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2022

FORMAÇÃO

Enquadramento legal,
contabilístico e fiscal
do setor não lucrativo
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

FICHA TÉCNICA

Título: Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo

Tipo de formação: Distância 9222; Plug-in 9722

Autor: Nelson Trindade

Capa e paginação: DCI - Departamento de Comunicação e Imagem da OCC

© Ordem dos Contabilistas Certificados, 2022

Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ÍNDICE
Abreviaturas e Siglas ............................................................. 11
1. Entidades do Setor Não Lucrativo .................................. 13
1.1 Caraterísticas ................................................................................................................ 13
1.2 Tipos de Organização ................................................................................................. 14
1.3 Principais Fontes de Financiamento ........................................................................ 18

2. O Setor Não Lucrativo ....................................................... 22


2.1 O Associativismo no Código Civil Português ....................................................... 22
2.2 A Constituição de uma Associação .......................................................................... 24
2.2.1 Associações de Jovens ......................................................................................... 26
2.2.1.1 Programa de Apoio Juvenil .......................................................................... 28
2.2.1.2 Programa de Apoio Estudantil ..................................................................... 28
2.2.1.3 Programa de Apoio Infraestrutural ............................................................. 29
2.2.2 Associações de Estudantes .................................................................................. 30
2.2.3 Associações de Pais .............................................................................................. 31
2.2.4 Associações Humanitárias de Bombeiros ........................................................ 32
2.2.5 Associações Mutualistas ..................................................................................... 35
2.2.6 Associações Profissionais ................................................................................... 37
2.2.7 As Misericórdias ................................................................................................... 37
2.2.8 As Fundações......................................................................................................... 38
2.2.9 As Cooperativas .................................................................................................... 41
2.2.10 Federações Desportivas ..................................................................................... 43
2.3 As Instituições Particulares de Solidariedade Social ........................................... 44
2.4 As Associações Religiosas ......................................................................................... 50
2.5 Pessoas Coletivas de Utilidade Pública .................................................................. 52
2.6 A Contratação Pública ................................................................................................ 57
2.6.1 Entidades Adjudicantes ...................................................................................... 57
2.6.2 Tipos de Procedimentos ...................................................................................... 61
2.6.3 Formulário para verificação de cumprimento do CCP .................................. 65
2.6.4 O ADAPTAR Social + ......................................................................................... 71

3. O Relato Financeiro nas ESNL ........................................ 84


3.1 A Estrutura Conceptual: ............................................................................................. 88
3.1.1 O Objetivo nas Demonstrações Financeiras ................................................... 89

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3.1.2 A Continuidade nas Demonstrações Financeiras........................................... 90


3.1.3 O Regime do Acréscimo nas Demonstrações Financeiras ............................ 91
3.1.4 A Consistência de apresentação nas Demonstrações Financeiras ............... 91
3.1.5 A Materialidade nas Demonstrações Financeiras .......................................... 91
3.1.6 A Compensação nas Demonstrações Financeiras........................................... 91
3.1.7 A Comparabilidade nas Demonstrações Financeiras .................................... 92
3.1.8 Os Constrangimentos nas Demonstrações Financeiras ................................ 92
3.1.8.1 Tempestividade .............................................................................................. 92
3.1.8.2 Balanceamento entre benefício e custo ........................................................ 93
3.1.8.3 Balanceamento entre caraterísticas qualitativas......................................... 93
3.1.8.4. Imagem verdadeira e apropriada ............................................................... 93
3.1.9 Os Elementos das Demonstrações Financeiras ............................................... 94
3.2 A Norma contabilística e de relato financeiro ....................................................... 95
3.2.1 Reconhecimento ................................................................................................... 95
3.2.2 Mensuração............................................................................................................ 97
3.2.2.1 Ativos fixos tangíveis ..................................................................................... 98
Caso Prático – Aquisição de equipamento com restituição de IVA .............. 100
Caso Prático – Revalorização de Ativo Fixo Tangível.....................................101
Caso Prático – Aquisição e Avaliação de Imóvel ............................................. 103
3.2.2.2 Depreciação dos Ativos fixos tangíveis ..................................................... 105
Caso Prático – Alteração de estimativa – Período de via útil......................... 107
3.2.2.3 Imparidade dos Ativos fixos tangíveis ...................................................... 108
Caso Prático – Ativos fixos tangíveis – perdas por imparidade .................... 108
3.2.2.4 Desreconhecimento dos Ativos fixos tangíveis ........................................108
Caso Prático – Ativos fixos tangíveis – desreconhecimento .......................... 109
3.2.2.5 Ativos intangíveis ......................................................................................... 109
Caso Prático – Reconhecimento de ativos fixos intangíveis ........................... 112
Caso Prático – Direitos de Concessão ................................................................ 112
3.2.2.6 Locações .........................................................................................................113
Caso Prático – Contrato de Locação Financeira ............................................... 114
Caso Prático – Venda e Recolocação de Bem.................................................... 115
3.2.2.7 Custos de empréstimos obtidos .................................................................119
Caso Prático – Empréstimo em Moeda Estrangeira ........................................120
Caso Prático – Empréstimo Bancário e Direitos de Concessão ...................... 121
3.2.2.8 Inventários .....................................................................................................122

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Caso Prático – Compra com custos adicionais ................................................. 125


3.2.2.9 Rédito ............................................................................................................. 125
Caso Prático – Trabalhos para a própria entidade ..........................................127
3.2.2.10 Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes ....................... 127
Caso Prático – Provisão para o processo judicial ............................................. 132
3.2.2.11 Contabilização dos subsídios e outros apoios ........................................132
Caso Prático – Doação de utentes ......................................................................133
Caso Prático – Subsídio não reembolsável ....................................................... 134
Apontamento - Subsídios Portugal 2020 ......................................................... 135
3.2.2.12 Os efeitos de alterações em taxas de câmbio ..........................................137
Caso Prático – Aquisição de máquina no estrangeiro .....................................137
Apontamento - FAQ’S sobre o SNC – diferenças de câmbio: ..................... 138
3.2.2.13 Impostos sobre o rendimento ...................................................................139
Caso Prático – Associação Cultural Apuramento de IRC............................... 139
Caso Prático – Associação venda de imóvel ..................................................... 141
Apontamento - Artigo 53.º n.º 7 do CIRC...................................................... 141
3.2.2.14 Instrumentos financeiros ...........................................................................142
Caso Prático – Perdas por imparidade de utentes ...........................................144
Caso Prático – Conteúdo da Conta Caixa ......................................................... 144
Caso Prático – Aquisição de Ações, alterações do justo valor e alienação ...145
3.2.2.15 Benefícios dos empregados .......................................................................145
Caso Prático – Estimativa de Férias de Subsídio de Férias............................. 146
3.2.3 Divulgação ...........................................................................................................146
3.2.3.1 Consistência de políticas contabilísticas.................................................... 147
3.2.3.2 Alterações nas políticas contabilísticas ...................................................... 147
3.2.3.3 Alterações nas estimativas contabilísticas e erros ....................................147
3.2.3.4 Passivos contingentes .................................................................................. 148
3.2.3.5 Ativos contingentes ...................................................................................... 148
3.2.3.6 Subsídios não reembolsáveis ......................................................................148
3.2.3.7 Subsídios relacionados com rendimentos ................................................. 148
3.2.3.8 Divulgação de outros apoios ......................................................................148
3.2.3.9 Impostos correntes ....................................................................................... 149
3.2.4 Conceitos, Termos e Expressões ......................................................................149
3.3 O Código de Contas ..................................................................................................154

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3.3.1 Quadro Síntese....................................................................................................154


3.3.2 Código de Contas e Notas de Enquadramento ............................................. 156
3.3.2.1 Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos ...................................................... 156
3.3.2.2 Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar ....................................................... 156
3.3.2.3 Classe 3 - Inventários e Ativos Biológicos ................................................ 162
3.3.2.4 Classe 4 - Investimentos .............................................................................. 164
Apontamento – FAQ’S sobre o SNC - Pergunta 28 (FCT e FGCT) ............. 167
3.3.2.5 Classe 5 - Capital, Reservas e Resultados Transitados/Fundos
Patrimoniais .............................................................................................................. 169
3.3.2.6 Classe 6 - Gastos ........................................................................................... 171
3.3.2.7 Classe 7 - Rendimentos ................................................................................ 176
3.3.2.8 Classe 8 - Resultados .................................................................................... 179
3.3.2.9 Classe “9” – Plano de Contas Analítico ..................................................... 180
3.4 Modelos das Demonstrações Financeiras ............................................................. 186
3.4.1 Estrutura e conteúdo das demonstrações ....................................................... 186
3.4.2 Período de Relato ............................................................................................... 187
3.4.3 Responsabilidade pela preparação das Demonstrações Financeiras .......187
3.4.4 Balanço ................................................................................................................. 188
3.4.5 Demonstração de Resultados ...........................................................................189
3.4.6 Demonstração de Resultados por Funções .................................................... 190
3.4.7 Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais ............................ 191
3.4.8 Demonstração dos Fluxos de Caixa .................................................................192
3.4.9 Anexo .................................................................................................................... 194
3.5 Demonstrações Financeiras nas ESNL dispensadas do NCRF ......................... 197
3.5.1 Mapa de pagamentos e recebimentos ............................................................. 197
3.5.2 Mapa de património fixo .................................................................................. 201
3.5.3 Mapa de direitos e compromissos futuros ..................................................... 202
3.6 A Prestação de Contas (Tribunal de contas) ......................................................... 203
3.6.1 Regime geral do SNC-ESNL ............................................................................ 204
3.6.2 Regime de caixa do SNC-ESNL .......................................................................205
3.6.2 Outros documentos ............................................................................................ 205
3.7 A Prestação de Contas (IPSS’s) ............................................................................... 210
3.7.1 A Gestão e Controlo Financeiro .......................................................................211
3.7.2 Fundo de Reestruturação do Setor Solidário ................................................ 212
3.7.3 O Custo Médio do Utente ................................................................................. 213

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Apontamento - Estrutura residencial para pessoas idosas .......................... 215


3.7.4 As IPSS e a Sustentabilidade Económica e Financeira ............................... 215
3.7.5 A Submissão na OCIP ....................................................................................... 217
3.7.6 Proposta de desdobramento da rúbrica “Prestações de Serviços” ............ 227
3.7.7 Proposta de desdobramento da rúbrica “Subsídios” ..................................229
3.8 O Orçamento nas ESNL ........................................................................................... 231
3.8.1 O Orçamento de Exploração ............................................................................. 231
3.8.2 O Orçamento de Financiamento ......................................................................232
3.8.3 Orçamento de Investimento ............................................................................. 233
3.8.4 Orçamento de Desinvestimento ......................................................................234
3.8.5 Orçamento de Tesouraria .................................................................................. 235
3.8.6 A Revisão do Orçamento .................................................................................. 236
3.9 O Orçamento das IPSS’s .......................................................................................... 238
3.9.1 O Modelo de Orçamento ................................................................................... 238
3.9.2 A Submissão na OCIP ....................................................................................... 244
3.10 Rácios e Indicadores Financeiros .........................................................................246
3.10.1 Estrutura Financeira ......................................................................................... 246
3.10.2 Funcionamento .................................................................................................247
3.10.3 Liquidez ............................................................................................................. 248
3.10.4 Rentabilidade ....................................................................................................249
3.10.5 Risco .................................................................................................................... 249

4. As ESNL e a Fiscalidade ................................................. 251


4.1 Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) .............................. 251
4.1.1 Rendimentos sujeitos a IRC ............................................................................. 251
4.1.2 Rendimentos Isentos ......................................................................................... 252
Apontamentos - Amplitude da isenção (atividades hortícolas) de IRC ....256
Apontamentos - Amplitude da isenção (Mais Valias) de IRC .................... 256
Apontamentos – Isenção das Igrejas e demais comunidades religiosas ...256
4.1.3 Rendimento Global............................................................................................ 257
4.1.3.1 Rendimentos da Categoria B ......................................................................257
4.1.3.2 Rendimentos da Categoria E ......................................................................258
4.1.3.3 Rendimentos da Categoria F.......................................................................258
4.1.3.4 Rendimentos da Categoria G ......................................................................258
4.1.3.5 Apuramento de IRC ..................................................................................... 259

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Apontamentos – Rendimentos não sujeitos ................................................... 261


Apontamentos – Rendimentos sujeitos .......................................................... 261
Apontamentos – Prejuízos Fiscais em IRC ..................................................... 262
Apontamentos – Menos Valias em IRC .......................................................... 262
4.1.4 Taxas de IRC aplicáveis .................................................................................... 262
Apontamentos – Encargos com viaturas ligeiras de passageiros e mistas 264
4.1.5 Obrigações Acessórias ....................................................................................... 265
4.1.5.1 Inicio de Atividade ....................................................................................... 265
4.1.5.2 Caixa Postal Eletrónica ................................................................................ 265
4.1.5.3 Beneficiário Efetivo ...................................................................................... 265
4.1.5.4 Declaração Modelo 22 .................................................................................. 265
4.1.5.5 Declaração IES .............................................................................................. 266
4.1.5.6 Registos Contabilísticos ............................................................................... 267
4.1.5.7 Programas de Faturação .............................................................................. 267
4.1.6 ESNL - Informações Vinculativas ...................................................................268
4.2 Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) ............................ 268
4.2.1 Retenção na Fonte............................................................................................... 268
4.2.1.1 Retenção de IRS – Trabalho dependente................................................... 269
4.2.1.2 Retenção de Outras Categorias ..................................................................271
Caso Prático – Pagamento renda com retenção ............................................... 272
4.2.1.3 Pagamento a não residentes........................................................................273
4.2.1.4 IRS Jovem.......................................................................................................275
4.2.2 Apoios ................................................................................................................... 277
4.2.2.1 Consignação de IRS ...................................................................................... 277
Apontamento – Requerimento Consignação Fiscal ......................................277
4.2.2.2 Donativos .......................................................................................................278
Caso Prático – Donativo vs Prestação de serviços gratuitos .......................... 282
4.2.3 Associações Humanitárias de Bombeiros ...................................................... 282
4.2.4 Federações e Associações e Desportivas ........................................................ 284
4.2.5 Obrigações Acessórias ....................................................................................... 286
4.2.5.1 Declaração Mensal de Remunerações ....................................................... 286
4.2.5.2 Modelo 10 ......................................................................................................286
4.2.5.3 Modelo 25 ......................................................................................................287
4.2.5.4 Modelo 30 ......................................................................................................287
4.2.5.5 Modelo 39 ......................................................................................................288

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4.2.6 ESNL - Informações Vinculativas ...................................................................288


4.3 Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA) ............................................................ 288
4.3.1 As isenções nas ESNL ........................................................................................ 289
4.3.1.1 A Isenção do artigo 53 ................................................................................. 289
4.3.1.2 A Isenção do artigo 9 ................................................................................... 290
Apontamento –Exemplo de Requerimento Angariação Fundos ................ 291
4.3.2 A dedução nos sujeitos mistos .........................................................................293
4.3.2.1 Método da percentagem .............................................................................. 294
4.3.2.2 Afetação Real ................................................................................................ 294
Apontamento – Artigo 23º do CIVA ................................................................ 294
4.3.3 As ESNL e as Aquisições Intracomunitárias ................................................. 295
Apontamento – número 5 do artigo 2º do CIVA ...........................................295
Apontamento – sujeitos passivos do imposto ................................................ 295
Apontamento – sede da atividade económica ................................................ 295
Apontamento – estabelecimento estável ......................................................... 296
Apontamento – domicílio .................................................................................. 296
4.3.4 Restituições do IVA ........................................................................................... 298
4.3.4.1 IPSS ................................................................................................................. 301
Apontamento – Segurança Social pedido de restituição ................................ 302
4.3.4.2 Associações Humanitárias de Bombeiros ................................................. 303
4.3.4.3 Comunidades Religiosas ............................................................................. 303
4.3.5 Obrigações Acessórias ....................................................................................... 304
4.3.5.1 Declaração de Alteração de Atividade ...................................................... 304
4.3.5.2 Declaração Periódica de IVA ......................................................................305
Apontamento – Obrigatório o preenchimento do campo 9 ......................... 306
4.3.5.3 Declaração Recapitulativa ...........................................................................306
Apontamento – Declaração Recapitulativa .................................................... 307
4.3.6 ESNL - Informações Vinculativas ...................................................................307
4.4 Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) .............................................................. 309
4.5 Imposto Municipal Sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) ...........310
4.6 Imposto do Selo (IS) .................................................................................................310
4.7 Imposto Sobre Veículos (ISV) ................................................................................ 311
4.7.1 Associações Humanitárias de Bombeiros ...................................................... 311
4.8 Imposto Único de Circulação (IUC) .......................................................................312
Apontamento - Pedido Isenção IUC ................................................................ 313

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4.9 Segurança Social ........................................................................................................314

Bibliografia e Referências .................................................. 316


Anexos .................................................................................... 321
Anexo 1 - Modelo – Registo Nacional de Pessoas Coletivas ...................................321
Anexo 2 – Declaração de Inscrição AT.........................................................................327
Anexo 3 – Declaração de Inscrição SS .........................................................................328
Anexo 4 – Modelo Estatutos Associação (exemplo) .................................................. 329
Anexo 5 – Modelo Regulamento Geral Interno (exemplo) ......................................332
Anexo 6 – Modelo Estatutos Associação de Pais (exemplo) ....................................336
Anexo 7 – Convocatória Constituição Associação de Pais .......................................340
Anexo 8 – Ficha Inscrição Associação de Pais ............................................................ 341
Anexo 9 – Modelo Estatutos IPSS (exemplo) ............................................................. 342
Anexo 10 – Regulamento Eleitoral (exemplo) ............................................................ 351
Anexo 11 – Modelo Ata Constitutiva ...........................................................................353
Anexo 12 – Convocatória Assembleia Geral Eleitoral .............................................. 355
Anexo 13 – Modelo Ata Assembleia Geral Eleitoral................................................. 356
Anexo 14 – Regulamento Eleitoral (exemplo) ............................................................ 357
Anexo 15 – Modelo Ata de Direção .............................................................................. 358
Anexo 16 – Requerimento de registo IPSS .................................................................360
Anexo 17 – Registo das IPSS ......................................................................................... 361
Anexo 18 – Ajuste Direto Simplificado (minuta) ...................................................... 362
Anexo 19 – Ajuste Direto Simples (minuta) ............................................................... 364
Anexo 20 – Carta Convite (minuta) .............................................................................. 366
Anexo 21 – Caderno de Encargos (minuta) .................................................................372
Anexo 22 – Relatório e Contas (modelo ESNL com NCRF-SNL) ........................... 379
Parte I – Relatório de Atividades .............................................................................. 379
Parte II – Balanço .........................................................................................................391
Parte II – Demonstração dos Resultados por Natureza ........................................392
Parte II – Demonstração dos Resultados por Funções ..........................................393
Parte II – Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais .................... 394
Parte II – Demonstração dos Fluxos de Caixa ........................................................ 395
Parte III – Anexo ..........................................................................................................396
Anexo 23 – Deliberação 057/12 (Apresentação de contas anuais das IPSS) ..........417
Anexo 24 – Compromisso de Cooperação para o Sector Social e Solidário..........421
Anexo 25 – Plano de Ação e Orçamento (modelo ESNL em NCRF-SNL) ............. 423

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Abreviaturas e Siglas

AHV Associação Humanitária de Bombeiros

AT Autoridade Tributária

ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

BADF Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras

CC Contabilista Certificado

CCV Código Civil Português

CDSS Centro Distrital de Segurança Social

COC Código de Contas

CPA Código Procedimento Administrativo

DAFP Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais

DFC Demonstração de Fluxos de Caixa

DGCF Departamento de Gestão e Controlo Financeiro

DRF Demonstração de Resultados por Funções

DRN Demonstração de Resultados por Natureza

EBF Estatuto dos Benefícios Fiscais

EC Estrutura Conceptual

EOCC Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados

ESNL Entidades do Setor Não Lucrativo

FRSS Fundo de Reestruturação do Setor Solidário

IAS Normas Internacionais de Contabilidade

IASB International Accounting Standards Board

IFRS Normas Internacionais de Relato Financeiro

IMI Imposto Municipal sobre Imóveis

IMT Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis

IPDJ Instituto Português do Desporto e da Juventude

IPSS Instituições Particulares de Solidariedade Social

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IRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

IRC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

IS Imposto de Selo

IUC Imposto Único de Circulação

ISV Imposto Sobre Veículos

IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado

MDF Modelos de Demonstrações Financeiras

NCRF Norma Contabilística e de Relato Financeiro

NI Normas Interpretativas

NISS Número de Identificação da Segurança Social

OCIP Orçamento e Contas de Instituições Particulares de Solidariedade Social

ONL Organizações Não Lucrativas

PCAM Plano de Contas das Associações Mutualistas


PCIPSS Plano de Contas das Instituições Particulares de Solidariedade
Social

PE Pequena Entidade

POCFAAC Plano de Contas para Federações Desportivas, Associações e


Agrupamentos de Clubes

RPCR Registo de Pessoas Coletivas Religiosas

RPJC Registo de Pessoas Jurídicas Canónicas

RNPC Registo Nacional de Pessoas Coletivas

SCM Santas Casas da Misericórdia

SIC-IFRIC Standing Interpretations Committee / International Financial Reporting Interpretations Committee

SNC Sistema de Normalização Contabilística

SGPCM Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros

SS Segurança Social

TC Tribunal de Contas

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1. Entidades do Setor Não Lucrativo


As Entidades do Setor Não Lucrativo (ESNL), também denominadas de
Organizações Não Lucrativas (ONL) ou de Terceiro Setor, têm vindo a assumir
uma importância cada vez maior na sociedade e na economia. Estas entidades,
maioritariamente de natureza privada, apresentam uma personalidade jurídica
já bastante definida e procuram a satisfação de um fim, proporcionando aos
seus membros uma prestação de serviços ou um fornecimento de bens sem
finalidade lucrativa. Não tendo como finalidade o lucro – não procurando a
distribuição de lucro, tendem a estar ao serviço da sociedade, procurando
atenuar as lacunas do setor público e ser uma alternativa à iniciativa privada. A
existência deste setor está inscrita na própria Constituição da República
Portuguesa (CRP), onde no seu artigo 82º podemos observar que:
1. É garantida a coexistência de três setores de propriedade dos meios de produção.

2. O sector público é constituído pelos meios de produção cujas propriedade e gestão pertencem ao
Estado ou a outras entidades públicas.

3. O sector privado é constituído pelos meios de produção cuja propriedade ou gestão pertence a
pessoas singulares ou coletivas privadas, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

4. O sector cooperativo e social compreende especificamente:

a) Os meios de produção possuídos e geridos por cooperativas, em obediência aos princípios


cooperativos, sem prejuízo das especificidades estabelecidas na lei para as cooperativas com
participação pública, justificadas pela sua especial natureza;

b) Os meios de produção comunitários, possuídos e geridos por comunidades locais;

c) Os meios de produção objeto de exploração coletiva por trabalhadores;

d) Os meios de produção possuídos e geridos por pessoas coletivas, sem carácter lucrativo, que tenham
como principal objetivo a solidariedade social, designadamente entidades de natureza mutualista.

1.1 Caraterísticas
O conceito de lucro, o tipo de objetivo proposto, a sua valorização e o mercado
em que se desenvolve a sua atividade são algumas das caraterísticas
diferenciadoras de cada um destes setores da economia.

As ESNL apresentam três caraterísticas básicas distintivas relativamente às


entidades com finalidades lucrativas:

• O financiamento da sua atividade resulta do seu próprio património


ou de recursos atribuídos por pessoas singulares ou coletiva. Sem que
esses recursos atribuídos estejam sujeitos ou condicionados a
contraprestações derivadas da obtenção de benefícios;
• Respondem a finalidades de interesse geral que transcendem a
atividade produtiva e a venda de produtos ou prestação de serviços;
• Ausência de qualquer participação pelos seus titulares, que possam
ser comprados, cedidos, trocados ou de que se espere algum tipo de

13
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

contraprestação económica, mesmo no caso de a entidade cessar as


suas atividades e ser objeto de liquidação.

Entidades Privadas Entidades Públicas


Entidades Não Lucrativas Não Lucrativas
Características Lucrativas
(Setor Público) (Setor Social)
(Setor Privado)
Lucro Sim Não Não
Objetivos Tangíveis e Intangíveis e de Intangíveis e de
valorizáveis difícil valorização difícil valorização
Atividade Mercado Sem Mercado Sem Mercado
Eleição dos Órgãos Sim Sim e Não Não
Normas Contabilísticas Nível Alto Nível Baixo Nível Médio
Gestão Rápida Rápida Lenta
Política de Preços Mercado e Custos Custos sem preços Custos sem preços
Influência Política Escassa Pouca Muita
Fonte: Carvalho (2006:p.46)

1.2 Tipos de Organização


Encontramos organizações que se prendem com a satisfação de necessidades,
de apoio à infância e à velhice, à educação e à saúde, muitas vezes, coordenando
todas estas valências, encontramos, também, organizações ligadas à satisfação
de outro tipo de necessidades, designadamente as económicas seja de comércio
ou de produção e de apoio religioso. As ESNL em Portugal, podem apresentar
diversos tipos e com diversas áreas de atuação, a saber:
Área Tipo de organização
Cultura e lazer -Associações culturais, recreativas e
desportivas
-Casas do Povo
-Fundações culturais
-Clubes Sociais e Recreativos
-Associação de estudantes
-Associações Juvenis
Educação e investigação -Escolas (ligadas a congregações religiosas)
-Universidade Católica
-Centros de investigação
Saúde -Hospitais
-Casas de saúde
Serviços sociais -Instituições particulares de solidariedade
social
-Associações de solidariedade social
-Santas Casas da Misericórdia
-Associações de bombeiros voluntários
Ambiente -Associações de proteção dos animais
-Associações não-governamentais de
ambiente

14
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Desenvolvimento e habitação -Organizações de desenvolvimento local


-Associações de moradores
-Cooperativas de habitação e construção
Leis, defesa de causas e política -Associações de moradores
-Associações de defesa dos direitos humanos
-Partidos políticos
Intermediários filantrópicos e promotores -Fundações
de voluntariado -Associações promotoras de voluntariado
-Bancos alimentares
Internacional -Organizações não-governamentais para o
desenvolvimento (ONGD)
-Subsidiárias de organizações internacionais
a operar em Portugal
Religião -Institutos religiosos
-Associações religiosas
Associações empresariais, profissionais e -Associações empresariais
sindicatos -Associações profissionais
Sindicatos
Fonte: Andrade (2007:p.24-25)

As associações em geral, as Instituições Particulares de Solidariedade Social


(IPSS), as cooperativas, as fundações, as mutualidades, as misericórdias, são
algum dos exemplos mais conhecidos de ESNL.

Associações - organizações constituídas por um conjunto de pessoas que


se juntam para prosseguir determinado fim onde os associados não se
encontram obrigados a direitos e obrigações recíprocas, mas, segundo as
regras estabelecidas por eles, de modo a poderem partilhar as vantagens
da cooperação e o conjunto de objetivos e de vontades apresentadas pelos
diversos membros (Andrade, 2007).

Fundações – O elemento fulcral destas entidades é o património afeto a


um fim, em que se deve assegurar que este é suficiente para a sua
prossecução. As fundações assentam num objetivo a concretizar,
instituído pelo fundador (Rocha, 2013).

Cooperativas – são pessoas coletivas autónomas, de livre constituição,


de capital e composição variável, que através da cooperação e entreajuda
dos seus membros, com obediência aos princípios cooperativos, visam,
sem fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações
económicas, sociais ou culturais daqueles (Lei n.º 119/2015, de 31 de
agosto).

15
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Associações Mutualistas – são constituídas por um número ilimitado de


associados, capital indeterminado e duração indefinida que,
essencialmente através da quotização dos seus associados, praticam, no
interesse destes e das suas famílias, fins de auxílio recíproco (DL n.º
59/2018, de 02 de agosto).

IPSS - são pessoas coletivas, sem finalidade lucrativa, constituídas


exclusivamente por iniciativa de particulares, com o propósito de dar
expressão organizada ao dever moral de justiça e solidariedade,
contribuindo para a efetivação dos direitos sociais dos cidadãos, desde
que não sejam administradas pelo Estado ou por outro organismo
público, regendo a sua implementação pelos princípios orientadores da
Economia Social (Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de novembro). Os
objetivos das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)
concretizam-se mediante a concessão de bens, prestação de serviços e de
outras iniciativas de promoção do bem-estar e qualidade de vida das
pessoas, famílias e comunidades, nomeadamente nos seguintes
domínios:

• Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em


perigo;
• Apoio à família;
• Apoio às pessoas idosas;
• Apoio às pessoas com deficiência e incapacidade;
• Apoio à integração social e comunitária;
• Proteção social dos cidadãos nas eventualidades da doença, velhice,
invalidez e morte, bem como em todas as situações de falta ou
diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o
trabalho;
• Prevenção, promoção e proteção da saúde, nomeadamente através da
prestação de cuidados de medicina preventiva, curativa e de
reabilitação e assistência medicamentosa;
• Educação e formação profissional dos cidadãos;
• Resolução dos problemas habitacionais das populações;
• Outras respostas sociais não incluídas nas alíneas anteriores, desde
que contribuam para a efetivação dos direitos sociais dos cidadãos.

As ESNL são diferentes das empresas e das instituições públicas, e enfrentam


desafios específicos, em particular o desafio de enveredarem por um caminho
de maior e melhor capacidade organizacional. De referir que estas entidades

16
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

contam, com frequência, com o trabalho de voluntários, sem que, por esse facto,
surja qualquer relação laboral entre eles e a entidade. Para além do
voluntariado existem mais duas áreas a que estas entidades deverão prestar
especial atenção – o mecenato e a prestação de contas.

Quintão (2011) na procura de um contexto para as organizações que compõem


o terceiro setor português delineou genericamente a seguinte representação
gráfica.

Fonte: Quintão (2011 p.15)

Depois das edições de 2010 e 2013, o Instituto Nacional de Estatística (INE) e a


Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) divulgaram em
2016 um novo estudo sobre a dimensão económica da Economia Social em
Portugal. Em 2016 a Economia Social representava 5,3% das remunerações e do
emprego total; 6,1% do emprego remunerado da economia nacional; e 3,0% do
VAB da economia. As Associações com fins altruísticos (as que desenvolvem a
sua atividade na cultura, no desporto e no recreio) evidenciavam-se em número
de entidades (92,9%), VAB (60,1%), Remunerações (61,9%) e Emprego
remunerado (64,6%).

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Fonte: INE

1.3 Principais Fontes de Financiamento


As ESNL têm como principais fontes de financiamento: Fontes internas e Fontes
externas. As fontes internas dizem respeito às quotas e joias dos associados ou
contribuições, as vendas e prestações de serviços relacionadas com a atividade,
os desinvestimentos. As fontes externas referem-se aos subsídios, doações e
apoios que poderão vir do Estado, de empresas ou do público em geral.

As Contribuições - Entende-se por Contribuição toda a prestação


financeira recebida dos associados e não associados, destinada a
financiar as atividades da entidade ou à execução de um projeto,
representam uma contribuição com carácter continuado e permanente,
comum período predefinido de entrega, como é o caso das quotas e joias
(Carvalho, 2005).

Os Subsídios - São verbas ou subsídios atribuídos pelo Estado ou outras


entidades públicas destinadas ao cumprimento de determinados
objetivos ou programas especiais ou ainda para cobrir despesas que a
entidade seja obrigada a incorrer, constituindo-se, muitas vezes, na
maior fonte de captação de recursos para as entidades sem fins lucrativos
(Carvalho, 2005).

As Doações – As ESNL recebem além de doações de dinheiro, doações


em equipamentos, materiais de consumo e até serviços. O doador irá

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

compensar a sua comparticipação através da dedução de impostos ou


simplesmente através de um sentimento de dever cumprido no apoio de
uma causa meritória. Este é um ponto que as diferencia das
contribuições, visto estas serem somente em recursos pecuniários
(Carvalho, 2005).

Nas ESNL, os utilizadores da informação financeira são as entidades que


entregam recursos (quotas, legados, donativos), os credores, as pessoas que
realizam prestações gratuitas (assistência ou trabalhos de voluntariado), o
Governo e a Administração Pública entre outros. Nesta conformidade:

• Os doadores/financiadores/associados pretendem conhecer o grau


de cumprimento dos objetivos desenvolvidos;
• Os credores pretendem obter informação acerca da capacidade que a
entidade tem em solver os seus compromissos;
• Os membros das ESNL pretendem conhecer o modo como os
donativos e outros fundos são aplicados nas atividades;
• Os voluntários pretendem conhecer os resultados da sua dedicação,
bem como os programas realizados e as necessidades de recursos;
• O Estado, na medida em que proporciona os recursos para a atividade
de diversas entidades do sector não lucrativo, tem necessidade de
controlar os fluxos/meios que permitam cumprir os fins sem
diminuir o património;
• O público em geral, de entre os quais cumpre referir os contribuintes,
grupos de interesse ou pressão, associações de defesa do consumidor
e todos os interessados, direta ou indiretamente, no futuro da
atividade da ESNL. Este grupo deve ter a possibilidade de avaliar o
contributo da entidade no seu bem-estar ou no desenvolvimento
económico do sector em que se insere.

Estas e outras particularidades do chamado Terceiro Setor, ou Setor Social


fizeram com que o Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março, aprovasse o
regime da normalização contabilística para as ESNL, que faz parte integrante
do SNC e que corresponde à criação de regras contabilísticas próprias,
aplicáveis especificamente “às entidades que prossigam, a título principal,
atividades sem fins lucrativos e que não possam distribuir aos seus membros
ou contribuintes qualquer ganho económico ou financeiro direto,
designadamente associações, pessoas coletivas públicas de tipo associativo,
fundações, clubes, federações e confederações.”
A criação de regras contabilísticas próprias aplicáveis às ESNL justifica-se por
duas razões essenciais. Desde logo, em razão da disseminação que estas
entidades têm vindo a conhecer e do importante papel e peso que
desempenham na economia, que justifica que se reforcem as exigências de

19
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

transparência relativamente às atividades que realizam e aos recursos que


utilizam, nomeadamente através da obrigação de prestarem informação
fidedigna sobre a gestão dos recursos que lhes são confiados, bem como sobre
os resultados alcançados no desenvolvimento das suas atividades.
Seguidamente, porque as entidades que integram o setor não lucrativo
respondem a finalidades de interesse geral que transcendem a atividade
produtiva e a venda de produtos ou prestação de serviços.

A prestação de contas das ESNL assenta agora no SNC1 e procura fornecer a


confiança necessária aos utilizadores através de um relato financeiro de
qualidade, assente em procedimentos contabilísticos apropriados e
Demonstrações Financeiras verdadeiras.

A prestação de contas das ESNL também está sujeita a vinculações jurídico-


publicas que implicam o dever de fornecer dados financeiros relativos à gestão
e dados pessoais (…) relativos aos obrigados à prestação de contas (…) na
medida do estritamente necessário ao uso de poderes coercivos inerentes ao
dever de colaboração, em caso de recusa de fornecer informações ou
esclarecimentos indispensáveis ao apuramento da verdade material dos factos
(Instrução 1/2019 do TC).

A qualidade do relato financeiro das ESNL depende da qualidade do


Contabilista Certificado (CC). Designam-se por CC os profissionais, nacionais
ou de qualquer outro Estado membro da União Europeia, inscritos na Ordem
dos Contabilistas Certificados (OCC), sendo-lhes atribuído, em exclusividade,
o uso desse título profissional, bem como o exercício das respetivas funções. O
CC pela preparação técnica que possuiu e pela capacidade de adaptação tem
sido quem ao longo dos tempos melhor tem gerido a mudança de normativos.
O SNC-ESNL não foi exceção, mas é um dos mais exigente para o CC na medida
que este necessita de ter um excelente conhecimento da entidade, das normas
legais e estatutárias que a regem, para conseguir produzir um relato financeiro
de excelência, quer em quantidade, quer em qualidade, e no setor não lucrativo
existem uma diversidade de entidades e de normativos que é necessário
conhecer, em toda a sua amplitude.

O CC das ESNL, para além ter de acompanhar as recentes evoluções


tecnológicas, tem de apostar na sua formação profissional, apostando na
especialização e desenvolvendo os conhecimentos específicos deste setor de
atividade, sendo que estas competências não se adquirem nas universidades,
mas antes no relacionamento diário com e nas instituições. “Acabará por
evidenciar melhor desempenho quem for capaz de melhor compreender o meio

1
conforme aviso n.º 8259/2015, da Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, de 29 de julho –
Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor Não Lucrativo (NCRF-ESNL) do
SNC

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

em que se insere, quem for mais capaz de transformar ameaças em


oportunidades, quem se mostrar mais flexível, mais adaptável, mais rápido a
responder, em sentido única e exclusivamente determinado pela necessidade”
(Bessa,2010) de apresentar um serviço diferenciador.

No exercício da atividade profissional foi possível compreender algumas das


particularidades que estas entidades apresentam. No relacionamento com
diversos colegas foi possível identificar algumas das dificuldades sentidas, ao
ponto de muitos terem até relutância em assumir a responsabilidade técnica
pela contabilidade de uma ESNL. O presente trabalho procura ser a ferramenta
facilitadora para o CC que exerça ou queira exercer a sua atividade profissional
no terceiro setor, procurando por um lado sistematizar o normativo
contabilístico e fiscal e por outro desmistificar algumas das particularidades
destas entidades. O CC tem de ser capaz de assumir o seu papel diferenciador,
o setor assim o exige e com as atuais mudanças tecnológicas que estão a ocorrer
no setor privado, é uma janela de oportunidade que se lhes abre.

Face à diversidade de ESNL, iremos focar a nossa análise nas Associações


culturais, desportivas, sociais e humanitárias. Numa primeira parte procurando
conhecer os seus procedimentos de criação, registo e funcionamento,
analisando as suas obrigações estatutárias e as suas responsabilidades perante
a tutela. Numa segunda parte procuraremos conhecer as exigências do SNC-
ESNL em matérias de divulgação e relato financeiro. Numa terceira parte
iremos procurar analisar os vários impostos, analisando o sistema fiscal e de
segurança social aplicável às ESNL. Para mais fácil compreensão no decurso
destas análises incluiremos exemplos, esquemas, minutas e formulários.

21
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. O Setor Não Lucrativo


Segundo a CRP, todos os cidadãos têm o direito de, livremente e sem
dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas
não se destinem a promover a violência e os respetivos fins não sejam contrários
à lei penal. A liberdade de associação compreende o direito de constituir ou
participar em associações e de através delas concorrer democraticamente para
a formação da vontade popular. As ESNL são entidades com gestão autónoma
e independente das autoridades públicas e que têm como princípio orientador
o fim social, a conciliação de interesses, a afetação dos resultados ao interesse
comum e onde a adesão e a participação das pessoas é livre e voluntária.

2.1 O Associativismo no Código Civil Português


O associativismo é uma das formas de organização civil, através da qual, em
torno de interesses comuns e no espírito de uma colaboração sem fins lucrativos
os cidadãos se agrupam. O Código Civil Português (CCV) estabelece que o seu
capítulo II também é aplicável às que não tenham por fim o lucro económico
dos associados, às fundações de interesse social (artigo 157º CCV).

As associações adquirem personalidade jurídica quando constituídas por


escritura pública ou por outro meio legalmente admitido e as fundações pelo
reconhecimento, individual e da competência da autoridade administrativa
(artigo 158º CCV). O ato de constituição da associação especificará os bens ou
serviços com que os associados concorrem para o património social, a
denominação, fim e sede da pessoa coletiva, a forma do seu funcionamento,
assim como a sua duração, quando a associação se não constitua por tempo
indeterminado. Os estatutos podem especificar ainda os direitos e obrigações
dos associados, as condições da sua admissão, saída e exclusão (artigo 167º
CCV). O ato de constituição, os estatutos e as suas alterações não produzem
efeitos em relação a terceiros, enquanto não forem publicados, nos termos
legalmente previstos para os atos das sociedades comerciais (artigo 168 CCV).
As associações devem ainda promover a publicitação da sua sede e dos seus
programas (artigo 201º-A CCV).

A sede de uma associação é a que os respetivos estatutos fixarem ou, na falta de


designação estatutária, o lugar em que funciona normalmente a administração
principal (artigo 159º CCV). É também através dos estatutos que são designados
os respetivos órgãos, entre os quais um órgão colegial de administração
constituído por um número ímpar de titulares, dos quais um será o presidente,
e um órgão de fiscalização, que pode ser constituído por um fiscal único ou por
um número ímpar de titulares, dos quais um será o presidente (artigo 162º
CCV).

22
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As obrigações e a responsabilidade dos titulares dos órgãos são definidas nos


respetivos estatutos, aplicando-se, na falta de disposições estatutárias, as regras
do mandato, com as necessárias adaptações. Os membros dos corpos gerentes
não podem abster-se de votar nas deliberações tomadas em reuniões a que
estejam presentes, e são responsáveis pelos prejuízos delas decorrentes, salvo
se houverem manifestado a sua discordância (artigo 164º CCV).

As associações extinguem-se (artigo 182º CCV):

• Por deliberação da assembleia geral;


• Pelo decurso do prazo, se tiverem sido constituídas temporariamente;
• Pela verificação de qualquer outra causa extintiva prevista no ato de
constituição ou nos estatutos;
• Pelo falecimento ou desaparecimento de todos os associados;
• Por decisão judicial que declare a sua insolvência.
• Por decisão judicial:
o Quando o seu fim se tenha esgotado ou se haja tornado
impossível;
o Quando o seu fim real não coincida com o fim expresso no ato
de constituição ou nos estatutos;
o Quando o seu fim seja sistematicamente prosseguido por
meios ilícitos ou imorais;
o Quando a sua existência se torne contrária à ordem pública.

Em caso de extinção os bens de uma associação têm como destino o que lhes for
fixado pelos estatutos ou por deliberação dos associados, sem prejuízo do
disposto em leis especiais; na falta de fixação ou de lei especial, o tribunal, a
requerimento do Ministério Público, dos liquidatários ou de qualquer associado
ou interessado, determinará que sejam atribuídos a outra pessoa coletiva ou ao
Estado, assegurando, tanto quanto possível, a realização dos fins da pessoa
extinta (artigo 166º CCV).
É a assembleia geral que elege os titulares dos órgãos da associação (artigo 170º
CCV). Compete à assembleia geral todas as deliberações não compreendidas
nas atribuições legais ou estatutárias. São, necessariamente, da competência da
assembleia geral a destituição dos titulares dos órgãos da associação, a
aprovação do balanço, a alteração dos estatutos, a extinção da associação e a
autorização para esta demandar os administradores por fatos praticados no
exercício do cargo (artigo 172º CCV). A assembleia geral deve ser convocada
pelo menos uma vez em cada ano para aprovação do balanço (artigo 173º CCV).
A assembleia geral é convocada por meio de aviso postal, expedido para cada
um dos associados com a antecedência mínima de oito dias; no aviso indicar-
se-á o dia, hora e local da reunião e a respetiva ordem do dia. É dispensada a
expedição do aviso postal sempre que os estatutos prevejam a convocação da

23
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

assembleia geral mediante publicação do respetivo aviso nos termos legalmente


previstos para os atos das sociedades comerciais. São anuláveis as deliberações
tomadas sobre matéria estranha à ordem do dia (artigo 174º CCV). O órgão da
administração e o conselho fiscal são convocados pelos respetivos presidentes
e só podem deliberar com a presença da maioria dos seus titulares. Salvo
disposição legal ou estatutária em contrário, as deliberações são tomadas por
maioria de votos dos titulares presentes, tendo o presidente, além do seu voto,
direito a voto de desempate (artigo 171º CCV).

A assembleia não pode deliberar, em primeira convocação, sem a presença de


metade, pelo menos, dos seus associados. As deliberações são tomadas por
maioria absoluta de votos dos associados presentes, exceto as deliberações
sobre alterações dos estatutos exigem o voto favorável de três quartos do
número dos associados presentes; as deliberações sobre a dissolução ou
prorrogação da pessoa coletiva requerem o voto favorável de três quartos do
número de todos os associados; e os estatutos podem exigir um número de
votos superior ao fixado nas regras anteriores (artigo 175º CCV). O associado
não pode votar, por si ou como representante de outrem, nas matérias em que
haja conflito de interesses entre a associação e ele, seu cônjuge, ascendentes ou
descendentes (artigo 176º CCV).

Pelas obrigações validamente assumidas em nome da associação responde o


fundo comum e, na falta ou insuficiência deste, o património daquele que as
tiver contraído; sendo o ato praticado por mais de uma pessoa, respondem
todas solidariamente. Na falta ou insuficiência do fundo comum e do
património dos associados diretamente responsáveis, têm os credores ação
contra os restantes associados, que respondem proporcionalmente à sua
entrada para o fundo comum (artigo 198º CCV). Os administradores são pessoal
e solidariamente responsáveis pela conservação dos fundos recolhidos e pela
sua afetação ao fim anunciado. Respondem ainda, pessoal e solidariamente,
pelas obrigações contraídas em nome da associação (artigo 200º CCV).

2.2 A Constituição de uma Associação


Para constituir uma associação é necessário que exista, um número mínimo de
três pessoas e que estas partilhem e respeitem o mesmo objetivo comum. Antes
de avançar com a constituição deve-se procurar nomear uma comissão
instaladora para definir entre outros os fins e as atividades que a associação se
propõe levar a cabo; a denominação que esta irá ter; as siglas ou logotipo que
irão ser utilizadas; a composição dos órgãos sociais, os estatutos (ver anexo 4).
Uma associação nasce da vontade dos membros fundadores, que numa reunião
inicial e constitutiva aprova todos estes elementos iniciais. Os estatutos devem
especificar:

24
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Natureza jurídica, denominação, âmbito e sede da associação;


• Fins prosseguidos;
• Órgãos sociais – sua composição, competência, funcionamento e
remuneração;
• Modo e condições de admissão dos associados, direitos, deveres e
sanções pelo não cumprimento;
• Forma da associação se obrigar perante terceiros;
• Receitas, despesas e princípios a que se deve obedecer a gestão;
• Modo como podem ser alterados os estatutos;
• Condições em que pode ser deliberada a dissolução da associação;
• Regime eleitoral dos órgãos associativos

Uma associação pode adquirir personalidade jurídica por via notarial, através
de escritura pública ou por via administrativa, através de depósito dos estatutos
junto do Ministério correspondente.

A Lei n.º 40/2007, de 24 de agosto veio criar um regime especial de constituição


imediata de associações, a denominada “Associação na Hora”. Através da
"Associação na Hora" é possível constituir uma associação num único momento
e num só balcão.

Passos necessários para constituir uma associação:

• Escolher uma denominação da lista de denominações pré-aprovadas


disponibilizada no sítio de internet da "Associação na Hora". A
denominação escolhida só será reservada no momento em que os
associados se dirigirem ao balcão de atendimento e iniciarem a
constituição da "Associação na Hora". Alternativamente pode ser
utilizado um certificado de admissibilidade previamente aprovado
pelo Registo Nacional de Pessoas Coletivas (ver anexo 1).
• Escolher um dos modelos de estatutos pré-aprovados facultados nos
locais de atendimento. Neste momento, existem quatro modelos
disponíveis que podem ser consultados em
https://irn.justica.gov.pt/Modelos-de-estatutos-de-associacao. A
diferença entre os modelos é que um permite a nomeação simultânea
dos órgãos sociais da associação (Mesa da Assembleia Geral, Direção
e Conselho Fiscal), e o outro não, o terceiro modelo destina-se apenas
aos Centros de Arbitragem e o quarto modelo às instituições
particulares de solidariedade social (IPSS).
• Iniciar o processo de constituição num balcão "Associação na Hora".

Elementos necessários a ter em conta no momento da constituição:

• No caso de os associados da associação a constituir serem pessoas


singulares, apresentar: Documento de identificação (cartão de

25
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

cidadão, bilhete de identidade, passaporte, carta de condução ou


autorização de residência); Cartão de contribuinte.
• No caso de os associados da associação a constituir serem pessoas
coletivas não sujeita a registo comercial, apresentar: Documentos de
identificação e Cartões de Contribuinte dos representantes legais;
Cartão de Identificação de Pessoa Coletiva; Estatutos; Ata de
deliberação da Assembleia Geral sobre a constituição da associação;
Ata de eleição e de tomada de posse dos representantes legais.
• No caso de os associados da associação a constituir serem pessoas
coletivas sujeita a registo comercial, apresentar: Código de Acesso à
Certidão Permanente ou, em alternativa, Certidão da Conservatória
do Registo Comercial emitida há menos de um ano; Ata da
Assembleia-geral conferindo poderes para a constituição da
associação.

O ato constitutivo e os estatutos da associação são publicados gratuitamente no


sítio http://publicacoes.mj.pt/. Após esta publicação a Associação deve proceder à
sua inscrição junto da Autoridade Tributária (AT) (ver anexo 2) e da Segurança
Social (SS) (ver anexo 3).

No prazo de 30 dias a contar da constituição da associação pedir o registo do


beneficiário efetivo em https://rcbe.justica.gov.pt/.

2.2.1 Associações de Jovens


São associações de jovens, as associações com mais de 80% de associados com
idade igual ou inferior a 30 anos, em que o órgão executivo é constituído por
80% de jovens com idade igual ou inferior a 30 anos. São grupos informais de
jovens, para efeitos do disposto na presente lei, os grupos que sejam
constituídos exclusivamente por jovens com idade igual ou inferior a 30 anos,
em número não inferior a cinco elementos. Para efeitos da titularidade dos
direitos e benefício dos apoios previstos na presente lei, as associações juvenis
são reconhecidas pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e
estão regulamentadas pela Lei 23/2006 de 23 de junho. Só podem ser
reconhecidas as associações juvenis constituídas por, pelo menos, 20 pessoas
singulares. Para efeitos de reconhecimento, as associações juvenis com
personalidade jurídica enviam para o IPDJ cópias do documento constitutivo e
dos respetivos estatutos.

A Lei n.º 57/2019 de 7 de agosto, que procedeu à primeira alteração à Lei n.º
23/2006, de 23 de junho, cria a categoria de "associações de caráter juvenil" para
organismos que, mesmo não cumprindo os requisitos de associações juvenis,

26
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

nos últimos três anos tenham dedicado mais de 50% da sua atividade
exclusivamente a jovens com idade até 30 anos.

As associações juvenis sem personalidade jurídica enviam para o IPDJ, por


depósito ou carta registada com aviso de receção, cópias dos estatutos, da ata
da assembleia geral em que os mesmos foram aprovados, bem como do
certificado de admissibilidade de denominação. Desta forma passam também a
possuir um reconhecimento que lhes permite aceder aos apoios do IPDJ,
contudo este reconhecimento apenas produz efeitos após a publicação, gratuita,
pelo IPDJ, dos estatutos da associação em sítio na Internet de acesso público,
regulado por portaria do membro do Governo responsável pela área da
juventude, no qual a informação objeto de publicidade
(https://rnaj.ipdj.gov.pt/web/rnaj/pesquisarmapa).
As associações de jovens, com personalidade jurídica, beneficiam das
prerrogativas conferidas pelo artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de
novembro2; de isenção quanto aos emolumentos nos pedidos de certidões de
não dívida à administração tributária e à segurança social; da isenção de
imposto do selo prevista no artigo 6.º do Código do Imposto do Selo, aprovado
pela Lei n.º 150/99, de 11 de setembro. Nas transmissões de bens e na prestação
de serviços que efetuem, as associações de jovens beneficiam das isenções de
IVA nos termos previstos para as associações sem fins lucrativos. Em relação
aos donativos em dinheiro ou em espécie concedidos às associações, com vista
ao financiamento total ou parcial das suas atividades ou projetos, é aplicável o
regime previsto no Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho. As associações juvenis passam a poder
beneficiar da consignação de 0,5% do IRS dos contribuintes que as queiram
apoiar, à semelhança do que já acontece com outras instituições de caráter
social.

São deveres das associações de jovens manter uma boa organização


contabilística; elaborar relatórios de contas e de atividades e publicitar e
identificar os apoios financeiros concedidos pelo IPDJ. A existência de dívidas
à administração tributária e à segurança social implica o cancelamento de
qualquer candidatura a programas de apoio por parte do IPDJ, assim como a
suspensão automática dos direitos decorrentes da inscrição da associação no
Registo Nacional do Associativismo Jovem (RNAJ). As associações elegíveis

2
As pessoas coletivas de utilidade pública beneficiam da Isenção de taxas de televisão e de rádio;
Sujeição à tarifa aplicável aos consumos domésticos de energia elétrica; Escalão especial no consumo
de água, nos termos que vierem a ser definidos por portaria do Secretário de Estado dos Recursos
Hídricos e Saneamento Básico; Tarifa de grupo ou semelhante, quando exista, no modo de transporte
público estatizado; Isenção das taxas previstas na legislação sobre espetáculos e divertimentos públicos;
Publicação gratuita das alterações dos estatutos nos termos legalmente previstos para os atos das
sociedades comerciais.

27
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

para a modalidade de apoio bienal ou que apresentem planos de atividades de


valor superior a 100.000,00 euros devem, igualmente, dispor de contabilidade
organizada nos termos da lei.

2.2.1.1 Programa de Apoio Juvenil


O programa de apoio juvenil visa o apoio ao desenvolvimento das atividades
das associações juvenis, respetivas federações, das organizações equiparadas
nos termos dos nºs 3 e 4 do artº 3 da Lei 23/2006 e dos grupos informais de
jovens. Este programa prevê apoio Bienal (só disponível quando aprovado pelo
Ministério das Finanças), anual e pontual. É possível a candidatura a mais do
que modalidade, nos seguintes termos:

- As associações que beneficiem de apoios bienais ou anuais, apenas se


podem candidatar a um apoio pontual por ano até ao limite de 1.500,00€;

- As associações e federações que beneficiem apenas a apoio pontual,


podem beneficiar até 4 candidaturas/ano, no valor máximo
1500€/candidatura.

A candidatura deverá conter os seguintes documentos:


- O plano de atividades (para um ou dois anos consoante se trate de
candidatura anual ou bienal) ou a ação a realizar (no caso dos pontuais);

- Objetivos e metas genéricas a atingir;

- Ações a realizar discriminando em cada uma as atividades,


metodologias, meios, número de jovens envolvidos e calendarização;

- Orçamento detalhado.

É obrigatório a entrega pela instituição de um relatório intercalar e final em


formato Excel.

2.2.1.2 Programa de Apoio Estudantil


O Programa de Apoio Estudantil apoia o desenvolvimento de atividades de
associações de estudantes e respetivas federações. É possível a candidatura a
mais do que uma modalidade, nos seguintes termos:

- As associações com apoio anual, podem submeter até 1 candidatura a


apoio pontual, no valor máximo 1.500,00€;

- As associações sem apoio anual, podem submeter até 2 candidaturas a


apoio pontual, no valor máximo 5.000,00€ por candidatura;

- As federações podem submeter até 4 candidaturas a apoio pontual, no


valor máximo 5.000,00€ por candidatura.

28
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O Processo de candidatura ao apoio anual deve conter os seguintes


documentos:

- O plano de atividades definido para o período de um ano económico


no qual devem constar:

- Objetivos e metas genéricas a atingir;

- Ações a realizar discriminando em cada uma as atividades,


metodologias, meios técnicos, materiais e humanos, número de jovens
destinatários e calendarização;

- Orçamento detalhado.

O Processo de candidatura ao apoio pontual deve apresentar sob a forma de


projeto uma ou mais ações de caráter inovador e único, claramente distintas da
atividade regular da entidade. Do projeto devem constar:

- Objetivos ou as metas genéricas que pensas atingir;

- Ação a desenvolver sendo que, para cada uma é necessário descrever


as atividades, metodologias a aplicar, meios técnicos, materiais e
humanos, número de jovens destinatários e calendarização;

- Orçamento detalhado.

Na apreciação das candidaturas, dar-se-á prioridade às candidaturas que


cumpram os seguintes critérios:

• Atividades que ocorrem uma só vez;

• Atividades de caráter internacional;

• Atividades de organização conjunta (entre associações).


É obrigatório a entrega pela instituição de um relatório intercalar e final em
formato Excel.

2.2.1.3 Programa de Apoio Infraestrutural


O Programa de Apoio Infraestrutural tem duas medidas específicas: Medida 1
– Apoio a infraestruturas (aplicado em regime bienal e anual) até 50.000,00€, por
ano e por entidade.; Medida 2 – Apoio a equipamentos (aplicado em regime
anual) até 2.500,00€, por ano e por entidade. A candidatura deve integrar o
plano de atividades, definido para o período de um/dois ano (s), o qual deve
estar estruturado do seguinte modo:

- Eixos Estratégicos, no mínimo 2, ou seja, orientações gerais claras para


o plano de atividades. Será o fio condutor do projeto para o(s) ano(s) de
apoio;

29
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

- Objetivos ou metas genéricas a atingir, diretamente ligadas a cada eixo


estratégico traçado;

- Ações, discriminando em cada as atividades, metodologias, meios


técnicos, materiais e humanos, número de jovens destinatários e
calendarização;

- Orçamento discriminado;

- Métodos, instrumentos e indicadores de avaliação para a concretização


do projeto proposto.

A documentação anexa necessária para a medida 1 é a declaração que comprove


a existência de contabilidade organizada; o projeto de arquitetura ou projeto de
alteração aprovado por entidade competente; a planta do imóvel; o caderno de
encargos e orçamento; o contrato de promessa compra e venda de prédios
rústicos ou urbanos ou contrato de cedência de direito de superfície quando esta
última, seja, pelo menos, por 50 anos.

A documentação anexa necessária para a medida 2 são três propostas de


orçamento por equipamento a adquirir.

É obrigatório a entrega pela instituição de um relatório intercalar e final em


formato Excel. Para o apoio Bienal, o Relatório intercalar é entregue até ao dia 1
de março do 2º ano de execução da candidatura; e o Relatório final é entregue
até ao dia 1 de março do ano seguinte ao da transferência da 2ª tranche.

2.2.2 Associações de Estudantes


São associações de estudantes aquelas que representam os estudantes do
respetivo estabelecimento de ensino básico, secundário, superior ou
profissional. As associações de estudantes, estão regulamentadas pela Lei
23/2006 de 23 de junho, e constituem-se após prévia aprovação de um projeto
de estatutos em assembleia geral, expressamente convocada para o efeito por
um mínimo de 10% dos estudantes a representar, com a antecedência mínima
de 15 dias, por meio de aviso afixado em todos os edifícios onde habitualmente
decorram atividades escolares.

Para efeitos do reconhecimento, as associações de estudantes com


personalidade jurídica enviam para o membro do Governo competente para o
reconhecimento cópias do documento constitutivo e dos respetivos estatutos.

Para efeitos do reconhecimento, as associações de estudantes sem


personalidade jurídica enviam para o membro do Governo competente para o
reconhecimento, por depósito ou carta registada com aviso de receção, cópias
dos estatutos, da ata da assembleia geral em que os mesmos foram aprovados,

30
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

bem como do certificado de admissibilidade de denominação. Este


reconhecimento apenas produz efeitos após a publicação, gratuita, pelo
membro do Governo competente para o reconhecimento, dos estatutos da
associação em sítio na Internet de acesso público.

Apenas pode ser reconhecida uma associação de estudantes por


estabelecimento de ensino, para efeitos de acesso aos direitos e regalias. As
associações de estudantes têm direito a dispor de instalações próprias nos
estabelecimentos de ensino a que se encontram afetas, cedidas a título gratuito,
mediante protocolo a celebrar com os órgãos diretivos das respetivas entidades
escolares, de forma a melhor prosseguirem e desenvolverem a sua atividade.

As associações de estudantes têm direito a emitir pareceres aquando do


processo de elaboração de legislação sobre ensino, na definição da política
educativa, a ser consultadas pelos órgãos de gestão das escolas e a participar na
elaboração das bases fundamentais da política de ação social escolar.

São deveres das associações de estudantes manter uma organização


contabilística; elaborar relatórios de contas e de atividades e publicitar e
identificar os apoios financeiros concedidos pelo IPDJ. A existência de dívidas
à administração tributária e à segurança social implica o cancelamento de
qualquer candidatura a programas de apoio por parte do IPDJ, assim como a
suspensão automática dos direitos decorrentes da inscrição da associação no
Registo Nacional do Associativismo Jovem (RNAJ). Na modalidade de apoio
bienal ou que estas apresentem planos de atividades de valor superior a (euro)
100.000 são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei.

Estas associações beneficiam das prerrogativas conferidas pelo artigo 10.º do


Estatuto das Coletividades de Utilidade Pública; de isenção quanto aos
emolumentos nos pedidos de certidões de não dívida à administração tributária
e à segurança social; da isenção de imposto do selo prevista no artigo 6.º do
Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei n.º 150/99, de 11 de setembro.
Nas transmissões de bens e na prestação de serviços que efetuem, as associações
de jovens beneficiam das isenções de IVA nos termos previstos para as
associações sem fins lucrativos. Em relação aos donativos em dinheiro ou em
espécie concedidos às associações, com vista ao financiamento total ou parcial
das suas atividades ou projetos, é aplicável o regime previsto no Estatuto dos
Benefícios Fiscais (EBF), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho.

2.2.3 Associações de Pais


As Associações de Pais encontram-se regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º
372/90, de 27 de novembro. A Associação de Pais é a forma organizada e
institucional legalmente prevista de os Pais fazerem ouvir a sua voz e participar

31
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

no processo educativo dos filhos. Estas Associações são independentes do


Estado, dos partidos políticos, das organizações religiosas e de quaisquer outras
instituições ou interesses. Gozam de autonomia na elaboração e aprovação dos
respetivos estatutos e demais normas internas, na eleição dos seus corpos
sociais, na gestão e administração do seu património próprio, na elaboração de
planos de atividade e na efetiva prossecução dos seus fins.

Numa reunião geral de Pais e Encarregados de Educação, escolher alguns que


assumam a formação de uma Comissão Instaladora, com o respetivo
Coordenador. Essa Comissão Instaladora promove a elaboração dos Estatutos
(ver anexo 6) e solicita à Direção da Escola (ou Agrupamento) uma “Declaração
de Autorização”, para utilização do nome do estabelecimento de ensino pela
Associação de Pais. O passo seguinte é convocar uma reunião geral de Pais e
Encarregados de Educação, com uma Ordem de Trabalhos (ver anexo 7) onde
conste, como principal assunto, a aprovação dos Estatutos. Desta reunião deve
existir uma “listagem de presenças” que ficará apensa a uma Ata, podendo
também proceder-se ao preenchimento dos Boletins de Inscrição para
associados (ver anexo 8). Com os Estatutos aprovados, é necessário pedir o
certificado de admissibilidade do nome da Associação. Todo o processo de
constituição tem depois de ser enviado para a Secretaria-Geral do Ministério da
Educação, por mail, para dsaj@sec-geral.mec.pt, solicitando a publicação dos
estatutos. Após a publicação dos Estatutos no Portal do Ministério da Justiça,
deve-se proceder à eleição dos Corpos Sociais da Associação de Pais. Depois
destas eleições deve-se proceder à inscrição da Associação de Pais na
Autoridade Tributária e Segurança Social.

As associações de pais poderão beneficiar de especial apoio do Estado, o qual


será prestado nos termos a acordar em contrato-programa com o Ministério da
Educação e no quadro das disponibilidades orçamentais dos respetivos
departamentos. As faltas dadas por titulares de órgãos de associações de pais
que sejam trabalhadores subordinados ou funcionários ou agentes da
Administração Pública motivadas pela presença nas reuniões com órgãos
diretivos consideram-se para todos os efeitos justificadas, mas determinam a
perda da retribuição ou do vencimento correspondente.

As associações de pais beneficiam da isenção de emolumentos e taxas a cobrar


pelo pedido de emissão de certificados de admissibilidade da denominação e
do respetivo cartão de identificação de pessoa coletiva.

2.2.4 Associações Humanitárias de Bombeiros


As associações humanitárias de bombeiros (AHB) são pessoas coletivas sem fins
lucrativos cuja finalidade é a proteção de pessoas e bens, designadamente

32
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

através do socorro a feridos, o auxílio a doentes e a extinção de incêndios. A sua


atividade é mantida através de um corpo de bombeiros voluntários ou misto.

O ato de constituição de cada associação, os estatutos, bem como as suas


alterações, constam de escritura pública, cabendo à Autoridade Nacional de
Proteção Civil publicar e manter permanentemente atualizada no seu sítio na
Internet a listagem com a respetiva informação referente às associações
humanitárias de bombeiros.

Os estatutos das Associações Humanitárias de Bombeiros deverão ser


elaborados em conformidade com o Regime Jurídico das Associações
Humanitárias de Bombeiros, aprovado pela Lei n.º 32/2007, de 13 de agosto,
designadamente com o disposto no seu artigo 5.º. O ato de constituição da
associação especifica os bens ou serviços com que os associados concorrem para
o património social, a denominação, a sede e o fim da associação, que inclui
obrigatoriamente a referência à detenção e manutenção de um corpo de
bombeiros voluntários ou misto, bem como a forma do seu funcionamento. Os
estatutos das associações determinam a composição e competência dos órgãos
sociais, a forma de designar, as obrigações e a responsabilidade destes para com
a associação, podendo ainda especificar os direitos e obrigações dos associados,
as condições da sua admissão, saída e exclusão, bem como os termos da extinção
da pessoa coletiva. A denominação da associação inclui obrigatoriamente a
designação «associação humanitária de bombeiros».

O ato de constituição da associação, os estatutos e as suas alterações devem


constar de escritura pública. O notário deve, oficiosamente e a expensas da
associação, comunicar a constituição e estatutos, bem como as alterações deste,
à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e remeter um extrato para a
publicação obrigatória em dois jornais de expansão regional. A ANPC publica
no seu sítio na Internet a constituição e os estatutos das associações
humanitárias de bombeiros, bem como as alterações a estes3. O ato de
constituição, os estatutos das associações, assim como as suas alterações, não
produzem efeitos em relação a terceiros enquanto não forem publicados.

As associações respondem civilmente pelos atos ou omissões dos seus


representantes, agentes ou mandatários, sendo que os titulares dos órgãos
sociais são responsáveis civil e criminalmente pelas faltas ou irregularidades
cometidas no exercício do mandato. Os titulares dos órgãos sociais ficam
exonerados de responsabilidade se não tiverem tomado parte na respetiva
deliberação e a reprovarem com declaração na ata da sessão imediata em que se
encontrem presentes, ou tiverem votado contra essa deliberação e o fizerem
consignar na ata respetiva.

3
http://www.prociv.pt/pt-pt/BOMBEIROS/AHB/ESTATUTOS/Paginas/default.aspx

33
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A assembleia geral é convocada por meio de aviso postal, expedido para cada
um dos associados com a antecedência mínima de oito dias, ou através de outra
forma legal e estatutariamente admissível, indicando-se no mesmo aviso o dia,
hora e local da reunião e a respetiva ordem de trabalhos. A assembleia geral não
pode deliberar, em primeira convocação, sem a presença de, pelo menos,
metade dos seus associados. O associado não pode votar, por si ou como
representante de outrem, nas matérias em que haja conflito de interesses entre
a associação e o próprio, seu cônjuge, ascendentes ou descendentes.
Compete ao órgão de administração elaborar anualmente e submeter a parecer
do órgão de fiscalização o relatório e contas de gerência, bem como o plano de
ação e orçamento para o ano seguinte e assegurar a organização e o
funcionamento dos serviços, bem como a escrituração dos livros, nos termos da
lei.

