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AULA 01

EMPRESÁRIO, OBRIGÁÇOES EMPRESÁRIÁIS, EMPRESÁRIO INDIVIDUÁL, EIRELI & SOCIEDÁDE SIMPLES

1 - INTRODUÇÃO

Estimados alunos, o presente material complementar trata-se de considerações que


reputo ser de extrema importância para a realização da primeira fase em direito empresarial.
Outrossim não deixe de considerar as ponderações que serão realizadas em sala de aula, assim
como a leitura da lei seca dos artigos abaixo indicados. A FGV tem por predileção cobrar textos
que estão expressos em dispositivos legais. Portanto toda atenção é pouca.

Ademais em nossa disciplina a FGV costuma cobrar até 5 questões. Lembre-se talvez
serão alguma (s) desta (s) que levarão vocês ao êxito e aprovação. Estou à disposição de vocês.
Quaisquer dúvidas por favor me enviem e-mail que terei o máximo prazer em ajuda-los. Contem
comigo e rumo a aprovação.

2 - FASES DE FORMAÇÃO DO DIREITO DE EMPRESA OU COMERCIAL

São 3 as fases da formação do Direito Empresarial.

2.1 - 1ª Fase:

O Direito Comercial iniciou preponderantemente na Idade Média. Principalmente


impulsionado pela movimentação marítima. Sua clara e primeira demonstração foi através das
Corporações de Ofício que eram o resultado da junção (da união) dos comerciantes que a partir
destas corporações criavam leis de natureza comercial para destravar (regular) a atividade
mercantil crescente.

Logo as corporações de ofício são taxadas de atividade classistas. As regras e as


normatizações nas Corporações de Ofício atingiam apenas os comerciantes. Por isso a palavra
chave quando pensamos nas corporações de ofício é o subjetivismo (ser ou não ser
comerciante). Sendo assim apenas aqueles que detivessem o status de comerciante inscritos
nas corporações de ofício gozavam do direito de utilizar as leis e normas.

2.2 - 2ª Fase:

Com o passar da história, impulsionados pelas Revoluções, notabilizada por exemplo


pela Revolução Francesa de 1789, iniciaram algumas modificações, eis que por exemplo aonde
havia igualdade nas Corporações de Ofício? Nenhuma, porque lá havia corporativismo dos
comerciantes. A partir daqui começa a ruir o modelo da 1ª Fase.

Logo surge a Teoria dos Atos de Comércio. Vem ser abarcada no Código Comercial
Francês. Este código trazia um rol fechado: sobre os atos de comércio. De sorte se você
praticasse algum destes atos, você contaria com a proteção das normas de natureza comercial.
Portanto aqui a palavra-chave é o objetivismo (porque aqui o elemento é ato de comércio – se
foi praticado ato tipificado como de comércio – aplico a legislação comercial).

O Brasil aderiu esta tese no Código Comercial de 1850. Entretanto tal tese apresenta o
seguinte problema: as tipificações eram um rol fechado, já a movimentação mercantil era
dinâmica e apresenta alterações seguidas. Foi daí a necessidade do nosso legislador de iniciar
a edição de legislação esparsas (lei das S.A. – lei dos cheques – lei das franquias).

2.3 - 3ª Fase:

Outrossim diante das dificuldades e da necessidade de dinamização dos conteúdos


normativos empresarias, surge a Teoria da Empresa. A mesma vem a nascer na Itália à partir
do Código Civil Italiano. Agora aqui o elemento é a atividade empresária. Para quem pratica
atividade empresária é empresário. Portanto não falamos mais em comerciante.

E o Brasil aderiu a esta Teoria da Empresa a partir do Novo Código Civil de 2002. O Novo
Código Civil vai DERROGAR (revogar parcialmente) o Código Comercial Brasileiro.

Art. 2.037. Salvo disposição em contrário, aplicam-se aos empresários e


sociedades empresárias as disposições de lei não revogadas por este
Código, referentes a comerciantes, ou a sociedades comerciais, bem
como a atividades mercantis.

Logo o Código Comercial (no tocante ao código marítimo – 2ª parte dele) continua
vigente (parcialmente) no Brasil.

3 – ATIVIDADE EMPRESÁRIA & EMPRESÁRIO

Mas o que vem a ser atividade empresária? O nosso Código Civil de 2002 não lecionou o
conceito. Entretanto o mesmo conceitua o significado empresário.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente


atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão


intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.

Ademais será que qualquer pessoa que exerce atividade comercial é empresário? Não.
Por exemplo Frentista de Posto de Gasolina é? Não, empresário é quem exerce em nome
próprio. Frentista de Posto de Gasolina exerce em nome de terceiros.

Outrossim considera-se empresário quem exerce profissionalmente, ou seja, quem


realiza a atividade com certa habitualidade (de maneira reiterada/contumaz). Portanto se eu
(Guilherme) vender hambúrguer aos finais de semana como bico para pagar as contas de vez
enquando, não sou empresário. Tudo isto porque? Porque minha atividade é bico, mas não
habitual.

Já no que tange a atividade econômica, do que se trata? É a atividade que visa lucro
(mascada). Mas atenção: nem todo aquele que visa lucro será empresário. Lembra do Professor
vendendo Hambúrguer: eu viso lucro (sim), mas será que sou empresário? Não, porque não
atuo com habitualidade.
Mas o que é a organização (atividade organizada)? É um elemento inafastável da
caracterização do empresário. Identifica-se a presente organização, como atividade organizada,
através dos fatores de produção, ou seja, capital, insumos, mão de obra e tecnologia. Exemplo:
Guilherme desenvolve atividade de fazer Hambúrguer: compra máquinas, insumos, e vai
trabalhar em casa.

Logo acaso Guilherme em sua fabriqueta de Hambúrguer tiver habitualidade e visar


lucros. Ademais desenvolve atividade organizada, com todos os fatores de produção inerentes
ao ramo escolhido, vindo inclusive a dominar a técnica de fazer Hambúrguer, entretanto não
apresenta em sua atividade colaboradores ou mão de obra contratada. Será que ele exerce
atividade empresária ou atividade civil? Logo, como não tem mão de obra, Guilherme exerce
atividade civil. Eis que somente terá atividade empresária se estiverem presentes todos os
elementos que caracterizam o empresário. Assim como não tinha mão de obra, Guilherme é
autônomo/profissional liberal.

Mas afinal de contas o que é ser empresário? Ser empresário é aquele que exerce
atividade empresária. E a atividade empresária pode ser exercida pelo empresário individual,
eirele ou sociedade empresária.

Mas muita atenção estimados alunos: empresa é diferente de estabelecimento


comercial. Assim como a pessoa física sócio é diferente de empresário, isto porque sócio
poderá ser um mero investidor, muito diferente do empresário eis que este desenvolve e
desempenha atividade empresária.

Ainda é possível detectar a presença de Prepostos que é aquele que dirige ou pratica
negócio empresarial em nome de outrem. O preposto deve agir com probidade. Neste sentido
não se pode tolerar que o preposto faça concorrência com o proponente, salvo exista
autorização expressa.

Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se


substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder
pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele
contraídas.
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar
por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente,
de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de
responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os
lucros da operação.

Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao


preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto,
salvo nos casos em que haja prazo para reclamação.

Mas muita atenção neste tópico: se ausente qualquer dos elementos caracterizadores do
empresário estamos diante de uma atividade civil. Imagina se Guilherme (aquele do
Hambúrguer) tivesse um sócio, mas que ainda falte um elemento da atividade empresária?
Como nós chamamos esta sociedade? É a chamada sociedade simples.

Quais são as atividades consideradas civis:

Átividade Nao Empresaria.

Cooperativas (sao sociedade simples)

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a


sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Muita atenção, se presente o elemento de empresa naquela atividade desenvolvida pelo


um profissional intelectual poderá ser considerando como uma atividade empresária. Sendo
assim depende das atividades desempenhadas. Logo se junto ao profissional intelectual existir
outra atividade empresária simultânea, ou seja, quando a atividade do profissional é mais um
dos elementos componentes da empresa, aquela atividade passa a ser atividade empresária.
Por exemplo: clínicas médicas e de exames em conjunto.
Art.966 - Parágrafo Único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.

Por fim, cabe ainda salientar que também desenvolvem atividade civil os profissionais
rurais não registrados. Lembre-se que o registro para empresário rural é faculdade.

Vimos no início do tópico que não existe conceitualização no Código Civil do que vem a
ser atividade empresária, mas lembre-se que basicamente a atividade empresária = é igual a
empresa. Vale ainda dizer que é a organização econômica dos fatores de produção,
desenvolvida por pessoa natural ou jurídica, para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços, através de um estabelecimento comercial e que visa lucro, com colaboração de
terceiros.

Toda Pessoa Natural que desenvolve atividade empresária trata-se do empresário


individual. Ou seja, o empresário individual é uma pessoa física que exerce atividade
empresária. Lembre-se ainda: tal responsabilidade deste será sempre ilimitada.

Entretanto no que tange as Pessoas Jurídicas que desenvolvem atividade empresária


teremos as sociedades empresárias e EIRELES. Quando a EIRELE, do que se trata? É a empresa
individual (um sócio apenas) de responsabilidade limitada. Trata-se da mais nova pessoa
jurídica do direito privado do Brasil. Aqui, de regra, não existe exposição do patrimônio
particular ao risco da empresa. Mas afinal de contas a EIRELE pode ser chamada de sociedade?
Majoritariamente sim (exceção, Fábio Ulhoa Coelho) por ser uma sociedade unipessoal.

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será


constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social,
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de
2011) (Vigência)

§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão


"EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de
responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
(Vigência)
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de
responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única
empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
(Vigência)

§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá


resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária
num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal
concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 4º ( VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade


limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza
a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor
ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da
pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº
12.441, de 2011) (Vigência)

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no


que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

Cabe ainda salientar que uma pessoa não pode constituir duas EIRELES. Cabe apenas
uma EIRELE por CPF. Por fim, afirma-se que se aplica subsidiariamente as EIRELES o que se
aplica às LTDA. Apenas pessoas físicas poderão fazer EIRELE, ou seja, pessoa jurídica não
poderá ser sócia em uma EIRELE.

Outra questão importante, já adentrando um pouco nas empresas LTDA: imagina uma
determinada sociedade LTDA formada por duas pessoas. Se ocorre um evento e um dos sócios
vem a falecer. Será que a sociedade deixa de ser sociedade? Não, ela continua sendo uma
sociedade. O que ocorre neste caso: é a unipessoalidade incidental temporária, porque segundo
Código CIvil, o sócio remanescente terá um prazo de 180 dias: convidar mais alguém para
compor a sociedade, ou converter esta sociedade LTDA na figura do empresário individual ou
ainda seria possível transformar esta sociedade LTDA em uma EIRELE. Entretanto se nada for
feito (das três hipóteses): teremos a dissolução total da sociedade.
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento
e oitenta dias;

(Questão Exame XXI) - Rosana e Carolina pretendem reunir esforços para empreender uma atividade
econômica, constituindo uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Essa
iniciativa será possível se observada a seguinte condição:

a) Rosana poderá indicar Carolina como administradora, mas somente poderá figurar em uma
única empresa dessa modalidade.
b) Rosana e Carolina poderão ser coproprietárias de todas as quotas, mas estas serão indivisíveis
em relação a EIRELI, salvo para efeito de transferência.
c) não será cabível a desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI, diante da limitação de
responsabilidade de Carolina ao valor do capital social.
d) a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor, de que sejam detentoras
tanto Rosana quanto Carolina, vinculados à atividade profissional de ambas, poderá ser atribuída à
EIRELI constituída para a prestação de serviços.

4 – QUEM PODE EXERCER ATIVIDADE EMPRESÁRIA - CAPACIDADE

Não será toda pessoa que gozará de capacidade para exercer atividade empresária.
Afirma-se que tem capacidade aqueles que:

Pleno Gozo da Capacidade Civil (nao estiverem nos art. 3º e 4º do CC).

E Nao Forem Legalmente Impedidos.

Atenção  estes dois requisitos são cumulativos.

E quais são as hipóteses de impedimento:


falidos nao reabilitados.
chefes das forças armadas.
militares da ativa.
chefe das tres esferas do Poder Executivo (Governador, Prefeitos, Presidente).
leiloeiros.
servidores publicos (art. 117, X, da Lei 8.112/90) – mas cuidado que socio podera ser
acionista ou cotista. Ele podera ser socio, mas nao podera exercer atividade
empresaria. Mas ele podera ser investidor e figurar no quadro social.

Mas quem exercer atividade empresarial, estando legalmente impedido, responderá


pelas obrigações contraídas nos termos do artigo 973 do CC. Responde de maneira ilimitada,
inclusive criminalmente.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de


empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

Atenção para as exceções do artigo 974 do CC. Segundo este artigo diante da
incapacidade superveniente ou diante da incapacidade do sucessor, é possível que o incapaz
continue o exercício da atividade empresária. Exemplo: Imagina uma pessoa que vinha
exercendo a atividade empresária. E em algum momento esta pessoa é interditada (transtorno
bipolar). E de acordo com o artigo 3º do CC ele é incapaz.

Logo o dispositivo legal, se esta pessoa estiver devidamente representada (porque é


absolutamente incapaz), contando com autorização judicial (juiz irá verificar a possibilidade ou
não da concessão), é possível que ele continue a atividade empresária. Mas tudo isto através de
seu representante legal. Lembre-se ainda: que tal autorização poderá ser revogada a qualquer
tempo.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente


assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz,
por seus pais ou pelo autor de herança.

§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame


das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência
em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos
os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.

§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz


já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos
ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a
autorização.

