cambial, penal, civil, disci-
plinar ou contravencional. CAPÍTULO III
5. As operações resultantes do repatriamento voluntário e Repatriamento Coercivo e seus Efeitos
as transacções de aplicação ou reinvestimento desses recursos
ARTIGO 12.º
financeiros ficam isentos do imposto de selo. (Repatriamento coercivo dos recursos financeiros ilícitos
6. Os efeitos previstos no n.º 1 do presente artigo, não se veri- e seus efeitos)
ficam sempre que as pessoas referidas no n.º 1 do artigo 2.º da O regime do repatriamento coercivo previsto no presente
presente Lei, apresentarem declarações ou documentos falsos Capítulo aplica-se exclusivamente, a recursos financeiros
relativos à titularidade e à condição jurídica dos recursos finan-
de origem ilícita, após o termo do período para o repatria-
ceiros declarados.
mento voluntário, estabelecido na alínea a) do artigo 4.º da
ARTIGO 9.º
(Utilização dos recursos repatriados voluntariamente) presente Lei.
ARTIGO 13.°
Os recursos financeiros repatriados voluntariamente, são
(Procedimentos de repatriamento coercivo)
aplicados em programas de desenvolvimento económico e
social, direccionados pelo Estado, em condições a definir 1. Findo o prazo previsto na alínea a) do artigo 4.° da
pelo Titular do Poder Executivo. presente Lei, os recursos financeiros obtidos de forma ilícita
ARTIGO 10.° e mantidos no exterior do País, são objecto de repatriamento
(Impossibilidade de cumprimento do repatriamento) coercivo pelo Estado.
1. Considera-se cumprido o requisito de repatriamento 2. Para efeitos do número anterior os órgãos competentes
previsto na alínea a) do artigo 4.º da presente Lei, quando: do Estado devem instruir os respectivos processos, com vista
a) Não seja possível por razões de ordem legal ou admi-
à aplicação das sanções legalmente previstas e a apreensão
nistrativa, o repatriamento dos recursos financeiros;
b) O titular dos recursos financeiros entrega ao Banco dos recursos em causa.
Nacional de Angola, no prazo de repatriamento ARTIGO 14.º
voluntário, uma declaração emitida pela instituição (Destino dos recursos repatriados coercivamente)
de domiciliação dos referidos recursos ou outra Os recursos financeiros repatriados coercivamente rever-
entidade legal com competência para tal, conforme tem, na totalidade, a favor do Estado e destinam-se a financiar
o caso, a confirmar e justificar a impossibilidade
projectos sociais.
legal ou administrativa de repatriamento do refe-
rido valor total ou parcial, e o prazo previsto de ARTIGO 15.º
duração do impedimento. (Recuperação de recursos financeiros)

2. O repatriamento deve ser efectuado logo que se veri- 1. Compete ao Titular do Poder Executivo criar ou atribuir
fique a cessação do facto impeditivo, altura a partir da qual a órgão específico a missão de identificação e recuperação de
se produzem os efeitos do repatriamento previsto no artigo 8.º recursos financeiros remetidos ou mantidos no exterior da
da presente Lei. República de Angola, em violação da legislação aplicável.
3478 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. Devem ser assegurados mecanismos céleres e efica- Lei n.º 10/18


zes de intercâmbio de informações judiciais e financeiras, de 26 de Junho

através da celebração de acordos bilaterais ou multilate- A diversificação da economia nacional e o consequente


rais com países terceiros que se julgarem convenientes crescimento e especialização da produção, ao nível do mer-
para o efeito. cado de produção interna e das exportações, requer volumes
adequados de investimento privado nacional e estrangeiro,
CAPÍTULO IV
Depósitos Bancários enquanto motor da actividade produtiva, cabendo ao Estado
o papel de agente promotor e regulador do desenvolvimento
ARTIGO 16.°
(Unidade monetária) económico e social.
Havendo necessidade de se proceder a ajustamentos ao
Para efeitos do disposto na presente Lei, os recursos finan-
ceiros repatriados conservam, a unidade monetária de origem. quadro legal e institucional vigente para que se torne mais
célere, facilitado e seguro o processo de promoção, captação
ARTIGO 17.º
(Regime de movimentação) e execução de investimentos privados na economia nacional.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
Os montantes que forem afectados às contas de depósitos
nos termos do n.º 2 do artigo 165.º e da alínea d) do n.º 2 do
bancários em moeda estrangeira, resultantes do repatriamento
artigo 166.º, ambos da Constituição da República de Angola,
de recursos financeiros podem ser movimentados nos termos
a seguinte:
da Lei n.º 5/97, de 27 de Junho — Lei Cambial e normas ou
regulamentos complementares aplicáveis.
LEI DO INVESTIMENTO PRIVADO
CAPÍTULO V
Disposições Finais e Transitórias CAPÍTULO I
ARTIGO 18.° Disposições Gerais
(Regulamentação)
ARTIGO 1.º
Compete ao Titular do Poder Executivo definir os prin- (Objecto)

