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AFO PARA AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL

PROF. GRACIANO ROCHA

AULA 01

Caro aluno, minhas boas vindas à Aula 01 de nosso curso.

Desta feita, abordaremos os itens genéricos “Orçamento Público” e “Diretrizes


Orçamentárias”. Devemos fazer um exercício de interpretação, para estimar o
que pode ser exigido a partir de uma redação tão indefinida, rsrs.

Mas, pelo histórico das bancas – sobretudo do CESPE –, esses itens abordam
as formas como o orçamento se organizou em sua evolução e a abordagem
constitucional da matéria (concentrada nos art. 165 a 169 da CF/88).

Assim, neste encontro, primeiramente veremos aspectos da evolução da peça


orçamentária, desde seu modesto início, como simples solicitação de
autorização de gastos ao Parlamento, até chegar ao atual estágio, em que
cumpre o papel de instrumento de gerenciamento da atividade financeira,
administrativa e estratégica do poder público.

Posteriormente, trataremos o “calendário” das fases do orçamento no Brasil,


com as etapas que compõem o ciclo (ou processo) orçamentário, e as normas
constitucionais aplicáveis às leis de matéria orçamentária – o PPA, a LDO e a
LOA.

OK, então vamos começar. Boa aula!

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (OFICIAL/ABIN/2010) De acordo com a concepção tradicional, o


orçamento público é caracterizado como mero inventário dos
meios com os quais o Estado conta para cumprir suas tarefas,
sendo as funções de alocação, distribuição e estabilização
relegadas a segundo plano.

2. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento clássico ou tradicional


tem ênfase naquilo que a instituição realiza, não no que ela gasta.

3. (CONTADOR/DPU/2010) O orçamento de desempenho está


dirigido mais para os produtos gerados pela administração pública
que pelos resultados propriamente ditos.

4. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento por desempenho


caracteriza-se pela forte vinculação ao sistema de planejamento.

5. ANALISTA/SEGER-ES/2007) A definição clara de objetivos é


condição básica para o orçamento-programa. Um programa na
área de saúde, por exemplo, estaria mais bem justificado se, em
vez de apontar o número de hospitais a serem construídos ou
ambulatórios a serem instalados, indicasse o número de novos
pacientes a serem atendidos ou de novos atendimentos a serem
realizados.

6. (ANALISTA/TCE-TO/2008) O orçamento-programa possui medidas


de desempenho com a finalidade de medir as realizações, os
esforços despendidos na execução do orçamento e a
responsabilidade pela sua execução.

7. (TÉCNICO/STM/2011) O orçamento-programa objetiva facilitar o


planejamento governamental.

8. (ANALISTA/MMA/2008) O orçamento base-zero caracteriza-se


como um modelo do tipo racional, em que as decisões são voltadas
para a maximização da eficiência na alocação dos recursos
públicos. Adota-se, como procedimento básico, o questionamento
de todos os programas em execução, sua continuidade e possíveis
alterações, em confronto com novos programas pretendidos.

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9. (AGENTE/ABIN/2010) O orçamento de base zero tem a grande


vantagem de permitir a elaboração de proposta orçamentária por
meio de processo mais célere e menos oneroso para os órgãos
públicos.

10. (AGENTE/ABIN/2010) No Brasil, vigora o orçamento do tipo


participativo, visto que todos os poderes e órgãos da
administração direta e alguns da administração indireta têm a
prerrogativa de elaborar suas próprias propostas orçamentárias.

11. (ACE/TCU/2008) Entre as maiores restrições apontadas em


relação ao chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca
legitimidade, haja vista a perda de participação do Poder
Legislativo, e a maior flexibilidade na programação dos
investimentos.

12. (ANALISTA/MPU/2010) As principais etapas do ciclo orçamentário


são: elaboração da proposta orçamentária; discussão, votação e
aprovação da lei orçamentária; execução orçamentária e controle
e avaliação da execução orçamentária.

13. (ANALISTA/MCT/2008) O ciclo orçamentário está restrito ao


exercício financeiro, ou seja, do período de 1.º de janeiro a 31 de
dezembro de cada ano.

14. (ANALISTA/TRE-BA/2010) O processo orçamentário é


autossuficiente: cada etapa do ciclo orçamentário envolve
elaboração e aprovação de leis independentes umas das outras.

15. (CONTADOR/AGU/2010) A competência de elaboração do


orçamento anual é atribuída privativamente ao Poder Executivo,
embora a execução orçamentária seja feita de modo autônomo em
cada um dos poderes.

16. (ANALISTA/TJDFT/2008) Cada tribunal, no âmbito da União, dos


estados e do DF, tem a prerrogativa constitucional de elaborar a
própria proposta orçamentária, mas todos estarão sujeitos aos
limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

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17. (CONTADOR/MIN. ESPORTE/2008) O órgão setorial desempenha


papel de articulador no processo de elaboração do orçamento,
atuando horizontalmente no processo decisório e integrando os
produtos gerados no nível setorial.

18. (ANALISTA/STJ/2008) Dependerá de lei complementar a


regulamentação do PPA, da LDO e do orçamento anual, no tocante
a exercício financeiro, vigência, prazos, elaboração e organização.
A referida lei deverá estabelecer normas de gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta e condições para
instituição e funcionamento dos fundos. Enquanto isso, na esfera
federal, os prazos para o ciclo orçamentário estão estabelecidos
no ADCT.

19. (ANALISTA/ANA/2006) A Constituição Federal de 1988 delineou o


modelo atual de ciclo orçamentário, instituindo três leis cuja
iniciativa é prerrogativa do Poder Executivo: o Plano Plurianual
(PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA).

20. (TÉCNICO/TCE-TO/2008) O projeto da LOA e os créditos


adicionais são apreciados somente pelo Senado Federal, na forma
do regimento comum.

21. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O Poder Legislativo pode apresentar


emendas para aumentar as despesas do orçamento mediante a
anulação de outras despesas ou a reestimativa de receitas. As
emendas aos projetos de LOA, compatíveis com o PPA e a LDO,
podem incidir sobre dotações para pessoal, serviços da dívida e
transferências constitucionais para os entes da Federação.

22. (ANALISTA/ANS/2005) O presidente da República pode propor


modificação no projeto de lei orçamentária anual enquanto não for
finalizada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é
objeto da proposta.

23. (TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) As emendas apresentadas ao


texto da Lei Orçamentária somente poderão ser aprovadas caso

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indiquem os recursos necessários, por meio da anulação de


despesas.

24. (ANALISTA/STM/2011) Uma vez aprovado no âmbito da Comissão


Mista de Orçamentos, o projeto de lei orçamentária não poderá
mais receber emendas, quando for submetido à votação no
plenário do Congresso Nacional.

25. (ANALISTA/ANA/2006) Ao estabelecer prazo para a devolução de


projeto de lei, o Poder Executivo visa garantir a existência de
orçamento aprovado antes do início do exercício. Dessa maneira, o
projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até dois
meses antes do encerramento do exercício e devolvido para
sanção até o encerramento da sessão legislativa.

26. (ANALISTA/ANS/2005) O plano plurianual apresenta a idéia de


continuidade, pois um governo pode dar continuidade a um plano
que se iniciou em outro governo. Dessa forma, tem tempo para
conhecer as ações realizadas no passado, antes de apresentar um
novo plano.

27. (ANALISTA/MPU/2010) De acordo com a Constituição Federal de


1988, o Congresso Nacional pode entrar em recesso sem que
tenha sido aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

28. (CONTADOR/MIN. ESPORTE/2008) O controle da execução


orçamentária deve compreender, simultaneamente, a legalidade
dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização
da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; a
fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis
por bens e valores públicos; e o cumprimento do programa de
trabalho, expresso em termos monetários e em termos de
realização de obras e prestação de serviços.

29. (ANALISTA/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) Uma das finalidades do


sistema de controle interno dos Três Poderes é avaliar o
cumprimento das metas previstas no PPA, bem como avaliar a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

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30. (OFICIAL/ABIN/2010) A comissão mista permanente de


senadores e deputados a que se refere o art. 166 da CF encerra
sua participação no ciclo orçamentário com a aprovação de
parecer ao projeto de lei orçamentária e seu encaminhamento ao
plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

31. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A lei que instituir o PPA


estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e
as metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

32. (ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada,


constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas
de capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio
dos órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

33. (ANALISTA/SAD-PE/2009) A CF concebe duas modalidades de


planos: os chamados planos de desenvolvimento econômico e
social, que assumem papel determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado, e o PPA, que, voltado à
programação da administração pública, serve como guia anual
para as autorizações orçamentárias.

34. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) A LDO define as prioridades e


metas a serem atingidas por meio da execução dos programas e
ações previstos no PPA. Para que isso ocorra, entre outras
diretrizes, a LDO estabelece as regras que deverão orientar a
elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).

35. (AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais


dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão
elaboradas respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).

36. (CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As leis que criem ou majorem


tributos devem ser aprovadas até a aprovação da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO).

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37. (TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2009) Caberá à LOA o estabelecimento de


metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. A
LOA determinará, ainda, a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.

38. (ANALISTA/SECGE-PE/2010) A concessão de qualquer vantagem


ou aumento de remuneração somente deve ser concedida se
houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
contudo essa norma não é válida para fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista.

39. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A lei orçamentária anual


compreenderá o orçamento fiscal referente às fundações
instituídas e mantidas pelo poder público federal, o orçamento de
investimento das empresas em que a União, indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto, bem como o
orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados.

40. (ANALISTA/ANATEL/2004) A Lei Orçamentária Anual (LOA)


deverá contemplar o orçamento fiscal referente aos poderes da
União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público.

41. (CONTADOR/DPU/2010) O orçamento da seguridade social


abrange a chamada área social e, destacadamente, previdência,
saúde e educação.

42. (ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal


devem ser realizados somente por meio de dotações
orçamentárias específicas nos orçamentos fiscal e da seguridade
social, os quais recebem recursos de empresas estatais.

43. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os orçamentos fiscal, da seguridade


social e de investimento das estatais, que compõem a LOA,
deverão funcionar como instrumentos voltados para a redução das
desigualdades sociais.

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44. (TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) O projeto do PPA deve ser


acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito sobre as
receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia.

45. (PROCURADOR/PGE-AL/2009) As vedações constitucionais em


matéria orçamentária não incluem o início de programas não
incluídos na LOA.

46. (ESPECIALISTA/ANATEL/2009) É vedada pela Constituição


Federal a realização de despesas ou a assunção de obrigações
diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais,
salvo expressa autorização do Congresso Nacional, aprovada por
quorum qualificado.

47. (CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988


estabelece vários tipos de vedações em matéria orçamentária,
entre elas, a transposição de recursos de uma modalidade de
aplicação para outra, sem prévia autorização legislativa.