§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas


Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma
conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de
2011)

I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade;


(Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)

II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei


nº 12.399, de 2011)

III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente


incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído
pela Lei nº 12.399, de 2011)

Ademais apresenta-se uma segunda hipótese: imagine um jovem de 17 anos, único


herdeiro de pais empresários. Estes genitores vêm a falecer. Este jovem poderá continuar a
atividade empresária de seus pais? Sim, desde que ele conte com um assistente (porque é
relativamente incapaz) e exista autorização judicial.

Vamos piorar um pouco a situação? Imagine aquele que é representante, torna-se


impedido. Se o representante legal de um determinado incapaz agora é impedido. O que poderá
ocorrer na prática? Será que pode existir nomeação de alguns gerentes? Tudo isto dependerá
de autorização judicial. Mas cuidado: ele nomeando um gerente continuará responsável pelos
atos cometidos pelo mesmo.

Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos


do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas
no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. O uso
da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante
do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
No que tange a autorização judicial para que absolutamente incapaz ou relativamente
incapaz continue exercendo atividade empresária deverá ser levada ao registro nas Juntas
Comerciais.

Mas será possível a Constituição de uma Sociedade entre marido e mulher? Sim, desde
que eles não sejam casados em Regime de Universal de Bens ou Separação Obrigatória Bens.

Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com


terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão
universal de bens, ou no da separação obrigatória.

Atenção  E no que tange ao empresário casado, será que o mesmo poderá alienar
galpão de sua sociedade empresária para terceiro, sem que para tanto tenha autorização de sua
esposa? Será que ele pode hipotecar o imóvel sem contar com a autorização da esposa? Ele pode
alienar e gravar sem precisar da outorga uxória. E isto independe do Regime de casamento.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga


conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

(Questão Exame XXI) - Paula, sócia administradora de Nova Trento Serviços Automotivos Ltda., cujo
capital encontra-se parcialmente integralizado, comunica aos demais sócios que pretende se afastar da
administração e indicar sua mãe Maria para a administração. O sócio Dionísio consulta seu(sua)
advogado(a) para saber a legalidade da indicação e eventual eleição, porque Maria não integra o quadro
social. O(A) advogado(a) respondeu corretamente que a indicação é

a) legal, desde que seja aprovada pela unanimidade dos sócios diante da não integralização do
capital social.
b) ilegal, porque não existe no contrato cláusula de regência supletiva pela Lei de Sociedades por
Ações.
c) legal, desde que seja inserida no contrato previamente a possibilidade de a administração ser
exercida por não sócio.
d) ilegal, pois o capital social deveria estar integralizado para que a indicação seja aprovada por
maioria de três quartos do capital.

5 – INSCRIÇÃO E AVERBAÇÃO DE FILIAL PARA ATIVIDADE EMPRESÁRIA


Imagine Guilherme com sua empresa de Hambúrguer com uma empresa na cidade de
Santa Cruz do Sul - RS. Considerando que seguidamente o mesmo vai veranear na cidade de
Balneário Camboriú – SC, deseja lá abrir uma filial. Para abrir esta empresa filial, é necessário o
registro e inscrição junto à Junta do Estado de Santa Catarina. Atenção  Existe igualmente a
necessidade de informações na Junta Comercial do Rio Grande do Sul do nascimento desta filial.

Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar


sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis,
neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.

Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento


secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede.

Lembre-se caro aluno que somente através do registro é que temos o nascimento da
personalidade jurídica. E dele decorre autonomia patrimonial (a empresa poderá possuir
patrimônio em seu próprio nome – para não existir confusão entre o patrimônio pessoal dos
sócios e aquele que é da propriedade da sociedade), negocial (pode formalizar negócios em seu
próprio nome) e processual (aqui a sociedade pode defender seus interesses em juízo em seu
nome).

6 – ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Mas afinal de contas o que é estabelecimento empresarial? Pelo Amor de Deus  Não é
igual a empresa. Lembre-se que empresa é atividade empresária. Portanto ninguém irá
comprar na atividade empresária, mas sim no estabelecimento empresarial.

Assim o Estabelecimento Empresarial trata-se do conjunto de bens materiais (carros,


imóveis, etc) e imateriais (ponto comercial, marca), tangíveis e intangíveis, corpóreos e
incorpóreos, que somados formam o chamado estabelecimento empresarial.

O estabelecimento de forma unitária poderá ser objeto de negócios jurídicos, sejam eles
translativos (1.143 do CC – transferência de propriedade do estabelecimento) ou negócios
constitutivos (art. 1.143 do CC – não existe transferência do estabelecimento). Será que este
estabelecimento poderá ser doado, arrendado, alienado? Sim, ele poderá ser objeto de negócios
jurídicos, sejam eles de negócios translativos ou constitutivos.

Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de


negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis
com a sua natureza.

Vale ressaltar que acaso seja realizado algum negócio, o contrato que tenha por objeto a
alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento empresarial somente produzirá
efeitos contra terceiros (erga omnes – contra toda coletividade – contra terceiros) depois de
averbado na inscrição do empresário e devidamente publicado na imprensa oficial (diário
oficial).

Mas atenção a Lei Complementar 123/06 no seu artigo 71. Tal dispositivo legal leciona
que os empresários e as sociedades que tratam esta lei ficam dispensados de publicação de
qualquer ato societário. Logo, contrariando o que acima visto, acaso estivermos diante da
alienação de uma Micro Empresa a mesma estará dispensada de publicar na imprensa oficial,
isto porque as Micro e Empresas de Pequeno Porte tem tratamento diferenciado e simplificado.

Art. 71. Os empresários e as sociedades de que trata esta Lei


Complementar, nos termos da legislação civil, ficam dispensados da
publicação de qualquer ato societário.

6.1 - Trespasse do Estabelecimento Empresarial

E no que tange ao trespasse, o que significa? É o nome dado pela doutrina como alienação
do estabelecimento empresarial. É o negócio jurídico de compra e venda que tem como objeto
o estabelecimento empresarial. São duas as partes quando houver um trespasse: aquele que
vende (trespassante) e aquele que compra (trespassatário).

O estabelecimento empresarial poderá ser vendido, desde que ele tenha quitado todos
os credores. Mas se ele tiver dívidas, mesmo assim ele poderá ser alienado? Sim, desde que ele
reserve parte destes bens que compõem o estabelecimento empresarial para que garanta o
pagamento dos credores (das dívidas).
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o
seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do
pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo
expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.

Mas igualmente peço atenção de vocês com o artigo 94, III, alínea C, da Lei 11.101/05.
Eis que quando o estabelecimento empresarial for alienado fora dos padrões do artigo 1.145 do
Código Civil poderão os credores solicitar falência. Ademais o artigo 129, inciso VI, da Lei
11.101/05 trata da possibilidade da revogação da alienação do estabelecimento empresarial
que não respeitou os parâmetros do artigo 1.145 do CC.

Outra questão importante é demonstrada através de exemplo: Tenho uma


Hamburgueria. Quero vende-la eis que quero morar nos EUA viver o sonho americano. Vendo
para o Prof. Nidal a Hamburgueria. Após 2 anos morando nos EUA, resolvo retornar ao Brasil
eis que senti muita saudade do Prof. Luiz Henrique. Assim resolvo abrir uma nova
Hamburgueria. Será que posso abrir? A lei diz que as partes poderão convencionar em seu
negócio algo sobre a possibilidade de concorrência. Mas se no contrato de trespasse nada falar?
Afirma o Código Civil que pelo período de 5 anos não posso abrir atividade idêntica ou similar.

Igualmente no caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento empresarial fica


vedada a concorrência durante o período de vigência do contrato (durante o lapso temporal do
contrato).

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do


estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco
anos subseqüentes à transferência.

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do


estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o
prazo do contrato.

Entretanto, caros alunos, gostaria igualmente que vocês se atentassem para a Súmula
646 do STF eis que a mesma leciona a proibição de lei municipal proibir a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área/região.
SÚMULA 646 DO STF - OFENDE O PRINCÍPIO DA LIVRE CONCORRÊNCIA
LEI MUNICIPAL QUE IMPEDE A INSTALAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS
COMERCIAIS DO MESMO RAMO EM DETERMINADA ÁREA.

Outro aspecto importante no tocante ao trespasse do estabelecimento empresarial


ocorre quando: por exemplo, se eu vender a Hamburgueria para Prof. Nidal, o mesmo irá
investir-se automaticamente em todos os contratos celebrados para que as atividades
continuem. A regra geral portanto é: a sub-rogação automática do trespasse. Assim se eu vendi
a Hamburgueria, o Prof. Nidal irá sub-rogar-se em todos os contratos do antigo proprietário.
Mas será que serão todos os contratos mesmo? Via de regra sim, muito embora as partes
poderão dispor em sentido diverso no contrato.

Mas muita atenção e cuidado: para os contratos personalíssimos (aqueles contratos em


razão da pessoa – confiança), não aplicamos a regra da sub-rogação automática. Por exemplo,
imaginem a contratação de uma assessoria jurídica. Este contrato é de confiança. Logo este
contrato não será sub-rogado de maneira automática.

Atenção  se cair na prova sobre a prorrogação automática do contrato de locação em


que está presente o estabelecimento comercial, responda que o mesmo instrumento admite
sub-rogação, eis que não apresenta caráter personalíssimo.
AULA 02
COOPERÁTIVÁ, SOCIEDÁDE LTDÁ & SOCIEDÁDE ÁNONIMÁ

7 – REGIME JURÍDICO – SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

No que tange as Cooperativas, a FGV costuma cobrar as seguintes questões: é possível


que Cooperativa desenvolva sua atividade sem capital? Sim, ela pode ser constituída mesmo
sem capital. Mas muita atenção: a Cooperativa deverá ser registrada no mesmo órgão onde se
registram os demais empresários, ou seja, nas Juntas Comerciais. Lembre-se ainda que os
empresários devem estar registrados nos Registros Públicos de Empresas Mercantis (Junta
Comercial).

Lembre ainda que a sociedade cooperativa é o resultado da união de pessoas que


contribuem com bens ou serviços para o desenvolvimento de uma atividade. Portanto elas não
visam lucro. Ademais as cotas não são transferíveis para terceiros estranhos, por causa do
caráter personalista da sociedade cooperativa.

Ademais não existe um número máximo de associados para compor a cooperativa.


Entretanto o número mínimo é aquele mínimo necessário para compor a administração.
Atenção: a responsabilidade dos sócios de uma Cooperativa poderá ser limitada ou
ilimitada, conforme o estatuto social.

Encerrando as Cooperativas é importante ainda salientar que também desenvolvem


atividade civil: os profissionais intelectuais. Mas quem é o profissional intelectual? Este é aquele
que desenvolve atividade de cunho científico, literário ou artístico. Exemplo: advogado,
engenheiro, contador, ator, médico. Todas as pessoas, como regra geral, desenvolvem atividade
civil.

(Questão Exame XXI) - Humaitá Comércio e Distribuição de Defensivos Agrícolas Ltda. sacou 4 (quatro)
duplicatas de compra e venda em face de Cooperativa dos Produtores Rurais de Coari Ltda., em razão
da venda de insumos para as plantações dos cooperados. Com base nestas informações, assinale a
afirmativa correta.
a) É facultado ao sacador inserir cláusula não à ordem no momento do saque, caso em que a forma
de transferência dos títulos se dará por meio de cessão civil de crédito.
b) Por se tratar de sacado cooperativa, sociedade simples independentemente de seu objeto, é
proibido o saque de duplicatas em face dessa espécie de sociedade.
c) Lançada eventualmente a cláusula mandato no endosso das duplicatas, o endossatário poderá
exercer todos os direitos emergentes dos títulos, inclusive efetuar endosso próprio a terceiro.
d) Sendo o pagamento das duplicatas garantido por aval, o avalista é equiparado àquele cujo nome
indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao sacado.

Ademais sociedade é união entre duas ou mais pessoas que se obrigam a somar forças
para a realização de um objetivo comum para ao final obterem renda. Claro que independe se é
débito ou crédito. Ou seja, se a empresa der lucro, ao final o mesmo deverá ser partilhado, o que
ocorrerá também acaso a empresa apresentar dívidas.

Outrossim quem são as pessoas jurídicas existentes em nosso ordenamento jurídico?


São as Pessoas Jurídicas de Direito Público (União, Estados, Autarquias, Municípios, ONU,
Estados Estrangeiros) ou Privado (que são Associações, Sociedades, Partidos Políticos,
Fundações, Organizações Religiosas, EIRELES).

Ademais qual é a diferença entre sociedade simples e a empresária? As sociedades


poderão ser personificadas ou não personificadas. A personificada é a sociedade que conta com
personalidade jurídica (simples e as empresárias). Já as não personificadas são as sociedades
em comum e as sociedades em conta de participação.

Assim a principal diferença entre sociedade simples e empresária é que elas


desenvolvem atividades diferentes. A sociedade empresária desenvolve empresária e a simples
desenvolve atividade civil.

Igualmente existe diferença no que tange ao Registro destas sociedades. As sociedades


simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, logo estas serão
registradas no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

Já as empresárias deverão ser registradas junto às Juntas Comerciais. E é somente com


o registro que nasce a sua personalidade jurídica. Ademais é importante que se ressalte: existe
um prazo que este registro seja realizado, ou seja, prazo de 30 dias. Assim acaso seja realizado
o ato constitutivo (contrato social) teremos prazo de 30 dias para levar o contrato social para
registro na Junta Comercial.

Atenção  lembre-se que os efeitos deste lapso temporal é ex tunc, ou seja, retroage. Já
se o ato constitutivo for registrado na Junta Comercial após os 30 dias os efeitos é ex nunc, não
retroage.

Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo


antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de
omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.