O exercício de qualquer cargo nos órgãos sociais das associações é gratuito, mas
pode justificar o pagamento de despesas dele derivadas. Quando o volume do
movimento financeiro ou a complexidade da administração das associações
exijam a presença prolongada de um ou mais titulares do órgão de
administração e os estatutos o permitam, estes podem ser remunerados, sendo
a remuneração determinada pela assembleia geral.

Os titulares dos órgãos sociais não podem votar em assuntos que diretamente
lhes digam respeito, ou nos quais sejam interessados os respetivos cônjuges,
ascendentes, descendentes e afins. É vedado à associação contratar direta ou
indiretamente com os titulares dos órgãos sociais, seus cônjuges, ascendentes,
descendentes e afins ou com sociedades em que qualquer destes tenha
interesses. Os presidentes da assembleia geral e dos órgãos de administração e
fiscalização estão impedidos de exercer quaisquer funções no quadro de
comando e no quadro ativo do respetivo corpo de bombeiros.
A ANCP fixa normas técnicas e desenvolve manuais práticos de gestão da vida
das associações, designadamente nas áreas das comunicações, tecnologias de
informação, direito, contabilidade e administração. Os meios financeiros na
disposição da associação são obrigatoriamente depositados em conta da
associação aberta em instituição de crédito.

As associações beneficiam das prerrogativas, isenções e benefícios fiscais


conferidos por lei às pessoas coletivas de utilidade pública administrativa. Aos
donativos concedidos às associações é aplicável o disposto em matéria de
benefícios relativos ao mecenato constante do Estatuto dos Benefícios Fiscais.

A alienação e o arrendamento de imóveis pertencentes às associações devem ser


feitos em concurso público ou hasta pública, conforme determinação da
assembleia geral em razão do procedimento julgado mais conveniente. Em

34
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

qualquer caso, os preços e rendas aceites não podem ser inferiores aos que
vigorarem no mercado normal de arrendamento, de harmonia com os valores
estabelecidos em peritagem oficial.

2.2.5 Associações Mutualistas


O regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações
mutualistas encontra-se previsto no Decreto-Lei n.º 59/2018, de 02 de agosto.
Constituem fins fundamentais das associações mutualistas a concessão de
benefícios de segurança social e de saúde destinados a reparar as consequências
da verificação de factos contingentes relativos à vida e saúde dos associados e
seus familiares e a prevenir, na medida do possível, a verificação desses factos.

Para a concretização dos seus fins de segurança social, as associações


mutualistas podem prosseguir, designadamente, as seguintes modalidades de
benefícios: Prestações pecuniárias por invalidez, velhice e de sobrevivência;
Prestações pecuniárias por doença, paternidade, maternidade, desemprego,
acidentes de trabalho ou doenças profissionais; Capitais pagáveis por morte ou
no termo de prazos determinados.

Para a concretização dos seus fins de saúde as associações mutualistas podem


prosseguir, designadamente, as seguintes modalidades de benefícios:
Assistência na saúde, através da prestação de cuidados de saúde preventiva,
curativa e de reabilitação e de cuidados continuados e paliativos; Assistência
medicamentosa e nos produtos de apoio.

O ato de constituição de uma associação mutualista está sujeito a escritura


pública, da qual deve constar a denominação, os fins e a sede da instituição.
Para a constituição de uma associação mutualista, para a aprovação dos
estatutos e do regulamento de benefícios, devem ser submetidos aos serviços
competentes para o registo das associações mutualistas os respetivos projetos,
acompanhados de um estudo de viabilidade económica e financeira e, quando
necessário, atuarial, que demonstre a sustentabilidade económica e financeira
da associação e o equilíbrio técnico e financeiro previsional de cada uma das
modalidades de benefícios a prosseguir. Os serviços da segurança social
emitem parecer que ateste que estão reunidas as condições legais e técnicas para
a constituição de uma Associação Mutualista.

No momento da constituição as associações mutualistas devem ter um número


de associados e um sistema de financiamento que permitam o equilíbrio técnico
e financeiro previsional da associação e de cada uma das modalidades de
benefícios que a instituição visa prosseguir. Não pode constituir-se uma
associação mutualista cujo número de associados seja inferior ao dobro dos
membros previstos para os respetivos órgãos.

35
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As associações mutualistas registadas nos termos do artigo anterior adquirem


automaticamente a natureza de pessoas coletivas de utilidade pública, com
dispensa do registo e demais obrigações previstas no Decreto-Lei n.º 460/77, de
7 de novembro.

As associações mutualistas devem observar, na organização da sua


contabilidade, o regime do sistema de normalização contabilística que lhe é
aplicável.

As associações mutualistas devem organizar balanços técnicos, tendo em vista:

• Apurar as responsabilidades assumidas para com os associados no


que respeita às suas modalidades de benefícios relativamente a
períodos futuros;
• Analisar as respetivas condições de equilíbrio técnico e financeiro;
• Avaliar a necessidade de rever a estrutura e os quantitativos das
quotas ou benefícios.

Os balanços técnicos têm caráter anual e são elaborados de acordo com as


orientações emitidas pelo membro do Governo responsável pela área da
segurança social. Os balanços técnicos respeitantes aos regimes
complementares de segurança social são efetuados com a periodicidade
prevista nos respetivos planos de gestão. Os balanços técnicos são apresentados,
juntamente com o relatório e contas do exercício da associação, nos serviços
competentes da área da segurança social.
São órgãos das associações mutualistas: A assembleia geral; O conselho de
administração; O conselho fiscal.

Compete à assembleia geral entre outros:

• Apreciar e votar, anualmente, o programa de ação e o orçamento para


o ano seguinte, os quais devem ser acompanhados de parecer do
conselho fiscal;
• Apreciar e votar, anualmente, o relatório e as contas do exercício do
ano anterior, acompanhado do parecer do conselho fiscal;

A assembleia geral reúne em sessão ordinária até 31 de março de cada ano, para
apreciação geral da administração e fiscalização da associação, discussão e
votação do relatório de gestão e contas do exercício do ano anterior, o qual deve
ser acompanhado de parecer do conselho fiscal; e até 31 de dezembro de cada
ano para discussão e votação do programa de ação e orçamento para o ano
seguinte, os quais devem ser acompanhados de parecer do conselho fiscal.

36
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2.2.6 Associações Profissionais


O regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações
públicas profissionais foi estabelecido pela Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro.
Consideram-se associações públicas profissionais as entidades públicas de
estrutura associativa representativas de profissões que devam ser sujeitas,
cumulativamente, ao controlo do respetivo acesso e exercício, à elaboração de
normas técnicas e de princípios e regras deontológicos específicos e a um regime
disciplinar autónomo, por imperativo de tutela do interesse público
prosseguido.

As associações públicas profissionais são criadas por lei e sua constituição é


excecional e sempre precedida da apresentação de um estudo por entidade
independente, da audição das associações representativas da profissão e da
submissão a consulta pública, por um período não inferior a 60 dias, dos
projetos de diploma de criação e de estatutos da associação pública profissional.
A cada profissão regulada corresponde apenas uma única associação pública
profissional.

As associações públicas profissionais dispõem de património próprio e de


finanças próprias, bem como de autonomia orçamental. As associações públicas
profissionais têm orçamento próprio, proposto pelo órgão executivo e aprovado
pela assembleia representativa e estão sujeitas às regras do equilíbrio
orçamental, ao regime do Código dos Contratos Públicos e ao regime da
normalização contabilística. As associações públicas profissionais estão sujeitas
à jurisdição do Tribunal de Contas.

2.2.7 As Misericórdias
As Santas Casas da Misericórdia (SCM) são constituídas na ordem jurídica civil
e na ordem jurídica canónica.

O procedimento de constituição de SCM engloba os seguintes passos:

• Entrega, ao Ordinário Diocesano competente, da ata da reunião em


que um grupo de cidadãos (os futuros Irmãos) deliberou proceder à
respetiva constituição e onde se efetuou, ou não, desde logo, a eleição
dos corpos gerentes (ainda que venha a ocorrer em momento
posterior, a eleição dos corpos gerentes encontra-se sempre sujeita a
registo), bem como do Compromisso e do plano de ação aprovados.
• Aprovação e autenticação dos referidos documentos pela autoridade
eclesiástica e, como tal, encontrando-se a Santa Casa criada na ordem
jurídica civil e canónica, a Diocese participa a ereção canónica ao
CDSS territorialmente competente.

37
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Declaração do início de atividade da Santa Casa junto da Repartição


de Finanças.
• Apresentação junto do CDSS do requerimento Modelo GIP 8 (ver
anexo 3) solicitando o registo ao abrigo do artigo 7.º do Decreto-Lei
n.º 119/83, de 25 de fevereiro, e respetivas alterações, acompanhado
do Compromisso, do plano de ação da Instituição e do código de
acesso do certificado de admissibilidade da denominação, cuja
validade é de 90 dias.
• Após emissão do parecer sobre a viabilidade do registo, o CDSS
remete o requerimento à Direcção-Geral da Segurança Social, a qual,
após efetuá-lo, procede à sua publicação no respetivo sítio da
Internet.

2.2.8 As Fundações
As fundações são pessoas coletivas sem fins lucrativos criadas por iniciativa de
uma ou mais pessoas jurídicas (instituidores ou fundadores) com a finalidade
de gerir uma massa patrimonial, não inferior ao valor de 250.000,00 euros ou,
caso o património seja inferior a este valor, os fundadores terão de demonstrar
a respetiva suficiência para prosseguir o fim da fundação (ou as formas de
suprir a insuficiência), sob pena de o reconhecimento ser recusado.
A Lei n.º 24/2012, de 09 de julho estabelece os princípios e as normas por que
se regem as fundações. A fundação é uma pessoa coletiva, sem fim lucrativo,
dotada de um património suficiente e irrevogavelmente afetado à prossecução
de um fim de interesse social.

O procedimento jurídico de constituição de uma fundação inicia-se sempre com


o pedido do certificado de admissibilidade de firma e cartão de pessoa coletiva
junto do Registo Nacional de Pessoas Coletivas (RNPC). Este pedido tem como
objetivo a aprovação, pelo RNPC, da denominação pretendida para a fundação.

Uma fundação poderá ser instituída através de ato entre vivos ou por
testamento. Se a fundação for instituída por ato entre vivos, os fundadores
deverão elaborar os respetivos estatutos. Salvo o disposto em lei especial, o ato
de instituição deverá revestir a forma de escritura pública, celebrada perante
um notário, e torna-se irrevogável logo que seja requerido o reconhecimento ou
principie o respetivo processo oficioso. Tratando-se de fundações instituídas
por testamento, os estatutos deverão ser elaborados pelos executores
testamentários, exceto se já se encontrarem previstos em testamento. O ato de
instituição ocorre com a celebração do testamento, nos termos legalmente
exigidos. Aos herdeiros do instituidor não é permitido revogar a instituição,
sem prejuízo do disposto acerca da sucessão legitimaria. No ato de instituição,

38
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

a entidade instituidora deve indicar imperativamente o fim a ser prosseguido


(o “objeto social” da fundação), bem como o património que lhe é destinado.

Obtido o reconhecimento e cumpridas as demais obrigações legais e fiscais, as


fundações privadas que não tenham sido reconhecidas como fundações de
solidariedade social, fundações de cooperação para o desenvolvimento ou
fundações para a criação de estabelecimentos de ensino superior privados
(adquirindo assim, automaticamente, o estatuto de utilidade publica), poderão
requerer o estatuto de utilidade pública.

A obtenção do estatuto de utilidade pública é um processo administrativo da


competência do primeiro-ministro, devendo ser iniciado com a apresentação do
pedido de declaração de utilidade pública através do preenchimento do
formulário eletrónico disponibilizado na página da internet da SGPCM
(www.sg.pcm.gov.pt).

Estão habilitadas a requerer o estatuto de utilidade pública as fundações que:

• desenvolvam, sem fins lucrativos, atividade relevante em favor da


comunidade em áreas de relevo social (cultura, ciência, promoção da
cidadania, erradicação da pobreza, entre outras);
• estejam regularmente constituídas, regendo-se por estatutos
elaborados em conformidade com a lei;
• não desenvolvam, a título principal, atividades económicas em
concorrência com outras entidades que não possam beneficiar do
estatuto de utilidade pública;
• possuam os meios humanos e materiais adequados ao cumprimento
dos objetivos estatutários.

As fundações privadas apenas podem solicitar o estatuto de utilidade pública


ao fim de 3 anos de efetivo e relevante funcionamento. As fundações de
solidariedade social, as fundações de cooperação para o desenvolvimento ou
fundações para a criação de estabelecimentos de ensino superior privados que,
conforme acima referido, adquirem automaticamente o estatuto de utilidade
pública com o respetivo registo junto das autoridades competentes, gozam
deste estatuto enquanto estiverem regularmente registadas ao abrigo do
respetivo regime especial.

As fundações que exerçam a sua atividade em território nacional estão


obrigadas:

• Comunicar aos serviços da Presidência do Conselho de Ministros a


composição dos respetivos órgãos nos 30 dias seguintes à sua
designação, modificação ou substituição;

39
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Remeter aos serviços da Presidência do Conselho de Ministros cópia


dos relatórios anuais de contas e de atividades, até 30 dias após a sua
aprovação;
• Submeter as contas a uma auditoria externa;
• Disponibilizar permanentemente na sua página da Internet a seguinte
informação:
o Cópia dos atos de instituição e de reconhecimento da
fundação;
o Versão atualizada dos estatutos;
o Cópia do ato de concessão do estatuto de utilidade pública,
quando for o caso;
o Identificação dos instituidores;
o Composição atualizada dos órgãos sociais e data de início e
termo do respetivo mandato;
o Relatórios de gestão e contas e pareceres do órgão de
fiscalização respeitantes aos últimos três anos;
o Relatórios de atividades respeitantes ao mesmo período;
o Relatório anual de auditoria externa, quando obrigatório.
O relatório anual de atividades e de contas deve conter informação clara e
suficiente sobre os tipos e os montantes globais dos benefícios concedidos a
terceiros e dos donativos ou dos subsídios recebidos, bem como sobre a gestão
do património da fundação. A informação de caráter anual fica
obrigatoriamente disponível para o público no prazo de 30 dias após a
aprovação do relatório anual de atividades e de contas, a qual deve ocorrer até
ao dia 30 de abril.
No caso de fundações privadas com estatuto de utilidade pública e de
fundações públicas, as despesas com pessoal e órgãos da fundação não podem
exceder os seguintes limites:

• Quanto às fundações cuja atividade consista predominantemente na


concessão de benefícios ou apoios financeiros à comunidade, um
décimo dos seus rendimentos anuais, devendo pelo menos dois terços
destes ser despendidos na prossecução direta dos fins estatutários;
• Quanto às fundações cuja atividade consista predominantemente na
prestação de serviços à comunidade, dois terços dos seus
rendimentos anuais.

A alienação de bens da fundação que lhe tenham sido atribuídos pelo fundador
ou fundadores, como tal especificados no ato de instituição, e que se revistam
de especial significado para os fins da fundação, carece, sob pena de nulidade,
de autorização da entidade competente para o reconhecimento do estatuto de
utilidade pública.

40
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As fundações respondem civilmente pelos atos ou omissões dos seus


representantes. As obrigações e a responsabilidade dos titulares dos órgãos das
fundações para com estas são definidas nos respetivos estatutos, aplicando-se,
na falta de disposições estatutárias, as regras do mandato com as necessárias
adaptações. Os titulares dos órgãos da fundação não podem deixar de exercer
o direito de voto nas deliberações tomadas em reuniões em que estejam
presentes e são responsáveis pelos prejuízos delas decorrentes, salvo se
houverem registado em ata a sua discordância.

2.2.9 As Cooperativas
Uma cooperativa é uma associação autónoma de pessoas que se unem,
voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades económicas, sociais
e culturais comuns, através de uma empresa de propriedade comum e
democraticamente gerida. Tem um número ilimitado de cooperadores, capital
social variável e duração indefinida.

O sector cooperativo compreende os seguintes ramos: Agrícola, Artesanato,


Comercialização, Consumidores, Crédito, Cultura, Ensino, Habitação e
Construção, Pescas, Produção Operária, Serviços, Solidariedade Social.

As Cooperativas podem ser constituídas por Instrumento Particular ou por


Escritura Pública. Só é obrigatória a constituição por Escritura Pública nos casos
em que a transmissão dos bens que representam o capital social inicial da
cooperativa esteja sujeita a essa forma.

Para se proceder à constituição de uma cooperativa é necessário:

• Certificado de Admissibilidade de Firma ou Denominação


Deve ser requerido junto do RNPC, presencialmente ou através da respetiva página
eletrónica, sendo na altura atribuído o NIPC provisório. O Certificado tem a duração de
90 dias.

• Assembleia de Fundadores
Os interessados na constituição da cooperativa reunir-se-ão em Assembleia de
Fundadores onde elegerão, pelo menos, o Presidente da Mesa que estabelecerá as regras
de funcionamento e fará as convocatórias subsequentes, se necessárias. A Assembleia
de Fundadores terá de ser composta, no mínimo, por 3 pessoas (singulares ou coletivas).
As deliberações tomadas na Assembleia de Fundadores deverão ser inscritas na
respetiva Ata. Os estatutos constarão de documento anexo à ata.

• Escritura Pública
A Escritura Pública é feita nos Cartórios Notariais e são necessários os seguintes
documentos: Certificado de Admissibilidade de Denominação/NIPC; Ata da

41
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Assembleia de Fundadores, devidamente assinada, a qual inclui, designadamente, a


identificação dos fundadores e a eleição dos Órgãos Sociais para o primeiro mandato;
Os estatutos, devidamente assinados por todos os fundadores.

• Registo Comercial
O registo é feito em qualquer Conservatória do Registo Comercial. Deve ser preenchido
o impresso próprio para o registo, obtido na Conservatória do Registo Comercial e
anexada a documentação seguinte: Originais da Ata de Assembleia de Fundadores e
dos Estatutos (devidamente assinados) ou Escritura Pública, se for caso disso;
Certificado de admissibilidade de denominação.

• Inscrição na AT e na SS
Apresentar no prazo de 15 dias a declaração de início de Atividade junto da Autoridade
Tributária e junto da Segurança Social.

Agora com a Cooperativa na Hora passa a ser possível efetuar, no mesmo dia e
num balcão único de atendimento presencial, a criação de uma cooperativa e o
respetivo registo. Através deste procedimento, são comunicadas aos
interessados informações que antes implicavam várias deslocações a diversos
serviços da Administração Pública. É o caso da informação constante do registo
comercial, que agora passa a estar disponível através da certidão permanente
da cooperativa, acessível gratuitamente em sítio da Internet pelo período de três
meses e da comunicação aos interessados do Número de Identificação na
Segurança Social da cooperativa.

A Cooperativa na Hora permite ainda o acesso a outros serviços úteis para os


cidadãos, nomeadamente a criação automática de um registo de domínio na
Internet a partir da denominação da Cooperativa. Desta forma, a cooperativa
criada passa a poder usufruir, desde logo, do acesso a ferramentas tecnológicas
indispensáveis ao desenvolvimento das suas atribuições, como o endereço de
correio eletrónico ou uma página na Internet num curto espaço de tempo.
Existem modelos de estatutos pré-aprovados que podem ser consultados em
https://www.irn.mj.pt/sections/irn/a_registral/registo-comercial/cnh/.

As cooperativas estão isentas de imposto do selo sobre os atos, contratos,


documentos, títulos e outros factos, incluindo as transmissões gratuitas de bens,
quando este imposto constitua seu encargo (nº 12, art.º 66º-A, EBF).

As cooperativas estão obrigadas a submeter através do Portal de Credenciação


online (https://credencial.cases.pt/pt-PT/Account/), no prazo de 30 dias, após a verificação
dos respetivos factos (Registo e/ou Aprovação em AG), sob pena de
impossibilidade de acesso aos benefícios públicos existentes, designadamente,
financeiros e fiscais:

42
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Atos de constituição e de alteração dos estatutos devidamente


registados (atas de assembleias gerais, estatutos, código de acesso ao
Cartão da Empresa e declaração de início de atividade);
• Relatórios de gestão e as contas de exercício anuais, incluindo o
Parecer do órgão de fiscalização, após terem sido aprovados pela
respetiva Assembleia Geral.

2.2.10 Federações Desportivas


As federações são as pessoas coletivas constituídas sob a forma de associação
sem fins lucrativos que, englobando clubes ou sociedades desportivas,
associações de âmbito territorial, ligas profissionais, praticantes, técnicos, juízes
e árbitros, e demais entidades que promovam, pratiquem ou contribuam para
o desenvolvimento da respetiva modalidade e preencham, cumulativamente,
os seguintes requisitos:

• Se proponham, nos termos dos respetivos estatutos, prosseguir, entre


outros, os seguintes objetivos gerais:
o Promover, regulamentar e dirigir a nível nacional a prática de
uma modalidade desportiva ou de um conjunto de
modalidades afins ou associadas;
o Representar perante a Administração Pública os interesses dos
seus filiados;
o Representar a sua modalidade desportiva, ou conjunto de
modalidades afins ou associadas, junto das organizações
desportivas internacionais, bem como assegurar a participação
competitiva das seleções nacionais;
• Obtenham o estatuto de pessoa coletiva de utilidade pública
desportiva.

Uma confederação é uma pessoa coletiva de direito privado que congrega


várias federações.

O regime jurídico de criação, organização e funcionamento das federações


encontra-se previsto no Decreto-Lei n.º 248-B/2008 de 31 de dezembro

Às federações desportivas é aplicável o disposto no presente decreto-lei e,


subsidiariamente, o regime jurídico das associações de direito privado. As
federações desportivas e ligas profissionais respondem civilmente perante
terceiros pelas ações ou omissões dos titulares dos seus órgãos.

As federações desportivas devem publicitar na respetiva página na Internet, no


prazo de 15 dias, todos os dados relevantes e atualizados da sua atividade, em
especial:

43
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Dos estatutos e regulamentos, em versão consolidada e atualizada,


com menção expressa das deliberações que aprovaram as diferentes
redações das normas neles constantes;
• As decisões integrais dos órgãos disciplinares ou jurisdicionais e a
respetiva fundamentação;
• Os orçamentos e as contas dos últimos três anos, incluindo os
respetivos balanços;
• Os planos e relatórios de atividades dos últimos três anos;
• A composição dos corpos gerentes;
• Os contactos da federação e dos respetivos órgãos sociais (endereço,
telefone, fax e correio eletrónico).

O estatuto de utilidade pública desportiva confere a uma federação desportiva


a competência para o exercício, em exclusivo, por modalidade ou conjunto de
modalidades, de poderes regulamentares, disciplinares e outros de natureza
pública, bem como a titularidade dos direitos e deveres especialmente previstos
na lei. O pedido de atribuição do estatuto de utilidade pública desportiva é
dirigido ao membro do Governo responsável pela área do desporto.

Nas federações desportivas das modalidades coletivas os clubes e as sociedades


desportivas podem agrupar-se através dos seguintes tipos de associações:

• Associações de clubes e sociedades desportivas participantes nos


quadros competitivos nacionais;
• Associações de clubes participantes em quadros competitivos
regionais ou distritais, definidos em função de determinada área
geográfica.

2.3 As Instituições Particulares de Solidariedade Social


Nos termos do Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de novembro que alterou e
republicou o Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, doravante designado
de Estatuto das IPSS, e de acordo com o preceituado no art.º 1.º são instituições
particulares de solidariedade social, adiante designadas apenas por instituições,
as pessoas coletivas, sem finalidade lucrativa, constituídas exclusivamente por
iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao
dever moral de justiça e de solidariedade, contribuindo para a efetivação dos
direitos sociais dos cidadãos, desde que não sejam administradas pelo Estado
ou por outro organismo público.

Os objetivos referidos no art.º 1.º, concretizam-se mediante a concessão de bens,

44
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

prestação de serviços e de outras iniciativas de promoção do bem-estar e


qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidades, nos seguintes
domínios:

• Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em perigo


o Creche e creche familiar;
o Centro de atividades de tempos livres;
o Centro de apoio familiar e aconselhamento
o parental;
o Intervenção precoce;
o Lar de apoio;
o Equipa de rua de apoio a crianças e jovens;
o Lar de infância e juventude;
o Apartamento de autonomização;
o Casa de acolhimento temporário
o Cuidados continuados integrados;
o Estabelecimento de educação pré-escolar.
• Apoio à família
o Centro de atendimento/acompanhamento
o psicossocial;
o Centro de atendimento;
o Casa de abrigo;
o Serviço de apoio domiciliário;
o Centro de férias e lazer;
o Centro de apoio à vida;
o Ajuda alimentar;
o Cuidados continuados integrados.
• Apoio às pessoas idosas
o Serviço de apoio domiciliário;
o Centro de convívio;
o Centro de dia;
o Centro de noite;
o Estrutura residencial para pessoas idosas;
o Cuidados continuados integrados.
• Apoio às pessoas com deficiência e incapacidade
o Centro de atividades ocupacionais;
o Lar residencial;
o Residência autónoma;
o Centro de atendimento/acompanhamento e
o reabilitação social para pessoas com
o deficiência;
o Serviço de apoio domiciliário;

45
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o Cuidados continuados integrados.


• Apoio à integração social e comunitária
o Atendimento e acompanhamento social;
o Serviço de apoio domiciliário;
o Centro comunitário;
o Refeitório/cantina social;
o Comunidade de inserção;
o Centro de alojamento temporário
o Ajuda alimentar;
o Equipa de rua para pessoas sem-abrigo;
o Equipa de intervenção direta;
o Apartamento de reinserção social;
o Centro apoio à vida.
• Proteção social dos cidadãos nas eventualidades da doença, velhice,
invalidez e morte, bem como em todas as situações de falta ou
diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o
trabalho
o Ajuda alimentar;
o Equipa de rua para pessoas sem-abrigo.

O Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de novembro, alterou e republicou o


Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, visando dotar as instituições de um
suporte jurídico que lhes permita aprofundar a sua modernização e
desenvolvimento.

Das alterações introduzidas podem-se destacar:

• Na reformulação da definição de instituições particulares de


solidariedade social, destacando-se o facto de a sua atuação dever ser
pautada pelo cumprimento dos princípios orientadores da economia
social, definidos na Lei n.º 30/2013, de 8 de maio;
• Na clara separação entre os fins principais e instrumentais das
instituições;
• Na introdução de normas que possibilitam um controlo mais efetivo
dos titulares dos órgãos de administração e fiscalização;
• Na limitação dos mandatos dos presidentes das instituições ou cargos
equiparados a três mandatos consecutivos;
• Na introdução de regras mais claras para a concretização da
autonomia financeira e orçamental, bem como para o seu equilíbrio
técnico e financeiro, tão essencial nos dias que correm.
A instrução dos processos de registo dos atos jurídicos de constituição das
instituições e dos respetivos estatutos é da competência dos Centros Distritais

46
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

da área da sede da instituição. Os requisitos comuns a observar para o registo


da constituição e estatutos das instituições são:

• Requerimento de Registo
o Mod. GIP 8 - subscrito pelo presidente da Direção e no qual
será aposto o número e data de entrada no CDSS (n.º 2 do art.º
9.º do Regulamento de Registo) – Ver anexo 15
o Mod. GIP 23 (n.º 2 do art.º 17.º do Regulamento de Registo) –
Ver anexo 16
• Ato de constituição

No ato de constituição ou de instituição deve respeitar os requisitos


legais inerentes a cada uma das formas que podem revestir as instituições
os quais serão referidos no âmbito dos requisitos específicos.

Os estatutos (ver anexo 9) devem respeitar as disposições do Estatuto das


Instituições Particulares de Solidariedade Social, e conter
obrigatoriamente a matéria referida no n.º 2 do art.º 10.º do referido
estatuto:

o A denominação (o IRN não permite que se confunda com


denominação de instituições já existentes;
o A forma jurídica adotada;
o A sede e âmbito de ação (local, distrital, concelhio ou nacional);
o Os fins (deve indicar os objetivos principais a que se propõe
prosseguir) e atividades (indicar as atividades a que se propõe
desenvolver para prossecução dos seus objetivos principais);
o A denominação dos órgãos a sua composição e forma de
designar os respetivos membros;
o As competências e regras de funcionamento dos órgãos;
o O regime financeiro.

Sempre que a instituição prossiga fins de diversa natureza devem ser


mencionados nos estatutos aqueles que considera como fins principais
(n.º 3 do art.º 10º do EIPSS), e indicar os objetivos secundários a que se
propõe prosseguir.

• Cópia da publicação do ato de constituição (art.º 168 do Código Civil)


• Plano de Ação (plano de ação detalhado na forma de concretizar os
seus objetivos e demonstrando a sua viabilidade financeira, recursos
humanos e materiais)
• Certificado de Admissibilidade de Firma ou Denominação (se o
respetivo código de acesso não se encontrar mencionado no ato de
constituição)
• Parecer do CDSS

47
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O parecer deve incidir sobre aspetos jurídicos e sociais relevantes e


conclusivos, que permitam avaliar se estão reunidas as condições
necessárias à efetivação do registo, designadamente quanto aos pontos
seguintes:

o Identificação do pedido de registo de acordo com o


requerimento do registo efetuado;
o Tramitação processual, incluindo a junção de documentos
inerentes ao ato a registar;
o Natureza e qualificação dos objetivos da instituição e as áreas
em que se insere, indicando, nos casos em que as instituições
prosseguem fins de diversa natureza, quais os prosseguidos a
título principal e a título secundário, bem como as atividades
desenvolvidas para prossecução dos mesmos;
o Enquadramento dos objetivos no âmbito da segurança social
/ação social, considerando quer a sua formulação estatutária,
quer as condições da sua efetiva implementação respeitantes
às atividades já em funcionamento ou aos projetos necessários
à sua criação e viabilização (Viabilidade e interesse social dos
fins estatutários);
o Conformidade do texto estatutário com a legislação aplicável;
o Conclusão, incluindo as razões de facto e de direito que a
fundamentam.

O facto da existência de outras IPSS em áreas limítrofes que já apoiam situações


idênticas, não é impeditivo de a instituição pretender ser registada como IPSS,
desde que esta demonstre ter meios próprios para alcançar os seus objetivos,
podendo, no entanto, condicionar a celebração de futuros acordos.

Na constituição de Centro Sociais e Paroquiais e outros Institutos de


Organizações ou Instituições da Igreja Católica, a participação da ereção
canónica é efetuada por escrito pelo Bispo da respetiva Diocese ou pelo seu
legítimo representante e é dirigida ao Centro Distrital de Segurança Social. O
pedido de inscrição no Registo de Pessoas Jurídicas Canónicas (RPJC) é
formalizado por escrito, em formulário próprio, pela autoridade eclesiástica
competente e instruído com documento autêntico que comprove e permita
inscrever:

• A constituição como pessoa jurídica canónica em Portugal;


• A denominação da pessoa jurídica canónica, que deve permitir
distingui-la de qualquer outra pessoa jurídica canónica existente em
Portugal;
• A morada da sede da pessoa jurídica canónica em Portugal;
• Os fins da pessoa jurídica canónica;

48
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Os órgãos representativos da pessoa jurídica canónica e respetivas


competências;
• A autoridade eclesiástica proponente da pessoa jurídica canónica.

Atento as alterações produzidas pelo Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de


novembro, procedeu-se à revisão do Modelo da IPSS na Hora. O modelo
adequado aos estatutos das IPSS encontra-se disponível nas Conservatórias do
Registo, é preenchido on-line e equivale a escritura pública.

Existem um conjunto de obrigações contabilísticas que as Instituições


Particulares de Solidariedade Social (IPSS) passam a ter que cumprir, a partir
do momento em que se registam como IPSS na Segurança Social. Uma dessas
obrigações é submeter à Segurança Social os Orçamentos e as Contas Anuais.

A partir de 2009, estas obrigações são cumpridas, obrigatoriamente, por via


eletrónica, através da Aplicação OCIP disponível em https://app.seg-
social.pt/ocip/Login.jsp.

• As contas anuais do ano N devem ser submetidas através da


Aplicação OCIP até ao dia 31 de maio do ano N+1.
• O orçamento anual do Ano N deverá ser apresentado durante o mês
de dezembro do ano N-1, o seu envio à segurança social passou a ser
opcional. O processo de entrega dos orçamentos anuais das IPSS e
Equiparadas foi objeto de uma reformulação em 2013,
consubstanciando uma ferramenta de gestão previsional para as
instituições. A entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 172-A/ 2014 de 14
de novembro, que aprova o Estatuto das IPSS, revogou o Visto dos
Orçamentos. A elaboração do orçamento é competência do órgão de
administração e deve ser submetido à apreciação do órgão de
fiscalização da IPSS. Ainda que não sejam objeto de Visto, considera-
se relevante a entrega dos orçamentos na aplicação OCIP, de modo a
ser possível aos Serviços consultarem os dados neles contidos,
informação importante nos processos de avaliação das respostas
sociais aquando
• As revisões orçamentais do ano N devem ser submetidas na
aplicação OCIP até ao dia 15 de novembro do ano N, sempre que se
verifique uma das situações seguintes:
o Desvios iguais ou superiores a 15% dos Resultados Líquidos.
o Desvios iguais ou superiores a 15% dos Rendimentos Globais.
o Desvios iguais ou superiores a 15% dos Gastos Globais.

49
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Nestas Instituições o exercício4 de qualquer cargo nos corpos gerentes das


instituições é gratuito, mas pode justificar o pagamento de despesas dele
derivadas.

Quando o volume do movimento financeiro ou a complexidade da


administração das instituições exijam a presença prolongada de um ou mais
titulares dos órgãos de administração, podem estes ser remunerados, desde que
os estatutos assim o permitam, não podendo, no entanto, a remuneração
exceder 4 (quatro) vezes o valor do indexante de apoios sociais ou, no caso das
fundações de solidariedade social, pôr em causa o cumprimento do disposto na
Lei-quadro das Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho, no
respeitante ao limite de despesas próprias.

Não há lugar à remuneração dos titulares dos órgãos de administração sempre


que se verifique, por via de auditoria determinada pelo membro do Governo
responsável pela área da segurança social, que a instituição apresenta
cumulativamente dois dos seguintes rácios:

• Solvabilidade inferior a 50%;


• Endividamento global superior a 150%;
• Autonomia financeira inferior a 25%;

Ou rendibilidade líquida da atividade negativa, nos três últimos anos


económicos.

2.4 As Associações Religiosas


As Associações Religiosas não Católicas, são reguladas pela Lei da Liberdade
Religiosa (Lei n.º 16/2001, de 22 de junho), constituídas por escritura pública e
posteriormente registadas no Registo de Pessoas Coletivas Religiosas (ver anexo
1), no âmbito da competência funcional do Registo Nacional de Pessoas
Coletivas (RNPC). Uma Associação Religiosa é constituída por pessoas ligadas
a um determinado culto religioso e vinculadas a uma determinada Igreja.

Podem adquirir personalidade jurídica pela inscrição no registo das pessoas


coletivas religiosas as igrejas e demais comunidades religiosas de âmbito
nacional, as organizações representativas dos crentes residentes em território
nacional, as igrejas e demais comunidades religiosas de âmbito regional ou local
e os institutos de vida consagrada.

As igrejas e demais comunidades religiosas inscritas podem com autonomia


fundar ou reconhecer igrejas ou comunidades religiosas de âmbito regional ou
local, institutos de vida consagrada e outros institutos, com a natureza de

4
Artigo 18º do DL 119/83 de25 de fevereiro

50
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

associações ou de fundações, para o exercício ou para a manutenção das suas


funções religiosas.

Em regra geral, uma Associação adquire personalidade jurídica através de


escritura pública e da publicação dos Estatutos no Diário da República. No caso
da Associação Religiosa, não é possível a sua constituição pelo regime
simplificado Associação na Hora.

Uma Associação Religiosa tem um regime próprio de constituição e abrange os


seguintes procedimentos:

• Reunião de fundação e aprovação dos Estatutos (onde são aprovados


a denominação da Associação, os fins religiosos, a Sede, os bens ou
serviços que integram ou deverão integrar o património, As
disposições sobre formação, composição, competência e
funcionamento dos seus órgãos, as disposições sobre a extinção da
pessoa coletiva; o modo de designação e os poderes dos seus
representantes; a identificação dos titulares dos órgãos em
efetividade de funções e dos representantes e especificação da
competência destes últimos).
• Obtenção do Certificado de Admissibilidade junto do RNPC e Cartão
Provisório de Pessoa Coletiva.
• Entrega e registos dos Estatutos na repartição administrativa
competente.
• Publicações e registos definitivos.
• Eleição dos Órgãos gerentes, através de assembleia registada em Ata.
Tratando-se de Pessoa Coletiva Religiosa não Católica, este procedimento
administrativo corre no Ministério da Justiça e não dispensa o registo no RPCR
– Registo de Pessoas Coletivas Religiosas e a publicação é feita na página de
publicações do Ministério da Justiça.

As Associações Religiosas Católicas regem-se pela Lei da Liberdade Religiosa,


pelas normas da Concordada entre Portugal5 e a Santa Sé e pelo Código de
Direito Canônico, sendo registadas no Registo de Pessoas Jurídicas Canônicas
(ver anexo 1). O Decreto-Lei nº 19/2015, de 3 de fevereiro institui o Registo das
Pessoas Jurídicas Canónicas (RPJC), dando cumprimento a uma das obrigações
constantes da Concordata celebrada entre a República Portuguesa e a Santa Sé,
em 18 de maio de 2004.
O pedido de inscrição no RPJC é formalizado por escrito, em formulário
próprio, pela autoridade eclesiástica competente e instruído com documento
autêntico que comprove e permita inscrever:

5
Diário da República I-A, n.º 269, de 16/11/2004 (Resolução da Assembleia da República n.º 74/2004)

51
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• A constituição como pessoa jurídica canónica em Portugal;


• A denominação da pessoa jurídica canónica, que deve permitir
distingui-la de qualquer outra pessoa jurídica canónica existente em
Portugal;
• A morada da sede da pessoa jurídica canónica em Portugal;
• Os fins da pessoa jurídica canónica;
• Os órgãos representativos da pessoa jurídica canónica e respetivas
competências;
• A autoridade eclesiástica proponente da pessoa jurídica canónica.

As pessoas coletivas religiosas inscritas estão isentas de qualquer imposto ou


contribuição geral, regional ou local, sobre:

• Os lugares de culto ou outros prédios ou partes deles diretamente


destinados à realização de fins religiosos;
• As instalações de apoio direto e exclusivo às atividades com fins
religiosos;
• Os seminários ou quaisquer estabelecimentos efetivamente
destinados à formação dos ministros do culto ou ao ensino da
religião.

Os donativos atribuídos pelas pessoas singulares às pessoas coletivas religiosas


inscritas para efeitos de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares são
dedutíveis à coleta, nos termos e limites fixados nas alíneas b) e c) do n.º 1 do
artigo 63.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, sendo a sua importância
considerada em 130 % do seu quantitativo.

Uma quota equivalente a 0,5% do imposto sobre o rendimento das pessoas


singulares, liquidado com base nas declarações anuais, pode ser destinada pelo
contribuinte, para fins religiosos ou de beneficência, a uma igreja ou
comunidade religiosa radicada no País, que indicará na declaração de
rendimentos, desde que essa igreja ou comunidade religiosa tenha requerido o
benefício fiscal.

2.5 Pessoas Coletivas de Utilidade Pública


O regime jurídico da declaração de utilidade pública encontra-se regulada pelo
Decreto-Lei n.º 460/77 de 7 de novembro. São pessoas coletivas de utilidade
pública as associações, fundações ou cooperativas que prossigam fins de
interesse geral, ou da comunidade nacional ou de qualquer região ou
circunscrição, cooperando com a Administração Central ou a Administração
Local, em termos de merecerem da parte desta Administração a declaração de
utilidade pública. A declaração de utilidade pública é da competência do
Governo.

52
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As entidades que podem requerer a declaração de utilidade pública são as


associações, as fundações e certas cooperativas, desde que não sejam abrangidas
por regime especial que lhes conceda a natureza ou as prerrogativas das pessoas
coletivas de utilidade pública. As principais categorias de pessoas coletivas com
regime especial de utilidade pública são:

• As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) – Decreto-


Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro.
• As Organizações Não Governamentais de Cooperação para o
Desenvolvimento (ONGD) – Lei 66/98, de 14 de outubro.
• As Associações de Imigrantes – Lei n.º 115/99, de 3.8., e Decreto-Lei
n.º 75/2000, de 9 de maio.
• As Associações de bombeiros voluntários – Lei n.º 32/2007, de 13 de
agosto.
• As Organizações Não Governamentais das Pessoas com Deficiência
(ONGPD) Decreto-Lei n.º 106/2013, de 30 de julho.
• As Organizações Interprofissionais agroalimentares de âmbito
nacional – Lei 123/97, de 13 de novembro.
• As Organizações Interprofissionais da fileira florestal – Lei n.º 158/99,
de 14 de setembro.
• Os Centros Tecnológicos – Decreto-Lei n.º 249/86, de 25 de agosto.
• As entidades de gestão coletiva de direitos de autor – Lei n.º 83/2001,
de 3 de agosto.
• As associações de imprensa regional previstas no artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 106/88, de 31 de março.
• As entidades proprietárias de escolas profissionais com autorização
de funcionamento – Decreto-Lei n.º 4/98, de 8 de janeiro.
• As estruturas associativas de defesa do património cultural – Lei
107/2001, de 8 de setembro.
• As escolas particulares e cooperativas e as entidades que as
promovem e mantêm, nos termos do Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4
de novembro.
• As entidades instituidoras de estabelecimentos de ensino superior
privado sem fins lucrativos – Lei n.º 62/2007, de 10 de setembro.

As restantes associações ou fundações só podem ser declaradas de utilidade


pública ao fim de três anos de efetivo e relevante funcionamento, salvo se
especialmente dispensadas desse prazo em razão de circunstâncias excecionais.

As entidades que pretendam obter a declaração de utilidade pública devem


preencher cumulativamente os seguintes requisitos:

• Desenvolverem, sem fins lucrativos, a sua intervenção em favor da


comunidade em áreas de relevo social tais como a promoção da

53
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

cidadania e dos direitos humanos, a educação, a cultura a ciência, o


desporto, o associativismo jovem, a proteção de crianças, jovens,
pessoas idosas, pessoas desfavorecidas, bem como de cidadãos com
necessidades especiais, a proteção do consumidor, a proteção do meio
ambiente e do património natural, o combate à descriminação
baseada no género, raça, etnia, religião ou em qualquer outra forma
legalmente proibida, a erradicação da pobreza, a promoção da saúde
ou do bem-estar físico, a proteção da saúde, a prevenção e controlo
da doença, o empreendedorismo, a inovação e o desenvolvimento
económico, a preservação do património cultural;
• Estarem regularmente constituídas e regerem-se por estatutos
elaborados em conformidade com a lei;
• Não desenvolverem, a título principal, atividades económicas em
concorrência com outras entidades que não possam beneficiar do
estatuto de utilidade pública;
• Não serem enquadráveis em regimes jurídicos especiais que lhes
reconheçam a natureza ou, em alternativa o gozo das prerrogativas
das pessoas coletivas de utilidade pública;
• Possuírem os meios humanos e materiais adequados ao cumprimento
dos objetivos estatutários;
• Não exercerem a sua atividade, de forma exclusiva, em benefício dos
interesses privados, quer dos próprios associados, quer dos
fundadores, conforme os casos.

O pedido de declaração de Utilidade Pública é efetuado através de


requerimento6 eletrónico disponível no site na Secretaria-Geral da Presidência
do Conselho de Ministros (SGPCM). É necessário anexar:

• Fotocópia da escritura da constituição (ou do ato de instituição e


reconhecimento respetivo no caso das fundações) e de posteriores
alterações estatutárias;
• Texto dos estatutos devidamente atualizado (e de regulamentos
internos se os houver);
• Fotocópia do Cartão de Identificação de Pessoa Coletiva atualizado;
• Historial pormenorizado das atividades desenvolvidas, com especial
incidência nos últimos três anos e indicação de eventuais projetos que
se proponha realizar;
• Relação das entidades públicas e privadas com quem colabore ou de
quem receba apoios, especificando em que se traduz essa colaboração
ou esse apoio;

6
em https://eportugal.gov.pt/fichas-de-enquadramento/fundacoes-e-pessoas-coletivas-de-utilidade-publica

54
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Declarações comprovativas da regularização da situação contributiva


perante a Segurança Social e do cumprimento das obrigações fiscais
ou autorização para a consulta da situação fiscal ou contributiva por
parte da SGPCM (contribuinte n.º 600014690; NISS 20003558442);
• Relatórios e Contas dos últimos três anos, acompanhados dos
respetivos pareceres do Conselho Fiscal e cópias das atas de
aprovação em assembleia. Os Planos de atividades e orçamentos só
devem ser enviados se expressamente solicitados no âmbito da
instrução do processo;
• Fotocópia da publicação do extrato dos estatutos e suas alterações ou
indicação da respetiva data.

A declaração de utilidade pública produz efeitos a partir da data de publicação


do despacho na 2.ª Série do Diário da República. Regra geral, o estatuto de
utilidade pública é concedido sem prazo e a declaração é válida enquanto a
entidade cumprir os deveres que lhe são legalmente impostos e continuar a
satisfazer os requisitos exigidos para a concessão. No entanto, tendo em conta
as circunstâncias concretas da entidade requerente, o despacho de declaração
de utilidade pública pode fixar um prazo. A declaração de utilidade pública das
fundações é válida por cinco anos.

A obtenção do estatuto de utilidade pública transporta consigo um conjunto de


regalias e isenções. O artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de novembro,
enuncia várias regalias, que devem ser atualizadas à luz da evolução posterior
(isenção de taxas de televisão e de rádio; sujeição à tarifa aplicável aos consumos
domésticos de energia elétrica; isenção das taxas previstas na legislação sobre
espetáculos e divertimentos públicos; publicação gratuita no Diário da
República – atualmente Portal da Justiça - das alterações dos estatutos).

Sem prejuízo do disposto nos códigos de cada imposto, na Lei n.º 151/99, de 14
de setembro, e no Estatuto dos Benefícios Fiscais (Decreto-Lei n.º 108/2008, de
25 de junho), existem um conjunto de isenções fiscais aplicáveis às pessoas
coletivas de utilidade pública:

• IRC – A isenção depende de reconhecimento pelo Ministro das


Finanças.
• IVA – Não existe uma isenção subjetiva para as pessoas coletivas de
utilidade pública, sendo que poderão beneficiar de uma isenção
objetiva, dependente do objeto social prosseguido, nos termos do
artigo 9.º do respetivo Código.
• IMI – A isenção é reconhecida pelo chefe do serviço de finanças da
área da situação do prédio.
• IMT – As isenções são reconhecidas a requerimento dos interessados,
a apresentar junto dos serviços competentes para a decisão, antes do

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ato ou contrato que originou a transmissão, mas sempre antes da


liquidação que seria de efetuar.
• SELO - O Código do Imposto de Selo estabelece uma isenção
subjetiva para as pessoas coletivas de utilidade pública
administrativa e de mera utilidade pública, quando este constitua seu
encargo. Estas entidades encontram-se, não obstante, obrigadas a
apresentar uma declaração anual discriminativa do Imposto de Selo
por si liquidado.
• ISV - O reconhecimento da isenção depende de pedido dirigido à
Autoridade Tributária e Aduaneira.
• IUC – A isenção é reconhecida pela Autoridade Tributária e
Aduaneira mediante requerimento das entidades interessadas,
devidamente documentado.

O estatuto de utilidade pública permite ainda a obtenção de financiamento


através do mecenato: as pessoas singulares e coletivas que contribuam com
verbas e bens para estas instituições podem descontar esses valores em sede de
IRS e IRC, conforme estabelecido no Estatuto dos Benefícios Fiscais.

São deveres das pessoas coletivas de utilidade pública, entre outros que
constem dos respetivos estatutos ou da lei:

• Enviar por via eletrónica através da página da SGPCM


o O relatório de atividades e as contas do exercício relativo ao
ano anterior;
o Parecer do órgão de fiscalização respeitante ao relatório de
contas;
o Relatório de atividades respeitante ao mesmo período;
o Ata da assembleia geral onde foram aprovados os relatórios;
• Fornecer a lista atualizada dos membros dos órgãos sociais,
acompanhada da ata da respetiva eleição e tomada de posse;
• Prestar as informações solicitadas por quaisquer entidades oficiais ou
pelos organismos que nelas, hierarquicamente, superintendam;
• Comunicar à SGPCM qualquer alteração dos estatutos.

Estes documentos devem ser enviados no prazo máximo de seis meses após a
sua aprovação. A alteração de estatutos deve ser comunicada no prazo máximo
de três meses após a sua efetivação.

A lista das pessoas coletivas de utilidade pública abrangidas pelo Decreto-Lei


n.º 460/77, de 7 de novembro pode ser consultado no SGPCM pelo endereço em
https://eportugal.gov.pt/fichas-de-enquadramento/fundacoes-e-pessoas-coletivas-de-utilidade-publica/pesquisa.

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As entidades declaradas de utilidade pública estão sujeitas ao regime de


normalização contabilística para as entidades do sector não lucrativo (SNC-
ESNL), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março.

As entidades cujos rendimentos não ultrapassem 150.000€ podem optar pelo


regime de caixa e devem apresentar:

• Mapas de pagamentos e recebimentos;


• Mapas de património fixo;
• Mapas de direitos e compromissos futuros.

2.6 A Contratação Pública


A legalidade de uma despesa não passa apenas por se verificarem comprovados
os pressupostos fundamentais do seu documento de suporte, nomeadamente:

• Nome ou denominação social do fornecedor dos bens ou prestador


dos serviços e do adquirente ou destinatário;
• Números de identificação fiscal do fornecedor dos bens ou prestador
dos serviços e do adquirente ou destinatário, sempre que se tratem de
entidades com residência ou estabelecimento estável no território
nacional;
• Quantidade e denominação usual dos bens adquiridos ou dos
serviços prestados;
• Valor da contraprestação, designadamente o preço;
• Data em que os bens foram adquiridos ou em que os serviços foram
realizados.

Para aferir a legalidade de um gasto com aquisição de bens ou serviços numa


ESNL é necessário ter em atenção à prévia existência de uma autorização
estatutária que autorize a sua aquisição ou fornecimento; ao pressuposto de
uma inscrição orçamental válida e disponível e ao cumprimento das certas
regras de contração, previstas no Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro).
2.6.1 Entidades Adjudicantes
O regime da contratação pública é aplicável à formação dos contratos públicos
que, independentemente da sua designação e natureza (aquisição de bens ou
serviços e empreitadas), sejam celebrados pelas entidades adjudicantes n.º 2 do
art.º 1.º do CCP.

Integram a categoria das entidades adjudicantes:

• O Estado;
• As Regiões Autónomas;

57
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• As autarquias locais;
• Os institutos públicos;
• As entidades administrativas independentes;
• O Banco de Portugal;
• As fundações públicas;
• As associações públicas;
• As associações de que façam parte uma ou várias das pessoas
coletivas referidas nas alíneas anteriores, desde que sejam
maioritariamente financiadas por estas, estejam sujeitas ao seu
controlo de gestão ou tenham um órgão de administração, de direção
ou de fiscalização cuja maioria dos titulares seja, direta ou
indiretamente, designada pelas mesmas.

São também entidades adjudicantes as pessoas coletivas que,


independentemente da sua natureza pública ou privada:

• Tenham sido criadas especificamente para satisfazer necessidades de


interesse geral, sem caráter industrial ou comercial, entendendo-se
como tais aquelas cuja atividade económica se não submeta à lógica
concorrencial de mercado, designadamente por não terem fins
lucrativos ou por não assumirem os prejuízos resultantes da sua
atividade;7 e
• Sejam maioritariamente financiadas por entidades referidas no
número 2 do artigo 1.º do CCP ou por outros organismos de direito
público, ou a sua gestão esteja sujeita a controlo por parte dessas
entidades, ou tenham órgãos de administração, direção ou
fiscalização cujos membros tenham, em mais de metade do seu
número, sido designados por essas entidades8;

Apontamento - Satisfação de necessidades de interesse geral

Considera‐se que prossegue necessidades de interesse geral a entidade cuja atividade,


não obstante vise satisfazer interesses específicos, beneficie um grupo de interesses
deles destacados, designadamente da comunidade local, regional ou nacional. O facto
de uma entidade satisfazer necessidades de interesse geral, ainda que estas constituam
apenas uma pequena parte da sua atividade, é fator relevante para se entender que a
entidade tem por missão a satisfação de necessidades de interesse geral. A existência ou
não de necessidades de interesse geral deve ser apreciada objetiva e casuisticamente,
sendo indiferente a forma jurídica de quem prossegue essas atividades (v.g. associação,

7
Os dois sub‐requisitos (“satisfação de necessidades de interesse geral” e “sem carácter industrial e comercial”)
devem observar‐se cumulativamente.
8
Os três sub‐requisitos ( “financiamento público maioritário”, “sujeição ao controlo de gestão” e “designação membros
dos órgãos”) não são cumulativos, pelo que basta que um deles se verifique, cumulativamente com os dois sub‐
requisitos anteriores (“satisfação de necessidades de interesse geral” e “sem carácter industrial e comercial”), para que
uma determinada entidade seja considerada como adjudicante.

58
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

fundação, sociedade, sindicato) ou as disposições estatutárias relativas ao seu objeto


social.

Apontamento - Sem caráter industrial ou comercial

A fim de se avaliar se a necessidade de interesse geral é desprovida de carácter


industrial ou comercial, cabe apreciar as circunstâncias que presidiram à criação do
organismo e as condições em que o mesmo exerce a sua atividade, incluindo,
nomeadamente, a eventual prossecução de um fim lucrativo, a assunção dos riscos e o
financiamento público dessa atividade.

O desenvolvimento de operações cofinanciadas consubstancia uma atividade de


interesse geral destituída de carácter industrial ou comercial, porquanto tais operações
não podem ter por fim a obtenção de lucro, mas antes a concretização de políticas
públicas destinadas à promoção da inclusão social e do emprego. De salientar ainda
que, a mera circunstância de uma entidade beneficiar de financiamento público de fonte
comunitária e/ou nacional, coloca‐a numa situação de desigualdade em relação ao
universo dos operadores que não beneficiam de idênticos apoios no desenvolvimento
da mesma atividade, o que consubstancia uma vantagem económica que, em condições
normais num mercado de livre e plena concorrência, não existiria.

Apontamento – Financiamento público maioritário

Constituem financiamento público todas as prestações de financiamento ou de apoio


das atividades da entidade provenientes de entidades que sejam, elas próprias,
entidades adjudicantes e que sejam atribuídas sem contraprestação específica.

No conceito de “financiamento público” cabe todo e qualquer fluxo de recursos


financeiros públicos de origem nacional ou comunitária, que contribua para o
funcionamento e o desenvolvimento das atividades da entidade. Neste conceito
incluem-se os financiamentos comunitários, entendidos como “subsídios à exploração”.
A avaliação deste requisito deve ser efetuada com base: (i) No orçamento previsional
referente ao ano da decisão de contratar, quando exista, ou no documento de prestação
de contas referente ao último exercício orçamental findo (ano económico) com relatório
e contas aprovados; (ii) No peso dos “subsídios à exploração” no total dos rendimentos
da classe 7. Para que este requisito se considere verificado, mais de 50% dos proveitos
da entidade têm que provir de financiamento público.

Apontamento – Sujeição ao controlo de gestão das entidades referidas no n.º 1 do artigo 2.º

Este requisito considera‐se cumprido quando existe uma relação de domínio por parte
de uma das entidades previstas no n.º 1 do artigo 2.º, a qual exerce poderes de
superintendência e supervisão sobre a entidade, incluindo os poderes de tutela sobre
os atos de gestão. Para aferir se este requisito se encontra cumprido deverá ter‐se em
consideração a distribuição das participações sociais ou a identificação dos sócios,
associados ou acionistas, mediante análise do Pacto Social ou Estatutos da entidade.

59
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Apontamento – Mais de metade dos membros dos órgãos de administração, direção ou


fiscalização, tenham sido designados por entidades referidas no n.º 1 do artigo 2.º

A avaliação deste requisito pressupõe que uma ou mais entidades referidas no n.º 1 do
artigo 2º dispõem da maioria dos direitos de voto na assembleia geral de uma pessoa
coletiva, direta ou indiretamente, devendo a análise ser efetuada com base na certidão
permanente e/ou na ata da tomada de posse ou instrumento de nomeação. O controlo
de gestão e o poder de designar a maioria dos titulares dos órgãos sociais
consubstanciam uma influência dominante.

Sem prejuízo do eventual enquadramento legal das Instituições Particulares de


Solidariedade Social (IPSS), no âmbito do nº2 do artigo 2º do CCP, cabe dar nota
que as que recebam apoios financeiros deverão observar o estabelecido no CCP
nas empreitadas de obras de construção ou grande reparação pertencentes às
instituições9 (vide a alteração introduzida em 2014 ao artº 23º do Decreto-Lei
119/83, de 25/02 em 2014 pelo Decreto-Lei 172-A/2014, de 14/11).

Apontamento – Artigo 23º do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro

Realização de obras, alienação e arrendamento de imóveis

1 - A empreitada de obras de construção ou grande reparação pertencentes às


instituições, devem observar o estabelecido no Código dos Contratos Públicos, com
exceção das obras realizadas por administração direta até ao montante máximo de 25
mil euros.

2 - O disposto no número anterior não se aplica às instituições que não recebam apoios
financeiros públicos. (…)

São também entidades adjudicantes aquelas entidades que são


maioritariamente financiadas por entidades adjudicantes ou por outros
organismos de direito público, ou a sua gestão esteja sujeita a controlo por parte
dessas entidades, ou tenham órgãos de administração, direção ou fiscalização
cujos membros tenham, em mais de metade do seu número, sido designados
por essas entidades. O CCP aplica-se a entidades que se encontrem nas
situações previstas no artigo 275.º, ou seja, entidades que pretendam celebrar
determinados contratos de empreitadas de obras públicas ou de serviços
associados a obras, desde que estes contratos sejam subsidiados diretamente em
mais de 50% do respetivo preço contratual por entidades adjudicantes, sempre
que o preço contratual for igual ou superior aos limiares comunitários. Á
formação dos contratos aí previstos aplicam-se os princípios gerais da
contratação pública, em especial, da concorrência, da imparcialidade, da

9
vide a alteração introduzida em 2014 ao artº 23º do Decreto-Lei 119/83, de 25/02 pelo Decreto-Lei 172-A/2014, de
14/11

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

igualdade, da boa administração, da transparência, da legalidade, da


proporcionalidade, da boa-fé e da publicidade.

As IPSS10 (e as associações de utilidade pública) ao serem beneficiárias de um


financiamento público atribuído pelo Estado atuam no mercado munidas de
prerrogativas que favorecem a sua atuação em relação às outras entidades,
fugindo a uma lógica de mercado concorrencial puro. Mas caso algum dos
requisitos não esteja preenchido, e no caso concreto o de “financiamento
maioritário”, a aplicação das regras da contratação pública pode verificar-se por
meio do artigo 275.º, que possibilita a aplicação das normativas referidas no
Código a entes que não são consideradas entidades adjudicantes (Grilo, 2013).

Encontram-se excluídos do CCP (artigo 4º) de entre outros os contratos de


trabalho em funções públicas e contratos individuais de trabalho e os contratos
de compra e venda, doação, permuta e arrendamento de bens imóveis ou
contratos similares.

2.6.2 Tipos de Procedimentos


O CCP prevê e regula os seguintes tipos de procedimentos para a formação de
contratos públicos (cf. n.º 1 do artigo 16.º):

Tipos de Subtipos de procedimentos Artigos do CCP


procedimentos
Regime Geral Convite a um interessado 112º a 127º
AJUSTE DIRETO Convite a vários interessados 112º a 127º
Regime simplificado 128º a 129º
CONSULTA PRÉVIA 112º a 127º
CONCURSO Concurso público “normal” 130º a 154º
PÚBLICO Concurso Público urgente 155º a 161º
CONCURSO LIMITADO POR PRÉVIA QUALIFICAÇÃO 162º a 192º
PROCEDIMENTO DE NEGOCIAÇÃO 193º a 203º
DIÁLOGO CONCORRENCIAL 204º a 218º
PARCERIA PARA A INOVAÇÃO 218º‐A a 218º‐D

Um procedimento em CCP pressupõe a existência das seguintes fases:

• Decisão de contratar;
• Decisão de autorização da despesa;
• Decisão da escolha de procedimento;
• Aprovação das peças procedimentais;

10
Jurisprudência - STA: Não se justifica admitir recurso de revista de decisão do TCA Norte que considerou as IPSS –
na vigência de um regime jurídico já revogado – como entidades adjudicantes por força do disposto no art. 2º, 2, a) do
Código dos Contratos Públicos. (Acórdão do STA, 1 SECÇÃO, de 19-11-2015, proc. n.º 01450/15, em
http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/f6049230e79f1cf780257f080054878c?OpenDocumen
t)

61
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Nomeação do júri.

A decisão de contratar (art. 36.º) cabe ao órgão competente para a autorização


da despesa. A decisão de escolha do procedimento (art. 38.º) carece de
fundamentação e cabe ao “órgão competente para a decisão de contratar”.

Procedimento Peças do procedimento


(artigo 40.º do CCP)
Ajuste direto (regime geral) Convite à apresentação de propostas
Caderno de encargos
Consulta prévia Convite à apresentação de propostas
Caderno de encargos
Anúncio
Concurso público Programa do procedimento
Convite à apresentação de propostas
Anúncio
Concurso limitado por prévia Programa do procedimento
qualificação Convite à apresentação de propostas
Caderno de Encargos
Anúncio
Procedimento de negociação Programa do procedimento
Convite à apresentação de propostas
Caderno de Encargos
Anúncio
Programa do procedimento
Diálogo concorrencial Memória descritiva
Convite à apresentação de soluções
Convite à apresentação de propostas
Caderno de encargos
Anúncio
Parceria para a inovação Programa do procedimento
Convite à apresentação de propostas
Caderno de Encargos

A escolha do procedimento depende do valor do contrato (artigo 17.º). A fixação


do valor estimado do contrato deve ser fundamentada com base em critérios
objetivos, utilizando, como referência preferencial, os custos médios unitários
de prestações do mesmo tipo adjudicadas em anteriores procedimentos
promovidos pela entidade adjudicante. O valor do contrato não pode ser
fracionado com o intuito de o excluir do cumprimento de quaisquer exigências
legais, designadamente das constantes do Código.

62
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Importa ainda referir que, nos casos em que a entidade adjudicante fixe um
valor estimado do contrato, é necessária a devida fundamentação com base em
critérios objetivos utilizando como referência preferencial, os custos médios
unitários de prestações do mesmo tipo adjudicados em anteriores
procedimentos promovidos pela entidade adjudicante.

Ajuste Direto – regime simplificado


Preço Base Objeto Artigos do CCP
= ou < 5.000€ Bens e Serviços n.º1, artigo 128º
= ou <10.000€ Empreitada e obras públicas n.º1, artigo 128º

Ajuste Direto – regime geral


Preço Base Objeto Artigos do CCP
< 20.000€ Bens e Serviços Alínea d), n.º1, artigo 20º
<30.000€ Empreitada e obras públicas Alínea d) artigo 19º
<50.000€ Outros contratos Alínea c), n.º1, artigo 21º

Consulta Prévia
Preço Base Objeto Artigos do CCP
< 75.000€ Bens e Serviços Alínea c), n.º1, artigo 20º
<150.000€ Empreitada e obras públicas Alínea c) artigo 19º
<100.000€ Outros contratos Alínea b), n.º1, artigo 21º

A tramitação procedimental para a formação de contratos associada aos tipos


de procedimentos Ajuste direto (simplificado e regime geral) e Consulta prévia,
os mais utilizados será como segue.

São condições obrigatórias do Ajuste Direto Simplificado:

• Contrato de aquisição ou locação de bens móveis ou aquisição de


serviços – preço contratual inferior ou igual a 5.000€;
• Contratos de empreitadas e obras públicas – preço contratual inferior
ou igual a 10.000€;
• Prazo de vigência até 1 ano, inclusive, a contar da decisão de
adjudicação, não podendo ser prorrogado;
• Adjudicação direta sobre fatura ou documento equivalente, feita
pelo órgão competente para a decisão de contratar;
• O preço contratual não é passível de ser revisto;
• Dispensa de tramitação eletrónica.

Este procedimento dispensa a existência de quaisquer outras formalidades


previstas no CCP, incluindo as relativas à celebração do contrato e à
publicitação prevista no artigo 465.º.

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

São condições obrigatórias do Ajuste Direto regime geral:

• Contrato de aquisição ou locação de bens móveis ou aquisição de


serviços – valor do contrato inferior a 20.000€ ((alínea d) do n.º 1 do
artigo 20.º do CCP);
• Contrato de empreitadas e obras públicas – valor do contrato inferior
a 30.000€ (alínea d) do artigo 19.º do CCP);
• Só obriga ao convite a uma entidade;
• Dispensa de tramitação eletrónica11.

Apresenta‐se na tabela infra a tramitação deste procedimento:

Fases Base legal


1. Decisão de contratar Artigo 36.º N.º 1 do CCP
2. Decisão de escolha do procedimento Artigo 38.º do CCP
3. Aprovação das peças do procedimento Artigo 40.º N.º 2 do CCP
4. Envio do convite Artigo 115.º N.º 4 do CCP
5. Esclarecimentos, retificação e alteração das peças Artigo 50.º e 116.º do CCP
procedimentais
6. Apresentação da proposta Artigo 62.º e 62.ºA do CCP
7. Análise da proposta Artigo 70.º do CCP
8. Adjudicação: notificação e anúncio Artigo 73.º, 76.º a 78.ºA a 125.º do CCP
9. Apresentação de documentos de habilitação Artigo 81.º a 87.ºA do CCP
10. Prestação da caução Artigo 88.º a 91.º do CCP
11. Celebração do contrato Artigo 94.º a 106.º do CCP
12. Publicitação e eficácia do contrato Artigo 127.º do CCP

São condições obrigatórias da Consulta Prévia:

• Contrato de aquisição ou locação de bens móveis ou aquisição de


serviços – valor do contrato inferior a 75.000€ ((alínea c) do n.º 1 do
artigo 20.º do CCP);
• Contrato de empreitadas e obras públicas – valor do contrato inferior
a 150.000€ (alínea c) do artigo 19.º do CCP);
• Convite a pelo menos três entidades;
• Dispensa de tramitação eletrónica12.