48. (ANALISTA/INMETRO/2009) É vedado consignar na lei


orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.

49. (TÉCNICO/TCU/2009) Admite-se a utilização, mediante


autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos
fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos.

50. (OFICIAL/ABIN/2010) A Constituição Federal de 1988 permite


que a seguridade social seja financiada pelo orçamento fiscal. Mas
só com autorização legislativa específica o orçamento fiscal pode
cobrir déficit de empresas estatais.

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EVOLUÇÃO CONCEITUAL DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Orçamento clássico ou tradicional

1. (OFICIAL/ABIN/2010) De acordo com a concepção tradicional, o


orçamento público é caracterizado como mero inventário dos meios com
os quais o Estado conta para cumprir suas tarefas, sendo as funções de
alocação, distribuição e estabilização relegadas a segundo plano.

Para tratar desse tema, gostaria de recuperar uns comentários que tracei
quando falávamos do princípio orçamentário da unidade/totalidade:

Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro porque


a participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde
a lei orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla. Prestigiava‐se
o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos atores econômicos, e a
intromissão do Estado nesse contexto era mal vista, porque, desde
sempre, o setor público foi visto como um mau gastador. Portanto, o
melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os
recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem
intervenções, sem tributação.

Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação


na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia
numa autorização de gastos que também representava o controle do
tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como
ferramenta de controle da ação do Executivo.

A partir desse texto já conhecido, recuperamos a informação de que o


orçamento clássico era uma peça simples. Não passava de um pedido de
autorização de gastos, pelo Executivo, direcionado ao Poder Legislativo.
Tratava basicamente de despesas relacionadas à própria manutenção da
estrutura estatal (Corte/governo central, exército, funcionalismo).

Sendo o Estado uma instituição modesta nesse período, em que vigorava o


liberalismo, o orçamento que o custeava não poderia ter dimensões diferentes.

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Assim, nessa época, a autorização de despesas dada pelo Legislativo se


relacionava, sobretudo, a aquisições de bens e pagamento de serviços,
sem que maiores objetivos ou intervenções estatais pudessem ser efetivados.
À época, a palavra de ordem era conter o gasto público, pela crença de que
“dinheiro bom é dinheiro no mercado”.

A partir desse panorama, podemos citar as seguintes características do


orçamento clássico ou tradicional:

• tratava-se de uma peça simples, com a exposição dos gastos estimados e


dos recursos para cobertura;

• representava uma solicitação do Executivo ao Legislativo, para


arrecadação tributária suficiente à manutenção do aparato de Estado;

• não exigia esforços de planejamento para sua elaboração, ou seja, não


partia de objetivos a atingir com a aplicação dos recursos;

• servia como instrumento legislativo de controle do tamanho e da ação do


Estado.

Questão CERTA.

2. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento clássico ou tradicional tem ênfase


naquilo que a instituição realiza, não no que ela gasta.

A questão 2 está ERRADA, por atribuir ao orçamento tradicional pretensões


maiores que as exercidas por ele. Vimos que, nesse caso, tinha-se uma
simples exposição de gastos a fazer e de receita para cobri-los. “Realizações” é
uma palavra que se refere ao estabelecimento de objetivos, o que não
caracterizava o orçamento clássico.

Orçamento de desempenho

3. (CONTADOR/DPU/2010) O orçamento de desempenho está dirigido mais


para os produtos gerados pela administração pública que pelos resultados
propriamente ditos.

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O orçamento de desempenho representa um salto na evolução do orçamento


clássico/tradicional.

No período em que o orçamento de desempenho foi adotado, aquela noção de


que o aumento do gasto público era indesejável para a economia do país já
tinha ido por terra. As crises do capitalismo indicaram que, para o bom
funcionamento do mercado, seria necessária uma dose de atuação do
Estado, ora como agente executivo, ora como agente regulador das
relações econômicas.

A depender da crise enfrentada pelo país, deveria ser autorizado ao Estado até
mesmo assumir provisoriamente alto grau de endividamento, para
aplicação de recursos em setores necessitados, em nome do bom
funcionamento da economia. Essas lições se basearam principalmente nas
teorias de um economista inglês chamado John Maynard Keynes.

Nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, com a necessidade de


recuperação dos países envolvidos, as ideias de Keynes foram adotadas em
massa. Numa economia em frangalhos, o Estado agiria como propulsor de
demandas e como incentivador da produção, a fim de controlar os preços
e manter bom nível de emprego e crescimento.

Para essa intervenção mais forte do Estado na economia, era necessário que o
orçamento público, seu instrumento de ação, fosse também fortalecido. O
orçamento de desempenho representa, portanto, uma complexificação e um
fortalecimento do orçamento tradicional.

Nesse novo estágio, atribuem-se aos gastos públicos objetivos a alcançar,


não apenas objetos a adquirir. Ao invés de uma “lista de compras”, o
orçamento passava a conter uma lista de objetivos, com metas atribuídas,
para medir o desempenho do governo. Dessa forma, pode-se dizer que o
orçamento de desempenho já apresentava programas de trabalho para
organizar a ação governamental.

Programa de trabalho significa a organização da atuação do governo


para resolução de um problema. Isso envolve etapas como: detecção do
problema; verificação de possibilidades de ação; custos do programa;
medição dos resultados; avaliação do programa.

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Assim, para fins de concurso, considere que o orçamento tradicional constituía


principalmente um instrumento de controle, enquanto que o orçamento
moderno (começando com esse estágio, do orçamento de desempenho)
constitui um instrumento de administração.

A questão faz uma inversão entre as prioridades do orçamento tradicional e do


orçamento de desempenho. Este último já é orientado claramente para a
obtenção de resultados, em consonância com os programas de trabalho do
governo.

Questão ERRADA.

4. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O orçamento por desempenho caracteriza-se


pela forte vinculação ao sistema de planejamento.

Apesar de já se antever certa relação entre o orçamento e o planejamento,


considera-se que a aproximação entre esses dois instrumentos não se deu por
inteiro com o orçamento de desempenho.

A preocupação do orçamento de desempenho se refletia no acréscimo de um


programa de trabalho aos objetos de gasto. Não bastava obter a autorização
para comprar certos bens e contratar certos serviços (característica do
orçamento tradicional); era necessário articular esses pagamentos a objetivos
traçados.

Entretanto, nesse caso, não há ainda a integração entre as áreas técnicas de


elaboração do orçamento e de planejamento governamental, o que representa
a institucionalização, na estrutura do Estado, dessas duas vertentes em um só
agregado. Isso ocorre com a próxima etapa de evolução do orçamento, o
orçamento-programa, como veremos adiante.

Questão ERRADA.

Orçamento-programa

5. ANALISTA/SEGER-ES/2007) A definição clara de objetivos é condição


básica para o orçamento-programa. Um programa na área de saúde, por

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exemplo, estaria mais bem justificado se, em vez de apontar o número de


hospitais a serem construídos ou ambulatórios a serem instalados,
indicasse o número de novos pacientes a serem atendidos ou de novos
atendimentos a serem realizados.

Para a doutrina, a raiz do orçamento moderno atual (orçamento-programa) foi


o Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento (na sigla em
inglês, PPBS), adotado nos Estados Unidos na década de 1960.

Tendo o planejamento como atividade central, o PPBS propunha a


consideração de alternativas não só na fase prévia, de preparação do
orçamento, mas durante sua execução e na avaliação de seu desempenho.

As principais características do PPBS, nos dizeres da Secretaria do Tesouro


Nacional, eram

“integração planejamento-orçamento; quantificação de objetivos e fixação de


metas; relações insumo-produto; alternativas programáticas;
acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados; e gerência por
objetivos”.

O PPBS fracassou nos Estados Unidos e deixou de ser adotado como modelo
orçamentário. Entretanto, seus pressupostos foram espalhados mundo
afora, principalmente a partir da ação da Organização das Nações Unidas, que
popularizou as características do orçamento-programa. Atualmente, o
orçamento-programa é aceito como a forma mais moderna de organização
da ação governamental.

A definição para “programa”, no Brasil, está firmada na Portaria 42/99 do


Ministério do Orçamento e Gestão:

“o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização


dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no
plano plurianual”.

Nesse contexto, com o valor dado à mensuração dos resultados que


caracteriza o orçamento-programa, uma nova dimensão levada em conta na
avaliação e no controle do orçamento é a efetividade. A efetividade tem a ver
com o impacto da ação governamental nas necessidades da sociedade.

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De nada vale a construção de uma ponte, com menos recursos que o


previsto, em menos tempo que o estimado, se ela não atender ao objetivo de
facilitar o fluxo de veículos e pedestres. Nessas condições, a ação de
construção da ponte seria eficiente e eficaz, mas não seria efetiva.

Portanto, o que justifica a realização dos programas, na técnica do orçamento-


programa, é uma necessidade social a atender, cujo alcance deve ser medido
por indicadores e metas. A ideia de “aquisições a fazer”, “compras do
governo”, é típica do orçamento tradicional.

Deixemos claro, portanto, que, no orçamento‐programa, o principal não


é, por exemplo, construir “X” hospitais. O raciocínio é algo assim: para
melhorar a área de saúde em “X” por cento, ou para ampliar os
atendimentos em “X” por cento, é necessário construir “Y” hospitais, em
tais localidades, que custarão “Z” milhões, a serem obtidos das fontes
“A”, “B” e “C”.

O enunciado da questão aborda corretamente a forma diferenciada, própria do


orçamento-programa, de enxergar a demanda social a atender, retirando o
foco do objeto do gasto para priorizar, no caso, uma política planejada de
saúde.

Questão CERTA.

6. (ANALISTA/TCE-TO/2008) O orçamento-programa possui medidas de


desempenho com a finalidade de medir as realizações, os esforços
despendidos na execução do orçamento e a responsabilidade pela sua
execução.

O orçamento-programa preocupa-se bastante com a efetividade das ações.


Para avaliar em quanto o objetivo dos programas foi alcançado, e em quanto o
programa atendeu as necessidades sociais, é necessário ter formas
confiáveis de medir os resultados.

Para esse fim, os programas devem ser dotados de indicadores e metas,


obtidos a partir de estudos da necessidade a atender, dos beneficiários, das
características regionais, etc. Os indicadores representam o elemento que

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contabiliza o alcance das metas. Estas, por sua vez, indicam a face concreta
do atingimento do objetivo do programa.

Questão CERTA.

7. (TÉCNICO/STM/2011) O orçamento-programa objetiva facilitar o


planejamento governamental.

O orçamento-programa se diferencia dos estágios anteriores de evolução


orçamentária justamente pelo papel central exercido pela área de
planejamento governamental. Nesse sentido, o orçamento, como documento
financeiro, é a expressão material da definição de alternativas e de prioridades
de governo, realizada previamente.

Questão CERTA.