§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados


no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos.

§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente


produzirá efeito a partir da data de sua concessão.

Ainda no que tange ao Registro as sociedades empresárias deverão seguir um dos 5 tipos
de sociedade existentes no ordenamento jurídico brasileiro, tais sejam: a Sociedade em Nome
Coletivo, Sociedade em Comandita Simples, Sociedade Ltda, Sociedade em Comandita por Ações
e Sociedade Anônima.

No que tange as sociedades simples estas poderão aderir a um tipo societário


empresário. Mas veja, mesma que existe esta adesão, ela não deixará de ser sociedade simples.

Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos


tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode
constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo,
subordina-se às normas que lhe são próprias.

Mas será que a sociedade simples poderá aderir a qualquer tipo empresário? Vide artigo
982, parágrafo único. As sociedades por ações sempre serão sociedade empresária. Portanto,
podemos automaticamente concluir que as sociedades simples não poderão aderir as
sociedades por ações.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

No que tange a obrigatoriedade do registro, lembre-se que o mesmo ocorrendo gera


regularidade (autonomia empresarial) e permite várias vantagens: participar de licitação, etc.
E as pessoas obrigadas, responderão por omissão e demora no registro.

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de


Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo


antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de
omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.

§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas


e danos, em caso de omissão ou demora.

E quais são as principais espécies de Registro? São elas: a matrícula (aquela relacionada
aos auxiliares no comércio), o arquivamento (diz respeito ao arquivamento dos atos
constitutivos das sociedades e suas alterações) e a autenticação (diz respeito ao registro da
escrituração contábil).

O artigo 968 do Código Civil relaciona uma série de elementos que devem estar
presentes na inscrição do empresário. Muita atenção: ao regime de bens do empresário.

Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que


contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o
regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
Mas muita atenção estimados alunos. De acordo com Lei Complementar 123  para
Micro Empresa e Empresas de Pequeno Porte poderá ser dispensada a formalidade do artigo
968, II do CC.

Art. 4o Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e


entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3
(três) âmbitos de governo, deverão considerar a unicidade do processo
de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas, para
tanto devendo articular as competências próprias com aquelas dos
demais membros, e buscar, em conjunto, compatibilizar e integrar
procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de exigências e garantir
a linearidade do processo, da perspectiva do usuário.

I - poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura


autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações
relativas ao estado civil e regime de bens, bem como remessa de
documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM;

8 – AÇÃO RENOVATÓRIA

A Ação Renovatória trata-se da possibilidade do empresário que vem à locar um


determinado imóvel para estabelecer e exercer sua atividade empresária, buscar a renovação
judicial do contrato de locação.

São os requisitos para Concessão:

- Contrato Escrito e de Prazo Determinado.


- Prazo mínimo do contrato ou sua soma dos prazos ininterruptos – 5 anos.

Admite-se a Acessio Temporis é a possibilidade do somatório dos prazos dos contratos.


Mas lembre-se que a soma deste prazo é ininterruptos.

Atenção ilustres alunos: já existem julgados dos tribunais superiores determinando que
se houverem prazos pequenos (por exemplo: aquele referente a renegociação), as comprovada
a continuidade e a relação entre as partes, não existe a perda do prazo para o ingresso da ação
Renovatória.
- Locatário deve estar atuando no mesmo ramo da atividade pelo prazo mínimo e
ininterrupto de 3 anos.

- Estes requisitos devem ser atendidos de maneira cumulativa.

Entretanto no caso do locador. Será que existe algum argumento por parte do mesmo
para impedir esta renovatória? É possível sim que o locador apresente as exceções de retomada
(ou direito de recusa).

Assim o proprietário (locador) poderá retomar o imóvel para residir no local ou mudar
o destino do mesmo. Igualmente pode inclusive solicitar o imóvel para transferência de outro
estabelecimento empresarial, entretanto desde que este exista por mais de 1 ano e que o sócio
tenha capital majoritário.

Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:

II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de


fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da
maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.

Da mesma forma ele não está obrigado a renovar acaso venha receber determinação do
Poder Público para que efetue obras. Igualmente não está obrigado acaso receba proposta de
maior valor de terceiro, entretanto nesse caso ele terá que apresentar para o locatário a
proposta à fim de cumprir o direito de preferência. Tudo isto também poderá ser utilizado como
direito de exceções de retomada.

Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa


caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte:
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel
na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao
ponto ou lugar;

III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores;


IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52).

Outrossim qual é o prazo para propositura da Ação Renovatória? Quando faltar 1 ano
para terminar o contrato inicia-se o prazo, que irá durar até 6 meses antes de terminar o prazo
do contrato. Logo o prazo para entrar com Ação Renovatória será dos primeiros 6 meses
iniciais, quando faltar 1 ano para o final do contrato. E atenção: este prazo é decadencial.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá


direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:

§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no


interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores
à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

Muita atenção à Súmula: 482 do STF. A lei de luvas foi substituída, portanto cuidado com
esta súmula (tirar os NÃO). Vale o artigo 51, §1º da Lei 8.245/91.

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá


direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:

§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos


cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do
imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo
sublocatário.

Outrossim leciona o STJ que o novo contrato renovado judicialmente, não importa o
prazo do contrato anterior, eis que o novo contrato será renovado pelo período de 5 anos.

Por fim as Sociedades Simples sem fins Lucrativos também poderão valer-se de Ação
Renovatória, assim como os lojistas de Shoppings Centers.

9 – NOME EMPRESARIAL
O Nome Empresarial é o elemento de identificação da empresa (individualização) em
meio a coletividade. Estou falando em nome que identifica empresário individual, eireles e
sociedades empresariais. Tal nome é regido pelo princípio da Novidade e da Veracidade.

Importante ainda dizer que o nome empresarial a ser registrado deve ser um nome novo.
Por isso ele é registro pelo princípio da novidade. Logo não posso registrar nome empresarial
que já tenha existência, ou seja, respeitando o princípio da novidade.

Conforme Lei de nº 8934/94 em seu artigo nº 34 leciona sobre os princípios (novidade


e veracidade).

Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e


da novidade.

Já no que tange ao princípio da veracidade (da verdade), vamos exemplificar: imaginem


se temos uma sociedade de médicos. Digamos que alguém destes sócios venha a falecer. Será
que não seria correto retirar o nome daquele que faleceu, considerando a possibilidade de
alguém contratar um serviço em razão do nome do finado? Sim, acaso venha acontecer
estaremos frente a uma afronta ao princípio da veracidade, logo este nome terá que ser retirado
do nome empresarial.

Outrossim a retirada do nome do sócio também ocorrerá em caso de retirada


espontânea do sócio ou retirada coercitiva do mesmo. Sempre devemos observar o princípio
da veracidade. Assim se houver óbito, sob pena do espólio ou ex-sócio continuar a responder
igualmente quando fazia parte da sociedade.

Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro


já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já
inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.

Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.


Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos,
pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do
seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar,
não pode ser conservado na firma social.

Atenção  importante ressaltar que o Nome Empresarial não é igual a Marca, Título do
Estabelecimento ou Domínio de Internet. Uma coisa é nome empresarial, outra coisa é a marca.
O nome empresarial é para identificar a sociedade empresarial como um todo.

Outrossim uma vez registrado o ato constitutivo nós vamos garantir a proteção ao nome
empresarial. Mas vale ressaltar que esta proteção está respaldada somente na Unidade
Federativa aonde fora registrada a sociedade, até porque às Juntas Comerciais são
responsabilidade de cada Estado. Entretanto no tocante a Marca, a sua proteção ocorrerá no
âmbito nacional (lembre-se que marca é para identificar determinado produto e/ou serviços).

Mas Atenção: esta proteção conferida a Marca é uma proteção que ocorre unicamente
no ramo de atividade específico para aquele segmento desempenhado. Vale ressaltar que a
Marca adquire proteção a partir do registro no INPI.

Afirma-se ainda que o nome empresarial é inalienável.

Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.


Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos,
pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do
seu próprio, com a qualificação de sucessor.

Mas cuidado e atenção ao § único do artigo acima citado, eis que através do trespasse o
adquirente do estabelecimento empresarial, por ato entre vivos, poderá utilizar o nome
empresarial do alienante, desde que exista previsão no instrumento, e que esta utilização do
nome seja precedida (o nome do adquirente vai na frente ... sucessores de .... nome empresarial
antigo) do nome próprio do adquirente, acrescido da expressão: sucessor de.

Por fim e no que tange a denominação de uma sociedade simples, associação ou


fundação. Eles também poderão se valer dos instrumentos protetivos do nome empresarial?
Claro que sim.
9.1 - Espécies de Nome Empresarial

São duas espécies de nome empresarial: firma (razão) e a denominação.

A firma trata-se do nome empresarial construído a partir do nome civil de um, algum ou
de todos os demais sócios. A presença do ramo de atividade na firma é facultativa, ou seja, não
é obrigatória.

Entretanto a denominação é formada a partir do elemento fantasia. Esta tem que


necessariamente informar o ramo de atividade. Aqui estamos diante de uma obrigação.

Atenção  cuidado com a exceção do art. 72 da Lei Complementar 123/06. Aqui nos
casos de Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte a informação do ramo de atividade é
facultativa (é dispensável). Lembre-se do tratamento diferenciado para estas modalidades
empresariais.

Igualmente é importante lembrar que existem 5 tipos societários em nosso


ordenamento. Para cada um destes tipos existe uma forma de nome empresarial. Nas
sociedades que tivermos a presença de sociedade com responsabilidade ilimitada (nome
coletivo, comandita simples, comandita por ações, é obrigatório o nome de firma. Já nas S.A. ou
Ltda, como a responsabilidade é limitada, o nome poderá ser por denominação.

Mas cuidado com as exceções (duas):

- na sociedade limitada o nome empresarial também pode ser formado por firma.

- na comandita por ações o nome empresarial também pode ser formado por
denominação.

A palavra CIA ao final do nome empresarial tem função de demonstrar a existência de


outros sócios. Mas quando for no começo ou no meio do nome empresarial isto quer dizer que
identifica uma S.A.
Já no tocante ao nome empresarial do empresário individual este é formado por Firma.
Já no tocante do nome empresarial da EIRELE, ela poderá ter como nome Firma ou
Denominação. Mas lembre-se sempre que ao final terá que ter a denominação EIRELE.

Já o nome empresarial da Micro Empresa deve vir o acréscimo de ME (por extenso ou


simples ME) o mesmo vale para a EPP. Cuidado com o 1.158 §2º CC  fala sobre a
obrigatoriedade da denominação. Mas em Micro Empresa e EPP não existe necessidade em face
do tratamento diferenciado que estas modalidades recebem.

Já no que tange a Cooperativa ela irá antes do objeto  referente ao nome empresarial.

E se houver choque (colisão) entre nome empresarial e marca? A resposta para estes
tipos de conflito deve levar não apenas a anterioridade, mas conforme jurisprudência do STJ
deve ser resolvido levando-se em consideração a anterioridade (quem registrou primeiro), a
especificidade (o ramo de atividade de quem detém o nome e a marca) e a territorialidade (área
de atuação do detentor do nome e da marca).

10 – CLASSIFICAÇÕES DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

10.1 - Primeira Classificação – Ato Constitutivo

Quanto ao ato constitutivo as sociedades se dividem em sociedades estatutárias


(institucionais – aqui tenho estatuto social – aqui temos acionistas – aqui existe vínculo único
para com a sociedade somente) e contratuais (aqui tenho contrato social – aqui temos os
cotistas – na sociedade contratual temos duplo vínculo, ou seja, vínculo com a sociedade e com
os demais sócios).

Já a Sociedade Anônima e a Sociedade por Comandita por Ações  são sociedades


estatutárias. Na sociedade contratual o capital social é divido por cotas, já nas Sociedades
Anônimas e Sociedade por Comandita por Ações o capital social é dividido por ações.

10.2 - Segunda Classificação – Alienação da Participação Societária


As sociedades empresárias dividem-se em sociedades de capital e de pessoas (sociedade
personalista).

Nas sociedades de pessoas os atributos pessoais são relevantes. Aqui como regra (tem
exceção no artigo 1.057 do CC) não existe como terceiro estranho entre na sociedade, salvo se
houver concordância de todos os sócios. Aqui não existe livre circulação de cotas.

Atenção  a princípio não existe como penhorar as cotas, mas sim os direitos referentes
às cotas. Aqui temos como exemplos de sociedade: Sociedade de Comandita Simples e
Sociedade em Nome Coletivo.

Já nas sociedades de capital os atributos pessoais são irrelevantes. Aqui para entrar, por
exemplo o terceiro, basta que ele tenha capacidade financeira, sem que os sócios ofereçam
qualquer oposição. Isto ocorre porque aqui nesta sociedade existe livre circulação de ações.
Ademais estas ações poderão ser inclusive penhoradas. Aqui temos como exemplos de
sociedade: S.A, Sociedades de Comandita por Ações.

Atenção  a LTDA poderá ser tanto como sociedade de capital, como de pessoas.

10.3 - Terceira Classificação – Responsabilidade dos Sócios

Tipo Societário que Sócios Respondem Limitada  Ltda e S.A.

Tipo Societário que Sócios Respondem Ilimitada  Sociedade em Nome Coletivo.

Tipo Societário que Sócios Respondem Mistas  Comandita Simples e Comandita por
Ações.

Na Comandita Simples nós temos a classe dos sócios comanditados (respondem


ilimitadamente) e os comanditários (respondem limitadamente). Já na sociedade de Comandita
por Ações temos duas classes de sócios: o sócio diretor (respondem ilimitadamente) e o sócio
comum (respondem limitadamente).
Atenção  não importa qual o tipo societário, a empresa sempre responderá
ilimitadamente.