cípios regulamentares e os procedimentos necessários à boa A presente Lei estabelece os princípios e as bases gerais do
execução da presente Lei. investimento privado na República de Angola, fixa os bene-
ARTIGO 19.º fícios e as facilidades que o Estado Angolano concede aos
(Arquivo) investidores privados e os critérios de acesso aos mesmos,
As pessoas singulares residentes nacionais e as pessoas bem como estabelece os direitos, os deveres e as garantias
colectivas que repatriarem os seus fundos ao abrigo do dos investidores privados.
Capítulo II da presente Lei devem manter em arquivo, por ARTIGO 2.º
(Âmbito)
um período de 10 anos, cópias dos documentos comprovati-
vos dos referidos repatriamentos. 1. A presente Lei aplica-se a investimentos privados de
ARTIGO 20.º qualquer valor, sejam eles realizados por investidores inter-
(Dúvidas e omissões) nos ou por investidores externos.
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e 2. A presente Lei não é aplicável aos investimentos rea-
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia lizados por sociedades de domínio público em que o Estado
Nacional. detém a totalidade ou a maioria do capital.
ARTIGO 21.º 3. A presente Lei não se aplica, ainda, àqueles sectores
(Entrada em vigor) de actividade cujo regime de investimento é regulado por
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação. lei especial.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, ARTIGO 3.º
(Definições)
aos 17 de Maio de 2018.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Para efeitos da presente Lei, considera-se:
a) «Aumento do Investimento», operação de aporte de
Dias dos Santos.
recursos adicionais em relação ao investimento
Promulgada, aos 13 de Junho de 2018.
inicialmente declarado, registado e realizado, com
Publique-se. vista a aumentar a sua escala;
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves b) «Benefícios», benefícios fiscais e aduaneiros que
Lourenço. implicam uma redução ou isenção da taxa do tributo;
I SÉRIE – N.º 92 – DE 26 DE JUNHO DE 2018 3479

c) «Investimento Privado», utilização de recursos por j) «Investidor Externo», qualquer pessoa, singular ou
empresas de direito privado, nacionais ou estran- colectiva, não residente cambial que realize inves-
geiras, mediante alocação de capital tecnologia timento nos termos da alínea e) do presente artigo;
e conhecimento, bens de equipamentos e outros, k)«Reinvestimento», aplicação em território nacio-
destinadas à manutenção ou ao aumento do stock nal da totalidade ou de parte dos lucros gerados
de capital; pelo investimento interno ou externo devendo o
d) «Investimento Interno», realização de projecto de mesmo obedecer às regras a que está sujeito o
investimento por via da utilização de capitais titu- investimento inicial;
lados por residentes cambiais, podendo estes, para l) «Sociedade-Veículo», sociedade por via da qual é
além de meios monetários, adoptar, igualmente, a implementado o Projecto de Investimento Privado.
forma de tecnologia e conhecimento ou bens de CAPÍTULO II
equipamentos e outros, através de financiamentos, Princípios do Investimento Privado
ainda que contratados no exterior;
ARTIGO 4.º
e) «Investimento Externo», realização de projectos (Princípios gerais)
de investimento por via de utilização de capitais A política de investimento privado e de atribuição de bene-
titulados por não residentes cambiais, podendo fícios e facilidades obedece aos seguintes princípios gerais:
estes, para além de meios monetários, adoptar, a) Respeito pelos princípios e objectivos da política
igualmente, a forma de tecnologia e conhecimento económica nacional;
ou de bens de equipamentos e outros; b) Respeito pela propriedade privada e demais direi-
f) «Investimento Directo», todo o investimento privado, tos reais;
interno ou externo, que consista na utilização c) Respeito pelas regras da economia de mercado, na
no território nacional de capital, tecnologia e base dos valores e princípios da sã concorrência, da
conhecimento, bens de equipamento e outros em moralidade e da ética entre os agentes económicos;
projectos económicos ou na utilização de fundos d) Respeito pela livre iniciativa económica e empresa-
destinados à criação de novas empresas, agrupa- rial, excepto para as áreas definidas como sendo
mentos de empresas, nacionais ou estrangeiras, de reserva do Estado pela Constituição e pela lei;
bem como à aquisição total ou parcial de empre- e) Garantias de segurança e protecção do investimento;
sas de direito angolano já existentes, com vista à f) Garantia da livre circulação de bens e de capitais,
criação ou continuação de determinada actividade nos termos e limites legais;
económica e participação directa na sua gestão, de g) Respeito pelos acordos e tratados bilaterais e multi-
acordo com o respectivo objecto social; laterais sobre a matéria de que o Estado seja parte.
g) «Investimento Indirecto», todo o investimento, ARTIGO 5.º
interno ou externo, realizado por empresas de (Princípio da conformação política e legal)

direito privado que, não constituindo investimento A realização do investimento privado de acordo com o pre-
directo, compreenda, isolada ou cumulativamente, visto na presente Lei, independentemente da forma de que se
movimentação de capital e outros instrumentos revista, deve contribuir para o crescimento e desenvolvimento
financeiros, tais como aquisição de acções, títu- económico e social, e conformar-se com as disposições da pre-
los de dívida pública, empréstimos, suprimentos, sente Lei, sua regulamentação e demais legislação aplicável.
prestações suplementar de capital, tecnologia CAPÍTULO III
patenteada, processos técnicos, segredos e modelos Modalidades e Operações de Investimento
industriais, franquias, marcas registadas e outras ARTIGO 6.º
formas de acesso à sua utilização em regime, seja (Modalidades do investimento privado)
de exclusividade, seja de licenciamento restrito O investimento privado pode ser interno, externo ou misto.
por zonas geográficas ou domínios da actividade ARTIGO 7.º
industrial e ou comercial, dentre outros; (Operações de investimento interno)
h) «Investimento Misto», todo o investimento que integra 1. Nos termos e para efeitos da presente Lei consideram-se
operações de investimento interno e operações de operações de investimento interno, entre outras as seguintes:
investimento externo; a) Utilização de meios de pagamento disponíveis em
i) «Investidor Interno», qualquer pessoa, singular ou território nacional;
colectiva, residente cambial, que realize investi- b) Aquisição de tecnologia e conhecimento;
mento, nos termos da alínea d) do presente artigo; c) Aquisição de máquinas e equipamentos;
3480 DIÁRIO DA REPÚBLICA