Orçamento base-zero

8. (ANALISTA/MMA/2008) O orçamento base-zero caracteriza-se como um


modelo do tipo racional, em que as decisões são voltadas para a
maximização da eficiência na alocação dos recursos públicos. Adota-se,
como procedimento básico, o questionamento de todos os programas em
execução, sua continuidade e possíveis alterações, em confronto com
novos programas pretendidos.

Segue a definição de orçamento base-zero (OBZ) dada pela STN:

Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados Unidos da América, pela


Texas Instruments Inc., Durante o ano de 1969. Foi adotada pelo estado de
Geórgia (gov. Jimmy Carter), com vistas ao ano fiscal de 1973. Principais
características: análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e
não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; todos
os programas devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo
orçamentário.

Uma observação inicial, para delimitar o tópico, é que, no caso do OBZ, o fato
de uma ação já estar em andamento não é justificativa suficiente para sua

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continuidade. É o que se verifica no trecho “análise, revisão e avaliação de


todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o
nível de gasto já existente”.

Com o OBZ, é necessário que o objetivo do programa esteja sendo alcançado


com a realização da referida ação; ou, em outras palavras, faz-se uma
avaliação de custo/benefício.

Nesse sentido, programas novos têm maior possibilidade de terem execução


iniciada, substituindo programas disfuncionais. Tanto os programas novos
quanto os já existentes terão seus méritos e possibilidades avaliados a cada
ciclo orçamentário, em pé de igualdade. Daí o nome “base-zero”.

Para a adoção do OBZ, é necessário, previamente, estabelecer uma


sistemática de avaliação bastante robusta e confiável, para que a decisão
sobre a continuidade, a interrupção e o início de programas seja feita com
critérios técnicos.

Ressalte-se que o orçamento base-zero dificilmente pode ser aplicado em


escala nacional, ou até mesmo local. Vários programas governamentais, pelo
fato de atenderem a necessidades prementes da população (mesmo que não
com todas as potencialidades), não podem ser “abandonados” em virtude de
uma avaliação de desempenho não tão positiva – e vários outros devem ser
executados até por força de lei (outra lei, que não a LOA).

Questão CERTA.

9. (AGENTE/ABIN/2010) O orçamento de base zero tem a grande vantagem


de permitir a elaboração de proposta orçamentária por meio de processo
mais célere e menos oneroso para os órgãos públicos.

Ao contrário do que diz o enunciado, o orçamento base zero, por sua


sistemática mais “crítica” que os orçamentos incrementais, nos quais se faz
uma “atualização” dos orçamentos passados, pode ser associado a um trabalho
mais intenso e demorado de planejamento e elaboração da proposta
orçamentária.

Questão ERRADA.

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Orçamento participativo

10. (AGENTE/ABIN/2010) No Brasil, vigora o orçamento do tipo participativo,


visto que todos os poderes e órgãos da administração direta e alguns da
administração indireta têm a prerrogativa de elaborar suas próprias
propostas orçamentárias.

Para início de conversa, vamos adotar a definição de orçamento participativo


veiculada no Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br):

O orçamento participativo é um importante instrumento de complementação da


democracia representativa, pois permite que o cidadão debata e defina os
destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de
investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os
recursos do orçamento da prefeitura. Além disso, ele estimula o exercício da
cidadania, o compromisso da população com o bem público e a co-
responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da cidade.

Vemos, no texto, que o orçamento participativo se define pela realização de


encontros do poder público com a população, para a definição de
prioridades de gastos (principalmente com obras e serviços que atendem
diretamente os cidadãos) pelos principais interessados.

Note também que, no texto, já fica evidente a abrangência do orçamento


participativo: uma cidade. Ficaria impraticável instituir algo como reuniões
plenárias com parcela representativa de um Estado ou do país inteiro, em
busca de decisões sobre quais programas executar.

Assim, o orçamento participativo tem a ver com a integração de segmentos da


sociedade, diretamente interessados em determinadas ações do setor público,
ao processo de elaboração da proposta orçamentária, e não com a participação
de unidades governamentais, que fazem parte do processo “natural” de
orçamentação. A questão está ERRADA.

11. (ACE/TCU/2008) Entre as maiores restrições apontadas em relação ao


chamado orçamento participativo, destacam-se a pouca legitimidade, haja

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vista a perda de participação do Poder Legislativo, e a maior flexibilidade


na programação dos investimentos.

Outro dado importante sobre o orçamento participativo, trazido pelo texto do


Portal da Transparência, está presente na expressão “complementação da
democracia representativa”. O orçamento participativo, por mais bem instalado
que seja numa cidade, não substitui o Poder Legislativo na apreciação da
lei orçamentária, e nem envolve a apreciação do orçamento como um
todo.

No processo convencional de programação, em que atuam as instâncias


técnicas e políticas do Executivo e do Legislativo, há um distanciamento
entre quem decide e quem é beneficiado pelo orçamento, por mais afinadas
que estejam essas instâncias com os interesses da população. É essa distorção
que se tenta desfazer com a adoção do orçamento participativo.

Apesar disso, fique claro que o orçamento participativo não garante a


execução das decisões tomadas em conjunto com a população. Já estudamos
o caráter autorizativo da lei orçamentária, que não precisa ser executada da
forma como publicada. E sempre existe a possibilidade de o orçamento
participativo ser utilizado como mera retórica por governantes interessados
em “fazer média” junto aos eleitores.

Sobre o enunciado da questão, não há perda de participação do Legislativo em


caso de adoção do orçamento participativo; apenas acrescenta-se uma
instância de discussão sobre a aplicação dos recursos orçamentários. Além
disso, considera-se haver menor flexibilidade nessa programação decorrente
do orçamento participativo, pelo compromisso público assumido pelo governo
em executar o que foi acordado junto à população.

Questão ERRADA.

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E


FISCALIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

12. (ANALISTA/MPU/2010) As principais etapas do ciclo orçamentário são:


elaboração da proposta orçamentária; discussão, votação e aprovação da

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lei orçamentária; execução orçamentária e controle e avaliação da


execução orçamentária.

Detalhando as etapas que compõem o processo orçamentário do governo


federal, encontraremos as seguintes (mais ou menos distribuídas por critério
temporal):

• previsão da receita;

• fixação dos valores para as despesas obrigatórias;

• elaboração das propostas setoriais com a sua consolidação;

• processo legislativo;

• sanção da lei;

• execução orçamentária;

• acompanhamento e controle;

• avaliação.

Temos aí nessa sequência uma abordagem detalhista das fases que compõem
o ciclo orçamentário.

A previsão da receita diz respeito à arrecadação de recursos estimada para o


exercício, com base em metodologia específica instituída para tanto. Essa
informação é complementada pelo cálculo das necessidades de
financiamento do governo central, que indicam quanto de recursos
emprestados deverá ser tomado pelo governo junto ao mercado financeiro.

A fixação das despesas obrigatórias é necessária para que, diante da situação


de contingenciamento de despesas, não haja afetação de todas as ações
governamentais. As despesas obrigatórias e as ressalvadas pela LDO não
serão atingidas pela limitação de empenho, garantindo-se um mínimo de
desempenho em áreas consideradas mais sensíveis pelo governo.

Tem-se, então, a elaboração das propostas setoriais pelos órgãos e


entidades, compatibilizadas com as condições da LDO.

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Depois de todo esse desenho, que desemboca no projeto de lei orçamentária


anual, vêm o processo legislativo, que já estudaremos, a execução do
orçamento em si, o acompanhamento e o controle orçamentários e a
avaliação.

Questão CERTA.

13. (ANALISTA/MCT/2008) O ciclo orçamentário está restrito ao exercício


financeiro, ou seja, do período de 1.º de janeiro a 31 de dezembro de
cada ano.

As fases do ciclo não têm um término; enquanto se termina a execução e


avaliação de um orçamento, o próximo já está em fase de elaboração. Assim,
o ciclo orçamentário é ininterrupto.

Questão ERRADA.

14. (ANALISTA/TRE-BA/2010) O processo orçamentário é autossuficiente:


cada etapa do ciclo orçamentário envolve elaboração e aprovação de leis
independentes umas das outras.

Ao contrário do que diz o enunciado, as leis de matéria orçamentária guardam


bastante dependência e vinculação umas com as outras, partindo do PPA,
como maior regente, até os créditos adicionais, que fazem ajustes de curto
prazo na programação orçamentária.

Questão ERRADA.

Elaboração do orçamento

15. (CONTADOR/AGU/2010) A competência de elaboração do orçamento


anual é atribuída privativamente ao Poder Executivo, embora a execução
orçamentária seja feita de modo autônomo em cada um dos poderes.

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Conforme o Manual Técnico de Orçamento (MTO), o processo de elaboração do


projeto de lei orçamentária anual se desenvolve no âmbito do Sistema de
Planejamento e de Orçamento Federal.

Esse sistema foi estabelecido pela Lei 10.180/2001, que elegeu o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão como órgão central. Por sua vez, no
Decreto nº 7.063/2010 (assim como em outros anteriores), a Secretaria de
Orçamento Federal (SOF/MPOG) recebeu do Ministério as atribuições de
órgão central desse sistema.

A elaboração do orçamento, segundo o MTO,

“envolve um conjunto articulado de tarefas complexas, compreendendo


a participação dos órgãos central, setoriais e das unidades
orçamentárias do sistema, o que pressupõe a constante necessidade de
tomada de decisões nos seus vários níveis”.

A SOF, como órgão central do sistema de planejamento e orçamento, cumpre


as seguintes atribuições:

• definição de diretrizes gerais para o processo orçamentário federal;

• fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos federais;

• coordenação do processo de elaboração dos Projetos de Lei de


Diretrizes Orçamentárias Anuais – PLDO e do orçamento anual da União;

• orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais de


orçamento;

• fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação


das propostas orçamentárias setoriais;

• análise e validação das propostas setoriais;

• consolidação e formalização da proposta orçamentária da União.

Assim, o orçamento é preparado, na verdade, por uma rede de unidades e


órgãos, segundo suas incumbências e com os limites traçados pela LDO e pela
SOF.

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Depois de receber todas as propostas orçamentárias setoriais dessas unidades


e órgãos, a SOF condensa todo o emaranhado numa só peça: o Projeto de
Lei Orçamentária Anual (PLOA), encaminhado ao Presidente da República
para posterior remessa ao Congresso Nacional.

Dessa forma, temos que as leis de natureza orçamentária são de iniciativa do


Executivo, mas isso não significa que apenas aquele é o responsável pela
elaboração da proposta orçamentária. As unidades e órgãos de todos os
Poderes e do Ministério Público participam do processo, que se afunila na
atuação da SOF.

Questão ERRADA.