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade


ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles
poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a
expressão "e companhia" ou sua abreviatura.

Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas


obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes,
figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.

11 – AUTONOMIA PATRIMONIAL DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

A sociedade adquire a personalidade jurídica através do registro. E um dos favores legais


decorrentes da autonomia patrimonial, que é consequência do registro: é o benefício de ordem.

Mas afinal do que se trata tal benefício de ordem? Trata-se da garantia dos sócios de não
perderem seus bens enquanto a sociedade tiver bens (patrimônio social). Mas se a sociedade
não ter bens suficientes para saldar a obrigação, o credor como segunda alternativa poderá
tentar buscar o patrimônio dos sócios como responsabilidade subsidiária.

Ademais o patrimônio dos sócios somente será atingido de acordo com o tipo societário
optado. Por exemplo: na LTDA o sócio responde até o limite das suas cotas.

Atenção  o credor somente poderá atingir o patrimônio dos sócios que não tenham
havido integralizado o valor prometido por suas cotas. Ademais lembre-se ainda que existe
solidariedade entre os sócios no que tange a obrigação da integralização das cotas.

Na sociedade anônima todos os sócios respondem limitadamente, mas não existe


solidariedade no que tange aos sócios.

(Questão Exame XXI) - Bernardino adquiriu de Lorena ações preferenciais escriturais da companhia
Campos Logística S/A e recebeu do(a) advogado(a) orientação de como se dará a formalização da
transferência da propriedade. A resposta do(a) advogado(a) é a de que a transferência das ações se
opera:

a) pelo extrato a ser fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária
das ações.
b) pela inscrição do nome de Bernardino no livro de Registro de Ações Nominativas em poder da
companhia.
c) pelo lançamento efetuado pela instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações
de Lorena e a crédito da conta de ações de Bernardino.
d) por termo lavrado no livro de Transferência de Ações Nominativas, datado e assinado por
Lorena e por Bernardino ou por seus legítimos representantes.

12 – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

A Desconsideração da Personalidade Jurídica nasceu na doutrina. A mesma passa a ser


possível uma vez demonstrada prática por sócio/administrador de ato fraudulento, de maneira
abusiva (desvio de finalidade ou confusão patrimonial), como meio de enriquecer ilicitamente.
Assim este que cometeu o ato poderá ter seu patrimônio pessoal atingido de maneira ilimitada.

Mas lembre-se: que aqui teremos a invasão do patrimônio do sócio e/ou administrador
que agiu abusivamente. Ou seja, não será todo e qualquer sócio que será atingido.

Este pedido será feito pela parte credora e poderá ser realizado ainda inclusive pelo
Ministério Público.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo


desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores
ou sócios da pessoa jurídica.

Atenção  não podemos confundir desconsideração com despersonalização. A


desconsideração da personalidade jurídica não implica na retirada da sociedade (será apenas
de momento), permitindo assim que seja alcançado o patrimônio do sócio que fez o ato
fraudulento.

Súmula 435 do STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa


que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos
órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente.

Vale ressaltar que em nosso Ordenamento Brasileiro foi adotado a Teoria Maior para
Desconsideração da Personalidade Jurídica  é majoritária  mais exigente, eis que apresenta
aspectos objetivos de prova  desvio de finalidade e confusão patrimonial  assim atinge ao
sócio que apresenta intenção de fraudar a lei ou prejudicar credores.

Por fim, será que é possível a Desconsideração Inversa da Personalidade Jurídica  esta
teoria não encontra norma legal. Mas a nossa jurisprudência admite esta teoria, inclusive o STJ.
Mas do que se trata a desconsideração inversa? Aqui é quando a obrigação é da pessoa física,
mas fica demonstrado na demanda judicial que aquela pessoa física não tem mais nada em seu
nome natural e transferiu tudo para empresa. Logo, considerando que agiu com fraude e abuso,
a demanda poderá ser revertida contra a empresa em que a pessoa natural é sócia.

(Questão Exame XXII) - A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi


requerida em um processo de execução por título extrajudicial. O advogado do executado manifestou-
se contrariamente ao pedido, sob a alegação de cerceamento de defesa de seu cliente, somente cabendo
a desconsideração se requerida em ação de conhecimento ajuizada especificamente contra o sócio da
sociedade empresária devedora.

Sobre a argumentação acima, assinale a afirmativa correta.


a) Procede, porque o pressuposto para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica é
sempre a conduta ilícita do sócio perpetrada por meio da personalidade da pessoa jurídica; portanto, é
imprescindível a demonstração cabal da culpa em ação de conhecimento.
b) Procede, porque o requerimento de instauração do incidente de desconsideração deve
demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos, dentre eles o desvio de finalidade da
pessoa jurídica, que só pode ser feito em ação de conhecimento, onde estarão preservados o
contraditório e a ampla defesa.
c) Não procede, porque, ao contrário do afirmado pelo advogado, o incidente de desconsideração
só é cabível no cumprimento de sentença e na execução de título executivo extrajudicial, pois, no
processo de conhecimento, a desconsideração só pode ser decretada na sentença de mérito.
d) Não procede, porque o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

13 – ESPÉCIES DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

13.1 - Sociedade em Nome Coletivo


- Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
- Poderão ser administradores as pessoas que são sócios.
- Poderão ser sócios apenas pessoas físicas.
- Regida subsidiariamente pelas normas da sociedade simples.

13.2 - Sociedade em Comandita Simples


- Sócios comanditados e comanditários de acordo com o contrato social.
- Aqui eu aplico subsidiariamente normas das sociedades em nome coletivo.
- Sócio comanditário não poderá praticar qualquer ato de administração/gestão.
- Sócio comanditário não poderá ter o nome na firma social.
- Sócio comanditados terão os mesmos direitos/deveres dos sócios da sociedade acima.

13.3 - Sociedade em Comandita por Ações


- Sócio Diretor poderá administrar.
- Sócio Diretor terá responsabilidade subsidiária e responde após a fim dos bens sociais.
- Aplico as Regras da S.A.
- Subsidiariamente aplico as Regras do Código Civil.
- O objeto da sociedade não poderá ser alterado em assembleia sem autorização
diretores.
- Sem autorização de diretores não poderá ser alterado o capital social.

13.4 - Sociedade Ltda


- Norma Aplicada a Sociedade Ltda – 1.052 até 1.087 do CC.
- Ato Constitutivo – o ato constitutivo é o Contrato Social da empresa LTDA.
- O nome empresarial pode ser formado: tanto por firma ou denominação.
- O capital social é dividido por cotas (são os famigerados cotistas).
- Nas sociedades Ltda --> respondem limitadamente conforme suas cotas.
- A sociedade é Híbrida  pode ser tanto como sociedade de capital ou pessoas.

No que tange as Deliberação dos Sócios nas sociedades LTDA, algumas matérias vão
depender de deliberação. Lembrem-se que estas matérias poderão estar indicadas na lei ou no
contrato social. Como por exemplo: retirada de administrador, modificação de contrato social.
Vide artigo 1.071 do CC.

Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras


matérias indicadas na lei ou no contrato:

I - a aprovação das contas da administração;

II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;

III - a destituição dos administradores;

IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;

V - a modificação do contrato social;

VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do


estado de liquidação;

VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas


contas;

VIII - o pedido de concordata.

Exemplificando: acaso existir necessidade de fusão entre sociedades, qual é a


necessidade de votos necessários para ser operada a fusão? Será de no mínimo ¾ (75%) do
capital social. Vale ressaltar ainda que a vontade da maioria obriga os demais.

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as


deliberações dos sócios serão tomadas:
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a três quartos do capital
social, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071;

Cabe ainda afirmar que a Deliberação dos Sócios poderá ser por uma reunião (10 sócios
ou menos, poderá ser por reunião) ou por assembléia (mais de 10 sócios, obrigatoriamente
serão por assembléia).

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art.


1.010, serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto
no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos
casos previstos em lei ou no contrato.

§ 1o A deliberação em assembléia será obrigatória se o número dos


sócios for superior a dez.

Ainda temos a realização e observância do Princípio Majoritário das Deliberações


Sociais, isto é, que deverá ser respeitada a maioria legal dos sócios presentes, obrigando
inclusive os demais ausentes.

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art.


1.010, serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto
no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos
casos previstos em lei ou no contrato.

§ 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3o do


art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por
escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.

E o que será que irá ocorrer acaso ocorram Deliberações que Não Estejam de Acordo
com a Lei ou Contrato  tornaram ilimitada a responsabilidade daqueles sócios que
participaram da mesma. Ou seja, aqueles que expressamente tenham aprovado serão
responsabilizados.

Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam


ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
No que diz respeito ao Capital Social da Empresa Ltda o mesmo é dividido em cotas,
iguais ou desiguais, sendo que todos os sócios deverão contribuir para a formação do mesmo
através de dinheiro, bens ou créditos.

Quando algum sócio contribui com a formação do capital com um bem, pelo valor
estimado ao bem que foi utilizado para subscrição do capital social, todos os sócios responderão
solidariamente, pelo prazo de 5 anos, pela data do registro da sociedade.

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais,


cabendo uma ou diversas a cada sócio.

§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social


respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da
data do registro da sociedade.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Outrossim será ser possível que o capital social seja diminuído ou aumentado? Se o
capital da sociedade não foi totalmente integralizado, não posso pensar em aumentar. O capital
social poderá ser aumentado, desde que totalmente integralizado.

Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as


quotas, pode ser o capital aumentado, com a correspondente
modificação do contrato.

§ 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para


participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.

§ 2o À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto no caput do


art. 1.057.

§ 3o Decorrido o prazo da preferência, e assumida pelos sócios, ou por


terceiros, a totalidade do aumento, haverá reunião ou assembléia dos
sócios, para que seja aprovada a modificação do contrato.

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a


correspondente modificação do contrato:
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;

II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital


será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das
quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de
Empresas Mercantis, da ata da assembléia que a tenha aprovado.

Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será


feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou
dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição
proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas.

§ 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da


assembléia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título
líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.

§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no


parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento
da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.

§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente,


proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis,
da ata que tenha aprovado a redução.

Outrossim e no tocante a redução do capital social, será que é possível? E o princípio da


intangibilidade do capital social? E no tocante aos eventuais credores, eles não ficarão
prejudicados? O que o princípio da intangibilidade quer resguardar é o risco para a distribuição
de lucros para os sócios. Ademais não se permite a distribuição de lucros fictícios.

Assim em determinadas situações o capital social poderá ser reduzido conforme reza o
1.082 e 1.031 do Código Civil. Nestes artigos estão citadas as possibilidades de redução do
capital social da sociedade. São as presentes possibilidades:

no caso de perda irreparavel (desde que capital esteja integralizado totalmente).


se excessivo em relaçao ao seu objeto (capital muito maior do que o objeto
explorado).
no caso de retirada dos socios (retirada do valor patrimonial referente suas cotas).
Mas atençao: podera ter reposiçao da retirada (cotas) pelos demais socios que
permaneceram.

Atenção e sempre lembre: a modificação do contrato sempre dependerá da autorização


de ¾ (75%) daqueles cotistas.

E como será que fica o poder decisório da sociedade Ltda? O Poder de Controle (ou de
decisão na sociedade Ltda) é exercido por aquele que detiver a maioria de votos, contados
segundo o valor das cotas de cada um daqueles sócios.

Assim em caso de deliberação e poder decisão, quais são critérios utilizados? O primeiro
critério é o volume da participação dos sócios no capital social da empresa. O segundo critério
é o número de sócios que votaram. Já o terceiro critério, em caso de empate nos demais, caberá
ao magistrado decidir a quem terá o poder de decisão.

Já no que tange a Administração da Sociedade Ltda, poderá a mesma ser administrada


por uma ou mais pessoas, independe de ser sócios ou não.

Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de


aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.
(Redação dada pela Lei nº 12.375, de 2010

Ademais para que ocorra a administração por não sócios, existem alguns critérios para
serem observados. Será exigida uma aprovação de 2/3 (66,66%) do capital social. Entretanto
se o capital social não estiver totalmente integralizado, para que seja designado administrador
não sócio, dependerá de aprovação total do capital social.

Entretanto ainda existirá a possiblidade da Administração Ltda ser colegiada, ou seja,


por todos os sócios. Assim se a administração da sociedade LTDA for atribuída para todos os
sócios a condição de administração não se estenderá aos que posteriormente adquiriram essa
condição.
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas
designadas no contrato social ou em ato separado.

Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios


não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa
qualidade.

Atenção  aqueles que entram posteriormente na sociedade, não se exigirá


instrumentalização (assinatura) deste. Outrossim para que este sócio que vem integrar
posteriormente a sociedade venha ter poderes de administração será necessário um ato aditivo
que o integre como administrador com poderes para tanto.

Outro fato que clama atenção de vocês, estimados alunos, trata-se da chamada Teoria
Ultra Vires (Além do Pacto da Sociedade). Sendo assim será que a sociedade pode ser
responsabilizada por um administrador que administra (pratica) negócio jurídico totalmente
fora do âmbito celebrado no contrato social? Sem qualquer autorização do contrato social? Se
o administrador atua dentro do limites e poderes que lhe foram entregues seus atos obrigam a
sociedade. Entretanto se for além destes poderes, seus atos não poderão ser obrigados dos
demais sócios/sociedade.

Por fim, no que tange a Dissolução da Sociedade Ltda, cabe dizer que são formas de
dissolução social:

- O fim do prazo determinado (duração) da sociedade  poderá levar a extinção


(dissolução) da sociedade empresarial.

- Se a sociedade Ltda perde seu número de sócios, e não seja integrado outro no prazo
de 180 dias, tampouco convertida em EIRELE  poderá levar igualmente a dissolução
da sociedade empresarial.

