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Salário-maternidade:

Exceções:

1 - Caso haja interrupção não criminosa antes da 23ª semana, o salário-


maternidade terá duração de duas semanas.
2 - Em situações de risco para a vida do feto, ou criança, ou da mãe, é
possível que o salário-maternidade seja pago por mais de 120 dias, mediante
atestado específico, aumentando-se até duas semanas os períodos de
repouso anterior e posterior ao parto. Tais situações são de risco para a vida
do feto, ou criança, ou da mãe, devendo o atestado médico ser apreciado
pela perícia do INSS, exceto nos casos de segurada empregada, que é pago
diretamente pela empresa.
3 – Salário-maternidade em caso de adoção (controvérsia).

Salário-maternidade em caso de adoção: o período variava de acordo


com a idade do adotado, conforme redação antiga do Artigo 71-A, da Lei
8.213.

Esse artigo era bastante criticado, pois a adoção da criança de idade


mais avançada também demanda uma atenção especial, haja vista já terem
convívios sociais anteriores, não tendo sido razoável se limitar aos 8 anos de
idade, especialmente no caso de deficientes físicos ou mentais adotandos.

Por força de decisão judicial na ACP 5109632-23.2011.404.7200 (VF de


Santa Catarina), com aplicação em âmbito nacional com base no Artigo 6º,
caput, 203 I e no Artigo 227, § 6º, todos da CF, o INSS foi obrigado a
conceder salário-maternidade na adoção por 120 dias, independentemente
da idade da criança ou do adolescente adotando. Na doutrina, Fabio
Zambitte e Lazzari entendiam que o estabelecimento dos prazos no Artigo

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71-A havia sido revogado tacitamente pela Lei 12.010/09, a qual revogou
previsão idêntica na CLT, que tratava da licença-maternidade (Artigo 392-A).

Ocorre que, no ano de 2013, foi editada a Lei 12.873, que tratou de
modificações substanciais no salário-maternidade:

ANTES da MP 619/13 e da Lei APÓS da MP 619/13 e da Lei


12.873/13 12.873/13
O período variava de acordo A nova redação do art. 71-A da
Lei n. 8.213/91 afirma que à
com a idade da criança adotada:
segurada da Previdência Social
• Até 1 ano: 120 dias. que adotar ou obtiver guarda
judicial para fins de adoção de
• Entre 1 e 4 anos: 60 dias.
criança é devido salário-
• Entre 4 e 8 anos: 30 dias. maternidade pelo período de
120 dias.
Essa diferença entre crianças
adotadas e biológicas sempre foi Assim, não importa mais a idade
muito criticada e havia ações da criança adotada. O período
judiciais questionando a sua de salário-maternidade será
constitucionalidade. sempre de 120 dias.

Foi acrescentado também o § 2º ao Artigo 71-A da Lei 8.213/91, com a


seguinte redação:

§ 2º Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e o


disposto no art. 71-B, não poderá ser concedido o benefício a mais de um
segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que
os cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de
Previdência Social.

Assim, por exemplo, se Maria e Joana, companheiras homoafetivas, ambas


seguradas do RGPS (INSS), adotarem uma criança, apenas uma delas terá

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direito ao salário-maternidade. Foram acrescentados também dois novos
importantes artigos à Lei 8.213/91:

Agora, se a mãe falecer, o pai (desde que segurado) poderá continuar


recebendo o salário-maternidade:

Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao


recebimento do salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o
período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou
companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no
caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas
aplicáveis ao salário-maternidade.

§ 1º O pagamento do benefício de que trata o caput deverá ser requerido


até o último dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade
originário.

§ 2º O benefício de que trata o caput será pago diretamente pela


Previdência Social durante o período entre a data do óbito e o último dia do
término do salário-maternidade originário e será calculado sobre:
I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso;
II - o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico;
III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de
contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses,
para o contribuinte individual, facultativo e desempregado; e
IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao segurado que adotar ou obtiver


guarda judicial para fins de adoção.

Agora ficou expressa a previsão de que a pessoa que recebe o salário-


maternidade deve ficar afastada do trabalho. Não pode receber o benefício e
continuar trabalhando:

Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art.


71-B, está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da
atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.

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No âmbito do DIREITO DO TRABALHO, também há importantes
modificações, pois a Lei 12.873/2013 alterou algumas regras previstas na
CLT sobre licença-maternidade.

Foi inserido o § 5º ao Artigo 392-A da CLT, prevendo que, se um


casal homo ou heteroafetivo fizer uma adoção conjunta, apenas um
dos dois terá direito à licença-maternidade. Veja:

§ 5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-


maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou
empregada.

Agora, existe previsão legal expressa no sentido de que, se a mãe


falecer, o pai (que for empregado) poderá ficar gozando da licença-
maternidade:

Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou


companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-
maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no
caso de falecimento do filho ou de seu abandono.
As regras da licença-maternidade são as mesmas tanto no caso de
filhos biológicos como adotivos (incluindo a guarda judicial para
fins de adoção):

Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao


empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.

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