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Enem Sisu
Enem Sisu
Jackeline N. N. 1
Tereza A. V2
Introdução
1
Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso. Graduada em Pedagogia.
Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais.
2
Doutora em Educação. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Federal de Mato Grosso. Vice-coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais.
3
Reforma Rivadávia Corrêa (DECRETO 8.659 DE 05.04.1911): oficializa-se a implantação do exame
de admissão como forma de seleção para o ingresso à educação superior, originando-se assim os
processos de seleção para ingresso a universidade; Posteriormente surgiu a Reforma Carlos Maximiano
(DECRETO 11.530 DE 18.03.1915): neste momento os exames de admissão passam a ser chamados de
exames vestibulares e o critério de ingresso exigido é o certificado do ensino secundário.
Sucessivamente apresenta-se a Reforma Rocha Vaz (DECRETO 17782.A DE 13.03.1925): tinha a
finalidade de conter o fluxo de passagem do ensino secundário para o ensino superior, ao limitar vagas e
introduzir o critério classificatório.
público possuía a relação maior, com 7.56% candidatos para cada vaga, o que
demonstra a dificuldade de ingresso nessa categoria frente ao setor privado, que
registrava uma concorrência 1,25 candidatos por vaga.
A expansão de vagas na educação superior pública, por muitas vezes, tornou-se
compreendida como sinônimo de democratização, contudo os desafios dizem respeito
não apenas a mera expansão de vagas, mas também a compreensão das diferentes faces
e dimensões dos modelos de seleção utilizados pelas Instituições Federais de Ensino
Superior (IFES) como políticas que possibilitem a democratização do acesso.
Assim, considerando a relevância da discussão o presente texto analisa o novo
formato de seleção utilizado nas universidades federais do Brasil, o Novo Enem e SiSU
(Sistema de Seleção Unificada) destacando os principais atos que o normatizaram bem
como os debates e conflitos que o permeiam.
Para a realização da pesquisa utilizamos os estudos bibliográficos e documentais,
além de recortes midiáticos (revistas, jornais, sites). Inicialmente, destacamos o que os
dispositivos da Educação Superior brasileira, enfatizam sobre a democratização do
acesso e os mecanismos de seleção. Tomamos por base documentos definidores de
políticas públicas do Brasil – focalizando no campo da educação superior – segundo as
décadas de 1980, 1990 e 2000. Por fim, analisamos a dinâmica e a proposta do Novo
Enem e SiSU.
4
Declaração Universal de Direitos Humanos. Disponível em:
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/7/docs/declaracao_universal_dos_direitos_do_homem.pdf Acesso
em: 20 jan. 2011.
mecanismos de avaliação adotados SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica),
ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e o ENC (Exame Nacional de Cursos).
Na LDB destacamos o: artigo 2º - O ensino deve ser ministrado com base nos
princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; artigo 44
- A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: II – de graduação,
abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham
sido classificados em processo seletivo; artigo 51 - As IES credenciadas como
universidade, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes,
levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio,
articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.
A LDB traz uma mudança, retira a nomenclatura “vestibular” e passa a utilizar o
termo “processo seletivo”. Isso decorre da finalidade de proporcionar as Instituições de
Ensino Superir (IES) a flexibilidade na formatação de seus modelos de seleção.
Percebe-se que seguindo a mesma lógica da CF, reforça o termo “igualdade de
condições”, articulando agora com aspecto “classificatório”. Ambos os termos possuem
relação com o conceito “mérito” o qual determina as posições do sujeito de acordo com
consecuções individuais.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) – Razões, princípios e
programas: é instituído pelo governo federal, e entre suas indicações gerais, estabeleceu
“reduzir desigualdades sociais e regionais se traduz na equalização das oportunidades de
acesso à educação de qualidade”. (BRASIL, 2009). Considerando que a “equalização” é
uma forma apenas de “atenuação” de problemas maiores. Ou seja, reduzem-se as
desigualdades como uma forma de amenizar tensões e disputas, sem perspectiva de
rompimentos.
No PDE destaca-se:
O ENEM passou a ser utilizado também, a partir de 2005, como forma de ingresso
no Programa Universidade Para Todos (PROUNI) conforme o disposto no art. 3º da lei
nº 11.096. E com a Portaria nº 109, de 27 de maio de 2009, sendo utilizado para
certificação de conclusão do Ensino Médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos
(EJA), substituindo o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e
Adultos (Encceja).
Finalmente, registramos em 2009 um novo formato no Exame, agora intitulado
Novo Enem, que passa a ser utilizado como processo seletivo para ingresso nas IFES,
agora abrindo uma concorrência nacional. O MEC apresenta essa nova proposta
baseado no entendimento de que a unificação do processo seletivo trará benefícios,
como a democratização das oportunidades de concorrência, a mobilidade dos estudantes
e a possibilidade de reestruturação de currículos do ensino médio.