Apresenta‐se na tabela infra a tramitação deste procedimento:

Fases Base legal


1. Decisão de contratar Artigo 36.º N.º 1 do CCP

11
Embora não seja obrigatória a utilização de plataforma eletrónica na tramitação do procedimento de
ajuste direto, nos termos do n.º 4 do artigo 115.º do CCP, o convite e a proposta devem ser enviados
através de meios eletrónicos (exemplo email)
12
Embora não seja obrigatória a utilização de plataforma eletrónica na tramitação do procedimento de
ajuste direto, nos termos do n.º 4 do artigo 115.º do CCP, o convite e a proposta devem ser enviados
através de meios eletrónicos (exemplo email)

64
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. Decisão de escolha do procedimento Artigo 38.º do CCP


3. Aprovação das peças do procedimento Artigo 40.º Nº 2 do CCP
4. Designação do júri Artigo 67.º do CCP
5. Envio do convite Artigo 115.º N.º 4 do CCP
6. Esclarecimentos, retificação e alteração das peças Artigo 50.º e 116.º do CCP
procedimentais
7. Apresentação da proposta Artigo 62.º e 62.ºA do CCP
8. Negociações Artigo 118.º a 121.º do CCP
9. Análise e avaliação das propostas e esclarecimentos Artigo 70.º e 72.º do CCP
sobre as mesmas
10. Relatório preliminar Artigo 122.º do CCP
11. Audiência prévia Artigo 123.º do CCP
12. Relatório final Artigo 124.º do CCP
13. Adjudicação: notificação e anúncio Artigo 73.º, 76.º a 78.ºA a 125.º do CCP
14. Apresentação de documentos de habilitação Artigo 81.º a 87.ºA do CCP
15. Prestação da caução Artigo 88.º a 91.º do CCP
16. Celebração do contrato Artigo 94.º a 106.º do CCP
17. Publicitação e eficácia do contrato Artigo 127.º do CCP

A eficácia do contrato celebrado na sequência de consulta prévia ou ajuste


direto depende da publicitação de ficha contendo os elementos essenciais do
contrato no portal único da Internet dedicado aos contratos públicos (art. 127.º).
Antes da publicitação no portal BASE, o contrato não pode ser executado nem
pago, sendo dispensada nos casos do regime simplificado (n.º 3 do artigo 128.º).

Quando prestações do mesmo tipo, suscetíveis de constituírem objeto de um


único contrato, sejam contratadas através de mais do que um procedimento,
para efeitos de aferir dos limiares internos e comunitários constantes dos
quadros relativos ao valor do contrato em função do procedimento adotado,
deve ser tido em conta:

• O somatório dos valores dos vários procedimentos, caso a formação


de todos os contratos ocorra em simultâneo; ou
• O somatório dos preços contratuais relativos a todos os contratos já
celebrados e do valor de todos os procedimentos ainda em curso,
quando a formação desses contratos ocorra ao longo do período de
um ano, desde que a entidade adjudicante, aquando do lançamento
do primeiro procedimento, devesse ter previsto a necessidade de
lançamento dos procedimentos subsequentes.

2.6.3 Formulário para verificação de cumprimento do CCP

No que respeita à contratação pública, constitui requisito fundamental de todo


e qualquer beneficiário que pretenda aceder a fundos públicos, a devida
documentação do processo de contratação e a justificação de todas as decisões
tomadas neste âmbito, de forma a garantir a regularidade e legalidade das
despesas associadas, caso venham a ser posteriormente objeto de verificação ou
auditoria. Assim, as entidades sujeitas ao CCP, devem para cada procedimento

65
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

de consulta, proceder ao preenchimento de uma “Ficha de Verificação dos


Procedimentos de Contratação Pública”, que em conjunto com os elementos
documentais nela solicitados, constituem o suporte justificativo para a
fiscalização pelas autoridade competentes.

IDENTIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO

Designação

NIF

N.º 1 do Artigo 2.º


N.º 2 do Artigo 2.º
Enquadramento legal
N.º 1 do Artigo 7.º
Extensão do âmbito de aplicação (artigo 275.º)

Sim

Entidade Compradora Voluntária


Integra o Sistema Nacional (N.º 3 do artigo 3.º Dec. – Lei n.º 37/2007, de 19/02; N.º 6 do artigo
5.º do Regulamento n.º 330/2009 de 30/07)
de Compras Públicas
(Decreto-Lei n.º 37/2007 de Entidade Compradora Vinculada
19/02)? (N.º 2 do artigo 3.º Dec. – Lei n.º 37/2007, de 19/02; N.º 5 do artigo
5.º do Regulamento n.º 330/2009 de 30/07)

Não

Trata-se de um contrato
Sim (Juntar o Acordo Quadro)
celebrado ao abrigo de
Acordo Quadro?
(Artigo 29º, 30.º, 251.º a 259.º do Não
CCP)

ENQUADRAMENTO LEGAL DO CONTRATO

Objeto do Contrato

Designação
NIF

Adjudicatário Data da adjudicação


Data da decisão de
contratar
Valor do contrato (s/ IVA)

66
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Sim (Fundamente o motivo da


Contrato excluído: exclusão)
(Artigo 4.º do CCP)
Não

Sim (Fundamente o motivo da


Contratação excluída: exclusão da contratação)
(Artigos 5.º, 5.ºA, 6.ºA e n.º 3 do
Artigo n.º 275.º do CCP)
Não

PROCEDIMENTO PRÉ-CONTRATUAL

Ajuste Direto – Regime Geral (em função do valor do


contrato)
Ajuste Direto – Regime simplificado

Ajuste direto em função de critério material

Ajuste direto para celebração de contratos ao abrigo de


acordos-quadro (artigo 258º)

Consulta Prévia (em função do valor do contrato)

Consulta Prévia (em função de critério material – artigo 27.º-A)


Consulta Prévia para celebração de contrato ao abrigo de
acordos-quadro (artigo 259º)
Tipo de Procedimento Concurso Público com publicidade internacional

Concurso Público sem publicidade internacional

Concurso Público urgente


Concurso Limitado por Prévia Qualificação com
publicidade internacional
Concurso Limitado por Prévia Qualificação sem
publicidade internacional
Procedimento de Negociação

Diálogo Concorrencial

Parceria para a inovação

FICHA DE CUMPRIMENTO
ANÁLISE DO PROCEDIMENTO

Informação/
Tramitação Procedimental S/N Observações
Documentos em
pdf
Existe uma decisão juridicamente válida a Juntar cópia de
1. autorizar a abertura do procedimento de Despacho/Delibera
contratação? ção

67
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Informação/
Tramitação Procedimental S/N Observações
Documentos em
pdf
No caso de o tipo de procedimento (ajuste direto) ter Juntar cópia de
sido adotado em função de critérios materiais, existe Despacho/Delibera
2.
fundamentação legal e factual que justifique ção que deve conter
adequadamente a escolha do mesmo? esta fundamentação

Juntar, em anexo,
uma lista com os
contratos
adjudicados ao
adjudicatário nos
A obra, fornecimento ou serviço a contratar esgota-se
3. últimos 3 anos (com
neste procedimento?
indicação do
adjudicatário, do
objeto do
fornecimento,
serviço, código(s)
CPV, datas e valor
A empreitada de obras públicas, fornecimento de bens Identificar os
dos contratos) e
ou serviços a contratar pertence a um grupo de mecanismos que
respetivo extrato
contratos, cujo valor agregado é igual ou superior aos permitem o
4. contabilístico.
limiares comunitários tendo sido artificialmente despiste do
fracionados? fracionamento

No caso de prestações do mesmo tipo, suscetíveis de


Documento
constituírem objeto de um único contrato de
identificado no
empreitada de obras públicas, fornecimento de bens
ponto 3 com
5. ou serviços, tenham sido contratadas através de mais
indicação dos
do que um procedimento, a escolha do procedimento
procedimentos
teve em conta do disposto na legislação vidente em
escolhidos
matéria de contratação pública?

A decisão de não contratação por lotes encontra-se Juntar


6. fundamentada? fundamentação

Indicação da data
O tipo de publicitação / divulgação adotado adequa- dos
7. se ao procedimento em causa? anúncios/Convite e
juntar cópia

8. Foi respeitado o prazo mínimo, legalmente previsto, -----


para apresentação de propostas /candidaturas?

Juntar cópia do
O critério de adjudicação, respetivos fatores e Programa de
9. subfactores, encontram-se devidamente procedimento e
explicitados nas peças do concurso? Caderno de
Encargos

68
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Informação/
Tramitação Procedimental S/N Observações
Documentos em
O critério de adjudicação, respetivos fatores e
pdf
subfactores, estão em conformidade com a legislação,
comunitária / nacional, aplicável e foram os únicos -----
10.
aplicados em sede de apreciação das propostas dos
concorrentes?
O critério no qual se baseou a adjudicação foi o da
proposta economicamente mais vantajosa, nas suas
modalidades:
a) Melhor relação qualidade-preço;
11. b) Avaliação do preço ou custo enquanto único -----
aspeto da execução do contrato a celebrar
Implicando no caso da alínea a) a ponderação de
fatores e subfactores previamente fixados conforme
legalmente estipulado?
Nas peças do concurso existem referências
12. discriminatórias (nomeadamente fabricante, marcas, -----
patentes ou modelos, proveniência)?

As propostas consideradas apresentam um preço Juntar cópia do


13. anormalmente baixo ou preço total superior ao preço Relatório
base? Preliminar

Foram pedidas explicações para as propostas Juntar cópia do


14. consideradas que apresentam um preço ou custo pedido de
anormalmente baixo?
esclarecimentos

Juntar cópia do
15. Foram consideradas as propostas que apresentam um
Relatório
preço total superior ao preço base?
Preliminar

As propostas / candidaturas dos Juntar cópia do


16. concorrentes/candidatos foram avaliadas de forma Relatório final de
transparente, baseando-se estrita e unicamente nos avaliação das
critérios de adjudicação estabelecidos? propostas

Indicar data e
Foi realizada a audiência prévia dos concorrentes? juntar Relatório
17. Existe análise e decisão das eventuais reclamações Final de avaliação
apresentadas neste âmbito?
das propostas

18. Existe uma decisão juridicamente válida Juntar cópia do


(Despacho / Deliberação) de adjudicação? Despacho/Delibera
ção
Foi realizada a notificação de adjudicação a Juntar evidência
19. todos os concorrentes (escolhido e preteridos)?

Foi prestada caução para garantia do contrato Juntar documento


20. (quando exigida)? comprovativo

69
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Informação/
Tramitação Procedimental S/N Observações
Documentos em
pdf

Foi celebrado contrato escrito (quando exigido ou Juntar cópia do


21.
não dispensado)? contrato

A celebração de contrato na sequência de ajuste direto


ou consulta prévia foi publicitada pela entidade
Juntar cópia da
22. adjudicante no portal da internet dedicado aos
contratos públicos, através de ficha conforme o publicação
respetivo modelo constante do anexo III do CCP?

ANÁLISE DO PROCEDIMENTO

Informação/
Tramitação Procedimental Documentos em Sim Observações
pdf
O auto de consignação (data; respeitou o prazo
23. legalmente estabelecido?) – empreitadas de obras Juntar cópia do auto
públicas

Foram efetuados ajustamentos (erros ou omissões) ao


24. objeto do concurso dentro dos prazos fixados? Juntar evidências

25. Foram efetuados trabalhos complementares? -----

Foram respeitados os limites dos trabalhos que resultaram


26. -----
de circunstâncias não previstas?

Foram respeitados os limites dos trabalhos que


27. -----
resultaram de circunstâncias imprevisíveis?

Existiu revisão de preços durante a execução do contrato,


tendo a mesma sido efetuada de acordo com o legalmente
28. estabelecido ou com a respetiva cláusula contratual – Juntar evidências
empreitadas de obras públicas?

Existiram prorrogações de prazo autorizadas durante a Juntar documento


29. execução do contrato de empreitadas de obras públicas/ justificativo e da
prestação de serviços? decisão/deliberação

As medições da obra ocorreram nos termos da lei e foram


30. Juntar auto
elaborados os respetivos autos?

A conta final da empreitada respeitou o prazo legalmente


31. estabelecido? Juntar a conta final

A receção provisória da obra ocorreu nos termos legais,


32. foi realizada vistoria e elaborado o respetivo auto? Juntar auto

70
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A receção definitiva da obra respeitou os termos


33. Juntar auto
legalmente estabelecidos e foi elaborado auto?

2.6.4 O ADAPTAR Social +

O Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), aprovado pela


Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, de 6 de junho, veio prever
medidas para reforço do apoio às respostas sociais, nomeadamente a criação do
Programa Adaptar Social +, cujo regulamento foi aprovado pela Portaria n.º
178/2020, de 28 de julho, alterada pela Portaria 269/2020, de 19 de novembro.

Aquilo que começou por ser um incentivo, envolto numa candidatura simples,
destinado a mitigar os custos acrescidos para o restabelecimento das condições
de funcionamento das respostas sociais, no âmbito da pandemia COVID19
começa agora a revelar-se um grande desafio para as IPSS’s, em especial no que
toca à contratação pública. Será este o primeiro teste da segurança Social como
metodologia a adoptar para os seus financiamentos futuros?

Através deste Programa, foi criado um sistema de incentivos destinado a


mitigar os custos acrescidos para o restabelecimento das condições de
funcionamento das respostas sociais. ram apoiados, nomeadamente, os custos
de aquisição de equipamentos de proteção individual para trabalhadores e
utentes, equipamentos de higienização, contratos de desinfeção, os custos com
a formação de trabalhadores, reorganização dos locais de trabalho e alterações
de layout dos equipamentos das respostas sociais.

Este programa previa a realização de um investimento de valor em despesa


elegível não superior a 10.000,00 euros e assumia a forma de subvenção não
reembolsável.

Os pagamentos às entidades beneficiárias são efetuados pelo ISS, I. P., após


apresentação dos pedidos junto dos centros distritais e através da caixa de
correio eletrónica criada para este efeito no site da segurança social. Sendo
processado um adiantamento automático inicial após a validação do termo de
aceitação, no montante equivalente a 50 % do incentivo aprovado. O pedido de
pagamento final deve ser apresentado pela entidade beneficiária no prazo
máximo de 60 dias úteis após a data de conclusão do projeto, sendo o montante

71
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

de incentivo apurado com base em declaração de despesa de realização de


investimento elegível subscrita pela entidade e confirmada por contabilista
certificado ou revisor oficial de contas.

Verifica-se agora que para as entidades entidades beneficiárias, enquanto


entidades adjudicantes nos termos do disposto no n.º 1 ou n.º 2 do artigo 2.º do
Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29
de janeiro e republicado em anexo pelo Decreto-Lei n.º 111-B/2017, de 31 de
agosto, na sua redação atual, devem ainda apresentar a ficha de verificação de
procedimentos de contratação pública por cada uma das
aquisições/contratações correspondentes aos documentos justificativos das
despesas realizadas e apresentadas no pedido de pagamento final e cópia do
respetivo procedimento concursal.

Programa ADAPTAR SOCIAL +


Portaria n.º 178/2020, de 28 de Julho
Despacho n.º 7971/2020, de 14 de agosto
Despacho n.º 7972/2020, de 14 de agosto

FICHA DE VERIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE


CONTRATAÇÃO PÚBLICA

IV.Tipo Procedimento pré-contratual (assinalar com um X)

Consulta Prévia - Convite a pelo menos 3 entidades (Art.º 19.º c) e 20.º c)


Locação ou aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços - valor < a € 75 000,00
Empreitas de Obras Públicas - valor < a 150 000,00

Consulta prévia (em função de critério material - Art.º 27.º-A)


Ajuste direto (Art.º 19.º d) e 20.º d))
Locação ou aquisição de bens móveis e de aquisição de serviços – valor < a € 20 000,00
Empreitadas de Obras Publicas - valor < a € 30 000,00

Ajuste direto em função de critério material (Art.º 24.º)

Concurso público com publicação no JOUE (Art.º 19.º a) e Art.º 20.º a)


Qualquer que seja o valor do contrato

72
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Concurso público sem publicação no JOUE (Art.º 19.º b) e Art.º 20.º b)


Quando o valor do contrato seja <aos limiares previstos no Art.º 474.º

Concurso público urgente (Art.º 155.º)


Aquisição de bens móveis ou serviços - Quando o valor do contrato não exceda os limiares
previstos no Art.º 474.º
Empreitadas de Obras Públicas - < 300.000,00
Concurso limitado por prévia qualificação c/ public. no JOUE (Art.º 19.º a) e
Art.º 20.º a)
Qualquer que seja o valor do contrato
Concurso limitado por prévia qualificação s/ public. no JOUE (Art.º 19.º b) e
Art.º 20.º b)
Quando o valor do contrato seja < aos limiares previstos no Art.º 474º (consultar Anexo I)

Procedimento de negociação (Art.º 29.º)

Diálogo concorrencial (Art.º 29.º)

Parceria para a Inovação (Art.º 30.º-A)

Acordos Quadro (Art.ºs 251.º a 259.º)

Eu abaixo assinado, declaro, sob compromisso de honra que foram observadas todas as formalidades relativas ao cumprimento das regras de contratação pública no
presente contrato e que as informações constantes deste documento correspondem à verdade.

O(os) representante(es) da Entidade Beneficiária (*) (assinatura(as))


(Data): __/___/_______

* Identificação do cargo/função

73
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

V. Análise do procedimento

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

Existe uma decisão juridicamente válida a


autorizar a abertura do procedimento (decisão
de contratar) e a realização da despesa? Art.ºs 17.º a 21.º do DL 197/99
Despacho/deliberação do órgão competente
Nota: Quando o valor do contrato for = ou > a € 5 e Art.º 36.º CCP.
000 000, aferir fundamentação com base numa
avaliação de custo/benefício (Art.º 36.

Empreitada de obras públicas:


No caso do procedimento ter sido escolhido Art.ºs 24.º, 25.º
em função de critério material, existe
fundamentação legal e factual que justifique Locação ou de aquisição de
Apresentar fundamentação
adequadamente a escolha do mesmo. bens artigos 24.º, 26.º.
Nota: Aferir o cumprimento da possibilidade de
consulta prévia nos termos do Art.º 27º-A. Prestação de serviços: Art.ºs
24.º, 27.º.

No caso de o procedimento escolhido ter sido


o do ajuste direto em função de critério
material, encontra-se legal e factualmente Art.º 27.º-A Apresentar fundamentação
justificada a opção pelo não recurso ao
procedimento de consulta prévia?
A entidade adjudicante efetuou a adjudicação
por lotes?
Nota: Aplica-se a todos os procedimentos de Art.º 46.º-A, n.º 2
formação desde que o valor do contrato seja > a €
135 000,00 (bens e serviços) ou > a € 500 000,00
(empreitadas).

Caso não tenha sido adotada a adjudicação


Art.º46.º-A, n.º 2. Apresentar fundamentação
por lotes, a decisão foi fundamentada?

74
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

A empreitada de obras públicas, locação ou


lista dos contratos adjudicados ao adjudicatário nos
aquisição de bens móveis ou aquisição de
Art.º 16.º do DL n.º 197/99 últimos 12 meses (com indicação do fornecimento,
serviços pertence a um grupo de contratos que
obra ou serviço, datas e valor dos contratos)
não foram artificialmente fracionados?

No caso da empreitada de obras públicas,


locação ou aquisição de bens móveis ou
decisão de contratar e peças do procedimento (onde
aquisição de serviços, para prestações do Art.º 22.º
está definido o preço base)
mesmo tipo, foi adotado o procedimento
correto?

Existe uma descrição suficiente do objeto do


Art.º 42.º Caderno de encargos
procedimento no caderno de encargos?

O caderno de encargos do procedimento de


formação de contrato de empreitada de obras
Art.º 43.º Caderno de encargos
públicas integrou os elementos indicados na
lei?

*Verificar a conta corrente do fornecedor no ano em


questão e nos 2 anos anteriores;
No caso de procedimento de consulta prévia *Consultar a base gov;
ou ajuste direto, foi respeitada a limitação por ou na impossibilidade de verificação através destas
Art.º 113.º, n.º 2
parte da entidade adjudicante, na escolha das duas formas solicitar uma declaração ao beneficiário
entidades convidadas? onde ele declare sob compromisso de honra em
como respeitou a limitação prevista no Art.º 113.º,
n.º2

75
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

Concurso público: Art.ºs 130.º e


131.º

Concurso público urgente: Art.º


157.º
Anúncio no DR
Concurso limitado por prévia Anúncio no JOUE
qualificação: Art.º 167.º nota: os valores que obrigam à publicitação no
O procedimento foi publicitado? Jornal oficial da União Europeia (JOEU) estão
Procedimento de negociação: definidos na tabela anexa ("tabela dos limiares). Os
Art.º 197.º valores desta tabela são revistos de 2 em 2 anos e a
tabela é publicada.
Diálogo concorrencial: Art.º
208.º

Parceria para a Inovação: Art.º


218.º - A, n.º 2 e Art.º 167.º

Convite (Art.º 115.º) convite

Concurso público: Art.ºs 130.º e


131.º

Concurso público urgente:


Art.º157.º

O convite/anúncio do concurso (e eventuais Concurso limitado por prévia


retificações) contém todos os elementos qualificação: Art.º 167.º
legalmente exigidos? anúncio do concurso
Procedimento de negociação:
Art.º 197.º

Diálogo concorrencial: Art.º


208.º

Parceria para a Inovação: Art.º


218.º - A, n.º 2 e Art.º 167.º

76
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

Foi verificada a Declaração de Inexistência de


conflitos de interesses dos membros do
Art.º 67, n.º 5 Declaração de acordo com o anexo XIII do CCP
júri/intervenientes no processo de avaliação de
propostas (Anexo XIII do CCP)

Concurso público: Art.ºs 135.º


e 136.º

Concurso público urgente: Art.º


158.º

Concurso limitado por prévia


qualificação: Art.º s 173.º e
174.º verificar os prazos estipulados nos anúncios dos
Foi respeitado o prazo mínimo para
concursos e verificar se as datas das propostas
apresentação de propostas /candidaturas?
estão em conformidade com esses prazos
Procedimento de negociação:
Art.º 198.º

Diálogo concorrencial: Art.ºs


204.º, 173.º e 174º

Parceria para a Inovação: Art.º


218.º-A, n.º 5 e Art.º 198.º

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

77
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Consulta prévia: Art.º 115.º, n.º


2, alínea b)

Concurso público ou concurso


público urgente: Art.º 132.º, n.º
O critério de adjudicação, respetivos fatores e 1, alínea n)
subfactores, ou o modelo de avaliação das Verificar o critério de adjudicação definido nas peças
propostas, encontram-se devidamente Concurso limitado por prévia do procedimento e se está conforme
explicitados nas peças do procedimento? qualificação, procedimento de
negociação e diálogo
concorrencial e Parceria para a
Inovação: Art.ºs 164.º, n.º 1,
alínea q), 193.º e 204.º e 218-A,
n.º 5

melhor relação qualidade


preço, implicando a ponderação
de fatores e subfactores
previamente fixados conforme
legalmente estipulado, alínea
a) do n.º 1 do Art.º 74.º
O critério de adjudicação foi o da proposta
Proposta
economicamente mais vantajosa?
avaliação do preço ou custo
como único aspeto da
execução do contrato
alínea b)

A capacidade técnica e/ou económica e/ou


financeira dos concorrentes não consta do Verificar o critério de adjudicação nas peças do
Art.º 75.º, n.º 3
critério de adjudicação e/ou foi considerada procedimento e na análise das propostas
em sede de apreciação das propostas?

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

78
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

No caso de o critério de adjudicação não


incluir, como fator, o preço ou custo das
propostas, essa opção encontra-se verificar a fundamentação nas peças do
Art.º 74.º, n.º 2
devidamente fundamentada (designadamente procedimento
na decisão de contratar e ou na decisão de
aprovação das peças procedimentais)?

Nas peças do procedimento não existem


referências discriminatórias (nomeadamente peças do procedimento, nomeadamente no Caderno
Art.º 49.º, n.ºs 8 e 9
fabricante, marcas, patentes ou modelos, de encargos
proveniência)?

Ajuste Direto e consulta prévia:


Art.º 115, nº4

Concurso público: Art.º 133.º

A entidade adjudicante disponibilizou, por


meios eletrónicos, para consulta dos Concurso limitado por prévia
interessados as peças do procedimento qualificação: Art.º 133.º e 162.º fluxo do procedimento
(programa do procedimento e caderno de
encargos, e eventuais anexos)?
Procedimento de negociação:
Art.ºs 133.º, 162.º e 193.º

Diálogo concorrencial: Art.ºs


133.º, 162.º, 204.º e 207.º

Parceria para a Inovação: Art.ºs


133.º, 193.º, 162.º

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

79
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Ajuste Direto e consulta prévia:


Art.º 115, nº4

Concurso público: Art.º 133.º

Caso a entidade adjudicante não o tenha feito Concurso limitado por prévia
por meios eletrónicos, as peças do qualificação: Art.ºs 133.º e
procedimento (programa do procedimento e 162.º Verificar se as peças foram disponibilizadas aos
caderno de encargos, e eventuais anexos) interessados
foram disponibilizadas atempadamente aos Procedimento de negociação:
interessados? Art.ºs 133.º, 162.º e 193.º

Diálogo concorrencial: Art.ºs


133.º, 162.º, 204.º

Parceria para a Inovação: Art.ºs


133.º, 193.º, 162.º

Foram pedidos esclarecimentos e/ou lista de verificar se foram solicitados esclarecimentos no


erros e omissões das peças do procedimento, Art.º 50.º primeiro terço do prazo para apresentação de
no prazo correto? propostas

As propostas consideradas não apresentam Art.ºs 70.º, n.º 2, alínea e) e


verificar a proposta
um preço anormalmente baixo 71.º

No caso de exclusão da proposta por preço


anormalmente baixo, existem esclarecimentos Art.º 71.º, n.º 3 verificar se há esclarecimentos
prestados pelo concorrente?

Foram excluídas propostas com preço total


Art.ºs 47.º, 70.º n.º 2, d) relatório preliminar
superior ao preço base?

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

80
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Consulta Prévia: Art.º 124.º

As propostas / candidaturas dos Concurso público: Art.ºs 146.º a


concorrentes/candidatos foram avaliadas, 148.º
baseando-se estrita e unicamente no critério
de adjudicação? Concurso limitado por prévia relatório preliminar
qualificação e procedimento de relatório final de avaliação das propostas
Nota: Deve ser apresentado o relatório negociação: Art.ºs 186.º e 193.º
preliminar e final de avaliação das propostas
para se aferir da transparência da deliberação Diálogo concorrencial: Art.ºs
do júri do procedimento 204.º e 215.º

Parceria para a Inovação: Art.ºs


218.º-A, n.º 5, 218.º-C, 186.º

Consulta Prévia: Art.ºs 118.º,


n.º 3, 123.º e 124.º

Concurso público: Art.ºs 147.º e


148.º

Concurso limitado por prévia


qualificação: Art.ºs 185.º e veriificar se o relatório de análise de propostas foi
Foi realizada a audiência prévia dos
186.º remetido para todos os concorrentes, ou se há
concorrentes?
justificação da dispensa desta formalidade (caso de
Existe análise e decisão das eventuais
Procedimento por negociação: haver apenas um concorrente)
reclamações apresentadas pelos
Art.ºs 185.º, 186.º e 193.º Verificar se houve reclamações e se estão vertidas
concorrentes?
no Relatório final

Diálogo concorrencial: Art.º


212.º, n.º 3 e n.º 4

Parceria para a Inovação: Art.ºs


185.º, 186.º, 193.º e 218.º-A n.º
5

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

81
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Existe uma decisão juridicamente válida Relatório final. Despacho/deliberação com a


Art.º 73.º
(Despacho / Deliberação) de adjudicação? adjudicação

Foi realizada a notificação da decisão de


verificar se todos os concorrentes foram notificados
adjudicação a todos os concorrentes Art.º 77.º
da decisão de ajudicação
(escolhido e preteridos)?

aferido através dos documentos de habilitação e


Foram aferidos os impedimentos do
Art.º 55.º declaração sob compromisso de honra nos termos
candidato/concorrente?
do 83.º- A

Foram relevados alguns dos impedimentos? Art.º 55.º- A

anúncio quando o procedimento de formação do


Foi publicado o anúncio de adjudicação? Art.º 78.º
contrato tenha sido publicitado no JOUE

Foi prestada caução para garantia do contrato


Art.ºs 88.º a 90.º caução
(quando exigida) nos termos legais?

Verificar os documentos de habilitação (certidões de


Foram apresentados os documentos de
não divida SS, finanças, registo criminal empresa e
habilitação obrigatórios e aferida a validade Art.º 81 e alínea b) do n.º1 do
sócios, declaração de acordo com o anexo II do
dos mesmo à data de apresentação (dentro do artigo 104.º
CCP e outros previstos no artigo 81º. Datas devem
prazo concedido)
estar válidas à data de assinatura do contrato

Tramitação Procedimental Base legal (CCP) Sim Não N.A Documentos de suporte Observações

82
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Foi celebrado contrato escrito (quando exigido


ou não dispensado)?
Contrato devidamente assinado e datado.
Nota: Confirmar se foi celebrado contrato escrito, Se não foi reduzido a escrito verificar se está
com os elementos exigidos por lei. Art.ºs 94.º; 95.º e 96.º
dispensado nos termos do previsto no artigo 95.º do
Caso o contrato não tenha sido reduzido a escrito,
referir se se trata de um incumprimento da lei ou de
CCP
um caso de não exigência ou de dispensa do
mesmo.
A celebração de contrato precedido do
procedimento de consulta prévia ou ajuste
direto (regime geral) foi publicitada no portal
da internet dedicado aos contratos públicos
(www.base.gov.pt), através de ficha conforme
o respetivo modelo constante do anexo III do Verificar a publicitação no base gov.
CCP? Art.ºs 127.º e 465.º Não pode haver pagamentos ao adjudicatário antes
da publicitação ter sido efetuada.
Nota: Importa ter em consideração que a publicitação
constitui condição de eficácia do respetivo contrato,
independentemente da sua redução ou não a escrito,
nomeadamente para efeitos de quaisquer
pagamentos

A informação relativa aos ajustes diretos Art.º 5.º da Portaria n.º 57/2018,
simplificados foi comunicada de forma de 26 de fevereiro, alterada
documento comprovativo da comunicação
agregada, com periodicidade trimestral, ao pela Portaria n.º 284/2019, de 2
Portal dos Contratos Públicos (Portal BASE). de setembro

O contrato foi objeto de fiscalização prévia


Art.ºs 46.º a 48.º ; 83.º e 85.º da
(visto ou declaração de conformidade) pelo visto do Tribunal de Contas
LOPTC
Tribunal de Contas, quando exigido.

83
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3. O Relato Financeiro nas ESNL


A prestação de contas tem relevância especial no âmbito das ESNL.

Setor Privado Setor Público Terceiro Setor

Acionista Eleitores Financiadores

Votos e €


€ Serviços

Empresa Autoridades Públicas Organização

Bens e Serviços Bens e


Serviços Serviços

Cliente Utilizadores Utilizadores

Fonte: Andrade (2007:p.49)

O facto de estas entidades não terem o lucro como fim principal não as isenta
de terem um processo de prestação de contas. No sector privado existe uma
relação direta entre os fornecedores de bens e serviços e os seus clientes. No
sector público, o Governo e as restantes autoridades públicas fornecem bens e
serviços e, em troca, os eleitores votam em quem acreditam vir a criar o sistema
fiscal e os serviços públicos mais adequados. Nas ESNL o modelo de transações
tem como base os utilizadores e os financiadores - Estado e Doadores.

As obrigações de escrituração das entidades que não exerçam a título principal


uma atividade comercial, industrial ou agrícola, encontram-se definidas no
artigo 124.º do CIRC e devem possuir os seguintes registos:

• Registo de rendimentos, organizado segundo as várias categorias de


rendimentos;
• Registo de encargos, organizado de modo a distinguirem-se os
encargos específicos de cada categoria de rendimentos sujeitos a
imposto e os demais encargos a deduzir, no todo ou em parte, ao
rendimento global;
• Registo de inventário, em 31 de dezembro, dos bens suscetíveis de
gerarem ganhos tributáveis na categoria de mais-valias.

84
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Se a ESNL exercer também, a título acessório, uma atividade de natureza


comercial, industrial ou agrícola deverá a contabilidade ser organizada nos
termos do artigo 123º do CIRC. Estas entidades na execução da contabilidade
todos os lançamentos devem estar assentes em documentos justificativos,
datados e suscetíveis de serem apresentados sempre que necessários e que
devem ser registados cronologicamente, não sendo permitidos atrasos na
execução da contabilidade superiores a 90 dias, contados do último dia do mês
a que as operações respeitam.

As ESNL entidades ficam sujeitas a certificação legal das contas sempre que
apresentem contas consolidadas ou ultrapassem dois dos três limites referidos
no artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais13.
O Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março veio aprovar o Regime da
normalização contabilística para as entidades do sector não lucrativo (ESNL),
sendo aplicável a entidades cujo objeto estatutário não vise a obtenção de lucros
e que não possam distribuir aos seus membros ou contribuintes qualquer ganho
económico ou financeiro direto, designadamente associações, pessoas coletivas
públicas de tipo associativo, fundações, misericórdias, instituições particulares
de solidariedade social, clubes, federações e confederações.

Este Decreto veio ainda revogar os planos de contas sectoriais baseados no


Plano Oficial de Contabilidade (POC), entretanto substituído pelo SNC, a saber:

• o Plano de Contas das Instituições Particulares de Solidariedade


Social, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/89, de 3 de março;
• o Plano de Contas das Associações Mutualistas, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 295/95, de 17 de novembro;
• o Plano Oficial de Contas para Federações Desportivas, Associações
e Agrupamentos de Clubes, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 74/98, de
27 de março.

Manteve, contudo, inalterados os planos sectoriais baseados no Plano Oficial


de Contabilidade Pública (agora também substituído pelo Sistema de
Normalização Contabilística para administrações públicas - SNC-AP).

O sistema de normalização SNC-ESNL é composto pelos seguintes elementos:

• Bases para a Apresentação de Demonstrações Financeiras (BADF);


• Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF);
• Código de Contas (COC);

13
a) Total do balanço - € 1 500 000;
b) Total das vendas líquidas e outros proveitos - € 3 000 000;
c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício - 50.

85
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Sector


Não Lucrativo (NCRF-ESNL);
• Normas Interpretativas (NI).

Genericamente o relato financeiro das ESNL consiste na submissão aos órgãos


competentes (e tutelares) dos seguintes documentos:

• Orçamento e Plano de Atividades


• Relatório de Atividades
• Balanço
• Demonstração de Resultados
• Demonstração de Fluxo de Caixa
• Demonstração das Alterações dos Fundos Patrimoniais
• Anexo
• Parecer do Conselho Fiscal
• Certificação Legal de Contas

Esquematicamente podemos resumir o processo de prestação de contas das


ESNL da seguinte forma:
Responsável pela Prazo para a Aprovação
Tutela Orçamento e Plano de Atividades Relatório de Atividades e Contas

IPSS 30 de novembro n-1 31 de março n+1


Instituto de Segurança Social IP
No rma leg al: Decreto -Lei 119 /8 3 alínea c) artigo 59ºA alínea d) artigo 59ºA

Associações Mutualistas 31 de dezembro n-1 31 de março n+1


Instituto de Segurança Social IP
No rma leg al: Decreto Lei n.º 59 /2 0 18 alínea c) artigo 79º alínea b) artigo 79º

Associações Juvenis
A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos
Associações de Estudantes Instituto Portugês da Juventude
No rma leg al: Lei n.º 2 3 /2 0 0 6

Associações de Pais A definir pelos estatutos 31 de março n+1


Ministério da Educação
No rma leg al: Decreto -Lei n.º 3 72 /9 0 n.º 2 artigo 9º A

Associações Profissionais membro do Governo que exerce os A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos
No rma leg al: Lei n.º 2 /2 0 13 poderes n.º 1 artigo 48º

Associações Humanitárias de Bombeiros A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos


Autoridade Nacional Proteção Civil
No rma leg al: Lei n.º 3 2 /2 0 0 7 alínea c) n.º 1 artigo 19º alínea c) n.º 1 artigo 19º

Federações e Associações Desportivas membro do Governo que exerce os A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos
No rma leg al: Decreto -Lei 2 4 8 -B/2 0 0 8 poderes alínea c) artigo 34º alínea c) artigo 34º

Outras Associações A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos


Não definido
No rma leg al: artigo 172º CCV

Fundações A definir pelos estatutos 31 de março n+1


Presidência do Conselho de Ministros
No rma leg al: Lei n.º 2 4 /2 0 12 n.º 5 artigo 9º

Pessoas Coletivas de Utilidade Pública A definir pelos estatutos A definir pelos estatutos
Presidência do Conselho de Ministros
No rma leg al: Decreto -Lei n.º 4 6 0 /77 n.º 5 artigo 9º alínea a) artigo 12º

Apontamento: Uma entidade sujeita à aplicação do regime da normalização


contabilística para as entidades do sector não lucrativo, pode por opção, utilizar
como normativo contabilístico o conjunto das 28 NCRF, denominado
vulgarmente de SNC Geral? (FAQ 22 da CNC)

86
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Resposta (em 05JAN2012): Uma entidade, que esteja abrangida pelo


âmbito de aplicação da normalização contabilística para as entidades
do sector não lucrativo, deverá observar os procedimentos
contabilísticos previstos no Aviso 8259/2015, de 29 de julho. Caso
existam lacunas neste normativo e sempre que se mostre adequado,
a entidade deverá supletivamente socorrer-se do disposto no ponto
2.3. do Aviso 8259/2015, de 29 de julho, nomeadamente recorrendo
às disposições previstas nas NCRF e NI. Esse recurso supletivo só
deverá, porém, e nos termos do ponto acima mencionado, ser
aplicado se a lacuna for “de tal modo relevante que o seu não
preenchimento impeça o objetivo de ser prestada informação que, de
forma verdadeira e apropriada, traduza a posição financeira numa
certa data e o desempenho para o período abrangido”. Haverá,
contudo, que analisar a materialidade de cada situação e em sua
função decidir pelo procedimento mais adequado.

Sempre que o SNC-ESNL não responda a aspetos particulares em matéria de


contabilização ou que apresente lacunas que impeça a transmissão de uma
imagem e verdadeira da entidade, esta pode recorrer supletivamente e pela
ordem indicada:

• Ao SNC, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, e


demais legislação complementar;
• Às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS)14, adotadas ao
abrigo do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e
do Conselho de 19 de julho;
• Às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e as Normas
Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), emitidas pelo IASB, e
respetivas interpretações SIC-IFRIC15.

Uma entidade sujeita à normalização contabilística para as ESNL que não


respeite qualquer das disposições constantes na norma contabilística e de relato
financeiro que esteja obrigada a aplicar, distorcendo com tal prática as
demonstrações financeiras individuais ou consolidadas que seja, por lei,
obrigada a apresentar é punida com coima de 500,00 euros a 10 000,00 euros.

Uma entidade sujeita à normalização contabilística para as ESNL que efetue a


integração de lacunas de modo diverso do previsto, distorcendo com tal prática
as demonstrações financeiras individuais ou consolidadas que seja, por lei,
obrigada a apresentar é punida com coima de 500,00 euros a 15 000,00 euros.

14
http://www.cnc.min-financas.pt/_siteantigo/sitecnc_IAS2.htm
15
http://www.cnc.min-financas.pt/_siteantigo/sitecnc_SIC.htm

87
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Uma entidade sujeita à normalização contabilística para as ESNL que não


apresente qualquer das demonstrações financeiras que seja, por lei, obrigada a
apresentar é punida com coima de 500,00 euros a 15 000,00 euros.

3.1 A Estrutura Conceptual:


Não existe uma estrutura conceptual (EC) específica para as ESNL. Conforme
descrito na NCRF-ESNL, o SNC-ESNL, poderá adaptar objetivos e conceitos
que melhor reflitam a informação financeira, e em conformidade com as suas
especificidades, nomeadamente no que respeita ao pressuposto de
continuidade. Nas ESNL, este pressuposto, não corresponde a um conceito
económico ou financeiro puro, mas antes à capacidade de a entidade cumprir
os fins propostos ou manter a sua atividade de prestação de serviços. Os
conceitos elementares do SNC-ESNL baseiam-se assim na EC do SNC, com as
alterações decorrentes da especificidade das ESNL.

Uma EC não é uma NCRF e por isso não define normas para qualquer
mensuração particular ou tema de divulgação. O objetivo da EC é em parte:

• Ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na aplicação


das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) e no
tratamento de tópicos que ainda tenham de constituir assunto de uma
dessas Normas;
• Ajudar a formar opinião sobre a aderência das demonstrações
financeiras às NCRF;
• Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas
demonstrações financeiras preparadas; e
• Proporcionar aos que estejam interessados no trabalho da CNC
informação acerca da sua abordagem à formulação das NCRF.

Nas ESNL, os utilizadores da informação financeira são as entidades que


entregam recursos (quotas, legados, donativos), os credores, as pessoas que
realizam prestações gratuitas (assistência ou trabalhos de voluntariado), o
Governo e a Administração Pública entre outros. Neste sentido temos que:

• Os doadores/financiadores/associados pretendem conhecer o grau


de cumprimento dos objetivos desenvolvidos;
• Os credores pretendem obter informação acerca da capacidade de a
entidade solver os seus compromissos;
• Os membros das ESNL pretendem conhecer o modo como os
donativos e outros fundos são aplicados nas atividades;
• Os voluntários pretendem conhecer os resultados da sua dedicação,
bem como os programas realizados e as necessidades de recursos;

88
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• O Estado, na medida em que proporciona os recursos para a atividade


de diversas entidades do sector não lucrativo, tem necessidade de
controlar os fluxos/meios que permitam cumprir os fins sem
diminuir o património;
• O público em geral, de entre os quais cumpre referir os contribuintes,
grupos de interesse ou pressão, associações de defesa do consumidor
e todos os interessados, direta ou indiretamente, no futuro da
atividade da ESNL. Este grupo deve ter a possibilidade de avaliar o
contributo da entidade no seu bem-estar ou no desenvolvimento
económico do setor em que se insere.

As bases para a apresentação de demonstrações financeiras de finalidades


gerais estabelecem os requisitos globais que permitem assegurar a
comparabilidade quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores
da entidade quer com as demonstrações financeiras de outras entidades. As
demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição
financeira e do desempenho financeiro de uma entidade

3.1.1 O Objetivo nas Demonstrações Financeiras


O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação
acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa
de uma entidade que seja útil a uma vasta gama de utentes na tomada de
decisões. As demonstrações financeiras também mostram o grau de eficiência e
de eficácia do órgão de gestão, não só pelos resultados apresentados, mas
fundamentalmente pela forma como foram aplicados os recursos.

Para atingir este objetivo, as demonstrações financeiras devem ser capazes de


proporcionar um conjunto de conhecimentos relativo sobre a entidade a que
respeitam, nomeadamente o tipo de:

• Ativos;
• Passivos;
• Fundos patrimoniais;
• Rendimentos (réditos e ganhos);
• Gastos (gastos e perdas);
• Outras alterações nos fundos patrimoniais; e
• Fluxos de caixa.

As entidades sujeitas à normalização contabilística para as ESNL apresentam as


seguintes demonstrações financeiras:

• Balanço;

89
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Demonstração dos resultados por naturezas ou por funções;


• Demonstração dos fluxos de caixa;
• Anexo (que se divulguem as bases de preparação e políticas
contabilísticas adotadas) e outras divulgações exigidas pela NCRF -
ESNL.

As entidades sujeitas à normalização contabilística para as ESNL apresentam


uma demonstração das alterações nos fundos patrimoniais por opção ou por
exigência de entidades públicas financiadoras.
Ficam dispensadas da aplicação da normalização contabilística para as ESNL as
entidades cujas vendas e outros rendimentos não excedam € 150 000 em
nenhum dos dois exercícios anteriores, salvo quando integrem o perímetro de
consolidação de uma entidade que apresente demonstrações financeiras
consolidadas ou estejam obrigadas por disposição legal ou estatutária ou por
exigência das entidades públicas financiadoras.

Estas entidades só são obrigadas a divulgar a seguinte informação:

• Pagamentos e recebimentos;
• Património fixo;
• Direitos e compromissos futuros.

Toda esta informação ajuda os utentes das demonstrações financeiras a prever


os futuros fluxos de caixa da entidade. A informação acerca dos fluxos de caixa
de uma entidade, quando usada conjuntamente com as restantes
demonstrações financeiras, revela-se útil, ao proporcionar aos utentes uma base
para determinar a capacidade da entidade para gerar dinheiro e equivalentes.
Nesta fase é essencial estarmos na presença de informação relevante e com
grande grau de certeza.

3.1.2 A Continuidade nas Demonstrações Financeiras


As demonstrações financeiras devem ser preparadas no pressuposto da
entidade em continuidade, a menos que existam circunstâncias anormais em
que se deva considerar um horizonte temporal para a entidade, caso em que no
anexo se indica tal facto, assim como os critérios utilizados na elaboração da
informação financeira. Ao presumir que a entidade tem continuidade, o órgão
de gestão toma em consideração toda a informação disponível sobre o futuro,
que é pelo menos de 12 meses a partir da data do balanço. O órgão de gestão
deve divulgar as incertezas materiais relacionadas com acontecimentos ou
condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da capacidade da
entidade em prosseguir em continuidade.

90
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.1.3 O Regime do Acréscimo nas Demonstrações Financeiras


No reconhecimento das operações uma entidade depara-se com o regime de
caixa e o regime do acréscimo. No regime de caixa a entidade divulga as
operações apenas quando se verifica o seu pagamento ou recebimento. No
regime do acréscimo a entidade assenta o pressuposto das suas transações no
momento em que ocorrem e são relatados nas demonstrações financeiras desse
período. Assim, os elementos das demonstrações financeiras (como ativos,
passivos, fundos patrimoniais, rendimentos e gastos) são reconhecidos quando
ocorrem e não quando existe pagamento ou recebimento.

3.1.4 A Consistência de apresentação nas Demonstrações Financeiras


A apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras deve ser
mantida de um período para outro, a menos que, outra apresentação ou
classificação seja, mais apropriada, tendo em consideração os critérios para a
seleção e aplicação de políticas contabilísticas contidas na NCRF-ESNL. Uma
entidade altera a apresentação das suas demonstrações financeiras apenas se a
apresentação alterada proporcionar informação mais fiável e mais relevante
para os utentes das demonstrações financeiras e se for provável que ainda assim
a comparabilidade não seja prejudicada.

3.1.5 A Materialidade nas Demonstrações Financeiras


A relevância da informação é afetada pela sua natureza e materialidade. A
informação é material se a sua omissão ou inexatidão influenciarem as decisões
económicas dos utentes tomadas na base das demonstrações financeiras. A
materialidade depende da dimensão do item ou do erro julgado nas
circunstâncias particulares da sua omissão ou distorção. Por conseguinte, a
materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte, não sendo uma
característica qualitativa primária que a informação tenha de ter para ser útil.
Se uma linha de item não for individualmente material, ela é agregada a outros
itens, seja na face dessas demonstrações, seja nas notas do anexo. Contudo, um
item que não seja suficientemente material para justificar a sua apresentação
separada na face dessas demonstrações pode ser suficientemente material para
que seja apresentado separadamente nas notas do anexo.

3.1.6 A Compensação nas Demonstrações Financeiras


Os ativos e passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados. É
importante que os ativos e passivos e os rendimentos e gastos sejam

91
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

separadamente relatados, exceto quando a mesma reflita a substância da


transação ou outro acontecimento. A compensação prejudica a capacidade dos
utentes em compreender as transações, outros acontecimentos e condições que
tenham ocorrido e de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade.
Não é compensação a mensuração de ativos líquidos de deduções de
valorização, as deduções de obsolescência nos inventários ou as deduções de
dívidas duvidosas nas contas a receber.

3.1.7 A Comparabilidade nas Demonstrações Financeiras


Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de
uma entidade ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição
financeira e no seu desempenho. Os utentes têm também de ser capazes de
comparar as demonstrações financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar
de forma relativa à sua posição financeira, o seu desempenho e as alterações na
posição financeira. Daqui que a mensuração e exposição dos efeitos financeiros
de transações e outros acontecimentos semelhantes devam ser levados a efeito
de maneira consistente em toda a entidade e ao longo do tempo nessa entidade
e de maneira consistente para diferentes entidades. É importante que os utentes
sejam informados das políticas contabilísticas usadas na preparação das
demonstrações financeiras, de quaisquer alterações nessas políticas e dos efeitos
de tais alterações. Os utentes necessitam de ser capazes de identificar diferenças
entre as políticas contabilísticas para transações e outros acontecimentos
semelhantes usados pela mesma entidade de período para período e entre
diferentes entidades.

Não é apropriado que uma entidade continue a contabilizar da mesma maneira


uma transação ou outro acontecimento se a política adotada não estiver de
acordo com as características qualitativas da relevância e da fiabilidade. É
também inapropriado que uma entidade deixe as suas políticas contabilísticas
inalteradas quando existam alternativas mais relevantes e fiáveis.

As quantias comparativas afetadas pela reclassificação devem ser divulgadas,


tendo em conta a natureza da reclassificação; a quantia de cada item ou classe
de itens que tenha sido reclassificada; e a razão para a reclassificação.

3.1.8 Os Constrangimentos nas Demonstrações Financeiras

3.1.8.1 Tempestividade
Se houver demora indevida no relato da informação ela pode perder a sua
relevância. O órgão de gestão pode necessitar de balancear os méritos relativos

92
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

do relato tempestivo com o fornecimento de informação fiável. Para


proporcionar informação numa base tempestiva pode muitas vezes ser
necessário relatar antes de serem conhecidos todos os aspetos de uma transação
ou outro acontecimento, mesmo que se diminua a fiabilidade.

Se o relato for demorado até que todos os aspetos sejam conhecidos, a


informação pode ser altamente fiável, mas de pouca utilidade para os utentes
que tenham tido, entretanto de tomar decisões.
Para conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a consideração
dominante é a de como melhor satisfazer as necessidades dos utentes nas
tomadas de decisões económicas.

3.1.8.2 Balanceamento entre benefício e custo


A ponderação entre benefício e custo é mais um constrangimento influente do
que uma característica qualitativa. Os benefícios derivados da informação
devem exceder o custo de a proporcionar. A avaliação dos benefícios e custos é,
contudo, substancialmente um processo de ajuizamento. Para além disso, os
custos não recaem necessariamente sobre os utentes que fruem os benefícios. Os
benefícios podem também ser usufruídos pelos utentes que não sejam aqueles
para quem a informação é preparada; por exemplo, o fornecimento de
informação adicional a mutuantes pode reduzir os custos dos empréstimos
obtidos por uma entidade. Por estas razões é difícil aplicar um teste custo-
benefício a qualquer caso particular. Não obstante, os normalizadores em
particular, assim como os preparadores e utentes das demonstrações
financeiras, devem estar conscientes deste constrangimento.

3.1.8.3 Balanceamento entre caraterísticas qualitativas


É muitas vezes necessário um balanceamento, ou um compromisso, entre
características qualitativas. Geralmente a aspiração é conseguir um
balanceamento apropriado entre as características a fim de ir ao encontro dos
objetivos das demonstrações financeiras. A importância relativa das
características em casos diferentes é uma questão de juízo de valor profissional.

3.1.8.4. Imagem verdadeira e apropriada


As demonstrações financeiras são frequentemente descritas como mostrando
uma imagem verdadeira e apropriada de, ou como apresentando
apropriadamente, a posição financeira, o desempenho e as alterações na posição
financeira de uma entidade. A aplicação das principais características
qualitativas e das normas contabilísticas apropriadas resulta normalmente em

93
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

demonstrações financeiras que transmitem o que é geralmente entendido como


uma imagem verdadeira e apropriada de, ou como apresentando
razoavelmente, tal informação.

3.1.9 Os Elementos das Demonstrações Financeiras


As ESNL, têm características muito próprias, assim, as definições dos elementos
relacionados com a mensuração da posição financeira e do desempenho
apresentados na EC têm de ser adaptadas a este tipo de organizações.

Elementos de mensuração da posição financeira

• Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de


acontecimentos passados e do qual se espera que permita atividades
presentes e futuras para a entidade e tenha um custo ou um valor que
possa ser mensurado com fiabilidade. Um ativo é reconhecido no
balanço. Nas ESNL pode ser necessário distinguir as seguintes
categorias de ativos:
o Ativos com restrições permanentes, os quais têm limitações
quanto ao destino ou ao investimento obrigatório desses
ativos;
o Ativos com restrições temporárias no presente e no futuro; e
o Ativos sem restrições de utilização.
• Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de
acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte
uma saída de recursos que incorporam a possibilidade de
desenvolver atividades futuras para a entidade. Tem de permitir a
fiabilidade da sua mensuração e é reconhecido no balanço.
• Fundo patrimonial é um interesse residual nos ativos depois de
deduzidos os passivos. O fundo patrimonial pode incluir certas
categorias de itens cuja utilização pode estar restringida. Nas ESNL o
fundo patrimonial compõe-se, designadamente, dos fundos
atribuídos pelos fundadores da entidade ou terceiros, pelos fundos
acumulados e outros excedentes, bem como pelos subsídios, doações
e legados que o governo ou outro instituidor ou a norma legal
aplicável a cada entidade estabeleçam que sejam de incorporar no
mesmo.

Elementos de mensuração da posição económica

• Rendimentos são aumentos dos recursos económicos durante o


período contabilístico na forma de influxos ou aumentos de ativos ou

94
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

diminuição de passivos que resultem em aumentos no fundo


patrimonial, que não sejam os relacionados com as contribuições para
o fundo social. Um rendimento é reconhecido na demonstração dos
resultados. Os rendimentos das ESNL resultam, em geral, de
subsídios, excetuando os relacionados com investimentos, e outras
contribuições, bem como da venda de produtos, da prestação de
serviços ou da utilização por terceiros dos recursos da entidade que
originam juros, royalties ou outros rendimentos.
• Gastos são diminuições nos benefícios económicos na forma de ex-
fluxos ou diminuição de ativos ou no aumento de passivos que,
consequentemente, resultam numa diminuição do fundo patrimonial
(pela via do resultado). Os gastos são reconhecidos na demonstração
dos resultados

3.2 A Norma contabilística e de relato financeiro


A Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Sector Não
Lucrativo (NCRF-ESNL) tem como objetivo estabelecer os principais aspetos de
reconhecimento, mensuração e divulgação, com as adaptações inerentes a este
tipo de entidades. NCRF-ESNL não aborda todas as 28 NCRF do SNC,
concentrando esforços apenas em aspetos que o legislador considerou serem
mais pertinentes para as ESNL. Segue uma estrutura próxima da NCRF-PE.

3.2.1 Reconhecimento
Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos
resultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os
critérios de reconhecimento abaixo descritos. A falha do reconhecimento de tais
itens não é retificada pela divulgação das políticas contabilísticas usadas nem
por notas ou material explicativo.
Um ativo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios
económicos futuros fluam para a entidade e o ativo tenha um custo ou um valor
que possa ser mensurado com fiabilidade.
Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um ex fluxo de
recursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma
obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser
mensurada com fiabilidade.

O fundo patrimonial constitui o interesse residual das ESNL nos ativos depois
de deduzir os passivos. O fundo patrimonial pode incluir certas categorias de
itens cuja utilização pode estar restringida. Nas ESNL o fundo patrimonial

95
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

compõe-se, designadamente, dos fundos atribuídos pelos fundadores da


entidade ou terceiros, pelos fundos acumulados e outros excedentes, bem como
pelos subsídios, doações e legados que o governo ou outro instituidor ou a
norma legal aplicável a cada entidade estabeleçam que sejam de incorporar no
mesmo.

Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha


surgido um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um
aumento num ativo ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser
quantificado com fiabilidade.

Um gasto é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgido


uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma
diminuição num ativo ou com um aumento de um passivo e que possam ser
mensurados com fiabilidade.

Um ativo corrente é aquele que:

• se espera que seja realizado, ou que se pretende que seja vendido ou


consumido, no decurso do ciclo operacional da entidade;
• seja detido essencialmente para ser negociado;
• se espera que seja realizado num período até 12 meses após a data do
balanço;
• é caixa ou equivalente de caixa, desde que lhe seja limitada a troca ou
uso para liquidar um passivo durante pelo menos 12 meses após a
datado Balanço.

Um passivo corrente é aquele que:

• se espera que seja liquidado no decurso do ciclo operacional da


entidade;
• é detido essencialmente para ser negociado;
• se espera que seja liquidado num período até 12 meses após a data do
Balanço;
• a entidade não tem um direito incondicional de diferir a liquidação
do passivo durante pelo menos 12 meses após a data do Balanço.

Todos os outros ativos ou passivos devem ser classificados como não correntes.
De um modo geral “não corrente” aplica-se a ativos e passivos cuja natureza
seja de longo prazo (superior a 12 meses) ou fora do ciclo operacional – cuja
duração se pressupõe ser de 12 meses.

96
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.2.2 Mensuração
A Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais
os elementos das demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e inscritos
no balanço e na demonstração dos resultados. São utilizadas diferentes bases de
mensuração em graus diferentes e em variadas combinações nas demonstrações
financeiras. Elas incluem as seguintes:

• Custo histórico. Os ativos são registados pela quantia de caixa, ou


equivalentes de caixa paga ou pelo justo valor da retribuição dada
para os adquirir no momento da sua aquisição. Os passivos são
registados pela quantia dos proventos recebidos em troca da
obrigação, ou em algumas circunstâncias (por exemplo, impostos
sobre o rendimento), pelas quantias de caixa, ou de equivalentes de
caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o passivo
no decurso normal dos negócios.
• Custo corrente. Os ativos são registados pela quantia de caixa ou de
equivalentes de caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um ativo
equivalente fosse correntemente adquirido. Os passivos são
registados pela quantia não descontada de caixa, ou de equivalentes
de caixa, que seria necessária para liquidar correntemente a
obrigação.
• Valor realizável. Os ativos são registados pela quantia de caixa, ou
equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender
o ativo numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados pelos
seus valores de liquidação; isto é, as quantias não descontadas de
caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para
satisfazer os passivos no decurso normal dos negócios.
• Valor presente. Os ativos são escriturados pelo valor presente
descontado dos futuros influxos líquidos de caixa que se espera que
o item gere no decurso normal dos negócios. Os passivos são
escriturados pelo valor presente descontado dos futuros ex fluxos
líquidos de caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os
passivos no decurso normal dos negócios.
• Justo valor. Quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um
passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transação em que não exista relacionamento entre elas.

A base de mensuração geralmente adotada pelas entidades ao preparar as suas


demonstrações financeiras é o custo histórico.

97
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.2.2.1 Ativos fixos tangíveis


Um item do ativo fixo tangível (§ 7.6 a 7.13 NCRF-ESNL) que seja classificado
para reconhecimento como um ativo deve ser mensurado pelo seu custo.

Nas ESNL existem bens do ativo fixo tangível atribuídos a título gratuito em
que o custo pode ser desconhecido. Neste caso, os bens são mensurados ao justo
valor, ao valor pelo qual se encontram segurados, ou ao valor pelo qual
figuravam na sua contabilidade. A quantia assim apurada corresponderá ao
custo considerado para efeitos da mensuração no reconhecimento.

O custo de um item do ativo fixo tangível compreende:

• O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os


impostos de compra não reembolsáveis, após dedução dos descontos
e abatimentos;
• Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo na
localização e condição necessárias para o mesmo ser capaz de
funcionar da forma pretendida;
• A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do
item e de restauração do local no qual este está localizado, em cuja
obrigação uma entidade incorre seja quando o item é adquirido seja
como consequência de ter usado o item durante um determinado
período para finalidades diferentes da produção de inventários
durante esse período.

Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de um item do ativo fixo
tangível são:

• Custos de abertura de novas instalações;


• Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo
custos de publicidade ou atividades promocionais);
• Custos de condução da atividade numa nova localização ou com uma
nova classe de utentes (incluindo custos de formação de pessoal); e
• Custos de administração e outros custos gerais.

No modelo do custo, após o reconhecimento como um ativo, um item do ativo


fixo tangível deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação
acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.

Uma entidade deve aplicar o modelo de custo, nos casos em que existam
diferenças significativas entre a quantia escriturada segundo o modelo do custo
e o justo valor dos ativos, uma entidade poderá alternativamente utilizar o
modelo de revalorização como sua política contabilística e deve aplicar essa
política a uma classe inteira de ativos fixos tangíveis.

98
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

No modelo da revalorização, após o reconhecimento como um ativo, um item


do ativo fixo tangível cujo justo valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser
escriturado por uma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à data da
revalorização menos qualquer depreciação acumulada subsequente e perdas
por imparidade acumuladas subsequentes.

A utilização deste método deve seguir o previsto na NCRF 7 - Ativos fixos


tangíveis. Além disso, as revalorizações devem ser feitas com suficiente
regularidade para assegurar que a quantia escriturada não difira materialmente
daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço. A
utilização deste método implica que a entidade adote integralmente a NCRF 25
- Impostos sobre o rendimento.
As revalorizações devem ser feitas com suficiente regularidade para assegurar
que a quantia escriturada não difira materialmente daquela que seria
determinada pelo uso do justo valor à data do balanço.

O justo valor de terrenos e edifícios deve ser determinado a partir de provas


com base no mercado por avaliação que deverá ser realizada por avaliadores
profissionalmente qualificados e independentes. O justo valor de itens de
instalações e equipamentos é geralmente o seu valor de mercado determinado
por avaliação.

A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos valores dos
ativos fixos tangíveis que estão a ser revalorizados. As revalorizações
frequentes são desnecessárias para itens do ativo fixo tangível apenas com
alterações insignificantes no justo valor. Em vez disso, pode ser necessário
revalorizar o item apenas a cada três ou cinco anos.
Quando um item do ativo fixo tangível for revalorizado, qualquer depreciação
acumulada à data da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:

• reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escriturada


bruta do ativo a fim de que a quantia escriturada do ativo após a
revalorização iguale a quantia revalorizada. Este método é muitas
vezes usado quando um ativo for revalorizado por meio da aplicação
de um índice para determinar o seu custo de reposição depreciado.
• eliminada contra a quantia escriturada bruta do ativo, sendo a
quantia líquida reexpressa para a quantia revalorizada do ativo. Este
método é muitas vezes usado para edifícios.

Se a quantia escriturada de um ativo for aumentada como resultado de uma


revalorização, o aumento deve ser creditado diretamente ao fundo patrimonial
numa conta com o título de excedente de revalorização. Contudo, o aumento
deve ser reconhecido nos resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo
de revalorização do mesmo ativo previamente reconhecido nos resultados.

99
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Se a quantia escriturada de um ativo for diminuída como resultado de uma


revalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a
diminuição deve ser debitada diretamente ao fundo patrimonial até ao ponto
de qualquer saldo de crédito existente no excedente de revalorização com
respeito a esse ativo.

Se um item do ativo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do ativo fixo
tangível à qual pertença esse ativo deve ser revalorizada.
Uma classe do ativo fixo tangível é um agrupamento de ativos de natureza e
uso semelhantes nas operações de uma entidade. O que se segue são exemplos
de classes separadas:

• terrenos;
• terrenos e edifícios;
• maquinaria;
• veículos a motor;
• mobiliário e suportes fixos; e
• equipamento de escritório.

Caso Prático – Aquisição de equipamento com restituição de IVA


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bem Estar adquiriu
um veículo florestal de combate a incêndios por € 154.124,00 com iva incluído à
taxa indicada na verba 2.10 da Lista I anexa ao CIVA. A associação pratica
exclusivamente operações isentas em Iva. O Iva é passível de restituição nos
termos do Decreto-Lei n.º 84/2017 de 21 de julho.
Resolução

Base Tributável: € 145.400,00

Montante de IVA: € 8.724,00

Tendo em conta que o valor do iva recuperável, não deve onerar o custo da aquisição da viatura
(§7.6 NCRF-ESNL) a contabilização desta aquisição é como segue

Pela aquisição

Conta Descrição Débito Crédito


4333 Equipamento Básico 145.400,00
2431 Iva – suportado 8.724,00
2711 Fornecedores de Investimento 154.124,00

Pelo pedido de reembolso

Conta Descrição Débito Crédito


2438 Iva – Reembolsos pedidos 8.724,00

100
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2431 Iva – suportado 8.724,00

Pelo recebimento de reembolso

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à Ordem 8.724,00
2438 Iva – Reembolsos pedidos 8.724,00

Caso Prático – Revalorização de Ativo Fixo Tangível


A IPSS Associação Bem Estar possui um imóvel, destinado a Lar de Idosos, cujo
custo de aquisição do terreno foi de € 25.000,00 e o custo de construção do
edifício foi de € 100.000,00. A entidade atribui uma vida útil de 50 anos. O
imóvel apresentava a 01/01/2018 uma quantia escriturada no montante de €
61.999,98. Em 31/12/2019 a entidade revalorizou o imóvel com base no valor
de mercado determinado por um avaliador independente, para o montante de
€ 120.000,00.
Resolução

Esta resolução implica o tratamento contabilístico relativo à adoção do modelo de revalorização


como política de mensuração subsequente aplicável a um ativo fixo tangível, com anulação das
depreciações acumuladas existentes à data da revalorização (§7.10 NCRF-ESNL).

Foi considerado que o terreno afeto ao imóvel representa 25% do seu valor. Os terrenos e os
edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo quando sejam
adquiridos conjuntamente (§ 58 NCRF 7).

Considerando

B EM 1 1
ANO DE AQUISIÇÃO 2000 VA LOR DE A QUISIÇÃ O 100.000,00 1

TAXA DE DEPRECIAÇÃO 2,00%

Data Descrição Taxa Depreciaçõ es A nuais Depreciaçõ es A cumuladas Quantia Escriturada Observaçõ es

2000 12 / 12 2000 2,00% 2.000,02 2.000,02 97.999,98 Valor Residual

2001 12 / 12 2001 2,00% 2.000,00 4.000,02 95.999,98


2002 12 / 12 2002 2,00% 2.000,00 6.000,02 93.999,98 Valor Depreciável

2003 12 / 12 2003 2,00% 2.000,00 8.000,02 91.999,98


2004 12 / 12 2004 2,00% 2.000,00 10.000,02 89.999,98
2005 12 / 12 2005 2,00% 2.000,00 12.000,02 87.999,98
2006 12 / 12 2006 2,00% 2.000,00 14.000,02 85.999,98
2007 12 / 12 2007 2,00% 2.000,00 16.000,02 83.999,98
2008 12 / 12 2008 2,00% 2.000,00 18.000,02 81.999,98
2009 12 / 12 2009 2,00% 2.000,00 20.000,02 79.999,98
2010 12 / 12 2010 2,00% 2.000,00 22.000,02 77.999,98
2011 12 / 12 2011 2,00% 2.000,00 24.000,02 75.999,98
2012 12 / 12 2012 2,00% 2.000,00 26.000,02 73.999,98 Alienado/ Abat ido em / /
2013 12 / 12 2013 2,00% 2.000,00 28.000,02 71.999,98 Por

2014 12 / 12 2014 2,00% 2.000,00 30.000,02 69.999,98


2015 12 / 12 2015 2,00% 2.000,00 32.000,02 67.999,98
2016 12 / 12 2016 2,00% 2.000,00 34.000,02 65.999,98
2017 12 / 12 2017 2,00% 2.000,00 36.000,02 63.999,98
2018 12 / 12 2018 2,00% 2.000,00 38.000,02 61.999,98
2019 12 / 12 2019 0,00 38.000,02 61.999,98
12 / 12 0 0,00 38.000,02 61.999,98 A

101
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

B EM 1 1
ANO DE AQUISIÇÃO 2000 JUSTO VALOR DO ATIVO (NCRF 7) 90.000,00 Regularização Excedent e

ANO DE REVALORIZAÇÃO 2019 VALOR DO TERRENO 30.000,00 903,23


TAXA DE DEPRECIAÇÃO 3,23% V A LO R T O T A L 120.000,00

Data Descrição Taxa Depreciaçõ es A nuaisDepreciaçõ es A cumuladas Quantia Escriturada Observaçõ es

2019 12 / 12 2019 3,23% 2.903,23 2.903,23 87.096,77 Valor Residual

12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77


12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77 Valor Depreciável

12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77


12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77 Alienado/ Abat ido em / /
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77 Por

12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77


12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77
12 / 12 0 0,00 2.903,23 87.096,77 A

Exemplo dos registos contabilísticos

Pela anulação das depreciações acumuladas

Conta Descrição Débito Crédito


43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 38.000,02
Construções
4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 38.000,02

Foi considerado que o terreno afeto ao imóvel representa 25% do seu valor. Os terrenos e os
edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo quando sejam
adquiridos conjuntamente (§ 58 NCRF 7).

