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Teste de Português | 9.

º Ano de Escolaridade novembro 2017

Nome: _________________________________________ n.º ________ Turma ___________

GRUPO I

( Compreensão do oral )

Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir um programa radiofónico sobre um livro.

Para cada item (1. a 4.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.

1. No início do programa, o jornalista menciona três histórias,

(A) por suspeitar que muitas pessoas desconhecem a sua origem.


(B) porque pretende realçar a qualidade dos filmes de Walt Disney.
(C) para concluir que a maioria das pessoas conhece os seus autores.

2. O assunto deste programa é a edição de uma obra que

(A) assinala o primeiro centenário de um livro dos Irmãos Grimm.


(B) constitui o terceiro volume de uma coleção de contos infantis.
(C) reúne todos os contos dos Irmãos Grimm em língua portuguesa.

3. A edição original desta obra dos Irmãos Grimm

(A) começou por ser destinada às crianças e aos jovens.


(B) foi posteriormente adaptada para o público infantil.
(C) é uma recolha de histórias sobre o universo infantil.

4. O jornalista afirma que os Contos da Infância e do Lar são o «tesouro» dos Irmãos Grimm, porque

(A) esta é considerada a melhor obra literária destes autores.


(B) todas as crianças leram as histórias incluídas nesta obra.
(C) os textos desta recolha poderiam ter ficado esquecidos.

GRUPO II
( Compreensão da leitura )

Texto A

Lê com atenção o texto.


Uma palavra que durante décadas não seja utilizada na rua ou nos livros e permaneça apenas no dicionário
tem um destino à vista: ser palavra-defunta. O dicionário pode ser visto, assim como uma antecâmara da morte.
Como se algumas palavras estivessem ali paradinhas, quietas, mudas (no sentido literal e metafórico) porque
não falam, ninguém fala por elas e ninguém as fala – com se estivessem, então, ali em fila, em linha, à espera
5 do seu próprio velório.
Ou podemos então mudar radicalmente de ponto de vista: o dicionário com os seus milhares e milhares de
palavras, pode ser entendido como um depósito contra o esquecimento, um enorme arquivo. Eis, pois, um outro
nome possível para o dicionário: instrumento para evitar o esquecimento.
Imaginemos, por absurdo, que os dicionários desapareciam. Que uma qualquer ordem política determinava a
10 sua destruição. Pois bem, seria uma matança. Em poucas décadas morreriam palavras como tordos. E se, no
limite , não existisse qualquer livro, e ficássemos apenas […] com a linguagem das conversas rápidas , então o
vocabulário ficaria reduzido ao mais essencial e mínimo: sim, não, comida, bebida, etc. Poderíamos assim, com
a linguagem, expressar as necessidades do organismo mas certamente não as do espírito.
Abrir o dicionário, pois, como ato de resistência e salvação: não vou ficar só com as palavras que ouço ou leio
15 nos livros comuns – eis o que se poderia dizer. Abrimos ao acaso na página 310, e depois na página 315, sempre
com a firme determinação de salvar duas ou três palavras de cada página. Como aquele que salva quem se está
a afogar. E não é por acaso, aliás, que muitas das mitologias remetem o esquecimento para a imagem do rio.
Uma água onde as coisas se afundam, deixam de ser vistas à superfície, desaparecem da vista. A passagem do
rio utilizada também como metáfora do tempo que passa e leva e afunda as coisas que ainda há momentos
20 estavam à nossa frente, bem vivas. Salvar palavras da água que engole e faz esquecer as coisas, eis o que é,
em parte, abrir um dicionário.
Dotados, então, de um espírito de nadador-salvador, abrimos ao acaso o dicionário e trazemos palavras mais
ou menos raras – umas que já nadam há muito debaixo de água, com dificuldades, outras, mais resistentes, mais
visíveis, mas ainda estimulantes (e algumas bem conhecidas dos nossos clássicos).
25 Passemos pela letra M. Ao acaso e rapidamente.
Morato – adjetivo que significa bem organizado.
Maçaruco – (regionalismo) indivíduo mal trajado.
Manajeiro – aquele que dirige o trabalho das ceifas os outros.
Metuendo – que mete medo; terrível; medonho.
30 E tropeçamos depois em palavras de significado popular e óbvio, mas bem divertido:
Mata-sãos: médico incompetente; curandeiro.
Eis, pois, a partir daqui, uma frase possível que quase poderíamos introduzir numa conversa de café (uma
frase em letra M):
- O manajeiro metuendo, maçaruco, aproximou-se do morato espaço do mata-sãos e disse: por favor, aqui
35 não, vá curar mais além.
Gonçalo M. Tavares, Visão, 22 de setembro de 2011