d) Conversão de créditos decorrentes de qualquer tipo c) Alocação de máquinas, equipamentos, acessórios e


de contrato; outros meios fixos corpóreos;
e) Aquisição de participações sociais em sociedades d) Incorporação de créditos e outras disponibilidades
comerciais de direito angolano já existentes; do investidor privado, susceptíveis de serem apli-
f) Aplicação de recursos financeiros resultantes de cados como investimentos;
empréstimos, incluindo os que tenham sido obti- e) Incorporação de tecnologias e conhecimento sus-
dos no exterior; ceptíveis de avaliação pecuniária;
g) Criação de novas sociedades comerciais; f) Aplicação, em território nacional, de fundos no âmbito
h) Celebração e alteração de contratos de consórcios, do reinvestimento.
associação em participação, joint venture, asso- ARTIGO 9.º
ciação de terceiros a partes ou a quotas de capital (Operações de investimento externo)
e qualquer outra forma de contrato de associação 1. Consideram-se operações de investimento externo as
permitida, ainda que não prevista na legislação realizadas por não residentes cambiais com recursos prove-
comercial em vigor; nientes do exterior, nomeadamente:
i) Tomada total ou parcial de estabelecimentos comerciais a) Introdução no território nacional de moeda livre-
e industriais, por aquisição de activos ou através mente convertível;
de contratos de cessão de exploração; b) Introdução de tecnologia e conhecimento, desde que
j) Aquisição ou cessão de exploração de estabeleci- representem uma mais-valia ao investimento e
mentos comerciais ou industriais; sejam susceptíveis de avaliação pecuniária;
k) Exploração de complexos imobiliários, turísticos c) Introdução de máquinas, equipamentos e outros
ou não, independentemente da natureza jurídica meios fixos corpóreos;
que assumam; d) Conversão de créditos decorrentes da execução de
l) Celebração de contratos de arrendamento de terras contratos de fornecimento de máquinas, equipa-
mentos e mercadorias, desde que, comprovada-
para fins agrícolas e cedência dos direitos de terras;
mente, sejam passíveis de pagamentos ao exterior;
m) Cedência de tecnologias patenteadas e de marcas
e) Aquisição de participações em sociedades de direito
registadas, cuja remuneração se limite à distribui-
angolano existentes;
ção de lucros resultantes das actividades em que
f) Criação de novas sociedades;
tais tecnologias ou marcas tenham sido aplicadas;
g) Celebração e alteração de contratos de consórcios,
n) Realização de prestações suplementares de capital,
associações em participação e outras formas de
adiantamento dos sócios e, em geral, os emprés- cooperação empresarial permitidas no comércio
timos ligados à participação nos lucros; internacional, ainda que não previstas na legisla-
o) Aquisição de bens imóveis situados em território ção comercial em vigor;
nacional, quando essa aquisição se integre em h) Aquisição de estabelecimentos comerciais ou
projectos de investimento privado. industriais;
2. Para projectos exclusivamente destinados à exporta- i) Celebração de contratos de arrendamento ou explo-
ção, são consideradas operações de investimento interno, a ração de terras para fins agrícolas, pecuários e
captação de recursos alheios no exterior do País, por inves- silvícolas;
tidores internos, desde que o reembolso do serviço da dívida j) Exploração de complexos imobiliários, turísticos
seja garantido pelas receitas de exportação. ou não, independentemente da natureza jurídica
3. Não são consideradas operações de investimento interno, que assumam;
aquelas que consistam no aluguer ou fretamento de automó- k) Realização de prestações suplementares de capital,
veis, embarcações, aeronaves e outros meios susceptíveis de adiantamentos aos sócios e, em geral, empréstimos
aluguer ou fretamento, leasing ou qualquer outra forma de ligados à participação nos lucros;
uso temporário no território nacional. l) Aquisição de bens imóveis situados em território
ARTIGO 8.º nacional, quando essa aquisição se integre em
(Formas de realização do investimento interno)
projectos de investimento privado;
O investimento privado interno pode ser realizado, isolada m) Criação de filiais, sucursais ou de outras formas de
ou cumulativamente, pelas seguintes formas: representação social de empresas estrangeiras.
a) Alocação de fundos próprios; 2. Para projectos exclusivamente destinados à exporta-
b) Aplicação de disponibilidades existentes em con- ção, são consideradas operações de investimento externo, a
tas bancárias constituídas no País, tituladas por captação de recursos alheios no exterior do País, por investi-
residentes cambiais, ainda que resultantes de dores externos, desde que o reembolso do serviço da dívida
financiamentos obtidos no exterior; seja garantido pelas receitas de exportação.
I SÉRIE – N.º 92 – DE 26 DE JUNHO DE 2018 3481