Pelo registo do excedente de revalorização

Conta Descrição Débito Crédito


4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 5.000,00
5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 5.000,00

Conta Descrição Débito Crédito


4331 Ativos Tangíveis - Terrenos e recursos naturais 28.000,02
5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 28.000,02

Pelo registo da depreciação anual

Conta Descrição Débito Crédito


6422 Gastos depreciação -Edifícios e Outras Construções 2.903,23
43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 2.903,23
Construções

102
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As quantias realizadas dos excedentes de revalorização devem ser transferidas para Resultados
Transitados (NCRF 7, § 41)

Pela regularização dos excedentes de revalorização já realizados

Conta Descrição Débito Crédito


5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 903,23
56x Resultados Transitados 903,23

Apontamento - Alteração a incluir na Nota (5) do Anexo

No seguimento da Norma Contabilística e de Relato Financeiro 7 – Ativos Fixos Tangíveis que


determina que, nos casos em que existam diferenças significativas entre a quantia escriturada
segundo o modelo de custo e o justo valor dos ativos fixos, uma entidade pode utilizar o modelo
de revalorização, que foi o aplicado para a sub rúbrica “Edifícios e Outras Construções” (notas
3.2.1 e 15)

Apontamento - Alteração a incluir na Nota (15) do Anexo


A diminuição verificada na rubrica “Excedentes de revalorizações” respeita à realização do
excedente de revalorização do período de N (notas 3.2.1 e 5).

Caso Prático – Aquisição e Avaliação de Imóvel


A Associação Bem Estar procedeu à aquisição de um imóvel (armazém) pelo
valor global de €500.000,00, para afetar à sua atividade operacional. A entidade
considerou que 25% do valor do imóvel corresponde à mensuração inicial do
terreno, sendo a parte remanescente correspondente ao edifício, com uma vida
útil estimada de 50 anos.

O ano N representou o primeiro ano de depreciação. Após as respetivas


depreciações do exercício, a entidade recorreu a avaliadores qualificados e
independentes para procederem à avaliação do imóvel, tendo sido apurados os
seguintes valores: Terreno – €130.000,00; Edifício - € 389.500,00.

No final de N+1, após registar as respetivas depreciações, a entidade recorreu


novamente a avaliadores tendo sido apurados os seguintes valores: Terreno –
€117.000,00; Edifício - € 331.117,50.

Resolução

Mensuração inicial

Terreno: 500.000,00 x 25% = 125.000,00

Edifício: 500.000,00 x 75% = 375.000,00

Pela aquisição do armazém

103
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Conta Descrição Débito Crédito


4331 Ativos Tangíveis -Terrenos e recursos naturais 125.000,00
4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 375.000,00
271 Fornecedores de investimento 500.000,00

Depreciação (N)

Terreno: os terrenos têm uma vida útil ilimitada, pelo que não são depreciados

Edifício: 350.000,00 / 50 anos = 7.500,00

Pela depreciação

Conta Descrição Débito Crédito


6422 Gastos depreciação -Edifícios e Outras Construções 7.500,00
43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 7.500,00
Construções

No final de N, com a avaliação do imóvel temos as seguintes diferenças

Terreno:

Quantia escriturada: 125.000,00; Justo Valor: 130.000,00; Diferença: + 5.000,00

Edifício:

Quantia escriturada: (375.000,00-7.500,00); Justo Valor: 389.550,00; Diferença: + 22.050,00

Pela anulação das depreciações acumuladas

Conta Descrição Débito Crédito


43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 7.500,00
Construções
4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 7.500,00

Pelo registo do excedente de revalorização

Conta Descrição Débito Crédito


4331 Ativos Tangíveis - Terrenos e recursos naturais 5.000,00
5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 5.000,00

Conta Descrição Débito Crédito


4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 22.050,00
5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 22.050,00

Depreciação (N+1)

Edifício: 389.550,00 / 49 anos = 7.950,00

104
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Pela depreciação

Conta Descrição Débito Crédito


6422 Gastos depreciação -Edifícios e Outras Construções 7.950,00
43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 7.950,00
Construções

Pela regularização dos excedentes de revalorização já realizados

Conta Descrição Débito Crédito


5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 450,00
56x Resultados Transitados 450,00

No final de N+1, com a avaliação do imóvel temos as seguintes diferenças

Terreno:

Quantia escriturada: 130.000,00; Justo Valor: 117.000,00; Diferença: - 13.000,00

Edifício:

Quantia escriturada: (389.550,00-7.950,00); Justo Valor: 331.117,50; Diferença: - 50.482,50

Pela anulação das depreciações acumuladas

Conta Descrição Débito Crédito


43382 Depreciações acumuladas – Edifícios e Outras 7.950,00
Construções
4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 7.500,00

Pelo registo da revalorização

Conta Descrição Débito Crédito


5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 5.000,00
4331 Ativos Tangíveis - Terrenos e recursos naturais 5.000,00
671x Perdas Imparidade Ativos tangíveis 8.000,00
439x Ativos Tangíveis – Perdas por imparidade 8.000,00

Conta Descrição Débito Crédito


5891 Excedentes de revalorização de ativos tangíveis 21.600,00
4332 Ativos Tangíveis -Edifícios e Outras Construções 21.600,00
671x Perdas Imparidade Ativos tangíveis 28.882,50
439x Ativos Tangíveis – Perdas por imparidade 28.882,50

3.2.2.2 Depreciação dos Ativos fixos tangíveis


Cada parte de um item do ativo fixo tangível com um custo que seja
significativo em relação ao custo total do item deve ser depreciada

105
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

separadamente (§ 7.14 a 7.23 NCRF-ESNL). O gasto de depreciação em cada


período deve ser reconhecido nos resultados a menos que seja incluído na
quantia escriturada de um outro ativo.

Nas ESNL os eventuais bens do património histórico, artístico e cultural não são
objeto de depreciação.

A quantia depreciável de um ativo deve ser imputada numa base sistemática


durante a sua vida útil.

O valor residual e a vida útil de um ativo devem ser revistos pelo menos no
final de cada ano financeiro e, se as expectativas diferirem das estimativas
anteriores, a(s) alteração(ões) deve(m) ser contabilizada(s) como uma alteração
numa estimativa contabilística.

A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível para uso. A


depreciação de um ativo cessa na data em que o ativo for desreconhecido.
Consequentemente, a depreciação não cessa quando o ativo se tornar ocioso ou
for retirado do uso a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. Contudo,
segundo os métodos de uso da depreciação, o gasto de depreciação pode ser
zero enquanto não houver produção.

Na determinação da vida útil de um ativo uma entidade deve considerar todos


os seguintes fatores:

• Uso esperado do ativo. O uso é avaliado por referência à capacidade


ou produção física esperadas do ativo;
• Desgaste normal esperado, que depende de fatores operacionais tais
como o número de turnos durante os quais o ativo será usado e o
programa de reparação e manutenção, e o cuidado e manutenção do
ativo enquanto estiver ocioso;
• Obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou
melhoramentos na produção, ou de uma alteração na procura de
mercado para o serviço ou produto derivado do ativo; e
• Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de
extinção de locações com ele relacionadas.

Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a


quantia depreciável de um ativo numa base sistemática durante a sua vida útil.

106
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Estes métodos incluem o método da linha reta, o método do saldo decrescente


e o método das unidades de produção.

O método de depreciação é aplicado consistentemente a um ativo de período


para período, a menos que ocorra alguma alteração significativa no modelo
esperado do desenvolvimento das atividades presentes e futuras associadas a
esse ativo. Nesse caso, o método deve ser alterado para refletir o novo modelo,
sendo tal modificação contabilizada como alteração numa estimativa
contabilística

Caso Prático – Alteração de estimativa – Período de via útil


A Associação Bem Estar adquiriu uma viatura para transporte de utentes por €
100.000,00, para a qual atribuiu um período de vida útil de 4 anos. Em 31/12/N
a depreciação acumulada era de 2 anos, sendo o cálculo utilizado para as
depreciações o método da linha reta. Em 31/12/N+1 a entidade procedeu a
uma revisão da vida útil do bem, o qual passou para 5 anos.
Resolução

Custo de Aquisição: € 100.000,00

Depreciação anual antes de alteração: €25.000,00 (€100.000,00/4)

Depreciação acumulada em 31/12/N: € 50.000,00 (€25.000,00x2)

Quantia escriturada em 31/12/N+1: €50.000,00 (€100.000,00 - €50.000,00)

Depreciação anual após alteração: €20.000,00 (€100.000,00/5)

Número de períodos ainda por depreciar: 3

Depreciação anual após alteração: €16.666,66 (€50.000,00/3)

A alteração da vida útil, que ocorre no período 31/12/N+1, considera-se uma alteração de uma
estimativa contabilística (§6.8 e 7.18 NCRF-ESNL) a contabilização desta alteração é como segue

No período 31/12/N+1

Conta Descrição Débito Crédito


6424 Gastos de depreciação – Equipamento de transporte 16.666,66
43384 Depreciações acumuladas – Equipamento de 16.666,66
transporte

No período 31/12/N+2

Conta Descrição Débito Crédito


6424 Gastos de depreciação – Equipamento de transporte 16.666,67

107
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

43384 Depreciações acumuladas – Equipamento de 16.666,67


transporte

No período 31/12/N+3

Conta Descrição Débito Crédito


6424 Gastos de depreciação – Equipamento de transporte 16.666,67
43384 Depreciações acumuladas – Equipamento de 16.666,67
transporte

3.2.2.3 Imparidade dos Ativos fixos tangíveis


Para determinar se um item do ativo fixo tangível está ou não com imparidade
(§7.24 NCRF-ESNL), uma entidade deve aplicar a NCRF 12 - Imparidade de
Ativos. Essa Norma explica como uma entidade revê a quantia escriturada dos
seus ativos, como determina a quantia recuperável de um ativo, que
naturalmente privilegiará o valor de realização, e quando reconhece ou reverte
o reconhecimento de uma perda por imparidade

Caso Prático – Ativos fixos tangíveis – perdas por imparidade


A Associação Bem Estar possuía um conjunto de ativos fixos tangíveis, viaturas
adquiridas pelo montante de € 360.000,00, tendo estimado uma vida útil de seis
anos. A associação adota o modelo do custo como política contabilística. Em
31/12/N, o saldo das depreciações acumuladas daquelas viaturas era de €
120.000,00, relativo a dois anos de depreciações anuais e sucessivas. Nesta
mesma data o valor de uso destas viaturas era muito baixo e o justo valor, menos
os custos de as vender, era de € 220.000,00.
Resolução

Quando a quantia estimada de uma perda por imparidade for maior do que a quantia
escriturada do ativo com o qual se relaciona, uma entidade deve reconhecer um passivo (§29
NCRF 12)

Perda por imparidade=Quantia escriturada (€360.000,00 – €120.000,00) – Quantia recuperável


(€220.000,00)

No período 31/12/N+1

Conta Descrição Débito Crédito


655 Perdas por imparidade – Ativos Fixos Tangíveis 20.000,00
4339 Perdas por imparidade acumuladas 20.000,00

3.2.2.4 Desreconhecimento dos Ativos fixos tangíveis


A quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível deve ser
desreconhecida (§ 7.25 a 7.28 NCRF-ESNL):

108
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• No momento da alienação; ou
• Quando não se espere a realização de atividades presentes ou futuras
resultantes do seu uso ou alienação.

O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo fixo


tangível deve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido. Os
ganhos não devem ser classificados como rédito. O ganho ou perda decorrente
do desreconhecimento de um item do ativo fixo tangível deve ser determinado
como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver, e a
quantia escriturada do item.

Caso Prático – Ativos fixos tangíveis – desreconhecimento


A Associação Bem Estar alienou em 31/12/N todos computadores integrados
no seu ativo fixo tangível pelo montante de €10.000,00 acrescido de iva à taxa
legal em vigor. Os computadores foram adquiridos por €70.000,00 e à data da
alienação apresentavam depreciações acumuladas no montante de €56.000,00.
Resolução

Esta resolução implica o tratamento contabilístico relativo ao reconhecimento de ganhos ou


perdas decorrentes da alienação de ativos.

Pela alienação

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à ordem 12.300,00
6871 Gastos em investimentos não financeiros - Alienações 10.000,00
2433 IVA — Liquidado 2.300,00

Conta Descrição Débito Crédito


4338 Depreciações acumuladas 56.000,00
4335 Equipamento administrativo 70.000,00
6871 Gastos em investimentos não financeiros - Alienações 14.000,00

3.2.2.5 Ativos intangíveis


Um ativo intangível (§ 8.4 a 8.20 NCRF-ESNL) deve ser mensurado inicialmente
pelo seu custo, o qual deve ser determinado como preconizado para os ativos
tangíveis. A criação de um ativo intangível gerado internamente, que não seja
goodwill, envolve uma fase de pesquisa e uma fase de desenvolvimento.

Não deve ser reconhecido nenhum ativo intangível proveniente de pesquisa, ou


da fase de pesquisa de um projeto interno, sendo os correspondentes dispêndios
reconhecidos como um gasto quando forem incorridos.

109
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Um ativo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de


desenvolvimento de um projeto interno) deve ser reconhecido se, e apenas se,
uma entidade puder demonstrar tudo o que se segue:

• A viabilidade técnica de concluir o ativo intangível a fim de que esteja


disponível para uso ou venda;
• A sua intenção de concluir o ativo intangível e usá-lo ou vendê-lo;
• A sua capacidade de usar ou vender o ativo intangível;
• A forma como o ativo intangível contribua para o desenvolvimento
das atividades presentes e futuras da entidade. Entre outras coisas, a
entidade pode demonstrar a existência de um mercado para a
produção do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou,
se for para ser usado internamente, a utilidade do ativo intangível;
• A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e
outros para concluir o desenvolvimento e usar ou vender o ativo
intangível;
• A sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível
ao ativo intangível durante a sua fase de desenvolvimento.

Os dispêndios com itens intangíveis devem ser reconhecidos como gastos


quando incorridos, a menos que façam parte do custo de um ativo intangível
que satisfaça os critérios de reconhecimento referidos anteriormente.
Uma entidade reconhecerá como gasto os seguintes itens, os quais nunca
deverão ser reconhecidos como ativo:

• As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens


substancialmente semelhantes gerados internamente;
• Dispêndio com atividades de arranque, a não ser que este dispêndio
esteja incluído no custo de um item de ativo fixo tangível. Os custos
de arranque podem consistir em custos de estabelecimento tais como
os custos legais ou de secretariado incorridos no estabelecimento de
uma entidade legal, dispêndios para abrir novas instalações ou
negócio ou dispêndios para iniciar novas unidades operacionais ou
lançar novos produtos ou processos;
• Dispêndios com atividades de formação;
• Dispêndios com atividades de publicidade e promocionais;
• Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma
entidade no seu todo ou em parte.

O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido


como um gasto não deve ser reconhecido como parte do custo de um ativo
intangível em data posterior.

110
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Após o reconhecimento inicial, um ativo intangível deve ser contabilizado pelo


modelo do custo, não é permitida a adoção do modelo de revalorização para
ativos intangíveis

Um ativo intangível tem uma vida útil indefinida quando, com base numa
análise de todos os fatores relevantes, não houver limite previsível para o
período durante o qual se espera que o ativo gere influxos de caixa líquidos para
a entidade. Um ativo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser
amortizado. A vida útil de um ativo intangível que não esteja a ser amortizado
deve ser revista a cada período para determinar se os acontecimentos e
circunstâncias continuam a apoiar uma avaliação de vida útil indefinida para
esse ativo.
Um ativo intangível com uma vida útil indefinida deve ser amortizado num
período máximo de 10 anos16.

A vida útil de um ativo intangível que resulte de direitos contratuais ou de


outros direitos legais não deve exceder o período dos direitos contratuais ou de
outros direitos legais, mas pode ser mais curta dependendo do período durante
o qual a entidade espera usar o ativo. Se os direitos contratuais ou outros
direitos legais forem transmitidos por um prazo limitado que possa ser
renovado, a vida útil do ativo intangível deve incluir o(s) período(s) de
renovação apenas se existir evidência que suporte a renovação pela entidade
sem um custo significativo.

A quantia depreciável de um ativo intangível com uma vida útil finita deve ser
imputada numa base sistemática durante a sua vida útil, tal como o previsto
para os ativos fixos tangíveis. A amortização deve cessar na data em que o ativo
for desreconhecido.
O valor residual de um ativo intangível com uma vida útil finita deve ser
assumido como sendo zero a menos que:

• Haja um compromisso de um terceiro de comprar o ativo no final da


sua vida útil; ou
• Haja um mercado ativo para o ativo intangível e:
• O valor residual possa ser determinado com referência a esse
mercado; e
• Seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.

16
De acordo com o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), um ativo intangível com uma vida útil
indefinida deve ser amortizado num período máximo de 10 anos, cf. §105 da redação da Norma
Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 6 – Ativos Intangíveis, a partir de 1 de janeiro de 2016, em
resultado das alterações introduzidas pelo Dec.–Lei n.º 98/2015, de 2 de junho.

111
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Um ativo intangível deve ser desreconhecido no momento da alienação ou


quando não se espera que o seu uso ou alienação contribua para o
desenvolvimento das atividades presentes e futuras da entidade.

Caso Prático – Reconhecimento de ativos fixos intangíveis


A IPSS Bem Estar, realizou em N as seguintes operações:

1 Pagamento de despesas de consultadoria relativo à candidatura a um


subsídio a investimentos

2 Aquisição de uma patente

3 Aquisição de um alvará para uma cantina

4 Pagamento de uma campanha publicitária de promoção de uma feira


com vista à angariação de fundos

Qual destas devem reconhecidas como imobilizado incorpóreo?


Resolução

1) Os dispêndios relativos a trabalhos de consultoria não geram benefícios económicos


futuros, pelo que não devem ser capitalizados.
2) A patente adquirida, resulta de um facto passado e gera benefícios económicos futuros,
(pelo menos durante o período de um eventual contrato) pelo que deve ser reconhecido
como ativo não corrente.
3) Muito embora o alvará de funcionamento de uma cantina possa cumprir com os
critérios de reconhecimento de um ativo intangível, a sua reduzida materialidade não
compensará os custos associados à sua capitalização. Atendendo ao constrangimento
da informação relevante e fiável prevista da EC, de que o custo de preparação da
informação não deve ser superior ao benefício decorrente da sua divulgação é razoável
entender que só se deverá proceder ao reconhecimento quando aquele alvará
apresentar um valor materialmente relevante.
4) O dispêndio com uma campanha publicitária de promoção não é passível de
capitalização, devendo ser reconhecidos como gastos quando forem incorridos. Nos
casos em que o dispêndio envolva mais do que um período contabilístico, considera-se
que os gastos devem ser repartidos, respeitando a periodização económica dos gastos.

Caso Prático – Direitos de Concessão


A Associação Humanitária Bem Estar ganhou por parte do município um
direito para a construção e exploração por 20 anos de um parque de
estacionamento. As obras foram efetuadas através de recursos próprios. Em N
a associação despendeu nesta construção € 300.000,00 de fornecimentos e
serviços e € 600.000,00 em gastos com pessoal. Em N+1 a associação despendeu
nesta construção € 200.000,00 de fornecimentos e serviços e € 400.000,00 em
gastos com pessoal. O parque ficou concluído em N+1.

112
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Resolução

Contabilização de todas as operações relacionadas

Pelo registo das imobilizações em curso em N

Conta Descrição Débito Crédito


454x Ativos intangíveis em curso 900.000,00
742x Trabalhos para a própria entidade 900.000,00

Pelo registo dos dispêndios em N+1

Conta Descrição Débito Crédito


442x Ativos intangíveis 600.000,00
742x Trabalhos para a própria entidade 600.000,00

Pela transferência dos valores em imobilizado em curso de N

Conta Descrição Débito Crédito


442x Ativos intangíveis 900.000,00
454x Ativos intangíveis em curso 900.000,00

3.2.2.6 Locações
Uma locação (§ 9.1 a 9.8 NCRF-ESNL) é classificada como locação financeira se
ela transferir substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à
propriedade.

Uma locação é classificada como locação operacional se ela não transferir


substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade.
A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da
substância da transação e não da forma do contrato.

Exemplos de situações que podem normalmente conduzir a que uma locação


seja classificada como uma locação financeira são:

• A locação transfere a propriedade do ativo para o locatário no fim do


prazo da locação;
• O locatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se
espera que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor à data
em que a opção se torne exercível tal que, no início da locação, seja
razoavelmente certo que a opção será exercida;

113
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do ativo


mesmo que o título de propriedade não seja transferido;
• No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da
locação ascende a pelo menos, substancialmente, todo o justo valor
do ativo locado; e,
• Os ativos locados são de uma tal natureza especializada que apenas
o locatário os pode usar sem que sejam feitas grandes modificações;
• Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador
associadas ao cancelamento são suportadas pelo locatário;
• Os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual caem
no locatário (por exemplo sob a forma de um abatimento na renda
que iguale a maior parte dos proventos das vendas no fim da locação);
e
• O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo
período com uma renda que seja substancialmente inferior à renda do
mercado.

Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um


gasto numa base linear durante o prazo da locação.

No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações


financeiras como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao
justo valor da propriedade locada ou, se inferior, ao valor dos pagamentos
mínimos da locação, cada um determinado no início da locação. Quaisquer
custos diretos iniciais do locatário, tais como de negociação e de garantia, são
adicionados à quantia reconhecida como ativo. O encargo financeiro deve ser
imputado a cada período durante o prazo da locação. Uma locação financeira
dá origem a um gasto de depreciação relativo ao ativo depreciável assim como
a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A política de depreciação
para os ativos locados depreciáveis deve ser consistente com a dos ativos
depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida.

Caso Prático – Contrato de Locação Financeira


A IPSS Bem Estar, celebrou com uma sociedade locadora um contrato de leasing
relativo a uma viatura ligeira de passageiros para ser utilizada por
colaboradores na valência de Apoio Domiciliário. A proposta elaborada pela
sociedade locadora incluía as seguintes condições:

Custo da viatura: €22.500,00 (Iva não incluído); montante da última renda:


€2.500,00 (Iva não incluído); prestações antecipadas e de montante fixo; taxa
anual nominal baseada na Euribor a 3 meses + spread de 2%; taxa de juro efetiva

114
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

mensal; 0,44333%; número de prestação mensais: 36; vencimento da primeira


prestação: 31/08/N.
Resolução

Esta resolução implica o tratamento contabilístico à utilização de viaturas locadas a um terceiro


durante um período de tempo, estando em causa a distinção entre locação operacional e
financeira.

Data Amortização Total sem Total com


Periodo Capital Dívida Juros a Pagar IVA
Vencimento Capital IVA IVA
0 31-08-N 22.500,00 610,67 0,00 610,67 140,45 751,12
1 30-09-N 21.889,33 513,63 97,04 610,67 140,45 751,13
2 31-10-N 21.375,70 515,91 94,76 610,67 140,46 751,13
3 30-11-N 20.859,79 518,19 92,48 610,67 140,45 751,12
4 31-12-N 20.341,60 520,49 90,18 610,67 140,45 751,12
5 *** 19.821,11 522,80 87,87 610,67 140,45 751,13
*** *** *** *** *** ***
36 *** 2.488,97 2.488,97 11,03 2.500,00 575,00 3.075,01

Pelo reconhecimento da aquisição da viatura

Conta Descrição Débito Crédito


4334 Equipamento de transporte 27.675,00
2513x Locações financeiras 27.675,00
O custo de aquisição da viatura = ao justo valor da propriedade locada, coincidente com o valor presente dos
pagamentos da locação (€22.500,00) + Iva não dedutível (€ 5.175,00)

Pelo pagamento da primeira renda

Conta Descrição Débito Crédito


2513x Locações financeiras 751,12
12x Depósitos à ordem 751,12

Pelo pagamento da segunda renda

Conta Descrição Débito Crédito


2513x Locações financeiras 631,76
6911x Juros de financiamentos obtidos 119,36
12x Depósitos à ordem 751,12

Caso Prático – Venda e Recolocação de Bem


A associação Bem Estar adquiriu em janeiro de N-4 um equipamento básico por
€ 300.000,00, tendo definido uma vida útil estimada de 8 anos. Para otimizar a
liquidez da associação em agosto de N, o equipamento foi alienado a uma
sociedade de locação por € 160.000,00 e em simultâneo foi celebrado um
contrato de locação. O justo valor do equipamento é de € 160.000,00. O contrato
de locação foi celebrado por 3 anos, as rendas são trimestrais no valor de €
14.837,14 euros, o valor residual é de € 4.000,00. A vida útil do bem não sofreu
alterações. O plano financeiro da locadora é o seguinte:

115
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Renda Amortização Renda Capital em


Data
n.º Juro Capital Total dívida
160 000,00
01-08-N 1 3 200,00 11 637,14 14 837,14 148 362,86
01-11-N 2 2 967,26 11 869,89 14 837,15 136 492,97
01-02-N+1 3 2 729,86 12 107,29 14 837,15 124 385,68
01-05-N+1 4 2 487,71 12 349,43 14 837,14 112 036,25
01-08-N+1 5 2 240,73 12 596,42 14 837,15 99 439,83
01-11-N+1 6 1 988,80 12 848,35 14 837,15 86 591,48
01-02-N+2 7 1 731,83 13 105,32 14 837,15 73 486,16
01-05-N+2 8 1 469,72 13 367,42 14 837,14 60 118,74
01-08-N+2 9 1 202,37 13 634,77 14 837,14 46 483,97
01-11-N+2 10 929,68 13 907,47 14 837,15 32 576,50
01-02-N+3 11 651,53 14 185,61 14 837,14 18 390,89
01-05-N+3 12 367,82 14 469,33 14 837,15 3 921,56
01-08-N+3 VR 78,44 3 921,56 4 000,00 0,00

Resolução

Cálculo da quantia escriturada atual do ativo

Valor Depreciação Quantia


Data N.º Meses
aquisição Exercício Acumulada Escriturada
N-4 300 000,00 12,00 37 500,00 37 500,00 262 500,00
N-3 300 000,00 12,00 37 500,00 75 000,00 225 000,00
N-2 300 000,00 12,00 37 500,00 112 500,00 187 500,00
N-1 300 000,00 12,00 37 500,00 150 000,00 150 000,00
N 300 000,00 7,00 21 875,00 171 875,00 128 125,00
55,00
O bem apresenta uma vida útil remanescente de 41 meses (8 x 12 meses – 55 meses).

O contrato de locação apresenta uma duração de 37 meses (3 anos x 12 meses + 1 mês relativo
ao VR).

Estamos perante uma locação financeiro dado que o contrato abrange a maior parte da vida útil
do bem. Neste caso, em que estamos perante uma venda seguida de uma recolocação através
de locação financeira, qualquer excesso arrecadado em relação à quantia escriturada não deve
ser reconhecido como rendimento do exercício, mas antes diferido e amortizado durante o
prazo de locação (§45 NCRF 9).

Data Renda Total


-160 000,00
01-08-N 14 837,15
01-11-N 14 837,15
01-02-N+1 14 837,15
01-05-N+1 14 837,15
01-08-N+1 14 837,15
01-11-N+1 14 837,15

116
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

01-02-N+2 14 837,15
01-05-N+2 14 837,15
01-08-N+2 14 837,15
01-11-N+2 14 837,15
01-02-N+3 14 837,15
01-05-N+3 14 837,15
01-08-N+3 4 000,00
TIR 2,00%
Teremos assim de proceder ao cálculo do valor atual dos pagamentos da locação.

Data Renda Fator de Renda Renda


Atualização nominal Atualizada

01-08-N 1 0,9803918 14 837,14 14 546,21


01-11-N 2 0,9611684 14 837,15 14 261,00
01-02-N+1 3 0,9423225 14 837,15 13 981,38
01-05-N+1 4 0,9238452 14 837,14 13 707,22
01-08-N+1 5 0,9057305 14 837,15 13 438,46
01-11-N+1 6 0,8879711 14 837,15 13 174,96
01-02-N+2 7 0,8705600 14 837,15 12 916,63
01-05-N+2 8 0,8534900 14 837,14 12 663,35
01-08-N+2 9 0,8367549 14 837,14 12 415,05
01-11-N+2 10 0,8203476 14 837,15 12 171,62
01-02-N+3 11 0,8042628 14 837,14 11 932,96
01-05-N+3 12 0,7884924 14 837,15 11 698,98
01-08-N+3 VR 0,00 4 000,00
156 907,82
O valor residual não foi atualizado dado que nada é dito sobre o exercer a opção de compra (§4
NCRF 9). Nos termos do §20 da NCRF 9 os locatários devem reconhecer as locações financeiras
como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais pelo seu justo valor ou, se inferior,
ao valor presente dos pagamentos mínimos da locação. Teremos então de refazer o mapa da
dívida de forma a repartir o encargo financeiro e a redução do passivo pendente (§22 NCRF 9).

Amortização Capital em
Data Renda
Juro Capital Renda dívida
156 907,82
01-08-N 1 3 138,17 11 698,97 14 837,14 145 208,85
01-11-N 2 2 904,18 11 932,97 14 837,15 133 275,88
01-02-N+1 3 2 665,53 12 171,62 14 837,15 121 104,26
01-05-N+1 4 2 422,09 12 415,05 14 837,14 108 689,21
01-08-N+1 5 2 173,79 12 663,36 14 837,15 96 025,85
01-11-N+1 6 1 920,52 12 916,63 14 837,15 83 109,22
01-02-N+2 7 1 662,19 13 174,96 14 837,15 69 934,26
01-05-N+2 8 1 398,69 13 438,45 14 837,14 56 495,81
01-08-N+2 9 1 129,92 13 707,22 14 837,14 42 788,59
01-11-N+2 10 855,77 13 981,38 14 837,15 28 807,21

117
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

01-02-N+3 11 576,15 14 260,99 14 837,14 14 546,22


01-05-N+3 12 290,93 14 546,22 14 837,15 0,00
01-08-N+3 VR 0,00
Com a alienação do equipamento a associação obteve uma mais-valia de € 31.875,00 (€160.000,00
- € 128.125,00). Assim

Pela alienação

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à ordem 160.000,00
2721x Diferimentos: Rendimentos a reconhecer 160.000,00

Conta Descrição Débito Crédito


2721x Diferimentos: Rendimentos a reconhecer 128.125,00
4338x Depreciações acumuladas 171.875,00
4333x Equipamento básico 300.000,00

Pela celebração do contrato de locação

Conta Descrição Débito Crédito


4333x Equipamento básico 156.907,82
25x Financiamentos Obtidos – Locações Financeiras 156.907,82

Pelo pagamento da primeira renda

Conta Descrição Débito Crédito


25x Financiamentos Obtidos – Locações Financeiras 11.637,14
691x Gastos financeiros – juros suportados 3.200,00
12x Depósitos à ordem 14.837,14

Pela depreciação

Conta Descrição Débito Crédito


64x Gastos de depreciação – Equipamento básico 21.792,75
4338x Depreciações acumuladas – Equipamento básico 21.792,75
Depreciação: 156.907,82/36 meses x 5 meses

Pelo reconhecimento da mais valia

Conta Descrição Débito Crédito


2721x Diferimentos: Rendimentos a reconhecer 4.427,08
4338x Depreciações acumuladas – Equipamento básico 4.427,08
Rendimento: 31.875,00/36 meses x 5 meses

118
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.2.2.7 Custos de empréstimos obtidos


Os custos de empréstimos obtidos (§ 10.1 a 10.12 NCRF-ESNL) incluem:

• Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e


longo prazo;
• Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a
obtenção de empréstimos;
• Encargos financeiros com respeito a locações financeiras; e
• Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em
moeda estrangeira até ao ponto em que sejam vistos como um
ajustamento do custo dos juros.

Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no


período em que sejam incorridos, exceto nos casos em que sejam capitalizáveis.

Os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à


aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica (requer um
período substancial de tempo para ficar pronto para o seu uso pretendido ou
para venda) podem ser capitalizados como parte do custo desse ativo, quando
seja provável que deles resultarão benefícios para o desenvolvimento de
atividades futuras da entidade e tais custos possam ser fiavelmente
mensurados.

A quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível para capitalização nesse


ativo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos obtidos
incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de
investimento temporário desses empréstimos.

Quando os empréstimos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim
de obter um ativo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos
elegíveis para capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa
de capitalização aos dispêndios respeitantes a esse ativo. A taxa de capitalização
deve ser a média ponderada dos custos de empréstimos obtidos aplicável aos
empréstimos contraídos pela entidade que estejam em circulação no período,
que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim de obter um
ativo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos
capitalizados durante um período não deve exceder a quantia dos custos de
empréstimos obtidos incorridos durante o período.

A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um


ativo que se qualifica deve começar quando:

• Os dispêndios com o ativo estejam a ser incorridos;


• Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e

119
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu


uso pretendido ou venda estejam em curso.

A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando


substancialmente todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível
para o seu uso pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.

Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e


cada parte estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua
noutras partes, a capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar
quando todas as atividades necessárias para preparar essa parte para o seu
pretendido uso ou venda estejam concluídas.

Caso Prático – Empréstimo em Moeda Estrangeira


A Associação Bem Estar, contratou com uma entidade financeira americana em
novembro de N, um empréstimo bancário a três meses no montante de USD
100.000,00, acrescido de uma taxa de juro trimestral de 3%. O câmbio à data da
contratação do empréstimo era de 1,35971. O câmbio à data de 31/12/N a taxa
de câmbio para a compra apresentava o valor de 1,34197.
Resolução

Estamos perante a atualização de uma dívida em moeda estrangeira e do reconhecimento dos


juros dessa dívida à data do relato financeiro.

30/11/N - Pelo reconhecimento do empréstimo

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à ordem 73.545,09
2511x Empréstimos bancários 73.545,09
Cálculo do valor do empréstimo contraído: (73.545,09=100.000,00/1.35971)

31/12/N - Pelo reconhecimento das diferenças de câmbio do empréstimo

Conta Descrição Débito Crédito


6921x Relativas a financiamentos obtidos 972,22
2511x Empréstimos bancários 972,22
Cálculo da diferença de câmbio desfavorável: (100.000,00/1.35971-100.000,00/1.34197)

31/12/N - Pelo reconhecimento dos juros de financiamento do período

Conta Descrição Débito Crédito


6911x Juros de financiamentos obtidos 1.117,76
2722x Credores por acréscimos de gastos 1.117,76
Cálculo dos juros do financiamento: (73.545,09+972,22)x3%/3 meses

120
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Caso Prático – Empréstimo Bancário e Direitos de Concessão


A Associação Humanitária Bem Estar ganhou por parte do município um
direito para a construção e exploração por 20 anos de um parque de
estacionamento. Em N a associação despendeu nesta construção € 300.000,00 de
fornecimentos e serviços e € 600.000,00 em gastos com pessoal. Em N+1 a
associação despendeu nesta construção € 200.000,00 de fornecimentos e serviços
e € 400.000,00 em gastos com pessoal. O parque ficou concluído em N+1. A
direção da associação contraiu um empréstimo de € 2.000.000,00, e deliberou
que 70% daquele valor fosse canalisado para a construção do parque. O
empréstimo será pago em 20 prestações anuais iguais, como segue:

Período Renda Capital Juro

N 160.485,00 60.485,00 100.000,00


N+1 160.485,00 63.509,25 96.975,75
N+3 160.485,00 66.684,71 93.800,29
… … … …

Resolução

Contabilização de todas as operações relacionadas com o empréstimo

Pela contabilização do empréstimo

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à ordem 2.000.000,00
251x Empréstimos bancários 2.000.000,00

Pela contabilização do pagamento do empréstimo em N

Conta Descrição Débito Crédito


251x Empréstimos bancários 60.485,00
691x Juros de financiamentos obtidos 100.000,00
12x Depósitos à ordem 160.485,00

Pela imobilização dos juros do empréstimo em N

Conta Descrição Débito Crédito


442x Ativos intangíveis 75.000,00
691x Juros de financiamentos obtidos 75.000,00
75.000,00= 100.000,00 x 0,75

Pela contabilização do pagamento do empréstimo em N+1

Conta Descrição Débito Crédito

121
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

251x Empréstimos bancários 63.509,25


691x Juros de financiamentos obtidos 96.975,75
12x Depósitos à ordem 160.485,00

Pela imobilização dos juros do empréstimo em N+1

Conta Descrição Débito Crédito


442x Ativos intangíveis 73.731,81
691x Juros de financiamentos obtidos 73.731,81
73.731,81= 96.975,75 x 0,75

3.2.2.8 Inventários
Os inventários (§ 11.1 a 11.24 NCRF-ESNL) devem ser mensurados pelo custo
histórico ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.

Uma ESNL pode deter inventários cujo contributo para o desenvolvimento das
atividades presentes e futuras da entidade ou os serviços potenciais que lhes
estão associados não estão diretamente relacionados com a capacidade de a
entidade gerar fluxos de caixa. Este tipo de inventários pode existir, por
exemplo, quando uma ESNL distribui certas mercadorias sem contrapartida.
Nestes casos, os contributos para o desenvolvimento das atividades presentes e
futuras da entidade ou os serviços potenciais dos inventários são refletidos
através da quantia que a entidade teria de pagar para comprar inventários
equivalentes, sendo estes mensurados ao custo histórico ou custo corrente, dos
dois o mais baixo.

O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de


conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e
na sua condição atuais. Os custos de compra de inventários incluem o preço de
compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam os
subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de
transporte, manuseamento e outros custos diretamente atribuíveis à aquisição
de bens acabados, materiais e de serviços. Descontos comerciais, abatimentos e
outros itens semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de compra.

Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida.


Quando o acordo contenha efetivamente um elemento de financiamento, essa
quantia paga, é reconhecida como gasto de juros durante o período do
financiamento.

Os custos de conversão de inventários incluem os custos diretamente


relacionados com as unidades de produção, tais como mão-de-obra direta.
Também incluem uma imputação sistemática de gastos gerais de produção
fixos e variáveis que sejam incorridos ao converter matérias em bens acabados.

122
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de produção que


permaneçam relativamente constantes independentemente do volume de
produção, tais como a depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento
de fábricas e os custos de gestão e administração da fábrica. A imputação de
gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada na
capacidade normal das instalações de produção. A capacidade normal é a
produção que se espera que seja atingida em média durante uma quantidade
de períodos ou de temporadas em circunstâncias normais, tomando em conta a
perda de capacidade resultante da manutenção planeada.

Custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gastos do


período em que sejam incorridos são:

• Quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de


outros custos de produção;
• Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam
necessários ao processo de produção antes de uma nova fase de
produção;
• Gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os
inventários no seu local e na sua condição atuais; e
• Custos de vender.

Nos casos em que os prestadores de serviços tenham inventários, estes são


mensurados pelos custos da respetiva produção. Esses custos consistem
sobretudo nos custos de mão-de-obra e outros custos com o pessoal diretamente
envolvido na prestação do serviço, incluindo pessoal de supervisão, e os gastos
gerais atribuíveis. A mão-de-obra e outros custos relacionados com as vendas e
com o pessoal geral administrativo não são incluídos, mas são reconhecidos
como gastos do período em que sejam incorridos. O custo dos inventários de
um prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais
não atribuíveis que muitas vezes são incluídos nos preços cobrados pelos
prestadores de serviços.

Os inventários que compreendam o produto agrícola que uma entidade tenha


colhido proveniente dos seus ativos biológicos são mensurados, no
reconhecimento inicial, pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto
de venda na altura da colheita.

Na mensuração do custo de inventários, pode-se recorrer ao método do custo


padrão; custo específico, custo médio ponderado ou o FIFO.

O custo padrão toma em consideração os níveis normais dos materiais e


consumíveis, da mão-de-obra, da eficiência e da utilização da capacidade
produtiva. Estes devem ser regularmente revistos e, se necessário, devem sê-lo
à luz das condições correntes. O custo dos inventários de itens que não sejam

123
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

geralmente intermutáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para


projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos
seus custos individuais. A fórmula de custo escolhida na maior parte dos casos
para a mensuração do inventário, passa pelo FIFO "primeira entrada, primeira
saída" (FIFO) ou pelo custeio médio ponderado.

Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os inventários
que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade.
Para os inventários que tenham outra natureza ou uso, poderá justificar-se o
recurso a outras fórmulas de custeio.

A prática de reduzir o custo dos inventários para o valor realizável líquido é


consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados
por quantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda
ou uso.

O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários estiverem
danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços
de venda tiverem diminuído.

Os materiais e outros consumíveis detidos para o uso na produção de


inventários não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os
produtos acabados em que eles serão incorporados sejam vendidos pelo custo
ou acima do custo.

Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável


líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em
ajustamento ao valor dos inventários deixarem de existir ou quando houver
uma clara evidência de um aumento no valor realizável líquido devido à
alteração nas circunstâncias económicas, a quantia do ajustamento é revertida
(i.e. a reversão é limitada à quantia do ajustamento original).

A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável


líquido e todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto
do período em que o ajustamento ou perda ocorra.

A quantia de qualquer reversão do ajustamento de inventários, proveniente de


um aumento no valor realizável líquido, deve ser reconhecida como uma
redução na quantia de inventários reconhecida como um gasto no período em
que a reversão ocorra.

Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses


inventários deve ser reconhecida como um gasto do período em que o respetivo
rédito seja reconhecido.

124
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Caso Prático – Compra com custos adicionais


A Associação Desportiva Bem Estar, adquiriu em 15 de janeiro de N, a um
fornecedor nacional diverso material desportivo para revenda no valor total de
€ 12.300,00 com iva incluído. Em 16 de janeiro de N, o fornecedor debitou
adicionalmente o montante de € 500,00 acrescido de iva à taxa normal. No dia
20 de janeiro de N foram debitados pela empresa Transportes Bem Estar o valor
de €1.200,00 (com iva incluído à taxa normal) relativo a custos de
manuseamento, descarga e arrumação daquele mesmo material desportivo. A
associação utiliza o sistema de Inventário Permanente e o material desportivo
só começou a ser vendido em fevereiro de N.
Resolução

Estamos perante a aquisição de inventários (mercadorias) onde no apuramento do custo das


compras estão incluídos gastos adicionais com transporte e manuseamento.

15/01/N - Pela aquisição da mercadoria

Conta Descrição Débito Crédito


311x Mercadorias 10.000,00
2432x IVA — Dedutível 2.300,00
12x Depósitos à ordem 12.300,00

16/01/N - Pelo pagamento dos custos de transporte

Conta Descrição Débito Crédito


311x Mercadorias 500,00
2432x IVA — Dedutível 115,00
12x Depósitos à ordem 615,00

20/01/N - Pelo pagamento dos custos de manuseamento

Conta Descrição Débito Crédito


311x Mercadorias 975,61
2432x IVA — Dedutível 224,39
12x Depósitos à ordem 1.200,00

31/01/N – Transferência dos custos de compra para mercadoria

Conta Descrição Débito Crédito


32x Mercadorias 11.475,61
311x Mercadorias 11.475,61

3.2.2.9 Rédito
O rédito (§ 12.1 a 12.12 NCRF-ESNL) deve ser mensurado pelo justo valor da
retribuição recebida ou a receber, a qual, em geral, é determinada por acordo

125
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

entre a entidade e o comprador ou utente do ativo, tomando em consideração a


quantia de quaisquer descontos comerciais e de quantidade concedidos pela
entidade.

O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem


sido satisfeitas todas as condições seguintes:

• A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens


significativos da propriedade dos bens;
• A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com
grau geralmente associado com a posse, nem o controlo efetivo dos
bens vendidos;
• A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
• Seja provável que os contributos para o desenvolvimento das
atividades presentes e futuras da entidade e associados com a
transação fluam para a entidade; e
• Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transação
possam ser fiavelmente mensurados.
O rédito proveniente da prestação de serviços deve ser reconhecido quando se
possa ser fiavelmente estimado, e quando todas as condições seguintes forem
satisfeitas:

• A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;


• Seja provável que os contributos para o desenvolvimento das
atividades presentes e futuras da entidade associados à transação
fluam para a entidade;
• A fase de acabamento da transação à data do balanço possa ser
fiavelmente mensurada; e
• Os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a
transação possam ser fiavelmente mensurados.

Os juros devem ser reconhecidos utilizando o regime de acréscimo;

Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime de acréscimo de acordo


com a substância do acordo relevante; e

Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito de o


acionista receber o pagamento.

O rédito proveniente do uso por outros de ativos da entidade que produzam


juros e royalties e dividendos deve ser reconhecido, quando:

• Seja provável que os contributos para o desenvolvimento das


atividades presentes e futuras da entidade associados com a
transação fluam para a entidade; e

126
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.

As quantias cobradas por conta de terceiros tais como impostos sobre vendas,
impostos sobre bens e serviços e impostos sobre o valor acrescentado são
excluídos do rédito.

Caso Prático – Trabalhos para a própria entidade


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bem Estar, iniciou em
março de N-1, nos terrenos de que era proprietária, a construção de um
armazém. As obras continuaram durante o ano N, tendo sido apurados
adicionalmente como custos incorporáveis:

€ 15.000,00 relativos a gastos com pessoal diretamente afeto à construção do


armazém; e € 6.520,00 relativos a custos diversos com fornecimentos e serviços
externos, incorridos em associação direta com a construção.
Resolução

Na base desta resolução está o reconhecimento de réditos (trabalhos para a própria entidade),
associados a ativos construídos pela própria entidade (ativos em curso).

31/12/N – Gastos afetos à construção

Conta Descrição Débito Crédito


453x Ativos fixos tangíveis em curso 21.520,00
741x Ativos fixos tangíveis 21.520,00

3.2.2.10 Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes


O termo "contingente" (§ 13.1 a 13.31 NCRF-ESNL) é usado para passivos e
ativos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será
confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros
incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

As Provisões são reconhecidas como passivos porque são obrigações presentes


e é provável que um ex fluxo de recursos que incorporem contributos para o
desenvolvimento das atividades presentes e futuras da entidade será necessário
para liquidar as obrigações.

Os passivos contingentes não são reconhecidos como passivos porque são:

• Obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação sobre se


a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a

127
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

um ex fluxo de recursos que incorporem contributos para o


desenvolvimento das atividades presentes e futuras da entidade; ou
• Obrigações presentes que não satisfazem os critérios de
reconhecimento deste capítulo, seja porque não é provável que será
necessário um ex fluxo de recursos que incorporem contributos para
o desenvolvimento das atividades presentes e futuras para liquidar a
obrigação, seja porque não pode ser feita uma estimativa
suficientemente fiável da quantia da obrigação.

Os ativos contingentes não são reconhecidos como ativos pois são possíveis
ativos provenientes de acontecimentos passados e cuja existência somente será
confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais acontecimentos
futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade.

As provisões só devem ser reconhecidas quando cumulativamente:

• Uma entidade tenha uma obrigação presente, legal ou construtiva,


como resultado de um acontecimento passado;
• Seja provável que um ex fluxo de recursos que incorporem
contributos para o desenvolvimento das atividades presentes e
futuras da entidade será necessário para liquidar a obrigação; e
• Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Nos raros casos em que não seja claro se existe ou não uma obrigação presente,
presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação
presente se, tendo em conta toda a evidência disponível, for mais provável do
que não que tal obrigação presente existe à data do balanço.

Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é chamado


"um acontecimento que cria obrigações". Para um evento ser assim chamado é
necessário que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar
a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:

• Quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente; ou


• No caso de uma obrigação construtiva, quando o evento (que pode
ser uma ação da própria entidade) crie expectativas válidas em
terceiros de que ela cumprirá a obrigação.

Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de haver não


somente uma obrigação presente, mas também a probabilidade de um ex fluxo
de recursos que incorporem contributos para o desenvolvimento das atividades

128
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

presentes e futuras da entidade para liquidar essa obrigação. Um ex fluxo de


recursos ou outro acontecimento é considerado como provável se o
acontecimento for mais provável do que não de ocorrer, isto é, se a
probabilidade de que o acontecimento ocorrerá for maior do que a
probabilidade de isso não acontecer. Quando não for provável que exista uma
obrigação presente, uma entidade divulga um passivo contingente, a menos que
a possibilidade de um ex fluxo de recursos que incorporem contributos para o
desenvolvimento das atividades presentes e futuras da entidade seja remota.

O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações


financeiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no
caso de provisões, que pela sua natureza são mais incertas do que a maior parte
de outros elementos do balanço. Uma entidade pode, normalmente, fazer uma
estimativa da obrigação que seja suficientemente fiável para usar ao reconhecer
uma provisão. Quando tal não seja possível, existe um passivo que não pode ser

A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do


dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente à data do balanço.

A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente é


a quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à
data do balanço ou para a transferir para uma terceira parte nesse momento. Tal
quantia pode ser apurada com recurso ao método estatístico do valor esperado
quando esteja envolvida uma grande população de itens, ou a consequência
possível da ocorrência quando esteja em causa um acontecimento único.

Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e


circunstâncias devem ser tidos em conta para se chegar à melhor estimativa de
uma provisão.

O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do risco pode


aumentar a quantia pela qual é mensurado um passivo. É necessária cautela ao
fazer juízos em condições de incerteza, a fim de que os rendimentos ou ativos
não sejam subavaliados e os gastos ou passivos não sejam sobreavaliados.
Porém, a incerteza não justifica a criação de provisões excessivas ou uma
sobreavaliação deliberada de passivos.

Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma


provisão deve ser o valor presente dos dispêndios que se espera que sejam
necessários para liquidar a obrigação.

Os acontecimentos futuros que possam afetar a quantia necessária para liquidar


uma obrigação devem ser refletidos na quantia de uma provisão quando houver
evidência objetiva suficiente de que eles ocorrerão.

129
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O efeito de possível nova legislação é tido em consideração na mensuração de


uma obrigação existente quando haja evidência objetiva suficiente de que tal
promulgação e subsequente implementação é virtualmente certa.

Os ganhos da alienação esperada de ativos não devem ser tidos em


consideração ao mensurar uma provisão.

Quando se esperar que uma parte ou a totalidade do dispêndio necessário para


liquidar uma provisão possa ser reembolsado por uma outra parte, o reembolso
deve ser reconhecido quando, e somente quando, seja virtualmente certo que o
mesmo será recebido se a entidade liquidar a obrigação. O reembolso deve ser
tratado como um ativo separado, não devendo a quantia reconhecida para o
reembolso exceder a quantia da provisão.

Na demonstração dos resultados, o gasto relacionado com uma provisão pode


ser apresentado líquido da quantia reconhecida do reembolso que lhe esteja
associado.
As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para refletir
a melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um
ex fluxo de recursos que incorporem contributos para o desenvolvimento das
atividades presentes e futuras da entidade para liquidar a obrigação, a provisão
deve ser revertida.

Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão aumenta


em cada período para refletir a passagem do tempo. Este aumento é
reconhecido como um gasto financeiro.

Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida.

Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma
vez que estas não satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de
reconhecimento estabelecidos.

Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente segundo


o contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma provisão.

O contrato oneroso é aquele em que os custos inevitáveis de satisfazer as


obrigações segundo o contrato excedem os contributos para o desenvolvimento
das atividades presentes e futuras da entidade que se espera venham a ser
recebidos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundo um contrato
refletem pelo menos o custo líquido de sair do contrato, que é o mais baixo entre
o custo de o cumprir e de qualquer compensação ou de penalidades que
resultem do seu incumprimento.

130
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Os dispêndios relacionados com o restauro de locais, remoção dos desperdícios


acumulados, paragem ou remoção de ativos, em que a entidade seja obrigada a
incorrer, deverão ser reconhecidos de acordo com os critérios estabelecidos para
o reconhecimento das provisões, na data em que tiver início a atividade da
entidade e, consequentemente surgir a obrigação.

Em relação ao setor mutualista, as responsabilidades assumidas relativamente


a períodos futuros com as modalidades complementares de Segurança Social
subscritas pelos Associados resultarão de estudos atuariais anualmente
efetuados. Nestas modalidades incluem-se, nomeadamente, subsídios de
funeral, subsídios por morte, subsídio de sobrevivência, pensões de reforma,
capital de reforma, rendas vitalícias, subsídios a prazo, planos de poupança e
capitais de previdência.

Relativamente a estas modalidades deve ser construída informação de


resultados relativa aos fundos permanentes relacionados com cada uma das
modalidades acima referenciadas, destinadas a garantir as responsabilidades
assumidas e que não deve ser inferior ao valor das provisões criadas para o
efeito.

Árvore de decisão para reconhecimento de provisões e passivos contingentes

131
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Caso Prático – Provisão para o processo judicial


Foi interposto no decurso do ano N por um ex-colaborador da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bem Estar um processo judicial,
reclamando o pagamento de direitos laborais no montante de €9.000,00. No final
de N o advogado da associação considera como altamente provável a
condenação da entidade. Em 31/03/N+1 a associação foi condenada a pagar
€8.500,00.
Resolução

31/12/N – Reconhecimento a provisão para o processo judicial

Conta Descrição Débito Crédito


673x Provisões do exercício - Processos judiciais em curso 9.000,00
293x Provisões – Processos judiciais em curso 9.000,00

31/03/N+1 – Pelo pagamento da indeminização ao ex-colaborador

Conta Descrição Débito Crédito


293x Provisões – Processos judiciais em curso 9.000,00
7633 Revisão de provisões – Processos judiciais em curso 500,00
12x Depósitos à ordem 8.500,00

3.2.2.11 Contabilização dos subsídios e outros apoios


Os subsídios (§ 14.1 a 14.13 NCRF-ESNL), incluindo subsídios não monetários,
só devem ser reconhecidos após existir segurança de que:

• A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e


• Os subsídios serão recebidos.

O recebimento de um subsídio não proporciona ele próprio prova conclusiva


de que as condições associadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas.

A maneira pela qual um subsídio é recebido não afeta o método contabilístico a


ser adotado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é
contabilizado da mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como
redução de um passivo.

Um empréstimo perdoável (incluindo os subsídios a fundo perdido) é tratado


como um subsídio quando haja segurança razoável de que a entidade satisfará
as condições de perdão do empréstimo.

Os subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos fixos tangíveis e


intangíveis devem ser inicialmente reconhecidos nos fundos patrimoniais e

132
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

subsequentemente imputados numa base sistemática como rendimentos


durante os períodos necessários para balanceá-los com os custos relacionados
que se pretende que eles compensem. Quanto aos que respeitem a ativos fixos
tangíveis não depreciáveis, são mantidos nos fundos patrimoniais, exceto se a
respetiva quantia for necessária para compensar qualquer perda por
imparidade. Consideram-se subsídios não reembolsáveis quando exista um
acordo individualizado de concessão do subsídio a favor da entidade, se
tenham cumprido as condições estabelecidas para a sua concessão e não existam
dúvidas de que os subsídios serão recebidos.

Os subsídios reembolsáveis são contabilizados como passivos.

Um subsídio não reembolsável pode tomar a forma de transferência de um ativo


não monetário, tal como terrenos ou outros recursos, para uso da entidade
(Subsídios não monetários). Nestas circunstâncias é usual avaliar o justo valor
do ativo não monetário e contabilizar quer o subsídio quer o ativo por esse justo
valor. Caso este não possa ser determinado com fiabilidade, tanto o ativo como
o subsídio serão de registar por uma quantia nominal.

Caso Prático – Doação de utentes


Determinado utente da IPSS Bem Estar, sem herdeiros, doou a quando da sua
entrada na instituição a sua casa de habitação, avaliada em €100.000,00 e todo o
seu património bancário no valor de €20.000,00. O utente beneficiou por isso de
estadia, alimentação, assistência e cuidados de forma vitalícia. O valor mensal
de gastos estimados por utente ronda os €800,00. A vida útil da habitação é de
25 anos. A taxa anual do custo de capital é de 5%. O utente entrou na instituição
a 01/01/N e tem 79 anos de idade. A direção afetou o edifício a uma das
valências e através de um perito externo confirmou a avaliação do edifício em
€80.000,00, mas valorizou e o terreno em €20.000,00.
Resolução

Verifica-se neste exemplo a existência de uma doação em dinheiro e outra em espécie.

01/01/N – Registo contabilístico da doação e registo da provisão para dispêndios futuros

Conta Descrição Débito Crédito


4331 Terrenos e recursos naturais 20.000,00
4332 Edifícios e outras construções 80.000,00
12x Depósitos à ordem 20.000,00
753 Doações e Heranças 120.000,00
Há que agora calcular a provisão com base nos dispêndios futuros que se espera que sejam
necessários para liquidar a obrigação (§ 13.17 NCRF-ESNL). Para o cálculo da provisão foi tido
em conta a esperança de vida prevista nas tábuas completas de mortalidade para Portugal 2016-

133
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

201817 que se cifra em 77,78 anos para os homens e 83,43 anos para as mulheres. Foi estimado
7,77 anos de esperança de vida e apurado um gasto anual de € 9.600,00.

Ano Gasto Anual Valor presente


N 9.600,00 9.142,86
N+1 9.600,00 8.707,48
N+2 9.600,00 8.292,84
N+3 9.600,00 7.897,94
N+4 9.600,00 7.521,85
N+5 9.600,00 7.163,67
N+6 9.600,00 6.822,54
N+7 7.392,00 5.003,19
74.592,00 60.552,38

Conta Descrição Débito Crédito


679 Outras provisões 60.552,38
299 Outras provisões 60.552,38
31/12/N – Reversão da provisão pelo proporcional dos gastos incorridos e atualização da
provisão

Conta Descrição Débito Crédito


299 Outras provisões 9.600,00
7639 Reversões – outras provisões 9.600,00
679 Outras provisões 3.027,62
299 Outras provisões 3.027,62

Ano Gasto Anual Valor presente


N+1 9.600,00 9.142,86
N+2 9.600,00 8.707,48
N+3 9.600,00 8.292,84
N+4 9.600,00 7.897,94
N+5 9.600,00 7.521,85
N+6 9.600,00 7.163,67
N+7 7.392,00 5.253,36

64.992,00 53.980,00

Caso Prático – Subsídio não reembolsável


A Associação Bem Estar, adquiriu em N um equipamento básico no valor de €
740.000,00 e um equipamento administrativo no valor de € 60.000,00, tendo
recebido em contrapartida um subsídio não reembolsável do Estado no

17

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=354096866&DESTAQUEStema=5546
6&DESTAQUESmodo=2

134
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

montante de € 200.000,00. A taxa de depreciação do equipamento básico é de


12,5% e a do equipamento administrativo é de 25%.
Resolução

Pela contabilização da aquisição dos equipamentos

Conta Descrição Débito Crédito


4333 Equipamento básico 740.000,00
4335 Equipamento administrativo 60.000,00
12x Depósitos à ordem 800.000,00

Pela contabilização do recebimento do subsídio

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos à ordem 200.000,00
593x Subsídios 200.000,00

Pela depreciação do exercício

Conta Descrição Débito Crédito


642x Ativos fixos tangíveis 92.500,00
4338 Depreciações acumuladas 92.500,00
642x Ativos fixos tangíveis 15.000,00
4338 Depreciações acumuladas 15.000,00

Pelos rendimentos a reconhecer

Conta Descrição Débito Crédito


593x Subsídios 23.125,00
7883 Imputação de subsídios para investimentos 23.125,00
Equipamento básico

200.000,00 x (740.000,00 / (740.000,00+60.000,00)) x 12,5%

Conta Descrição Débito Crédito


593x Subsídios 3.750,00
7883 Imputação de subsídios para investimentos 3.750,00
Equipamento administrativo

200.000,00 x (60.000,00 / (740.000,00+60.000,00)) x 25%

Apontamento - Subsídios Portugal 2020


A contabilização dos bens e serviços adquiridos no âmbito do projeto de Investimento deve ser
efetuada em subcontas apropriadas especificamente criadas para o seu registo. A classificação
contabilística deve ter em conta as rubricas do plano de investimento, as quais deverão respeitar

135
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o Sistema de Normalização Contabilística (SNC). A empresa deve assegurar a adequada


contabilização dos investimentos realizados e dos incentivos concedidos e recebidos, podendo
refletir estes valores no Anexo às demonstrações financeiras.

Exemplo de Contabilização dos Investimentos:

62 Fornecimentos e Serviços Externos

(…)

622 Serviços Especializados

6221 Trabalhos Especializados

(…)

6221x – Trabalhos Especializados – Projeto n.º XXX

Os incentivos concedidos e recebidos são contabilizados em contas divisionárias


especificamente criadas para o seu registo.

Aquando assinatura do contrato/termo de aceitação:

O valor total aprovado do Incentivo Não Reembolsável, é contabilizado a débito na


classe 2 — Contas a receber e a pagar, numa subconta específica de “Outras Contas a
Receber e a Pagar” (278x), por contrapartida de “Subsídios” (593x).

Aquando o recebimento dos Pedidos de Pagamentos:

A conta (278x) é creditada pelo montante recebido, por contrapartida da respetiva conta
de “Meios Financeiros Líquidos” (12x).

Aquando o reconhecimento do Proveito:

Assegurando o ‘princípio da especialização do exercício’, a conta de “Subsídios” é


debitada, por contrapartida de “Imputação para subsídios para Investimento” (7883) à
medida que forem sendo contabilizadas as amortizações dos bens adquiridos pelo
projeto, que tenham sido apoiados com incentivo não reembolsável.

Outros aspetos relevantes

O descritivo das faturas deverá assemelhar-se, o máximo possível, aos descritivos do


Plano de Investimento inserido em candidatura. No caso de serem efetuados
pagamentos com cartão de crédito, é necessário extrato bancário do cartão de crédito e,
adicionalmente, extrato da conta corrente que comprova o pagamento/ débito do
cartão de crédito.

Para cada rubrica de investimento será necessário reunir a seguinte documentação: (1)
Fatura Original; (2) Recibo Original (se aplicável); (3) Contrato de locação financeira e
respetivas faturas/recibo originais, cópia do auto de receção do equipamento, plano de
rendas, carta de opção de compra, cópia da fatura do fornecedor a leasing e pró-forma
subjacente ao contrato (se aplicável); (4) Comprovativo de pagamento (cópia do cheque.
da transferência bancária, da letra); (5) Extrato bancário a comprovar o pagamento. (6)
Extrato da conta de fornecedor (conta 221x ou 271x); (7) Se Investimento em Ativo:
Extrato da conta de Ativo Fixo Tangível ou Intangível 43x e 44x (sempre que houver
contabilização na 45x -Investimentos em Curso, no fecho do projeto é necessário novo
extrato a comprovar a passagem para a conta definitiva); (8) Se Investimento em

136
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Serviços Especializados: Extrato da conta de Gasto 62x. (9) Se Investimento em


Contratação de Quadros Técnicos: Recibo de vencimento; comprovativo de pagamento;
extrato bancário a comprovar o pagamento; folha de férias com a listagem de todos os
funcionários, folha de remunerações da Segurança Social, guia de pagamento à
Segurança Social + evidência de pagamento; guia de pagamento do IRS + evidência de
pagamento; extratos contabilísticos da 632 (remunerações do pessoal), 635 (encargos
sobre remunerações) e 245 (contribuições para a segurança social).

3.2.2.12 Os efeitos de alterações em taxas de câmbio


Uma transação em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do
reconhecimento inicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moeda
estrangeira da taxa de câmbio (§ 15.1 a 15.5 NCRF-ESNL) entre a moeda
funcional e a moeda estrangeira à data da transação.

À data de cada balanço:

• Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos


pelo uso da taxa de fecho;
• Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo
histórico numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da
taxa de câmbio à data da transação;
• Os itens não monetários mensurados pelo justo valor numa moeda
estrangeira devem ser transpostos utilizando as taxas de câmbio da
data em que o justo valor foi determinado.

As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do


relato de itens monetários de uma entidade a taxas diferentes das que foram
inicialmente registadas durante o período ou relatadas em demonstrações
financeiras anteriores devem ser reconhecidas nos resultados do período em
que ocorram.

Quando a transação é liquidada num período contabilístico subsequente àquele


em que ocorreu, a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à data
de liquidação é determinada pela alteração nas taxas de câmbio durante cada
período.

Caso Prático – Aquisição de máquina no estrangeiro


A IPSS Bem Estar, adquiriu em 30/06/N três fornos convetores industriais a
um fornecedor canadiano por 100.000,00 USD e com pagamento a 90 dias. O
câmbio à data da compra era de 1,34197. O câmbio à data do pagamento era de
1,35971.

137
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Resolução

30/06/N - Pela compra da máquina

Conta Descrição Débito Crédito


4333x Equipamento básico 74.517,31
27113x Fornecedores de Imobilizado – Países terceiros 74.517,31

30/09/N – Pelo pagamento da máquina

Conta Descrição Débito Crédito


27113x Fornecedores de Imobilizado – Países terceiros 74.517,31
12x Depósitos à ordem 73.545,09
7861 Diferenças de câmbio favoráveis 972,22

Apontamento - FAQ’S sobre o SNC – diferenças de câmbio:


Em que rubricas do código de contas do SNC deverão ser registadas as diferenças de câmbio?

Resposta (em 24FEV2010): - A Portaria n.º 1011/2009, de 9 de setembro, contempla a


existência de duas contas para o registo das diferenças de câmbio:

692 – Diferenças de câmbio desfavoráveis

6921 - Relativas a financiamentos obtidos

6928 - Outros

786 – Rendimentos e ganhos nos restantes ativos financeiros

7861 – Diferenças de câmbio favoráveis

Daqui parece poder indiciar-se que a segunda se reporta às diferenças de câmbio


favoráveis associadas a itens relativos às atividades de investimento da entidade e que
a primeira respeita às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas às atividades de
financiamento. Não considerou o legislador a previsão de contas relativas às diferenças
de câmbio desfavoráveis associadas às atividades de investimento, nem às diferenças
de câmbio favoráveis associadas às atividades de financiamento, nem qualquer conta
respeitante às diferenças de câmbio (favoráveis e desfavoráveis) associadas a itens
relativos às atividades operacionais.

Tendo sido detetada a lacuna acima referida e mostrando-se necessário clarificar o


modo de a superar, entende a CNC que, para registo daquelas operações, podem ser
criadas as seguintes contas:

Para a atividade de investimento

6863 – Diferenças de câmbio desfavoráveis

Para a atividade operacional

6887 – Diferenças de câmbio desfavoráveis

7887 – Diferenças de cambo favoráveis

138
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Para a atividade de financiamento

793 – Diferenças de câmbio favoráveis

3.2.2.13 Impostos sobre o rendimento


O tratamento contabilístico dos impostos sobre o rendimento (§ 16.1 a 16.7
NCRF-ESNL) é, salvo disposição específica, o método do imposto a pagar.
O termo "impostos sobre o rendimento" inclui todos os impostos baseados em
lucros tributáveis incluindo as tributações autónomas, que sejam devidos em
qualquer jurisdição fiscal.

Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores devem, na medida


em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga
com respeito a períodos correntes e anteriores exceder a quantia devida para
esses períodos, o excesso deve ser reconhecido como um ativo.

Os passivos (ativos) por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores


devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada
de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data
do balanço.

A contabilização dos efeitos de impostos correntes de uma transação ou de


outro acontecimento é consistente com a contabilização da transação ou do
próprio acontecimento. Assim, relativamente, a transações e outros
acontecimentos reconhecidos nos resultados, qualquer efeito fiscal relacionado
também é reconhecido nos resultados. No que diz respeito a transações e outros
acontecimentos reconhecidos diretamente no Fundo patrimonial qualquer
efeito fiscal relacionado também é reconhecido diretamente no Fundo
patrimonial, caso em que o imposto corrente deve ser debitado ou creditado
diretamente nessa rubrica.

Caso Prático – Associação Cultural Apuramento de IRC


A Associação Cultural Bem Estar, apresenta a 31/12/N os seguintes montantes:

(1) Rendimentos: Quotizações dos associados: € 30.000,00; Subsídios (para


realização de fins estatutários): € 20.000,00; Publicidade: € 5.000,00; Rendas de
Edifícios: € 2.400,00; Receita do Bar: €4.000,00; Receita de Bilheteira (atividade
cultural): €10.000,00; Juros Depósitos a Prazo: €1.000,00.

(2) Gastos: Gastos comuns: €55.000,00; Despesas não Documentadas: € 2.500,00;


Despesas com Km's da Direção: € 1.000,00; Gastos do Bar: € 1.000,00.

(3) Retenções de Juros Bancários: € 250,00.

139
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Resolução

Atividades Atividades
Rendimentos Isentas Sujeitas
1 Quotizações dos Associados 30.000,00 30.000,00
2 Subsídios 20.000,00 20.000,00
3 Publicidade 5.000,00 5.000,00
4 Rendas de Edifícios 2.400,00 2.400,00
5 Receita do Bar 4.000,00 4.000,00
6 Receita Bilheteira 10.000,00 10.000,00
7 Juros Bancários 1.000,00 1.000,00
8 72.400,00 60.000,00 12.400,00

Gastos
9 Gastos comuns 55.000,00 45.580,11 20 9.419,89
10 Despesas não Documentadas 2.500,00 2.071,82 20 428,18
11 Despesas com Km's da Direção 1.000,00 828,73 20 171,27
12 Gastos do Bar 1.000,00 1.000,00
13 59.500,00 48.480,66 11.019,34

Retenções
14 Retenções Juros Bancários 250,00

Apuramento de IRC
15 Matéria coletável 11.519,34 21 1.380,66
16 IRC Estimado 22 289,94
17 Tributação Autónoma 23 1.750,00
18 Retenções na Fonte 24 250,00
19 IRC a Pagar 25 1.789,94

20 Imputação Gastos Comuns: Rendimentos Sujeitos / Rendimentos Totais 17,13%


21 15=8-13

22 16=15x21%

23 17=10x70%

24 18=14

25 19=16+17-18

Apontamento - Taxas de IRC

Entidades residentes que não exerçam, a título principal, atividade comercial, industrial ou
agrícola: Continente 21%; Madeira 20%; Açores 16,8%

140
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Despesas não documentadas: 70%

Caso Prático – Associação venda de imóvel


A associação Bem Estar, isenta de IVA ao abrigo do artigo 9.º do CIVA,
enquadrada no regime geral de IRC, não beneficiando de isenção nos termos
dos artigos 10.º ou 11.º do CIRC vendeu a sua sede, dando origem a mais-valia.
Parte do valor da venda foi utilizado para comprar uma nova sede para a
associação. Esta operação é tributada em sede de IRC?
Resolução

Nos termos do n.º 3 do artigo 54.º do Código de IRC (CIRC) são considerados rendimentos não
sujeitos os provenientes de quotas pagas pelos associados e de subsídios (se existirem), desde
que estes se destinem a financiar a realização dos fins estatutários. Se existirem donativos,
teremos rendimentos isentos, conforme n.º 4 do artigo 54.º do Código do IRC, desde que
canalizados para a realização dos fins estatutários. Por outro lado, serão tributados os
rendimentos que, não estão abrangidos por normas de não sujeição, nem isenção, como serão
os casos da cedência de exploração, publicidade e mais-valias.

Os sujeitos passivos de IRC, entidades que não exercem a título principal atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola, serão tributados pelo seu rendimento global assim como pelos
incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.

Determina o n.º 1 do artigo 53.º do Código do IRC, acerca da determinação do rendimento global
das pessoas coletivas e outras entidades residentes que não exercem a título principal atividade
de natureza comercial, industrial ou agrícola, que o rendimento global sujeito a imposto das
pessoas coletivas e entidades mencionadas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º é formado pela
soma algébrica dos rendimentos líquidos das várias categorias determinados nos termos do IRS,
incluindo os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.

As categorias de rendimentos previstas que, em sede de IRS, devem ser consideradas para este
efeito serão: - Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais; - Categoria E -
Rendimentos de capitais; - Categoria F - Rendimentos prediais; e - Categoria G - Incrementos
patrimoniais.

Na determinação do resultado tributável dos rendimentos empresariais ou profissionais


importa considerar os gastos em que se incorreu para a sua obtenção.

No que se refere aos incrementos patrimoniais, apenas estão previstas deduções no caso das
mais-valias, que se encontram referidas no artigo 51.º do Código do IRS.

Assim sendo, no caso em concreto a mais-valia apurada deverá ser tributada, apurando a mais-
valia nos termos do CIRS podendo efetuar as deduções previstas no artigo 51.º do CIRS.

Apontamento - Artigo 53.º n.º 7 do CIRC


Ao rendimento global apurado são dedutíveis, até à respetiva concorrência, os gastos
comprovadamente relacionados com a realização dos fins de natureza social, cultural,
ambiental, desportiva ou educacional prosseguidos por essas pessoas coletivas ou entidades,
desde que não exista qualquer interesse direto ou indireto dos membros de órgãos estatutários,

141
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das atividades
económicas por elas prosseguidas.

Resumidamente:

Rendimento Global = Rendimentos brutos das várias categorias de IRS - deduções


específicas + Incrementos patrimoniais a título gratuito (não imputados direta e
imediatamente aos fins estatutários)

Matéria coletável = Rendimento global - Gastos comuns e outros imputáveis aos


rendimentos sujeitos a imposto e não isentos - Benefícios fiscais - Gastos (n.º 7 do artigo
53.º do CIRC).

3.2.2.14 Instrumentos financeiros


Uma entidade deve reconhecer um ativo financeiro (§ 17.1 a 17.14 NCRF-ESNL),
um passivo financeiro apenas quando a entidade se torne uma parte das
disposições contratuais do instrumento.

Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo


menos perda por imparidade:

• Ativos e passivos financeiros tais como clientes, fornecedores, contas


a receber, contas a pagar ou empréstimos bancários, incluindo os em
moeda estrangeira; e
• Contratos para conceder ou contrair empréstimos.

Os instrumentos financeiros negociados em mercado líquido e regulamentado,


devem ser mensurados ao justo valor, reconhecendo-se as variações deste por
contrapartida de resultados do período.

Os custos de transação só podem ser incluídos na mensuração inicial do ativo


financeiro ou passivo financeiro, desde que este seja mensurado ao custo menos
perda por imparidade.

Em cada data de relato, uma entidade deve avaliar a imparidade de todos os


ativos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de
resultados. Se existir uma evidência objetiva de imparidade, a entidade deve
reconhecer uma perda por imparidade na demonstração de resultados.

Evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativos está em


imparidade inclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do
ativo, designadamente sobre os seguintes eventos de perda:

• Significativa dificuldade financeira do emitente ou devedor;


• Quebra contratual, tal como não pagamento ou incumprimento no
pagamento do juro ou amortização da dívida;

142
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• O credor, por razões económicas ou legais relacionados com a


dificuldade financeira do devedor, oferece ao devedor concessões que
o credor de outro modo não consideraria;
• Seja provável que o devedor irá entrar em falência ou qualquer outra
reorganização financeira; ou
• O desaparecimento de um mercado ativo para o ativo financeiro
devido a dificuldades financeiras do devedor.

Outros fatores poderão igualmente evidenciar imparidade, incluindo alterações


significativas com efeitos adversos que tenham ocorrido no ambiente
tecnológico, de mercado, económico ou legal em que o emitente opere.

Os ativos financeiros que sejam individualmente significativos devem ser


avaliados individualmente para efeitos de imparidade. Outros ativos
financeiros devem ser avaliados quanto a imparidade, seja individualmente,
seja agrupado com base em similares características de risco de crédito.

O montante de perda por imparidade deverá ser mensurado pela diferença


entre a quantia escriturada e o valor presente dos fluxos de caixa futuros
estimados descontados à taxa de retorno de mercado corrente para um ativo
financeiro semelhante.

Se, num período subsequente, a quantia de perda por imparidade diminuir a


entidade deve reverter a imparidade anteriormente reconhecida. Da reversão
não poderá resultar uma quantia escriturada do ativo financeiro que exceda
aquilo que seria o custo do referido ativo, caso a perda por imparidade não
tivesse sido anteriormente reconhecida. A entidade deve reconhecer a quantia
da reversão na demonstração de resultados.

A reversão de imparidade em instrumentos de capital próprio de uma outra


entidade que não sejam negociados publicamente é proibida.

Uma entidade deve desreconhecer um ativo financeiro apenas quando:

• Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do ativo


financeiro expiram; ou
• A entidade transfere para outra parte todos os riscos significativos e
benefícios relacionados com o ativo financeiro; ou
• A entidade, apesar de reter alguns riscos significativos e benefícios
relacionados com o ativo financeiro, tenha transferido o controlo do
ativo para uma outra parte e esta tenha a capacidade prática de
vender o ativo na sua totalidade a uma terceira parte não relacionada
e a possibilidade de exercício dessa capacidade unilateralmente sem
necessidade de impor restrições adicionais à transferência. Se tal for
o caso a entidade deve:

143
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o Desreconhecer o ativo; e
o Reconhecer separadamente qualquer direito e obrigação
criada ou retida na transferência.

Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um


passivo financeiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação
estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou expire.

Caso Prático – Perdas por imparidade de utentes


Os serviços financeiros da IPSS Bem Estar, aos sucessivos pedidos de cobrança
solicitou no final de N à Direção que reconhecesse perdas de imparidade em
dois utentes, cujo montante em dívida naquela data ascendia a € 8.000,00.

Resolução

31/12/N – Pelo reconhecimento das perdas de imparidade

Conta Descrição Débito Crédito


217x Clientes e utentes de cobrança duvidosa 8.000,00
2117x Utentes 8.000,00

Conta Descrição Débito Crédito


6511x Perdas por imparidade – Dívidas de clientes 8.000,00
219x Perdas por imparidade acumuladas 8.000,00

Caso Prático – Conteúdo da Conta Caixa


Os serviços financeiros da IPSS Bem Estar, procederam em 31 de dezembro de
N à contagem física do caixa. Desta verificação resultou que do saldo de caixa
de € 2.500,00 constavam além de €1.400,00 em notas e moedas os seguintes
elementos: €50,00 em selos de correio; 2 cheques de utentes no valor global €
700,00; e um vale de caixa relativo a um adiantamento de € 350,00 a uma
assistente social.
a resolução deve ser considerado o que deve estar reconhecido na conta de caixa

31/12/N – Pelo reconhecimento dos selos de correio como um gasto

Conta Descrição Débito Crédito


6262 Fornecimentos e serviços externos - Comunicações 50,00
11x Caixa 50,00

31/12/N – Pelo reconhecimento do adiantamento concedido

Conta Descrição Débito Crédito

144
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2322 Pessoal - Adiantamentos ao Pessoal 350,00


11x Caixa 350,00

Caso Prático – Aquisição de Ações, alterações do justo valor e alienação


A Associação Humanitária Bem Estar em 1 de dezembro de N adquiriu 2.000
ações da sociedade Bem Estar SA, por € 5,00 cada ação, com intenção de vendê-
las no decurso de N+1. Sabe-se ainda que os custos de transação (comissão
bolsista) relacionados com esta aquisição foram de € 500,00. A Associação
Humanitária Bem Estar efetuou a venda daquelas ações em 31/01/N+1. As
ações apresentavam a seguinte cotação: €5,00 em 01/12/N; €4,5 em 31/12/N;
€5,5 em 31/01/N+1. As ações foram todas alienadas s a 31/1/N+1.

Na resolução importa atender à definição de instrumento financeiro e o reconhecimento dos


custos de transação incorridos na aquisição e as mensurações subsequentes

01/12/N – Pela aquisição das ações

Conta Descrição Débito Crédito


1421 Ativos Financeiros 10.000,00
6225 Fornecimentos e serviços externos – Comissões 500,00
12x Depósitos Bancários 10.500,00

31/12/N – Pela perda por redução de justo valor

Conta Descrição Débito Crédito


661 Perdas reduções justo valor - Instrumentos 1.000,00
Financeiros
1421 Ativos Financeiros 1.000,00

31/01/N+1 – Pela alienação das ações

Conta Descrição Débito Crédito


12x Depósitos Bancários 11.000,00
1421 Ativos Financeiros 9.000,00
7884 Ganhos em Instrumentos Financeiros 2.000,00

3.2.2.15 Benefícios dos empregados


Um empregado (§ 18.1 a 18.8 NCRF-ESNL) pode proporcionar serviços a uma
entidade numa base de tempo completo, de tempo parcial, permanente,
acidental ou temporária. Como empregados incluem-se diretores e outro
pessoal de gerência.

145
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um


período contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de
benefícios a curto prazo que espera ser paga em troca desse serviço:

• Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer


quantia já paga. Se a quantia já paga exceder a quantia não
descontada dos benefícios, uma entidade deve reconhecer esse
excesso como um ativo (gasto pré-pago) na extensão de que o pré-
pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução em futuros
pagamentos ou a uma restituição de dinheiro; e
• Como um gasto, salvo se outro capítulo da presente Norma exigir ou
permitir a inclusão dos benefícios no custo de um ativo.
Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade
contributos futuros para o desenvolvimento das atividades presentes e futuras
da entidade e são reconhecidos como um gasto imediatamente.
Uma entidade deve reconhecer um passivo quando um empregado tiver
prestado serviços em troca de benefícios a pagar no futuro.

Uma entidade deve reconhecer um gasto quando a entidade consumir o


benefício económico proveniente do serviço proporcionado por um empregado
em troca desses benefícios.

Caso Prático – Estimativa de Férias de Subsídio de Férias


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bem Estar, em
31/12/N, no seguimento das operações de final de exercício estabeleceu como
imputação da estimativa de férias e subsídio de férias a pagar ao pessoal em
N+1, o valor global de € 12.500,00. A taxa de segurança social aplicável a esta
estimativa é de 34,75%.

Resolução

31/12/N – Pelo reconhecimento da estimativa

Conta Descrição Débito Crédito


632x Remunerações do pessoal 12.500,00
635x Encargos sobre remunerações 2.968,75
2722x Credores por acréscimos de gastos 15.468,75

3.2.3 Divulgação
As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição
financeira e do desempenho financeiro de uma entidade. Para satisfazer este

146
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

objetivo, as demonstrações financeiras proporcionam informação acerca do


seguinte:

• Ativos;
• Passivos;
• Fundos patrimoniais;
• Rendimentos (réditos e ganhos);
• Gastos (gastos e perdas);
• Outras alterações nos fundos patrimoniais; e
• Fluxos de caixa.

Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:

• Um balanço;
• Uma demonstração dos resultados;
• Uma demonstração dos fluxos de caixa; e
• Um anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas
contabilísticas adotadas e outras divulgações exigidas pela NCRF-
ESNL.

As demonstrações financeiras devem apresentar apropriadamente a posição


financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A
apresentação apropriada exige a representação fidedigna dos efeitos das
transações, outros acontecimentos e condições de acordo com as definições e
critérios de reconhecimento estabelecidos pela NCRF-ESNL.

3.2.3.1 Consistência de políticas contabilísticas


Uma entidade deve selecionar e aplicar as suas políticas consistentemente para
transações semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos que
especificamente a norma assim exija ou permita a categorização de itens para
os quais possam ser apropriadas diferentes políticas.

3.2.3.2 Alterações nas políticas contabilísticas


Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração
passar a ser exigida pela Norma ou Interpretação, ou resultar no facto de as
demonstrações financeiras proporcionarem informação fiável e mais relevante
sobre os efeitos das transações, outros acontecimentos ou condições, na posição
financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa da entidade.
3.2.3.3 Alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Quando uma alteração numa estimativa contabilística dá origem a alterações
em ativos e passivos, ou se relacione com um item do fundo patrimonial, ela
deve ser reconhecida pelo ajustamento da quantia escriturada do item de fundo
patrimonial, ativo ou passivo relacionado no período da alteração. Se tal não se
verificar uma alteração numa estimativa contabilística, deve ser reconhecido

147
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

prospectivamente incluindo-o nos resultados do período de alteração, se a


alteração afetar apenas esse período; ou do período de alteração e futuros
períodos, se a alteração afetar ambas as situações.

3.2.3.4 Passivos contingentes


Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.

Um passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a possibilidade


de um ex fluxo de recursos que incorporem contributos para o desenvolvimento
das atividades presentes e futuras da entidade.

3.2.3.5 Ativos contingentes


Uma entidade não deve reconhecer um ativo contingente.

Um ativo contingente é divulgado quando for provável um influxo de


contributos para o desenvolvimento das atividades presentes e futuras da
entidade sem, contudo, dar indicação enganosa da probabilidade de surgirem
rendimentos. Porém, quando a realização de rendimentos esteja virtualmente
certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu
reconhecimento é apropriado.

3.2.3.6 Subsídios não reembolsáveis


Os subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos fixos tangíveis e ativos
intangíveis, incluindo os subsídios não monetários, devem ser apresentados no
balanço como componente do Fundo Patrimonial, e imputados como
rendimentos na proporção das depreciações/amortizações efetuadas em cada
período.

3.2.3.7 Subsídios relacionados com rendimentos


Os subsídios relacionados com rendimentos devem ser apresentados
separadamente como tal na demonstração dos resultados. Os subsídios que são
concedidos para assegurar uma rentabilidade mínima ou compensar deficits de
exploração de um dado período imputam-se como rendimentos desse período,
salvo se se destinarem a financiar deficits de exploração de períodos futuros,
caso em que se imputam aos referidos exercícios. O reembolso de um subsídio
relacionado com rendimentos ou relacionado com ativos deve ser aplicado em
primeiro lugar em contrapartida de qualquer crédito diferido não amortizado
registado com respeito ao subsídio.

3.2.3.8 Divulgação de outros apoios


São exemplos de outros apoios, aqueles que não tem valor atribuído, os
conselhos técnicos e comercialização gratuitos, a concessão de garantias, os
empréstimos sem juros ou a baixas taxas de juro ou a disponibilização, sem
gastos associados para o beneficiário, de instalações, equipamentos ou outros.
A relevância destes apoios pode ser tal que a divulgação da natureza, extensão

148
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

e duração pode ser necessária a fim de que as demonstrações financeiras não


sejam enganosas.

3.2.3.9 Impostos correntes


Uma entidade deve compensar ativos por impostos correntes e passivos por
impostos correntes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a
entidade:

• Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias


reconhecidas; e
• Pretenda quer liquidar numa base líquida, ou realizar o ativo e
liquidar simultaneamente o passivo.

O gasto (rendimento) de impostos relacionado com o resultado de atividades


ordinárias deve ser apresentado na demonstração dos resultados.
3.2.4 Conceitos, Termos e Expressões
Para uma aplicação mais uniforme e consistente da norma importa reter e
compreender um conjunto de termos e expressões que são usados em todo o
normativo.
Termo Definição
Ajustamentos de valor são os destinados a ter em conta a alteração, definitiva
ou não, da quantia pela qual os elementos do ativo se
encontrem mensurados à data do balanço
Amortização é a imputação sistemática da quantia depreciável de um
ativo intangível durante a sua vida útil
Ativo é um recurso controlado por uma entidade como
resultado de acontecimentos passados e do qual se
espera que fluam benefícios económicos futuros para a
entidade
Ativo biológico é um animal ou planta vivos
Ativo contingente é um possível ativo proveniente de acontecimentos
passados e cuja existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não ocorrência de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob o
controlo da entidade
Ativo financeiro é qualquer ativo que seja:
(a) dinheiro; (b) um instrumento de capital próprio de
uma outra entidade; (c) um direito contratual (i) de
receber dinheiro ou outro ativo financeiro de outra
entidade; ou (ii) de trocar ativos financeiros ou passivos
financeiros com outra entidade em condições que sejam
potencialmente favoráveis para a entidade; ou (d) um
contrato que seja ou possa ser liquidado em
instrumentos de capital próprio da própria entidade e
que seja (i) um não derivado para o qual a entidade
esteja, ou possa estar, obrigada a receber um número
variável dos instrumentos de capital próprio da própria
entidade; ou (ii) um derivado que seja ou possa ser
liquidado de forma diferente da troca de uma quantia
fixa em dinheiro ou outro ativo financeiro por um
número fixo de instrumentos de capital próprio da
própria entidade. Para esta finalidade, os instrumentos
de capital próprio da própria entidade não incluem
instrumentos que sejam eles próprios contratos para
futuro recebimento ou entrega dos instrumentos de
capital próprio da própria entidade.

149
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância


física
Ativo intangível identificável é um ativo intangível que: (a) seja separável, i.e. capaz de
ser separado ou dividido da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja
individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo
ou passivo relacionado; ou (b) se resultar de direitos
contratuais ou de outros direitos legais,
independentemente desses direitos sejam transferíveis
ou
separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações
Ativos fixos tangíveis são itens tangíveis que: (a) sejam detidos para uso na
produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera que sejam usados durante mais do que um
período
Ativos monetários é dinheiro detido e outros ativos a receber em quantias
fixadas ou determináveis de dinheiro
Ativos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o rendimento
recuperáveis em períodos futuros respeitantes a:
(a) diferenças temporárias dedutíveis;
(b) reporte de prejuízos fiscais não utilizados; e
(c) reporte de créditos tributáveis não utilizados
Benefícios a curto prazo dos empregados são os benefícios dos empregados (que não sejam
benefícios de cessação de emprego e benefícios de
compensação em capital próprio) que se vençam na
totalidade dentro de doze meses após o final do período
em que os empregados prestem o respetivo serviço
Benefícios adquiridos pelos empregados são benefícios dos empregados que não estejam
condicionados ao futuro
Benefícios dos empregados são todas as formas de remuneração dadas por uma
entidade em troca do serviço prestado pelos empregados
Caixa compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem
Custo é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo
valor de outra retribuição dada para adquirir um ativo
no momento da sua aquisição ou construção, ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse ativo aquando do
reconhecimento inicial de acordo com os requisitos
específicos de cada NCRF
Custo amortizado de um ativo financeiro ou de um é a quantia pela qual o ativo financeiro ou o passivo
passivo financeiro financeiro é mensurado no reconhecimento inicial,
menos os reembolsos de capital, mais ou menos a
amortização cumulativa, usando o método do juro
efetivo, de qualquer diferença entre essa quantia inicial
e a quantia na maturidade, e menos qualquer redução
quanto à imparidade ou incobrabilidade
Custo considerado é a quantia usada como substituto para o custo ou para
o custo depreciado numa data determinada
Custo de aquisição é o preço a pagar e as despesas acessórias, uma vez
deduzidas as reduções acessórias
Custos de empréstimos obtidos são os custos de juros e outros incorridos por uma
entidade relativos aos pedidos de empréstimos de
fundos
Custos de transação são custos incrementais que sejam diretamente
atribuíveis à aquisição, emissão ou alienação de um ativo
ou passivo financeiro
Custo incremental é aquele que não seria incorrido se a entidade não tivesse
adquirido, emitido ou alienado o instrumento financeiro
Custo histórico no caso dos ativos é a quantia de caixa, ou equivalente s
de caixa paga ou o justo valor da retribuição dada para
os adquirir no momento da sua aquisição. No caso dos
passivos é a quantia dos proventos recebidos em troca
da obrigação, ou em algumas circunstâncias (por
exemplo, impostos sobre o rendimento), as quantias de
caixa, ou de equivalentes de caixa, que se espera que

150
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

venham a ser pagas para satisfazer o passivo no decurso


normal dos negócios
Depreciação é a imputação sistemática da quantia depreciável de um
ativo durante a sua vida útil
Desreconhecimento é a remoção de um ativo financeiro ou de um passivo
financeiro anteriormente reconhecido no balanço de
uma entidade
Empresa associada é uma empresa na qual outra empresa tem uma
participação e sobre cuja gestão política e financeira essa
outra empresa exerce uma influência significativa, a qual
se presume sempre que essa outra empresa detenha 20
% ou mais dos direitos de voto dos acionistas ou sócios
da primeira
Entidades do setor não lucrativo são entidades que prossigam a título principal uma
atividade sem fins lucrativos e que não possam distribuir
aos seus membros ou contribuintes qualquer ganho
económico ou financeiro direto, designadamente
associações, fundações e pessoas coletivas públicas de
tipo associativo
Equivalentes de caixa são investimentos financeiros a curto prazo, altamente
líquidos que sejam prontamente convertíveis para
quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a
um risco insignificante de alterações de valor
Erros de períodos anteriores são omissões, e declarações incorretas, nas
demonstrações financeiras da entidade de um ou mais
períodos anteriores decorrentes da falta de uso, ou uso
incorreto, de informação fiável que: (a) estava disponível
quando as demonstrações financeiras desses períodos
foram autorizadas para emissão; e (b) poderia
razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida e
tomada em consideração na preparação e apresentação
dessas demonstrações financeiras.
Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros
na aplicação de políticas contabilísticas, faltas de
cuidado ou interpretações incorretas de factos e fraudes
Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o
período contabilístico na forma de exfluxos ou
deperecimentos de ativos ou na incorrência de passivos
que resultem em diminuições do capital próprio, que
não sejam as relacionadas com distribuições
Imposto corrente é a quantia a pagar (a recuperar) de impostos sobre o
rendimento respeitantes ao lucro (prejuízo) tributável de
um período
Inventários são ativos: (a) detidos para venda no decurso ordinário
da atividade empresarial; (b) no processo de produção
para tal venda; ou (c) na forma de materiais ou
consumíveis a serem aplicados no processo de produção
ou na prestação de serviços
Justo valor é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou um
passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas
a isso, numa transação em que não exista relacionamento
entre elas
Locação financeira é uma locação que transfere substancialmente todos os
riscos e vantagens inerentes à posse de um ativo. O título
de propriedade pode ou não ser eventualmente
transferido
Locação operacional é uma locação que não seja uma locação financeira
Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas
quais os elementos das demonstrações financeiras
devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e na
demonstração dos resultados. Isto envolve a seleção da
base particular de mensuração
Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de
acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que
resulte num exfluxo de recursos da entidade que
incorporem benefícios económicos

151
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Passivo contingente é uma obrigação possível que provenha de


acontecimentos passados e cuja existência somente será
confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob
controlo da entidade, ou uma obrigação presente que
decorra de acontecimentos passados mas que não é
reconhecida porque (i) não é provável que um exfluxo
de recursos incorporando benefícios económicos seja
exigido para liquidar a obrigação; ou (ii) a quantia da
obrigação não pode ser mensurada com suficiente
fiabilidade
Passivo Corrente é um passivo que satisfaça qualquer dos seguintes
critérios: (a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo
operacional normal da entidade;
(b) esteja detido essencialmente para a finalidade de ser
negociado (c) deva ser liquidado num período até doze
meses após a data do balanço; ou (d) a entidade não
tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do
passivo durante pelo menos doze meses após a data do
balanço
Passivo financeiro é qualquer passivo que seja:
(a) uma obrigação contratual (i) de entregar dinheiro ou
outro ativo financeiro a uma outra entidade; ou (ii) de
trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com
outra entidade em condições que sejam potencialmente
desfavoráveis para a entidade; ou
(b) um contrato que seja ou possa ser liquidado em
instrumentos de capital próprio da própria entidade e
que seja (i) um não derivado para o qual a entidade esteja
ou possa estar obrigada a entregar um número variável
de instrumentos de capital próprio da própria entidade;
ou (ii) um derivado que seja ou possa ser liquidado de
forma diferente da troca de uma quantia fixa em
dinheiro ou outro ativo financeiro por um número fixo
dos instrumentos de capital próprio da própria entidade.
Para esta finalidade, os instrumentos de capital próprio
da própria entidade não incluem instrumentos que
sejam eles próprios contratos para futuro recebimento
ou entrega dos instrumentos de capital próprio da
própria entidade
Passivo não corrente são passivos que não satisfaçam a definição de passivo
corrente
Passivos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o rendimento
pagáveis em períodos futuros com respeito a diferenças
temporárias tributáveis
Perda por imparidade é a investigação original e planeada levada a efeito com
a perspetiva de obter novos conhecimentos científicos ou
técnicos
Políticas contabilísticas são os princípios, bases, convenções, regras e práticas
específicos aplicados por uma entidade na preparação e
apresentação de demonstrações financeiras
Provisão é um passivo de tempestividade ou quantia incertos
Quantia depreciável é o custo de um ativo ou outra quantia substituta do
custo, menos o seu valor residual
Quantia escriturada é a quantia pela qual um ativo é reconhecido no Balanço,
após a dedução de qualquer depreciação/amortização
acumulada e de perdas por imparidade acumuladas
inerentes
Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração
dos resultados um item que satisfaça a definição de um
elemento e satisfaça os critérios de reconhecimento. Isso
envolve a descrição do item por palavras e por uma
quantia monetária e a inclusão dessa quantia nos totais
do balanço ou da demonstração dos resultados. Os itens
que satisfaçam os critérios de reconhecimento devem ser
reconhecidos no balanço ou na demonstração dos
resultados. A falha do reconhecimento de tais itens não

152
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

é retificada pela divulgação das políticas contabilísticas


usadas nem por notas ou material explicativo
Rédito é o influxo bruto de benefícios económicos durante o
período proveniente do curso das atividades ordinárias
de uma entidade quando esses influxos resultarem em
aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos
relacionados com contribuições de participantes no
capital próprio
Remuneração inclui todos os benefícios dos empregados. Os benefícios
dos empregados são todas as formas de retribuição paga,
a pagar ou proporcionada pela entidade, ou em nome da
entidade, em troca de serviços prestados à entidade.
Também inclui as retribuições pagas em nome da
empresa-mãe da entidade com respeito aos serviços
prestados à entidade. A remuneração inclui:
(a) benefícios a curto prazo de empregados no ativo, tais
como ordenados, salários e contribuições para a
segurança social, licença anual paga e pagamento de
baixa por doença, participação nos lucros e bónus (se
pagáveis num período de doze meses após o fim do
período) e benefícios não monetários (tais como
cuidados médicos, habitação, automóveis e bens ou
serviços gratuitos ou subsidiados);
(b) benefícios pós-emprego tais como pensões, outros
benefícios de reforma, seguro de vida pós-emprego e
cuidados médicos pós emprego;
(c) outros benefícios a longo prazo dos empregados,
incluindo licença por anos de serviço ou licença sabática,
jubilação ou outros benefícios por anos de serviço,
benefícios de invalidez de longo prazo e, se não forem
pagáveis na totalidade num período de doze meses após
o final do período, participação nos lucros, bónus e
remuneração diferida;
(d) benefícios de cessação de emprego
Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o
período contabilístico na forma de influxos ou aumentos
de ativos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os
relacionados com as contribuições dos participantes no
capital próprio
Retenções são quantias de faturas progressivas que só são pagas
depois da satisfação das condições especificadas no
contrato para o pagamento de tais quantias ou até que os
defeitos tenham sido retificados
Taxa de câmbio é o rácio de troca de duas moedas
Valor presente no caso dos ativos é o valor descontado dos futuros
influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere
no decurso normal dos negócios. No caso dos passivos é
o valor descontado dos futuros exfluxos líquidos de
caixa que se espera que sejam necessários para liquidar
os passivos no decurso normal dos negócios
Valor realizável no caso dos ativos é a quantia de caixa, ou equivalentes
de caixa, que possa ser correntemente obtida ao vender
o ativo numa alienação ordenada. No caso dos passivos
é o valor de liquidação; isto é, a quantia não descontada
de caixa ou equivalentes de caixa que se espera que seja
paga para satisfazer o passivo no decurso normal dos
negócios
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no decurso ordinário da
atividade empresarial menos os custos estimados de
acabamento e os custos estimados necessários para
efetuar a venda
Valor residual de um ativo é a quantia estimada que uma entidade obteria
correntemente pela alienação de um ativo, após dedução
dos custos de alienação estimados, se o ativo já tivesse a
idade e as condições esperadas no final da sua vida útil
Vida útil é o período durante o qual uma entidade espera que um
ativo esteja disponível para uso, ou o número de

153
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

unidades de produção ou similares que uma entidade


espera obter do ativo
Volume de negócios líquido é o montante que resulta da venda dos produtos e da
prestação de serviços, após dedução dos descontos e
abatimentos sobre vendas, do imposto sobre o valor
acrescentado e de outros impostos diretamente ligados
ao volume de negócios

3.3 O Código de Contas


O Código de Contas Específico para as ESNL encontra-se publicado na portaria
n.º 106/2011, de 14 de março, compreendendo um documento não exaustivo,
contendo no essencial:

• O quadro síntese de contas;


• O código de contas relativo apenas às especificidades inerentes às
ESNL; e
• Notas de enquadramento às contas específicas das ESNL.

A Portaria n.º 106/2011, de 14 de março, apenas trata das contas especificas das
ESNL. Os códigos restantes e as notas de enquadramento são as constantes da
Portaria n.º 218/2015, de 23 de junho.

3.3.1 Quadro Síntese

MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS


11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Outros depósitos bancários
14 Instrumentos financeiros

CONTAS A RECEBER E A PAGAR


21 Clientes e utentes
22 Fornecedores
23 Pessoal
24 Estado e outros entes públicos
25 Financiamentos obtidos
26 Fundadores / patrocinadores/ doadores/ associados / membros
27 Outras contas a receber e a pagar
28 Diferimentos
29 Provisões

INVENTÁRIOS E ACTIVOS BIOLÓGICOS

154
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

31 Compras
32 Mercadorias
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
34 Produtos acabados e intermédios
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
36 Produtos e trabalhos em curso
37 Ativos biológicos
38 Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos
39 Adiantamentos por conta de compras

INVESTIMENTOS
41 Investimentos financeiros
42 Propriedades de investimento
43 Ativos fixos tangíveis
44 Ativos intangíveis
45 Investimentos em curso
46 Ativos não correntes detidos para venda

FUNDOS PATRIMONIAIS
51 Fundos
52 Excedentes técnicos
55 Reservas
56 Resultados transitados
57 Ajustamentos em ativos financeiros
58 Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis
59 Outras variações nos fundos patrimoniais

GASTOS
61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
62 Fornecimentos e serviços externos
63 Gastos com o pessoal
64 Gastos de depreciação e de amortização
65 Perdas por imparidade
66 Perdas por reduções de justo valor
67 Provisões do período
68 Outros gastos e perdas
69 Gastos e perdas de financiamento

RENDIMENTOS
71 Vendas
72 Prestações de serviços
73 Variações nos inventários da produção
74 Trabalhos para a própria entidade

155
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

75 Subsídios, doações e legados à exploração


76 Reversões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
78 Outros rendimentos e ganhos

RESULTADOS
81 Resultado líquido do período

3.3.2 Código de Contas e Notas de Enquadramento


3.3.2.1 Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer
o dinheiro quer depósitos bancários, bem como ativos ou passivos financeiros
mensurados ao justo valor.

Código de Contas Portaria de Origem


1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
11 Caixa Portaria 218/2015
12 Depósitos à ordem Portaria 218/2015
13 Outros depósitos bancários Portaria 218/2015
14 Outros instrumentos financeiros Portaria 218/2015
141 Derivados Portaria 218/2015
1411 Potencialmente favoráveis Portaria 218/2015
1412 Potencialmente desfavoráveis Portaria 218/2015
142 Instrumentos financeiros detidos para negociação Portaria 218/2015
1421 Ativos financeiros Portaria 218/2015
1422 Passivos financeiros Portaria 218/2015
143 Outros ativos e passivos financeiros Portaria 218/2015
1431 Outros ativos financeiros Portaria 218/2015
1432 Outros passivos financeiros Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
14 - Outros instrumentos financeiros

Esta conta visa reconhecer os instrumentos financeiros que sejam mensurados ao justo valor,
designadamente os derivados. Sem prejuízo do disposto na nota sobre a conta 41, excluem-se
da conta 14 os instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado
ou método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).

3.3.2.2 Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar


Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes e utentes,
fornecedores, pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores,
instituidores e beneméritos, bem como outras operações com terceiros que não
tenham cabimento nas contas de utilização generalizada ou noutras classes
específicas. Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para permitir o

156
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

registo dos gastos e dos rendimentos nos períodos a que respeitam) e as


provisões.

Código de Contas Portaria de Origem


2 CONTAS A RECEBER E A PAGAR
21 Clientes e utentes Portaria 106/2011
211 Clientes e utentes c/c Portaria 106/2011
2111 Clientes gerais Portaria 106/2011
2112 Clientes — entidade -mãe Portaria 106/2011
2113 Clientes — entidades subsidiárias Portaria 106/2011
2114 Clientes — entidades associadas Portaria 106/2011
2115 Clientes — empreendimentos conjuntos Portaria 106/2011
2116 Clientes — outras partes relacionadas Portaria 106/2011
2117 Utentes Portaria 106/2011

212 Clientes e utentes — títulos a receber Portaria 106/2011
2121 Clientes gerais Portaria 106/2011
2122 Clientes — entidade -mãe Portaria 106/2011
2123 Clientes — entidades subsidiárias Portaria 106/2011
2124 Clientes — entidades associadas Portaria 106/2011
2125 Clientes — empreendimentos conjuntos Portaria 106/2011
2126 Clientes — outras partes relacionadas Portaria 106/2011
2127 Utentes Portaria 106/2011

218 Adiantamentos de clientes e utentes Portaria 106/2011
219 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
22 Fornecedores Portaria 218/2015
221 Fornecedores c/c Portaria 218/2015
2211 Fornecedores gerais Portaria 218/2015
2212 Fornecedores — empresa-mãe Portaria 218/2015
2213 Fornecedores — empresas subsidiárias Portaria 218/2015
2214 Fornecedores — empresas associadas Portaria 218/2015
2215 Fornecedores — empreendimentos conjuntos Portaria 218/2015
2216 Fornecedores — outras partes relacionadas Portaria 218/2015

222 Fornecedores — títulos a pagar Portaria 218/2015
2221 Fornecedores gerais Portaria 218/2015
2222 Fornecedores — empresa-mãe Portaria 218/2015
2223 Fornecedores — empresas subsidiárias Portaria 218/2015
2224 Fornecedores — empresas associadas Portaria 218/2015
2225 Fornecedores — empreendimentos conjuntos Portaria 218/2015
2226 Fornecedores — outras partes relacionadas Portaria 218/2015

225 Faturas em receção e conferência Portaria 218/2015

228 Adiantamentos a fornecedores Portaria 218/2015
229 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
23 Pessoal Portaria 218/2015
231 Remunerações a pagar Portaria 218/2015
2311 Aos órgãos sociais Portaria 218/2015
2312 Ao pessoal Portaria 218/2015
232 Adiantamentos Portaria 218/2015

157
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2321 Aos órgãos sociais Portaria 218/2015


2322 Ao pessoal Portaria 218/2015

237 Cauções Portaria 218/2015
2371 Dos órgãos sociais Portaria 218/2015
2372 Do pessoal Portaria 218/2015
238 Outras operações Portaria 218/2015
2381 Com os órgãos sociais Portaria 218/2015
2382 Com o pessoal Portaria 218/2015
239 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
24 Estado e outros entes públicos Portaria 218/2015
241 Imposto sobre o rendimento Portaria 218/2015
242 Retenção de impostos sobre rendimentos Portaria 218/2015
243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) Portaria 218/2015
2431 IVA — Suportado Portaria 218/2015
2432 IVA — Dedutível Portaria 218/2015
2433 IVA — Liquidado Portaria 218/2015
2434 IVA — Regularizações Portaria 218/2015
2435 IVA — Apuramento Portaria 218/2015
2436 IVA — A pagar Portaria 218/2015
2437 IVA — A recuperar Portaria 218/2015
2438 IVA — Reembolsos pedidos Portaria 218/2015
2439 IVA — Liquidações oficiosas Portaria 218/2015
244 Outros impostos Portaria 218/2015
245 Contribuições para a Segurança Social Portaria 218/2015
246 Tributos das autarquias locais Portaria 218/2015

248 Outras tributações Portaria 218/2015
25 Financiamentos obtidos Portaria 218/2015
251 Instituições de crédito e sociedades financeiras Portaria 218/2015
2511 Empréstimos bancários Portaria 218/2015
2511 Empréstimos bancários Portaria 218/2015
2512 Descobertos bancários Portaria 218/2015
2513 Locações financeiras Portaria 218/2015
......
252 Mercado de valores mobiliários Portaria 218/2015
2521 Empréstimos por obrigações Portaria 218/2015

253 Participantes de capital Portaria 218/2015
2531 Empresa-mãe — Suprimentos e outros mútuos Portaria 218/2015
2532 Outros participantes — Suprimentos e outros mútuos Portaria 218/2015

254 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Portaria 218/2015
255 Instituidores (empréstimos de fundadores e beneméritos) Portaria 106/2011

258 Outros financiadores Portaria 106/2011
26 Fundadores/patrocinadores/doadores/associados/membros Portaria 106/2011
261 Fundadores/associados/membros — Em curso Portaria 106/2011
2611 … Portaria 106/2011
2612 … Portaria 106/2011
262 Doadores — Em curso Portaria 106/2011
263 Patrocinadores Portaria 106/2011

158
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

264 Quotas Portaria 106/2011


265 Resultados disponíveis Portaria 106/2011
266 Financiamentos concedidos — Fundador/doador Portaria 106/2011

268 Outras operações Portaria 106/2011
2681 Beneficiários das mutualidades — Prestações a pagar Portaria 106/2011
2682 Beneficiários das mutualidades — Capitais vencidos a pagar Portaria 106/2011
2683 Beneficiários das mutualidades — Rendas vitalícias a pagar Portaria 106/2011
2684 … Portaria 106/2011
2685 Beneficiários das mutualidades — Melhorias de benefícios Portaria 106/2011
2686 Beneficiários das mutualidades — Subvenções Portaria 106/2011
269 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
27 Outras contas a receber e a pagar Portaria 218/2015
271 Fornecedores de investimentos Portaria 218/2015
2711 Fornecedores de investimentos — contas gerais Portaria 218/2015
2712 Faturas em receção e conferência Portaria 218/2015
2713 Adiantamentos a fornecedores de investimentos Portaria 218/2015
272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica) Portaria 218/2015
2721 Devedores por acréscimos de rendimentos Portaria 218/2015
2722 Credores por acréscimos de gastos Portaria 218/2015
273 Benefícios pós-emprego Portaria 218/2015
274 Impostos diferidos Portaria 218/2015
2741 Ativos por impostos diferidos Portaria 218/2015
2742 Passivos por impostos diferidos Portaria 218/2015
275 Credores por subscrições não liberadas Portaria 218/2015
276 Adiantamentos por conta de vendas Portaria 218/2015

278 Outros devedores e credores Portaria 218/2015
279 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
28 Diferimentos Portaria 218/2015
281 Gastos a reconhece Portaria 218/2015
282 Rendimentos a reconhecer Portaria 218/2015
29 Provisões Portaria 218/2015
291 Impostos Portaria 218/2015
292 Garantias a clientes Portaria 218/2015
293 Processos judiciais em curso Portaria 218/2015
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais Portaria 218/2015
295 Matérias ambientais Portaria 218/2015
296 Contratos onerosos Portaria 218/2015
297 Reestruturação Portaria 218/2015
298 Provisões específicas do setor Portaria 106/2011
299 Outras provisões Portaria 106/2011

Notas de Enquadramento
21 – Clientes e utentes

Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de serviços.

218 - Adiantamentos de clientes e utentes

159
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, a
efetuar a terceiros. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas para as respetivas
subcontas da rubrica 211 - Clientes e utentes c/c.

219, 229, 239, 269 e 279 - Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem
da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes ativos incluídos na classe 2,
podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço
das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 651 - Perdas
por imparidade - Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir as
situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 - Reversões de perdas por
imparidade - Em dívidas a receber. Quando se verificarem as condições de incobrabilidade que
permitam o desreconhecimento dos ativos a que respeitem as imparidades, as contas em
epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.

22 - Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com exceção dos destinados
aos investimentos da entidade.

225 - Fornecedores - Faturas em receção e conferência

Respeita às compras cujas faturas, recebidas ou não, estão por lançar nas subcontas da conta 221
por não terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será
debitada por crédito da conta 221, aquando da contabilização definitiva da fatura.

228 - Adiantamentos a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a efetuar
por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para as respetivas subcontas
da conta 221.

231 - Remunerações a pagar

O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:

1.ª fase - pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro do mês a
que respeitem: débito, das respetivas subcontas de 63 - Gastos com o pessoal, por crédito de
231, pelas quantias líquidas apuradas no processamento e normalmente das contas 24 - Estado
e outros entes públicos (nas respetivas subcontas), 232 - Adiantamentos e 278 - Outros
devedores e credores, relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos
descontos efetuados (parte do pessoal);

2.ª fase - pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal), dentro do mês
a que respeitem: débito da respetiva rubrica em 635 - Gastos com o pessoal - Encargos sobre
remunerações, por crédito das subcontas de 24 - Estado e outros entes públicos a que respeitem
as contribuições patronais;

3.ª fase - Pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas 231, 24 e 278,
por contrapartida das contas da classe 1.

24 - Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes públicos
que tenham características de impostos e taxas.

160
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

241 - Imposto sobre o rendimento

Esta conta é debitada pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que alguns dos
rendimentos da entidade estiverem sujeitos.

No fim do período será calculada, com base na matéria coletável estimada, a quantia do
respetivo imposto, a qual se registará a crédito desta conta.

242 - Retenção de impostos sobre rendimentos

Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte relativamente a
rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser subdividida de acordo
com a natureza dos rendimentos.

243 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)

Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do Imposto


sobre o Valor Acrescentado.

255 - Instituidores e beneméritos. Nesta conta registam-se os financiamentos obtidos dos


instituidores da entidade (fundadores, beneméritos, outros).

A conta 258 - Outros financiadores poderá ser desdobrada de acordo com as entidades
financiadoras em Estado e outras entidades oficiais, entidades desportivas e outras entidades.

Conta 26 - Fundadores/patrocinadores/doadores/associados/membros, uma vez que as ESNL


não têm acionistas nem sócios, nem distribuem os excedentes líquidos obtidos no exercício.
Trata-se de uma conta mista, isto é, pode ser conta de ativo, até à concretização da doação, ou
conta de passivo, quando os fundadores/doadores/outros concederem empréstimos à
entidade. A conta 261 - Fundadores/patrocinadores/doadores /associados/membros - Em
curso poderá ser desdobrada consoante as necessidades específicas da entidade.

271 - Fornecedores de investimentos

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos investimentos da
entidade.

2712 - Faturas em receção e conferência

Respeita às aquisições cujas faturas, recebidas ou não, estejam por lançar na conta 2711 -
Fornecedores de investimentos - contas gerais por não terem chegado à entidade até essa data
ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da conta 2711, aquando da
contabilização definitiva da fatura.

2713 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, de
investimentos a efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para
as respetivas contas na rubrica 2711 - Fornecedores de investimentos - contas gerais.

272 - Devedores e credores por acréscimos

Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser reconhecidos
no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita ou despesa
só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.

273 - Benefícios pós-emprego

161
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a sociedade


gestora de um fundo autónomo.

274 - Impostos diferidos

São registados nesta conta os ativos por impostos diferidos que sejam reconhecidos para as
diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF 25 - Impostos
sobre o Rendimento.

275 - Credores por subscrições não liberadas

Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, ações, obrigações e outros títulos, por
contrapartida das respetivas contas de investimentos financeiros.

276 - Adiantamentos por conta de vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços cujo preço
esteja previamente fixado. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas para as
respetivas contas da rubrica 211 - Clientes c/c.

28 - Diferimentos

Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos seguintes.

29 - Provisões

Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e
que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor
ou data de ocorrência (vide NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
e NCRF 26 - Matérias Ambientais). As suas subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos
dispêndios para que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.

298 - Provisões específicas do sector

Esta conta poderá ser utilizada para registo das provisões específicas do sector em que a
entidade se insere. Assim, no caso das mutualidades, registam-se nesta conta as
responsabilidades assumidas relativamente a períodos futuros com as modalidades
associativas das associações mutualistas. As verbas a incluir anualmente nesta conta resultam
de estudos atuariais. As suas subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos dispêndios para
que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.

3.3.2.3 Classe 3 - Inventários e Ativos Biológicos


Esta classe inclui os inventários:

• Detidos para venda no decurso da atividade empresarial;


• No processo de produção para essa venda; ou
• Na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de
produção ou na prestação de serviços.

Integra, também, os ativos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito da


atividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da atividade,
quer de produção ou regeneração. Os produtos agrícolas colhidos são incluídos
nas apropriadas contas de inventários.

162
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As quantias escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em


matéria de mensuração se estabelece na NCRF 18 - Inventários, pelo que serão
corrigidas de quaisquer ajustamentos a que haja lugar, e na NCRF 17 -
Agricultura. Apesar da não existência de subconta específica no código de
contas para o registo de ajustamentos em ativos biológicos, os mesmos poderão
ser efetuados através da criação de subconta apropriada.

Código de Contas Portaria de Origem


3 INVENTÁRIOS E ATIVOS BIOLÓGICOS
31 Compras Portaria 218/2015
311 Mercadorias Portaria 218/2015
312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Portaria 218/2015
313 Ativos biológicos Portaria 218/2015

317 Devoluções de compras Portaria 218/2015
318 Descontos e abatimentos em compras Portaria 218/2015
32 Mercadorias Portaria 218/2015

325 Mercadorias em trânsito Portaria 218/2015
326 Mercadorias em poder de terceiros Portaria 218/2015

329 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Portaria 218/2015
331 Matérias-primas Portaria 218/2015
332 Matérias subsidiárias Portaria 218/2015
333 Embalagens Portaria 218/2015
334 Materiais diversos Portaria 218/2015
335 Matérias em trânsito Portaria 218/2015

339 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
34 Produtos acabados e intermédios Portaria 218/2015

346 Produtos em poder de terceiros Portaria 218/2015

349 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos Portaria 218/2015
351 Subprodutos Portaria 218/2015
352 Desperdícios, resíduos e refugos Portaria 218/2015

359 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
36 Produtos e trabalhos em curso Portaria 218/2015
37 Ativos biológicos Portaria 218/2015
371 Consumíveis Portaria 218/2015
3711 Animais Portaria 218/2015
3712 Plantas Portaria 218/2015
372 De produção Portaria 218/2015
3721 Animais Portaria 218/2015
3722 Plantas Portaria 218/2015

38 Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos Portaria 218/2015
382 Mercadorias Portaria 218/2015

163
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Portaria 218/2015


384 Produtos acabados e intermédios Portaria 218/2015
385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos Portaria 218/2015
386 Produtos e trabalhos em curso Portaria 218/2015
387 Ativos biológicos Portaria 218/2015
39 Adiantamentos por conta de compras Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
387 - Ativos biológicos

Serão registadas nesta conta, designadamente, as reclassificações de ativos biológicos para


inventários. As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.

39 - Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja previamente
fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a conta 221 -
Fornecedores c/c.

3.3.2.4 Classe 4 - Investimentos


Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não
se destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações
da entidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação
financeira. Compreende os investimentos financeiros, as propriedades de
investimento, os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os investimentos
em curso e os ativos não correntes detidos para venda.

No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos ativos fixos tangíveis e


ativos intangíveis, poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de
aquisição/produção e as revalorizações (positivas ou negativas).

Se a revalorização originar uma diminuição do valor do ativo essa diminuição


deve ser reconhecida em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na
parte em que seja superior ao excedente de revalorização que porventura exista.
Se originar um aumento do valor do ativo esse aumento é creditado diretamente
na conta apropriada do Fundo Patrimonial (58 - Excedentes de revalorização de
ativos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo esse aumento será reconhecido em
resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto que compense um decréscimo
de revalorização anteriormente registado em gastos.

Código de Contas Portaria de Origem


4 INVESTIMENTOS
41 Investimentos financeiros Portaria 218/2015
411 Investimentos em subsidiárias Portaria 218/2015
4111 Participações de capital — método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015
4112 Participações de capital — outros métodos Portaria 218/2015
4113 Empréstimos concedidos Portaria 218/2015

412 Investimentos em associadas Portaria 218/2015

164
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4121 Participações de capital — método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015


4122 Participações de capital — outros métodos Portaria 218/2015
4123 Empréstimos concedidos Portaria 218/2015

413 Investimentos em entidades conjuntamente controladas Portaria 218/2015
4131 Participações de capital — método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015
4132 Participações de capital — outros métodos Portaria 218/2015
4133 Empréstimos concedidos Portaria 218/2015

414 Investimentos noutras empresas Portaria 218/2015
4141 Participações de capital Portaria 218/2015
4142 Empréstimos concedidos Portaria 218/2015

415 Outros investimentos financeiros Portaria 218/2015
4151 Detidos até à maturidade Portaria 218/2015

4158 Outros Portaria 218/2015

419 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
42 Propriedades de investimento Portaria 218/2015
421 Terrenos e recursos naturais Portaria 218/2015
422 Edifícios e outras construções Portaria 218/2015

426 Outras propriedades de investimento Portaria 218/2015

428 Depreciações acumuladas Portaria 218/2015
429 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
43 Ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
431 Bens do domínio público Portaria 106/2011

4319 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
432 Bens do património histórico e artístico e cultural Portaria 106/2011
4321 Bens imóveis Portaria 106/2011
4322 Arquivos Portaria 106/2011
4323 Bibliotecas Portaria 106/2011
4324 Museus Portaria 106/2011
4325 Bens móveis Portaria 106/2011

4329 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
433 Outros ativos fixos tangíveis Portaria 106/2011
4331 Terrenos e recursos naturais Portaria 106/2011
4332 Edifícios e outras construções Portaria 106/2011
4333 Equipamento básico Portaria 106/2011
4334 Equipamento de transporte Portaria 106/2011
4335 Equipamento administrativo Portaria 106/2011
4336 Equipamentos biológicos Portaria 106/2011
4337 Outros ativos fixos tangíveis Portaria 106/2011
4338 Depreciações acumuladas Portaria 106/2011
4339 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
44 Ativos intangíveis Portaria 106/2011
441 Bens do domínio público Portaria 106/2011
442 Outros ativos intangíveis Portaria 106/2011

165
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4421 Goodwill Portaria 106/2011


4422 Projetos de desenvolvimento Portaria 106/2011
4423 Programas de computador Portaria 106/2011
4424 Propriedade industrial Portaria 106/2011

4426 Outros ativos intangíveis Portaria 106/2011

4428 Amortizações acumuladas Portaria 106/2011
4429 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 106/2011
45 Investimentos em curso Portaria 218/2015
451 Investimentos financeiros em curso Portaria 218/2015
452 Propriedades de investimento em curso Portaria 218/2015
453 Ativos fixos tangíveis em curso Portaria 218/2015
454 Ativos intangíveis em curso Portaria 218/2015
455 Adiantamentos por conta do património histórico, artístico e Portaria 106/2011
cultural

459 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015
46 Ativos não correntes detidos para venda Portaria 218/2015

469 Perdas por imparidade acumuladas Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
41 - Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros que representem participações de capital são mensurados de


acordo com os métodos indicados no quadro seguinte, conforme NCRF 13 - Interesses em
Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas, NCRF 15 - Investimentos em
Subsidiárias e Consolidação e NCRF 27 - Instrumentos Financeiros:
Participações Nas Contas Individuais Nas Contas
Consolidada
Em subsidiárias . . . Por regra método da equivalência Método da
patrimonial consolidação
integral
Em associadas Por regra método da equivalência Método da
patrimonial equivalência
patrimonial.
Em Método da consolidação Método da
empreendimentos proporcional ou método da consolidação
conjuntos equivalência patrimonial proporcional.
Noutras entidades Método do custo ou método Método do custo ou
do justo valor método do justo
valor
419, 429, 439, 449, 459 e 469 - Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem
da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes ativos incluídos na classe 4,
podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço
das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta
65, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são
registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a
que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das
correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas em função das contas
respetivas.

166
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

431 - Bens do domínio público

Esta conta, específica das ESNL, inclui os bens de domínio público, definidos na legislação em
vigor, de que a entidade contabilística é administrante ou concessionária.

432 - Bens do património histórico, artístico e cultural

Esta conta, específica das ESNL, é uma conta do ativo não corrente, onde se incluem todos os
bens do domínio privado que cumpram as condições exigidas por lei para a classificação dos
bens como património histórico, de interesse artístico, histórico, arqueológico, etnográfico,
científico ou técnico, assim como o património documental e bibliográfico, arquivos (conjuntos
orgânicos de documentos reunidos pelas pessoas jurídicas, públicas ou privadas, no exercício
das suas atividades, ao serviço da sua utilização para a investigação, a cultura, a informação e
a gestão administrativa) bibliotecas, museus (conjuntos ou coleções de valor histórico, artístico,
científico e técnico ou de qualquer outra natureza cultural).

436 - Equipamentos biológicos

Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e que não se enquadrem ou a que não seja aplicável a NCRF
17 - Agricultura.

442 - Projetos de desenvolvimento

Serão registados nesta conta os dispêndios que, nos termos do normativo aplicável, reúnam as
condições para se qualificarem como ativos intangíveis.

455 - Adiantamentos por conta de investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja
previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a conta
2711 - Fornecedores de investimentos - contas gerais.

46 - Ativos não correntes detidos para venda

Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 - Ativos não correntes detidos
para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos associados a ativos não
correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser identificados para
efeitos de apresentação.

Apontamento – FAQ’S sobre o SNC - Pergunta 28 (FCT e FGCT)


Como deve ser efetuado o tratamento a nível do reconhecimento, mensuração e registo
contabilístico das contribuições para o fundo de compensação do trabalho (FCT) e para o fundo
de garantia de compensação do trabalho (FGCT), cujos regimes jurídicos foram estabelecidos pela
Lei n.º 70/2013, de 30 de agosto?

A CNC entende que relativamente às entidades que apliquem o regime geral


consignado no SNC:

1. As entregas mensais para o FCT, efetuadas pela entidade empregadora, devem ser
reconhecidas como um ativo financeiro dessa entidade, mensurado pelo justo valor,
com as respetivas variações reconhecidas em resultados, considerando-se que o valor
das unidades de participação divulgado pela entidade gestora do fundo poderá ser um
referencial prático para o efeito.

167
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. O registo contabilístico do ativo financeiro referido em 1. será feito numa subconta


adequada da conta 415 – Outros investimentos financeiros.

3. As variações de justo valor devem ser registadas na conta 772 – Ganhos por aumentos
de justo valor em investimentos financeiros ou na conta 662 – Perdas por reduções de
justo valor em investimentos financeiros.

4. Haverá lugar ao reconhecimento de impostos diferidos, uma vez que a quantia da


eventual valorização gerada pelas aplicações financeiras dos valores do FCT será
considerada rendimento para efeitos tributários no momento do reembolso à entidade
empregadora.

5. As entregas mensais para o FGCT, efetuadas pela entidade empregadora, devem ser
reconhecidas como gasto do período a que respeitam, utilizando-se, para o efeito, uma
subconta apropriada da conta 635 – Gastos com o pessoal - Encargos sobre
remunerações, com o título Fundo de garantia de compensação do trabalho.

Relativamente às entidades que apliquem a norma das pequenas entidades ou das


microentidades previstas no SNC:

6. As entregas mensais para o FCT, efetuadas pela entidade empregadora, devem ser
reconhecidas como um ativo financeiro dessa entidade, mensurado ao custo.

7. O registo contabilístico do ativo financeiro referido em 6. será feito na conta 41 –


Investimentos financeiros.

8. A eventual valorização gerada pelas aplicações financeiras dos valores do FCT será
reconhecida como rendimento na data em que ocorrer o reembolso à entidade
empregadora.

9. As entregas mensais para o FGCT seguem o referido no ponto 5.

O ajustamento anual deve ser calculado sem inclusão das contribuições de dezembro e
com base no saldo das unidades de participação (UP) indicadas na área reservada da
entidade. O Valor unitário das UP pode ser consultado no folheto informativo
disponível do site do fundo de compensação.

168
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.3.2.5 Classe 5 - Capital, Reservas e Resultados Transitados/Fundos Patrimoniais


Esta conta, específica das ESNL, inclui o fundo (dotação) inicial e os excedentes
destinados a aumentar o mesmo. Esta conta é creditada por contrapartida de:
(i) dinheiro e depósitos; (ii) bens, tais como imóveis, coleções e obras de arte; e
(iii) ativos intangíveis.

Esta conta movimenta-se a débito se ocorrer a extinção da ESNL.

Código de Contas Portaria de Origem


5 FUNDOS PATRIMONIAIS
51 Fundos Portaria 106/2011
52 Excedentes técnicos Portaria 106/2011
53 Outros instrumentos de capital próprio Portaria 218/2015

55 Reservas Portaria 218/2015
551 Reservas legais Portaria 218/2015
552 Outras reservas Portaria 218/2015

56 Resultados transitados Portaria 218/2015
57 Ajustamentos em ativos financeiros Portaria 218/2015
571 Relacionados com o método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015
5711 Ajustamentos de transição Portaria 218/2015
5712 Lucros não atribuídos Portaria 218/2015
5713 Decorrentes de outras variações nos capitais próprios das participadas Portaria 218/2015

579 Outros Portaria 218/2015
58 Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis Portaria 218/2015
581 Reavaliações decorrentes de diplomas legais Portaria 218/2015
5811 Antes de imposto sobre o rendimento Portaria 218/2015
5812 Impostos diferidos Portaria 218/2015
589 Outros excedentes Portaria 218/2015
5891 Antes de imposto sobre o rendimento Portaria 218/2015
5892 Impostos diferidos Portaria 218/2015
59 Outras variações nos fundos patrimoniais Portaria 106/2011
591 Diferenças de conversão de demonstrações financeiras Portaria 218/2015
592 Ajustamentos por impostos diferidos Portaria 218/2015
593 Subsídios Portaria 218/2015
5931 Subsídios atribuídos Portaria 218/2015
5932 Ajustamentos em subsídios Portaria 218/2015
594 Doações Portaria 218/2015

169
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS


599 Outras Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
51 - Fundos

52 - Excedentes técnicos

Esta conta, específica das ESNL, é utilizada pelas mutualidades para registar relativamente a
cada modalidade complementar de segurança social subscrita pelos associados das mutualistas
o excesso de cobertura dos fundos permanentes constituídos para lhes fazer face, relativamente
ao valor dos encargos com modalidades associativas efetuadas por técnicos atuariais e
registados na conta 298 - Provisões específicas do setor. Esta conta será debitada por
contrapartida da conta 2685 - Beneficiários das mutualistas - Melhorias de benefícios.

53 - Outros instrumentos de capital próprio

Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer outros
instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na definição de
passivo financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as suas componentes)
se identifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se rubrica apropriada das contas 25 -
Financiamentos obtidos ou 26 Fundadores/patrocinadores/doadores/associados/membros.

57 - Ajustamentos em ativos financeiros

Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da


equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.

5711 - Ajustamentos em ativos financeiros - Relacionados com o método da equivalência


patrimonial - Ajustamentos de transição. Esta conta regista os saldos dos ajustamentos de
transição aquando da primeira aplicação do SNC.

5712 - Ajustamentos em ativos financeiros - Relacionados com o método da equivalência


patrimonial - Lucros não atribuídos

Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e os lucros
que lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a conta 56 -
Resultados transitados.

5713 - Ajustamentos em ativos financeiros - Relacionados com o método da equivalência


patrimonial - Decorrentes de outras variações nos capitais próprios

Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis à participante
na variação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a resultados.

58 - Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis

Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos ativos fixos tangíveis e intangíveis
e é debitada por contrapartida da conta 56 - Resultados transitados, em função da realização da
revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, abate ou venda do bem.

As diminuições de um ativo por revalorização serão debitadas na conta em epígrafe até ao


montante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o saldo existente será
considerada gasto do período (subconta apropriada da conta 65), conforme NCRF 6 e 7. Se a

170
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

revalorização do bem originar a reversão de uma perda reconhecida em períodos anteriores,


essa reversão será levada aos rendimentos do período (subcontas da conta 762).

Relativamente às revalorizações, após o registo na conta 5811/5891 do valor do aumento do


imobilizado líquido, a conta 5812/5892 será debitada por contrapartida da conta 2742 - Passivos
por impostos diferidos pelo montante do imposto correspondente à fração do excedente de
reavaliação não relevante para a tributação. Aquando da realização do excedente de
revalorização, a subconta 5812/5892 será creditada pela correspondente fração do imposto
sobre o rendimento, por contrapartida da conta 56 - Resultados transitados. Simultaneamente,
a conta 2742 - Passivos por impostos diferidos será debitada aquando do reconhecimento do
respetivo imposto a pagar na conta 241 - Imposto sobre o rendimento. Para efeitos de
apresentação em balanço, a quantia (saldo devedor) da conta 5812/5892, será abatida ao saldo
da conta 5811/5891.

59 - Outras variações nos fundos patrimoniais

Esta conta, específica das ESNL, regista os subsídios de fundadores/associados/membros e do


Estado, bem como os donativos que estejam associados com ativos fixos tangíveis ou
intangíveis. As subcontas 593 - Subsídios e 594 - Doações incluem os subsídios e doações
associados com ativos fixos tangíveis e intangíveis que deverão ser transferidos numa base
sistemática para a conta 7883 - Imputação de subsídios/doações para investimentos, à medida
que forem contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitam.

591 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras

Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional


estrangeira (nos termos da NCRF 23 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio).

593 - Subsídios

Inclui os subsídios associados a ativos, que deverão ser transferidos, numa base sistemática,
para a conta 7883 - Imputação de subsídios para investimentos, à medida em que forem
contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.

Aquando do seu registo inicial, o subsídio prefigura um aumento nos benefícios económicos
durante o período contabilístico que resulta em aumento do capital próprio. Porém, e uma vez
que os subsídios estão sujeitos a tributação, o aumento do capital próprio apenas se circunscreve
à quantia do subsídio (a registar a crédito da conta 5931 - Subsídios atribuídos, por débito de
meios financeiros líquidos ou de uma subconta da conta 278 - Outros devedores e credores),
deduzida da quantia do imposto que lhe está associado (a registar a débito da conta 5932 -
Ajustamentos em subsídios, por crédito de uma subconta da conta 278 - Outros devedores e
credores).

Em cada um dos períodos subsequentes em que o subsídio é reconhecido como rendimento na


demonstrações dos resultados, é também reconhecido o correspondente imposto, sendo, então,
debitada a conta 5931 - Subsídios atribuídos por crédito da conta 7883 - Imputação de subsídios
para investimentos e creditada a conta 5932 - Ajustamentos em subsídios por débito da subconta
da conta 278 - Outros devedores e credores.

3.3.2.6 Classe 6 - Gastos


Esta classe inclui os gastos respeitantes ao período.