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto de Gonçalo M. Tavares. Escreve
a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa a sequência
pela letra (C).

(A) As palavras «manajeiro», «metuendo», «maçaruco», «morato» e «mata-sãos» poderiam integrar uma frase
usada numa conversa de café.

(B) «Maçaruco», «manajeiro», «mata-sãos», «metuendo» e «morato» são palavras que se encontram na letra M do
dicionário.

(C) O dicionário pode ser entendido como uma antecâmara da morte: uma palavra ali encerrada durante décadas
corre o risco de desaparecer.
(D) A consulta de um dicionário, com espírito de nadador-salvador, permite recuperar palavras mais ou menos raras,
algumas usadas em obras clássicas.
(E) As palavras, quando não são utilizadas, assemelham-se às coisas levadas pela água de um rio.

(F) O dicionário pode ser visto como um instrumento para evitar que as palavras caiam no esquecimento.

(G) O vocabulário reduzir-se-ia bastante, caso os dicionários e os livros desaparecessem e nos limitássemos à
comunicação elementar.

2. Seleciona, para responderes a cada item, a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido
do texto.
2.1. A palavra «Ou» (linha 6) indica que, em relação ao primeiro, o segundo parágrafo apresenta uma
(A) alternativa.
(B) consequência.
(C) explicação.
(D) confirmação.
2.2. Ao utilizar-se a expressão «por absurdo» (linha 9), reforça-se uma
(A) condição razoável.
(B) suposição irrealista.
(C) previsão aproximada.
(D) dúvida fundamentada.

2.3. Com «a imagem do rio» (linha 18), ilustra-se a ideia de que as palavras
(A) passam dos dicionários para as conversas quotidianas.
(B) deixam de ser lembradas com o passar do tempo.
(C) resistem ao desgaste da passagem do tempo.
(D) são ditas com rapidez nas conversas quotidianas.

2.4. A frase em que se utiliza inadequadamente uma das palavras cujo significado é dado no texto é
(A) «Aquele homem era conhecido como o mata-sãos da vila.»
(B) «Ele dirigiu-me palavras metuendas para me intimidar.»
(C) «Eu maçaruco todos os livros antes de os comprar.»
(D) «O meu avô materno foi manajeiro durante muitos anos.»

2.5. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa de acordo com o sentido do texto:
(A) «que» (linha 1) refere-se a «Uma palavra».
(B) «que» (linha 14) refere-se a «as palavras».
(C) «que» (linha 16) refere-se a «aquele».
(D) «que» (linha 20) refere-se a «palavras».

GRUPO III ( Educação Literária )


Lê o seguinte texto, com muita atenção. Em caso de necessidade, consulta o glossário que é apresentado a
seguir ao texto.
TEXTO B
Nota prévia:
( Era uma vez um rei que partiu para combater por terras distantes, deixando para trás a rainha e o filho de tenra
idade. A morte do rei tornou evidente o desamparo da criança no meio de muitos inimigos, entre os quais o tio, um
«irmão bastardo do rei, homem depravado e bravio, consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por
causa dos seus tesouros».)