O MEC enfatiza, no entanto, que a adesão ao novo mecanismo de seleção não
implicaria em abandonar outras formas de processos seletivos, algo garantido pela
LDB/1996, expondo as seguintes formas de utilização: a primeira adotando o Novo
Enem como fase única ou primeira fase do processo seletivo; a segunda ao utilizar o
Novo Enem como fase única a instituição aderirá conjuntamente ao Sistema de Seleção
Unificada (SiSU) (BRASIL, 2009b).
Para participar, de acordo com o Termo de Referência Novo Enem e Sistema de
Seleção Unificada (SiSU) (MEC, 08/04/2009), as instituições interessadas na adesão ao
SiSU, assinariam digitalmente um termo de participação e passariam ao Sistema os
cursos, habilitações e turnos de cada campus ou unidade educacional, confirmando o
número de vagas em oferta e podendo, ainda nessa etapa indicar pesos diferentes para
cada uma das cinco provas (Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências da
Sociedade e Redação), a serem ponderados para cada curso. Informando também a
adoção ou não de políticas afirmativas (CONRADO; LUZ; SILVA, 2011).
O processo de inscrição do candidato, segundo informa o documento, acontece
exclusivamente pela internet, na página eletrônica do SiSU. Feita a inscrição, o
candidato indicaria se concorreria ou não para as vagas de política afirmativa, podendo
escolher até cinco opções5 de cursos e instituições de sua preferência,
independentemente do local de sua residência.
De acordo com o item 16 do documento, na página eletrônica do SiSU o
candidato tem acesso as seguintes informações:
5
No ano de 2012 os estudantes puderam optar por apenas dois cursos, tendo a oportunidade de ser
selecionado na 1ª ou 2ª lista de classificação.
candidatos a vagas em cursos de graduação disponibilizadas pelas instituições federais
de educação que aderiram ao sistema. Tal Sistema foi pensado com a intencionalidade
de proporcionar a concorrência de vagas em qualquer IES que aderisse ao Sistema de
Seleção, possibilitando o estudante realizar a prova no seu próprio estado e cidade, sem
a necessidade exigida pelo vestibular tradicional o qual era necessário deslocamento até
a cidade realizar a prova, ou seja, cria a oportunidades de concorrer à vagas, agora em
nível nacional, o que de fato é a questão chave do SiSU, ‘a seleção nacional’.
No primeiro ano de implantação do novo mecanismo de seleção em 20096, foram
verificadas, de acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições
Federais de Ensino Superior (ANDIFES), 14 IFES que aderiram ao Novo Enem e SiSU
como forma única de ingresso:
Além das 14 instituições que selecionarão candidatos apenas por meio do
Enem, outras 9 experimentarão o novo método em parte de suas vagas ou em
parte de seus cursos. É o caso da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da
Universidade Federal de Tocantins (UFT) que destinarão, respectivamente,
50% e 25% das vagas ao sistema de seleção pelo novo Enem. Em outras
iniciativas, como na Federal de São Paulo (Unifesp) e na Federal da Bahia
(UFBA), a separação vem por cursos – na Unifesp, das 26 graduações
oferecidas, 19 selecionarão estudantes pelo novo Enem e na UFBA o novo
método só será usado na seleção dos bacharelados interdisciplinares e no
curso superior de tecnologia. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que das 58 instituições ligadas à
Andifes, 23 entrarão (parcial ou totalmente) no sistema de seleção unificado e
17 usarão o exame nas outras três opções permitidas pela proposta do MEC:
como primeira fase, como parte da nota do vestibular ou para preencher
vagas remanescentes. Em 16 universidades, o novo Enem está descartado
para a seleção de 2009 ou ainda é uma proposta em discussão. De acordo
com o último censo da Educação Superior realizado pelo Inep, das
instituições que aderiram ao sistema de seleção unificado, apenas uma está
entre as dez maiores universidades federais do país, a UFBA, que ocupa a 9ª
posição no ranking. Porém, na UFBA, a nota do novo Enem selecionará
estudantes para 950 das 6.400 vagas oferecidas, já que a universidade adotou
parcialmente o novo método7.
6
O SiSU apresentado em 2010 ingressou os alunos que fizerem a prova (Novo Enem realizada em 2009)
nas instituições federais que aderiram ambos como porta única de entrada.
7
Mapa de adesão ao novo Enem mostra que 14 Ifes aderiram plenamente ao sistema unificado.
Disponível em:
<http://www.andifes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1858:mapa-de-desao-ao-
novo-enem-mostra-que-14-ifes-aderiram-plenamente-ao-sistemaunificadocatid=18&Itemid=100014>.
Acesso em: 15 jan. 2010.
ainda mantêm seus vestibulares, ou disponibilizam apenas uma porcentagem de suas
vagas ao Novo Enem e SiSU.
O quadro de adesão cresce a cada ano, em 2012, de acordo com a ANDIFES8
totalizou-se 24 IFES que o utilizaram como processo único de ingresso. Ainda
contabilizou 59 instituições que utilizaram apenas a prova do Novo Enem, sem a
inclusão no SiSU. O Quadro 1 apresenta a relação de 24 Instituições que aderiram
integralmente ao Sistema em 2012.
