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Uma empresária me disse no supermercado: "vou votar no bolsonaro porque ele vai
retirar o 13° dos trabalhadores e isto vai aumentar os meus lucros".
Aberta a campanha para o segundo turno das eleições 2018, verificamos que o candidato
do PT à presidência da república, Fernando Haddad, em primeiro lugar, se deu conta que
o pacto de conciliação iniciado na "Nova República" foi quebrado, rompido. Em segundo
lugar, o candidato continua com o discurso de que deve ganhar com argumentos e ai onde
mora o perigo, isso anula o reconhecimento anterior. Pelo visto Haddad vai continuar
batendo na tecla de um governo para todos (para pobres e ricos), enquanto a burguesia
rompe um pacto e radicaliza, Haddad continua com o discurso de paz e amor.
Reitero que os fascistas e a massa que aderiu o discurso do bolsonaro contra a corrupção
e contra os comunistas, apela às forças armadas (exército, marinha e aeronáutica) como
ingrediente principal para resolver todos os problemas do Brasil. Esse tipo de abordagem
coloca o povo (denominação burguesa) entre a cruz e a espada do discurso que "diz o que
vai fazer" (vice, Mourão e o economista, Paulo Guedes) e o que desconstrói esse discurso,
com objetivo de criar um jogo de proposições e contra proposições como forma de fazer o
"cabeça de chave", bolsonaro ganhar legitimidade ao se contrapor ao vice e ao seu
economista Paulo Guedes. Essa incoerência vem pautando a campanha do candidato do
PSL como forma de ocultar o seu projeto autoritário, de prestigiar os interesses do grande
capital e especuladores do capital financeiro na bolsa de valores.
Essa tática é uma forma esdrúxula de fazer política e vem dando certo, fornecendo uma
conotação de "veracidade" às palavras de bolsonaro quando faz o contraponto, não
somente com o seu vice e seu economista, mas com toda oposição a ele. A pergunta,
nesse caso é: por que tal discrepância reforça a ideia de que ele vai "endireitar o Brasil"?
Esse é o ponto nevrálgico, seu objetivo final. É evidente que esse jogo configura na
cabeça dos eleitores dessa candidatura, uma ideia da liderança que comanda tudo e a
todos, que faz e desfaz, o que reforça, de que argumento contra ele não funciona e por
mais evidente que seja suas propostas: de retirar o que resta dos direitos trabalhistas,
extinguir a aposentadoria dos trabalhadores, acabar com a estabilidade no emprego dos
servidores públicos, acabar com a "saúde e educação" gratuita (saúde e educação para
quem pode pagar). E mais, vai continuar entregando as riquezas do Brasil ao imperialismo
norte-americano e, obviamente, governar para os ricos com mão de ferro.
Haddad e o PT não compreenderam que não vão ganhar essa massa com argumentos
conjunturais sobre a crise e promessas, nem mesmo apoiado nas costas do ex-presidente
Lula. O fascismo é um movimento elementar, fruto podre da crise econômica-política e dos
politiqueiros, da revolta com a situação econômica (iniciada com à queda da bolsa em
2008, nos EUA), cultural e da conciliação de classes, que desmobilizou e despolitizou,
ainda mais, a classe trabalhadora. Isso tudo foi potencializado por uma histórica tradição
antidemocrática do Brasil, arraigando nas famílias, o autoritarismo e pelo amparo da igreja
conservadora e reacionária.
Sendo o fascismo um movimento elementar que não aceita argumentos, é pautado pelo
discurso do objetivo final, ou seja "endireitar o Brasil". O que significa isto no caso de
bolsonaro? Significa para essa massa revoltada e alienada diante da crise, acredita que
ele vai acabar com a corrupção pela força. É preciso que nesse novo ciclo, onde a
burguesia rompeu o pacto originário da "Nova República" tenha a compreensão de que
não tem como voltar atrás, é um caminho sem volta.
Haddad não consegue fazer o confronto, é preciso acordar a militância e sair para as ruas
e se entreguem a essa batalha. Espero que a assessoria do Haddad pare com esse
discurso conciliador no segundo turno. Tem que radicalizar contra o fascista! Não há
saída, se vier com esse discurso de um governo para todos, vai eleger o fascista. Tem que
tomar outra atitude em relação ao Lula. Sair das costas dele: assumir para si uma postura
de luta contra a barbárie, representada por bolsonaro.
3) O texto do Theodor Adorno que tem como titulo, A Teoria Freudiana e o Modelo de
Propaganda Fascista.
Depois dessa leitura vocês vão ficar impressionados como se encaixa os perfis das
massas que aderiram o nazismo, com as massas que aderiram o bolsonazi.