16. (ANALISTA/TJDFT/2008) Cada tribunal, no âmbito da União, dos estados e


do DF, tem a prerrogativa constitucional de elaborar a própria proposta
orçamentária, mas todos estarão sujeitos aos limites estabelecidos na Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Perguntar não ofende: e se algum órgão deixar de enviar a tempo sua


proposta setorial para a SOF, ou enviar com erros que reclamem correções?

A resposta é dada pelo art. 99 da CF/88 e seus desdobramentos. Apesar de


tratar diretamente do Poder Judiciário, podemos ampliar o entendimento nele
exposto. Confira:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e


financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites


estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais


interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos


Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

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II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos


Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos
tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas


orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias,
o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem


encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual.

Questão CERTA.

17. (CONTADOR/MIN. ESPORTE/2008) O órgão setorial desempenha papel de


articulador no processo de elaboração do orçamento, atuando
horizontalmente no processo decisório e integrando os produtos gerados
no nível setorial.

Na elaboração do orçamento, os órgãos setoriais funcionam como


articuladores no seu âmbito de ação. Normalmente, esses órgãos
correspondem a estruturas maiores, como os chamados “órgãos superiores”
(tribunais, ministérios, casas legislativas).

Da mesma forma que a SOF agrega as propostas setoriais recebidas dos


órgãos setoriais, o órgão setorial “atua verticalmente no processo decisório”,
conforme o MTO, agrupando as propostas subsetoriais, provenientes de
suas unidades orçamentárias.

As atribuições dos órgãos setoriais, portanto, são:

• estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta


orçamentária;

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• avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento


das alterações necessárias;

• fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais


monetários para apresentação das propostas orçamentárias das
unidades orçamentárias;

• definição de instruções, normas e procedimentos a serem observados


no âmbito do órgão durante o processo de elaboração da proposta
orçamentária;

• coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no


âmbito do órgão setorial;

• análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das


unidades orçamentárias;

• consolidação e formalização da proposta orçamentária do órgão.

Por fim, a unidade orçamentária desempenha o papel de coordenadora do


processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de
atuação, integrando e articulando o trabalho das unidades administrativas
componentes. As funções por ela cumpridas, relativamente às unidades
administrativas, correspondem, em escala menor, às exercidas pelos órgãos
setoriais.

Graficamente, temos a seguinte distribuição hierárquica:

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A questão traz uma pegadinha com palavras: a atuação do órgão setorial é


vertical, concentrando as propostas de suas unidades subordinadas.

Questão ERRADA.

Ciclo orçamentário na CF/88

18. (ANALISTA/STJ/2008) Dependerá de lei complementar a regulamentação


do PPA, da LDO e do orçamento anual, no tocante a exercício financeiro,
vigência, prazos, elaboração e organização. A referida lei deverá
estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração
direta e indireta e condições para instituição e funcionamento dos fundos.
Enquanto isso, na esfera federal, os prazos para o ciclo orçamentário
estão estabelecidos no ADCT.

Vamos iniciar o estudo desse tópico com o seguinte dispositivo constitucional:

Art. 165, § 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a


organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;

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II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração


direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de
fundos.

Como se vê, a Constituição reservou à lei complementar o tratamento sobre as


matérias referidas, mas, até hoje, o Congresso não aprovou essa lei (nesse
sentido, um dos projetos com essa pretensão, o mais adiantado nas
discussões, já esteja há quase 14 anos em pauta).

Outro ponto interessante é que essas matérias discriminadas na questão


encontram-se, em parte, na Lei 4.320/64, como é o caso de “exercício
financeiro” e “elaboração e organização da lei orçamentária anual”.

É por situações como esta que se considera a Lei 4.320/64 uma lei
materialmente complementar. Apesar de ter sido aprovada como lei
ordinária, em 1964, a atual Carta Política indica assuntos nela tratados como
próprios de uma lei complementar.

Por enquanto, não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são
seguidas regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária.
Essas regras estão no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88:

ADCT, Art. 35, § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se


refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro


exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito


meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro


meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa.

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Em momento posterior, falaremos mais a respeito do “calendário” que surge


desse texto acima.

Questão CERTA.

Processo legislativo orçamentário

19. (ANALISTA/ANA/2006) A Constituição Federal de 1988 delineou o modelo


atual de ciclo orçamentário, instituindo três leis cuja iniciativa é
prerrogativa do Poder Executivo: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Examinemos mais um trecho da CF/88:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

Vale assinalar que o vocábulo “leis”, sem maior detalhamento, significa “leis
ordinárias”.

Em matéria orçamentária, as leis ordinárias são o lugar comum. Há poucas


exceções, das quais vimos uma acima: a conformação das regras mais amplas
de organização orçamentária se dá por lei complementar. Mas o PPA, a LDO e
a LOA, assim como os créditos adicionais (exceto os extraordinários, como
veremos) são viabilizados por leis ordinárias. Além disso, esses projetos são de
iniciativa exclusiva do chefe do Executivo.

Questão CERTA.

20. (TÉCNICO/TCE-TO/2008) O projeto da LOA e os créditos adicionais são


apreciados somente pelo Senado Federal, na forma do regimento comum.

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Vamos fazer uma pequena abordagem do “ciclo orçamentário” no contexto do


Poder Legislativo.

Apesar de serem instituídos por leis ordinárias, os instrumentos orçamentários


têm um rito legislativo diferenciado.

Os projetos de lei ordinária “normais”, enviados ao Congresso pelo Presidente


da República, dão entrada na Câmara dos Deputados (CF, art. 64, caput) e
lá passam por discussões e votações em diversas comissões temáticas,
antes de ir à apreciação do Plenário da Câmara (às vezes, essa “subida” ao
Plenário não ocorre, conforme dispuser o Regimento da Casa).

A partir daí, são enviados ao Senado, onde passam de novo por comissões
temáticas, e depois pelo Plenário (se for o caso). Então, os projetos vão à
sanção presidencial, se não houver alteração considerável, pelo Senado,
do texto aprovado na Câmara.

Caso contrário, se a redação for significativamente mudada pelo Senado, os


projetos voltam à Câmara, para apreciação das modificações. Nessa última
hipótese, a Câmara é que encaminha o projeto ao Presidente da República.

Diferentemente disso, os projetos de matéria orçamentária não passam


por uma série de comissões temáticas antes de ir a Plenário, um passo
por vez, e em ambas as Casas. Nesse âmbito, o projeto é instruído
apenas na Comissão Mista de Orçamento, que recebe simultaneamente
pareceres das comissões temáticas de ambas as Casas e emendas
parlamentares, e emite seu próprio parecer, encaminhando‐o
juntamente com o projeto, para votação pelo Plenário do Congresso
Nacional (as duas Casas em sessão conjunta).

No Plenário do Congresso, pela votação da maioria simples dos


parlamentares, o projeto é aprovado. Detalhe: apesar de se tratar de
uma sessão conjunta, a maioria é considerada apenas entre pares
(tomam‐se separadamente, na votação, a maioria dos deputados e a
maioria dos senadores).

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Como a apreciação dos projetos de matéria orçamentária é feita pelo


Congresso Nacional, atuando como casa única, a questão está ERRADA.

Emendas aos projetos de matéria orçamentária

21. (ANALISTA/SAD-PE/2010) O Poder Legislativo pode apresentar emendas


para aumentar as despesas do orçamento mediante a anulação de outras
despesas ou a reestimativa de receitas. As emendas aos projetos de LOA,
compatíveis com o PPA e a LDO, podem incidir sobre dotações para
pessoal, serviços da dívida e transferências constitucionais para os entes
da Federação.

Este assunto, apesar de também pertencer ao processo legislativo


orçamentário, é tão importante que será tratado assim, em separado.

Primeira observação: é possível ao Legislativo emendar quaisquer projetos


de matéria orçamentária. Entretanto, assim como fez a Constituição, vamos
nos concentrar nas emendas ao projeto de LOA.

Como já dito, a iniciativa em matéria orçamentária é exclusiva do chefe do


Executivo. Entretanto, permite-se que a peça originária do Executivo receba
interferências dos representantes eleitos do povo, para, teoricamente, deixar
as propostas orçamentárias mais adequadas aos interesses da população.

Assim, os parlamentares, individualmente ou em grupo, podem apresentar


emendas ao projeto de LOA, que serão apresentadas perante a Comissão
Mista de Orçamento. A CMO, no término das discussões, emitirá parecer
sobre tais emendas, para posterior apreciação pelo Plenário do Congresso.

Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de emendas:


emendas de receita, de despesa e de texto. Vamos ver o dispositivo
constitucional que trata delas (§ 3º do art. 166):

Art. 166, § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos


projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes


orçamentárias;

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II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de


anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e


Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Inicialmente, note que a primeira condição (compatibilidade com o PPA e a


LDO, no inciso I) vale para qualquer emenda. Isso fortalece o caráter de
submissão que a LOA deve ter em relação às outras leis citadas, de alcance
mais amplo. Assim, por exemplo, uma emenda parlamentar ao projeto de LOA
não pode criar um programa, porque isso desrespeitaria a prevalência do
PPA nesse ponto.

O inciso II trata das emendas de despesa. Para que novas despesas sejam
propostas por meio de emenda, deverão ser anuladas despesas inicialmente
selecionadas pelo Executivo, a fim de “liberar” recursos suficientes.

Ainda assim, não é toda despesa selecionada inicialmente pelo Executivo que
pode ser anulada em favor de emendas parlamentares; as dotações indicadas
nas alíneas do inciso II (pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências
constitucionais para os entes federados) são despesas obrigatórias, que não
podem ter seus montantes e destinação alterados.

Por fim, o inciso III aborda as emendas de receita (alínea ‘a’) e de texto
(alínea ‘b’).

O montante da receita previsto pelo Executivo só pode ser modificado no


Legislativo a partir de uma perspectiva técnica. Não se pode alterar a
expectativa de arrecadação com base em critérios políticos ou assemelhados.
Por isso, um erro ou uma omissão, por parte da equipe técnica do Executivo,

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devem ser detectados e comprovados, para que seja aprovada uma


emenda de receita.

As emendas de redação dizem respeito a ajustes de forma (ortografia,


concordância etc.), para tornar o texto da lei orçamentária mais inteligível.

O enunciado da questão afirma que as emendas podem alterar as dotações


fixadas para pessoal e encargos, serviço da dívida e transferências, o que é
vedado pela CF/88. Questão ERRADA.

22. (ANALISTA/ANS/2005) O presidente da República pode propor


modificação no projeto de lei orçamentária anual enquanto não for
finalizada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é objeto
da proposta.

Muito bem, o Poder Legislativo pode alterar, por meio de emendas, o texto
inicial encaminhado pelo Poder Executivo. E o Poder Executivo, pode alterar
seu próprio texto original?

A resposta é afirmativa. Essa importante disposição encontra-se no art. 166, §


5º, da CF/88:

Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao


Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este
artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta.