3. Não são consideradas como operações de investimento ARTIGO 14.º


(Garantia de direitos)
externo, aquelas que consistam no aluguer ou fretamento de
automóveis, embarcações, aeronaves e outros meios suscep- 1. O Estado respeita e protege o direito de propriedade dos
tíveis de aluguer ou fretamento, leasing ou qualquer outra investidores privados sobre os bens dos seus empreendimentos,
nomeadamente o direito de deles dispor livremente, nos ter-
forma de uso temporário no território nacional.
mos da lei, sem perturbação de terceiros, inclusive do Estado.
4. Não obstante o disposto no número anterior, as ope-
2. Os bens referidos no número anterior só podem ser requi-
rações nele referidas podem ser consideradas operações de
sitados ou expropriados nos estritos termos da Constituição
investimento externo, desde que, pela sua grande relevância e da lei.
económica ou importância estratégica, o Titular do Poder 3. Se os bens referidos no n.º 2 forem requisitados ou
Executivo expressa e, casuisticamente, entenda conceder- expropriados, por razões de utilidade pública, nos termos
-lhes tal estatuto. do número anterior, o Estado assegura o pagamento de uma
ARTIGO 10.º justa e pronta indeminização, nos termos da Constituição e da
(Formas de realização do investimento externo) lei, cujo valor é determinado de acordo com a lei angolana.
1. O investimento externo pode ser realizado, isolada ou 4. O Estado respeita e protege o sigilo profissional, bancá-
cumulativamente, pelas seguintes formas: rio e comercial dos investidores privados, nos termos da lei.
a) Transferência de fundos próprios do exterior; ARTIGO 15.º
(Garantias jurisdicionais)
b) Aplicação de disponibilidades em moeda nacional
e externa, em contas bancárias constituídas em 1. O Estado Angolano garante a todos os investidores pri-
Angola por não residentes cambiais, susceptí- vados o acesso aos tribunais angolanos para a defesa dos seus
interesses, sendo-lhes assegurado o devido processo legal,
veis de repatriamento, nos termos da legislação
protecção e segurança.
cambial aplicável;
2. No âmbito da presente Lei, os conflitos que eventual-
c) Aplicação, em território nacional, de fundos no
mente surgirem relativos a direitos disponíveis podem ser
âmbito de reinvestimento; resolvidos através dos métodos alternativos de resolução
d) Transferência de máquinas, equipamentos, acessórios de conflitos, designadamente, a negociação, a mediação, a
e outros meios fixos corpóreos; conciliação e a arbitragem, desde que por lei especial não
e) Incorporação de tecnologias e conhecimento. estejam exclusivamente submetidos a tribunal judicial ou à
2. As formas enunciadas nas alíneas d) e e) do número arbitragem necessária.
anterior devem ser sempre complementadas com a transfe- ARTIGO 16.º
rência de fundos do exterior, designadamente, para custear (Outras garantias)

despesas de constituição, instalação e despesas correntes. 1. É garantido o direito de propriedade intelectual, nos
ARTIGO 11.º termos da lei.
(Suprimentos para operações de investimento externo) 2. O Estado respeita e protege os direitos de posse, uso e
Os suprimentos dos accionistas ou sócios realizados para fruição da terra, bem como sobre outros recursos dominiais,
fins de investimento externo, não podem ser de valor superior nos termos da legislação em vigor.
a 30% do valor do investimento realizado pela sociedade cons- 3. É proibida a interferência pública na gestão das empre-
tituída, sendo apenas reembolsáveis passados 3 (três) anos a sas privadas, excepto nos casos previstos na lei.
contar da data de registo nas contas da sociedade. 4. É proibido o cancelamento de licenças ou autorizações
ARTIGO 12.º
sem o competente processo administrativo ou judicial.
(Limite do investimento indirecto) 5. Os investidores privados têm o direito de importar bens
Sempre que o investidor interno ou externo pretender rea- do exterior, para execução dos seus projectos, e de exportar
lizar operações qualificadas como investimento indirecto, nos bens, por si produzidos ou não, sem prejuízo das regras de
termos da presente Lei, estas não devem exceder o valor cor- protecção do mercado interno, estabelecidas por lei.
respondente a 50% do valor total do investimento. 6. O exercício da actividade de importação e exportação,
referido no número anterior, requer a obtenção das devidas
CAPÍTULO IV licenças, junto das autoridades angolanas competentes.
Direitos, Deveres e Garantias do Investidor Privado
ARTIGO 17.º
ARTIGO 13.º (Deveres gerais)
(Estatuto das sociedades) Os investidores privados devem respeitar a Constituição,
As sociedades constituídas de acordo com a lei angolana, a presente Lei e demais legislação aplicável na República de
ainda que com capitais provenientes do exterior são, para todos Angola, e em especial abster-se de directa ou indirectamente,
os efeitos legais, sociedades de direito angolano, sendo-lhes por si ou através de terceiros, praticar actos que se traduzem
aplicável a legislação angolana vigente. em ingerência nos assuntos internos do Estado Angolano.
3482 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 18.º 2. Os benefícios conferidos ao abrigo da presente Lei são


