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REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO Prof.

Vinicius Mitchell
vinicius.mitchell@gmail.com)

1 O papel é plano.
Quando você desenha
um requadro vazio, o
requadro é tão plano
quanto o o papel

2 Uma figura desenhada em


linha contínua e uniforme
também é plana. É uma
figura plana em um
requadro plano em papel
plano. O espaço na
imagem é plano também.

3 E se você desenhar uma


figura arrredondada no
requadro plano?
Sozinha, ela parece
deslocada, sem lugar.

4 Como fazer um
‘respiro’? Tranformando
o requadro em uma
caixa imaginária.

5 Com um espaço
apropriado para uma
figura arredondada, você
pode colocá-la em
qualquer lugar. Mas a
figura parece solitária no
espaço vazio.

6 Com piso e móveis,


começamos a desenhar
um quarto.

7 A medida que continua a


desenhar o quarto, você
esquece a superfície
plana do papel,
explorando-a. Numa
figura plana, entretanto,
nunca esquecemos que
o papel é plano.

Uri Shulevitz,
“Writing with pictures”, 1985
Capítulo 12: Picture Space and Compositon
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO

8 Podemos ver claramente a


“caixa espacial” nesta
ilustração do personagem
Max em seu quarto em
“Onde Vivem os Monstros”,
de Maurice Sendak.

9 Também vemos a “caixa


espacial” neste quarto de
Domenico Gnoli (”Alberic
the Wise”), mas em um
ângulo aéreo.
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO

10 Estas figuras ilustram a diferença entre


11 ilusão de profundidade numa figura
plana e no espaço com profundidade.
Se fôssemos ver a lateral da figura
plana, veríamos algo como recortes de
papelão e uma parede, um na frente
do outro, sem distância perceptível
entre eles (10). Em contraste, uma
visão lateral da figura com
profundidade nos dá ideia da distância
entre os elementos. Com volume, há
espaço considerável entre a parede e
a figura (11).

Elementos pictóricos diferentes são


usados para criar o espaço “plano” ou
“profundo”. No plano, o contorno pode
ser usado para enfatizar a
bidimensionalidade. No espaço
tridimensional, a ênfase está no
volume. Essa diferença pode ser
observada na comparação entre os
desenhos egípcios da antiguidade e a
arte do renascimento.

Segundo o pintor Peter Hopkins, “os


egípcios utilizavam linhas duras e
contínuas para representar e enfatizar
o plano em duas dimensões.”

12 Ênfase bidimensional: mesmo quando


uma caixa é desenhada atrás do plano
pictórico, a figura parece continuar na
frente, na superfície.

13 Para representar a tridimensionalidade


em seus desenhos, os artistas do
renascimento utilizaram linhas
fragmentadas e perspectiva, linear e
atmosférica. Quando a caixa
imaginária é desenhada, a figura
parece caminhar para dentro do
espaço. Hopkins explica as
dificuldades de se representar
profundidade numa superfície plana
como o papel. Há uma contradição
entre a ilusão do tridimensional e o
fato de que a figura é desenhada
numa superfície plana (o plano
pictórico).
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO

14 Apesar da arte ocidental enfatizar a


ilusão do espaço em três
dimensões, o espaço plano pode ser
utilizado de maneira muito efetiva,
como demonstra essa gravura
japonesa. A escolha entre espaço
plano ou profundo é apenas uma
escolha. Um não é necessariamente
melhor que o outro.

15 Em contraste com a figura 14, essa


gravura de Bruegel cria a ilusão de
espaço profundo. Repare, entretanto,
como o artista resolveu a contradição
entre a ilusão de profundidade e a
planicidade da superfície pictória. Por
exemplo: as linhas de perspectiva
encaminham ao fundo da imagem,
mas a mulher, na metade esquerda,
regando as plantas, para nosso olhar e
direciona-o novamente à superfície.
Além disso, para evitar uma sensação
claustrofóbica, Bruegel deixa um
espaço vazio no céu, dando um
descanso para os olhos.
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO

16 Uma forma de criar ilusão de espaço


em uma imagem é pela distinção
entre planos: primeiro-plano, meio e
fundo, como neste diagrama.

17 Essa imagem usa perspectiva


atmosférica de maneira que quando o
olhar se move do primeiro-plano para
o fundo, a vista se torna embaçada e
com distinções menos nítidas.

18 Neste desenho de Piero della


Francesca, podemos ver o uso da
perspectiva linear para criar ilusão de
profundidade. Apesar do empurrão
para dentro do espaço da imagem, há
também linhas horizontais e verticais
que nos puxam de volta à superfície.

Uri Shulevitz,
“Writing with pictures”, 1985
Capítulo 12: Picture Space and Compositon

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