- falência.
Mas a dissolução da sociedade não necessariamente será conforme acima, ou seja, total.
A sociedade empresária Ltda poderá ser dissolvida de maneira parcial. Por exemplo: a retirada
de um sócio é capaz de ensejar a dissolução parcial.

Ainda no que tange a dissolução total da sociedade empresarial cabe afirmar que
compreende 3 etapas (fases):
- rompimento do pacto social.
- liquidaçao (ou realizaçao do capital) para pagamento dos credores.
- partilha onde o valor que sobrou devera ser partilhado entre os socios (cfe. cotas).

Já a exclusão extrajudicial de um sócio da sociedade empresarial. Para que seja possível


a exclusão do sócio sem processo judicial. Ademais os requisitos do artigo 1.085 do CC deverão
ser atendidos:
- maioria do capital social (mais da metade do capital social).
- o contrato social traga previsao expressa de exclusao por justa causa.
- convocaçao de reuniao/assembleia para tratar sobre a exclusao.
- deve ser conferido o direito de defesa ao socio que pretende-se ser excluído.

Por fim será que é possível a exclusão extrajudicial de sócio majoritário? Não, porque é
necessário que os sócios que desejam excluir alguém precisam ter mais do que a metade do
capital social. Entretanto será possível a exclusão do sócio majoritário por via judicial.

Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único,


pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria
dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações,
ou, ainda, por incapacidade superveniente.

Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio


declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos
do parágrafo único do art. 1.026.

13.5 - Sociedade Anônima


- Norma da S.A. – Lei 6.404/76
- Aplico subsidiariamente as normas do Código Civil.
- Nome empresarial da S.A. sempre será por denominação.
- Seu ato constitutivo é o estatuto social.
- O capital social é dividido por ações.
- Aqui todos os sócios respondem limitadamente no valor de suas ações.
- Aqui também não temos solidariedade entre os sócios na integralização das ações.

A construção de uma sociedade anônima exige duas ou mais pessoas (regra da


pluralidade). Mas cuidado que temos as sociedades subsidiárias integrais: aqui só tenho uma
pessoa, e atenção: ela é pessoa jurídica.

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública,


tendo como único acionista sociedade brasileira.

§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral


deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º,
respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu
parágrafo único.

§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante


aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos
termos do artigo 252.

Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao


patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la em
subsidiária integral, será submetida à deliberação da assembléia-geral
das duas companhias mediante protocolo e justificação, nos termos dos
artigos 224 e 225.

§ 1º A assembléia-geral da companhia incorporadora, se aprovar a


operação, deverá autorizar o aumento do capital, a ser realizado com as
ações a serem incorporadas e nomear os peritos que as avaliarão; os
acionistas não terão direito de preferência para subscrever o aumento
de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da companhia,
observado o disposto no art. 137, II, mediante o reembolso do valor de
suas ações, nos termos do art. 230. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de
1997)

§ 2º A assembléia-geral da companhia cujas ações houverem de ser


incorporadas somente poderá aprovar a operação pelo voto de metade,
no mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar, autorizará a
diretoria a subscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta
dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação terão direito de
retirar-se da companhia, observado o disposto no art. 137, II, mediante
o reembolso do valor de suas ações, nos termos do art. 230. (Redação
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 3º Aprovado o laudo de avaliação pela assembléia-geral da


incorporadora, efetivar-se-á a incorporação e os titulares das ações
incorporadas receberão diretamente da incorporadora as ações que lhes
couberem.

§ 4o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas especiais


de avaliação e contabilização aplicáveis às operações de incorporação de
ações que envolvam companhia aberta. (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)

Art. 253. Na proporção das ações que possuírem no capital da


companhia, os acionistas terão direito de preferência para:

I - adquirir ações do capital da subsidiária integral, se a companhia


decidir aliená-las no todo ou em parte; e

II - subscrever aumento de capital da subsidiária integral, se a


companhia decidir admitir outros acionistas.

Parágrafo único. As ações ou o aumento de capital de subsidiária integral


serão oferecidos aos acionistas da companhia em assembléia-geral
convocada para esse fim, aplicando-se à hipótese, no que couber, o
disposto no artigo 171.

No que tange as Formas de Ações da Sociedade Anônima apresentamos: valor nominal,


valor patrimonial e valor de negociação.

O Valor Nominal: e o resultado da divisao total do capital social pelo quantitativo de


açoes de cada acionario.
O Valor Patrimonial: e aquele referente a participaçao do patrimonio líquido de cada
acionario.

O Valor de Negociaçao: e o valor (resultado) do comercio das açoes.

Outrossim no que diz respeito as Classificação das Ações Quantas às Vantagens de Seus
Titulares teremos:

Áçoes Ordinarias: sao aquelas de emissao obrigatoria. Elas conferem direitos comuns
a seus titulares (voto e participar nos lucros e perdas nas S.Á.). Mas aqui nao existe
privilegio ou restriçao.

Áçoes Preferenciais: aqui quem as detem possui vantagens. Por exemplo: prioridade
na distribuiçao de lucros.

Áçoes de Gozo ou Fruiçao: este tipo acionario e utilizada para deduzir (amortizar) as
dívidas da sociedade anonima.

Importante dizer que as ações poderão ser convertidas em uma na outra. Isto somente
poderá ocorrer se houver autorização e naquilo que determinar o estatuto social da sociedade
anônima.

Ademais no que tange as Classificação das Ações, ou seja, conforme sua circulação,
aponta-se a existência das:

Áçoes Nominativas: estas açoes sao aquelas onde os titulares estao nominados no
livro de registro de açoes nominativas. Vide artigo 31 da Lei das S.Á.

Áçoes Escriturais: estas açoes sao tambem nominativas. Mas a sua diferença e no
tocante a sua transferencia. Ás Escriturais nao sao transferidas por livros ou termos
proprios, mas sim por conta de deposito (banco – movimentaçao bancaria).
A Classificação das Ações no tocante a possibilidade de negociação de seus valores
mobiliários são:

Áçoes Ábertas: e uma sociedade anonima que esta autorizada a negociar seus valores
mobiliarios no mercado de capitais. Portanto esta autorizada pela Comissao de
Valores Mobiliarios. Mas o que sao os valores mobiliarios (sao exemplos: debentures,
açoes)? Sao títulos de investimento emitidos pela sociedade anonima que detenham
vontade de captar recursos no mercado. Ja o mercado de capitais e aquele formado
pela Bolsa de Valores (sao entidades privadas) e Mercado de Balcao.

Áçoes Fechadas: aqui nao tem autorizaçao pela Comissao de Valores para negociaçao
de valores mobiliarias.

 Atenção ao artigo 47 da Lei das S.A. – as companhias abertas (ações abertas) não
poderão emitir partes beneficiárias.

São requisitos preliminares para Constituição de Sociedade Anônima (vide artigo 80/81
da Lei S.A):

Á subscriçao de pelo menos duas ou mais pessoas de todo o valor que divide o capital
social.

Previo pagamento, como entrada, de pelo menos 10% do preço de emissao das açoes
subscritas em dinheiro. Mas existem algumas industrias ou instituiçao financeira este
percentual podera ser maior, de acordo com lei propria.

Deposito em Estabelecimento Bancario (regra B. Brasil) autorizado pela Comissao de


Valores Mobiliarios da parte do capital que esta sendo satisfeito em moeda corrente.

Outrossim qual é diferença entre Subscrição Pública e Particular:

Á subscriçao particular ocorre quando o capital necessario para a sociedade anonima


ja foi angariado pelos proprios fundadores da sociedade.
Á subscriçao publica ocorrera quando houver necessidade de captaçao de valores no
mercado publico.

Quem são os Órgãos da Administração da Sociedade Anônima:

- Assembléia Geral:
- é o órgão máximo da Sociedade Anônima. Vide artigos 121/137 – S.A.
- aqui é o órgão deliberativo.
- tem o poder de decidir sobre toda conteúdo, organização e futuro da sociedade.
- poderá ser Ordinária (art. 132) e Extraordinária (art. 135-136).

- Conselho de Administração:
- tem formação facultativa.
- responde pela orientação geral dos negócios da sociedade anônima.
- Atenção: não é de presença obrigatória.
- Somente será obrigatória: nas Sociedades Anônimas de Economia Mista, Aberta
e Autorizada.

- Diretoria (artigos 143 e 144 das SA)


- é o órgão de execução das sociedades.
- ele é o órgão de representação da sociedade (executa as tarefas).

- Conselho Fiscal:
- tem o poder de fiscalização das sociedades.
- trata-se de órgão obrigatório.
- Obs: nas Sociedades de Economia Mista  tem funcionamento permanente.
- Vide artigo 240 da Lei das S.A.

A Sociedade Anônima poderá ser dissolvida:


podera ocorrer de pleno direito.
podera ocorrer por decisao judicial.
podera ocorrer por decisao de autoridade administrativa competente.
A dissolução de pleno direito poderá ocorrer quando extinguir o prazo de duração de
S.A. Ou poderá ocorrer quando houver somente um societário e na próxima assembléia
ordinária (ano seguinte) não existir a entrada de pelo menos mais de um sócio. A decisão por
autoridade administrativa competente irá ocorrer conforme lei, como por exemplo falta de
autorização para negociação de ações no Mercado de Capitais.

Após a dissolução da sociedade anônima, teremos o procedimento de liquidação da


Sociedade Anônima. Mesmo que dissolvida a sociedade irá conservar sua personalidade até sua
extinção. Posteriormente vem à questão da partilha. Após pago os débitos, teremos Assembléia
para deliberar sobre a distribuição de acordo com as ações.

A Sociedade Anônima também poderá ocorrer se houver fusão (corresponde a união das
sociedades, fazendo nascer uma nova sociedade, vindo a desaparecer as sociedades antigas),
incorporação e cisão total da sociedade.

14 – OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS

Transformação: a transformação é a operação societária através da qual uma sociedade


poderá passar de um tipo a outro. Para que ela ocorra deverá ter autorização de todos os sócios
(posição unânime dos sócios). Vide artigo 220 da Lei das S.A. Se a operação societária de
sociedade anônima uso a lei das S.A. Entretanto caso contrário uso o Código Civil, à partir do
artigo 1.113 CC.

Incorporação: é a operação pela qual uma sociedade absorve uma ou outras sociedades,
sucedendo estas em todos os seus direitos e obrigações, vindo igualmente a ter os seus
patrimônios. Estas sociedades absorvidas (incorporadas) deixarão de existir.

Fusão: é a operação cuja a mesma cria uma nova sociedade para vir a substituir as
sociedades que foram fundidas. Estas últimas serão extintas. O patrimônio passará a compor o
capital social da nova sociedade e não existirá prévia liquidação. Vide artigo 228 da Lei das S.A.
Cisão: é a operação de reorganização societária através da qual uma sociedade irá
transferir parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedade. Se houver transferência
total teremos extinção da sociedade cindida, entretanto poderemos ter a transferência parcial
onde não haverá extinção, ocorrendo apenas uma redução parcial de seu patrimônio.

15 – SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS

São as sociedades sem personalidade jurídica. São elas: Sociedade Comum e Sociedade
em Conta Participação.

As Sociedades em Comum (vide artigo 986 até 990 do CC)  são aquelas sociedades cujo
ato constitutivo não foi levado à registro no órgão competente. Ela poderá ser sociedade comum
de fato ou irregular. Ademais de maneira complementar aplica-se os dispositivos das
sociedades simples no que forem compatíveis. Elas não possuem personalidade jurídica,
portanto não goza de autonomia daqueles atributos da das sociedades que são personificadas
(autonomia processual, patrimonial e negocial).

- Sociedade Comum de Fato: não tem ato constitutivo.


- Sociedade Comum Irregular: é aquela que tem um ato constitutivo, mas não foi
levado o seu registro ao órgão competente.

Ademais as sociedades sem personalidade jurídica serão representadas em juízo pela


pessoa que estiver em administração dos bens da sociedade. Então temos uma exceção ao
princípio da autonomia, eis que estas sociedades em comum não apresentam personalidade
jurídica (sem autonomia, portanto).

Como faço a prova para comprovar a Sociedade em Comum: esta prova se realiza à partir
da prova escrita. E mais atenção ainda: Sociedade em Comum de Fato sequer poderá comprovar
eis que não existe ato constitutivo, logo não poderá demandar em juízo. Ao contrário do credor
de uma Sociedade Comum de Fato poderá demandar através de qualquer prova em direito
admitida eis que este não tem qualquer culpa pela inexistência de ato constitutivo.
E no tocante ao Patrimônio Especial da Sociedade em Comum: os bens utilizados formam
o chamado patrimônio especial. Será que ela poderá ter patrimônio em seu nome? Não eis que
não tem personalidade. Mas de quem são estes bens (aqueles afetados a sociedade)? Forma o
patrimônio especial e pertencem a todos os sócios em igualdade de condições.

Será que a Sociedade em Comum goza do Benefício de Ordem (primeiro os bens da


empresa e posteriormente aqueles dos sócios)? As sociedades em comum, apesar de estranho,
também gozam do benefício de ordem. Logo o credor primeiro terá que excutir o patrimônio
especial, e posteriormente o patrimônio especial dos sócios.

Atenção  O sócio que contratou não será beneficiado com o Benefício de Ordem no que
tange a Responsabilidade da Sociedade em Comum. Assim o credor poderá ir direto no
patrimônio pessoal do sócio que contratou. Os demais sócios estarão albergados com o
Benefício de Ordem. Todos os sócios da Sociedade em Comum responderão de forma ilimitada
e serão solidários entre eles.