(Deveres específicos)
aplicáveis, exclusivamente, às actividades inseridas na exe-
O investidor privado é, em especial, obrigado a: cução do investimento privado registado.
a) Observar os prazos fixados para a importação de 3. As sociedades-veículo do investimento privado, que
capitais e para a implementação do projecto de gozam de benefícios nos termos da presente Lei, devem apre-
investimento, de acordo com os compromissos sentar declaração fiscal referente ao investimento respectivo,
assumidos; separada das demais actividades económicas que desenvolvem.
b) Pagar os impostos, taxas e todas as demais contri- 4. A atribuição de benefícios e facilidades é automática,
buições legalmente devidas;
desde que o investimento obedeça aos critérios previstos na
c) Constituir fundos e reservas e fazer provisões nos
presente Lei.
termos da legislação em vigor;
5. É permitido conceder benefícios relativos aos Impostos
d) Aplicar o plano de contas e as regras de contabilidade
Industrial, de Sisa, Predial Urbano, Sobre a Aplicação de
estabelecidas por lei;
Capitais, de Selo e outros da mesma natureza ou de natu-
e) Respeitar as normas relativas à defesa do meio
reza diferente.
ambiente, nos termos da legislação em vigor;
f) Respeitar as normas relativas à higiene, protecção e ARTIGO 22.º
(Objectivos da atribuição de benefícios e facilidades)
segurança no trabalho contra doenças profissio-
nais, acidentes de trabalho e outras eventualidades A concessão dos benefícios previstos na presente Lei tem
previstas na legislação laboral; em conta os seguintes objectivos económicos e sociais:
g) Contratar e manter actualizados os Seguros Contra Aci- a) Incentivar o crescimento e a diversificação da
dentes e Doenças Profissionais dos trabalhadores; economia;
h) Contratar e manter actualizados os Seguros de Res- b) Proporcionar melhores oportunidades para o desen-
ponsabilidades de Civil por Danos a Terceiros ou volvimento das regiões mais carenciadas, sobretudo
ao Meio Ambiente. no interior do País;
ARTIGO 19.º c) Aumentar a capacidade produtiva nacional, com base
(Transferência para o exterior) na incorporação de matérias-primas locais e elevar
Os investidores externos, após a execução completa do o valor acrescentado dos bens produzidos no País;
Projecto de Investimento Privado, devidamente comprovada d) Fortalecer as empresas privadas nacionais através
pelas autoridades competentes e, após o pagamento dos tribu- de parcerias com empresas estrangeiras;
tos devidos e da constituição das reservas obrigatórias, têm e) Induzir a criação de novos postos de trabalho para
direito a transferir para o exterior: trabalhadores nacionais e elevar a qualificação da
a) Valores correspondentes aos dividendos; mão-de-obra angolana;
b) Valores correspondentes ao produto da liquidação f) Promover a transferência do conhecimento e da
dos seus empreendimentos; tecnologia, bem como aumentar a eficiência e
c) Valores correspondentes a indemnizações que lhe competitividade produtiva;
sejam devidas; g) Promover o aumento e a melhoria das exportações
d) Valores correspondentes a royalties ou a outros e reduzir as importações;
rendimentos de remuneração de investimentos
h) Promover o aumento das disponibilidades cambiais
indirectos, associados a cedência de tecnologia.
e o equilíbrio da balança de pagamentos;
ARTIGO 20.º i) Redinamizar o abastecimento eficiente e eficaz do
(Recurso ao crédito)
mercado interno;
1. Os investidores privados podem recorrer ao crédito j) Reabilitar, expandir e modernizar as infra-estruturas
interno e externo, nos termos da legislação em vigor.
destinadas à actividade económica.
2. Os investidores externos e as sociedades detidas maio-
ARTIGO 23.º
ritariamente por estes só são elegíveis ao crédito interno após
(Natureza dos benefícios)
terem implementado na sua plenitude os respectivos projec-
tos de investimento. Os benefícios podem ser de Natureza Tributária ou de
Natureza Financeira.
CAPÍTULO V ARTIGO 24.º
Benefícios e Facilidades ao Investidor (Benefícios de Natureza Tributária)

ARTIGO 21.º São benefícios de Natureza Tributária, as deduções à maté-


(Princípios gerais) ria colectável, as amortizações e reintegrações aceleradas, o
1. Os investidores abrangidos pela presente Lei estão crédito fiscal, a isenção e a redução de taxas de impostos,
sujeitos à legislação em vigor na República de Angola, têm contribuições e direitos de importação, o deferimento no
os direitos e os deveres e usufruem dos benefícios e das faci- tempo de pagamento de impostos e outras medidas de carác-
lidades nela previstos. ter excepcional que beneficiem o investidor.
I SÉRIE – N.º 92 – DE 26 DE JUNHO DE 2018 3483