Um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem
de rapina que errava1 no cimo das serras, descera à planície com a sua horda2 , e já através de casais e aldeias
felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes.
Nas atalaias3 ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca4 não governa como uma
espada. Toda a nobreza fiel perecera5 na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada
instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura – como
se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela6 que nenhuma audácia pode
transpor.
Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre7 , entre os
seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis8
reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou, ansiosamente. Na terra areada, entre
os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre
lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão
de lanternas, brilhos de armas... Num relance tudo compreendeu – o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo
roubar, matar o seu Príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu
berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga – e tirando o seu filho do berço servil, entre beijos
desesperados, deitou-o no berço real que cobriu com um brocado9.
Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha10, surgiu
à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou – correu ao berço de marfim onde os brocados
luziam, arrancou a criança, como se arranca uma bolsa de ouro, e abafando os seus gritos no manto, abalou
furiosamente.
O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.

Eça de Queirós, [«A Aia»], in Contos, Vol. I, Edição de Marie-Hélène Piwnik, Lisboa, IN-CM, 2009.

NOTAS: 1 errava – andava de um lado para o outro, sem destino certo. 2 horda – conjunto de pessoas que provocam desordem.
3 atalaias – pontos elevados de onde se observa e vigia. 4 roca – instrumento para fiar o linho, a lã ou o algodão. 5 perecera –
morrera. 6 cidadela – fortaleza. 7 catre – cama pobre. 8 vergéis – jardins ou pomares. 9 brocado – tecido de seda com fios de
ouro ou prata e motivos em relevo. 10 cota de malha – armadura defensiva.
1. Explica de que modo se estabelece o contraste, no primeiro parágrafo, entre a descrição do ambiente vivido no
reino e a caracterização da ama.

2. Justifica a utilização do adjetivo «desesperados» (linha 17), no contexto dos acontecimentos narrados na última
frase do segundo parágrafo.

3. Explicita a expressividade da comparação «arrancou a criança, como se arranca uma bolsa de ouro» (linha 20).

Grupo IV
( Gramática )

1. O conjunto constituído apenas por formas que pertencem ao mesmo modo verbal é
(A) tenham ouvido – interveio – escrevermos – recolham
(B) tivesse vivido – teriam encontrado – haja – tiver
(C) pintara – temos lido – atraem – tinham visitado
(D) fôssemos – expusesses – terás ido – conversares

2. Identifica todas as frases em que o elemento sublinhado desempenha a função sintática de complemento direto.
Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas.

(A) São lindíssimos os contos deste livro.


(B) De tanto ler estes contos, já os sei de cor.
(C) Interesso-me há muito tempo por estes contos.
(D) Todos consideraram os contos excecionais.
(E) Recorro aos contos para explicar certas situações.

3. Classifica a oração sublinhada na frase.


A evolução tecnológica tem sido tão rápida que nos obriga a constantes atualizações.

(A) Oração subordinada adverbial condicional.


(B) Oração subordinada substantiva completiva.
(C) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) Oração subordinada adverbial consecutiva.

4. Reescreve a frase, substituindo a expressão sublinhada pela forma adequada do pronome pessoal.

O artista imaginará as ilustrações quando ler os contos.

5. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, utilizando conjunções e locuções conjuncionais
das subclasses indicadas entre parênteses. Faz as alterações necessárias.

a) Na aula de Ciências, os alunos estudaram a flora. Os alunos tiveram dificuldade em realizar o trabalho
de pesquisa. ( locução conjuncional concessiva )

b) Os ramos partir-se-ão. Tu subirás a essa árvore. (conjunção subordinativa condicional)

c) Esta árvore tem uma sombra refrescante. Convida ao repouso. (conjunção subordinativa
consecutiva)

GRUPO V ( Escrita )

Seleciona uma figura pública feminina, portuguesa ou estrangeira, que, do teu ponto de vista, tenha um papel
marcante no desporto, na música, na ciência ou na literatura.
Escreve um texto de opinião bem estruturado em que:
• apresentes a figura selecionada;
• fundamentes a tua escolha em, pelo menos, três razões;
• dês um exemplo de uma iniciativa que pudesse ser criada para homenagear essa figura pública.

Deves escrever entre 160 e 240 palavras.

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