Já no que tange a Sociedade em Conta Participação (vide artigos 991 ao 996 do Código
Civil) Aqui aplico subsidiariamente os dispositivos das sociedades simples.

Esta sociedade é secreta. O sócio ostensivo é aquele que administra a sociedade em conta
participação. Os demais são sócios ocultos, ou seja, são meros investidores e não aparecem na
Sociedade em Conta Participação.

Mas esta sociedade não tem Personalidade Jurídica? O sócio ostensivo, como é ele que
gestiona o negócio, será a pessoa que irá contratar. Os demais sócios ocultos (investidores)
ficarão na realidade aguardando a entrada de dinheiro para recuperar o capital investido e
auferir dividendos (ter lucro).

E quanto aos empregados acaso queiram ajuizar demanda trabalhista? Irão demandar
somente contra o sócio ostensivo. Este sócio é que responde por todos os riscos atinentes a
atividade. Os demais não terão responsabilidade contra terceiros. Isto vale também no tocante
ao recolhimento de tributos e contribuições sociais.
Mas se um sócio oculto pratica algum ato de gestão, por aquele ato ele responderá
solidariamente junto com o sócio ostensivo. Ademais, conforme artigo 996 do CC, poderemos
ter mais de um sócio ostensivo.

A Sociedade em Conta Participação poderá ser criada sem qualquer observação de


formalidade. Portanto é necessário criar ato constitutivo? Não necessariamente, mas na prática
ocorre e é registrado. E mesmo com registro do ato constitutivo, ele terá personalidade jurídica?
Não, porque ele não depende de formalidades.

A Sociedade em Conta Participação não poderá ter nome empresarial (vide artigo 1.162
do CC). Logo se ela tem natureza secreta, não poderá ter identificação.

Ademais a Sociedade em Conta Participação não poderá ser declarada falida, mas
poderão falir os sócios. Acaso o sócio ostensivo venha falir, a sociedade deverá ser dissolvida.
Mas atenção: falindo o sócio participante, não haverá a dissolução automática da Sociedade em
Conta Participação. (vide artigo 994 do CC).

(Questão Exame XX) - O engenheiro agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele
realiza, em nome próprio, a exploração de culturas de soja e milho, bem como criação intensiva de gado.
A atividade em todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e
insumos de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial. Com base nessas informações, é
correto afirmar que

a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário


independentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.
b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de não ter
realizado seu registro na Junta Comercial.
c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo, exerce
profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.
d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial antes do
início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

(Questão Exame XX) - O estatuto de uma sociedade empresária do tipo anônima estabelece que seu
objeto social é a exploração de serviços aéreos públicos de transporte regular e não regular. Diante do
processamento da recuperação judicial da referida sociedade empresária, o exercício dos direitos
derivados de contratos de arrendamento de aeronaves ou de seus motores pelos credores

a) ficará suspenso pelo prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado da data do
processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos arrendadores
de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
b) não ficará suspenso, e os arrendadores podem continuar suas ações e execuções, mas, durante o
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do processamento da recuperação, não é permitida
a venda ou a retirada do estabelecimento das aeronaves, por serem bens de capital essenciais à empresa.
c) ficará suspenso até a concessão da recuperação judicial, exceto se o plano de recuperação
estabelecer que as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos.
d) não ficará suspenso em nenhuma hipótese e os créditos decorrentes dos contratos de
arrendamento não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial, prevalecendo os direitos de
propriedade sobre a coisa e as condições contratuais.

(Questão Exame XX) - Sebastião e Marcelo constituíram uma sociedade sem que o documento de
constituição tivesse sido levado a registro. Marcelo assumiu uma dívida em seu nome pessoal, mas no
interesse da sociedade. Barros é credor de Marcelo pela referida obrigação. Barros poderá provar a
existência da sociedade

a) de qualquer modo, e os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por Marcelo.
b) somente por escrito, e os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por Marcelo.
c) de qualquer modo, e somente os bens particulares de Marcelo respondem pelos atos de gestão
por ele praticados.
d) somente por escrito, e os bens particulares de Marcelo e Sebastião respondem pelos atos de
gestão praticados por Marcelo.

(Questão Exame XXII) - Fagundes e Pilar são noivos e pretendem se casar adotando o regime de
separação de bens mediante celebração de pacto antenupcial. Fagundes é empresário individual e titular
do estabelecimento Borracharia Dona Inês Ltda. ME. Celebrado o pacto antenupcial entre os nubentes,
o advogado contratado por Fagundes providenciará o arquivamento e a averbação do documento

a) no Registro Público de Empresas Mercantis e a publicação na imprensa oficial.


b) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Pessoas Naturais.
c) no Registro Civil de Pessoas Naturais e a publicação na imprensa oficial.
d) no Registro Público de Empresas Mercantis e no Registro Civil de Títulos e Documentos.

(Questão Exame XXII) - Matheus, empresário individual, pretende alugar um imóvel para instalar seu
estabelecimento e nele localizar seu ponto empresarial. Antes de celebrar o contrato, ele procura você
para, como advogado(a), informar-lhe sobre aspectos concernentes à locação não residencial. Sobre a
locação não residencial, assinale a afirmativa correta.

a) Na ação de despejo que tiver por fundamento exclusivo o término do prazo contratual, tendo
sido proposta a ação em até 30 dias do cumprimento de notificação ao locatário comunicando o intento
de retomada, será concedida liminar para desocupação em quinze dias, ouvida a parte contrária e se
prestada caução pelo autor no valor equivalente a dois meses de aluguel.
b) Na locação não residencial de imóvel urbano, na qual o locador procede à prévia aquisição do
imóvel especificado pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado,
poderá ser convencionado no contrato a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o
prazo de vigência do contrato.
c) Nas locações de espaço em shopping centers, o locador poderá recusar a renovação do contrato
pleiteada pelo locatário se o imóvel vier a ser utilizado pelo locador, que não poderá ser destinado ao
uso no mesmo ramo da atividade do locatário.
d) Nas locações por prazo determinado de imóveis utilizados por estabelecimentos de ensino
autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, o contrato poderá ser rescindido por denúncia do locador,
a qualquer tempo, independentemente de notificação ou aviso.
AULA 03
RECUPERÁÇÁO JUDICIÁL & FÁLENCIÁ

16 – RECUPERAÇÃO JUDICIAL & FALÊNCIA

A nova Lei de Falências (Lei 11.101/2005) – LF, sancionada em 9 de fevereiro de 2005,


trouxe como principal objetivo a viabilização da recuperação de empresas em dificuldade
financeira, com a manutenção de empregos, redução dos juros bancários e concessão de
maiores garantias aos credores, substituindo, para isso, a figura da concordata e criando, em
substituição, as figuras da recuperação extrajudicial e da recuperação judicial.

Ambas as figuras têm como objetivo facilitar a continuidade de atuação das empresas
operacionalmente viáveis traduzido pelo princípio da preservação da empresa, sustentado
justamente pelos credores das empresas em estado falimentar, pois muitas responsabilidades
estão em jogo, como trabalhista, tributária, previdenciária etc., e decretar a falência não será a
solução na maioria destes casos comprometidos em saldar suas dívidas.

No processo de recuperação extrajudicial, os credores são chamados a renegociar seus


créditos, de forma a permitir que a empresa se reestruture sem comprometimento das
características, prazos e valores dos créditos pertencentes aos demais credores.

A recuperação judicial, por sua vez, é tida, por alguns doutrinadores, como a principal
alteração proposta pela nova lei em substituição da concordata suspensiva, espécie de
moratória solicitada pela empresa à Justiça até que seja regularizado o pagamento das dívidas.
Isso porque, por intermédio deste processo, seria possível evitar a quebra de empresas
consideradas viáveis, por meio de acordo entre estas e uma comissão formada pelos credores.
A recuperação extrajudicial, por seu turno, substituiu a concordata preventiva.

Como dito, o objetivo maior da nova lei, não obstante tenha sido mantida a possibilidade
da quebra, passa a ser o saneamento da empresa, buscando a continuidade de suas atividades
para preservar sua capacidade produtiva e a geração de riquezas e empregos para a sociedade.
Entre as inovações da Lei 11.101/2005, encontra-se a criação de disposições comuns à
recuperação judicial e à falência, evidenciando o caráter de objetividade que baliza o novo
diploma legal, bem como a extinção do inquérito judicial, destinado à apuração de eventuais
crimes falimentares cometidos; o síndico passa a ser chamado de administrador judicial e
altera-se a ordem de classificação dos créditos.

Atenção: as ações de Concordata que foram ajuizadas antes da presente lei, estarão
abrigadas pela lei antiga e não pela nova lei que acima fora vista introdutoriamente.

Vale ressaltar ainda que a presente lei nova não se aplica as: estatais (empresas
públicas e sociedades de economia mista (todas estas serão de forma absoluta).

A norma que regula a possibilidade é a Lei 11.101/05. Outrossim a finalidade da


recuperação Judicial esta presente no artigo 47 da Lei 11.101/05. Igualmente resta salientar
que tem como objeto viabilizar a superação da situação de crise econômica financeira do
devedor. Assim o grande objeto é preservar a empresa.

Requisitos para Pedir Recuperação (art. 48 da Lei 11.101/05).


Somente o devedor podera pedir recuperaçao judicial.
Credor nao pode, credor podera pedir falencia.

Para ter viabilidade de Recuperação Judicial terá que ser:


Empresario Individual.
Sociedade Empresaria.
Eireli.

Ademais para pedir Recuperação Judicial terá que estar em atividade regular à mais de
dois anos. Ou seja, terá que estar registrado na Junta Comercial.

Outrossim o art. 48 da Lei supra indicado traz demais requisitos importantes:

Nao ser falido. Mas se ja foi falido, tera que ter sentença de extinçao das obrigaçoes
do devedor.
Sera que uma empresa que ja passou por recuperaçao, podera ter novamente? Nao
podera ter ha menos de 5 anos obtido recuperaçao judicial. Mas cuidado com a
pegadinha: este prazo de 5 anos nao e contado da distribuiçao da açao, mas conto os
5 anos da data da concessao da recuperaçao judicial.

nao ter, ha menos de 8 anos, obtido concessao da recuperaçao judicial com base no
plano especial (ME).

nao ter sido condenado, ou nao ter, como administrador ou socio, por crime
falimentar. Mas cuidado, podera ser homicídio ou roubo. So o que impede e crime
falimentar.

Mas afinal de contas, quais são os créditos Sujeitos Aos Efeitos da Recuperação Judicial.
Será que é qualquer tipo de crédito que poderão fazer parte? Vide art. 49 da Lei. Todos os
créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos (assim os vincendos também).
Os créditos posteriores ao pedido (depois), não poderão mais fazer parte do plano de
recuperação judicial. Assim quais são os créditos que estão excluídos:

1) creditos posteriores ao pedido.


2) creditos do art. 49, §3º - propriedade fiduciaria, arrendamento mercantil, promitente
vende de imovel com clausula de irrevogabilidade e irretratabilidade, contrato de
compra e venda com reserva de domínio.
3) art. 49, §4º - Ádiantamento de Contrato de Cambio tambem nao entram na
Recuperaçao Judicial.
4) creditos tributarios.

E quais são os créditos que teremos sujeição a Recuperação Judicial:

- Crédito Trabalhista (aqui não tem limitação de 150 SM) e de Acidente de Trabalho.
- Crédito com Garantia Real (hipoteca, penhor).
- Crédito com Privilégio Especial. (art. 964 e 965 do CC)
- Crédito com Privilégio Geral (art. 964 e 965 do CC)
- Créditos Quirografários (Cheques, Títulos).
- Créditos Subordinados.

Imagine que um fornecedor vendeu várias mercadorias para empresa que está em
Recuperação Judicial. Será que posso fornecer para empresa que está em Recuperação? Qual é
o mecanismo que o legislador trouxer para continuar ao fornecimento? Todo crédito de
fornecimento fornecido dentro da Recuperação Judicial será classificado como Extra Concursal,
assim se a empresa falir, ele terá preferência no recebimento. Ademais, se por ventura houver
créditos quirografários, este crédito poderá pular para o crédito com privilégio geral.

Outrossim a Recuperação Judicial tem início com uma Petição Inicial. Ela terá que
observar os requisitos do art. 51 da Lei.
- Estar em estado de crise econômica financeira.
- Terá que expor as causas da crise.
- Demonstrativos Contábeis dos últimos 3 exercícios sociais.
- Relação de Credores.

Esta petição inicial vai para o juiz, assim vai verificar os requisitos. Se preencher os
requisitos, o juiz dará despacho de processamento (vai autorizar o processamento, mas não é
autorizar o plano, mas sim somente o despacho de processamento). Neste despacho de
processamento:
- Nomeação do Administrador Judicial (art. 52).
- Na forma do art. 6º haverá suspensão de todas as ações/execuções contra o devedor
(prazo de 180 dias – tal prazo é improrrogável). Mas vide o Enunciado 42 da I Jornada de Direito
Comercial: o prazo de suspensão previsto no art. 6º, §4º, se o retardamento do feito não puder
ser imputado ao devedor.
- Tem alguma ação que não é suspensa? As ações fiscais não serão suspensas.
- A jurisprudência diz que desta decisão de processamento: caberá agravo de
instrumento.

Posteriormente terá que ter edital: com despacho do processamento e relação de


credores (aquela mesma que o devedor colocou na inicial. Edital publicado: surge então que o
devedor apresente plano de Recuperação Judicial.
Qual é o prazo para apresentação do plano? Está no art. 53 da lei. Tem prazo
improrrogável de 60 dias. Mas a lei diz que eu conto: a partir da publicação da decisão que
deferiu o processamento da recuperação judicial. Mas se perder o prazo? Convolação em
falência, ou seja, a Recuperação Judicial será convertida em Falência.