ARTIGO 25.º b) Zona B — Províncias do Bié, do Bengo, do Cuanza-


(Benefícios de Natureza Financeira)
-Norte, do Cuanza-Sul, do Huambo, do Namibe e
São benefícios de Natureza Financeira, o acesso ao crédito, restantes municípios das Províncias de Benguela
através dos programas do Executivo de apoio à economia,
e da Huíla;
tais como o microcrédito, a bonificação de juros, a garantia
c) Zona C — Províncias do Cuando Cubango, do Cunene,
pública e o capital de risco para a obtenção de financiamentos.
da Lunda-Norte, da Lunda-Sul, de Malanje, do
ARTIGO 26.º
(Facilidades) Moxico, do Uíge e do Zaire;
1. São facilidades os actos de acesso simplificado e prio- d) Zona D — Província de Cabinda.
ritário aos serviços da administração pública, nomeadamente, ARTIGO 30.º
(Carácter excepcional dos benefícios fiscais e aduaneiros)
na obtenção de licenças e autorizações, bem como no acesso
expedito a bens públicos. 1. Os benefícios fiscais e aduaneiros não constituem regra
2. O Estado garante aos investidores privados, por meio e são limitados no tempo.
de serviços concentrados, com procedimentos expeditos e 2. Sem prejuízo do estabelecido no artigo 33.º da presente
simplificados, os registos essenciais de natureza legal, fiscal e Lei, a concessão e extinção dos benefícios aduaneiros obede-
de segurança social, bem como os registos eventuais relacio-
cem ao regime de tributação previsto na Pauta Aduaneira dos
nados ao registo da propriedade intelectual, de bens móveis,
Direitos de Importação e Exportação em vigor.
de propriedades imobiliárias e outros.
ARTIGO 31.º
ARTIGO 27.º
(Extinção dos benefícios)
(Factores de incidência)
1. Os benefícios extinguem-se:
Os benefícios e facilidades são atribuídos atendendo os
seguintes factores: a) Pelo termo do prazo por que foram concedidos, sendo
a) Sectores de actividade prioritários; que o prazo não pode ser superior a 10 (dez) anos;
b) Zonas de desenvolvimento. b) Pelo usufruto de uma poupança em impostos não
entregues ao Estado de montante igual ao inves-
ARTIGO 28.º
(Sectores de actividade prioritários) timento realizado;
Para efeitos de atribuição de benefícios previstos na presente c) Pela verificação dos pressupostos da respectiva
Lei, são considerados prioritários os segmentos de mercado condição resolutivo;
em que se identifique potencial de substituição de importa- d) Por cancelamento do registo do investimento.
ções ou de fomento e diversificação da economia, incluindo ARTIGO 32.º
exportações, inseridos nos seguintes sectores: (Benefícios ao reinvestimento)
a) Educação, Formação Técnico-Profissional, Ensino Podem ser atribuídos aos projectos de reinvestimento bene-
Superior, Investigação Científica e Inovação; fícios previstos na presente Lei, nos termos a regulamentar.
b) Agricultura, Alimentação e Agro-Indústria; ARTIGO 33.º
c) Unidades e Serviços Especializados de Saúde; (Retoma do pagamento normal de impostos)
d) Reflorestamento, Transformação Industrial de Recur- Extintos os benefícios, o investidor privado retoma o regime
sos Florestais e Silvicultura; normal de pagamento dos impostos e dos direitos aduaneiros
e) Têxteis, Vestuário e Calçado; devidos, no âmbito do Projecto de Investimento.
f) Hotelaria, Turismo e Lazer;
g) Construção, Obras Públicas, Telecomunicações CAPÍTULO VI
Regimes, Benefícios e Facilidades
e Tecnologias de Informação, Infra-Estruturas
Aeroportuárias e Ferroviárias; ARTIGO 34.º
(Regimes do investimento)
h) Produção e Distribuição de Energia Eléctrica;
i) Saneamento Básico, Recolha e Tratamento de Resí- Os Projectos de Investimento Privado enquadram-se nos
duos Sólidos. seguintes regimes:
ARTIGO 29.º a) Regime de Declaração Prévia;
(Zonas de desenvolvimento) b) Regime Especial.
Para efeitos da presente Lei, o País organiza-se nas seguin- ARTIGO 35.º
tes zonas de desenvolvimento, sendo os benefícios atribuídos (Regime de Declaração Prévia)
de forma crescente: 1. O Regime de Declaração Prévia caracteriza-se pela
a) Zona A — Província de Luanda e os municípios-sede simples apresentação da proposta de investimento junto do
das Províncias de Benguela, Huíla e o Município órgão competente da Administração Pública para efeitos de
do Lobito; registo e atribuição dos benefícios previstos na presente Lei.
3484 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. No Regime de Declaração Prévia as sociedades devem e ao estabelecimento do investimento, por um


estar previamente constituídas, sendo dispensável a apresen- período de 4 (quatro) anos;
tação do Certificado de Registo de Investimento Privado no Zona C — Redução da taxa em 75%, pela pro-
acto de constituição. priedade dos imóveis destinados ao escritório
3. A natureza e a estrutura da Declaração Prévia são tra- e ao estabelecimento do investimento, por um
tados pelo regulamento da presente Lei. período de 8 (oito) anos;
ARTIGO 36.º Zona D — Taxa do Imposto Predial Urbano cor-
(Regime Especial) responde a metade da taxa que é atribuída à
1. O regime Especial aplica-se aos investimentos privados Zona C, por um período de 8 (oito) anos.
realizados nos sectores de actividade prioritários e nas zonas c) No Imposto Industrial:
de desenvolvimento, previstos na presente Lei. Zona A — Redução da taxa da liquidação final e
2. Os investimentos privados previstos no n.º 1 do da taxa de liquidação provisória em 20%, por
presente artigo estão sujeitos a registo no órgão competente um período de 2 (dois) anos;
da Administração Pública, para efeitos de atribuição dos bene- Zona B:
fícios e facilidades previstos na presente Lei. Redução da taxa da liquidação final e da taxa de
ARTIGO 37.º liquidação provisória em 60%, por um período
(Selecção do regime de investimento) de 4 (quatro) anos;
Os investidores privados podem optar de forma livre por Aumento das taxas de amortizações e reintegrações
qualquer um dos regimes do investimento. em 50%, por um período de 4 (quatro) anos.
ARTIGO 38.º Zona C:
(Benefícios do Regime de Declaração Prévia) Redução da taxa da liquidação final e da taxa de
O Regime de Declaração Prévia goza dos seguintes bene- liquidação provisória em 80%, por um período
fícios fiscais: de 8 (oito) anos;
a) No Imposto de Sisa, redução da taxa para metade, Aumento das taxas de amortizações e reintegra-
pela aquisição dos imóveis destinados ao escritório ções em 50%, por um período de 8 (oito) anos.
e ao estabelecimento do investimento; Zona D:
b) No Imposto Industrial, redução da taxa da liquidação A Taxa do Imposto Industrial corresponde a metade
final e da taxa de liquidação provisória em 20%, da taxa que é atribuída à Zona C, por um período
por um período de 2 (dois) anos; de 8 (oito) anos;
c) No Imposto sobre a Aplicação de Capitais, redu- Aumento das taxas de amortizações e reintegra-
ção da taxa que incide sobre a distribuição de ções em 50%, por um período de 8 (oito) anos.
lucros e dividendos em 25%, por um período de d) No Impostos sobre a Aplicação de Capitais:
2 (dois) anos; Zona A — Redução da taxa que incide sobre a
d) No Imposto de Selo, redução da taxa para metade, distribuição de lucros e dividendos em 25%,
por um período de 2 (dois) anos. por um período de 2 (dois) anos;
ARTIGO 39.º
Zona B — Redução da taxa que incide sobre a
(Benefícios do Regime Especial) distribuição de lucros e dividendos em 60%,
O Regime Especial goza dos seguintes benefícios fiscais: por um período de 4 (quatro) anos;
a) No Imposto de Sisa: Zona C — Redução da taxa que incide sobre a
Zona A — Redução da taxa para metade, pela distribuição de lucros e dividendos em 80%,
aquisição dos imóveis destinados ao escritório por um período de 8 (oito) anos;
e ao estabelecimento do investimento; Zona D — A Taxa do Imposto sobre a Aplicação
Zona B — Redução da taxa em 75%, pela aquisi- de Capitais, que incide sobre a distribuição de
ção dos imóveis destinados ao escritório e ao lucros e dividendos, corresponde a metade da
estabelecimento do investimento; taxa que é atribuída à Zona C, por um período
Zona C — Redução da taxa em 85%, pela aquisi- de 8 (oito) anos.
ção dos imóveis destinados ao escritório e ao ARTIGO 40.º
estabelecimento do investimento; (Outros benefícios e facilidades)