Portanto, depois de ter enviado o projeto de LOA, o chefe do Poder Executivo


tem um prazo para propor alterações a suas “intenções iniciais”. Esse prazo
corre enquanto não se inicia a votação, na Comissão Mista de Orçamento,
da parte a se alterar.

Evita-se, dessa forma, que o chefe do Executivo modifique, a seu bel-prazer,


partes do projeto que já tenham sido alteradas pelo Legislativo, contra suas
pretensões.

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Esse trecho talvez seja o mais frequentemente cobrado pelas bancas


quando se trata de ciclo orçamentário. Por isso, preste atenção! Não
perca um ponto fácil. Já houve questões, por exemplo, dizendo que a
modificação pode ser proposta enquanto não finalizada a votação da
parte a se alterar. Cuidado!

Questão ERRADA.

23. (TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) As emendas apresentadas ao texto da


Lei Orçamentária somente poderão ser aprovadas caso indiquem os
recursos necessários, por meio da anulação de despesas.

As emendas de redação, apresentadas relativamente ao texto da LOA, não têm


a ver com dotações orçamentárias. Assim, não são envolvidas, nesse caso,
anulações de despesas.

Questão ERRADA.

24. (ANALISTA/STM/2011) Uma vez aprovado no âmbito da Comissão Mista


de Orçamentos, o projeto de lei orçamentária não poderá mais receber
emendas, quando for submetido à votação no plenário do Congresso
Nacional.

Como visto, as emendas aos projetos orçamentários devem ser apresentadas,


discutidas e aprovadas/rejeitadas no âmbito da Comissão Mista. No Plenário do
Congresso, faz-se apenas a votação do parecer emitido pela CMO.

Questão CERTA.

Prazos das leis orçamentárias

25. (ANALISTA/ANA/2006) Ao estabelecer prazo para a devolução de projeto


de lei, o Poder Executivo visa garantir a existência de orçamento aprovado
antes do início do exercício. Dessa maneira, o projeto de lei orçamentária

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da União será encaminhado até dois meses antes do encerramento do


exercício e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.

Muito bem, voltemos ao calendário orçamentário que introduzimos


anteriormente, simplificando os prazos dispostos no ADCT:

• os projetos de PPA e de LOA devem ser encaminhados pelo Presidente da


República ao Congresso Nacional “até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 31 de agosto;

• o Congresso deve devolver os projetos de PPA e de LOA, para sanção,


“até o encerramento da sessão legislativa” – atualmente, 22 de
dezembro;

• o projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 15
de abril;

• o Congresso deve devolver o projeto de LDO para sanção “até o


encerramento do primeiro período da sessão legislativa” – atualmente, 17
de julho.

Ressalto que, nos primeiros prazos referidos acima, o envio e a devolução do


projeto de PPA não ocorrem anualmente, já que este é uma lei aprovada
para quatro anos (melhor dizendo, aprovada para um período de duração
equivalente a um mandato do Executivo, que, atualmente, é de quatro anos).

Questão ERRADA.

26. (ANALISTA/ANS/2005) O plano plurianual apresenta a idéia de


continuidade, pois um governo pode dar continuidade a um plano que se
iniciou em outro governo. Dessa forma, tem tempo para conhecer as
ações realizadas no passado, antes de apresentar um novo plano.

Uma observação importante, e constantemente cobrada em provas, diz


respeito justamente aos prazos do PPA.

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O plano plurianual é a mais importante lei de matéria orçamentária. A


partir dele é que todas as outras se organizarão. As leis orçamentárias anuais
não passam muito de “parcelas do PPA”, aplicadas a cada ano de sua vigência
plurianual.

No PPA é que o governo recém assumido expõe suas intenções, objetivos,


metas, para médio prazo. É uma demonstração de grandes diretrizes, um
“projeto de governo”.

Pois bem, já vimos que o Executivo deve enviar o projeto de PPA para o
Legislativo até 31 de agosto (do primeiro ano do mandato do Presidente).
Assim, a equipe que assume o comando do país tem oito meses para
apresentar um plano para os quatro anos seguintes.

Agora você pode notar que há um descompasso aí. Se o PPA é preparado


durante o primeiro ano do governo, e deve valer para os próximos quatro
anos, ele não acaba invadindo o próximo mandato presidencial?

A resposta é “sim”. No primeiro ano do mandato, o Presidente governa com


base no PPA, na LDO e na LOA aprovados por seu antecessor. Os projetos
que esse novo chefe do Executivo apresenta quando assume só valerão para
seu segundo ano de mandato. No caso do PPA, o último ano de vigência do
plano será o primeiro do mandato seguinte.

Esse calendário é positivo por duas razões associadas. Primeiro, evita‐se


um atropelo no início do mandato, com a preparação “nas coxas” de
projetos de grande importância para o país – o governo não pode agir
sem planos de ação aprovados.

Em segundo lugar, ao invés dessa hipótese de “correria” no início do


mandato, dá‐se ao novo governante a possibilidade de conhecer, por
alguns meses, e aproveitar parte dos programas instituídos pelo
antecessor, conforme sejam compatíveis com sua orientação de governo
(ou conforme tenham sua interrupção impossibilitada, conforme o caso).

Questão CERTA.

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27. (ANALISTA/MPU/2010) De acordo com a Constituição Federal de 1988, o


Congresso Nacional pode entrar em recesso sem que tenha sido aprovado
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Agora, uma curiosidade sobre a LDO. Trata-se da suspensão do recesso


parlamentar, enquanto não aprovado o projeto de LDO.

Apenas esse projeto, entre todas as hipóteses trazidas pela CF/88, é hábil para
tanto. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os
parlamentares não entrarão em recesso. É uma forma de acelerar os
prazos, já que o ideal é que o orçamento esteja aprovado quando se iniciar o
ano de sua execução. E, para existir lei orçamentária, deve haver antes a
LDO, que estabelece, a partir dos programas do PPA, as prioridades para o
ano seguinte, e orienta a elaboração da LOA.

Questão ERRADA.

Acompanhamento e controle da execução orçamentária

28. (CONTADOR/MIN. ESPORTE/2008) O controle da execução orçamentária


deve compreender, simultaneamente, a legalidade dos atos de que
resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; a fidelidade funcional
dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e
o cumprimento do programa de trabalho, expresso em termos monetários
e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

A fiscalização da execução orçamentária trata das cautelas que o governo deve


ter em relação ao equilíbrio entre as receitas e as despesas (que são
apenas estimadas), para evitar situações de inadimplência ou insolvência.

A própria Lei nº 4.320/64 já buscava o fiel cumprimento do equilíbrio entre


receitas e despesas no orçamento, permitindo a prevenção das oscilações no
decorrer do exercício financeiro. Para isso, tinha-se a fixação de cotas
trimestrais para a execução da despesa pelos órgãos e unidades, evitando-se
gastar o montante autorizado de forma temerária.

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Em 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF trouxe mecanismo


semelhante, com o estabelecimento de metas de resultado fiscal e a criação
do mecanismo de contingenciamento de despesas.

Trataremos mais desse tópico quando estudarmos a LRF.

Quanto ao controle da execução orçamentária, a Lei 4.320/64 também


trouxe algumas disposições cobradas em provas até hoje:

Art. 75. O contrôle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a


realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens


e valores públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em têrmos monetários e


em têrmos de realização de obras e prestação de serviços.

(...)

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será


prévia, concomitante e subseqüente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em


lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento,
prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores
públicos.

Questão literal e CERTA.

29. (ANALISTA/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) Uma das finalidades do sistema


de controle interno dos Três Poderes é avaliar o cumprimento das metas
previstas no PPA, bem como avaliar a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União.

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A atividade de controle compreende o exercício próprio de controle pelas


unidades executoras do orçamento e a atuação dos órgãos dos sistemas de
controle interno e do controle externo.

O sistema de controle interno deve ser instituído e mantido por todos os


Poderes e pelo Ministério Público, segundo o mandamento do art. 74 da
CF/88. Vale reproduzir esse dispositivo:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma


integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução


dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e


eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Como visto, uma das finalidades do sistema de controle interno foi mencionada
pelo enunciado. Questão CERTA.

30. (OFICIAL/ABIN/2010) A comissão mista permanente de senadores e


deputados a que se refere o art. 166 da CF encerra sua participação no
ciclo orçamentário com a aprovação de parecer ao projeto de lei
orçamentária e seu encaminhamento ao plenário das duas Casas do
Congresso Nacional.

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Por sua vez, o controle externo, que faz pensar numa estrutura de controle
distinta daquela que executa as ações, recebeu, pela CF/88, a titularidade
do Congresso Nacional, que conta com o auxílio técnico do Tribunal de Contas
da União para essa tarefa.

No art. 166, § 1º, inc. II, indicam-se a Comissão Mista de Orçamento e as


demais comissões técnicas das Casas Legislativas como responsáveis pelo
acompanhamento e pela fiscalização orçamentária.

O principal dispositivo constitucional sobre a fiscalização orçamentária é o


caput do art. 70 da CF/88, como segue:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Sobre o enunciado da questão, vimos que a CMO, além de atuar na apreciação


dos projetos orçamentários, também participa da fiscalização e controle da
execução do orçamento, sem prejuízo da ação das demais comissões
legislativas.

Questão ERRADA.

ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Plano Plurianual

31. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A lei que instituir o PPA


estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as
metas da administração pública federal para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada.

Questão conceitual, para começar os trabalhos.

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O PPA é criação da CF/88, e se constitui como o maior instrumento de


planejamento da esfera pública. Como atualmente o planejamento é
determinante para o orçamento (lembra-se do orçamento-programa?), o
PPA assume um papel de protagonismo no que diz respeito à execução do
orçamento. Todas as leis e atos de natureza orçamentária, incluindo as
emendas parlamentares, deverão ser compatíveis com o conteúdo do Plano.

O trecho constitucional que traz algo como uma “definição do PPA”, e no


qual se baseou a questão, é o seguinte:

Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,


as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

Dica: em provas, é útil empregar o mnemônico DOM (diretrizes,


objetivos e metas) para resgatar o conteúdo do PPA.

Questão CERTA.

32. (ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada,


constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de
capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos
órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

O foco do PPA está nas despesas de capital, ou seja, despesas que


normalmente estão relacionadas ao aumento do patrimônio público.
Enquanto não estudamos despesas públicas, momento em que detalharemos
a abordagem sobre essas tais “despesas de capital”, vamos simplificar o
entendimento, e considerar que a maior preocupação do PPA recai sobre
investimentos públicos.

Antes do atual PPA, houve outros instrumentos adotados no Brasil para


institucionalizar o planejamento em conjunto com o orçamento, dando
ênfase aos investimentos.

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Na Lei 4.320/64, tratava-se do Quadro de Recursos e de Aplicação de


Capital (QRAC), que era aprovado por decreto do Executivo e tinha
duração mínima de três anos.

