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Determinação experimental da condutividade de calor para o aço

inox e para o cobre e da resistência de contato gerada na


interface destes materiais.
Stephan Hennings Och¹; Cesar Augusto Oleinik Luzia²; Enzo Maique Bodean³
¹ Orientador do Laboratório
², ³ Alunos da graduação, 5° período.

Resumo – O artigo a seguir descreve e analisa o experimento realizado em laboratório para a


determinação da condutividade térmica dos materiais: Cobre e Aço Inox bem como a resistência de
contato entre estes dois materiais, para os casos de contato direto ou com uma película de pasta
térmica entre eles. Utilizou-se a bancada experimental Itália Didacta, destinada para tal, e uma pasta
térmica de pó de alumínio, com condutividade térmica de aproximadamente 0,2 W/m K.

Abstract – The following article describes and analyses the lab experiment for the termal conduction
and surface contact resistance for the copper and Inox steel samples. For that, a Italia didacta and a
aluminum powder thermal paste (K= 0,2 W/mK ) were used.

Palavras-chave: Resistência de contato, condutividade térmica,

Introdução A equação utilizada para o cálculo da


resistência de contato é dada pela equação 1.
Embora muitas vezes negligenciado, é ΔT
Rt =
importante reconhecer que, em sistemas qx 1
compostos, a queda de temperatura em toda a
interface entre os materiais pode ser O objetivo desse laboratório consiste na
considerável. Esta mudança de temperatura é obtenção do valor do coeficiente de condução
atribuída ao que é conhecido como resistência para o inox e o cobre, como também o calculo
térmica de contato. A existência dessa da resistência de contato entre esses dois
resistência de contato é devida principalmente materiais.
à rugosidade superficial. Nos espaços criados
pela rugosidade entre as interfaces acumula- Método
se ar que dificulta a condução do calor. [1]

Abaixo a figura 1 esboça as interações que Os materiais e equipamentos utilizados foram:


ocorrem na interface entre dois materiais.
1. Kit Itália Didacta T103D;
2. Corpos de prova de inox e de cobre;
3. Pasta térmica pó de alumínio.
Na parte superior gerava-se uma potencia
elétrica variada pelo valor de tensão no
equipamento, sendo este valor aleatório.
Através da potencia elétrica a temperatura nos
corpos de prova aumentou. As temperaturas
para pontos específicos dos corpos de prova
eram obtidos através de termopares
conectados ao equipamento. Pode-se
observar a montagem do experimento através
Figura 1 – Interações de superfície entre dois das figuras 2 e 3. Na figura 2 temos como
materiais eram inseridos os corpos de prova e na figura
3 o equipamento em geral.
Onde as distancias 1, 2, 3 e 4 correspondem a
respectivamente 4,90, 4,90, 3,75, 5,70 em
mm.

Em cada ponto dos corpos de prova obtinha-


se uma temperatura correspondente. Estas
temperaturas eram obtidas nos visores do
equipamento, que mostravam a temperatura
para cada ponto especifico. Para a obtenção
dessas temperaturas foi necessário um tempo
de espera para que o sistema alcançasse o
regime permanente, assim teríamos uma
distribuição de temperatura nos corpos de
prova mais precisa com relação ao
comportamento de condução dos corpos de
prova.
Figura 2 – Disposição dos corpos de prova no
equipamento.
Na parte inferior do aparato experimental
passava um fluxo de água medido em 8 l/s.

Para o cálculo do calor deve-se fazer uma


média entre o valor gerado pela potencia
elétrica e o calor retirado na parte inferior.

Para o calculo do calor superior utilizamos a


equação 2.

q x=Ui 2

Para o cálculo do calor inferior utilizamos o


balanço de energia para volumes de controle
que ao ser desenvolvido resulta na equação 3.
Figura 3 – Equipamento utilizado.
q x= ṁ c p Ts−Te  3
A distância nas quais os termopares foram
colocados nos corpos de prova podem ser
vistos através da figura 4 que mostra o Para o cálculo da resistência de contato
esquema do experimento. utilizamos a equação 1 mostrada
anteriormente.

O valor da condutividade térmica é obtida


através da equação 4.

ΔT q Δx
q x=kA  k=
Δx A ΔT
4

Após a obtenção das temperaturas nos pontos


especificados, repetiu-se o experimento,
porém inserindo entre os corpos de prova uma
pasta térmica com condutividade térmica de
0,2 W/m K.

Figura 4 – Esquema experimental Resultados


Após as medições realizadas durante o
experimento obtém-se a tabela 1 para a
primeira do experimento e a tabela 2 para a
segunda parte na qual foi usada a pasta
térmica. As tabelas mostram a variação da
temperatura da amostra em função das
posições dos termopares ao longo dos corpos
de prova.

Tabela 1 – Variação da temperatura em


função da posição para o cobre e inox.
Inox Cobre
Temperatura Posição Temperatura Posição
[°C] [mm] [°C] [mm] Figura 6 – Variação da temperatura em
função da posição com pasta térmica.
90 4,9 38 41,0
58 32,3 35 95,1 O valor da taxa de calor gerado pela potencia
52,3 37,2 38,2 37,2 elétrica é de 20,42 W, e o valor para a taxa de
calor que é retirada é de 13,00 W. Realizando
a média entre esses valores obtemos um fluxo
Inox Cobre de calor de 16,71 W.
Temperatura Posição Temperatura Posição
[°C] [mm] [°C] [mm] Utilizando a equação 1 obtém-se como
86 4,9 39 41,0 resultado para a resistência de contato os
51 32,3 35 95,1 valores de 0,84 K/W e 0,32 K/W para sem e
com pasta térmica respectivamente.
44,7 37,2 39,3 37,2
Tabela 2 – Variação da temperatura em Utilizando a equação 4 chegamos aos valores
função da posição utilizando pasta térmica. para a condutividade térmica do inox e do
cobre. O resultado é de uma condutividade de
A partir dos valores das tabelas foi traçado o 26,65 W/mK para o inox e 460,36 W/mK.
gráfico de como a temperatura varia em
função da posição. Os gráficos podem ser Comparando com os valores da tebela A1 do
vistos nas figuras 5 e 6. livro texto [1], encontramos um valor para a
condutividade térmica de 15,1 W/mK e 401
Podemos observar que o valor de ∆T foi bem W/mK para o aço inox AISI 302 e cobre puro
maior para a primeira parte do experimento respectivamente, ambos para uma
onde não foi utilizada a pasta térmica. Sem a temperatura de 300 K.
pasta térmica o valor foi de 14,1 °C e com a
pasta térmica o valor obtido foi de 5,4 °C. Conclusões

Após a realização do experimento e obtenção


dos resultados pode-se, satisfatoriamente,
obter valores de condutividade térmica para o
cobre e para o aço inox, que obtiveram uma
pequena disparidade com os valores teóricos
devido, possivelmente, ao fato de as liga de
inox e cobre serem desconhecidas.

Analisando-se os resultados dos valores


obtidos para a resistência de contato, pode-se
observar que a pasta térmica efetuou uma
significativa redução nestes valores, como
demonstrado graficamente em um valor de
aproximadamente três vezes.
Figura 5 – Variação da temperatura em
função da posição sem pasta térmica.
Referências
1. Incropera, Frank P., DeWitt, David P.,
Bergman, Theodore L., Lavine, Adrienne
S., Fundamentals of Heat and Mass
Transfer, 6th Ed. John Wiley & Sons, Inc.,
New York, 2006

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