Zona D — A Taxa do Imposto de Sisa corresponde 1. A sociedade-veículo do investimento privado, no Regime


a metade da taxa que é atribuída à Zona C. Especial, está isenta do pagamento das taxas e emolumentos
b) No Imposto Predial Urbano: devidos por qualquer serviço solicitado, incluindo os aduanei-
Zona B — Redução da taxa em 50%, pela pro- ros, por um ente público não empresarial, durante um período
priedade dos imóveis destinados ao escritório não superior a 5 (cinco) anos.
I SÉRIE – N.º 92 – DE 26 DE JUNHO DE 2018 3485

2. A assistência regular para o acompanhamento da imple- para as quais foram declaradas no acto do registo do inves-
mentação de Projectos de Investimento, bem como para apoiar timento, nem desviar-se do objecto que tiver sido registado.
na resolução de problemas que possam surgir com as auto- 4. As transmissões em mercados regulamentados não care-
ridades públicas, na fase de implementação dos projectos de cem de qualquer formalidade adicional, a não ser as previstas
investimento, relacionados com aspectos operacionais como no Código de Valores Mobiliários.
a obtenção de licenças de construção, obtenção do forneci- ARTIGO 45.º
mento de energia e água, obtenção de vistos, obtenção de (Alterações societárias)
licenças ambientais e outras necessidades operacionais da 1. As alterações societárias que implicam o aumento de
concretização dos investimentos privados, é disponibilizada capital social, o alargamento do objecto social, a cessão de
pela Administração Pública, por meio de serviços concentra- quotas ou transmissão de acções, estão dispensadas de autori-
dos no mesmo espaço, físico e/ou virtual, com procedimentos zação prévia do órgão competente da Administração Pública
expeditos e simplificados, nos termos a regulamentar. que procede ao registo dos investimentos e à atribuição dos
CAPÍTULO VII benefícios previstos na presente Lei, sem prejuízo da sua
Regime Cambial e Implementação dos Projectos comunicação em termos a regulamentar.
de Investimento 2. No caso em que as alterações previstas no n.º 1 do
presente artigo implicarem a importação de capitais, as
SECÇÃO I
Regime Cambial mesmas ficam sujeitas a registo no órgão competente.
3. A alteração ou alargamento do objecto do Projecto fica
ARTIGO 41.º
(Operações cambiais) sujeita a registo no órgão competente.
1. Às operações cambiais em que se traduzem os actos ARTIGO 46.º
(Força de trabalho)
referidos nos artigos 7.º, 9.º, 10.º e 19.º da presente Lei são
aplicadas as normas estabelecidas em legislação que regule 1. O investidor privado é obrigado a empregar trabalha-
matérias de natureza cambial. dores angolanos, proporcionando-lhes a necessária formação
2. A realização das operações de importação de capitais profissional e prestando-lhes condições salariais e sociais
obedece às regras definidas em regulamentação específica da compatíveis com a sua qualificação, sendo proibido qualquer
autoridade monetária e cambial. tipo de discriminação.
2. O investidor privado pode, nos termos da legislação
ARTIGO 42.º
(Valor de registo do equipamento) em vigor, admitir trabalhadores estrangeiros qualificados,
O registo do investimento privado sob a forma de impor- devendo, contudo, cumprir um rigoroso plano de formação
tação de máquinas, equipamentos e seus componentes, novos ou capacitação de técnicos nacionais, visando o preenchi-
ou usados, faz-se pelo seu valor FOB em moeda estrangeira mento progressivo desses lugares por trabalhadores angolanos.
e o seu contravalor em moeda nacional, à taxa de câmbio de 3. O plano de formação e de substituição gradual da força
referência do Banco Nacional de Angola correspondente ao de trabalho estrangeira pela nacional deve fazer parte da docu-
dia da apresentação da declaração aduaneira. mentação do Projecto de Investimento, no momento do registo.
ARTIGO 43.º CAPÍTULO VIII
(Valor das máquinas e equipamentos)
Transgressões e Penalidades
O valor das máquinas e equipamentos está sujeito a com-
ARTIGO 47.º
provação através de documento idóneo passado na origem por (Tipos de transgressões)
uma entidade de avaliação de activos, devidamente certificada.
Constituem transgressões para efeitos da presente Lei:
SECCÃO II
Implementação do Projecto de Investimento a) O uso de recursos provenientes do exterior para
finalidades diferentes daquelas para as quais foram
ARTIGO 44.º
(Execução dos projectos)
declarados e registados;
b) A prática de facturação que permita a saída ilícita de
1. A execução do Projecto de Investimento deve ter início
capitais ou falseie as obrigações a que a sociedade
dentro do prazo fixado no Certificado de Registo de Investimento
Privado. ou associação esteja sujeita, designadamente as
2. Em casos devidamente fundamentados e mediante pedido de carácter fiscal;
do investidor privado, pode o prazo referido no número ante- c) A falta de execução das acções de formação ou a
rior ser prorrogado. não substituição de trabalhadores estrangeiros
3. A execução e a gestão do Projecto de Investimento Privado por nacionais nas condições e prazos previstos
devem ser efectuadas em estrita conformidade com a legisla- no Projecto de Investimento;
ção aplicável, não podendo as contribuições provenientes do d) A falta de execução injustificada do investimento
exterior serem aplicadas para finalidades diversas daquelas nos prazos registados;
3486 DIÁRIO DA REPÚBLICA