Com a Constituição de 1967, foi criado o Orçamento Plurianual de


Investimentos (OPI), também com duração de três anos, mas já
aprovado como lei.

Outro trecho da Constituição que reforça, ao mesmo tempo, a importância


do PPA e sua “preferência” pelas despesas com investimentos é o art. 167, §
1º:

Art. 167, § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou
sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

A prerrogativa do PPA de prever os investimentos a serem executados no


país está confirmada no dispositivo acima. Veja a importância que o
constituinte tentou imprimir a esse papel do PPA: constitui crime de
responsabilidade iniciar investimento com duração superior a um exercício
sem a respectiva inclusão no plano (prévia ou posterior).

Aprofundando o entendimento sobre o dispositivo acima, podem-se concluir


duas coisas:

• investimentos de execução prevista para um só exercício


financeiro podem ter sua execução iniciada sem previsão no PPA;

• “ações não investimentos”, da mesma forma, podem ser executadas


sem previsão no PPA.

Em ambos os casos, a simples previsão das ações na LOA satisfaz as


exigências constitucionais.

Apesar de estarmos falando tanto das despesas de capital, que recebia toda
a atenção desde antes do PPA na vigência da CF/88, é necessário voltar ao
art. 165, § 1º, e verificar duas expressões também importantes, como
destacado abaixo:

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Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,


as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

Assim, as atenções do PPA vão além dos investimentos em si. Também é


necessário prever no Plano as despesas de manutenção que surgem com
os investimentos – por exemplo, as despesas para o funcionamento de um
hospital público, após sua construção.

Nesse exemplo, a construção do hospital se classificaria tipicamente como


uma despesa de capital, ou um investimento (criação de um bem de
capital em favor do patrimônio público). As despesas com pessoal, luz,
materiais, telefone etc., próprias das atividades do estabelecimento, seriam
despesas decorrentes da despesa de capital original.

E os tais “programas de duração continuada”?

Segundo o professor James Giacomoni, uma das maiores autoridades em


orçamento público no Brasil, esse termo não foi bem delimitado pela
CF/88. Literalmente, se poderia pensar em qualquer programa cuja
duração se estenda no tempo, mas isso retiraria o caráter estratégico do
PPA (não se pode “planejar tudo” atribuindo a mesma relevância a todos
os elementos).

Assim, nos dizeres do professor Giacomoni, enquanto não há definição,


“programas de duração continuada”, pelo menos na esfera federal, são
programas de natureza finalística, que correspondem à prestação de
serviços à comunidade.

Questão ERRADA.

33. (ANALISTA/SAD-PE/2009) A CF concebe duas modalidades de planos: os


chamados planos de desenvolvimento econômico e social, que assumem
papel determinante para o setor público e indicativo para o setor privado,

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e o PPA, que, voltado à programação da administração pública, serve


como guia anual para as autorizações orçamentárias.

Outro trecho da CF/88 interessante para nosso estudo é o seguinte:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o


Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.

Dessa forma, vê-se que a atividade de planejamento foi eleita pela CF/88
como de extrema importância, alcançando os setores público e privado.
A dimensão que o planejamento público deve assumir é tal que o próprio
setor privado é “aconselhado” a observar as ações governamentais para
basear seu próprio comportamento.

Para a esfera pública, a vinculação é óbvia: o planejamento realizado pelas


unidades e condensado na lei do PPA é determinante para a execução das
ações dos órgãos e entidades.

Na Constituição, ainda se fazem referências a outros tipos de planos. Veja


só:

Art. 21. Compete à União:

(...)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do


território e de desenvolvimento econômico e social;

Art. 165, § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos


nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.

Os “planos de desenvolvimento econômico e social” estão previstos no art.


21, inc. IX, da CF/88, como atribuições reservadas exclusivamente à
União. É importante ressaltar, entretanto, que quaisquer planos (inclusive

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os de duração mais extensa) deverão ter consonância com o PPA,


conforme visto no art. 165, § 4º, transcrito acima.

Ressalta-se também que a lei do PPA deve estabelecer critérios de


regionalização para realização das despesas, lá mesmo no art. 165, § 1º,
da CF/88 (... de forma regionalizada...). A ideia é transformar o PPA num
propulsor de desenvolvimento econômico e social, alocando recursos nas
diferentes regiões do país, em busca de um crescimento mais harmônico
entre elas.

Esse aspecto também está presente no art. 43 da CF/88:

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um
mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
redução das desigualdades regionais.

Para os Estados, DF e Municípios, pode ser mais difícil a regionalização dos


programas do PPA. Entretanto, essa é a orientação da CF/88.

Questão CERTA.

Lei de Diretrizes Orçamentárias

34. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) A LDO define as prioridades e metas a


serem atingidas por meio da execução dos programas e ações previstos
no PPA. Para que isso ocorra, entre outras diretrizes, a LDO estabelece as
regras que deverão orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual
(LOA).

As atribuições dadas pela CF/88 à LDO (art. 165, § 2º) são:

• indicar as metas e prioridades da administração pública federal,


incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro;

• orientar a elaboração da LOA;

• dispor sobre alterações na legislação tributária;

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• estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de


fomento.

A LDO também é uma criação da CF/88, que tem como função principal
fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer
instrumento “pacificador” entre o planejamento (caracterizado pelo PPA) e o
orçamento (a LOA).

Ao passo que o PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas


para as despesas de capital e outras, a LDO indica as metas e prioridades
da Administração, incluindo as despesas de capital, para o exercício a que
ela se refere.

Desse modo, enquanto o PPA traça os programas para serem executados em


sua vigência, e que, virtualmente, levarão ao alcance dos objetivos do
governo, a LOA indica qual a parcela desses programas que será executada
num exercício.

Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz
apenas uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As
prioridades do governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para
atender a essas mudanças de rumo, certos programas devem passar por
uma aceleração, enquanto outros ficam mais “na geladeira”.

Assim, a LDO é o instrumento que a Administração utiliza para executar o


PPA, por meios das LOAs, de forma mais sintonizada com as condições
sociais, econômicas, políticas, que venham a alterar as prioridades do
governo.

Além do que já vimos, a LDO deve trazer “linhas de conduta” para as


agências de fomento. Essas agências, em sua maioria, são bancos
estatais, que terão sua forma de intervenção no mercado baseadas, pelo
menos em parte, naquilo que a LDO houver estabelecido.

Por fim, a LDO cumpre um importante papel quanto ao preenchimento de


cargos nos órgãos e entidades públicas. Leia o trecho abaixo:

Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,

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inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser


feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções


de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Questão CERTA.

35. (AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais dos


Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão elaboradas
respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO).

Outros dispositivos constitucionais que tratam desse papel orientador da


LDO são os seguintes (alguns já foram estudados antes, ao tratarmos da
elaboração do orçamento):

Art. 99, § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos


limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.

Art. 99, § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver


a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 127, § 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária


dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 127, § 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá


haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Relembrando o processo de elaboração do orçamento, as propostas setoriais


devem ser encaminhadas à Secretaria de Orçamento Federal para

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compilação do PLOA. Essas propostas setoriais deverão estar já orientadas


pelas regras trazidas pela LDO.

Uma novidade que surgiu em concursos ultimamente diz respeito também ao


papel orientador da LDO no tocante à lei orçamentária anual. É o seguinte: o
que fazer no início do exercício caso a LOA ainda não tenha sido aprovada?

Têm sido registrados vários atrasos na aprovação dos projetos de natureza


orçamentária. Já houve caso de LOA aprovada apenas em maio! Ou seja,
quase metade do ano se passou sem que o orçamento correspondente
estivesse vigendo.

Diante dessa situação fática, as LDO’s, a cada ano, têm trazido uma regra de
transição: caso se inicie o exercício financeiro sem que o orçamento tenha
sido aprovado, é possível executar provisoriamente o projeto de LOA em
discussão. A LDO indicará quais despesas, e em que montante, poderão ser
executadas nesse “vácuo”, até a publicação da LOA. Interessante, não?

Questão CERTA.

36. (CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As leis que criem ou majorem tributos


devem ser aprovadas até a aprovação da lei de diretrizes orçamentárias
(LDO).

Passemos a outro papel da LDO: “dispor sobre alterações na legislação


tributária”.

De pronto, uma observação importante: a tarefa de “dispor sobre alterações


na legislação tributária” não torna a LDO uma lei de natureza tributária.
Não serão feitas, por ela, mudanças na legislação tributária, instituição de
tributos, alteração de alíquotas etc.

A ideia é, simplesmente, assinalar os efeitos que potenciais alterações


tributárias (por meio de outras leis) podem ter sobre a previsão de
arrecadação, a constar da LOA. Portanto, não há influência direta da LDO
sobre as alterações da legislação tributária.

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Questão ERRADA.

37. (TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2009) Caberá à LOA o estabelecimento de metas


e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente. A LOA determinará, ainda,
a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Além do que já vimos, a LDO deve trazer “linhas de conduta” para as


agências de fomento. Essas agências, em sua maioria, são bancos
estatais, que terão sua forma de intervenção no mercado baseadas, pelo
menos em parte, naquilo que a LDO houver estabelecido.

Como a questão correlaciona as atribuições da LDO à LOA, seu gabarito é


ERRADA.

38. (ANALISTA/SECGE-PE/2010) A concessão de qualquer vantagem ou


aumento de remuneração somente deve ser concedida se houver
autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, contudo essa
norma não é válida para fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista.

Por fim, a LDO cumpre um importante papel quanto ao preenchimento de


cargos nos órgãos e entidades públicas, bem como quanto a outros fatores
que levam ao aumento da despesa com pessoal. Leia o trecho abaixo:

Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser
feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções


de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

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Diferentemente do que diz o enunciado, a autorização da LDO sobre a


concessão de vantagens, aumento de remuneração, criação de cargos e
vagas etc. se aplica também às fundações públicas. Apenas empresas
públicas e sociedades de economia mista estão livres dessa determinação
constitucional.

Questão ERRADA.

Lei Orçamentária Anual

39. (TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A lei orçamentária anual


compreenderá o orçamento fiscal referente às fundações instituídas e
mantidas pelo poder público federal, o orçamento de investimento das
empresas em que a União, indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto, bem como o orçamento da seguridade social,
abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados.

Para falar da LOA em si, partiremos de alguns trechos da Lei 4.320/64 e da


Constituição de 1988.

Começamos, então, com a Lei:

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho
do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

Um ponto a se destacar inicialmente é que a evidenciação da “política


econômica e financeira” e do “programa de trabalho do governo”, até hoje,
é realizada pela LOA, apesar de não ser estabelecida por ela.
Atualmente, como já comentamos, o PPA é a lei orçamentária de maior
importância e abrangência, e, por isso mesmo, é ele quem reflete as
escolhas políticas e econômicas do governo, além de constituir o “programa
de trabalho” do governo em si.