É importante que se saiba que temos liberdade de plano de recuperação (art. 50). Traz
meios para sair da crise. Mas atenção ao art. 54, onde afirma que o plano de recuperação judicial
não poderá trazer prazo superior a 1 ano para pagamento dos créditos trabalhista ou acidentes
de trabalho até a data do pedido de recuperação. Assim teremos a limitação do parcelamento:
não poderá ser superior a 1 ano no tocante ao direito do trabalho e acidente de trabalho.

E se o nome do credor não estiver na lista? O credor terá que fazer Habilitação de Crédito.
Qual é o prazo? O art. 7, §1º, é de 15 dias contados da publicação do edital. Para quem é
encaminhado? Para o administrador judicial, ou seja, não é para o juiz.

Encerrado o prazo de 15 dias início a contagem de novo prazo, de 45 dias, para que o
administrador judicial providencie uma nova relação de credores. Relação está no art. 7º, §2º.
Vai acrescer os créditos que eventualmente foram habilitados.

Credor poderá impugnar esta relação? Ação de Impugnação. Esta segue o rito ordinário,
na forma do art. 13 e 15. Tem prazo de 10 dias na forma do art. 8º. Atenção: até o MP poderá
pedir impugnação a relação de credores. Também poderá apresentar impugnação: credor e
devedor.

Se o Credor quiser combater o Plano de Recuperação Judicial? Ele não impugna


(impugnação é só relação de credores). Se ele não concordar com o plano ele terá que entrar
com a Objeção ao Plano de Recuperação Judicial.

Outrossim se o Credor quiser rejeitar portanto terá que apresentar Objeção na forma do
art. 55 – tenho prazo de 30 dias para apresentar objeção ao Plano de Recuperação Judicial.
Assim é o instrumento processual utilizado pelo credor para rejeitar o Plano de Recuperação
Judicial.
Se no prazo de 30 dias não existiu objeção? Significa que o Plano foi aprovado. Agora se
no prazo de 30 dias houve objeção, ou seja, algum credor não concordou. Aqui neste caso,
qualquer credor poderá apresentar. O art. 56 diz que neste caso o juiz vai ter que convocar uma
Assembleia Geral de Credores. Nesta Assembleia Geral de Credores poderá aprovar o plano ou
reprovar o plano. Se o plano for aprovado, está perfeito. Agora se o Plano for reprovado, o que
ocorrerá? Por força no art. 56, §4º, se a Assembleia reprovar o plano o juiz decretará a Falência.
A assembleia geral de credores será composta por 3 classes:

a) 1ª classe – trabalhista ou acidente de trabalho. Áqui o quorum e maioria dos credores


presentes.
b) 2ª classe – com garantia real. Áqui o quorum e duplo: maioria dos credores presentes e
maioria dos creditos presentes.
c) 3ª classe – resto. Áqui o quorum e duplo: maioria dos credores presentes e maioria dos
creditos presentes.

Tenho que ter aprovação de todas as classes para aprovar. Assim, temos duas possibilidades
de aprovação: quando não existe objeção, e quando existe objeção, mas todos as classes
aprovam em assembleia.

Se o Plano é aprovado pelos credores, o juiz terá que dar uma decisão concessiva.

(Questão Exame XX) - A sociedade Boaventura & Cia. Ltda. obteve concessão de recuperação judicial,
mas por insuperáveis problemas de fluxo de caixa a recuperação foi convolada em falência. Um dos
fornecedores de produtos agrícolas à devedora antes do pedido de recuperação judicial era Barra do
Jacaré EIRELI ME. Contudo, com o pedido de recuperação judicial e inclusão do crédito no plano, a
fornecedora interrompeu imediatamente a entrega dos produtos e resiliu o contrato. Os créditos estão
representados por duplicatas de venda, sendo o valor total de R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais), exigíveis antes da recuperação judicial e ainda não pagos. Com base nessas informações e na regra
estabelecida na Lei nº 11.101/2005, assinale a afirmativa correta.

a) O crédito será classificado na falência como quirografário.


b) O crédito será classificado na falência como extraconcursal.
c) O crédito será classificado na falência como com privilégio geral.
d) O crédito será classificado na falência como com privilégio especial.

(Questão Exame XXII) - Mauriti & Cia Ltda. celebrou contrato de alienação fiduciária em garantia com a
sociedade empresária Gama. Com a decretação de falência da fiduciante, o advogado da fiduciária
pleiteou a restituição do bem alienado, sendo informado pelo administrador judicial que o bem se
encontrava na posse do falido na época da decretação da falência, porém não foi encontrado para ser
arrecadado. Considerando os fatos narrados, o credor fiduciário terá direito à restituição em dinheiro
do valor da avaliação do bem atualizado?

a) Não, em razão de este não ter sido encontrado para arrecadação.


b) Sim, devendo, para tanto, habilitar seu crédito na falência como quirografário.
c) Sim, mesmo que o bem alienado não mais exista ao tempo do pedido de restituição ou que não
tenha sido arrecadado.
d) Não, por não ter a propriedade plena do bem alienado fiduciariamente, e sim resolúvel.

(Questão Exame XXI) - A sociedade empresária Monte Santo Embalagens Ltda. EPP requereu
homologação de plano de recuperação extrajudicial, que continha, dentre outras, as seguintes
disposições: i) estabelecia a produção de efeitos a partir da data de sua assinatura, exclusivamente em
relação à modificação do valor de créditos dos credores signatários; ii) o pagamento antecipado de
dívidas em relação aos credores com privilégio especial, justificando a necessidade em razão do fluxo de
caixa; iii) a inclusão de credores enquadrados como microempresas e empresas de pequeno porte; iv)
previa, como meio de recuperação, o trespasse de duas filiais. O devedor enviou carta a todos os credores
sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a distribuição do pedido, as condições
do plano e o prazo para impugnação. Você, como advogado(a) de um desse credores, pretende impugnar
a homologação porque o plano a ser homologado

a) só deve incluir, como meio de recuperação, o parcelamento ou abatimento de dívidas, com a


incidência de juros fixos à taxa de 12% (doze por cento) ao ano.
b) não pode contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos
credores que a ele não estejam sujeitos.
c) não pode prever a produção de efeitos anteriores à sua homologação, ainda que exclusivamente
em relação à modificação do valor de créditos dos credores signatários.
d) não pode incluir credores enquadrados como empresas de pequeno porte, porque está limitado
às classes de credores com garantia real, com privilégio geral, quirografários e sub-quirografários.
AULA 04
TITULOS DE CREDITO

17 – DIREITO CAMBIÁRIO OU TÍTULOS DE CRÉDITO

É o conjunto de regras que regulam os títulos de crédito. Títulos de crédito são os títulos
necessários para as relações comerciais (exercício de um direito literal). Temos como exemplo:
cheque, duplicata, nota promissória, letra de câmbio. Vale ressaltar ainda que os títulos de
crédito servem para a circulação e riquezas.

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do


direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando
preencha os requisitos da lei.

Vale ressaltar que existem algumas leis especiais que tratam sobre os títulos de crédito.
Exemplo: Lei do Cheque, Convenção de Genebra.

Quais são os princípios fundamentais dos títulos de crédito? Também podemos os


considerar como requisitos. Basicamente podemos dizer que é necessário: eis que preciso do
título para o exercício do direito. Desta necessidade extraímos o primeiro princípio básico.

Cartularidade: o título de credito e necessario para que eu possa exercer o direito.


Preciso apresentar o título de credito, ele e uma cartula. Mas atençao: ele nao se trata
de algo absoluto (por exemplo se envio a duplicata e nao retorna – posso protestar
por mera indicaçao).

Literalidade: os títulos de credito sao documentos literais. Vale ressaltar que tudo
aquilo que esta escrito no título poderei utilizar para cobrar o devedor. Ágora o que
nao estiver literalmente escrito nao poderei utilizar para cobrar o devedor. Tudo esta
limitado o que literalmente esta escrito na cartula.

Áutonomia: o direito materializado no título de credito trata de um direito autonomo


(direito proprio). Ássim quem estiver com o título nada tem a ver com as relaçoes
passadas, independe do que ocorreu.
Ainda existem alguns subprincípios importantes: inoponibilidade das exceções pessoais
aos terceiros de boa-fé & abstração (porque o título se abstrai do negócio jurídico que lhe deu
origem). Mas Atenção: serão oponíveis aos possuidores de boa-fé as razões de contestação
desde que apresentem como razões de defesa vícios formais (exemplo: assinatura falsa) no
título de crédito ou de seu conteúdo literal.

17.1 - Principais Características dos Títulos de Crédito:

Sao Títulos Executivos Extrajudiciais: o credor de um título, respeitado os prazos da


lei (atençao que cada lei apresenta um prazo), poderao executar os devedores. Os
títulos de credito sao e tem força executiva.

Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o


cheque; (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)

II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo


devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas
testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério
Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos
transatores;(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)

III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução,


bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).

IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela Lei nº


11.382, de 2006).

V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de


imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).

VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de


tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem
aprovados por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).

VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados,


do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente
aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 11.382,
de 2006).

VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).

Formalismo: os títulos de creditos deverao ser formais.

Circulabilidade: os títulos de credito sao circulaveis, ou seja, busca a circulaçao e


riquezas.

Atenção  Vide Súmula 387 do STF  o credor de boa-fé poderá completar o título de
crédito antes da execução ou do protesto. Uma vez obviamente aceito pelo devedor (assinado
em branco, por exemplo).

Súmula 387 do STF - A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em


branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou
do protesto.

17.2 - Letra de Câmbio e Nota Promissária (Decreto 57.663/66 – Lei Uniforme de Genebra –
LUG)

Letra de Câmbio

Letra Câmbio trata-se de título de crédito que deve ser emitido a pessoa determinada.
Vale ressaltar que mesmo sendo emitido a pessoa certa, isto não impede que o terceiro transfira
a letra de câmbio através de endosso. Assim a Letra de Câmbio tem circularidade.

Esta Letra de Câmbio representa uma ordem de pagamento, ou seja, contra uma pessoa
devedora. São figuras representadas (posições jurídicas) na Letra de Câmbio:
- Emitente da Letra de Câmbio = Sacador.
- Contra Quem Emite-se Letra de Câmbio = Sacado.
- Favorecido da Letra de Câmbio = Tomador.

Observação: não é impossível que uma pessoa apresente-se como duas pessoas
jurídicas, ou seja, como sacador e sacado.

Exemplo: A (Sacador) emite Letra de Câmbio contra B (Sacado) que tem como favorecido
C (Tomador da Letra - este estará na posse da Letra de Câmbio). O que C deverá fazer? Procurar
B (Sacado) para que ele aceita a Letra de Câmbio, ou seja, passando (como aceitante) a ser
devedor principal daquela Letra de Câmbio.

Mas será que o aceite é obrigatório na Letra de Câmbio? O aceite é facultativo. Acaso não
exista o aceita na Letra de Câmbio, logicamente B (Sacado) não estará investido na condição de
devedor principal. Aí como ficará o tomador (C)? Ele deverá protestar a Letra de Câmbio em
razão do não aceite. Este protesto deverá ser realizado no prazo de legal de 2 dias à contar da
recusa do aceite, isto irá gerar o vencimento antecipado do título. Este vencimento antecipado
irá ser contra A (Sacador) e seus avalistas caso existam (e coobrigados cambiários).

E do que se trata o aceite? Nada mais é do que a declaração através de assinatura,


daquele que se compromete em honrar com o pagamento do título de crédito. Outrossim vale
ressaltar que tal aceite poderá ser realizado de maneira parcial (limitar o valor de pagamento),
ou seja, conforme artigo 26 da LUG.

Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma
parte da importância sacada. Qualquer outra modificação introduzida
pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O
aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite.

Mas o que ocorre se houver aceite parcial? Diante da recusa parcial do aceite, poderá o
tomador dentro do prazo legal protestar o título, o que irá gerar o vencimento do título contra
o sacador e os demais coobrigados cambiários.

São Requisitos Formais da Letra de Câmbio (artigo 1º e 2º da LUG).


Art. 1º. A letra contém:

1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua


empregada para a redação desse título;

2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;

3. o nome daquele que deve pagar (sacado);

4. a época do pagamento;

5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;

6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;

8. a assinatura de quem passa a letra (sacador).

Observação: confira os requisitos arrolados neste artigo em um modelo


de Letra de Câmbio

Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo
anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados
nas alíneas seguintes:

A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável


à vista.

Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do


sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo
tempo, o lugar do domicilio do sacado.

A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como


tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.
Atenção: necessariamente a falta dos requisitos formais anula ou invalida o título de
crédito? Não, conforme reza o artigo 2º da LUG onde apresentam-se requisitos específicos.
Agora se faltar o nome Letra ou Letra de Câmbio ela irá descaracterizar aquele título de crédito.

E no tocante aos coobrigados cambiários, como por exemplo o aval? Trata-se de garantia
cambial, constituída através da assinatura do avalista, à fim de garantir o pagamento de
determinado título de crédito. Atenção: o aval poderá ser realizado pela própria pessoa que já
esteja obrigada ou por terceiros. Vale ainda ressaltar que o aval é garantia especializada para
títulos de crédito.

Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte


garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por
um signatário da letra.

Art. 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa


por ele afiançada.

A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele


garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma.

Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes


da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os
obrigados para com esta em virtude da letra.

O Aval é garantia solidária e autônoma, já a Fiança é garantia acessória. Portanto não


confunda Aval com Fiança. O último é garantia acessória eis que só poderei cobrar o fiador
depois de esgotada as tentativas de cobrar o devedor principal. O que já não ocorre do avalista,
eis que posso cobrar de quem eu desejar e no momento que eu compreender uma vez vencido
o débito.