e) A falta de informação ao órgão com competência ARTIGO 51.º


(Dúvidas e omissões)
para fiscalizar, nos termos a regulamentar;
f) A falsificação de mercadorias e prestação de falsas As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
declarações; da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
g) A sobrefacturação dos preços de máquinas e equi- Nacional.
pamentos importados nos termos da presente Lei; ARTIGO 52.º
(Entrada em vigor)
h) O exercício da actividade comercial fora do âmbito
declarado. A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
ARTIGO 48.º Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
(Multas e outras penalizações) aos 17 de Maio de 2018.
1. Sem prejuízo de outras penalidades especialmente pre- O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade
vistas por lei, as transgressões referidas no artigo anterior são Dias dos Santos.
passíveis das seguintes consequências: Promulgada aos 13 de Junho de 2018.
a) Multa no valor de 1% sobre o valor do investi-
Publique-se.
mento, sendo o valor elevado ao triplo em caso
de reincidência; O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
b) Perda dos benefícios e outras facilidades concedidas Lourenço.
ao abrigo da presente Lei;
c) Cancelamento do registo de investimento privado.
Resolução n.º 24/18
2. A não execução dos projectos dentro do prazo inicialmente de 26 de Junho
declarado ou prorrogado é passível da penalidade prevista na
Considerando que o Grupo Parlamentar da UNITA soli-
alínea c) do número anterior, acompanhada do pagamento de
citou ao Presidente da Assembleia Nacional a movimentação
uma multa no valor igual aos benefícios atribuídos acrescida
de 1% do valor do investimento, salvo se for comprovada de Deputados, designadamente, substituição definitiva e o
situação de força maior. preenchimento de vaga, nos termos da Constituição e da Lei;
3. Sem prejuízo da penalidade prevista na presente Lei, a Considerando que a morte de Deputado constitui causa
infracção da alínea f) do artigo 47.º é, ainda, punida nos ter- de perda de mandato e substituição definitiva nos termos da
mos da Lei Penal. alínea e) do n.º 2 do artigo 152.º e da alínea e) do n.º l do
artigo 153.º, ambos da Constituição da República de Angola.
CAPÍTULO IX Considerando que a vaga ocorrida deve ser preenchida,
Disposições Finais e Transitórias segundo a respectiva ordem de precedência, pelo Deputado
ARTIGO 49.º
seguinte da lista do Partido ou da Coligação de Partidos Políticos
(Projectos de Investimento anteriores) a que pertencia o titular do mandato vago, nos termos do n.º 2
do artigo 153.º da Constituição da República de Angola e do
1. A presente Lei e a sua regulamentação não se aplicam
n.º 2 do artigo 14.º do Estatuto do Deputado.
aos Projectos de Investimento aprovados antes da sua entrada
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
em vigor, continuando estes, até ao termo da sua implemen-
nos termos das alíneas d) do artigo 160.º, e f) do n.º 2 do
tação, a serem regidos pelas disposições da legislação e dos
artigo 166.º da Constituição da República de Angola, a
termos ou contratos específicos, com base nos quais a auto- seguinte Resolução:
rização foi concedida. 1.º — É aprovada a substituição definitiva por morte, do
2. O disposto no número anterior não se aplica aos inves- Deputado Almerindo Jaka Jamba, n.º 24 da lista de efectivos
tidores privados que requeiram expressamente a submissão do Círculo Nacional, titular do Cartão de Eleitor n.º 42315,
dos seus projectos, já aprovados, ao regime estabelecido na Grupo 60280.
presente Lei. 2.º — É aprovado o preenchimento da vaga ocorrida pela
3. Os benefícios e outras facilidades já concedidas ao Deputada substituta Maria Luísa de Andrade, n.º 37 da lista
abrigo das leis anteriores mantêm-se em vigor pelos prazos de efectivos do Círculo Nacional, titular do Cartão de
que foram estabelecidos, não sendo permitida qualquer pror- Eleitor n.º 1600, Grupo 8600, devendo a mesma integrar a
rogação dos mesmos. 6.ª Comissão de Saúde, Educação, Ensino Superior, Ciência
4. Os Projectos de Investimento pendentes à data da entrada e Tecnologia e o Grupo Nacional de Acompanhamento ao
em vigor da presente Lei são registados nos termos dos regi- Parlamento dos Países Europeus ACP/EU.
mes nela previstos. 3.º — A presente Resolução entra imediatamente em vigor.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
ARTIGO 50.º
(Revogação) aos 17 de Maio de 2018.
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na Publique-se.
presente Lei, nomeadamente a Lei n.º 14/15, de 11 de Agosto, O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
do Investimento Privado. Piedade Dias dos Santos.

O. E. 766 - 6/92 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2018

Você também pode gostar