Código de Contas Portaria de Origem

171
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

6 GASTOS
61 Custo dos inventários vendidos e das matérias consumidas Portaria 218/2015
611 Mercadorias Portaria 218/2015
612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Portaria 218/2015
613 Ativos biológicos (compras) Portaria 218/2015
614 Materiais de consumo Portaria 106/2011
6141 Material desportivo Portaria 106/2011
6142 Medicamentos e artigos de saúde Portaria 106/2011
6143 Material de representação e propaganda Portaria 106/2011
6144 … Portaria 106/2011
62 Fornecimentos e serviços externos Portaria 218/2015
621 Subcontratos Portaria 218/2015
622 Serviços especializados Portaria 218/2015
6221 Trabalhos especializados Portaria 218/2015
6222 Publicidade e propaganda Portaria 218/2015
6223 Vigilância e segurança Portaria 218/2015
6224 Honorários Portaria 218/2015
6225 Comissões Portaria 218/2015
6226 Conservação e reparação Portaria 218/2015

6228 Outros Portaria 218/2015
623 Materiais Portaria 218/2015
6231 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido Portaria 218/2015
6232 Livros e documentação técnica Portaria 218/2015
6233 Material de escritório Portaria 218/2015
6234 Artigos para oferta Portaria 218/2015

6238 Outros Portaria 218/2015
624 Energia e fluidos Portaria 218/2015
6241 Eletricidade Portaria 218/2015
6242 Combustíveis Portaria 218/2015
6243 Água Portaria 218/2015

6248 Outros Portaria 218/2015
625 Deslocações, estadas e transportes Portaria 218/2015
6251 Deslocações e estadas Portaria 218/2015
6252 Transportes de pessoal Portaria 218/2015
6253 Transportes de mercadorias Portaria 218/2015

6258 Outros Portaria 218/2015
626 Serviços diversos Portaria 218/2015
6261 Rendas e alugueres Portaria 218/2015
6262 Comunicação Portaria 218/2015
6263 Seguros Portaria 218/2015
6264 Royalties Portaria 218/2015
6265 Contencioso e notariado Portaria 218/2015
6266 Despesas de representação Portaria 218/2015
6267 Limpeza, higiene e conforto Portaria 218/2015
6268 Outros serviços Portaria 218/2015
63 Gastos com o pessoal Portaria 218/2015
631 Remunerações dos órgãos sociais Portaria 218/2015
632 Remunerações do pessoal Portaria 218/2015

172
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

633 Benefícios pós -emprego Portaria 218/2015


6331 Prémios para pensões Portaria 218/2015
6332 Outros benefícios Portaria 218/2015
634 Indemnizações Portaria 218/2015
635 Encargos sobre remunerações Portaria 218/2015
636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças profissionais Portaria 218/2015
637 Gastos de ação social Portaria 218/2015
638 Outros gastos com o pessoal Portaria 218/2015
64 Gastos de depreciação e de amortização Portaria 218/2015
641 Propriedades de investimento Portaria 218/2015
642 Ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
643 Ativos intangíveis. Portaria 218/2015
65 Perdas por imparidade
651 Em dívidas a receber Portaria 218/2015
6511 Clientes Portaria 218/2015
6512 Outros devedores Portaria 218/2015
652 Em inventários Portaria 218/2015
653 Em investimentos financeiros Portaria 218/2015
654 Em propriedades de investimento Portaria 218/2015
655 Em ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
656 Em ativos intangíveis Portaria 218/2015
657 Em investimentos em curso Portaria 218/2015
658 Em ativos não correntes detidos para venda Portaria 218/2015
66 Perdas por reduções de justo valor Portaria 218/2015
661 Em instrumentos financeiros Portaria 218/2015
662 Em investimentos financeiros Portaria 218/2015
663 Em propriedades de investimento Portaria 218/2015
664 Em ativos biológicos Portaria 218/2015
67 Provisões do período Portaria 218/2015
671 Impostos Portaria 218/2015
672 Garantias a clientes Portaria 218/2015
673 Processos judiciais em curso Portaria 218/2015
674 Acidentes no trabalho e doenças profissionais Portaria 218/2015
675 Matérias ambientais Portaria 218/2015
676 Contratos onerosos Portaria 218/2015
677 Reestruturação Portaria 218/2015
678 Provisões específicas do sector Portaria 106/2011
679 Outras provisões Portaria 106/2011
68 Outros gastos Portaria 218/2015
681 Impostos Portaria 218/2015
6811 Portaria 218/2015
6812 Impostos indiretos: Portaria 218/2015
6813 Taxas Portaria 218/2015
682 Descontos de pronto pagamento concedidos Portaria 218/2015
683 Dívidas incobráveis Portaria 218/2015
684 Perdas em inventários Portaria 218/2015
6841 Sinistros Portaria 218/2015
6842 Quebras Portaria 218/2015
……
6848 Outras perdas Portaria 218/2015
685 Gastos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Portaria 218/2015
6851 Cobertura de prejuízos Portaria 218/2015

173
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

6852 Aplicação do método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015


6853 Alienações Portaria 218/2015

6858 Outros gastos Portaria 218/2015
686 Gastos nos restantes investimentos financeiros Portaria 218/2015
6861 Cobertura de prejuízos Portaria 218/2015
6862 Alienações Portaria 218/2015
6863 Diferenças de câmbio desfavoráveis Portaria 218/2015
……
6868 Outros gastos Portaria 218/2015
687 Gastos em investimentos não financeiros Portaria 218/2015
6871 Alienações Portaria 218/2015
6872 Sinistros Portaria 218/2015
6873 Abates Portaria 218/2015
6874 Gastos em propriedades de investimento Portaria 218/2015

6878 Outras gastos Portaria 218/2015
688 Outros Portaria 218/2015
6881 Correções relativas a períodos anteriores Portaria 218/2015
6882 Donativos Portaria 218/2015
6883 Quotizações Portaria 218/2015
6884 Ofertas e amostras de inventários Portaria 218/2015
6885 Insuficiência da estimativa para impostos Portaria 218/2015
6886 Perdas em instrumentos financeiros Portaria 218/2015
6887 Diferenças de câmbio desfavoráveis Portaria 218/2015
6888 Outros não especificados Portaria 218/2015
689 Gastos com apoios financeiros concedidos a associados ou utentes Portaria 106/2011
6891 Subsídios, donativos, bolsas de estudo Portaria 106/2011
6892 Prestações a associados das mutualidades Portaria 106/2011
6893 Capitais vencidos — associados das mutualidades Portaria 106/2011
6894 Prestações dos regimes profissionais complementares Portaria 106/2011
6895 Rendas vitalícias — associados das mutualidades Portaria 106/2011
6896 Prestações pecuniárias de cuidados de saúde Portaria 106/2011
… Portaria 106/2011
6898 Outros gastos inerentes a associados Portaria 106/2011
69 Gastos de financiamento Portaria 218/2015
691 Juros suportados Portaria 218/2015
6911 Juros de financiamentos obtidos Portaria 218/2015
…… Portaria 218/2015
6918 Outros juros Portaria 218/2015
692 Diferenças de câmbio desfavoráveis Portaria 218/2015
6921 Relativas a financiamentos obtidos Portaria 218/2015
… Portaria 218/2015
6928 Outras Portaria 218/2015
…… Portaria 218/2015
698 Outros gastos de financiamento Portaria 218/2015
6981 Relativos a financiamentos obtidos Portaria 218/2015
…… Portaria 218/2015
6988 Outros Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento

174
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

613 - Ativos biológicos (compras)

Recolhe as aquisições de ativos biológicos consumíveis efetuadas durante o ano, transferidas da


conta 313 - Ativos biológicos.

6331 - Prémios para pensões

Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim de que
estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao pessoal.

67 - Provisões do período

Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza esteja
claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas
quanto ao seu valor ou data de ocorrência.

678 - Provisões específicas do setor

Esta é uma conta específica das ESNL. No caso das entidades do setor mutualista esta conta
movimenta-se em contrapartida da conta 298 - Provisões específicas do setor, de acordo com o
resultado dos estudos atuariais mandados efetuar pela entidade. Foi criada a conta 689 - Gastos
com apoios financeiros concedidos a associados/utentes para registar os subsídios, donativos,
bolsas de estudo, prestações associadas a modalidades complementares de segurança social
subscritas por associados das mutualidades.

683 - Dívidas incobráveis

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cuja


incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em
situação de imparidade.

684 - Perdas em inventários

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se


verificarem no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em situação de
imparidade.

6852 - Gastos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos - Aplicação do método


da equivalência patrimonial

Esta conta regista os gastos relativos às participações de capital, derivados da aplicação do


método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os resultados
dessas entidades.

686 - Gastos nos restantes investimentos financeiros

Respeita aos gastos relacionados com os investimentos financeiros contabilizados nas contas
414 e 415.

6863 - Diferenças de câmbio desfavoráveis

Respeita às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas à atividade de investimento.

6887 - Diferenças de câmbio desfavoráveis

Respeita às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas à atividade operacional.

689 - Gastos com apoios financeiros concedidos a associados ou utentes

175
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Esta conta, a utilizar pelas ESNL, destina-se a registar os subsídios, donativos, bolsas de estudo
e prestações associadas a modalidades complementares de segurança social subscritas por
associados das mutualidades.

3.3.2.7 Classe 7 - Rendimentos


Inclui os rendimentos respeitantes ao período.

Código de Contas Portaria de Origem


7 RENDIMENTOS
71 Vendas Portaria 218/2015
711 Mercadorias Portaria 218/2015
712 Produtos acabados e intermédios Portaria 218/2015
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos Portaria 218/2015
714 Ativos biológicos Portaria 218/2015
715 Materiais de consumo Portaria 106/2011
7151 Material desportivo Portaria 106/2011
7152 Medicamentos e artigos de saúde Portaria 106/2011
7153 Material de representação e propaganda Portaria 106/2011

716 IVA das vendas com imposto incluído Portaria 218/2015
717 Devoluções de vendas Portaria 218/2015
718 Descontos e abatimentos em vendas Portaria 218/2015
72 Prestações de serviços Portaria 218/2015
721 Quotas dos utilizadores Portaria 106/2011
722 Quotizações e joias Portaria 106/2011
723 Promoções para captação de recursos Portaria 106/2011
724 Rendimentos de patrocinadores e colaborações Portaria 106/2011

725 Serviços secundários Portaria 218/2015
726 IVA dos serviços com imposto incluído Portaria 218/2015

728 Descontos e abatimentos Portaria 218/2015
73 Variações nos inventários da produção Portaria 218/2015
731 Produtos acabados e intermédios Portaria 218/2015
732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos Portaria 218/2015
733 Produtos e trabalhos em curso Portaria 218/2015
734 Ativos biológicos Portaria 218/2015
74 Trabalhos para a própria entidade Portaria 218/2015
741 Ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
742 Ativos intangíveis Portaria 218/2015
743 Propriedades de investimento Portaria 218/2015
75 Subsídios, doações e legados à exploração Portaria 106/2011
751 Subsídios das entidades públicas Portaria 106/2011
752 Subsídios de outras entidades Portaria 106/2011
753 Doações e heranças Portaria 106/2011
754 Legados Portaria 106/2011

76 Reversões Portaria 218/2015
761 De depreciações e de amortizações Portaria 218/2015
7611 Propriedades de investimento Portaria 218/2015
7612 Ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
7613 Ativos intangíveis Portaria 218/2015

176
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

762 De perdas por imparidade Portaria 218/2015


7621 Em dívidas a receber Portaria 218/2015
76211 Clientes Portaria 218/2015
76212 Outros devedores Portaria 218/2015
7622 Em inventários Portaria 218/2015
7623 Em investimentos financeiros Portaria 218/2015
7624 Em propriedades de investimento Portaria 218/2015
7625 Em ativos fixos tangíveis Portaria 218/2015
7626 Em ativos intangíveis Portaria 218/2015
7627 Em investimentos em curso Portaria 218/2015
7628 Em ativos não correntes detidos para venda Portaria 218/2015
763 De provisões Portaria 218/2015
7631 Impostos Portaria 218/2015
7632 Garantias a clientes Portaria 218/2015
7633 Processos judiciais em curso Portaria 218/2015
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais Portaria 218/2015
7635 Matérias ambientais Portaria 218/2015
7636 Contratos onerosos Portaria 218/2015
7637 Reestruturação Portaria 218/2015
7638 Específicas Portaria 106/2011
7639 Outras provisões Portaria 106/2011
77 Ganhos por aumentos de justo valor Portaria 218/2015
771 Em instrumentos financeiros Portaria 218/2015
772 Em investimentos financeiros Portaria 218/2015
773 Em propriedades de investimento Portaria 218/2015
774 Em ativos biológicos Portaria 218/2015
78 Outros rendimentos Portaria 218/2015
781 Rendimentos suplementares Portaria 218/2015
7811 Serviços sociais Portaria 218/2015
7812 Aluguer de equipamento Portaria 218/2015
7813 Estudos, projetos e assistência tecnológica Portaria 218/2015
7814 Royalties Portaria 218/2015
7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas Portaria 218/2015
7816 Outros rendimentos suplementares Portaria 218/2015
782 Descontos de pronto pagamento obtidos Portaria 218/2015
783 Recuperação de dívidas a receber Portaria 218/2015
784 Ganhos em inventários Portaria 218/2015
7841 Sinistros Portaria 218/2015
7842 Sobras Portaria 218/2015

7848 Outros ganhos Portaria 218/2015
785 Rendimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos Portaria 218/2015
conjuntos
7851 Aplicação do método da equivalência patrimonial Portaria 218/2015
7852 Alienações Portaria 218/2015

7858 Outros rendimentos Portaria 218/2015
786 Rendimentos nos restantes ativos financeiros Portaria 218/2015
7861 Diferenças de câmbio favoráveis Portaria 218/2015
7862 Alienações Portaria 218/2015

7868 Outros rendimentos Portaria 218/2015
787 Rendimentos em investimentos não financeiros Portaria 218/2015

177
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7871 Alienações Portaria 218/2015


7872 Sinistros Portaria 218/2015
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades Portaria 218/2015

7878 Outros rendimentos Portaria 218/2015
788 Outros Portaria 218/2015
7881 Correções relativas a períodos anteriores Portaria 218/2015
7882 Excesso da estimativa para impostos Portaria 218/2015
7883 Imputação de subsídios para investimentos Portaria 218/2015
7884 Ganhos em outros instrumentos financeiros Portaria 218/2015
7885 Restituição de impostos Portaria 218/2015

7887 Diferenças de câmbio favoráveis Portaria 218/2015
7888 Outros não especificados Portaria 218/2015
79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares Portaria 218/2015
791 Juros obtidos Portaria 218/2015
7911 De depósitos Portaria 218/2015
7912 De outras aplicações de meios financeiros líquidos Portaria 218/2015
7913 De financiamentos concedidos a associadas e empreendimentos Portaria 218/2015
conjuntos
7914 De financiamentos concedidos a subsidiárias Portaria 218/2015
7915 De financiamentos obtidos Portaria 218/2015

7918 De outros financiamentos concedidos Portaria 218/2015
792 Dividendos obtidos Portaria 218/2015
7921 De aplicações de meios financeiros líquidos Portaria 218/2015
7922 De associadas e empreendimentos conjuntos Portaria 218/2015
7923 De subsidiárias Portaria 218/2015

7928 Outras Portaria 218/2015
793 Diferenças de câmbio favoráveis Portaria 218/2015

798 Outros rendimentos similares Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
71 - Vendas

As vendas devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em que
nela estejam incluídos.

72 - Prestações de serviços

Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos objetivos ou
finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de estes não
serem faturados separadamente.

No caso das ESNL, são registadas nesta conta as quotas dos utilizadores, as quotizações e joias
dos associados, as promoções e os patrocínios, de acordo com as respetivas subcontas. A
subconta 722 - Quotizações e joias pode ser utilizada pelas associações mutualistas para registar
os rendimentos resultantes da subscrição pelos associados de qualquer das modalidades de
benefícios postos à sua disposição.

178
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

75 - Subsídios à exploração

Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido na NCRF
22 - Subsídios e outros Apoios das Entidades Públicas ou noutro normativo aplicável.

75 - Subsídios, doações e legados à exploração

Esta é uma conta específica das ESNL. Registam-se nesta conta os subsídios das entidades
públicas e os subsídios, doações e legados dos instituidores/fundadores da entidade destinados
à exploração.

7851 - Rendimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos - Aplicação do


método da equivalência patrimonial

Esta conta regista os rendimentos relativos às participações de capital derivados da aplicação


do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os resultados
dessas entidades.

7887 - Diferenças de câmbio favoráveis

Respeita às diferenças de câmbio favoráveis associadas à atividade operacional.

793 - Diferenças de câmbio favoráveis

Respeita às diferenças de câmbio favoráveis associadas à atividade de financiamento.

3.3.2.8 Classe 8 - Resultados


Esta classe destina-se a apurar o resultado líquido do período, podendo ser
utilizada para auxiliar à determinação do resultado integral, tal como consta na
Demonstração das Alterações no Capital Próprio.

Nas ESNL poderá ser conveniente obter um desdobramento do resultado


líquido do período por projetos, por valências, por atividades, etc.

Código de Contas Portaria de Origem


8 RESULTADOS
81 Resultado líquido do período Portaria 218/2015
811 Resultado antes de impostos * Portaria 218/2015
812 Imposto sobre o rendimento do período Portaria 218/2015
8121 Imposto estimado para o período * Portaria 218/2015
8122 Imposto diferido Portaria 218/2015
… Portaria 218/2015
818 Resultado líquido Portaria 218/2015

Notas de Enquadramento
811 - Resultado antes de impostos

Destina-se a concentrar, no fim do período, os gastos e rendimentos registados, respetivamente,


nas contas das classes 6 e 7.

8121 - Imposto estimado para o período

179
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os resultados
corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 - Estado e outros entes públicos -
Imposto sobre o rendimento.

3.3.2.9 Classe “9” – Plano de Contas Analítico


A classe “9”, que é uma classe livre, pode ser utilizada para proceder ao
apuramento de resultados setorizados para que a ESNL obtenha a informação
interna necessária à gestão dos fundos colocados à sua disposição.

Para as IPSS a contabilidade de custos é obrigatória, devendo utilizar uma


contabilidade analítica (ou com a evolução mais recente dos programas de
contabilidade) uma classificação dos gastos e rendimentos por centros de custo.

Considerando o disposto no já revogado Plano de Contas das Instituições


Particulares de Solidariedade Social (Decreto-Lei n.º 78/89 de 3 de março) a
classe “9” apresentava a seguinte estrutura:

Código de Contas PCIPSS


96 Custos das valências e de outras atividades
961 Infância e juventude
Creches
Creches familiares
Jardins de infância
Creches e jardins de infância
Centros de atividades de tempos livres
Lares e internatos para crianças e jovens
...........................
Estabelecimentos para crianças e jovens com deficiências
Visual
Auditiva
Mental
Motora
Autista
Paralisia cerebral
...........................
Apoio domiciliário
Zonas de ar livre e recreio
962 Família e comunidade
Lares
Albergues noturnos
Colónias de férias
Refeitórios
Serviços de acolhimento
Apoio domiciliário
...........................
963 Invalidez e reabilitação
Centros de reabilitação de cegos

180
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Centros de apoio pelo trabalho


Centros de apoio ocupacional
Lares
Apoio domiciliário
...........................
964 Terceira idade
Lares
Centros de dia
Centros de convívio
Apoio domiciliário
Recolhimentos
Residências para pessoas idosas
Colónias de férias
...........................
965 ...........................
966 Outras atividades
Farmácia
Cantina
Bar
Bingo
...........................
967 ...........................
968 Custos comuns
969 ...........................
97 Proveitos das valências e de outras atividades
971 Infância e juventude
Creches
Creches familiares
Jardins de infância
Creches e jardins de infância
Lares e internatos para crianças e jovens
...........................
Estabelecimentos para crianças e jovens com deficiência
Visual
Auditiva
Mental
Motora
Autista
Paralisia cerebral
...........................
Apoio domiciliário
Zonas de ar livre e recreio
972 Família e comunidade
Lares
Albergues noturnos
Colónias de férias
Refeitórios
Serviços de acolhimento
Apoio domiciliário
973 Invalidez e reabilitação
Centros de reabilitação de cegos
Centros de apoio pelo trabalho

181
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Centros de apoio ocupacional


Lares
Apoio domiciliário
...........................
974 Terceira idade
Lares
Centros de dia
Centros de convívio
Apoio domiciliário
Recolhimentos
Residência para pessoas idosas
Colónia de férias
...........................

975 ...........................
976 Atividades de exploração
Farmácia
Cantina
Bar
Bingo
...........................
977 ...........................
978 Proveitos comuns
979 ...........................
99 Resultados da Contabilidade Analítica
991 Infância e juventude
Creches
Creches familiares
Jardins de infância
Creches e jardins de infância
Centros de atividades de tempos livres
Lares e internatos para crianças e jovens
...........................
Estabelecimentos para crianças e jovens com deficiência
Visual
Auditiva
Mental
Motora
Autista
Paralisia cerebral
...........................
Apoio domiciliário
Zonas de ar livre e recreio
992 Família e comunidade
Lares
Albergues noturnos
Colónias de férias
Refeitórios
Serviços de acolhimento
Apoio domiciliário
...........................
993 Invalidez e reabilitação

182
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Centros de reabilitação de cegos


Centros de apoio pelo trabalho
Centros de apoio ocupacional
Lares
Apoio domiciliário
...........................
994 Terceira idade
Lares
Centros de dia
Centros de convívio
Apoio domiciliário
...........................
Recolhimentos
Residências para pessoas idosas
Colónias de férias
...........................
995 ...........................
996 Outras atividades
Farmácia
Cantina
Bar
Bingo
...........................
997 ...........................
998 ...........................
999 ...........................

O Decreto-Lei n.º 295/95, de 17 de novembro que aprovou o Plano de Contas


das Associações Mutualistas, já revogado, também dispunha de uma proposta
de plano de contas de analítica, utilizando neste caso a classe “0” ao invés da
classe “9”.

Código de Contas PCAM


Classe 0 - Fundos autónomos
01 - Fundos autónomos dos regimes profissionais
complementares:
0101 - Fundo autónomo (identificação do fundo):
01011 - Valores representativos do fundo:
010111 - Disponibilidades imediatas e aplicações de tesouraria de
curto prazo:
0101111 - Depósitos bancários e caixa.
0101112 - Títulos negociáveis.
010112 - Investimentos financeiros:
0101121 - Ações.
0101122 - Obrigações de entidades privadas.
0101123 - Títulos de participação.
0101124 - Títulos da dívida pública.
0101125 - Certificados de participação em fundos de investimento.
0101126 - Investimentos em imóveis.
0101128 - Depósitos bancários.
0101129 - Outros investimentos financeiros.

183
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

01012 - Devedores e credores gerais:


010121 - Associação mutualista.
010122 - Outros devedores e credores.
01013 - Pensões a pagar (já vencidas).
01014 - Flutuação de valores:
010141 - Imóveis.
010142 - Títulos.
01015 - Provisão matemática.
01018 - Reservas.
0102 - Fundo autónomo (identificação do fundo).
... - ...
05 - Gestão dos fundos autónomos dos regimes profissionais complementares:
0501 - Fundo autónomo (identificação do fundo):
05011 - Proveitos:
050111 - Contribuições dos associados e participantes.
050112 - Rendimentos:
0501121 - Juros obtidos:
05011211 - Depósitos bancários.
05011212 - Obrigações.
05011213 - Empréstimos correntes.
05011218 - Outros juros.
0501122 - Rendimentos de títulos de participação.
0501123 - Rendimentos de imóveis.
0501124 - Rendimentos de participações de capital.
050113 - Alienação ou reembolso de valores representativos do
fundo.
050114 - Redução da provisão matemática.
050119 - Outros proveitos.
05012 - Custos:
050121 - Comissão de gestão.
050122 - Prémios de seguro.
050123 - Impostos.
050124 - Pensões vencidas.
050125 - Custos dos valores representativos do fundo, alienados ou reembolsados.
050126 - Aumento da provisão matemática.
050129 - Outros custos.
05019 - Resultado líquido.
0502 - Fundo autónomo (identificação do fundo).
06 - ...
... - ...

Por fim o Decreto-Lei n.º 74/98, de 27 de março que aprova o Plano de Contas
para Federações Desportivas, Associações e Agrupamentos de Clubes, também
já revogado, dispunha do seguinte plano de contas para a classe 9.

184
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Código de Contas POCFAAC


91 - Contas refletidas:
91.1 - Existências refletidas.
91.2 - Compras refletidas.
91.3 - Fornecimento e serviços de terceiros refletidos.
91.4 - Despesas com o pessoal refletidas.
91.5 - Outros custos por natureza refletidos.
91.6 - Outros custos refletidos.
91.7 - Proveitos por natureza refletidos.
91.8 -
91.9 - Outros proveitos refletidos.
92 - Reclassificação de custos:
92.1 -
92.2 -
92.3 -
92.4 -
92.5 -
93 - Existências:
93.1 - Mercadorias, materiais subsidiários e de consumo.
93.2 - Produtos e trabalhos acabados e semiacabados.

93.9 -
94 - Centros de custos:
94.1 - Serviços auxiliares:
94.1.1 - Secção A.
94.1.2 - Secção B.
94.1.3 -
94.2 - Serviços de estrutura:
94.2.1 - Secção A.
94.2.2 - Secção B.
94.2.3 -
94.3 - Serviço de organização de competições e provas.
94.4 - Coordenação das seleções.
94.5 - Coordenação e planeamento do projeto olímpico.
94.6 - Organização de quadros competitivos internacionais.
94.7 - Organização de outros quadros competitivos.
94.8 - Organização de outros eventos desportivos.

94.19 - Organização de outros eventos.
95 - Custos das atividades produtivas e produtos:
95.1 - Planeamento e organização:
95.1.1 - Produto A.
95.1.2 - Produto B.
95.1.9 - Outros.
96 - Custos e proveitos não incorporados:
96.1 - Custos não incorporados.
96.2 -
96.3 - Proveitos não incorporados.
96.4 -
96.9 - Outros.
97 - Periodização de custos e proveitos:
97.1 - Periodização de custos.

185
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

97.2 -
97.3 -
97.4 -
97.2 - Periodização de proveitos.

97.79 - Outros.
98 - Custos e proveitos a repartir:
98.1 - Custos a repartir.
98.2 - Proveitos a repartir.

99 - Resultados analíticos:

99.1.1 - Produto A.
99.1.2 - Produto B.
99.1.3 -
99.1.4 -
99.1.5 - Resultados não imputáveis aos produtos.
99.2 - Custo das vendas e prestação de serviços (organização e
planeamento):
99.2.1 - Produto A.
99.2.2 - Produto B.
99.3 - Custos não incorporados:
99.3.1 - Produto A.
99.3.2 - Produto B.
99.4 - Custos de distribuição:
99.4.1 - Produto A.
99.4.2 - Produto B.

99.4.49 - Comuns.
99.5 - Custos administrativos:
99.5.1 - Produto A.
99.5.2 - Produto B.

99.5.49 - Comuns.

99.6 - Custos financeiros:
99.6.1 - Produto A.
99.6.2 - Produto B.

99.6.49 - Comuns.
99.7 - Outros custos.
99.8 - Outros proveitos.

3.4 Modelos das Demonstrações Financeiras

3.4.1 Estrutura e conteúdo das demonstrações


As demonstrações financeiras devem ser claramente identificadas e
distinguidas de outra informação publicada (§4.1 a §4.2 NCRF-ESNL).

186
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Cada componente das demonstrações financeiras deve ser identificado


claramente. A informação deve ser mostrada de forma clara e repetida e para a
correta compreensão deve conter:

• O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e


qualquer alteração nessa informação desde a data do balanço
anterior;
• A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações
financeiras, conforme o que for apropriado para esse componente das
demonstrações financeiras;
• A moeda de apresentação; e
• O nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas
demonstrações financeiras.

3.4.2 Período de Relato


As demonstrações financeiras devem ser apresentadas pelo menos anualmente
(§4.3 NCRF-ESNL). Quando se altera a data do balanço de uma entidade e as
demonstrações financeiras anuais sejam apresentadas para um período mais
longo ou mais curto do que um ano, uma entidade deve divulgar:

• O período abrangido pelas demonstrações financeiras;


• A razão para usar um período mais longo ou mais curto; e
• A menção a uma eventual não comparabilidade das quantias
comparativas.

3.4.3 Responsabilidade pela preparação das Demonstrações Financeiras


O órgão de gestão duma entidade tem a responsabilidade pela preparação e
apresentação das suas demonstrações financeiras. As demonstrações
financeiras publicadas são baseadas na informação usada pelo órgão de gestão
acerca da posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira da
entidade (§11 EC-SNC).

São atribuídas aos Contabilistas Certificados (n.º 1 do artigo 6º do EOCC) as


seguintes funções:

• Planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade das


entidades que possuam, ou que devam possuir, contabilidade
regularmente organizada segundo os planos de contas oficialmente
aplicáveis ou o sistema de normalização contabilística, conforme o
caso, respeitando as normas legais, os princípios contabilísticos
vigentes e as orientações das entidades com competências em matéria
de normalização contabilística;
• Assumir a responsabilidade pela regularidade técnica;

187
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Assinar, conjuntamente com o representante legal das entidades as


respetivas demonstrações financeiras e declarações fiscais.

3.4.4 Balanço

Balanço ESNL
Fundos
Ativo patrimoniais
A ñ corrente P
t
Passivo a
i
v ñ corrente s
s
o Ativo
i
corrente Passivo v
corrente o

Estrutura do Balanço

O balanço de uma entidade é constituído por ativos correntes e não correntes e


por passivos correntes e não correntes. A informação mínima a apresentar na
face do balanço consta na Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, podendo ser
apresentadas linhas com itens adicionais se tal se mostrar relevante para a
compreensão da informação financeira (§4.12 NCRF-ESNL). O modelo
completo proposto pela portaria pode ser analisado no Anexo 22.

Um ativo (§4.5 a §4.8 NCRF-ESNL) é classificado como corrente quando


satisfizer um dos seguintes critérios:

• Suscetível de ser realizado, ou ser vendido ou consumido, no decurso


normal do ciclo operacional da entidade;
• Suscetível de ser detido para a finalidade de ser negociado;
• Suscetível de ser realizado num período até doze meses após a data
do balanço; ou
• Ser caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a
troca ou uso para liquidar um passivo durante pelo menos doze
meses após a data do balanço.
Todos os outros ativos devem ser classificados como não correntes, quer sejam
ativos tangíveis, intangíveis ou financeiros.
Um passivo (§4.9 a §4.11 NCRF-ESNL) deve ser classificado como corrente
quando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios:

• Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da


entidade;

188
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;


• Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do
balanço; ou
• A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação
do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.

Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns


acréscimos de custos relativos a empregados e outros custos operacionais, são
parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais
itens operacionais são classificados como passivos correntes mesmo que estejam
para ser liquidados mais de doze meses após a data do balanço.
Os passivos financeiros são classificados como correntes quando a sua
liquidação estiver prevista para um período até doze meses após a data do
balanço, mesmo que:

• O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e


• Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de
pagamentos, numa base de longo prazo seja completado após a data
do balanço e antes das demonstrações financeiras serem autorizadas
para emissão.

3.4.5 Demonstração de Resultados


O modelo de demonstração de resultados por natureza foi aprovado pela
Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, podendo ser apresentadas linhas com
itens adicionais se tal se mostrar relevante para a compreensão da informação
financeira (§4.12 NCRF-ESNL). O modelo completo proposto pela portaria pode
ser analisado no Anexo 22.

Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período devem


ser incluídos nos resultados a menos que um outro capítulo o exija de outro
modo. Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se
numa classificação que atenda à sua natureza.

189
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Demonstração Resultados ESNL

Rendimentos

Gastos

Resultado

Estrutura da Demonstração de Resultados

3.4.6 Demonstração de Resultados por Funções


O modelo de demonstração de resultados por funções foi aprovado pela
Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, sendo esta a informação mínima a
apresentar na face da demonstração. O modelo completo proposto pela portaria
pode ser analisado no Anexo 22.

A DRF é a demonstração financeira que apresenta o mesmo resultado que a


DRN, mas em que os diversos gastos são classificados de acordo com a sua
função como parte do custo das vendas e das atividades de distribuição ou
administrativas. Os resultados são apurados, descriminando os seus
componentes positivos e negativos por origem ou afetação e, em particular, de
acordo com as funções empresariais (produção, comercial, administrativa,
financeira, etc.).

A estrutura desta Demonstração de Resultados deverá ser bastante flexível para


uma fácil adaptação e adequação à atividade de cada entidade. Esta forma de
apresentação proporciona aos utentes uma informação muito mais relevante do
que DRN, uma vez que divulga de forma específica os diversos componentes
do resultado líquido. Este tipo de demonstração não é obrigatório embora seja
de grande utilidade para a gestão da maioria das IPSS.

Nem sempre a segmentação das informações nas entidades se processa ao nível


funcional, face á preocupação em adequar às necessidades e interesses da gestão
e do apoio à tomada de decisão. Assim, os resultados podem ser segmentados
para além do mero funcional por outras áreas ou atividades, nomeadamente
centros de responsabilidade, produtos ou serviços, atividades, segmentos de
mercado, etc.

190
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.4.7 Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais


O modelo de demonstração das alterações nos fundos patrimoniais foi
aprovado pela Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, o modelo completo
proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo 22. A DAFP, apesar de
prevista, não é exigida pelo SNC-ESNL, sendo apenas aplicável por opção da
entidade ou por exigência da entidade pública financiadora.

Estruturado em linhas e colunas a DAFP é um quadro de dupla entrada onde


as linhas são discriminadas atendendo às razões que geraram as alterações no
capital próprio e nas colunas se listam os itens do capital próprio constantes do
balanço.

Esta demonstração visa analisar o resultado de uma forma mais abrangente do


que o simples resultado do período, introduz o conceito de manutenção do
capital (§102 e §103 EC). Um lucro só é obtido se a quantia financeira (ou
dinheiro) dos ativos líquidos no final do período exceder a quantia financeira
(ou dinheiro) dos ativos líquidos do início do período. O conceito de
manutenção do capital está ligado à forma como uma entidade define o capital
que procura manter. Proporciona a ligação entre os conceitos de capital e os
conceitos de lucro porque proporciona o ponto de referência pelo qual o lucro
é mensurado; é um pré-requisito para distinguir entre o retorno sobre o capital
da entidade e o retorno do seu capital; só os influxos de ativos em excesso das
quantias necessárias para manter o capital podem ser vistos como lucro e, por
conseguinte, como um retorno sobre o capital. Daqui que o lucro seja a quantia
residual que permanece após os gastos (incluindo os ajustamentos da
manutenção do capital, quando apropriados) terem sido deduzidos dos
rendimentos. Se os gastos excederem os rendimentos a quantia residual é um
prejuízo.

Pode-se afirmar que o resultado de um exercício não resulta apenas do


resultado encontrado na demonstração dos resultados, mas da alteração de
todas as componentes do capital próprio, estendendo-se a noção de resultado
às alterações de valor de várias rubricas do balanço, designadamente as
resultantes das mensurações subsequentes dos elementos do Ativo e do
Passivo, expressas nas seguintes linhas:

• Posição no início do período – Nesta linha evidencia-se os valores


iniciais do período que serão agregados às alterações que ocorreram
no exercício presente.
• Primeira adoção de novo referencial contabilístico – Compreende as
quantias de ajustamento ao capital próprio derivadas da aplicação de
novo referencial contabilístico.

191
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Alterações de políticas contabilísticas – Compreende as quantias


derivadas de alterações de políticas contabilísticas, alterações nas
estimativas contabilísticas e erros.
• Diferenças de conversão de demonstrações financeiras –
Compreende as quantias geradas pelas diferenças apuradas pela
conversão para a moeda do relato, de demonstrações financeiras de
subsidiárias ou de unidades operacionais estrangeiras.
• Realização dos excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis
e intangíveis – São aqui evidenciadas as quantias relativas à
realização (pelo uso ou pela venda), do excedente de revalorização de
ativos aos quais se adota, na mensuração subsequente, o modelo de
revalorização.
• Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis
– São aqui evidenciadas as quantias relativas ao reconhecimento do
excedente inicial da revalorização de ativos e as posteriores
flutuações decorrentes da mensuração subsequente.
• Ajustamentos por impostos diferidos – Compreende as quantias de
alterações em rúbricas do capital próprio provocadas pelos
ajustamentos anuais por contrapartidas de ativos ou passivos por
impostos diferidos.
• Outras alterações reconhecidas nos fundos patrimoniais –
Compreende as alterações no período que não sejam derivadas de
nenhuma das situações anteriormente mencionadas.
• Fundos – São aqui registadas as dotações em dinheiro ou espécie de
fundos, por cruzamento da coluna de fundos devem ser aqui.
• Subsídios, doações e legados – Esta linha recebe os subsídios,
doações e legados, devendo ser movimentada por contrapartida da
coluna de outras variações nos fundos patrimoniais.
• Outras operações – São aqui evidenciadas as demais alterações
registadas no período.

3.4.8 Demonstração dos Fluxos de Caixa


O modelo de demonstração dos fluxos de caixa foi aprovado pela Portaria n.º
105/2011, de 14 de março, o modelo completo proposto pode ser analisado com
mais detalhe no Anexo 22.
Com a DFC, o objetivo pretendido é o de exigir informação acerca das alterações
históricas de caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de uma
classificação dos fluxos de caixa durante o período em operacionais, de
investimento e de financiamento (NCRF 2). Esta classificação por atividades
proporciona informação que permite aos utentes determinar o impacto dessas

192
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

atividades na posição financeira da entidade e nas quantias de caixa e seus


equivalentes. Esta informação pode ser também usada para avaliar as relações
entre estas atividades.

Para melhor compreender esta demonstração é importante reter os seguintes


conceitos:

• Atividades de financiamento: são as atividades que têm como


consequência alterações na dimensão e composição do capital
próprio e nos empréstimos obtidos pela entidade.
o Os empréstimos bancários obtidos são geralmente considerados como
atividades de financiamento.
o São exemplos de fluxos de caixa provenientes de atividades de
financiamento: a) Recebimentos de caixa provenientes da emissão de ações
ou de outros instrumentos de capital próprio; b) Pagamentos de caixa por
aquisição de ações (quotas) próprias, redução do capital ou amortização de
ações (quotas); c) Recebimentos provenientes da emissão de certificados de
dívida, empréstimos, livranças, obrigações, hipotecas e outros empréstimos
obtidos a curto ou longo prazo; d) Reembolsos de empréstimos obtidos; e
e) Pagamentos efetuados por um locatário para a redução de uma dívida
em aberto relacionada com uma locação financeira.
• Atividades de investimento: são as atividades relacionadas com a
aquisição e alienação de ativos de longo prazo e de outros
investimentos não incluídos em equivalentes de caixa.
o São exemplos de fluxos de caixa provenientes de atividades de
investimento: a) Pagamentos de caixa para aquisição de ativos fixos
tangíveis, intangíveis e outros ativos a longo prazo. Estes pagamentos
incluem os relacionados com custos de desenvolvimento capitalizados e
ativos fixos tangíveis construídos pela própria entidade; b) Recebimentos
de caixa por vendas de ativos fixos tangíveis, intangíveis e outros ativos a
longo prazo; c) Pagamentos de caixa para aquisição de instrumentos de
capital próprio ou de dívida de outras entidades e de interesses em
empreendimentos conjuntos (que não sejam pagamentos dos instrumentos
considerados como sendo equivalentes de caixa ou dos detidos para
finalidades de negócio); d) Recebimentos de caixa relativos a vendas de
instrumentos de capital próprio ou de dívida de outras entidades e de
interesses em empreendimentos conjuntos (que não sejam recebimentos
dos instrumentos considerados como equivalentes de caixa e dos detidos
para as finalidades do negócio); e) Adiantamentos de caixa e empréstimos
feitos a outras entidades; f) Recebimentos de caixa provenientes do
reembolso de adiantamentos e de empréstimos feitos a outras entidades; g)
Pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos forward,
contratos de opção e contratos de swap exceto quando os contratos sejam
mantidos para as finalidades do negócio, ou os pagamentos sejam
classificados como atividades de financiamento; e h) Recebimentos de caixa
provenientes de contratos de futuros, contratos forward, contratos de
opção e contratos de swap, exceto quando os contratos sejam mantidos
para as finalidades do negócio, ou os r

193
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de


rédito da entidade e outras atividades que não sejam de investimento
ou de financiamento.
o Exemplos de fluxos de caixa de atividades operacionais são: a)
Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de
serviços; b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários,
comissões e outros réditos; c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens
e serviços; d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados; e)
Pagamentos ou recebimentos de caixa por restituições de impostos sobre
rendimento, a menos que estes se relacionem com as outras atividades; e f)
Recebimentos e pagamentos de caixa relativos a contratos com a finalidade
de negócio.
• Caixa: compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.
• Equivalentes de caixa: são investimentos financeiros a curto prazo,
altamente líquidos que sejam prontamente convertíveis para quantias
conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco
insignificante de alterações de valor.
o Para um investimento se qualificar como um equivalente de caixa tem de
ser prontamente convertível para uma quantia conhecida de dinheiro e
estar sujeito a um risco insignificante de alterações de valor. Por isso, um
investimento só se qualifica normalmente como um equivalente de caixa
quando tiver um vencimento a curto prazo, seja três meses ou menos a
partir da data de aquisição.
• Fluxos de caixa: são influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos
(pagamentos, saídas) de caixa e seus equivalentes

3.4.9 Anexo
Esta demonstração é aquela que ao nível da divulgação assume o papel
principal. As notas do Anexo devem ser apresentadas de uma forma
sistemática. Cada item na face do balanço e da demonstração dos resultados,
que tenha merecido uma nota no anexo, deve ter uma referência cruzada. o
modelo de anexo a utilizar pelas ESNL é o modelo utilizado pelas Pequenas
Entidades com algumas alterações, dada a especificidade daquelas entidades.

As divulgações a efetuar pelas ESNL correspondem às publicadas através do


anexo n.º 10 da Portaria n.º 986/2009, de 7 de setembro, documento esse que
constitui uma compilação das divulgações exigidas para as designadas
Pequenas Entidades, tal como definidas no Decreto-Lei n.º 158/2009, constando
na Portaria n.º 105/2011, de 14 de março apenas as alterações que decorrem das
especificidades das ESNL.

As adaptações a ter em conta são:

• Onde se lê «SNC» deve ler-se «normalização contabilística para as


entidades do sector não lucrativo (ESNL)»;

194
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Onde se lê «NCRF-PE» deve ler-se «NCRF-ESNL»;


• Onde se lê «Capitais próprios» deve ler-se «Fundos patrimoniais»;
• Nas divulgações constantes do n.º 5.1, «ativos fixos tangíveis», deverá
considerar-se uma divulgação adicional referente a «Montante e
natureza dos bens do património histórico, artístico e cultural»;
• As divulgações previstas no n.º 6.4 do n.º 6, «Ativos intangíveis», do
anexo não são aplicáveis a estas entidades;
• O n.º 7.3 do n.º 7, «Locações», não é aplicável a estas entidades;
• No n.º 9.1 do n.º 9, «Inventários», deverá aditar-se a alínea d) com a
seguinte redação «d) A quantia dos inventários escriturada pelo custo
corrente.». As restantes alíneas passarão a ter a seguinte redação:
o «e) A quantia de inventários reconhecida como um gasto
durante o período;
o f) A quantia de qualquer ajustamento de inventários
reconhecida como um gasto do período de acordo com o
parágrafo 11.19 da NCRF-ESNL;
o g) A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha
sido reconhecida como uma redução na quantia de inventários
reconhecida como gasto do período de acordo com o parágrafo
11.19 da NCRF-ESNL;
o h) As circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à
reversão de um ajustamento de inventários de acordo com o
parágrafo 11.19 da NCRF-ESNL; e
o i) A quantia escriturada de inventários dados como penhor de
garantia a passivos.»
• No n.º 11, «Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes»,
não devem ser consideradas as alíneas g) e h). Deve ser considerado
um número adicional 11.2 com a seguinte redação: «11.2 — Indicação
do valor dos Fundos Permanentes por modalidade associativa das
Mutualidades e do património líquido que lhes está afeto, bem como
do respetivo grau de cobertura face às Provisões matemáticas
necessárias.»
• No n.º 12, «Subsídios e outros apoios», são aditadas as seguintes
alíneas:
o «d) Benefícios sem valor atribuído, materialmente relevantes,
obtidos de terceiras entidades; e
o e) Principais doadores/fontes de fundos.»
• No n.º 15, «Instrumentos financeiros», não são aplicáveis os n.ºs 15.6
e 15.7 às ESNL.
• No n.º 16, «Benefícios dos empregados» devem ser feitas as seguintes
divulgações adicionais:

195
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o «16.2 — Número de membros dos órgãos diretivos e alterações


ocorridas no período de relato financeiro.
o 16.3 — Informação sobre as remunerações dos órgãos
diretivos.»

Quer isto dizer que o Anexo (§4.18 NCRF-ESNL) deve assim:

• Apresentar informação acerca das bases de preparação das


demonstrações financeiras e das políticas contabilísticas usadas;
• Divulgar a informação exigida pelos capítulos da Norma que não seja
apresentada na face do balanço, e da demonstração dos resultados; e
• Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face
do balanço e da demonstração dos resultados, mas que seja relevante
para uma melhor compreensão de qualquer uma delas.

As notas do Anexo (§4.19 NCRF-ESNL) devem ser apresentadas pela seguinte


ordem:

NOTAS do Descrição
Anexo
Identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da atividade,
Nota 1 nome e sede da entidade-mãe, se aplicável

Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras


Nota 2

Resumo das principais políticas contabilísticas adotadas


Nota 3

Informação desagregada dos itens apresentados na face do balanço, na


Nota 4 demonstração dos resultados por natureza

Informação desagregada dos itens apresentados na face do balanço, na


Nota 5 demonstração dos resultados por natureza

Informação desagregada dos itens apresentados na face do balanço, na


… demonstração dos resultados por natureza

Informação desagregada dos itens apresentados na face do balanço, na


Nota N demonstração dos resultados por natureza

Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos


Nota N+1

196
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Indicação do número de pessoal cooperante, número de voluntários e de


Nota N+2 beneficiários, órgãos sociais ou qualquer outra informação que aumente a
qualidade da informação contida nas Demonstrações financeiras

Divulgações exigidas por diplomas legais


Nota N+3

3.5 Demonstrações Financeiras nas ESNL dispensadas do NCRF


Conforme disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março,
ficam dispensadas da aplicação da normalização contabilística para as ESNL as
entidades cujas vendas e outros rendimentos não excedam € 150 000 em
nenhum dos dois exercícios anteriores, salvo quando integrem o perímetro de
consolidação de uma entidade que apresente demonstrações financeiras
consolidadas ou estejam obrigadas à apresentação de qualquer das
demonstrações financeiras referidas no n.º 1 do artigo 11.º, por disposição legal
ou estatutária ou por exigência das entidades públicas financiadoras.

As entidades dispensadas, e que não optem pela sua aplicação ficam obrigadas
à prestação de contas em regime de caixa.

No exercício do início de atividade, o limite referido no número anterior reporta


-se ao valor anualizado do total dos rendimentos estimados. Cessa a dispensa a
que se refere o n.º 1 quando for ultrapassado o limite nele referido, ficando a
entidade obrigada a partir do exercício seguinte, inclusive, a aplicar a
normalização contabilística para as ESNL.

Para as entidades dispensadas e que não optem pela aplicação da normalização


contabilística para as entidades do sector não lucrativo, foram aprovados, no
anexo II da Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, os seguintes modelos de
mapas financeiros:

• Pagamentos e recebimentos;
• Património fixo;
• Direitos e compromissos futuros.

3.5.1 Mapa de pagamentos e recebimentos


Para o primeiro mapa, a ESNL usa um método equivalente aos movimentos
bancários (recebimentos e pagamentos). Se a ESNL possuir diversas contas
bancárias e caixa, será o conjunto desses movimentos a registar no mapa, que
tem a seguinte estrutura e conteúdo:

197
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Mapa de Recebimentos e Pagamentos - ANO N


Recebimentos Pagamentos
1. Recebimentos atividade 0,00 1. Funcionamento 0,00
Joias e quotas 0,00 Pessoal 0,00
Atividades 0,00 Seguros 0,00
Doações 0,00 Rendas 0,00
Subsídios 0,00 Manutenção 0,00
… 0,00 Água, eletricidade e gás 0,00
Outros 0,00 Representação e deslocações 0,00
2. Recebimentos comerciais 0,00 Comunicações 0,00
… 0,00 Material de escritório 0,00
Outros 0,00 Higiene, segurança e conforto 0,00
3. Recebimento capitais 0,00 Despesas específicas das atividades 0,00
… 0,00 … 0,00
Outros 0,00 Outras 0,00
4. Recebimentos prediais 0,00 2. Investimento 0,00
… 0,00 Aquisição de equipamentos 0,00
Outros 0,00 Aquisição ou construção de instalações 0,00
… 0,00
Outras 0,00
Total 0,00 Total 0,00

Saldo do período anterior 0,00


Receitas 0,00
Despesas 0,00
Saldo para o período seguinte 0,00

Notas explicativas

Recebimentos da atividade: representam as entradas de dinheiro relacionadas

com a atividade básica da entidade, e que por isso não seja específico das
atividades comerciais, de capitais ou prediais.

• Joias e quotas: representam os recebimentos provenientes dos


associados, de acordo com os estatutos e regulamentação interna.
• Atividades: Registam os recebimentos relacionados com as diversas
atividades que, de acordo com os estatutos, a entidade desenvolva e
que não representam atividades comerciais. Exemplo do que se
regista aqui: os recebimentos de mensalidades das modalidades.
Exemplo do que não se regista aqui: os recebimentos de publicidade
relacionados com essas atividades.
• Doações: Registam os donativos recebidos pelas entidades, dos seus
mecenas. Se a entidade não for reconhecida para efeitos de mecenato,
então estas quantias deverão ser integrantes da modelo 25 a entregar
até ao final do mês de fevereiro, do ano seguinte, para que os mecenas

198
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

possam deduzir o benefício fiscal nas suas declarações de


rendimentos (IRS ou IRC).
• Subsídios: Os subsídios recebidos, são aqui registados de acordo com
a data do efetivo recebimento. São exemplos os subsídios recebidos e
atribuídos pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Federações e
Associações das modalidades, ou outras entidades.
• Outros: Serve para registar as entradas de dinheiro de outras fontes
que não as anteriores e que não sejam específicos das atividades
comerciais, de capitais ou prediais. Por exemplo a alienação (venda)
de investimentos (caso das viaturas ou edifícios).

Recebimentos comerciais: Serve para registar as entradas de dinheiro


relacionadas com atividades comerciais, tais como venda de bens nos bares, as
receitas por concessão de bares, ou de equipamentos, prestação de serviços de
publicidade, patrocínios, venda de merchandising, exploração de parques de
estacionamento ou postos de abastecimento de combustíveis, alugueres de
instalações desportivas, organização de eventos e iniciativas pontuais. Esta
rubrica deverá ser dividida em tantas linhas quantas as atividades
desenvolvidas.

Recebimentos capitais: Aqui registam-se os recebimentos relacionados com


aplicações financeiras como juros de depósitos bancários.

Recebimentos prediais: Registam-se os recebimentos das atividades de


arrendamento de prédios, ou seja, as rendas dos imóveis.

Pagamentos de Funcionamento: aqui registam-se os pagamentos efetuados


com despesas relacionadas com todas as atividades da entidade, exceto as
aquisições de investimentos (bens duradouros na entidade, como os
computadores, mobiliário ou viaturas) sem distinção entre atividades básicas,
comerciais, capitais ou prediais. Tal como nos recebimentos, não importa a data
a que se refere a despesa, mas sim a data do pagamento efetivo.

• Pessoal: Refere-se aos pagamentos efetuados ao pessoal ou por conta


deste. Isto é, o salário líquido, mas também, as contribuições
obrigatórias para a segurança social ou as retenções de IRS. Esta
rubrica pode ser desagregada em mapa auxiliar dividindo, em
primeiro nível: por exemplo atividade desportiva, atividade não
desportiva e podem ainda ser divididas em sub-rúbricas, como
exemplo pagamentos a técnicos/monitores, atletas, apoio clínico,
colaboradores administrativos, gestores, pessoal da limpeza,
colaboradores da manutenção, outros colaboradores.
• Seguros: regista todos os pagamentos com seguros da entidade,
qualquer que seja a natureza da cobertura ou o período a que diz

199
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

respeito. Também se devem dividir entre seguros da atividade


desportiva, de instalações e funcionamento e viaturas.
• Rendas: Regista os pagamentos efetuados com rendas de imóveis
usados pela entidade ou por esta arrendados para outras atividades,
por exemplo para subarrendamento. Também aqui se registam as
rendas de uso de equipamentos ou de contratos de locação financeira
(neste caso pela totalidade da quantia paga que inclui capital, juros e
comissões).
• Manutenção: regista os pagamentos efetuados com serviços de
reparação e manutenção das instalações ou equipamentos, também
dividindo entre por exemplo as instalações da sede, ou espaços
destinados a outras atividades.
• Água, eletricidade e gás: regista os pagamentos relativos aos
consumos de água, da eletricidade e do gás, independentemente do
período a que respeitam.
• Representação e deslocações: regista os pagamentos efetuados a
dirigentes, técnicos ou qualquer pessoa que, tendo vínculo com a
entidade, realize despesas ao serviço da entidade. Por exemplo o
abono ao quilómetro, estadias, portagens e estacionamentos ou
reembolso de combustíveis.
• Comunicações: regista os pagamentos efetuados com telefones,
correios ou serviços equivalentes da entidade.
• Material de escritório: regista os pagamentos efetuados com
aquisições de materiais para consumo nas atividades administrativas.
• Higiene, segurança e conforto: regista os pagamentos relacionados
com a aquisição de materiais para uso na limpeza das instalações,
aquisição de serviços externos de limpeza e de segurança das
instalações.
• Despesas específicas da atividade: regista os pagamentos
relacionados com atividade, que não sejam incluídas nas rubricas
anteriores e que sejam relacionadas com a organização de eventos,
competições ou organizações concretas. Por exemplo: Pagamentos
relacionados com a organização de um torneio.
• Outras: é uma rubrica residual para acomodar pagamentos que não
estejam indicados anteriormente, como por exemplo despesas
bancárias.

Investimento: Destina-se a registar os pagamentos relacionados com a


aquisição de bens duradouros (mais de um ano de uso na entidade). Podem ser
bens físicos, como edifícios, equipamento de escritório, máquinas, viaturas, ou
direitos, como as licenças de software, propriedade industrial, direitos de

200
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

representação. Registam-se os pagamentos, independentemente da data de


aquisição ou de início de utilização.

• Aquisição de equipamentos: Destina-se ao registo dos pagamentos


com a aquisição de bens físicos, exceto de instalações.
• Aquisição ou construção de instalações: Regista os pagamentos
efetuados com a aquisição, ou fase de construção de instalações da
própria entidade, independentemente do período a que respeitam.
Adiantamentos também aqui são registados.
• Outras: É uma rubrica residual, para registo do pagamento de outras
aquisições como licenças ou bens não indicados anteriormente ou
ainda a aquisição de viaturas.

3.5.2 Mapa de património fixo


Este mapa deverá refletir a listagem e valorização (a preço de custo) dos bens
constituintes do património físico e imaterial da entidade.

Mapa de Património Fixo - N


Património
Descrição Valor
anos anteriores
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
Sub Total 0,00
Descrição Valor
ano corrente
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
… 0,00
Sub Total 0,00
Total 0,00

Notas explicativas

Está dividido em duas componentes:


Os bens e direitos cujos pagamentos foram efetuados nos anos anteriores

201
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Dado que não existe o conceito de depreciação/amortização, os bens


permanecem ao preço de aquisição e são retirados aquando do seu abate
ou alienação. Como não existem linhas para as saídas, e por uma questão
de controlo, os abates e alienações do ano deverão ser indicados em linha
própria, com a quantia de sinal negativo.
Os bens e direitos adquiridos e pagos no próprio ano.
Regista as quantias despendidas com os pagamentos efetuados no ano
para aquisição de bens e direitos duradouros (mais de 1 ano) e que
corresponderá à quantia indicada no mapa de Recebimentos e
Pagamentos com a mesma natureza (Investimento).

3.5.3 Mapa de direitos e compromissos futuros


Este mapa serve para indicar a quantia e natureza de todos os direitos e
compromissos futuros e divididos pelos anos esperados de recebimento ou
pagamento.

Mapa de direitos e compromissos futuros - ANO N


Direitos
Descrição Valor Ano previsto de recebimento
Quotas 0,00
Subsidios 0,00
Rendas 0,00
Outros 0,00
Total 0,00
Compromissos
Descrição Valor Ano previsto de recebimento
Empréstimos 0,00
Associados 0,00
Fornecedores 0,00
Locadoras 0,00
Outros 0,00
Total 0,00

Notas explicativas

DIREITOS
Quotas: Deve aqui ser indicada a quantia que os sócios devem à entidade. Trata-
se de uma informação que exige uma gestão autónoma.

202
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Subsídios: Deve aqui ser indicada a quantia que a entidade, de acordo com
acordos escritos, estima que irá receber nos anos seguintes. Por exemplo: a
freguesia deliberou a atribuição de um subsídio à atividade de € 10.000, dos
quais a entidade já recebeu € 5.000. Assim, os € 5.000 recebidos registam-se no
mapa de recebimentos e os € 5.000 por receber registam-se no mapa de direitos,
relativos a subsídios.

Rendas: Deve ser indicada a quantia que a entidade tem a receber relativa a
rendas já vencidas e ainda não liquidadas por inquilinos.

Outros: Serve para indicar outras quantias que a entidade tem direito a receber
e que não sejam de natureza das anteriores. Por exemplo: Adiantamentos a
fornecedores para aquisição futura de bens ou direitos, quantias a receber por
contratos de concessão de espaços para antenas de telecomunicações ou de
contratos de publicidade a receber em datas futuras.

COMPROMISSOS
Empréstimos: Deve aqui ser indicada a quantia, já vencida ou vincenda, de
empréstimos obtidos. Deve ser indicada a quantia não descontada (pela quantia
nominal, a que consta no plano de pagamentos) das rendas ou prestações,
incluindo os juros e comissões.
Associados: Serve para indicar as quantias já adiantadas pelos associados, por
exemplo por quotas pagas por antecipação ou eventuais empréstimos que estes
tenham efetuado à entidade.

Fornecedores: Deve registar-se a quantia em dívida para com fornecedores


correntes, que corresponde à diferença entre as faturas recebidas e as quantias
já pagas dessas faturas.

Locadores: Em operações de locação financeira serve para registar a quantia,


não descontada, de rendas vencidas e vincendas em dívida a locadores.

Outros: Esta rubrica é residual para registar outros compromissos assumidos e


ainda não liquidados, como por exemplo dívidas ao pessoal.

3.6 A Prestação de Contas (Tribunal de contas)


Existem ESNL que estão sob a jurisdição e controlo financeiro do Tribunal de
Contas.

203
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

No âmbito da Resolução n.º 2/2020 do Tribunal de Contas de 23 de dezembro,


essas entidades, obrigadas à aplicação da Norma Contabilística e de Relato
Financeiro para as Entidades do Setor não Lucrativo (SNC -ESNL) devem,
independentemente do seu regime jurídico e natureza, prestar contas relativas
a 2020 de acordo com a Instrução n.º 1/2019, publicada no Diário da República,
2.ª série, n.º 46, de 6 de março. Para o efeito, as entidades que ainda não tenham
credenciais de acesso à plataforma eletrónica de prestação de contas devem,
através da página eletrónica do Tribunal de Contas, em
https://econtas.tcontas.pt/extgdoc/login/login.aspx, apresentar um «pedido
de adesão».

3.6.1 Regime geral do SNC-ESNL


Descrição dos documentos obrigatórios para a prestação de contas.

Demonstrações financeiras (individuais) Formato a)


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a) O formato dos ficheiros indicado poderá ser alterado por deliberação da 2.ª Secção do TC ou das Secções Regionais

204
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.6.2 Regime de caixa do SNC-ESNL


Descrição dos documentos obrigatórios para a prestação de contas.

Demonstrações financeiras (individuais) Formato a)


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a) O formato dos ficheiros indicado poderá ser alterado por deliberação da 2.ª Secção do TC ou das Secções Regionais

3.6.2 Outros documentos


Descrição dos documentos genéricos a remeter.

ESNL regime
ESNL
de caixa
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Ǧƒ’”‘˜ƒ­ ‘
–ƒ †ƒ reunião de apreciação †ƒ• ‘–ƒ• ’‡Ž‘ ה‰ ‘
‘†‡Ž‘ͷ ‘†‡Ž‘ͷ
‘’‡–‡–‡
–ƒ†ƒ”‡—‹ o de aprovação †ƒ• ‘–ƒ•’‡Ž‘ה‰ ‘ ‘’‡–‡–‡
No caso das EPE, a ata da reunião de aprovação de contas é
‘†‡Ž‘ͷ ‘†‡Ž‘ͷ
substituída pelo despacho de aprovação do titular da função
acionista, nos termos dos respetivos estatutos.
‡”–‹ˆ‹ ƒ­ ‘Ž‡‰ƒŽ†‡ ‘–ƒ• ‘†‡Ž‘͸ Ǧ
‡Žƒ–×”‹‘‡ƒ”‡ ‡”†‘ה‰ ‘†‡ˆ‹• ƒŽ‹œƒ­ ‘ ‘†‡Ž‘͹ ‘†‡Ž‘͹

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205
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

MODELO 2 - Relação nominal de responsáveis pela execução financeira e/ou orçamental no período de relato

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Nome Órgão / Cargo Período de responsabilidade a) Morada b)

a) No caso de se verificarem alterações de responsáveis durante o período de relato, deverá indicar-se o período em que exerceram funções
b) Morada completa e atualizada, incluindo código postal

MODELO 3.2 - Responsáveis pelas demonstrações financeiras

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Responsabilidade pelas demonstrações financeiras (cfr.


Nome Cargo / Órgão
parágrafo 11 da Estrutura Conceptual do SNC)

Elaboração e apresentação

Aprovação

MODELO 5 - Atas de apreciação das contas

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Ata de apreciação das contas


1 Órgão competente
2 Data da reunião
3 Total de votos
4 Total de votos presentes
5 Votos a favor
6 Votos contra
7 Declarações voto (total)
8 Declarações voto (contra)
Nota: Anexar a respetiva ata

206
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

MODELO 5 - Atas de aprovação das contas

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Ata de aprovação das contas


1 Órgão competente
2 Data da reunião
3 As contas foram aprovadas? Sim/Não
4 As contas foram aprovadas por Maioria/Unanimidade
5 Total de votos presentes da reunião
6 Votos a favor
7 Votos contra
8 % que deliberou a favor
9 % que deliberou contra
10 Declarações voto (total)
11 Declarações voto (contra)
Nota: Anexar a respetiva ata

MODELO 7 - Relatório e Parecer do órgão de fiscalização

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Relatório e Parecer do órgão de fiscalização


1 É obrigatório? Sim/Não
2 Foi emitido? Sim/Não
3 Se obrigatório por que não foi emitido
4.1 Identificação do órgão de fiscalização - Fiscal Único
4.2 Identificação do órgão de fiscalização - Conselho Fiscal
Presidente
Vogal
Vogal
5 Data da nomeação (anexar documento)
6 Período correspondente à nomeação
7 Data do relatório e Parecer
Nota: Anexar o relatório e parecer do órgão de fiscalização
Anexar documento comprovativo da nomeação do órgão

207
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

MODELO 8.1 - Caraterização da entidade

CARATERIZAÇÃO DA ENTIDADE

1. Identificação
1.1 Designação
1.2 Contactos oficiais
1.2.1 Endereço postal (arruamento, código postal e localidade)
1.2.2 Endereço de correio eletrónico
1.2.3 Telefone
1.2.4 Endereço da página na internet
1.3 NIPC
1.4 Código de atividade económica (CAE)
1.5 Missão/objeto social
1.6 No ano em apreço a entidade esteve Em atividade/sem atividade
2. Enquadramento
Administração Central/Administração autónoma/Setor
2.1 Enquadramento no Sector Público
empresarial/Não aplicável
Associação pública, associação privada sem fins lucrativos,
fundação, ACE, AIE, cooperativa, serviço integrado, IP, SA,
2.2 Forma jurídica / tipo societário
Sociedade Lda, EPE, entidade reguladora, fundo autónomo,
…..
Para as entidades criadas ao abrigo do Código Civil/Código das
2.3
Sociedades comerciais:
Data da escritura de constituição / contrato de sociedade ou diploma de
2.3.1 (anexar no 1.º ano de prestação de contas da nova instrução)
criação
2.3.2 Estatutos/acordos parasociais e respetivas alterações até ao ano n-1 (anexar no 1.º ano de prestação de contas da nova instrução)
2.3.3 Alterações aos estatutos / contrato de sociedade ou acordos Sim/Não
. parasociais ocorridas no ano em apreço Em caso positivo, anexar documentos
2.4 É entidade pública reclassificada de acordo com as listas anuais do INE Sim/Não
2.5 Em caso afirmativo, desde quando
2.6 É entidade pública concedente? Sim/Não
2.7 É entidade concessionária /subconcessionária (pública ou privada)? Sim/Não
2.8 Período da concessão
2.9 Natureza da concessão
2,1 Sendo concessionária, identificação da empresa concedente

3. Recursos humanos
3.1 Número total de trabalhadores no início do período do relato
3.2 Número total de trabalhadores no fim do período do relato
Número de colaboradores em regime de prestação de serviços no início
3.3
do período do relato
Número de colaboradores em regime de prestação de serviços no fim do
3.4
período do relato
Anexar quadro de pessoal do período do relato em apreço (quando
3.5
aplicável)
4 Regime e organização contabilística
4.1 Referencial contabilístico utilizado SNCAP, SNC, SNC-ESNL, IFRS
SNCAP - integral, pequenas ou microentidades
4.2 Subsistema aplicável SNC - Integral, pequenas ou microentidades
SN-ESNL - integral ou regime de caixa (dispensadas)
4.3 Manual de procedimentos contabilísticos Sim/Não
4.4 Existência de descentralização contabilística Sim/Não
Em caso afirmativo, breve descrição da articulação com a contabilidade
4.4
central
5 Outras informações
5.1 Existência de Manual/Regulamento/Normas de controlo interno Sim/Não
Identificar as normas de controlo interno de especial relevo em matéria de
5.2 (anexar documento)
gestão administrativa e financeira/patrimonial
5.3 Estrutura organizacional Diploma/regulamento
Sim/Não
5.4 Organograma
Em caso positivo, anexar documento
Ações inspetivas ou de auditoria, levadas a efeito por órgãos de controlo Sim/Não
5.5
interno e externo Em caso positivo, anexar documento
Ações de auditoria externa desenvolvidas por iniciativa dos órgãos da Sim/Não
5.6
entidade Em caso positivo, anexar documento
5.7 Outras ações de auditoria não especificadas

208
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

MODELO 11 - Reconciliações bancárias

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

RECONCILIAÇÕES BANCÁRIAS
Designação da entidade

Período da Período de relato

Banco: Conta nº
Rec. Banc. referente a 31/12/xxxx

1. Saldo do extrato bancário a)


2. Cheques em trânsito
Valor
Nº Data Descrição
Parcial Total

Total 0,00 €
3. Depósitos em trânsito
Valor
Nº Data Descrição
Parcial Total

Total 0,00 €
4. Outras operações a adicionar
Valor
Nº Data Natureza da operação
Parcial Total

Total 0,00 €
5. Outras operações a subtrair
Valor
Nº Data Natureza da operação
Parcial Total

Total 0,00 €
6. Total (valor reconciliado) (6=1-2+3+4-5) 0,00 €

7. Saldo contabilístico

Este mapa destina-se a apresentar a listagem dos cheques em trânsito, bem como de outros movimentos justificativos
das divergências eventualmente existentes entre os saldos bancários e os saldos contabilísticos, por instituição bancária.
A verificar-se diferença entre o ponto nº. 6 - "Total (valor reconciliado)" e o ponto nº. 7 - "Saldo contabilístico"deverá a
mesma ser justificada pormenorizadamente.
Este anexo poderá ser substituído por outro documento, nomeadamente por modelos informatizados, desde que forneçam
o essencial da informação solicitada.
a) Devidamente certificado pela instituição de crédito

Preparado por Data Aprovado por Data

________________ ___ / ___ / ___ ___________________ ___ / ___ / ___

209
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Modelo 12.1 - Síntese das Reconciliações Bancárias

ENTIDADE
Período de relato: DD-MM-AAAA a DD-MM-AAAA

Saldo certificado pela Operações em trânsito


Depósito Banco Número da conta Saldo contabilístico
instituição A adicionar A subtrair
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) =(4) + (5) - (6)
Equivalentes de caixa

Total de equivalentes de caixa

Caixa

Total de Caixa e equivalentes de caixa

Outros depósitos

Total de outros depósitos

3.7 A Prestação de Contas (IPSS’s)


As contas do exercício18 destas instituições obedecem ao Regime da
Normalização Contabilística (ver Anexo 22) para as entidades do setor não
lucrativo legalmente aplicável e são aprovadas pelos respetivos órgãos nos
termos estatutários.