E a composição “física” da LOA, como é?

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Ao comentarmos o princípio orçamentário da unidade/totalidade, já


ressaltamos que a LOA é, na verdade, um conjunto de orçamentos.
Vamos rever o trecho constitucional que trata disso:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos


a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Tratemos então desses itens individualmente.

Questão CERTA.

40. (ANALISTA/ANATEL/2004) A Lei Orçamentária Anual (LOA) deverá


contemplar o orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

O orçamento fiscal é o “orçamento geral”, por natureza. A palavra


“fiscal”, resgatando a informação lá do Direito Tributário, diz respeito a
“recursos obtidos pelo Estado”. Por exemplo, um tributo fiscal tem por
objetivo, primordialmente, a obtenção de receita. Um tributo extrafiscal
nasceria com intenções para além desta – embora também envolvesse a
obtenção de receita.

Então, o orçamento fiscal abrange os gastos gerais e as receitas sem


arrecadação vinculada com as quais o governo conta. A maior parte dos
programas instituídos pela LOA encontra-se nesse item. Portanto, ações
variadas, que vão desde segurança alimentar, passando por favorecimento a
ciência e tecnologia, aquisição de equipamentos militares, até distribuição

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de renda direta à população por meio de bolsas etc., tudo isso constará do
orçamento fiscal, reforçando esse caráter generalista ao qual nos referimos.

A questão reproduz o teor do art. 165, § 5º, inc. I, da CF/88. Questão


CERTA.

41. (CONTADOR/DPU/2010) O orçamento da seguridade social abrange a


chamada área social e, destacadamente, previdência, saúde e educação.

O orçamento da seguridade social, como indica seu nome, é restrito a


receitas e despesas relativas à área da seguridade social. Conforme a
Constituição, essa denominação abrange a saúde, a previdência social e
a assistência social. Para assegurar que os recursos permaneçam
vinculados a essas subáreas tão importantes, até um “perfil orçamentário” à
parte foi criado pela CF/88.

A proibição do desvio de finalidade na aplicação de recursos da seguridade


consta do art. 167, inc. XI:

Art. 167. São vedados:

(...)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que


trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento
de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

A intenção aqui é garantir que o regime geral de previdência não seja


dilapidado para favorecimento de outras despesas.

Apesar da separação entre ambos, o orçamento da seguridade tem


características muito semelhantes às do orçamento fiscal, tanto que
diversos documentos do governo referem-se aos dois como se
constituíssem uma unidade, exceto pelo fato de o orçamento da
seguridade ter esse caráter de especialização.

Inclusive, há críticas na doutrina quanto a essa junção dos dois orçamentos,


com a argumentação de que não resta muito clara a divisão dos recursos e
ações que pertencem a cada um deles.

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Como as áreas governamentais abrangidas pelo orçamento da seguridade


não foram corretamente representadas, a questão está ERRADA.

42. (ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal devem


ser realizados somente por meio de dotações orçamentárias específicas
nos orçamentos fiscal e da seguridade social, os quais recebem recursos
de empresas estatais.

Por fim, o orçamento de investimento das estatais, como é conhecido,


diz respeito às aplicações de recursos no capital social de empresas das
quais a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social
com direito a voto – ou seja, são empresas em que a União tem
supremacia no tocante a decisões sobre sua atuação. Encontram-se nesse
grupo tanto empresas públicas quanto sociedades de economia mista.

Idealmente, as empresas estatais, por sua natureza de direito privado e sua


atuação geradora de receitas, não precisariam de recursos públicos para
sua manutenção. Aquelas que se enquadram nessa descrição, ou estatais
independentes, estarão beneficiadas pelo orçamento público apenas no
âmbito do orçamento de investimento, ou seja, receberão recursos,
normalmente, para reforço da participação da União em seu capital
social, a título de investimento, como diz o nome da peça.

Por outro lado, empresas estatais cuja atividade não resulte em recursos
suficientes que as permitam se manter sozinhas, dependendo de
transferências de recursos públicos para suas atividades de custeio e de
investimento “normais”, aparecerão beneficiadas por ações dos
orçamentos fiscal e da seguridade, conforme o caso.

Como a questão simplesmente ignorou a existência do orçamento de


investimento, seu gabarito é ERRADA.

43. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os orçamentos fiscal, da seguridade social e


de investimento das estatais, que compõem a LOA, deverão funcionar
como instrumentos voltados para a redução das desigualdades sociais.

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Para fechar os comentários sobre os tipos de orçamentos, a Constituição


determina que o orçamento fiscal e o orçamento de investimento das
estatais desempenhem a função de reduzir desigualdades
interregionais, segundo critério populacional (art. 165, § 7º).

Assim, desde a formulação até sua execução, esses dois orçamentos


deverão ser pautados pela alocação de recursos moldada pelos
diferentes estágios de desenvolvimento apresentados pelas regiões do
país, em nome de uma situação socioeconômica mais equilibrada.

O orçamento da seguridade não poderia, por sua própria natureza, atuar


nesse sentido, já que as ações da seguridade social têm como característica
o atendimento universal (art. 194, parágrafo único, inc. I). Assim, não se
pode, com essa peça orçamentária, privilegiar certa região em detrimento
de outra.

Como a questão inclui o orçamento da seguridade nessa lista, e ainda fala


em “desigualdades sociais” em vez de “desigualdades interregionais”, ela
está ERRADA.

44. (TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) O projeto do PPA deve ser acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.

A partir dessa questão, temos mais um trecho da CF/88 interessante para a


leitura:

Art. 165, § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente
de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira,
tributária e creditícia.

Esses termos (isenções, anistias etc.) referem-se a incentivos que o ente


público pode conceder a atores econômicos, sob a forma tributária (ou
simplesmente “incentivos fiscais”), financeira ou creditícia (facilitação de
crédito ou perdão de dívidas de certa categoria de produtores, por
exemplo).

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Ações dessa espécie incorrem, normalmente, em diminuição da receita do


ente público, o que demonstra o caráter orçamentário desses incentivos.
E, por se referirem à receita pública, essas ações de incentivo devem ser
demonstradas na LOA.

Como a questão trocou o projeto de LOA pelo de PPA, a questão está


ERRADA.

Vedações constitucionais relativas ao orçamento

O art. 167 da CF/88 traz algumas vedações que devem ser observadas no
tocante ao orçamento. As provas de concursos têm verdadeira fixação por
elas; assim, vale examiná‐las e memorizá‐las com especial ênfase.
Destacamos, em seguida, algumas questões que tratam delas.

45. (PROCURADOR/PGE-AL/2009) As vedações constitucionais em matéria


orçamentária não incluem o início de programas não incluídos na LOA.

O dispositivo constitucional aplicável ao caso tem uma preocupação meio


que operacional. Veja só:

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

A delimitação das ações do governo para atingir seus objetivos resulta na


lista de programas do PPA, que fornece, por sua vez, o “roteiro”, ou o
“cardápio”, para as leis orçamentárias anuais.

Cabe à LOA, depois da priorização feita pela LDO, distribuir previsões de


recursos anuais para aplicação nos programas previstos no PPA. Portanto,
pode haver situações em que programas do PPA não estejam previstos na
LOA corrente, a depender das prioridades estabelecidas na LDO.

Nesse caso, o programa não incluído na LOA não poderá ser executado.
Atualmente, no âmbito do governo federal, com a execução orçamentária

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totalmente informatizada, desobedecer a essa vedação nem é possível, pelo


simples fato de não se poder dirigir recursos a um código de programa
inexistente no orçamento anual.

Portanto, a inclusão de programas e ações na LOA é condição prévia para


sua execução orçamentária.

Como a questão afasta essa vedação das explicitadas na CF/88, ela está
ERRADA.

46. (ESPECIALISTA/ANATEL/2009) É vedada pela Constituição Federal a


realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam
os créditos orçamentários ou adicionais, salvo expressa autorização do
Congresso Nacional, aprovada por quorum qualificado.

Outro inciso do art. 167 para gravarmos:

Art. 167. São vedados:

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam


os créditos orçamentários ou adicionais;

Nesse ponto, procura-se evitar que as obrigações do ente público assumam


proporções superiores ao orçamento aprovado.

As atividades de planejamento prévio e de acompanhamento da execução do


orçamento também colaboram nesse sentido, de modo a evitar situações de
inadimplência e endividamento descontrolado.

Essa vedação tem a ver também com o já estudado princípio


orçamentário do equilíbrio, que milita a favor da manutenção de uma boa
situação financeira pelo ente público.

Como não há previsão de autorização legislativa para a matéria vedada pelo


dispositivo, a questão está ERRADA.

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47. (CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988 estabelece vários


tipos de vedações em matéria orçamentária, entre elas, a transposição de
recursos de uma modalidade de aplicação para outra, sem prévia
autorização legislativa.

Mais um inciso para estudarmos:

Art. 167. São vedados:

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma


categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

Há autores que enxergam nesse dispositivo um novo princípio orçamentário:


o princípio da proibição do estorno.

Existe uma unanimidade na doutrina: ninguém sabe o que vêm a ser


realmente “transposição”, “remanejamento” ou “transferência”. Idealmente,
esses conceitos deveriam ser esclarecidos numa lei complementar, como a
aguardada lei de finanças públicas que substituirá a Lei 4.320/64.

Assim, atualmente, há apenas posicionamentos não muito consolidados


sobre o assunto.

Para não ficarmos no “vácuo”, vale a pena considerar um posicionamento


não tão definitivo, que tem aparecido nas Leis de Diretrizes Orçamentárias:
essas modificações no orçamento inicialmente aprovado se dariam em
situações como extinção, transformação, desmembramento de órgãos e
entidades, ou alteração de suas competências.

Com isso, não podendo ser executadas pelas unidades previstas


inicialmente, algumas dotações orçamentárias seriam destinadas a outras
unidades, por meio dos tais mecanismos de transposição, remanejamento e
transferência. Mas a LDO não estabelece o significado desses conceitos.

Não há muito problema com essa indefinição, já que as provas cobram


basicamente a reprodução do inciso VI. Assim, preste atenção na exceção à
vedação: é possível, com prévia autorização legislativa, promover
transposição, remanejamento ou transferência de recursos.

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A questão foi mera reprodução do dispositivo, pelo que está CERTA.

48. (ANALISTA/INMETRO/2009) É vedado consignar na lei orçamentária


crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

O foco agora é o inciso VII:

Art. 167. São vedados:

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

Como já ficou bastante claro, o orçamento público, apesar de ter se tornado


bem mais complexo do que à época de seu nascimento, continua
representando uma forma de controle da ação executiva do governo por
parte do Poder Legislativo. Essa atuação de controle ganha feições em
vários princípios orçamentários, como vimos também.