Ainda teremos Aval em Branco e Aval em Preto. Se a assinatura do avalista é emitida em


valor de alguém é igual aval em preto. Agora se eu apenas assinei e não indiquei a pessoa é o
aval em branco. Atenção: o aval em branco é aquele prestado em favor do sacador.
Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa. Exprime-
se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula equivalente;
e assinado pelo dador do aval.

O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador


aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do
sacado ou do sacador.

O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação,


entender-se-á pelo sacador.

Não existe a possibilidade de aval parcial. Mas atenção: o Código Civil é o que veda o aval
parcial. Entretanto a LUG (artigo 30 c/c 77) possibilita o aval parcial na Letra de Câmbio, Nota
Promissória e o Cheque (artigo 29). Assim é totalmente permitido isto porque: o Código Civil é
aplicado subsidiariamente.

Aval Simultâneo  teremos vários avalistas garantindo o mesmo avalizado. Atenção: se


o aval é obrigação solidária, o credor poderá acionar quem ele desejar, ou seja, apenas um dos
avalistas. Mas se um dos avalistas pagar o débito total, ele terá o direito de regresso referente
as cotas partes dos demais avalistas? Sim, ele poderá ingressar com ação de regresso contra os
demais avalistas. Igualmente terá o direito de regresso contra o avalizado no tocante ao valor
total.

Aval Sucessivo  aqui um avalista garante o outro avalista.

Já o Endosso é o meio através do qual os títulos cumprem o seu papel de circulação e


riquezas. No tocante ao endosso teremos o endossante (quem transfere o título) e o
endossatário (aquele que recebe o título por endosso).

Qual a importância da identificação dos Endossos? O Endosso inicialmente garante a


transferência da titularidade do título de crédito. Ademais, e mais importante, o endossante
torna-se coobrigados cambiários. Assim acaso tenhamos um inadimplemento da obrigação, o
endossatário poderá cobrar o emitente, assim como os demais coobrigados cambiários. Por fim
é importante ressaltar que acaso existirem avalistas dos endossatários, estes também serão
coobrigados cambiários.
Assim como no Aval, temos o Endosso em Preto e Branco. Preto eu assino e indico quem
estou transferindo o título. Já o Endosso em Branco eu assino e não indico para quem estou
transferindo o título de crédito. Também se eu Endossei em Branco permite que o título passe
a circular pela simples tradição, ou seja, para aquele que estiver na posse. Por fim a simples
assinatura no dorso do título equivale ao endosso.

Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele
seja subordinado considera-se como não escrita.

O endosso parcial é nulo.

O endosso ao portador vale como endosso em branco.

É possível Endossar sem Garantia? É possível que o endossante lance a cláusula sem
garantia, ou seja, transfere escrevendo que o título não apresenta garantia. Logo, temos uma
exceção, eis que aqui acaso tenha inadimplemento o endossatário não torna-se coobrigado
cambiário.

E no tocante ao Endosso, poderá existir ele de maneira parcial? O Endosso parcial é nulo,
eis que não posso transferir parte do valor que está representado no título.

Atenção  Cláusula Não à Ordem  é cláusula impeditiva de Endosso, mas não impede
a circulação do título que é realizada através da Cessão Civil de Crédito. Mas se isto ocorrer,
será que aquele cedente será coobrigado? Aqui não, eis que é efeito próprio do Endosso.

Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a
cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.

Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não à ordem", ou


uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com
os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do


sacador, ou de qualquer outro coobrigado. Estas pessoas podem
endossar novamente a letra.
Atenção  Endosso Tardio  é o Endosso realizado após o protesto do título, ou
promovido após o prazo legal para o Protesto. Produz os efeitos da Cessão Civil de Crédito.

Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que


o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de
pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o
protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito
antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.

Nota Promissória

A Nota Promissória é uma promessa de pagamento para alguém.

Emitente Promitente = Sacador


Favorecido = Tomador (Beneficiário da Nota)

A Nota Promissória é transferida por Endosso, poderá ser garantida por Aval e não
comporta Aceite (isto porque quem emite a Nota Promissória é o próprio devedor).

São os Requisitos Formais da Nota Promissória (artigo 75 e 76 da LUG):

- artigo 75 (requisitos formais para Nota Promissória).


- artigo 76 (diz que descaracteriza a ausência de requisitos formais, com exceções).

Art. 75. A nota promissória contém:

1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e


expressa na língua empregada para a redação desse título;

2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

3. a época do pagamento;
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;

5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é


passada;

7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo
anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos
determinados das alíneas seguintes.

A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será


considerada à vista.

Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado


considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o
lugar do domicílio do subscritor da nota promissória.

A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi


passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do
nome do subscritor.

O Prazo Prescricional da Nota Promissória:

- artigo 70 e 71 da LUG.
- Execução contra Aceitante de Letra de Câmbio  Prazo de 3 anos.
- Execução contra Endossantes e Contra Sacador  Prazo de 1 ano.

Art. 70. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem


em 3 (três) anos a contar do seu vencimento.

As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador


prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil,
ou da data do vencimento, se trata de letra que contenha cláusula "sem
despesas".
As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador
prescrevem em 6 (seis) meses a contar do dia em que o endossante
pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.

Art. 71. A interrupção da prescrição só produz efeito em relação à pessoa


para quem a interrupção foi feita.

17.4 - Lei do Cheque (Lei 7.357/85)

O Cheque é uma ordem de pagamento para alguém, dirigida contra um banco ou


instituição financeira.

Art . 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que


lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque.

Emitente do Cheque = Sacador.


Instituição Financeira = Sacado.
Favorecido do Cheque = Beneficiário (Tomador)

O Cheque é transferido por Endosso, poderá ser garantida por Aval e não comporta
Aceite (isto porque quem emite o Cheque é o próprio devedor – deve manter saldo na conta
corrente para garantir o pagamento).

São os Requisitos Formais do Cheque:

Artigo 1º da Lei do Cheque (requisitos formais).


Artigo 2º da Lei do Cheque (descaracterização e exceções).

Art . 1º O cheque contêm:

I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na


língua em que este é redigido;

II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;


III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar
(sacado);

IV - a indicação do lugar de pagamento;

V - a indicação da data e do lugar de emissão;

VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com


poderes especiais.

Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com


poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação
específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.

Art . 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo


precedente não vale como cheque, salvo nos casos determinados a
seguir:

I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o


lugar designado junto ao nome do sacado; se designados vários lugares,
o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação,
o cheque é pagável no lugar de sua emissão;

II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no


lugar indicado junto ao nome do emitente.

Será possível Endosso Parcial do Cheque? Endosso Parcial não pode, mas aval parcial
pode.

Art . 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita


qualquer condição a que seja subordinado.

§ 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.

Art . 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte,


por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário
do título.

Ademais e no que tange ao Endosso em Branco? Endosso ao Portador é permitido.


Atenção ao Cheque Pré-Datado (Pós-Datado) - O cheque é ordem de pagamento em
dinheiro e à vista. Não existe portanto cheque pós-datado. Entretanto é costumeiro no Brasil
que temos o cheque pré-datado. Vale ressaltar ainda que a instituição financeira é obrigada a
pagar (compensar), mesmo que exista uma pós data fixada, eis que o cheque é e deve ser pago
à vista.

Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer


menção em contrário.

Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia


indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.

Mas se o cheque é descontado antes do pagamento combinado poderá haver ação


indenizatória (danos morais) de acordo com a Súmula 370 do STJ.

Súmula 370 do STJ - Caracteriza dano moral a apresentação antecipada


de cheque pré-datado.

Agora imagina se a instituição bancária devolve o cheque alegando insuficiência de


fundos, quando na verdade tenho saldo aprovisionado. Assim houve uma devolução indevida
do cheque. Diante deste caso temos a possibilidade do cliente entrar com uma ação
indenizatória pleiteando dano moral.

Súmula 388 do STJ - A simples devolução indevida de cheque caracteriza


dano moral.

Ademais se na conta havia fundos (dinheiro) no dia da apresentação e estes deixarem de


existir por ato que não concorreu o emitente, o credor não poderá executar para receber o valor
devido conforme artigo 47, §3º da Lei do Cheque.

Atenção  artigo 39 e § único da Lei do Cheque  O sacado (instituição financeira) que


paga o cheque emitido em favor de pessoa determinado é obrigado a verificar a regularidade
dos endossos, mas não a autenticidade da assinatura dos endossantes. Ademais o banco sacado
responderá pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do
correntista.

Prazo Prescricional do Cheque  o prazo é de 6 meses  a contar da expiração do prazo


de apresentação  poderá ser de 30 dias (da mesma praça – é quando o cheque é apresentado
da unidade bancária da mesma cidade em que o cheque foi emitido)  ou 60 dias (fora da praça
– cheque apresentado em cidade diferente daquele em que foi emitido).

Art . 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo


de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do


cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em
que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.

Entretanto se o prazo do portador do cheque (de apresentação – de compensar o cheque


na instituição bancária), de 30 (mesma praça) ou 60 dias (fora da praça)  ele perderá o direito
de acionar (executar) os coobrigados cambiários. Entretanto com relação ao devedor principal
e seus avalistas, o direito de executar permanece, mesmo se o cheque tenha sido apresentado
fora do prazo legal.

SÚMULA 600 STF - Cabe ação executiva contra o emitente e seus


avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal,
desde que não prescrita a ação cambiária.

No tocante ao avalista daquele que emite o cheque (título), a falta de apresentação do


título de crédito no prazo descrito na lei não gerará qualquer consequência eis que o aval
apresenta-se como um dos princípios basilares a autonomia da garantia.

Se o credor (portador) deixa transcorrer o prazo sem nada fazer dentro do prazo
prescricional. O que ocorre? Ele não poderá mais propor a ação de Execução. Mas ele poderá
entrar com Ação de Locupletamento Ilícito (inicia-se a contagem desta ação após o final do
prazo para execução) e o prazo prescricional desta ação será de 2 anos, conforme artigo 61 da
Lei do Cheque. Vale ressaltar: esta Ação de Locupletamento Ilícito é também ação cambial, logo
posso chamar a lide os coobrigados cambiários.
Art . 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros
obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do
cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar
a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.

Por fim, também caberia a Ação Monitória que tem prazo prescricional de 5 anos,
bastando para tanto documento comprobatório do débito (prova escrita), servindo o cheque
como exemplo. Só que aqui não trata-se de ação cambiária. Hoje não existe igualmente
necessidade de prova do negócio jurídico pré-existente, que deu razão a emissão do documento,
no caso de ingresso da Ação Monitória. Já o devedor dentro da Ação Monitória poderá se
defender inclusive discutindo a formação do porquê do título, através dos Embargos
Monitórios.
Ademais qual é o prazo prescricional para ingresso da Ação Monitória? 5 anos. Este
prazo começara a contar da data seguinte da data de emissão do título de crédito.

Súmula 299 do STJ - É admissível a ação monitória fundada em cheque


prescrito.

Súmula 503 do STJ - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face


do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte à data de emissão estampada na cártula.

Súmula 504 do STJ - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face


do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte ao vencimento do título.

Atenção  Regra  para receber dos endossantes e avalistas existe há necessidade de


protestar o cheque dentro do prazo legal. Vide artigo 48 c/c 33 da Lei do Cheque. O prazo é de
30 e 60 dias.

Atenção  para cobrar dos co-devedores (coobrigados cambiários), o cheque deve ter
sido apresentado a instituição financeira e devolvido por insuficiência de fundos.

17.5 - Duplicatas (Lei 5.474/68)


Tratam-se de títulos causais e são títulos executivos extrajudiciais. A duplicata cuida-se
de um título causal porque só pode ser emitida quando houver dois negócios jurídicos:
prestação de serviços ou compra e venda mercantil.

Sacador = aquele que emite a duplicata = aqui sou credor = prestador do


serviço/vendedor.

Sacado = sou devedor = sou o comprador ou o tomador do serviço.

A Duplicata também é uma ordem de pagamento.

A Duplicata poderá ser transferida por endosso, assim como poderá ser garantida por
aval. O aceite da duplicata será obrigatório, conforme artigo 2º, §1º, da Lei das Duplicatas. Este
último trata-se de requisito formal inclusive.

O aceite não seria obrigatório quando? Quando por exemplo o produto adquirido venha
com problemas. Já no caso das duplicatas da prestação de serviços também temos exceções de
não obrigação do aceite.

Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo


de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas


ou não entregues por sua conta e risco;

II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das


mercadorias, devidamente comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de


serviços por motivo de:

I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;


II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente
comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Por fim a prescrição da Duplicata ocorrerá:

Art 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve: (Redação dada


pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3(três) anos, contados da


data do vencimento do título; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de
1º.11.1977)

ll - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data


do protesto; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Ill - de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano,


contado da data em que haja sido efetuado o pagamento do título.
(Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 1º - A cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos


os coobrigados, sem observância da ordem em que figurem no título.
(Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

§ 2º - Os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite


e pelo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

(Questão Exame XX) - Alvarenga, empresário individual, utilizou duplicata para a cobrança do preço
referente à venda de laticínios do Serro que realizou em favor de Belmiro Braga. Consta no verso do
título a assinatura de Brás Pires, na condição de avalista e sem indicação do avalizado. Após a prestação
do aval, houve lançamento de endosso-mandato em favor do Banco Botelhos S/A. Sobre o aval e as
informações do enunciado, de acordo com a disposição da Lei de Duplicatas, o(s) avalizado(s) será(ão)

a) Alvarenga e Belmiro Braga.


b) Banco Botelhos S/A.
c) Belmiro Braga.
d) Alvarenga.

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