As contas do exercício são publicitadas obrigatoriamente no sítio institucional


eletrónico da instituição até 31 de maio do ano seguinte a que dizem respeito.

ESNL – Submissão em OCIP19

Os documentos financeiros a apresentar, relativamente às contas do exercício,


são os seguintes:

• Elementos a registar no formulário eletrónico com carácter


obrigatório
o Balanço;
o Demonstração dos Resultados por Naturezas (por cada
resposta social/atividade);
o Demonstração dos Fluxos de Caixa;
o Mapa de Controlo do(s) Subsídio(s) para Investimento(s).
• Documentos obrigatórios a submeter via upload
o Ata de Aprovação das Contas pelo Órgão de Administração
ou Ata de aprovação das contas pela Assembleia-Geral de
Associados, das instituições de forma associativa;

18
Artigo 14º A do DL 119/83 de25 de fevereiro
19
https://app.seg-social.pt/ocip/Login.jsp

210
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o Parecer do Órgão de Fiscalização (ou certificação legal das


contas das Instituições a ela sujeitas no âmbito do SNC);
o Balancete do mês de dezembro ou de regularizações, incluindo
os movimentos do mês e movimentos acumulados;
o Balancete de Apuramento de Resultados;
o Anexo ao Balanço e DR (no âmbito do SNC elaborado de
acordo com regime de normalização contabilística ESNL);
o Mapa de Controlo do(s) Subsídio(s) para Investimento(s).
• Elementos facultativos via upload
o Mapa de trabalho voluntário.

O Contabilista Certificado deve estar particularmente atento a todas as


envolventes do negócio que de uma forma ou de outra afetem procedimentos
contabilísticos ou possam vir a afetar as demonstrações financeiras.

3.7.1 A Gestão e Controlo Financeiro


Estabelece a alínea f) do nº 2 do art.º 11º dos Estatutos do Instituto da Segurança
Social, I.P., aprovados pela Portaria n.º 135/2012 de 8/05 que compete ao
Departamento de Gestão e Controlo Financeiro (DGCF), “acompanhar e emitir
orientações sobre a análise de contas das IPSS e equiparadas e proceder à sua
análise e visto de contas”.

Infelizmente estas orientações não existem de forma estruturada e nem


disponíveis para consulta. Segundo a DGCF resultam da NCRF-ESNL e podem
ser encontradas nos ofícios de visto de Prestação de Contas, seguem alguns
exemplos dessas orientações:

• Os valores das quotizações deverão ser contabilizados em contas


correntes na conta 264 – Fundadores / patrocinadores / doadores /
associados / membros – Quotas.
• A distribuição de géneros alimentares ao abrigo do FEAC - Fundo
Europeu de Apoio a Carenciados 2014-2020 deve ser refletido na
conta 75 – Subsídios, doações e legados à exploração.
• Deve ser efetuada reconciliação de terceiros com todos os
fornecedores cujo saldo é devedor.
• As demonstrações financeiras deverão ser preparadas utilizando o
regime do acréscimo. No caso das comparticipações do ISS, só deve
ser regista na conta 75x os movimentos relativos ao ano corrente. Os
movimentos relativos a devoluções de comparticipações de exercícios
anteriores devem ser contabilizados numa subconta da 6881 com a
descrição “correções negativas de comparticipações do ISS, IP”. Os
movimentos relativos a entregas adicionais de comparticipações de

211
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

exercícios anteriores devem ser lançadas numa subconta da 7881 com


a descrição “correções positivas de comparticipações do ISS, IP”
• As contas do exercício são publicadas obrigatoriamente no sítio
institucional eletrónico da instituição até 31 de maio do ano a que
dizem respeito.
• Deverão ser criadas na 258, as subcontas do Estado e de outras
entidades oficiais. Estas deverão ser desdobradas em subcontas
individuais com a identificação das respetivas entidades
financiadoras (como por exemplo o ISS e o IEFP), que por sua vez
deverão ser desdobradas de acordo com os acordos ou protocolos
celebrados (como por exemplo: Creche X, Creche Y, Lar A, Lar B, …).
• Deverão ser criadas nas contas 593 e 594 subcontas próprias por cada
um dos ativos fixos subsidiados e/ou doados à instituição,
identificando o respetivo bem/investimento (exemplo: 593x – Viatura
00-00-00). Por sua vez, cada uma destas subcontas deve ser
desdobrada de modo a identificar a entidade financiadora.
• Os valores relativos a dinheiro de utentes à guarda da instituição, não
deve ser reconhecido como ativos da instituição. A IPSS deve
proceder à abertura de uma conta bancária em nome do utente, tendo
uma pessoa da instituição, com competência ou competência
delegada, poderes para a sua movimentação.

3.7.2 Fundo de Reestruturação do Setor Solidário


Nos termos do Decreto-Lei n.º 165-A/2013, de 23 de dezembro, é atribuída uma
comparticipação financeira às Instituições Particulares de Solidariedade Social
(IPSS), destinada à constituição do capital do Fundo de Reestruturação do
Sector Solidário (FRSS). Sendo retida uma percentagem da atualização anual da
comparticipação financeira atribuída à IPSS.

A IPSS apenas terá direito a ser restituída dos montantes investidos no


momento da liquidação do FRSS, pelo saldo apurado nessa liquidação, na
proporção da sua participação, nos termos do artigo 17.º desse Decreto-Lei n.º
165-A/2013.

A Portaria n.º 31/2014 do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança


Social vem regulamentar o funcionamento do Fundo de Reestruturação do
Setor Social.

As IPSS, sendo entidades sem fins lucrativos, são obrigadas a aplicar a Norma
Contabilística e de Relato Financeiro para as Entidades do Sector Não Lucrativo
(NCRF-ESNL) publicada nos termos do Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de
março (alterado pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho).

212
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

De acordo com o referido normativo contabilístico, os montantes retidos à IPSS


para a constituição do FRSS dos valores das comparticipações financeiras a que
esta tem direito do Estado devem ser classificados como um ativo financeiro,
pois há um direito da IPSS à sua restituição no caso de liquidação do FRSS.

Assim, quando ao tratamento contabilístico da comparticipação financeira


atribuída à IPSS, destinada à constituição do capital do Fundo de
Reestruturação do Sector Solidário, consideramos que a conta a utilizar deve ser
a 4141 - Investimentos noutras empresas - Participações de capital.

Neste sentido, os movimentos contabilísticos deverão ser os seguintes:

Pelo valor a receber


Conta Descrição Débito Crédito
278x Outros devedores e credores - Entidade do Estado 0,00

Pelo valor retido destinado ao FRSS


Conta Descrição Débito Crédito
4141x Investimentos noutras empresas 0,00

Pelo valor comparticipação financeira atribuída


Conta Descrição Débito Crédito
751x Subsídios do Estado e outros entes públicos 0,00

3.7.3 O Custo Médio do Utente


A orientação técnica N.º 2/2013-DGSS estabelece as implicações da variação de
frequência dos utentes nas comparticipações da Segurança Social.

O valor das comparticipações financeiras da Segurança Social é determinado


por acordo de cooperação, em função do número de utentes abrangidos pelos
acordos, deverá ser ajustado tendo em conta as variações e frequência do
número e utentes. A verificação destas variações é dada pela relação de utentes
que tem de ser envia mensalmente via plataforma da segurança social direta até
ao final de cada mês relativamente à frequência registada o mês anterior.

A comparticipação familiar também está prevista e contempla um valor a ser


pago, pelos utentes e ou pelas famílias, pela efetiva utilização dos serviços e
equipamentos. Este valor é determinado em função do rendimento do agregado
familiar.
Para a resposta social Estrutura Residencial para Idosos, o agregado familiar a
considerar é apenas a pessoa destinatária da resposta, e o valor de

213
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

comparticipação oscila entre os 75 e os 90% do rendimento. Os rendimentos do


agregado a ter em conta são os previsto na portaria 196-A/2015. Descendentes
ou outros familiares podem ser chamados a contribuir com um valor de
comparticipação, atendendo à sua capacidade financeira.

O rendimento per capita do agregado familiar é calculado de acordo com a


seguinte fórmula: RC = (RAF/12 – D) / n

sendo que:

RC= Rendimento per capita

RAF = Rendimento mensal ilíquido do agregado família

D = Despesas fixas

n = Número de elementos do agregado familiar

A comparticipação familiar máxima não pode exceder o custo médio real do


utente verificado na resposta social (§8.1 Portaria 196-A/2015).

As instituições particulares de solidariedade social ou legalmente equiparadas,


desenvolvem as suas respostas sociais sob os critérios da Portaria n.º 196-
A/2015 de 1 de julho. Está contemplado no Protocolo de Compromisso (ver
Anexo 23) que a Segurança Social comparticipa, junto da IPSS, um valor mensal
estipulado por utente.

Na celebração de novos acordos, deve ser assegurada uma adequação


progressiva dos recursos humanos exigíveis, em função do número de utentes
existentes na resposta social. A comparticipação familiar nas vagas não cobertas
em acordo de cooperação é de livre fixação, com um limite máximo igual ao
valor do custo médio real do utente verificado para o respetivo equipamento ou
serviço.

O custo médio real do utente é calculado de acordo com a seguinte fórmula:


CMRU = (CT/NMU) / n

sendo que:

CMRU = custo médio real do utente

CT = custo total de determinada resposta social

NMU = número médio de utentes da resposta social

n = número de meses

214
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Apontamento - Estrutura residencial para pessoas idosas


Por exemplo a comparticipação familiar em estrutura residencial para
pessoas idosas tem como valor de referência, no ano de 2019 -
1.061,20€/mês, sendo o mesmo reavaliado anualmente. É livre a fixação
do valor da comparticipação familiar relativamente aos utentes não
abrangidos por acordo de cooperação, não podendo, em qualquer
circunstância, ser recusada a celebração/revisão de acordo de
cooperação para esses utentes. O somatório de todas as comparticipações
(utente, segurança social e familiar), num período de referência anual,
para os utentes abrangidos pelo acordo de cooperação, não pode exceder
o produto daquele valor de referência pelo número de utentes em acordo
de cooperação, acrescido de 15%.

3.7.4 As IPSS e a Sustentabilidade Económica e Financeira


As IPSS em dificuldades financeiras podem recorrer ao Fundo de
Reestruturação do Setor Solidário (FRSS). O FRSS no procedimento regular de
acompanhamento ao plano de reestruturação apresentado por uma IPSS e de
forma a aferir se as medidas de carácter económico estão a conduzir à redução
e racionalização de custos, ao aumento dos rendimentos ou à sua otimização
destes, recorre a indicadores económicos e financeiros que lhe permitem
monitorizar a atividade económica. Sempre que os indicadores apresentem
desvios superiores a 10%, o FRSS solicita às IPSS justificações e/ou pedido de
alterações.

Indicadores Económicos utilizados


Dependência de subsídios Subsídios à Exploração / Total de Rendimentos

Peso dos FSE FSE / Total de Rendimentos

Peso dos gastos de pessoal Gastos com Pessoal / Total de Rendimentos

Peso dos gastos financeiros Gastos Financeiros / Total de Rendimentos

Rentabilidade operacional Resultados Operacionais / Total de Rendimentos

EBITDA Resultados antes de Impostos + Encargos Financeiros + Amortizações +


Provisões

215
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Cobertura dos encargos EBITDA / Encargos Financeiros


financeiros

Indicadores Financeiros utilizados


Liquidez Geral 𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶Ȁ𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶

Autonomia Financeira 𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃Ȁ𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡

Solvabilidade 𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃Ȁ𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑖𝑖𝑣𝑣𝑣𝑣𝑇𝑇𝑜𝑜𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡

Endividamento 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇Ȁ𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇

Capacidade de Endividamento 𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃Ȁ𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃

Fundo de Maneio Líquido Capitais Permanentes -Ativo não corrente

Os indicadores mais relevantes são:

• Peso dos FSE


• Peso dos gastos de pessoal
• EBITDA
• Cobertura dos encargos financeiros

216
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.7.5 A Submissão na OCIP


As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e equiparadas devem
submeter à tutela as Contas Anuais. O Orçamento e Contas de Instituições
Particulares de Solidariedade Social (OCIP) são um conjunto de obrigações
contabilísticas que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e
equiparadas passam a ter que cumprir, a partir do momento em que se registam
como IPSS na Segurança Social.

A partir de 2009, estas obrigações são cumpridas, obrigatoriamente, por via


eletrónica, através da Aplicação OCIP20.

A disponibilização desta funcionalidade eletrónica tem o objetivo de


automatizar as tarefas associadas à receção, análise e visto dos orçamentos e
contas anuais das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e
equiparadas.

As IPSS e equiparadas têm que enviar à tutela Contas anuais. As contas anuais
do ano N devem ser submetidas através da Aplicação OCIP até ao dia 31 de
maio do ano N+1.

Para submeter as contas na OCIP, tem de se proceder à acreditação através do


Número de Identificação da Segurança Social (NISS) e ser possuidor da senha
de acesso à Segurança Social Direta.

Nos dados da instituição a IPSS tem de indicar a data em que as contas foram
publicitadas e em que endereço eletrónico é que se encontram.

20
https://app.seg-social.pt/ocip/Login.jsp

217
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Nesta fase encontram-se pré-preenchidos pela segurança social os


equipamentos e as respostas sociais conhecidas para a IPSS em questão. Podem
ser criadas pelo utilizador novos equipamentos (separador “Estabelecimentos”)
e novas respostas sociais (separador “Respostas Sociais/Atividades”).

Para cada resposta social tem de se indicar o tipo de acordo, o tipo de atividade,
o número de utentes, o número de funcionários, o número de meses em
atividade e preencher uma demonstração de resultados por natureza.

O somatório das diversas demonstração de resultados por natureza e resposta


social irá preencher a Demonstração de Resultados por Natureza da Instituição
(Mapa A). O processo de inserção de dados só ficará completo com o
preenchimento do Balanço (Mapa B), da Demonstração dos Fluxos de Caixa
(Mapa C) e do Controlo de Subsídios ao Investimento (Mapa D).

218
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

219
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Para finalizar o processo de submissão de contas a IPSS tem de anexar:

224
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Declaração de responsabilidade da instituição pela publicitação das


contas em site próprio;

• Certificação Legal de Contas (quando aplicável);

• Parecer do Conselho Fiscal;

• Ata de Aprovação das Contas pelo Órgão de Administração ou Ata


de Aprovação de Contas pela Assembleia Geral de Associados;

• Anexo conforme modelo ESNL nos termos da Portaria nº 220/2015


de 24 de julho;

• Balancete analítico de encerramento de exercício;

• Balancete analítico imediatamente anterior ao encerramento de


exercício;

• Mapa de trabalho voluntário (facultativo).

Modelo de Declaração de responsabilidade

No âmbito do processo de Prestação de Contas da Gerência do período de 01 de janeiro de data


a 31 de dezembro de data, declaramos, sob compromisso de honra, enquanto titulares

225
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

responsáveis pela elaboração, aprovação e remessa das contas da Casa dos Pobres de Coimbra
ao órgão competente para a verificação da sua legalidade que:
1. De acordo com o estabelecido pelo n.º 2, do Artigo 14º-A, do Decreto-Lei n.º 172-
A/2014, 14 novembro, as contas relativas ao exercício de 2019 foram publicitadas no
sítio institucional eletrónico desta Instituição, link de acesso, em data.

2. De acordo com o estabelecido pelo Artigo 23º do Decreto-Lei n.º 172-A/2014, 14


novembro sempre que sejam realizadas obras de montante superior a 25.000,00€ a
entidade está obrigada adotar o Código dos Contratos Públicos, pelo que no exercício
de 2020 a entidade (selecionar a opção aplicável):

Realizou obras superiores a 25.000 € e aplicou o Código dos Contratos Públicos.

Realizou obras superiores a 25.000 €, mas não aplicou o Código dos Contratos Públicos.

Não realizou obras superiores a 25.000 €, pelo que não se aplica o Art.º 23º

A entidade não recebeu apoios financeiros públicos, pelo que não se aplica o Art.º 23º

Os órgãos de administração:
________________________

226
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.7.6 Proposta de desdobramento da rúbrica “Prestações de Serviços”


Tendo em consideração algumas exigências de alguns Centros Distritais e a
informação constante do Plano de Contas das Instituições Particulares de
Solidariedade Social pode-se indicar a seguinte estrutura seguinte estrutura
para a rúbrica

72 Prestação de Serviços

725 Matrículas e mensalidades de utentes

7251 Infância e juventude

72511 Creches

72512 Jardins de infância

72513 Creches e jardins de infância

72514 Atividades de tempos livres

72515 Lar de crianças e jovens

72516 Zonas de ar livre e recreio

72517 Estabelecimentos para crianças e jovens com deficiência

72518 Creches familiares

72519 Outros

7252 Família e comunidade

72521 Lares

72522 ...........................

72523 Colónias de férias

72524 Refeitórios

72525 Apoio domiciliário

...........................

72529 Outros

7253 Invalidez e reabilitação

72531 Centros de reabilitação de cegos

72532 Centros de apoio pelo trabalho

72533 Centros de apoio ocupacional

72534 Lares

72535 Apoio domiciliário

227
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

...........................

72539 Outros

7254 Terceira idade

72541 Lares

72542 Centros de dia

72543 Apoio domiciliário

72544 Centros de convívio

72545 Recolhimentos

72546 Residências para pessoas idosas

72547 Colónias de férias

...........................

726 Comparticipação de utentes

7261 Para esquemas complementares

...........................

7268 Outras

228
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.7.7 Proposta de desdobramento da rúbrica “Subsídios”


Tendo em consideração algumas exigências de alguns Centros Distritais e a
informação constante do Plano de Contas das Instituições Particulares de
Solidariedade Social pode-se indicar a seguinte estrutura seguinte estrutura
para a rúbrica

75 Subsídios, doações e legados à exploração


751 Subsídios das entidades públicas

7511 Centro Regional de Segurança Social A

75111 Infância e juventude

7511111 Creches

7511112 Creches familiares

7511113 Jardins de infância

7511114 Creches e jardins de infância

7511115 Centros de atividades de tempos livres

7511116 Lares e internatos para crianças e jovens

7511117 Estabelecimentos para crianças e jovens com deficiências

75111171 Visual

75111172 Auditiva

75111173 Mental

75111174 Motora

75111175 Autista

75111176 Paralisia cerebral

...........................

7511118 Apoio domiciliário

7511119 Zonas de ar livre e recreio

...........................

7511131 Subsídios eventuais

...........................

75112 Família e comunidade

7511211 Lares

7511212 Albergues noturnos

7511213 Colónias de férias

229
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7511214 Refeitórios

7511215 Serviços de acolhimento

7511216 Apoio domiciliário

...........................

7511231 Subsídios eventuais

75113 Invalidez e reabilitação

7511311 Centros de reabilitação para cegos

7511312 Centros de apoio pelo trabalho

7511313 Centros de apoio ocupacional

7511314 Lares

7511315 Apoio domiciliário

...........................

7511329 Prevenção e reabilitação de deficientes

...........................

7511331 Subsídios eventuais

75114 Terceira idade

7511411 Lares

7511412 Centros de dia

7511413 Centros de convívio

7511414 Apoio domiciliário

7511415 Recolhimentos

7511416 Residências para pessoas idosas

7511417 Colónias de férias

...........................

7511431 Subsídios eventuais

7512 Centro Regional de Segurança Social B

...........................

230
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.8 O Orçamento nas ESNL


Numa organização cujo objetivo não é o lucro, as decisões tomadas pelos
gestores visam, normalmente, a melhor produção de um serviço com os
recursos disponíveis (Anthony, 1994 p47). Nas entidades orientadas para o
lucro, o critério usado para avaliar o desempenho e responsabilizar o gestor
tenderá a ser o lucro. Nas ESNL, aquele critério está desde logo descartado e
face à sua diversidade de tipologias e áreas de atuação, a comparabilidade
também não é a opção mais prática. Restam os critérios como: a eficiência; a
eficácia; a economia; a efetividade; a equidade; a excelência; a envolvente; a
sustentabilidade.

Para se poder determinar estes indicadores é fundamental a existência de um


Orçamento que ao definir, por um lado, os montantes dos fundos a despender
por espécies de despesas e, por outro, as fontes de receitas, tem ainda outras
funções, nomeadamente a de controlo.

O orçamento deve ser coerente com o plano de atividades e assume-se como um


importante instrumento de apoio à gestão, uma vez que é através dele que se
podem elaborar análises e apurar desvios.

O orçamento geral de uma instituição deve ser suportado por um:

• Plano de Atividades;
• Orçamento de exploração;
• Orçamento de financiamento;
• Orçamento de desinvestimentos; e
• Orçamento de tesouraria.

3.8.1 O Orçamento de Exploração


O orçamento de exploração pode ser estruturado de acordo com a
demonstração de resultados por natureza. A conta de exploração previsional é
um documento indispensável, pois é ela que exprime aquele que será o
resultado líquido da exploração normal das atividades principais da ESNL num
dado período.

No caso de existirem mais do que uma atividade relevante para a elaboração do


orçamento, pode ser utilizado como suporte a demonstração de resultados por
funções.

O modelo completo proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo
25.

231
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS PREVISIONAL
Unidade Monetária: Euros
PERÍODO
RENDIMENTOS E GASTOS
N+1

Vendas e serviços prestados -


Subsídios, doações e legados à exploração -
Variação nos inventários da produção -
Trabalhos para a própria entidade -
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas -
Fornecimentos e serviços externos -
Gastos com o pessoal -
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) -
Provisões (aumentos/reduções) -
Provisões específicas (aumentos/reduções) -
Aumentos/reduções de justo valor -
Outros rendimentos e ganhos -
Outros gastos e perdas -

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos -

Gastos/reversões de depreciação e de amortização -

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) -

Juros e rendimentos similares obtidos -


Juros e gastos similares suportados -

Resultados antes de impostos -

Imposto sobre o rendimento do período -

Resultado líquido do período -

3.8.2 O Orçamento de Financiamento


O objetivo de um orçamento de financiamento é conseguir orçar tudo o que
estiver relacionado com a área de obtenção de fundos, assim como os respetivos
gastos de manutenção e de pagamentos. Para isso é essencial que se conheçam
o tipo de financiamento e sua moeda de origem, o indexador contratual, a taxa
de juros, o spread e comissões bancárias, os impostos associados, os prazos de
carência e o cronograma de amortização.

232
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O recurso ao financiamento serve nomeadamente, para:

• assegurar a realização de investimentos no Ativo não corrente;


• aumentar de capital circulante;
• garantir a execução de programas estratégicos vitais;
• promover a atualização de sistemas de informação;
• aceder às mais recentes tecnologias.

O Orçamento de financiamento pode ainda ser desdobrado em:

• Orçamento dos novos financiamentos, suas despesas financeiras e


reembolsos;
• Orçamento dos financiamentos já existentes suas despesas financeiras
e reembolsos dos financiamentos já existentes;
• Orçamento de outras despesas financeiras;
• Orçamento de outras receitas financeiras.

O modelo completo proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo
25.
ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1

FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS
VALORES N+1

Saldo Inicial (01/01/N+1)

RECEBIMENTO 0,00
FINANCIAMENTOS OBTIDOS
… 0,00
… 0,00

PAGAMENTO 0,00
FINANCIAMENTOS OBTIDOS
… 0,00
… 0,00

Saldo Final (31/12/N+1) 0,00

3.8.3 Orçamento de Investimento


Não está ligado obrigatoriamente ao orçamento de exploração, mas sim aos
planos operacionais e estratégicos elaborados pela Instituição. Este tipo de
orçamento compreende os investimentos dos planos operacionais já iniciados
no passado, os investimentos necessários identificados para o período em curso
e os previstos para o próximo período orçamental.

O modelo completo proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo
25.

233
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1

INVESTIMENTOS Data Prevista Montantes Subsidios Outros Financiamento


de Conclusão <N+1 N+1 >N+1 Auto-Financiamento … … Reservas Sociais Financiamentos não Definido

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Bens de Dominio Público 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00




Terrenos e Recursos naturais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Edificios e Outras Construções 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento Básico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento de Transporte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento Administrativo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Imobilizado em Curso 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Adiantamentos p/Ativos Fixos Tangiveis
Outro Imob. em Curso
Outros Activos Tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ATIVOS FIXOS INTANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Programas de software
Imobilizado em Curso
Outras Imobilizações Incorpóreas

INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Partes de Capital em empresas do Grupo


Empréstimos a empresas do Grupo
Imobilizações em Curso
Outros Investimentos Financeiros

Outros Financiamento
RESUMO Auto-Financiamento … … Reservas Sociais Financiamentos não Definido
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
IMOBILIZADO EM CURSO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

TOTAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

3.8.4 Orçamento de Desinvestimento


O desinvestimento é geralmente associado a uma estratégia utilizada para
contenção e corte de despesas, que reduz a capacidade operacional de uma
entidade ou negócio. Contudo o desinvestimento pode também ser visto como
uma oportunidade de financiamento, em substituição ao recurso ao capital
alheio, ou simplesmente como um processo natural de substituição ou relocação
de investimentos.

O modelo completo proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo
25.

234
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1

DESINVESTIMENTOS
VALORES

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00

Bens de Dominio Público 0,00


Terrenos e Recursos naturais
Edificios e Outras Construções 0,00

Equipamento Básico 0,00

Equipamento de Transporte
Ferramentas e Utensílios
Equipamento Administrativo 0,00

Imobilizado em Curso 0,00


Obras em Curso
Adiantamentos p/Imob. Corpóreas
Outro Imob. em Curso
Outros Activos Tangíveis

ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00

Programas de software 0,00


Imobilizado em Curso 0,00
Outras Imobilizações Incorpóreas 0,00
Imobilizado em Curso 0,00
Obras em Curso 0,00
Adiantamentos p/Imob. Incorpóreas 0,00
Outro Imob. em Curso 0,00
Outras Imobilizações Incorpóreas 0,00

INVESTIMENTO FINANCEIRO 0,00

Partes de Capital em empresas do Grupo 0,00


Empréstimos a empresas do Grupo 0,00
Imobilizações em Curso 0,00
Outros Investimentos Financeiros 0,00

Fundo de Reconstituição do Capital 0,00


Fundo de Renovação do Equipamento 0,00

RESUMO

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00


ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00
INVESTIMENTOS EM CURSO 0,00
INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00

TOTAL 0,00

3.8.5 Orçamento de Tesouraria


Conhecida a previsão de rendimentos e gastos, analisados os fluxos de entrada
e saída monetários, consegue-se prever os montantes correspondentes a
recebimentos e pagamentos. O orçamento previsional de tesouraria permite ao
órgão de decisão saber se a ESNL vai gerar meios financeiros suficientes para
liquidar as suas dívidas. Cada vez mais é imprescindível prever qual será a
situação de liquidez e quais as necessidades crédito. O modelo completo
proposto pode ser analisado com mais detalhe no Anexo 25.

235
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PREVISIONAL
Unidade Monetária: Euros

PERÍODO
RUBRICAS
N+1

Fluxos de caixa das atividades operacionais - método direto


Recebimentos de clientes e utentes
Pagamentos de subsídios
Pagamentos de apoios
Pagamentos de bolsas
Pagamento a fornecedores
Pagamentos ao pessoal

Caixa gerada pelas operações -


Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento
Outros recebimentos/pagamentos
Fluxos de caixa das atividades operacionais (1) -

Fluxos de caixa das atividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Recebimentos provenientes de:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Subsídios ao investimento
Juros e rendimentos similares
Dividendos
Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) -

Fluxos de caixa da atividade de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos
Realizações de fundos
Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos
Juros e gastos similares
Dividendos
Reduções do fundo
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) -

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3) -


Efeito das diferenças de câmbio
Caixa e seus equivalentes no início do período
Caixa e seus equivalentes no fim do período -

3.8.6 A Revisão do Orçamento


Uma revisão ou modificação do Orçamento ocorre quando se pretende incluir
ou retirar um determinado projeto, ou mesmo substituir um projeto por outro.
Ocorre normalmente quando se pretende aumentar o valor global orçamentado,
podendo, no entanto, também ocorrer em situação de redução do valor
orçamentado (operações a realizar em estrito cumprimento das regras e
princípios orçamentais). A aprovação de qualquer modificação ao Orçamento é

236
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

da exclusiva competência do órgão deliberativo (assembleia geral), sob


proposta do órgão de administração (direção).

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1

Rúbrica Descrição Previsão Modificações Modificações Previsão


GASTOS

… … 0,00 0,00 0,00 0,00

Total de Gastos 0,00 0,00 0,00 0,00

Rúbrica Descrição Previsão Modificações Modificações Previsão


RENDIMENTOS

… … 0,00 0,00 0,00 0,00

Total de Rendimentos 0,00 0,00 0,00 0,00

237
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.9 O Orçamento das IPSS’s


As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e equiparadas devem
submeter à tutela os seus Orçamentos. O processo de entrega dos orçamentos
anuais das IPSS e Equiparadas foi objeto de uma reformulação em 2013,
consubstanciando uma ferramenta de gestão previsional para as instituições.

A entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 172-A/ 2014 de 14 de novembro, que


aprova o Estatuto das IPSS, revogou o Visto dos Orçamentos.

A elaboração do orçamento é competência do órgão de administração e deve


ser submetido à apreciação do órgão de fiscalização da IPSS.

Ainda que não sejam objeto de Visto, considera-se relevante a entrega dos
orçamentos na aplicação OCIP, de modo a ser possível aos Serviços consultarem
os dados neles contidos, informação importante nos processos de avaliação das
respostas sociais aquando da revisão de acordos de cooperação.

O orçamento anual do Ano N+1 deverá ser apresentado durante o mês de


dezembro do ano N.
Os orçamentos devem ser submetidos via upload na aplicação OCIP21,
utilizando o modelo existente no separador “Formulários/Documentos” com a
designação “Modelo de Orçamentos – IPSS”, sendo necessária a entrega em
formato em Excel e a submissão em formato digital PDF.

3.9.1 O Modelo de Orçamento


O modelo de orçamentos em formato de Excel tem a seguinte estrutura:

1. Menu --- 2. Regras Registo --- 3. Dados Gerais --- 4. Demonstração de


Resultados --- 5. Financiamento --- 6. Investimento --- 7. Memória Justificativa

A IPSS deve começar por indicar os dados relativos à entidade.


1 IDENTIFICAÇÃO IPSS

DESIGNAÇÃO

NIF/NIPC NISS TIPO

MORADA DA SEDE

TELEFONE FAX E-MAIL

De seguida deve proceder ao preenchimento dos dados relativos ao orçamento.

21
https://app.seg-social.pt/ocip/Login.jsp

238
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2 DADOS ORÇAMENTO

ANO ECONÓMICO VERSÃO

ATA ÓRGÃO DELIBERATIVO (ASSEMBLEIA GERAL/CONSELHO ADMINISTRAÇÃO)

DATA

MEMBROS PRESENTES NA CARGO


REUNIÃO NIF

PARECER ÓRGÃO FISCALIZADOR (CONSELHO FISCAL)

DATA DECISÃO

MEMBROS PRESENTES NA CARGO


REUNIÃO NIF

Nesta fase deve proceder ao registo dos dados relativos à atividade da IPSS,
indicando as respostas sociais/estabelecimentos com comparticipação e sem
comparticipação da Segurança Social.
3 DADOS ATIVIDADE

N.º GLOBAL RESPOSTAS SOCIAIS /ESTABELECIMENTO COMPARTICIPADAS N.º ÓRGÃOS SOCIAIS


N.º GLOBAL RESPOSTAS SOCIAIS /ESTABELECIMENTO NÃO
REMUNERADOS
COMPARTICIPADAS
N.º GLOBAL ATIVIDADES/PROTOCOLOS NÃO REMUNERADOS

PRINCIPAIS RESPOSTAS SOCIAIS /ESTABELECIMENTO COMPARTICIPADAS

VALOR MÉDIO VALOR MÉDIO N.º MÉDIO N.º MÉDIO


N.º MÉDIO
TIPO RESPOSTA SOCIAL COMPARTICIPAÇÃO FAMÍLIAS RECEITA ANUAL RECURSOS VOLUNTÁRIOS
UTENTES (Ano)
(conta 75) (conta 72) HUMANOS (FTE) (FTE)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00

PRINCIPAIS RESPOSTAS SOCIAIS /ESTABELECIMENTO NÃO COMPARTICIPADAS

VALOR MÉDIO VALOR MÉDIO N.º MÉDIO N.º MÉDIO


N.º MÉDIO
TIPO RESPOSTA SOCIAL COMPARTICIPAÇÃO FAMÍLIAS RECEITA ANUAL RECURSOS VOLUNTÁRIOS
UTENTES (Ano)
(conta 75) (conta 72) HUMANOS (FTE) (FTE)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00

ATIVIDADES / PROTOCOLOS

VALOR MÉDIO VALOR MÉDIO N.º MÉDIO N.º MÉDIO


N.º MÉDIO
TIPO ATIVIDADE COMPARTICIPAÇÃO FAMÍLIAS RECEITA ANUAL RECURSOS VOLUNTÁRIOS
UTENTES (Ano)
(conta 75) (conta 72) HUMANOS (FTE) (FTE)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00

É aqui também que se indicam as atividades ou protocolos não incluídos em


respostas sociais.

Para cada resposta social deve ser indicado o número médio de utentes, o valor
médio da comparticipação do Instituto de Segurança Social. o valor médio das

239
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

comparticipações das famílias, o número de recursos humanos remunerado e o


número de voluntários.

Estes valores devem estar em consonância com os dados a preencher a


demonstração de resultados previsional.

Para além do preenchimento da demonstração de resultados a IPSS tem de


indicar as suas fontes de financiamento, identificando a entidade financiadora
e o tipo de financiamento, se este é financiamento público com cariz de
funcionamento, se este é público com cariz de investimento ou se é privado.

CONTA RUBRICA TOTAL 1103-Creche 1202-Lar de Apoio

71 VENDAS 0,00
72 PRESTAÇÕES SERVIÇOS 0,00 0,00 0,00
721 QUOTAS UTILIZADORES (MATRÍCULAS/MENSALIDADES) 0,00
722/728 OUTROS SERVIÇOS 0,00
73 VARIAÇÃO NOS INVENTÁRIOS DA PRODUÇÃO 0,00
74 TRABALHOS PARA A PRÓPRIA ENTIDADE 0,00
75 SUBSÍDIOS, DOAÇÕES E LEGADOS À EXPLORAÇÃO 0,00 0,00 0,00
751 SUBSÍDIOS ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS 0,00 0,00 0,00
7511 ISS, IP 0,00
7512 OUTRAS ENTIDADES PÚBLICAS 0,00
752 SUBSÍDIOS DE OUTRAS ENTIDADES 0,00
753 DOAÇÕES E HERANÇAS 0,00
754 LEGADOS 0,00
76 REVERSÕES 0,00 0,00 0,00
761 DE DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES 0,00
762 DE PERDAS POR IMPARIDADE 0,00
763 DE PROVISÕES 0,00
764 DE PROVISÕES ESPECÍFICAS 0,00
77 GANHOS POR AUMENTOS DE JUSTO VALOR 0,00
78 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 0,00 0,00 0,00
781 RENDIMENTOS SUPLEMENTARES 0,00
782 / 787 OUTROS RENDIMENTOS EM ATIVOS
788 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 0,00 0,00 0,00
7881 CORREÇÕES DE PERÍODOS ANTERIORES 0,00
7883 IMPUTAÇÃO DE SUBSÍDIOS DE INVESTIMENTO 0,00
7882-7884/7887 RENDIMENTOS E GANHOS EM ATIVOS 0,00
7888 OUTROS NÃO ESPECIFICADOS 0,00
79 JUROS, DIVIDENDOS E OUTROS RENDIMENTOS SIMILARES 0,00

7 TOTAL RENDIMENTOS 0,00 0,00 0,00

240
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

CLASSE 6 GASTOS

CONTA RUBRICA TOTAL 1103-Creche 1202-Lar de Apoio

61 CUSTO MERCADORIAS E MATÉRIAS CONSUMIDAS 0,00


62 FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 0,00 0,00 0,00
621 SUBCONTRATOS 0,00
622 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS 0,00 0,00 0,00
6221 TRABALHOS ESPECIALIZADOS 0,00
6222 PUBLICIDADE E PROPAGANDA 0,00
6223 VIGILÂNCIA E SEGURANÇA 0,00
6224 HONORÁRIOS 0,00
6225 COMISSÕES 0,00
6226 CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO 0,00
6228 OUTROS 0,00
623 MATERIAIS 0,00 0,00 0,00
6231 FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS DE DESGATE RÁPIDO 0,00
6232 LIVROS E DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA 0,00
6233 MATERIAL DE ESCRITÓRIO 0,00
6234 ARTIGOS PARA OFERTA 0,00
6235/6238 OUTROS 0,00
624 ENERGIA E FLUIDOS 0,00 0,00 0,00
6241 ELETRICIDADE 0,00
6242 COMBUSTÍVEIS 0,00
6243 ÁGUA 0,00
6248 OUTROS 0,00
625 DESLOCAÇÕES, ESTADAS E TRANSPORTES 0,00 0,00 0,00
6251 DESLOCAÇÕES E ESTADAS 0,00
6252 TRANSPORTES DE PESSOAL 0,00
6253 TRANSPORTES DE MERCADORIAS 0,00
6258 OUTROS 0,00
626 SERVIÇOS DIVERSOS 0,00 0,00 0,00
6261 RENDAS E ALUGUERES 0,00
6262 COMUNICAÇÃO 0,00
6263 SEGUROS 0,00
6264 ROYALTIES 0,00
6265 CONTENCIOSO E NOTARIADO 0,00
6266 DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO 0,00
6267 LIMPEZA, HIGIENE E CONFORTO 0,00
6268 OUTROS SERVIÇOS 0,00
63 GASTOS COM PESSOAL 0,00 0,00 0,00
631 REMUNERAÇÕES DOS ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00 0,00 0,00
6311 REMUNERAÇÕES CERTAS 0,00
6312 REMUNERAÇÕES ADICIONAIS 0,00
632 REMUNERAÇÕES DO PESSOAL 0,00 0,00 0,00
6321 REMUNERAÇÕES CERTAS 0,00
6322 REMUNERAÇÕES ADICIONAIS 0,00
633 BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO 0,00 0,00 0,00
6331 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6332 PESSOAL 0,00
634 INDEMNIZAÇÕES 0,00 0,00 0,00
6341 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6342 PESSOAL 0,00
635 ENCARGOS SOBRE REMUNERAÇÕES 0,00 0,00 0,00
6351 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6352 PESSOAL 0,00
636 SEGUROS ACIDENTES TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS 0,00 0,00 0,00
6361 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6362 PESSOAL 0,00
637 GASTOS DE AÇÃO SOCIAL 0,00 0,00 0,00
6371 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6372 PESSOAL 0,00
638 OUTROS GASTOS COM O PESSOAL 0,00 0,00 0,00
6381 ÓRGÃOS SOCIAIS 0,00
6382 PESSOAL 0,00
64 GASTOS DE DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO 0,00 0,00 0,00
641 PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO 0,00
642 ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00
643 ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00
65 PERDAS POR IMPARIDADE 0,00 0,00 0,00
651 DE DÍVIDAS A RECEBER 0,00
652 DE INVENTÁRIOS 0,00
653/658 PERDAS EM OUTROS ATIVOS 0,00
66 PERDAS POR REDUÇÃO DE JUSTO VALOR 0,00
67 PROVISÕES DO PERÍODO 0,00
68 OUTROS GASTOS E PERDAS 0,00 0,00 0,00
681 IMPOSTOS 0,00
682/687 OUTROS GASTOS E PERDAS EM ATIVOS 0,00
688 OUTROS GASTOS E PERDAS 0,00 0,00 0,00
6881 CORREÇÕES DE PERÍODOS ANTERIORES 0,00
6882 DONATIVOS 0,00
6883 QUOTIZAÇÕES 0,00
6884/6888 OUTROS GASTOS E PERDAS 0,00
689 CUSTOS C/ APOIOS FIN. CONCEDIDOS A ASS. OU UTENTES 0,00
69 GASTOS E PERDAS DE FINANCIAMENTO 0,00

6 TOTAL GASTOS 0,00 0,00 0,00

241
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1 FINANCIAMENTO PÚBLICO - COMPONENTE EXPLORAÇÃO

REGISTO CONTABILÍSTICO
ENTIDADES
RUBRICA FINANCIAMENTO
FINANCIADORAS
75 - EXPLORAÇÃO

Acordos de Cooperação
Protocolos
IGFSS Program as
Fundos
Outros
Acordos de Cooperação
Protocolos
IEFP, IP Program as
Fundos
Outros
Acordos de Cooperação
Protocolos
Autarquias Program as
Fundos
Outros

2 FINANCIAMENTO PÚBLICO - COMPONENTE INVESTIMENTO

REGISTO CONTABILÍSTICO
ENTIDADES
RUBRICA FINANCIAMENTO FLUXO FINANCEIRO
FINANCIADORAS
59 - INVESTIMENTO

PROGRAMAS 0,00 0,00


PIDDAC
Outros
FUNDOS 0,00 0,00
ISS
FSS
Outros
OUTROS 0,00 0,00
Outros

3 FINANCIAMENTO PRIVADO

REGISTO CONTABILÍSTICO
ENTIDADES FLUXO
RUBRICA FINANCIAMENTO
FINANCIADORAS FINANCEIRO
75 - EXPLORAÇÃO 59 - INVESTIMENTO

Ao nível do investimento a IPSS tem de indicar e valorizar o investimento


previsto em ativos fixos tangíveis e intangíveis, em investimentos em curso e
em ativos e passivos financeiros.

Todos os dados apresentados têm de estar fundamentados na memória


descritiva.

242
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

INVESTIMENTO MÉDIO E LONGO PRAZO VALOR

Ativos Intangíveis 0,00


Bens domínio público
Goodw ill
Projetos de desenv olv imento
Programas de Computador
Propriedade Industrial
Outros Ativ os intangív eis
Ativos Fixos Tangíveis 0,00
Bens domínio público
Bens do Património Histórico e Cultural
Terrenos e Recursos Naturais
Edifícios e Outras Construções
Equipamento Básico
Equipamento de Transporte
Equipamento Administrativ o
Equipamentos Biológicos
Outros ativ os fix os tangív eis
Propriedades de Investim ento
Investim entos Financeiros
Outros ativos Financeiros (não correntes detidos para venda)

TOTAL INVESTIMENTO - MLP 0,00

INVESTIMENTOS EM CURSO VALOR

Nov as aquisições (compras e prestações serv iços)


Adiantamentos
Trabalhos própria Entidade
Transferência para Imobilizado pela conclusão obra (-)
TOTAL INVESTIMENTO EM CURSO 0,00

INVESTIMENTOS - CP VALOR
Outros ativ os Financeiros
Outros passiv os Financeiros
TOTAL INVESTIMENTO - CP 0,00

# MEMÓRIA JUSTIFICATIVA

243
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.9.2 A Submissão na OCIP

Para submeter do Orçamento na OCIP, tem de se proceder à acreditação através


do Número de Identificação da Segurança Social (NISS) e ser possuidor da
senha de acesso à Segurança Social Direta.

Deve-se selecionar o ano pretendido,

escolher o documento a anexar,

244
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

fazer upload desse documento e submeter o orçamento.

245
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.10 Rácios e Indicadores Financeiros


As tomadas de decisão devem ter por base a análise e interpretação dos
indicadores económico-financeiros, apoiados numa leitura comparativa das
demonstrações financeiras, e observados ao longo do tempo.

Uma análise de rácios não permite por si só retirar conclusões imediatas sobre
o desempenho de uma determinada entidade, mas antes sintetizar a informação
financeira e entender a sua evolução dentro de determinados contextos e
setores.

A falta de reconhecimento dos bens do património, histórico, artístico e cultural;


a não segregação entre corrente e não corrente; a diversidade de entidades; a
ausência de uma estrutura conceptual própria; a falta de rácios e indicadores
adaptados, colocam em causa a qualidade da análise económico-financeiros de
uma ESNL.
Numa ESNL, indicadores relacionados com a estrutura financeira, liquidez,
rendibilidade, funcionamento e risco poderão ser úteis para uma melhor
interpretação e compreensão da análise financeira.

3.10.1 Estrutura Financeira


A estrutura financeira evidencia a importância entre as fontes de financiamento
e a forma de aplicação desses recursos, pelo que haverá uma estrutura ótima de
Fundos Patrimonial quando o custo desse fundo for mínimo. Deste modo, será
possível maximizar o valor de uma entidade. Os principais rácios relacionados
com a estrutura financeira: Autonomia financeira e Solvabilidade.

A Autonomia Financeira reflete a solidez financeira e a capacidade das


entidades para cumprirem as suas obrigações não correntes. Por outras
palavras, representa a percentagem dos ativos totais da empresa financiados
pelos fundos patrimoniais. Quanto mais elevado for o nível dos fundos
patrimoniais, maior a autonomia da empresa face a terceiros. Um valor baixo,
revela grande dependência em relação aos credores, situação que para além dos
riscos inerentes, é desvantajosa na negociação de novos financiamentos.

Autonomia Financeira = Fundos Patrimoniais / Ativo * 100

Solver uma dívida significa pagar uma dívida. Assim, o rácio de Solvabilidade
permite avaliar a capacidade de uma empresa garantir a liquidação do seu
passivo com recurso aos seus capitais próprios. Se isto não acontecer, a entidade
está insolvente, ou seja, falida. Se apresentar um valor < 1, os valores do Fundos

246
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

patrimoniais são inferiores ao Passivo. Nestes casos identificou-se um elevado


risco para os credores da entidade, dado que os Fundos patrimoniais não são
suficientes para fazer face às ao passivo.

Solvabilidade geral = Fundos Patrimoniais / Capital Alheio

3.10.2 Funcionamento
Os rácios de funcionamento são utilizados para analisar a eficiência na gestão
das instituições, tendo em conta o seu ciclo de funcionamento. Dado que as
condições de funcionamento diferem de setor de atividade para setor de
atividade, estes rácios só têm sentido quando comparados com entidades cuja
atividade e as caraterísticas económico-financeiras sejam semelhantes. Os rácios
de funcionamento podem ser baseados em unidades monetárias ou em
unidades físicas. Os principais rácios relacionados com o funcionamento são o
Prazo Médio de Pagamentos, Prazo Médio de Recebimentos e Prazo Médio de
Rotação dos Inventários

O Prazo Médio de Pagamentos é o rácio que mede a celeridade (em dias) com
que a entidade costuma pagar as suas dívidas aos fornecedores:

PMP = Fornecedores / Compras + FSE x 365

Quanto mais baixo o seu valor, menor o financiamento obtido pelas entidades
através dos seus fornecedores. Isto pode revelar que falta poder negocial junto
dos fornecedores ou ser uma política para obter descontos ou vantagens
económicas por parte desses fornecedores.

O Prazo Médio de Recebimentos traduz a rapidez com que a entidade recebe


dos seus clientes e/ou utentes:

PMR = Clientes e/ou Utentes / Volume de Negócios x 365

Aqui um valor alto é desfavorável e pode demonstrar ineficiência nos


recebimentos.

O Prazo médio de rotação dos inventários traduz o tempo que os inventários


estão em armazém.

PMRI = Inventários / CMVMC x 365

247
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

No caso de aquisição de inventários para venda, a redução deste indicador pode


significar que se está a vender mais rapidamente, mas devemos atender que
uma redução drástica pode implicar a falta de inventário e por conseguinte de
vendas.

3.10.3 Liquidez
Liquidez significa ter dinheiro disponível ou consegui-lo de forma fácil, para
satisfazer compromissos imediatos, normalmente com prazos inferiores a um
ano. Os principais rácios relacionados com a Liquidez são o Fundo de Maneio,
a liquidez geral, a liquidez reduzida e a liquidez imediata.

O Fundo de Maneio corresponde à parte dos capitais permanentes que não é


absorvida no financiamento do ativo não corrente estando aplicada na
cobertura das necessidades de financiamento do ciclo de exploração.

Fundo de Maneio = Capitais Permanentes – Ativo Não Corrente

O rácio de Liquidez geral evidencia em que medida as obrigações de curto


prazo estão cobertas pelos ativos que podem ser convertidos em “liquidez” no
prazo de um ano. Este rácio deve ter um valor superior a 1 (ou 100%), o que
demonstrará que o valor dos ativos correntes é superior ao valor dos passivos
exigíveis a curto prazo. Nestas circunstâncias, a entidade encontra-se, em regra
geral, numa situação de equilíbrio financeiro.

Liquidez geral = Ativo Circulante / Passivo Circulante

O rácio de Liquidez reduzida, tem a mesma finalidade do anterior, mas excluiu


do numerador os ativos correntes menos líquidos. Se o valor deste rácio for
superior a 1, significa que mais de 100% das responsabilidades de curto prazo
poderão ser satisfeitas recorrendo aos meios financeiros líquidos (caixa e
depósitos bancários) e à cobrança de créditos de curto prazo.

Liquidez reduzida = Ativo Circulante - Inventários / Passivo Circulante

A Liquidez imediata é utilizada para conhecer o grau de cobertura dos passivos


circulantes pela liquidez imediata, ou seja, a capacidade de a entidade cumprir
com as suas obrigações no curto prazo, apenas com os seus meios financeiros.

248
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Liquidez imediata = Meios Financeiros / Passivo Circulante

3.10.4 Rentabilidade
Os rácios de rentabilidade pretendem dar informação de índole económica e
financeira estabelecendo uma relação entre as rúbricas constantes no balanço e
demonstração de resultados.

O estudo da rendibilidade permite avaliar se uma entidade é rentável e a


eficiência da utilização dos seus recursos. Os principais rácios a analisarão são
a Rendibilidade das Vendas e a Rendibilidade dos Capitais Próprios.

A Rendibilidade das Vendas reflete a rendibilidade da entidade após terem


sido considerados os gastos de exploração. Indica, de forma genérica, quanto é
que cada venda contribuiu para a obtenção do resultado do exercício.

Rendibilidade das Vendas = Resultado de Exploração / Volume de Negócios

A Rendibilidade do Capital Próprio relaciona o nível de resultados líquidos


gerados, em função do capital aplicado na entidade pelos associados. Permite
aferir a rendibilidade dos investidores, face ao seu investimento. Na ótica do
investidor, interessa que o valor alcançado seja o maior possível. Naturalmente,
neste caso, apesar do objetivo da entidade não ser o de gerar lucro para os seus
“investidores”, interessa que o seu resultado seja o melhor possível, para fazer
face ao plano de atividades proposto em cada ano.

Rendibilidade Capital Próprio = Resultado Líquido / Fundo Patrimonial

3.10.5 Risco
No exercício da sua atividade as entidades enfrentam um conjunto de riscos que
influenciam o seu desempenho. Assim, risco pode ser definido como a hipótese
de perda e quanto maior essa hipótese maior o risco. Na análise financeira, o
risco deve ser visto como a variação provável dos fluxos de caixa futuros e
divide-se em dois grupos: o risco do negócio e o risco financeiro.

O risco do negócio está associado à gestão de exploração da empresa e o risco


financeiro está associado à estrutura de capital e aos fluxos de caixa e gastos de
funcionamento.

A nível do risco do negócio temos como indicadores relevantes o Ponto Crítico


e a Margem de Segurança.

249
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quanto maior o Ponto Critico, maior o risco.

Ponto crítico = Gastos Fixos / (1- Gastos Variáveis / Volume de Negócios)

Quanto maior a Margem de Segurança, menor o risco.

Margem Segurança = Volume de Negócios / Ponto Crítico -1

O risco financeiro traduz a probabilidade de uma entidade não conseguir


resultados operacionais suficientes para cobrir os juros suportados e outros
gastos de financiamento, sendo o indicador a analisar o Grau de Alavancagem
Financeira. Este indicador define-se como a variação percentual que ocorre nos
resultados antes de impostos decorrente de uma variação percentual nos
resultados operacionais, e quanto maior o GAF maior o risco financeiro.

GAF = EBIT / Resultados Antes de Impostos

250
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4. As ESNL e a Fiscalidade
As ESNL beneficiam de um enquadramento fiscal mais favorável que são
observados no momento em que são constituídas, no desenvolvimento das suas
atividades e quando recebem donativos.
As diversas matérias fiscais encontram-se repartidas nos diversos códigos dos
impostos e em legislação avulsa, não existindo um regime fiscal ou um diploma
específico que concentre os diversos benefícios e isenções fiscais. Alguns desses
benefícios e isenções fiscais variam de entidade para entidade e podem exigir
um reconhecimento prévio, através da obtenção do estatuto de utilidade
pública.

4.1 Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)


São sujeitos passivos do IRC as sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais pessoas coletivas
de direito público ou privado, com sede ou direção efetiva em território
português. Consideram-se incluídas (…) designadamente, as heranças jacentes,
as pessoas coletivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as
associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades
comerciais ou civis sob forma comercial, anteriormente ao registo definitivo
(artigo 2º CIRC).

4.1.1 Rendimentos sujeitos a IRC


O IRC incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de
atos ilícitos, no período de tributação, pelos respetivos sujeitos passivos (artigo
1º CIRC). Nos termos das alíneas a) e b) do nº 1 do art.º 3º do Código do IRC, as
entidades residentes são tributadas pelo lucro ou pelo rendimento global,
correspondente à soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias
consideradas para efeitos de IRS, consoante exerçam ou não, a título principal,
uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, respetivamente.

O IRC, é devido por cada período de tributação, que coincide com o ano civil.
O período de tributação pode, no entanto, ser inferior a um ano como acontece
no ano do início de tributação e no ano da cessação da atividade. O facto gerador
do imposto considera-se verificado no último dia do período de tributação
(artigo 8º CIRC).

Uma ESNL, é uma entidade residente que não exerce, a título principal, uma
atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. Desta forma, a sua base
tributável do IRC será composta pelo rendimento global, correspondente à
soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias consideradas para

251
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

efeitos de IRS e, bem assim, dos incrementos patrimoniais obtidos a título


gratuito, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º e da alínea b) do n.º 1 do
artigo 3.º do Código do IRC. As associações ou fundações e outras pessoas
coletivas de direito público assinalam, em regra, o campo 2 da Modelo 22 –
residente que não exerce, a título principal, atividade comercial, industrial ou
agrícola.

Quadro 3 – Modelo 22

4.1.2 Rendimentos Isentos


Nos termos do artigo 10.º, estão isentas de IRC:

a) As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa;

b) As instituições particulares de solidariedade social, bem como as


pessoas coletivas àquelas legalmente equiparadas;

c) As pessoas coletivas de mera utilidade pública que prossigam,


exclusiva ou predominantemente, fins científicos ou culturais, de
caridade, assistência, beneficência, solidariedade social, defesa do meio
ambiente e interprofissionalismo agroalimentar.

A isenção das pessoas coletivas de mera utilidade pública carece de


reconhecimento pelo Ministro das Finanças, a requerimento dos interessados,
mediante despacho publicado no Diário da República, que define a respetiva
amplitude, de harmonia com os fins prosseguidos e as atividades desenvolvidas
para a sua realização, pelas entidades em causa e as informações dos serviços
competentes da Direcção-Geral dos Impostos e outras julgadas necessárias.

A isenção prevista nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 10.º do Código do IRC


opera de forma automática, nos termos do n.º 1 do artigo 5.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais, por interpretação, a contrario sensu, do n.º 2 do artigo 10.º do
Código do IRC.

252
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Nos termos do artigo 13º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) os benefícios
fiscais dependentes de reconhecimento não podem ser concedidos quando:

a) No final do ano civil anterior ao pedido, o sujeito passivo tenha


deixado de efetuar o pagamento de qualquer imposto sobre o
rendimento, a despesa ou o património, e a situação se mantenha no
termo do prazo para o exercício do direito de audição no âmbito do
procedimento de concessão do benefício;

b) O sujeito passivo tenha deixado de efetuar o pagamento de


contribuições relativas ao sistema da segurança social, se, no momento
em que ocorre a consulta, a situação contributiva não se encontrar
regularizada.

Quanto à extensão dos rendimentos abrangidos pela referida isenção, estabelece


o n.º 3 do artigo 10.º do Código do IRC que “[a] isenção prevista no n.º 1 não
abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício das atividades
comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários,
bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem
depositados, nos termos da legislação em vigor, e é condicionada à observância
continuada dos seguintes requisitos:

• Exercício efetivo, a título exclusivo ou predominante, de atividades


dirigidas à prossecução dos fins que justificaram o respetivo
reconhecimento da qualidade de utilidade pública ou dos fins que
justificaram a isenção consoante se trate, respetivamente, de
entidades previstas nas alíneas a) e b) ou na alínea c) do n.º 1;
• Afetação aos fins referidos na alínea anterior de, pelo menos, 50% do
rendimento global líquido que seria sujeito a tributação nos termos
gerais, até ao fim do 4.º período de tributação posterior àquele em que
tenha sido obtido, salvo em caso de justo impedimento no
cumprimento do prazo de afetação, notificado à Autoridade
Tributária e Aduaneira, acompanhado da respetiva fundamentação
escrita, até ao último dia útil do 1.º mês subsequente ao termo do
referido prazo;
• Inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos membros
dos órgãos estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos
resultados da exploração das atividades económicas por elas
prosseguidas”.

O art.º 10.º do CIRC isenta de IRC as pessoas coletivas de utilidade pública e de


solidariedade social, estando a mesma condicionada, nomeadamente, à
observância continuada do requisito estabelecido na alínea c) do n.º 3 daquele
artigo, ou seja, à inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos

253
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

membros dos órgãos estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos
resultados da exploração das atividades económicas prosseguidas pelas
entidades. Para que o requisito da alínea c) do n.º 3 do art.º 10.º do CIRC não
seja posto em causa, os órgãos estatutários podem ser remunerados, mas apenas
pela função que desempenham nesses órgãos e desde que essa remuneração
seja feita através de pagamentos fixos mensais, que não sejam determinados em
função dos resultados de exploração.

Estão isentos de IRC, nos termos do artigo 11º do CIRC, os rendimentos


diretamente derivados do exercício de atividades culturais, recreativas e
desportivas. Só podem beneficiar desta isenção as associações legalmente
constituídas para o exercício dessas atividades e desde que se verifiquem
cumulativamente as seguintes condições:
a) Em caso algum distribuam resultados e os membros dos seus órgãos
sociais não tenham, por si ou interposta pessoa, algum interesse direto
ou indireto nos resultados de exploração das atividades prosseguidas;

b) Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja todas as suas


atividades e a ponham à disposição dos serviços fiscais, designadamente
para comprovação do referido na alínea anterior.

No entanto, o n.º 3 do artigo 11.º do Código do IRC prevê que não se consideram
rendimentos diretamente derivados do exercício de atividades culturais,
recreativas ou desportivas os rendimentos provenientes de qualquer atividade
comercial, industrial ou agrícola, exercida, ainda que a título acessório, em
ligação com essas atividades, e, nomeadamente, os provenientes de
publicidade, direitos respeitantes a qualquer forma de transmissão, bens
imóveis, aplicações financeiras e jogo do bingo.

Ficam isentos de IRC os rendimentos das coletividades desportivas, de cultura


e recreio, desde que a totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a
tributação, e não isentos nos termos do mesmo Código, não exceda o montante
de (euro) 7500 (n.º 1 do artigo 54 do EBF). As importâncias investidas pelos
clubes desportivos em novas infraestruturas, não provenientes de subsídios,
podem ser deduzidas à matéria coletável até ao limite de 50 % da mesma, sendo
o eventual excesso deduzido até ao final do segundo exercício seguinte ao do
investimento (n.º 2 do artigo 54 do EBF).

O regime de isenção definitiva só pode ser assinalado pelos sujeitos passivos


que dela beneficiem e que são, designadamente, os identificados no quadro 031
do anexo D da Modelo 22. Do mesmo modo, o regime de isenção temporária
também só pode ser assinalado pelos sujeitos passivos que beneficiem de um
regime de isenção com caráter temporário, nomeadamente, os referidos no

254
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

quadro 032 do anexo D da Modelo 22. Os regimes de isenção temporária e


isenção definitiva não podem coexistir simultaneamente.

Quadro 4 – Modelo 22

Tratando-se de sujeitos passivos com mais de um regime de tributação de


rendimentos, o apuramento do lucro tributável é feito globalmente, efetuando-
se a respetiva discriminação por regimes de tributação no quadro 09, nos
campos 301, 312 ou 323, no caso de prejuízo fiscal, ou nos campos 302, 313 ou
324, havendo lucro tributável. No campo 301 não devem ser incluídas as
entidades anexas de instituições particulares de solidariedade social, uma vez
que estas deixaram de beneficiar de isenção de IRC, por força da alteração do
artigo 10.º do CIRC introduzida pela Lei n.º 64-B/2011, de 30/12. A isenção
definitiva prevista no campo 302 inclui as isenções contempladas no artigo 11.º
do CIRC e no n.º 1 do artigo 54.º do EBF.

Quadro 9 – Modelo 22

Nos termos do n.º 3, do artigo 54.º do CIRC, são considerados rendimentos não
sujeitos a IRC os resultantes do pagamento de quotas pelos associados em
conformidade com os estatutos, bem como os subsídios destinados a financiar
a realização dos fins estatutários. De acordo com o n.º 4 do citado artigo 54.º do
CIRC, os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito, destinados à direta
e imediata realização dos fins estatutários, consideram-se rendimentos isentos.

Quadro 031 – Modelo 22 Anexo D

255
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O regime de isenção definitiva só pode ser assinalado pelos sujeitos passivos


que dela beneficiem e que são, designadamente, os identificados no quadro 031
do anexo D.

O regime de isenção temporária também só pode ser assinalado pelos sujeitos


passivos que beneficiem de um regime de isenção com caráter temporário,
nomeadamente, os referidos no quadro 032 do anexo D.

Quadro 032 – Modelo 22 Anexo D

Apontamentos - Amplitude da isenção (atividades hortícolas) de IRC


No âmbito das atividades da IPSS, é desenvolvida uma atividade relacionada
com horticultura, a qual, enquanto atividade que faz parte do processo de
reabilitação e que contribuirá para a reinserção dos toxicómanos na vida ativa,
se afigura enquadrar-se nos fins estatutários da associação e que justificaram a
isenção. Assim, desde que a comercialização dos produtos hortícolas
provenientes da referida atividade seja apenas uma atividade acessória aos fins
da associação, designadamente que os rendimentos obtidos com essa
comercialização se destinem a ser utilizados na satisfação dos seus fins,
considera-se que os mesmos podem estar abrangidos pela isenção prevista na
alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do CIRC ((Informação vinculativa 2140/2008).
Apontamentos - Amplitude da isenção (Mais Valias) de IRC
Desta forma, tendo em conta que a isenção que a associação de bombeiros
usufrui apenas exclui os rendimentos comerciais e industriais desenvolvidos
fora do âmbito dos seus fins estatutários, bem como os rendimentos de títulos
ao portador, não registados nem depositados, nos termos da legislação em
vigor, os rendimentos que decorram da alienação do imóvel onde se encontra
instalada a sua sede e quartel (Categoria G – Incrementos Patrimoniais, em sede
de IRS) encontram-se isentos de IRC, por aplicação do n.º 3 do artigo 10.º do
Código do IRC, supra transcrito (Informação vinculativa 2605/2019).
Apontamentos – Isenção das Igrejas e demais comunidades religiosas
As igrejas e demais comunidades religiosas podem livremente, sem estarem
sujeitas a qualquer imposto: a) Receber prestações dos crentes para o exercício
do culto e ritos, bem como donativos para a realização dos seus fins religiosos,
com carácter regular ou eventual; b) Fazer coletas públicas, designadamente

256
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

dentro ou à porta dos lugares de culto, assim como dos edifícios ou lugares que
lhes pertençam; c) Distribuir gratuitamente publicações com declarações, avisos
ou instruções em matéria religiosa e afixá-las nos lugares de culto. Não está
abrangido (…) o preço de prestações de formação, terapia ou aconselhamento
espiritual, oferecidas empresarialmente (artigo 31º da Lei n.º 16/2001, de 22 de
junho).

4.1.3 Rendimento Global


Nos termos do artigo 53º do CIRC, o rendimento global sujeito a IRC nas ESNL
é formado pela soma algébrica dos rendimentos líquidos das várias categorias
determinadas nos termos do IRS, incluindo os incrementos patrimoniais
obtidos a título gratuito, aplicando-se à determinação do lucro tributável as
disposições deste Código. As categorias relevantes para efeitos de determinação
do rendimento coletável nas ESNL são: (i) Rendimentos Empresariais e
Profissionais; (ii) Rendimentos Prediais; (iii) Rendimentos de Capitais e (iv)
Incrementos Patrimoniais.
4.1.3.1 Rendimentos da Categoria B
Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais:
• Os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial,
industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;
• Os auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer atividade
de prestação de serviços, incluindo as de carácter científico, artístico
ou técnico, qualquer que seja a sua natureza, ainda que conexa com
atividades mencionadas na alínea anterior;
• Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial ou da
prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida
no setor industrial, comercial ou científico, quando auferidos pelo seu
titular originário.

Quadro 03 –IES Anexo D

257
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.1.3.2 Rendimentos da Categoria E


Consideram-se rendimentos de capitais os frutos e demais vantagens
económicas, qualquer que seja a sua natureza ou denominação, sejam
pecuniários ou em espécie, procedentes, direta ou indiretamente, de elementos
patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de natureza mobiliária, bem
como da respetiva modificação, transmissão ou cessação, com exceção dos
ganhos e outros rendimentos tributados noutras categorias. São exemplo deste
tipo de rendimentos os juros e os dividendos.