8
Como as instituições federais vão usar o Enem 2011. Disponível em:
<http://www.andifes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5795:como-as-
instituicoes-federais-vao-usar-o-enem-2011&catid=52&Itemid=100013
22 UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
23 UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)
24 UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso)
Fonte: ANDIFES. Quadro elaborado pelas autoras.
Segundo Haddad, o MEC terá que dobrar esse volume de recursos para
atender à futura demanda provocada pela possível substituição do atual
modelo de vestibular por uma avaliação nacional nos moldes do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). [...] “Eu vou anunciar aqui que vamos
ampliar o programa de assistência estudantil, sobretudo com foco nas
instituições que aderirem [à nova proposta de avaliação]. Acontecerá o
seguinte, você melhora as condições de seleção, seleciona melhor e
justamente por isso existe uma probabilidade muito grande de jovens de mais
baixa renda ingressarem na universidade por esse processo. Se isso for
verdade, nós temos que reforçar o orçamento de assistência estudantil”,
argumentou. (RIBEIRO, 2009, não paginado).
9
Vestibular tradicional é entendido como o processo de seleção utilizado anterior ao Novo Enem e SiSU.
10
Entendemos novo mecanismo de seleção a junção do Novo Enem e SiSU.
Na contramão do que é defendido pelo MEC, o autor Leher (2009, p. 1) aponta as
implicações políticas e pedagógicas geradas por essa nova proposta:
11
ENEM 2009: Estados e DF. Disponível em: http://timblindim.wordpress.com/2010/08/04/enem-2009-
estados-e-df/ Acesso em: 31 jan. 2011.
24 CEARÁ 32.280 16.500.800,68 511,18
25 AMAZONAS 20.225 10.274.883,00 508,03
26 ACRE 2.725 1.382.524,30 507,35
27 RORAIMA 1.614 812.139,52 503,18
BRASIL 838.891 453.161.442,65 540,19
b) Mobilidade estudantil
Embora traga a questão da mobilidade o documento pouca explica sobre a
manutenção dessa estratégia. Mesmo que se abram possibilidades de concorrência
nacional e consequentemente a oportunidade de estudar em outra região, sem nem ter
precisado se deslocar para fazer a prova, traz implicações no que se refere a assistência
deste estudante em outro estado. Cabe então o questionamento: como um novo
mecanismo que se propõe a romper com as dificuldade impostas pela
“descentralização” (perspectiva que se tornava entrave para os que não tinham
condições financeiras de se deslocar e fazer prova em vários estados) poderá agora se
passar no processo (Novo Enem e SiSU), se manter na cidade a qual se inscreveu? Esse
mesmo sujeito que não tinha condições para prestar vestibular em várias instituições de
regiões diferentes, terá agora, condições de se manter nas instituições fora de seu local
de moradia, ou seja em outra região?
Leher (2009, p. 1) considera que esse fenômeno pode ocasionar o elitismo
educacional, para ele
Ao contrário da publicidade oficial, o ENEM privilegia os estudantes de
maior renda. Um estudante paulista que, apesar de elevada nota, não
ingressou na faculdade de medicina da USP (dada a concorrência), poderá,
com os seus pontos, frequentar o mesmo curso em uma universidade pública
em outro estado, desde que tenha recursos. A mobilidade estudantil
pretendida somente favorece os que possuem renda para se deslocar, uma vez
que as universidades não dispõem de moradias estudantis e políticas de
assistência estudantil compatível com as necessidades. (LEHER, 2009, p. 1).
Assim, tal documento deixa lacunas para questões como essas, que ainda não são
esclarecidas por documentos legais. A democratização do acesso ocorre atrelada a
políticas de permanência, e se a mobilidade é um dos eixos desse novo mecanismo é
preciso se pensar na assistência financeira.
A proposta de substituir o vestibular pelo Novo Enem e SiSU por si só não pode
ser considerado como a democratização do acesso, mas é um dos pilares para que isso
ocorra. Essa mudança deve ser acompanhada por medidas de ampliação de vagas no
setor público bem como a assistência estudantil, melhorias do ensino fundamental e
médio.
Como nos apresenta Neto (2011, p. 18), “é necessário questionar até que ponto as
ações nacionais, quando igualmente aplicadas a todo país e a todos os estudantes das
escolas do Brasil, são realmente democratizadora”.
Compete atentar-nos que a incompatibilidade de posicionamentos em relação ao
acesso provoca de certa forma o antagonismo, ou seja, de um lado uma classe que quer
manter a hegemonia dominante, e do outro a classe menos favorecida que deseja
ingressar em uma instituição de nível superior pública que necessita e luta para ter
condições para tal. São esses antagonismos próprios do movimento do real, que acabam
por muitas vezes bloqueando perspectivas de mudanças.
Por fim, diante dos problemas operacionais apresentados pelo novo mecanismo de
seleção das IFES, ocultam-se perante a sociedade as principais motivações por traz da
proposta de uma seleção nacional. Não ocorrem debates e nem elucidações da
intencionalidade desse Sistema Unificado. Cabe atentar para necessidade da realização
de estudos mais específicos sobre esse novo mecanismo de seleção, realizando uma
análise crítica da realidade, considerando abordagens qualitativas e quantitativas para
compreender o fenômeno.
Referências
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