Pois bem, para que os recursos sejam bem controlados, uma despesa não
pode contar com um “lastro infindável”, com dinheiro à vontade, para que
seja executada.

Até em nome do planejamento e da eficiência, é necessário dimensionar as


atividades e investimentos públicos a partir de certa disponibilidade
financeira. E isso deve envolver também a definição da finalidade da
despesa, para atender ao princípio da discriminação. A sociedade e seus
representantes precisam ser informados sobre o que o governo pretende
atingir com os gastos autorizados na LOA.

A “finalidade imprecisa” dos créditos orçamentários foi vedada textualmente


pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Questão CERTA.

49. (TÉCNICO/TCU/2009) Admite-se a utilização, mediante autorização


legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade
social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos.

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Por fim, vejamos o inciso VIII:

Art. 167. São vedados:

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.
165, § 5º;

Como princípio, os recursos públicos não serviriam para socorrer entidades


que viessem a assumir um nível crítico de endividamento. Afinal, como
visto, há diversas demandas sociais que exigem a aplicação de recursos, e
redimir administrações não muito responsáveis, por exemplo, não seria uma
prioridade, diante dessas necessidades sociais.

Entretanto, o inciso acima permite que autorização legislativa específica


conceda a aplicação de recursos públicos para “salvar” empresas, fundações
e fundos de seu endividamento. Assim, ficaria a cargo do principal
controlador do orçamento – o Legislativo – a incumbência de permitir,
diante das circunstâncias do caso, esse socorro à entidade deficitária.

Em virtude disso, a questão está CERTA.

50. (OFICIAL/ABIN/2010) A Constituição Federal de 1988 permite que a


seguridade social seja financiada pelo orçamento fiscal. Mas só com
autorização legislativa específica o orçamento fiscal pode cobrir déficit de
empresas estatais.

O art. 195, caput, da CF/88 tem uma redação aberta, que permite a aplicação
de recursos do orçamento fiscal nas áreas da seguridade social. Além disso, a
cobertura de déficits de estatais com recursos orçamentários pode ocorrer,
havendo autorização legislativa específica para tanto (art. 167, inc. VIII).

Questão CERTA.

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Muito bem, caro aluno, chegamos aqui ao final desse encontro.

Para quaisquer dúvidas, reforço o recado: utilize nosso fórum, ou o email


professor.graciano.rocha@gmail.com.

Até a próxima! Bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. No orçamento clássico ou tradicional, a ênfase repousava sobre os objetos


de gasto do governo, não em suas realizações.

2. No orçamento de desempenho, atribuem-se aos gastos públicos objetivos


a alcançar, não apenas objetos a adquirir. Ao invés de uma “lista de
compras”, o orçamento passava a conter uma lista de objetivos, com
metas atribuídas, para medir o desempenho do governo.

3. No orçamento de desempenho, não há ainda a integração entre as áreas


de elaboração do orçamento e de planejamento governamental.

4. A raiz do orçamento moderno atual (orçamento-programa) foi o PPBS,


adotado nos Estados Unidos na década de 1960. O PPBS, que tinha o
planejamento como foco, propunha a consideração de alternativas de ação
não só na fase de preparação do orçamento, mas durante sua execução e
na avaliação de seu desempenho.

5. Uma nova dimensão levada em conta na avaliação e no controle do


orçamento-programa é a efetividade, que tem a ver com o impacto da
ação governamental nas necessidades da sociedade.

6. Para avaliar em quanto o objetivo dos programas foi alcançado, e em


quanto o programa atendeu as necessidades sociais, é necessário ter
formas confiáveis de medir os resultados. Para esse fim, os programas, no
orçamento, devem ser dotados de indicadores e metas.

7. O orçamento-base zero envolve a avaliação de todos os programas, tanto


aqueles em execução quanto os propostos, a cada período de elaboração,
sem que os programas existentes tenham qualquer prerrogativa sobre os
novos.

8. O orçamento participativo se define pela realização de encontros do poder


público com a população, para a definição de prioridades de gastos pelos
principais interessados.

9. O orçamento participativo, por mais bem instalado que seja numa cidade,
não substitui o Poder Legislativo na apreciação da lei orçamentária, e nem
envolve a apreciação do orçamento como um todo.

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10. O orçamento participativo não garante a execução das decisões tomadas


em conjunto com a população.

11. Detalhando as etapas que compõem o processo orçamentário do governo


federal, encontraremos as seguintes: previsão da receita; fixação dos
valores para as despesas obrigatórias; elaboração das propostas setoriais
com a sua consolidação; processo legislativo; sanção da lei; execução
orçamentária; acompanhamento e controle; avaliação.

12. Conforme o Manual Técnico de Orçamento (MTO), o processo de


elaboração do projeto de lei orçamentária anual se desenvolve no âmbito
do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal.

13. A elaboração do orçamento envolve um conjunto articulado de tarefas


complexas, compreendendo a participação dos órgãos central, setoriais e
das unidades orçamentárias do sistema, o que pressupõe a constante
necessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis.

14. A Constituição reservou à lei complementar o tratamento sobre o exercício


financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA, da
LDO e da lei orçamentária anual, mas essa lei ainda não foi editada.

15. Considera-se a Lei 4.320/64 uma lei materialmente complementar: apesar


de ter sido aprovada como lei ordinária, a atual Carta Política indica
assuntos que ela trata como próprios de uma lei complementar.

16. Não havendo a lei relativa ao disposto no art. 165, § 9º, são seguidas
regras transitórias sobre prazos das leis de matéria orçamentária,
dispostas no art. 35, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) da CF/88.

17. Apesar de serem instituídos por leis ordinárias, os instrumentos


orçamentários têm um rito legislativo diferenciado. Os respectivos
projetos são discutidos apenas na Comissão Mista de Orçamento (CMO),
onde recebem parecer, e são encaminhados para votação pelo Plenário do
Congresso Nacional.

18. Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de


emendas: emendas de receita, de despesa e de texto.

19. O Chefe do Executivo pode enviar ao Poder Legislativo modificações do


projeto de lei orçamentária a qualquer tempo, desde que não tenha sido
iniciada a votação da parte a se alterar.

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20. Os projetos de PPA e de LOA devem ser encaminhados pelo Presidente da


República ao Congresso Nacional “até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 31 de agosto.

21. O Congresso deve devolver os projetos de PPA e de LOA, para sanção,


“até o encerramento da sessão legislativa” – atualmente, 22 de dezembro.

22. O projeto de LDO deve ser enviado pelo Presidente ao Congresso “até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro”, ou seja, 15
de abril.

23. O Congresso deve devolver o projeto de LDO para sanção “até o


encerramento do primeiro período da sessão legislativa” – atualmente, 17
de julho.

24. No primeiro ano do mandato, o Presidente governa com base no PPA, na


LDO e na LOA aprovados por seu antecessor; os projetos que esse novo
chefe do Executivo apresentar só valerão para seu segundo ano de
mandato.

25. Caso o projeto de LDO não esteja aprovado em 17 de julho, os


congressistas não entrarão em recesso parlamentar.

26. Os programas que o governo executa para atingir seus objetivos são
instituídos no PPA. Assim, para extinguir, alterar ou acrescentar um
programa na agenda governamental, é necessário modificar a lei do plano
plurianual, a partir de um projeto de lei de revisão do PPA.

27. A fiscalização da execução orçamentária trata das cautelas que o governo


deve ter em relação ao equilíbrio entre as receitas e as despesas (que são
apenas estimadas), para evitar situações de inadimplência ou insolvência.

28. O sistema de controle interno deve ser instituído e mantido por todos os
Poderes e pelo Ministério Público, segundo o mandamento do art. 74 da
CF/88.

29. O controle externo, que faz pensar numa estrutura de controle distinta
daquela que executa as ações, recebeu, pela CF/88, a titularidade do
Congresso Nacional, que conta com o auxílio técnico do Tribunal de
Contas da União para essa tarefa.

30. Os programas que o governo executa para atingir seus objetivos são
instituídos no PPA. Assim, para extinguir, alterar ou acrescentar um

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programa na agenda governamental, é necessário modificar a lei do plano


plurianual, a partir de um projeto de lei de revisão do PPA.

31. É possível ao Legislativo emendar quaisquer projetos de matéria


orçamentária. Os parlamentares, individualmente ou em grupo, podem
apresentar emendas ao projeto de LOA, que serão apresentadas perante a
CMO.

32. Quanto à incidência sobre o projeto de LOA, existem três tipos de


emendas: emendas de receita, de despesa e de texto.

33. O Chefe do Executivo pode enviar ao Legislativo modificações do projeto


de lei orçamentária a qualquer tempo, desde que não tenha sido iniciada a
votação da parte a se alterar.

34. Os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, por conta de


veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados
mediante créditos especiais ou suplementares.

35. Caso se inicie o exercício financeiro sem que o orçamento tenha sido
aprovado, é possível executar provisoriamente o projeto de LOA em
discussão.

36. O Poder Executivo deve publicar o relatório resumido da execução


orçamentária até trinta dias após o encerramento de cada bimestre.

37. O PPA deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da


administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

38. Na instituição das diretrizes, objetivos e metas da Administração, o PPA


deve levar em consideração a regionalização das ações, em nome de um
desenvolvimento equilibrado entre as regiões do país.

39. Nenhum investimento de execução superior a um exercício financeiro


pode ser iniciado sem inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize essa inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

40. As atribuições dadas pela CF/88 à LDO são: indicar as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
próximo exercício financeiro; orientar a elaboração da LOA; dispor sobre
alterações na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

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41. Caso se inicie o exercício financeiro sem que o orçamento tenha sido
aprovado, é possível executar provisoriamente o projeto de LOA em
discussão.

42. A evidenciação da “política econômica e financeira” e do “programa de


trabalho do governo” é feita pela LOA, apesar de não serem estabelecidos
por ela, mas pelo PPA.

43. A LOA abrange o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das


empresas estatais (empresas em que a União, indiretamente, detenha a
maioria do capital social com direito a voto), e o orçamento da seguridade
social.

44. A LOA deve demonstrar, de forma regionalizada, o efeito decorrente de


isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

45. É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na lei


orçamentária anual.

46. É vedada a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas


que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

47. As modificações no orçamento, denominadas pela CF/88 de


“remanejamentos, transposições e transferências”, inicialmente aprovado
se dariam em situações como extinção, transformação, desmembramento
de órgãos e entidades, ou alteração de suas competências.

48. Segundo a CF/88, em conjunto com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é


vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou
com dotação ilimitada.

49. A CF/88 permite que autorização legislativa específica conceda a aplicação


de recursos públicos para “salvar” empresas, fundações e fundos de seu
endividamento.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C E E E C C C C E E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C E E E C E C C E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

E E E C E C E C C E

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

C E C C C E E E C C

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E E E E E C C C C

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