Quadro 04 –IES Anexo D

4.1.3.3 Rendimentos da Categoria F


Consideram-se rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e
mistos pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares.

Quadro 05 –IES Anexo D

4.1.3.4 Rendimentos da Categoria G


Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados
rendimentos de outras categorias:
• As mais-valias;
• As indemnizações que visem a reparação de danos não patrimoniais,
excetuadas as fixadas por decisão judicial ou arbitral ou resultantes
de acordo homologado judicialmente, de danos emergentes não
comprovados e de lucros cessantes, considerando-se neste último
caso como tais apenas as que se destinem a ressarcir os benefícios
líquidos deixados de obter em consequência da lesão;
• Os acréscimos patrimoniais não justificados.

258
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quadro 06 –IES Anexo D

4.1.3.5 Apuramento de IRC


O apuramento do IRC sobre o rendimento global das ESNL encontra-se previsto
no Anexo D da Informação Empresarial Simplificada (IES). Este anexo deve ser
apresentado pelas entidades residentes que não exerçam, a título principal,
atividade comercial, industrial ou agrícola, desde que obtenham rendimentos
sujeitos a tributação e não isentos.

Quadro 07 –IES Anexo D

Os gastos comprovadamente indispensáveis à obtenção dos rendimentos que


não tenham sido considerados na determinação do rendimento global nos
termos do artigo anterior e que não estejam especificamente ligados à obtenção
dos rendimentos não sujeitos ou isentos de IRC são deduzidos, no todo ou em
parte, a esse rendimento global, para efeitos de determinação da matéria
coletável, de acordo com as seguintes regras:

259
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

a) Se estiverem apenas ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos,


são deduzidos na totalidade ao rendimento global;
b) Se estiverem ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos, bem
como à de rendimentos não sujeitos ou isentos, deduz-se ao rendimento global
a parte dos gastos comuns que for imputável aos rendimentos sujeitos e não
isentos.
Para efeitos do disposto na alínea b), a parte dos gastos comuns a imputar é
determinada através da repartição proporcional daqueles ao total dos
rendimentos brutos sujeitos e não isentos e dos rendimentos não sujeitos ou
isentos.
No campo D241, inscrever-se-ão os gastos comuns não considerados na
determinação de rendimento global e que não estejam especificamente ligados
à obtenção dos rendimentos não sujeitos ou isentos de IRC, os quais serão
deduzidos de acordo com as seguintes regras:
a) Se estiverem apenas ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos
serão deduzidos na totalidade ao rendimento global;
b) Se estiverem ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos, bem
como de rendimentos não sujeitos ou isentos, serão deduzidos de acordo com a
seguinte proporção: [C / (C + D)] x B, em que:
C é o montante dos rendimentos brutos sujeitos e não isentos;
D é o valor dos rendimentos brutos não sujeitos ou isentos;
B é o montante dos gastos comuns ligados à obtenção de rendimentos
sujeitos e não isentos e dos não sujeitos ou isentos.
Sendo utilizado outro critério, deverá este ser evidenciado numa nota
explicativa e integrar o Dossier Fiscal a que se refere o artigo 130.º do CIRC. Os
gastos comuns são dedutíveis até à concorrência do rendimento global (campo
D240), líquido dos gastos previstos no n.º 2 do artigo 53.º do CIRC.
No que respeita ao apuramento dos gastos comuns, e no caso particular das
Associações Desportivas cumpre ressalvar o disposto na circular 14/2011 de 19
de junho em que o Diretor Geral da AT estabeleceu o seguinte:
Tendo surgido dúvidas sobre se os encargos suportados com as
remunerações auferidas pelos jogadores e treinadores, designadamente,
salários, prémios de jogos e outros rendimentos do trabalho, podem ser
considerados gastos comuns, nos termos do artigo 54.º do Código do IRC,
procede-se à divulgação do seguinte entendimento:

260
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1. De acordo com o n.º 1 do artigo 54.º do Código do IRC, consideram-se


gastos comuns os gastos comprovadamente indispensáveis à obtenção dos
rendimentos que não tenham sido considerados para efeitos da determinação
do rendimento global sujeito a imposto e que não estejam especificamente
ligados à obtenção de rendimentos não sujeitos ou isentos de IRC.
2. Os salários dos jogadores e dos treinadores devem ser considerados gastos
comuns das atividades desenvolvidas pelos clubes desportivos, na medida
em que contribuem quer para a obtenção dos rendimentos relativos à
atividade isenta (desportiva), quer para a obtenção dos rendimentos relativos
à atividade não isenta (receitas publicitárias e transmissões televisivas). De
facto, os jogadores e treinadores também são uma componente relevante da
imagem coletiva dos clubes desportivos, a qual é determinante para a venda
de produtos de marketing e de direitos de transmissões televisivas, bem como
para a realização de contratos de publicidade.
3. Assim, considerando-se as remunerações dos jogadores e dos treinadores
como gastos comuns, a sua imputação aos rendimentos sujeitos e não
isentos, conforme se estatui na alínea b) do n.º 1 do artigo 54.º do Código
IRC, deve ser efetuada através da respetiva repartição proporcional, ou de
acordo com outro critério, nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.
Resumidamente, pode construir-se a seguinte fórmula para determinar a
matéria coletável das entidades que não exercem, a título principal, atividade
industrial, comercial ou agrícola: Rendimento Global = Rendimentos brutos das
várias categorias de IRS - deduções específicas + Incrementos patrimoniais a
título gratuito (não imputados direta e imediatamente aos fins estatutários).
Matéria coletável = Rendimento global - Gastos comuns e outros imputáveis aos
rendimentos sujeitos a imposto e não isentos - Benefícios fiscais - Gastos
comprovadamente relacionados com a realização dos fins de natureza social,
cultural, ambiental, desportiva ou educacional prosseguidos (n.º 7 do artigo 53.º
do CIRC).
Apontamentos – Rendimentos não sujeitos
Consideram-se rendimentos não sujeitos a IRC as quotas pagas pelos associados
em conformidade com os estatutos, bem como os subsídios destinados a
financiar a realização dos fins estatutários.
Apontamentos – Rendimentos sujeitos
Consideram-se rendimentos isentos os incrementos patrimoniais obtidos a
título gratuito destinados à direta e imediata realização dos fins estatutários.

261
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Apontamentos – Prejuízos Fiscais em IRC


Os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação, são
deduzidos aos lucros tributáveis, havendo-os, de um ou mais dos cinco
períodos de tributação posteriores, conforme disposto no artigo 52º do CIRC. A
dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o
montante correspondente a 70 % do respetivo lucro tributável e só pode ser
deduzido aos rendimentos das respetivas categorias.
Apontamentos – Menos Valias em IRC
As menos-valias só podem ser deduzidas aos rendimentos da mesma categoria
num ou mais dos cinco períodos de tributação posteriores.

4.1.4 Taxas de IRC aplicáveis


Não exercendo a título principal uma atividade comercial, industrial ou
agrícola, se existirem rendimentos sujeitos e não isentos de IRC, a taxa a aplicar
à associação é de 21%, conforme o n.º 5 do artigo 87.º do CIRC. No
preenchimento da modelo 22 devem ser preenchidos os campos 348 (com a
indicação de 21%) 349.

Quadro 10 –Modelo 22

Uma ESNL não preenche o Quadro 07 - Apuramento do Lucro Tributável. O


resultado líquido das atividades tributáveis e o respetivo apuramento do lucro
tributável é efetuado no Anexo D da IES.

Quadro 07 –Modelo 22

O campo 302 do quadro 09 da Modelo 22 indica o lucro tributável dos


rendimentos tributáveis no regime geral. O campo 324 do quadro 09 da Modelo
indica o lucro tributável dos rendimentos isentos no regime com isenção.

Quadro 09 –Modelo 22

262
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A matéria coletável é indicada nos campos 311 (e/ou 333) e 346 do quadro 09
da Modelo 22.

Quadro 09 –Modelo 22

Quando existam tributações autónomas, que se apliquem às entidades que não


exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou
agrícola, no Quadro 10 deve ainda ser preenchido o campo 365.
Para além da taxa 21% aplicável ao seu rendimento global, as ESNL ficam
sujeitas às taxas de tributação autónoma previstas no artigo 88º do CIRC.
Também as ESNL que não exerçam, a título principal, atividades de natureza
comercial, industrial ou agrícola podem ter de pagar tributação autónoma.
Mesmo que apenas tenham rendimentos isentos ou não sujeitos a IRC, sendo
que em regra geral apenas incidem sobre encargos relacionados com uma
atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, uma ESNL pode estar
sujeita às seguintes tributações autónomas:

• Despesas não documentadas

São despesas não documentadas aquelas em que não é possível apurar a


origem e a entidade que recebeu o respetivo pagamento. Quando se trate
de entidade sem finalidade lucrativa, que não exerça, a título principal,
atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola, a taxa a aplicar
é de 70 por cento. A taxa será de 80% se for apurado prejuízo fiscal no
exercício em que ocorreram as despesas.

• Despesas de representação

São tributados autonomamente à taxa de 10 % (20% em caso de prejuízo


fiscal) os encargos efetuados ou suportados relativos a despesas de
representação, considerando-se como tal, nomeadamente, as despesas
suportadas com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos
oferecidos no País ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda
a quaisquer outras pessoas ou entidades.

• Encargos relativos a ajudas de custos e compensação pela deslocação


em viatura própria do trabalhador

São ainda tributados autonomamente, à taxa de 5 % (ou 15% e, caso de


prejuízo), os encargos efetuados ou suportados relativos a ajudas de
custo e à compensação pela deslocação em viatura própria do

263
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturados a clientes,


escriturados a qualquer título, exceto na parte em que haja lugar a
tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário.

• Pagamentos a entidades sediadas em paraísos fiscais

São ainda tributados autonomamente, à taxa de 55 % (ou 65% e, caso de


prejuízo), as despesas correspondentes a importâncias pagas ou devidas,
a qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas residentes fora do
território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais
favorável.

• Indemnizações por funções de gestor

São ainda tributados autonomamente, à taxa de 35 % (ou 45% e, caso de


prejuízo), os gastos ou encargos relativos a indemnizações ou quaisquer
compensações devidas não relacionadas com a concretização de
objetivos de produtividade previamente definidos na relação contratual,
quando se verifique a cessação de funções de gestor, administrador ou
gerente, bem como os gastos relativos à parte que exceda o valor das
remunerações que seriam auferidas pelo exercício daqueles cargos até ao
final do contrato, quando se trate de rescisão de um contrato antes do
termo, qualquer que seja a modalidade de pagamento, quer este seja
efetuado diretamente pelo

Também se prevê a incidência de tributação autónoma à taxa de 23 por cento


sobre os lucros distribuídos por entidades sujeitas a IRC a sujeitos passivos que
beneficiam de isenção total ou parcial. Para que esta tributação autónoma se
efetive será necessário que as partes de capital a que respeitam os lucros não
tenham permanecido na titularidade do mesmo sujeito passivo, de modo
ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à disposição e não
venham a ser mantidas durante o tempo necessário para completar esse
período.
Apontamentos – Encargos com viaturas ligeiras de passageiros e mistas
Só são tributados autonomamente os encargos relacionados com viaturas
ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias referidas na alínea b)
do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre Veículos, motos ou motociclos
quando estes forem efetuados ou suportados por sujeitos passivos que não
beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal, atividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola.

264
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.1.5 Obrigações Acessórias


4.1.5.1 Inicio de Atividade
As ESNL devem, no momento da sua constituição, obter o Número de
Identificação de Pessoa Coletiva (NIPC), junto do Registo Nacional de Pessoas
Coletivas (RNPC). Este número corresponde ao número de identificação fiscal
(NIF) da entidade para todos os efeitos fiscais. Posteriormente, no prazo
máximo de 90 dias e antes de iniciada a atividade, devem apresentar a
declaração de início de atividade. Tratando-se de IPSS, estas devem fazer
menção desse estatuto na declaração de início de atividade. As entidades que já
se encontrem registadas e que ainda não tenham comunicado à AT o estatuto
de IPSS poderão fazê-lo mediante a submissão de uma declaração de alterações
de atividade.

4.1.5.2 Caixa Postal Eletrónica


Após o início de atividade e no prazo de trinta dias, deverão, ainda, comunicar
à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) a caixa postal eletrónica.

Qualquer alteração aos dados iniciais da declaração de início de atividade deve


ser comunicada à AT no prazo de quinze dias da referida alteração, exceto se
outro prazo estiver legalmente previsto, através de uma declaração de
alterações de atividade.

4.1.5.3 Beneficiário Efetivo


O Registo de Beneficiário Efetivo foi criado pela lei 89/2017, de 21 de agosto,
para cumprir a Diretiva (UE) n.º 2015/849. O objetivo é identificar todas as
entidades nacionais e internacionais que operam em Portugal, aumentando a
transparência, a confiança e a segurança das transações económicas, prevenir e
combater o branqueamento de capitais e o financiamento de terrorismo.

O registo do beneficiário efetivo é obrigatório para todas as entidades


constituídas em Portugal ou que aqui pretendam fazer negócios. Todas as
empresas, associações, fundações, entidades empresariais, sociedades civis,
cooperativas, fundos ou trusts têm de ter os seus beneficiários efetivos
registados.

4.1.5.4 Declaração Modelo 22


Tanto as entidades que usufruam rendimentos não sujeitos, como as entidades
que obtenham rendimentos isentos de IRC, devem entregar a declaração
periódica de rendimentos (Modelo 22), prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo
117.º do Código do IRC.

265
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

De acordo com o n.º 3 do artigo 54.º do CIRC, não se consideram sujeitos a IRC,
as quotas pagas pelos associados em conformidade com os estatutos, bem como
os subsídios recebidos e destinados a financiar a realização dos fins estatutários.
Os incrementos recebidos destinados a financiar a imediata realização dos fins
estatutários são rendimentos isentos, nos termos do n.º 4 do artigo 54.º do CIRC.

Para além desta exclusão da sujeição em IRC das quotas e subsídios recebidos,
também poderão as ESNL serem enquadradas na isenção prevista no artigo 10.º
do CIRC, desde que detenham o estatuto de utilidade pública administrativa
ou de mera utilidade pública e que prossigam predominantemente fins
científicos ou culturais, de caridade, assistência, beneficência ou solidariedade
social.
Caso uma ESNL tenha sido constituída legalmente como uma entidade para o
exercício desse tipo de atividades culturais e desportivas, esses rendimentos
diretamente relacionados com o exercício dessas atividades poderão beneficiar
de isenção de IRC, nos termos do artigo 11.º do CIRC, desde que não sejam
distribuídos resultados e os membros dos órgãos sociais da associação não
tenham interesse direto ou indireto nos resultados da atividade exercida, e
ainda desde que associação possua contabilidade organizada ou escrituração
simplificada de modo a permitir o controlo da referida tributação de IRC.

Os rendimentos de natureza comercial, nomeadamente os referentes a


fornecimentos de alimentação e bebidas, não poderão ser enquadrados na
isenção do artigo 11.º do CIRC, ainda que estejam diretamente relacionados com
o exercício de atividades culturais, desportivas ou recreativas, conforme
previsto no n.º 3 desse artigo. No entanto, esses rendimentos acessórios de
natureza comercial poderão ficar ainda isentos de IRC, desde que não excedam
o montante bruto de 7.500 euros, conforme previsto no n.º 1 do artigo 54.º do
Estatuto dos benefícios fiscais.

Assim, as entidades em que a totalidade dos seus rendimentos seja considerada


rendimentos não sujeitos a IRC devem, apenas, preencher o Rosto da declaração
periódica de rendimentos (Modelo 22). Por sua vez, as entidades que obtenham
rendimentos isentos de IRC devem entregar a declaração periódica de
rendimentos (Modelo 22) e o Anexo D àquela declaração.

4.1.5.5 Declaração IES


Em relação à IES as ESNL são obrigadas a entregar o respetivo Anexo D, quando
tenham obtido rendimentos acessórios tributáveis, com o objetivo de proceder
ao apuramento da matéria coletável a incluir no quadro 09 da Modelo 22
(coluna do regime geral). Aliás, o preenchimento deste anexo deve ser feito
simultaneamente com a Modelo 22, pois ajuda ao apuramento de eventuais

266
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

valores sujeitos e não isentos de IRC. As ESNL têm ainda de que entregar os
anexos L, M ou N se forem sujeitos passivos de IVA enquadrados no regime
normal ou misto. Os anexos O e P devem ser entregues quando tiverem
operações com terceiros de valor superior a 25.000 euros. O anexo Q deve ser
entregue quando a associação for sujeito passivo de imposto de selo.

Se a ESNL não ficar obrigada a entregar qualquer destes anexos, não tem
qualquer obrigação de entregar a IES, pois esta declaração não pode ser
entregue apenas com o rosto.

4.1.5.6 Registos Contabilísticos


As entidades com sede ou direção efetiva em território português que não
exerçam, a título principal, uma atividade comercial, industrial ou agrícola
devem possuir obrigatoriamente os seguintes registos:

a) Registo de rendimentos, organizado segundo as várias categorias de


rendimentos considerados para efeitos de IRS;

b) Registo de encargos, organizado de modo a distinguirem-se os encargos


específicos de cada categoria de rendimentos sujeitos a imposto e os demais
encargos a deduzir, no todo ou em parte, ao rendimento global;

c) Registo de inventário, em 31 de dezembro, dos bens suscetíveis de gerarem


ganhos tributáveis na categoria de mais-valias.

Estes registos não abrangem os rendimentos das atividades comerciais,


industriais ou agrícolas eventualmente exercidas a título acessório. Nestes casos
a contabilidade deve ser organizada nos termos do artigo 123º do CIRC para
que seja possível o controlo do lucro apurado nessas atividades. Exceto quando
os rendimentos totais obtidos em cada um dos dois exercícios anteriores não
excedam (euro) 150 000, e o sujeito passivo não opte por dispor de contabilidade
organizada.

4.1.5.7 Programas de Faturação


As ESNL encontram-se sujeitas ao disposto no Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15
de fevereiro. As pessoas coletivas de direito público, organismos sem finalidade
lucrativa e instituições particulares de solidariedade social estão obrigadas, na
transmissão de bens ou na prestação de serviços, à emissão de fatura, exceto se
pratiquem exclusivamente operações isentas de imposto e que tenham obtido
para efeitos de IRC, no período de tributação imediatamente anterior, um
montante anual ilíquido de rendimentos não superior a € 200 000.

267
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quanto às obrigações de retenção, sempre que o titular dos rendimentos seja


sujeito passivo de IRC deverá efetuar a retenção. Quando se trate de sujeito
passivo de IRS a retenção apenas se efetuará quando estas entidades possuírem
ou devam possuir contabilidade organizada.

A partir de 1 de janeiro de 2020 apenas estão dispensados de emitir fatura as


pessoas coletivas de direito público, as ESNL que pratiquem exclusivamente
operações isentas de imposto e que tenham obtido para efeitos de IRC, no
período de tributação imediatamente anterior, um montante anual ilíquido de
rendimentos não superior a 200 mil euros.

4.1.6 ESNL - Informações Vinculativas

Inf.Vinculativa Assunto Artigo CIRC


4515/2018 Sujeitos passivos de IRC 2
2605/2019 Amplitude da isenção (Mais-Valias) 10
2086/2017 Amplitude da isenção (Posto de gasolina e parque de campismo) 10
536/2017 Amplitude da isenção (Rendimentos Prediais) 10
2140/2008 Amplitude da isenção de IRC - IPSS - Rendimentos de atividade 10
comercial
1361/2017 Extensão da isenção – rendimentos silvícolas 10
514/2018 Perda de isenção de IRC - Incumprimento dos requisitos 10
3793/2009 Requisito da isenção de IRC - Inexistência de interesse dos órgãos 10
estatutários
3504/2005 Isenção de IRC para as pessoas coletivas de mera utilidade pública 10
2140/2008 Amplitude da isenção de IRC - IPSS - Rendimentos de atividade 10
comercial
228/2020 Regras de faturação-emissão de documentos por entidades isentas. 10
2095/2019 Determinação do “rendimento global líquido” 10
3946/2018 Enquadramento de rendimentos acessórios – Associação Cultural. 11
1153/2017 Atividades culturais, recreativas e desportivas 11
16762017 Isenção de IRC – Rendimentos decorrentes de atividades culturais 11
1664/06 Dedução de prejuízos fiscais 52
2019 002005 Resultado da Partilha - Associação. 81
4088/2018 Associação - atividade comercial a título principal. 87
2019 2256 Dispensa de entrega da declaração de rendimentos Mod. 22. 117

4.2 Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)


4.2.1 Retenção na Fonte
As entidades devedoras são obrigadas a reter o imposto no momento do seu
pagamento ou colocação à disposição dos respetivos titulares de rendimentos
de trabalho dependente e de pensões.

268
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Remunerações, subsídios e abonos IRS


Tributação Isenção
Vencimentos, subsídios de férias e Natal, comissões x –
Órgãos sociais x –

Abono para falhas – até 5% da


remuneração
mensal
Ajudas de custo para deslocações em Portugal Diretores – até € 69,19/dia
Outros – até € 50,20/dia
Ajudas de custo para deslocações no estrangeiro Diretores – até € 100,24/dia

Outros – até € 89,35/dia


Carro próprio – pagamento de km's – até € 0,36/Km
Horas extraordinárias / gratificações regulares x –
Isenção de horário de trabalho / diuturnidades x –
Indemnização por cessação contrato de trabalho – até (Rem. média
dos últimos 12
meses) * anos
trabalho
Pensão reforma, complem. Empresa / Seg. Social x –
Pré-reformas x –
Seguros de reforma x –
Subsídio de refeição – até € 4,77/dia
Vales de refeição – até € 7,63/dia
"Vales infância" – x
"Vales educação" x –
Subsídio de renda x –
Subsídio da ESNL (doença, educação...) x –

Adaptado – Inforfisco Guia Fiscal 2019

4.2.1.1 Retenção de IRS – Trabalho dependente


As entidades devedoras e os titulares de rendimentos do trabalho dependente
e de pensões são obrigadas a solicitar ao sujeito passivo, no início do exercício
de funções ou antes de ser efetuado o primeiro pagamento ou colocação à
disposição, os dados indispensáveis relativos à sua situação pessoal e familiar.

Para efeitos da consideração da situação familiar do titular dos rendimentos, as


tabelas de retenção atendem ao número de dependentes a cargo do sujeito
passivo.

A retenção de IRS é efetuada sobre as remunerações mensalmente pagas ou


postas à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes
correspondam, constantes da respetiva tabela. Os subsídios de férias e de natal,
a remuneração relativa a trabalho suplementar e as remunerações relativas a
anos anteriores àquele em que são pagas ou colocadas à disposição do sujeito
passivo, são sempre objeto de retenção autónoma, não podendo, para cálculo

269
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

do imposto a reter, ser adicionados às remunerações dos meses em que são


pagos ou colocados à disposição

Os emigrantes que regressem a Portugal em 2019 ou 2020 podem ter uma


exclusão de tributação de 50% dos rendimentos do trabalho ou de rendimentos
empresariais e profissionais que estes aufiram após o regresso a Portugal. Têm
acesso a este regime de ex-residentes, caso:

• não tenham sido qualificados como residentes fiscais nos três anos
anteriores ao regresso;
• tenham sido qualificados como residentes fiscais em Portugal antes
de 31 de dezembro de 2015;
• tenham a sua situação tributária regularizada;
• não tenham solicitado a sua inscrição no regime dos residentes não
habituais.

A exclusão de tributação é aplicável aos rendimentos auferidos pelo sujeito


passivo no ano em que se torna residente em Portugal e nos quatro anos
seguintes, cessando a sua vigência no final desse período.

Durante o período de aplicação da exclusão de tributação, as entidades


obrigadas a efetuar retenção na fonte sobre os rendimentos abrangidos, devem
determinar a taxa de retenção na fonte a aplicar com base em apenas metade
dos rendimentos pagos ou colocados à disposição.

No entanto, determinados rendimentos isentos serão tidos em conta para efeitos


de aplicação das taxas marginais de IRS.

A partir de 2009, os sujeitos passivos que qualifiquem como residentes segundo


a lei portuguesa e não tenham sido tributados como residentes fiscais em
Portugal nos cinco anos anteriores poderão beneficiar deste regime durante 10
anos consecutivos.

Para que possa beneficiar da aplicação deste regime, a pessoa deve estar
registada no registo de contribuintes da AT na qualidade de “residente não
habitual”. Para o efeito, o contribuinte tem de requerer a aplicação do regime e
apresentar uma declaração em como não se verificaram os requisitos
necessários para serem considerados residentes em território português, em
qualquer dos 5 anos fiscais anteriores. Segundo este regime os rendimentos de
trabalho dependente e os rendimentos empresariais e profissionais auferidos
em atividades de elevado valor acrescentado com carácter científico, artístico

270
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ou técnico (Portaria n.º 12/2010, de 7 de janeiro) serão sujeitos a uma tributação


autónoma de 20%.

4.2.1.2 Retenção de Outras Categorias


As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada são
obrigadas a reter o imposto, mediante a aplicação, aos rendimentos ilíquidos de
que sejam devedoras e sem prejuízo do disposto nos números seguintes, das
seguintes taxas:

a) 16,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea


c) do n.º 1 do artigo 3.º ou de incrementos patrimoniais previstos nas
alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 9.º;

b) 25 %, tratando-se de rendimentos decorrentes das atividades


profissionais especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo
151.º;

c) 11,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea


b) do n.º 1 e nas alíneas g) e i) do n.º 2 do artigo 3.º, não compreendidos
na alínea anterior;

d) 20 %, tratando-se de rendimentos da categoria B auferidos em


atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico,
artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em
território português;

e) 25 %, tratando-se de rendimentos da categoria F.

Tratando-se de rendimentos da categoria B de um residente não habitual,


resultantes do exercício de atividades de elevado valor acrescentado, com
caráter científico, artístico ou técnico, constantes da Portaria n.º 12/2010, de 7
de janeiro, a retenção na fonte deve ser efetuada à taxa de 20%, conforme a
alínea d) do n.º 1 do art.º 101.º do CIRS.

No caso de uma ESNL ser beneficiária do rendimento predial encontra-se


sujeita à retenção na fonte conforme alínea c) do n.º 1 do artigo 94.º do Código
do IRC. Beneficia de dispensa de retenção na fonte conforme alínea g) do n.º 1
do artigo 97.º do Código do IRC o sujeito passivo tenha por objeto a gestão de
imóveis próprios e não esteja enquadrado no regime de transparência fiscal.

Resulta da alínea c) do n.º 1 do artigo 94.º do Código do IRC:

271
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1 - O IRC é objeto de retenção na fonte relativamente aos seguintes


rendimentos obtidos em território português:

c) Rendimentos de aplicação de capitais não abrangidos nas alíneas


anteriores e rendimentos prediais, tal como são definidos para
efeitos de IRS, quando o seu devedor seja sujeito passivo de IRC ou
quando os mesmos constituam encargo relativo à atividade
empresarial ou profissional de sujeitos passivos de IRS que
possuam ou devam possuir contabilidade;

Por sua vez, a alínea g) do n.º 1 do artigo 97.º do Código do IRC estabelece:

«(…) 1 - Não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRC, quando este
tenha a natureza de imposto por conta, nos seguintes casos:

g) Rendimentos prediais referidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 94.º, quando


obtidos por sociedades que tenham por objeto a gestão de imóveis próprios e
não se encontrem sujeitas ao regime de transparência fiscal, nos termos da
alínea c) do n.º 1 do artigo 6.º, e, bem assim, quando obtidos por fundos de
investimento imobiliários; (…).»

Conforme estabelecido pelo n.º 4 do artigo 94.º do Código do IRC e alínea e) do


n.º 1 do artigo 101.º do Código do IRS, a entidade pagadora do rendimento, caso
seja sujeito passivo de IRC ou de IRS com contabilidade organizada, está
obrigado a proceder à retenção na fonte à taxa de 25%.
Por outro lado o n.º 8 do artigo 101.º do Código do IRS determina que a retenção
na fonte sobre rendimentos prediais deverá ser efetuada no momento do
respetivo pagamento ou colocação à disposição.

Caso Prático – Pagamento renda com retenção


Considerando que a Associação Desportiva Bem Estar possuiu um contrato de
arrendamento para execução das suas atividades desportivas com a sociedade
Bem Estar, estando contratualizado uma renda mensal no montante de 1.000
euros com emissão no final de cada mês e pagamento até dia 15 do mês seguinte.

Pede-se a contabilização dos registos contabilísticos associados na ótica do


adquirente.

1- Pela fatura de renda (€ 1.000,00)

Conta Descrição Débito Crédito


6261 Rendas e alugueres € 1.000,00
221x Fornecedor x € 1.000,00

272
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2 - Pelo pagamento da renda (€ 1.000,00)

Conta Descrição Débito Crédito


221x Fornecedor x € 1.000,00
242x Retenção de Impostos s/ rendimento € 250,00
11/12x Caixa / Banco x € 750,00

3- Pelo pagamento da retenção (€ 250,00)

Conta Descrição Débito Crédito


242x Retenção de Impostos s/ rendimento € 250,00
11/12x Caixa / Banco x € 250,00

4.2.1.3 Pagamento a não residentes


Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25 %,
os seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes:

a) Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos


empresariais e profissionais, ainda que decorrentes de atos isolados;

b) Os rendimentos de capitais referidos nas alíneas m) e n) do n.º 2 do


artigo 5.º;

c) As pensões;

d) Os incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do


artigo 9.º

Prevê-se a não sujeição a retenção na fonte de IRS a título liberatório dos


rendimentos resultantes do trabalho ou serviços prestados por não residentes a
uma única entidade, cujo valor mensal não ultrapasse a retribuição mínima
mensal garantida. Estabelece-se como condição para a não sujeição a retenção
na fonte que o titular dos rendimentos emita uma declaração à entidade
devedora dos mesmos, comunicando que não auferiu o mesmo tipo de
rendimento de outras entidades residentes em território português ou de
estabelecimentos estáveis de entidades não residentes em Portugal. Será
aplicável a taxa de 25% quando os rendimentos resultem de trabalho ou serviços
prestados a mais de uma entidade e à parte do rendimento que exceda o valor
da retribuição mínima mensal garantida.

Sem prejuízo, não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte no todo ou em


parte, quando exista convenção ou acordos para evitar ou eliminar a dupla
tributação do rendimento entre os dois Estados envolvidos.

273
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Estas vêm atribuir legitimidade ou ao Estado de residência do beneficiário do


rendimento ou ao Estado da fonte do rendimento para tributar determinado
tipo de rendimento; ou ainda, estabelecer que determinado tipo de rendimento
será tributado em ambos os Estados dentro de limites previamente fixados, ou
seja, repartem a tributação do rendimento entre os Estados.

Estas regras obedecem à catalogação dos diversos tipos de rendimento


previstos nos vários artigos das convenções, possuindo alguns deles definição
do conceito para efeitos de aplicação da convenção.

Caberá ao Estado da residência/sede, evitar a dupla tributação, mediante o


método da isenção ou método da imputação.

Quanto à entidade pagadora, existe a obrigatoriedade de esta entregar a


declaração modelo oficial (Modelo 30) até ao 2.º mês seguinte ao mês em que é
efetuado o pagamento, informando os rendimentos pagos ou colocados à
disposição de sujeitos passivos não residentes, em conformidade com os artigos
120.º do CIRC e 128.º do CIRS.

As entidades não residentes beneficiárias de rendimentos sujeitos a retenção na


fonte em Portugal devem fazer prova, perante a entidade que se encontra
obrigada a efetuar tal retenção, da verificação dos pressupostos dos quais
depende a aplicação da Convenção para evitar a dupla tributação e que
permitem uma dispensa ou redução de taxa, até ao termo do prazo estabelecido
para a entrega do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos das normas
legais aplicáveis, através da apresentação de formulário de modelo aprovado
por Despacho do membro do Governo responsável pela área das Finanças:

• Devidamente certificado pelas autoridades competentes do respetivo


Estado de residência (Mod. 21 a Mod. 24 – RFI; relativamente a
Espanha devem ser usados os formulários na versão português/
castelhano); ou
• Acompanhado de documento emitido pelas mesmas autoridades,
que ateste a sua residência, para efeitos fiscais, no período em causa
e, bem assim, a sujeição a imposto sobre o rendimento nesse Estado.

Os referidos formulários são válidos por um período máximo de um ano,


devendo a entidade beneficiária dos rendimentos informar imediatamente a
entidade devedora ou pagadora das alterações verificadas nos pressupostos de
que depende a dispensa total ou parcial de retenção na fonte. Quando não seja
efetuada a prova até ao termo do prazo estabelecido para a entrega do imposto,
as entidades beneficiárias dos rendimentos podem solicitar o reembolso total
ou parcial do imposto que tenha sido retido na fonte no prazo de dois anos

274
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

contados a partir do termo do ano em que se verificou o facto gerador do


imposto, mediante a apresentação dos elementos acima referidos

4.2.1.4 IRS Jovem


A lei de Orçamento do Estado para 2020 criou um regime de isenção parcial de
IRS, designado “IRS Jovem”.

Esta isenção (artigo 2.º B do Código do IRS) destina.se a jovens que obtenham
rendimentos de trabalho dependente, pela primeira vez, depois de concluírem
um determinado ciclo de estudos, e vigora por um período de 3 anos.

Os jovens com um rendimento coletável, incluindo os rendimentos isentos, da


categoria A, igual ou inferior a € 25.075,00, têm isenção parcial de IRS, de:

• 30 % no primeiro ano com o limite de 3 291,08 euros (7,5xIAS4);

• 20 % no segundo ano com o limite de 2 194,05 euros (5xIAS);

• 10 % no terceiro ano, com o limite de 1 097,03 euros (2,5xIAS).

O referido benefício não é cumulativo com o regime dos Residentes Não


Habituais (RNH), nem com o regime fiscal relativo ao Programa Regressar
(artigo 12. º - A do Código do IRS).

Esta isenção só pode ser utilizada uma vez pelo mesmo sujeito passivo.

Para que possam beneficiar deste regime, os jovens devem preencher


cumulativamente, os seguintes requisitos:

• Idade compreendida ente 18 e 26 anos;

• Obtenham rendimentos de trabalho dependente (Categoria A);

• Não sejam considerados dependentes;

• Ter concluído ciclo de estudos, igual ou superior ao nível 4 do Quadro


Nacional de Qualificações (ensino secundário obtido por percursos de
dupla certificação ou de ensino secundário vocacionado para
prosseguimento de estudos de nível superior, acrescido de estágio
profissional com mínimo de 6 meses);
O acesso a este regime é feito mediante opção no momento de entrega da
Declaração Modelo 3 de IRS.

Para efeitos de retenção na fonte as ESNL, deverão ter em consideração a


totalidade dos rendimentos pagos (incluindo os isentos) para efeitos de
determinação da taxa aplicável, aplicando a correspondente taxa de retenção
apenas sobre a parte do rendimento não isento. Para este efeito, os sujeitos

275
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

passivos devem invocar, junto das ESNL devedoras, a possibilidade de


beneficiar deste regime, através da comprovação da conclusão de um ciclo de
estudos.

Recentemente, a Autoridade Tributária e Aduaneira, através do Ofício


Circulado n.º 20222 de 27 abril, prestou esclarecimentos adicionais
relativamente a este regime, dos quais se destacam:

• O regime do “IRS Jovem” apenas é aplicável aos sujeitos passivos cujo


primeiro ano de obtenção de rendimentos após a conclusão de um ciclo
de estudos seja o ano de 2020 ou posterior (aplicação do regime para
futuro). No entanto, não é relevante para efeitos da contagem dos 3 anos,
o ano da conclusão do ciclo de estudos elegível. Assim, por exemplo, se
um sujeito passivo concluir os seus estudos em julho de 2020 e em agosto
do mesmo ano começar a auferir rendimentos (categoria A), em 2020 as
retenções de IRS a aplicar terão que seguir o regime geral, podendo em
2021 as retenções na fonte ser calculadas de acordo com o regime do “IRS
Jovem”;
• A isenção apenas é aplicável a partir do momento em que o sujeito
passivo comece a obter rendimentos (considerando-se como tal os
rendimentos das Categorias A e/ou B), independentemente, da
conclusão do ciclo de estudos já ter ocorrido há mais de um ano, desde
que estejam preenchidos os restantes requisitos, nomeadamente o da
idade;
• Os três anos de aplicação deste regime podem ser seguidos ou
interpolados, cabendo ao sujeito passivo a responsabilidade de verificar
se cumpre os requisitos e de comunicar atempadamente à(s) entidade(s)
patronal(ais) que pretende ser tributado de acordo com este regime de
retenção. Por exemplo um contribuinte que em 2020 opte por este regime,
por este ser o primeiro ano de obtenção de rendimentos após o ano da
conclusão de estudos, se em 2021 e 2022 não auferir rendimentos (porque
ficou desempregado ou outra situação) e só voltar a obter rendimentos
(categoria A) em 2023 e em 2024, poderá usufruir do regime nos anos de
2020, 2023 e 2024, desde que estejam preenchidos os restantes requisitos,
nomeadamente o da idade. No entanto, o conceito de rendimentos do
trabalho para efeitos da contagem dos três primeiros anos de obtenção
dos rendimentos do trabalho, abrange quer o trabalho dependente
(categoria A), quer independente (categoria B), pelo que se no exemplo
anterior, o contribuinte obtivesse em 2021 e 2022 rendimentos da
categoria B, estes anos relevariam para efeitos da contagem do período
de 3 anos e apenas poderia usufruir deste regime em 2020.

276
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.2.2 Apoios
4.2.2.1 Consignação de IRS
A Lei da Liberdade Religiosa, contém um conjunto de disposições em matéria
fiscal que compreende isenções, desagravamentos pela entrega de donativos
com fins religiosos e ainda a possibilidade de uma percentagem do imposto que
for liquidado a pessoas singulares, sujeitos passivos de IRS, ser destinada, por
indicação expressa destes, às instituições particulares de solidariedade social e
pessoas coletivas religiosas ou a outras pessoas coletivas de utilidade pública
que prossigam fins de beneficência ou de assistência ou humanitários.

Estas entidades devem requerer atempadamente o benefício à AT, nos termos


previstos na Portaria n.º 298/2013, de 4 de outubro, que fixa os procedimentos
que devem ser observados pelas pessoas coletivas religiosas, instituições
particulares de solidariedade social e as pessoas coletivas de utilidade pública
que prossigam fins de beneficência, de assistência ou humanitários que, em
qualquer dos casos, queiram beneficiar da consignação da quota equivalente a
0,5% do IRS liquidado aos sujeitos passivos deste imposto.

Os sujeitos passivos de IRS que pretendam consignar 0,5% do IRS liquidado,


devem identificar na declaração Modelo 3 de IRS a entidade para a qual
pretendem consignar, indicando o Número de Identificação Fiscal (NIF), tendo
a possibilidade de consultar a lista das entidades elegíveis publicada
anualmente no Portal das Finanças.

De igual modo, os sujeitos passivos de IRS que o pretendam podem consignar


o valor da dedução à coleta pela exigência de fatura, indicando o NIF, tendo a
possibilidade de consultar a lista das entidades elegíveis publicada anualmente
no Portal das Finanças.

Quadro 11 –Modelo 3 IRS

As obrigações a que estão adstritas estas entidades e que pretendam requerer o


benefício devem ser cumpridas até 31 de dezembro do ano fiscal anterior àquele
a que respeita a coleta a consignar.
Apontamento – Requerimento Consignação Fiscal

Ex.ma Senhora Diretora de Serviços

277
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

passivos devem invocar, junto das ESNL devedoras, a possibilidade de


beneficiar deste regime, através da comprovação da conclusão de um ciclo de
estudos.

Recentemente, a Autoridade Tributária e Aduaneira, através do Ofício


Circulado n.º 20222 de 27 abril, prestou esclarecimentos adicionais
relativamente a este regime, dos quais se destacam:

• O regime do “IRS Jovem” apenas é aplicável aos sujeitos passivos cujo


primeiro ano de obtenção de rendimentos após a conclusão de um ciclo
de estudos seja o ano de 2020 ou posterior (aplicação do regime para
futuro). No entanto, não é relevante para efeitos da contagem dos 3 anos,
o ano da conclusão do ciclo de estudos elegível. Assim, por exemplo, se
um sujeito passivo concluir os seus estudos em julho de 2020 e em agosto
do mesmo ano começar a auferir rendimentos (categoria A), em 2020 as
retenções de IRS a aplicar terão que seguir o regime geral, podendo em
2021 as retenções na fonte ser calculadas de acordo com o regime do “IRS
Jovem”;
• A isenção apenas é aplicável a partir do momento em que o sujeito
passivo comece a obter rendimentos (considerando-se como tal os
rendimentos das Categorias A e/ou B), independentemente, da
conclusão do ciclo de estudos já ter ocorrido há mais de um ano, desde
que estejam preenchidos os restantes requisitos, nomeadamente o da
idade;
• Os três anos de aplicação deste regime podem ser seguidos ou
interpolados, cabendo ao sujeito passivo a responsabilidade de verificar
se cumpre os requisitos e de comunicar atempadamente à(s) entidade(s)
patronal(ais) que pretende ser tributado de acordo com este regime de
retenção. Por exemplo um contribuinte que em 2020 opte por este regime,
por este ser o primeiro ano de obtenção de rendimentos após o ano da
conclusão de estudos, se em 2021 e 2022 não auferir rendimentos (porque
ficou desempregado ou outra situação) e só voltar a obter rendimentos
(categoria A) em 2023 e em 2024, poderá usufruir do regime nos anos de
2020, 2023 e 2024, desde que estejam preenchidos os restantes requisitos,
nomeadamente o da idade. No entanto, o conceito de rendimentos do
trabalho para efeitos da contagem dos três primeiros anos de obtenção
dos rendimentos do trabalho, abrange quer o trabalho dependente
(categoria A), quer independente (categoria B), pelo que se no exemplo
anterior, o contribuinte obtivesse em 2021 e 2022 rendimentos da
categoria B, estes anos relevariam para efeitos da contagem do período
de 3 anos e apenas poderia usufruir deste regime em 2020.

278
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As entidades beneficiárias dos donativos estão obrigadas ao cumprimento de


determinadas obrigações acessórias, nomeadamente:

a) Emitir documento comprovativo dos montantes recebidos dos seus


mecenas, com a indicação do seu enquadramento, bem como menção de
que o donativo é atribuído sem contrapartidas;

b) Possuir registo atualizado das entidades mecenas, do qual constem,


nomeadamente, o nome, o número de identificação fiscal (NIF), bem
como a data e o valor de cada donativo que lhes tenha sido atribuído; e

c) Entregar à AT, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, uma


declaração de modelo oficial (modelo 25) referente aos donativos
recebidos no ano anterior.

Os donativos em dinheiro de valor superior a € 200 devem ser efetuados através


de meio de pagamento que permita a identificação do mecenas, nomeadamente,
transferência bancária, cheque nominativo ou débito direto.

São considerados custos ou perdas do exercício, na sua totalidade, os donativos


concedidos às seguintes entidades:

a) Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais e qualquer dos seus


serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados;

b) Associações de municípios e de freguesias;

c) Fundações em que o Estado, as Regiões Autónomas ou as autarquias


locais participem no património inicial;

d) Fundações de iniciativa exclusivamente privada que prossigam fins


de natureza predominantemente social.
Estes donativos são ainda considerados custos em valor correspondente a 140
% do respetivo total, quando se destinarem exclusivamente à prossecução de
fins de caráter social, a 120 %, se destinados exclusivamente a fins de caráter
ambiental, desportivo e educacional, ou a 130 %, quando forem atribuídos ao
abrigo de contratos plurianuais celebrados para fins específicos, que fixem os
objetivos a prosseguir pelas entidades beneficiárias, e os montantes a atribuir
pelos sujeitos passivos.

São considerados custos ou perdas do exercício, até ao limite de 8/1000 do


volume de vendas ou dos serviços prestados, os donativos atribuídos às
seguintes entidades:

a) Instituições particulares de solidariedade social, bem como pessoas


coletivas legalmente equiparadas;

279
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) Pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e de mera


utilidade pública que prossigam fins de caridade, assistência,
beneficência e solidariedade social e cooperativas de solidariedade
social;

c) Centros de desporto organizados nos termos dos Estatutos do Instituto


Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores
(INATEL), desde que destinados ao desenvolvimento de atividades de
natureza social no âmbito daquelas entidades;

d) Organizações não governamentais cujo objeto estatutário se destine


essencialmente à promoção dos valores da cidadania, da defesa dos
direitos humanos, dos direitos das mulheres e da igualdade de género,
nos termos legais aplicáveis;

e) Organizações não governamentais para o desenvolvimento;

f) Outras entidades promotoras de iniciativas de auxílio a populações


carecidas de ajuda humanitária, em consequência de catástrofes naturais
ou de outras situações de calamidade internacional, reconhecidas pelo
Estado Português, mediante despacho conjunto do Ministro das Finanças
e do Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Por norma estes donativos são levados a custos em valor correspondente a 130
% do respetivo total.
Estes donativos podem considerados custos em valor correspondente 140 % no
caso de se destinarem a custear as seguintes medidas:

a) Apoio à infância ou à terceira idade;

b) Apoio e tratamento de toxicodependentes ou de doentes com sida,


com cancro ou diabéticos;

c) Promoção de iniciativas dirigidas à criação de oportunidades de


trabalho e de reinserção social de pessoas, famílias ou grupos em
situações de exclusão ou risco de exclusão social, designadamente no
âmbito do rendimento social de inserção, de programas de luta contra a
pobreza ou de programas e medidas adotadas no contexto do mercado
social de emprego

Estes donativos podem ainda considerados custos em valor correspondente 150


% no caso de se destinarem a custear as seguintes medidas:

a) Apoio pré-natal a adolescentes e a mulheres em situação de risco e à


promoção de iniciativas com esse fim;

280
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) Apoio a meios de informação, de aconselhamento, de


encaminhamento e de ajuda a mulheres grávidas em situação social,
psicológica ou economicamente difícil;

c) Apoio, acolhimento e ajuda humana e social a mães solteiras;

d) Apoio, acolhimento, ajuda social e encaminhamento de crianças


nascidas em situações de risco ou vítimas de abandono;

e) Ajuda à instalação de centros de apoio à vida para adolescentes e


mulheres grávidas cuja situação socioeconómica ou familiar as impeça
de assegurar as condições de nascimento e educação da criança;
f) Apoio à criação de infraestruturas e serviços destinados a facilitar a
conciliação da maternidade com a atividade profissional dos pais.
São considerados custos ou perdas do exercício, até ao limite de 6/1000 do
volume de vendas ou dos serviços prestados, os donativos atribuídos às
seguintes entidades:

a) Institutos, fundações e associações que prossigam atividades de


investigação, exceto as de natureza científica e de defesa do património
histórico-cultural e do ambiente;

b) Museus, bibliotecas e arquivos históricos e documentais;

c) Organizações não governamentais de ambiente (ONGA);


d) Comité Olímpico de Portugal, Confederação do Desporto de Portugal
e pessoas coletivas titulares do estatuto de utilidade pública desportiva;

e) Associações promotoras do desporto e associações dotadas do estatuto


de utilidade pública que tenham como objeto o fomento e a prática de
atividades desportivas, com exceção das secções participantes em
competições desportivas de natureza profissional;

f) Centros de cultura e desporto organizados nos termos dos Estatutos


do Instituto Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres dos
Trabalhadores (INATEL);

g) Estabelecimentos de ensino, escolas profissionais, escolas artísticas,


creches, lactários e jardins-de-infância legalmente reconhecidos pelo
ministério competente;

h) Instituições responsáveis pela organização de feiras universais ou


mundiais, nos termos a definir por resolução do Conselho de Ministros;

Estes donativos são levados a custos, em valor correspondente a 120 % ou, no


caso das alíneas d) e e) do número anterior, 130 % do respetivo total; 130 % ou,

281
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

no caso das alíneas d) e e) do número anterior, 140 %, quando atribuídos ao


abrigo de contratos plurianuais celebrados para fins específicos que fixem
objetivos a prosseguir pelas entidades beneficiárias e os montantes a atribuir
pelos sujeitos passivos; 140 %, quando atribuídos às creches, lactários e jardins-
de-infância previstos na alínea g) e para as entidades referidas na alínea i).

Caso Prático – Donativo vs Prestação de serviços gratuitos


A Farmácia Bem Estar presta serviços de serviços gratuitos uma vez por semana
aos utentes da IPSS Bem Estar no transporte e preparação dos seus
medicamentos semanais a tomar por estes. Os medicamentos são debitados
diretamente pela farmácia aos utentes da IPSS. A IPSS emite um recibo
valorizado indicando tratar-se de um donativo concedido sem contrapartidas
de acordo com o previsto no artigo 61.º alínea a) e b) do n.º 2 do artigo 66.º e
como previsto na alínea a) do n.º 4, conjugado com o previsto na alínea a) do n.º
3 do artigo 62.º do EBF. O valor mensal destes serviços ronda os € 500,00. Como
deve a IPSS enquadrar este donativo do ponto de vista contabilístico e fiscal?
Na resolução temos de atender que estamos perante a oferta de um serviço

Pelo registo da prestação de serviços adquirida e pelo reconhecimento do donativo

Conta Descrição Débito Crédito


62x Fornecimentos e serviços externos 500,00
786x Outros Rendimentos 500,00

Contudo numa prestação de serviços gratuita, a entidade que presta o serviço não pode
aproveitar os benefícios fiscais estabelecidos no Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) que advêm
de donativos, pois as prestações de serviços não estão contempladas neste diploma. Para efeitos
fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou em espécie, concedidos, sem
contrapartidas que configurem obrigações de carácter pecuniário ou comercial, às entidades
públicas ou privadas, cuja atividade consista predominantemente na realização de iniciativas
nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou educacional.

Caso os donativos revistam a forma de “prestações de serviços gratuitas”, mesmo que efetuadas
no âmbito de uma atividade profissional tributada (regime simplificado ou com base na
contabilidade), não têm relevância fiscal, quer por falta de previsão legal, quer por não poderem
ser quantificadas nos termos do n.º 11 do artigo 62.º do EBF. Caso se trate de donativos de bens
afetos à atividade empresarial ou profissional de um sujeito passivo da categoria B do IRS, com
contabilidade organizada (existências ou imobilizado), cujo valor fiscal possa ser apurado nos
termos do n.º 11 do artigo 62.º do EBF, o respetivo benefício fiscal refletir-se-á numa dedução
ao lucro tributável da atividade do sujeito passivo.

4.2.3 Associações Humanitárias de Bombeiros


As importâncias atribuídas aos bombeiros voluntários que visem compensar a
prestação ou a disponibilidade para a prestação das referidas atividades são

282
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

consideradas rendimentos do trabalho dependente - categoria A- artigo 2º do


Código do IRS.

A partir de janeiro de 2017, com as alterações ao artigo 72°, do Código de IRS


(introduzidas pela Lei 42/2016, de 28 de Dezembro, alterado pela Lei n.º 3/2019,
de 9 de janeiro e retificado pela Declaração de Retificação n.º 7-A/2019, de 8 de
março) as compensações e subsídios, referentes é atividade voluntária, postos
à disposição dos bombeiros, pelas associações humanitárias de bombeiros,
até ao limite máximo anual, por bombeiro, de três vezes o indexante de apoios
sociais, são: equiparadas a gratificações auferidas pela prestação ou em razão
da prestação de trabalho, quanto não atribuídas pela entidade patronal, e são
tributadas autonomamente a taxa de 10% (número 17.º, conjugado com o
número 7.º do artigo 72° do CIRS).

Para efeitos da aplicação desta taxa, são equiparadas a gratificações auferidas


pela prestação ou em razão da prestação de trabalho, quando não atribuídas
pela entidade patronal, as compensações e subsídios, referentes à atividade
voluntária, postos à disposição dos bombeiros, pelas associações humanitárias
de bombeiros, até ao limite máximo anual, por bombeiro, de três vezes o
indexante de apoios sociais. Ou seja, as compensações e subsídios equiparados
a gratificações, atribuídas aos bombeiros no âmbito da sua atividade voluntária,
até ao limite de € 1.316,43 (valor do IAS € 438,81 x 3) para 2020, não estão sujeitas
a retenção na fonte, sendo tributadas autonomamente à taxa de 10%, devendo
ser declaradas com o código A2 na Declaração a que se refere a alínea c) - i) do
n.º 1 do artigo 119.º do Código do IRS - Declaração Mensal de Remunerações -
do mês em que são pagas ou colocadas à disposição (Portaria n.º 40/2018, de 31
de janeiro e Portaria n.º 88-A/2020, de 6 de abril).

Se o valor das compensações e subsídios ultrapassar o limite acima referido, a


parte que exceder esse limite, considera-se uma remuneração acessória, por
enquadramento no n.º 2 do artigo 2.º do mesmo diploma, sendo tributada nos
termos gerais dos rendimentos da categoria A, e consequentemente sujeita a
retenção na fonte à taxa da Tabela a que corresponder a situação pessoal e
familiar do sujeito passivo, devendo ser declaradas na Declaração Mensal de
Remunerações com o Código A.
Contudo dispõe o n.º 7 do artigo 12.º do Código do IRS, na sua atual redação, o
seguinte: “O IRS não incide sobre as compensações e subsídios, referentes à
atividade voluntária, postos à disposição dos bombeiros pela Autoridade
Nacional de Proteção Civil, municípios e comunidades intermunicipais e pagos
pelas respetivas entidades de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo
especial de combate a incêndios florestais e do dispositivo conjunto de proteção
e socorro na Serra da Estrela, nos termos do respetivo enquadramento legal”.

283
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Estes montantes devem ser comunicados na Declaração Mensal de


Remunerações como rendimentos não sujeitos (artigo 12.º do Código do IRS)
através do código A33 – Compensações e subsídios.

4.2.4 Federações e Associações e Desportivas


O praticante de futebol amador, sem contrato de trabalho ou outro a ele
equiparado, que aufira rendimentos tributáveis por via dessa atividade,
desligado de qualquer contrato de trabalho formal e sem subordinação jurídica
ao clube, enquadra-se na figura de trabalhador independente.
Deste modo, os rendimentos assim auferidos são qualificados como
rendimentos empresariais e profissionais e, como tal, integram a categoria B do
IRS (art.º 3.º do Código do IRS – CIRS). Dado que se trata de rendimentos
decorrentes de uma atividade profissional especificamente prevista na lista a
que se refere o artigo 151.º do CIRS (aprovada pela Portaria n.º 1011/2001 de 21
de agosto), as entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade
organizada, são obrigadas a reter imposto, mediante a aplicação aos
rendimentos ilíquidos de que sejam devedores da taxa de 25% (salvo se lhe for
aplicável a dispensa de retenção).

A Lei nº 71/2018, de 31 de dezembro, que aprovou o Orçamento de Estado para


o ano de 2019, através do artigo 257º, veio proceder à alteração do artigo 12º do
Código do IRS no sentido de excluir da sujeição a IRS, até ao limite de € 2 375,
as compensações atribuídas pelas federações e associações aos juízes e árbitros,
destinadas a fazer face aos encargos que têm que suportar no exercício da
respetiva atividade não profissional.

A intenção terá sido a de consagrar, desta vez por via de lei, o entendimento
que tinha sido estabelecido pelo Despacho Conjunto nº 19316/2010, de 19 de
outubro, do Secretário de Estado da Juventude e Desporto e do Secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais.

Nesta conformidade, o artigo 12º, nº 5, alínea b) do Código do IRS, na redação


atualmente em vigor, exclui da tributação os seguintes rendimentos:

1. Bolsas de formação desportiva, atribuídas pelas federações e associações


desportivas aos agentes desportivos não profissionais, nomeadamente,
praticantes, juízes e árbitros, até ao montante anual correspondente a € 2 375.
Este regime, que contempla as importâncias atribuídas em função da prestação
de um serviço, que é usualmente conhecido por prémio de jogo, é atribuído pelo
prazo máximo de 10 anos e até à idade limite de 30 anos;

2. Compensações atribuídas pelas federações e associações desportivas aos


agentes desportivos não profissionais (juízes e árbitros), até ao limite anual

284
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

correspondente a € 2 375. Este regime contempla as importâncias atribuídas com


vista a fazer face aos encargos necessários ao exercício da atividade,
nomeadamente os referentes às deslocações, alimentação e alojamento, entre
outros.

Estando-se perante uma norma de delimitação negativa de incidência, os


beneficiários daquelas compensações, quando atribuídas pelas entidades
referidas e até ao montante previsto, não verão as mesmas serem tributadas no
âmbito dos seus rendimentos empresariais e profissionais (categoria B do IRS),
precisamente porque a norma não considera aquelas compensações como
rendimentos sujeitos a IRS.

Não sendo rendimentos sujeitos a IRS, não estão abrangidos pelas diversas
obrigações aplicáveis a essa categoria de rendimentos, nomeadamente a
necessidade de emitir fatura. Da aplicação a contrário do artigo 115º do Código
do IRS, os beneficiários daquelas compensações não estão obrigados a emitir
fatura, recibo ou fatura-recibo, relativas aos seus montantes. Contudo, se a
entidade pagadora a solicitar, não há qualquer inconveniente na sua emissão,
devendo, na descrição, ser feita referência àquela norma de delimitação
negativa de incidência. Poderá ainda ser emitido um documento sem qualquer
formalismo, mas identificando os intervenientes, a operação, a data e o valor,
dando quitação do valor recebido.

Os montantes pagos enquanto compensações atribuídas, apesar de tais


montantes não serem tributados, no todo ou em parte, na esfera dos
destinatários, as entidades pagadoras devem incluí-los na declaração Modelo
10, a apresentar anualmente até ao dia 31 de janeiro do ano seguinte ao do
pagamento (código B21).

Os montantes pagos enquanto Bolsa de Formação, tais montantes devem ser


comunicados na Declaração Mensal de Remunerações como rendimentos não
sujeitos (artigo 12.º do Código do IRS) através do código A32 – Bolsas de
formação desportiva atribuídas, no âmbito de uma relação de trabalho
dependente, aos agentes desportivos não profissionais, nomeadamente
praticantes, juízes e árbitros, bem como as compensações atribuídas pelo
desempenho não profissional das funções de juízes e árbitros, quando o valor
anual for inferior ao montante anual previsto na alínea b) do n.º 5 do art. 12.º do
Código do IRS.
O legislador deixou passar uma oportunidade para clarificar que, num caso e
noutro, também se incluem as bolsas de formação e as compensações atribuídas
aos mesmos agentes desportivos pelas associações distritais e regionais e que os
limites previstos (€ 2 375) podem esgotar-se quando, umas e outras, são
somadas. Não obstante, a razão que é válida para uma federação é igualmente

285
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

válida para uma das suas associações, até porque, para este efeito, as associações
e a federação devem ser entendidas como uma única entidade.

4.2.5 Obrigações Acessórias


4.2.5.1 Declaração Mensal de Remunerações
A declaração mensal de remunerações (AT) destina-se a declarar os
rendimentos do trabalho dependente (categoria A) auferidos por sujeitos
passivos residentes em território português, incluindo os rendimentos
dispensados de retenção na fonte, os rendimentos isentos e ainda os excluídos
nos termos dos artigos 2.º, 2.º-A e 12.º do Código do IRS, desde que pagos ou
colocados à disposição do seu titular.

Devem ainda ser declaradas as retenções de IRS, das contribuições obrigatórias


para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e ainda das
quotizações sindicais.

Quadro 5 – Declaração Mensal de Remunerações

4.2.5.2 Modelo 10
A declaração modelo 10 destina-se a declarar os rendimentos sujeitos a imposto,
auferidos por sujeitos passivos de IRS ou de IRC residentes no território
nacional, bem como as respetivas retenções na fonte. Assim, devem ser
declarados todos os rendimentos:

• Auferidos por residentes no território nacional;


• Sujeitos a IRS, incluindo os isentos que estejam sujeitos a
englobamento;
• Pagos ou colocados à disposição do respetivo titular, quando
enquadráveis nas categorias A, B, F, G e H do IRS;
• Vencidos, colocados à disposição do seu titular, liquidados ou
apurados, consoante os casos, se enquadráveis na categoria E do IRS
(capitais) quando sujeitos a retenção na fonte, ainda que dela
dispensados;
• Sujeitos a IRC e não dispensados de retenção na fonte, conforme os
artigos 94.º e 97.º do Código do IRC.

286
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quadro 5 – Modelo 10 IRS-IRC

4.2.5.3 Modelo 25
No âmbito das obrigações acessórias das entidades beneficiárias dos donativos,
serve este modelo para cumprir com as disposições legais contidas na alínea c)
do n.º 1 do artigo 66.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais. Entende-se por
entidades beneficiárias (sujeitas a esta obrigação) aquelas que recebem os bens
de um doador, podendo ser entidades públicas ou privadas, cujas atividades
consistam predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social,
cultural, ambiental, desportiva, educacional ou científica. Os donativos
constituem entregas em dinheiro ou em espécie concedidos sem contrapartidas
que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial às públicas ou
privadas, cujas atividades consistam predominantemente na realização de
iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva, educacional ou
científica.

Quadro 5 – Modelo 25

4.2.5.4 Modelo 30
A Modelo 30- respeita à relação dos rendimentos pagos ou colocados à
disposição de sujeitos passivos não residentes e destina-se a dar cumprimento
à obrigação acessória prevista no n.º 7 do artigo 119.º do Código do IRS e no
artigo 128.º do Código do IRC. Deve ser entregue pelas entidades devedoras ou
pagadoras de rendimentos a sujeitos passivos não residentes em território
português, até ao final do segundo mês seguinte àquele em que ocorrer o ato do
pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da colocação à disposição,
da liquidação ou do apuramento do respetivo quantitativo, consoante os casos.

Os originais dos formulários e outros documentos de prova que justifiquem a


não aplicação de qualquer taxa de imposto, a utilização de taxas reduzidas ou
outras situações, deverão ser conservados na posse da entidade declarante pelo
prazo de dez anos, devendo ser exibidos à Autoridade Tributária e Aduaneira
(AT) sempre que esta os solicite

287
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quadro 8 – Modelo 30

4.2.5.5 Modelo 39
A declaração modelo n.º 39 é de entrega obrigatória pelas entidades devedoras
e pelas entidades que paguem ou coloquem à disposição dos respetivos titulares
pessoas singulares residentes em território português e que não beneficiem de
isenção, dispensa de retenção ou redução de taxa, rendimentos a que se refere
o artigo 71.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
ou quaisquer rendimentos sujeitos a retenção na fonte a título definitivo de
montante superior a € 25.

A declaração deve ser apresentada através de transmissão eletrónica de dados,


até ao final do mês de fevereiro do ano seguinte, como dispõe a alínea b) do n.º
12 do artigo 119.º do Código do IRS.

Quadro 6 – Modelo 39

4.2.6 ESNL - Informações Vinculativas


Inf.Vinculativa Assunto Artigo CIRS
930/2018 Compensações e subsídios pagos a bombeiros voluntários. n.º 7 artigo 12
709/2019 Compensações a árbitros – emissão de fatura 12
163/2019 Regime fiscal aplicável a ex-residentes – Programa Regressar 12-A
1602/02 Enquadramento Fiscal dos rendimentos auferidos por praticantes 3
desportivos de futebol amador
20197/2017 Subsídios/Compensações atribuídas a Bombeiros Voluntários n.º 13 artigo 72

Inf.Vinculativa Assunto Artigo EBF


4028/2017 Majoração de donativos. 62
3515/2019 Mecenato Social – Donativo a Junta de Freguesia 62
2019 003868 Benefícios Fiscais de uma Cooperativa Cultural. 66A

4.3 Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA)


As ESNL são sujeitos passivos (artigos 1º e 2º do CIVA) de IVA quando:

• Efetuem transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas


no território nacional, a título oneroso;

288
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Efetuem importações de bens;


• Efetuem operações intracomunitárias efetuadas no território
nacional, tal como são definidas e reguladas no Regime do IVA nas
Transações Intracomunitárias.
• Efetuem aquisição dos serviços abrangidos pela alínea a) do n.º 6 do
artigo 6.º, quando os respetivos prestadores não tenham, no território
nacional, sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, a
partir do qual os serviços são prestados;
• Sejam adquirentes em transmissões de bens ou prestações de serviços
efetuadas no território nacional por sujeitos passivos que aqui não
tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio nem disponham
de representante nos termos do artigo 30.º;
• Sejam adquirentes dos bens indicados no n.º 4 do artigo 6.º, nas
condições aí previstas, desde que os respetivos transmitentes não
tenham, no território nacional, sede, estabelecimento estável ou, na
sua falta, o domicílio, a partir do qual as transmissões são efetuadas;
• Sejam adquirentes dos bens ou dos serviços mencionados no anexo E
ao presente Código e tenham direito à dedução total ou parcial do
imposto, desde que os respetivos transmitentes ou prestadores sejam
sujeitos passivos do imposto;

O Estado e demais pessoas coletivas de direito público não são, no entanto,


sujeitos passivos do imposto quando realizem operações no exercício dos seus
poderes de autoridade, mesmo que por elas recebam taxas ou quaisquer outras
contraprestações, desde que a sua não sujeição não origine distorções de
concorrência.

4.3.1 As isenções nas ESNL


4.3.1.1 A Isenção do artigo 53
Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem
sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC,
nem praticando operações de importação, exportação ou atividades conexas,
nem exercendo atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação
dos serviços mencionados no anexo E do presente Código, não tenham atingido,
no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 12.500, n.º 1 do artigo
53.º do Código do IVA .
Para poder beneficiar desta isenção a ESNL tem de verificar cumulativamente
os seguintes requisitos:

• Esta isenção aplica-se quer a sujeitos passivos de IRS quer de IRC


desde que os mesmos não possuam nem sejam obrigados a possuir

289
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

contabilidade devidamente organizada segundo a normalização


contabilística vigente, ou seja, que apenas estejam obrigados a possuir
um registo simplificado das suas operações; e
• O sujeito passivo não pratique operações de importação, exportação
ou atividades conexas (por exemplo operações previstas no artigo 14.º
do Código do IVA, nomeadamente, comissões por intermediação
numa exportação), será dizer-se que apenas se pratiquem operações
no território nacional; e
• Não estejam em causa transações (transmissões de bens ou prestações
de serviços) no setor dos desperdícios, resíduos e sucatas recicláveis
(Anexo E ao Código do IVA); e
• O volume de negócios do ano anterior (ou previsto na declaração de
início de atividade) não ultrapasse o limite de dez mil euros.

O facto de o sujeito passivo realizar aquisições intracomunitárias de bens não é


impeditivo do enquadramento no regime especial de isenção previsto no artigo
53.º do Código do IVA, desde que verificadas as demais condições necessárias.

Não são sujeitas a IVA as aquisições intracomunitárias de bens efetuados pelos


sujeitos passivos já referidos, desde que o respetivo valor global, líquido de IVA,
devido ou pago nos Estados membros, de onde são expedidos os bens, não
tenha excedido no ano civil anterior ou no ano civil em curso o montante de €
12.500 ou, tratando-se de uma única aquisição, não exceda esse montante.

A realização de serviços para adquirentes com sede em outros países da União


Europeia ou em países terceiros não implica a obrigação de mudança de
enquadramento do regime especial de isenção previsto no artigo 53.º do CIVA
para o regime de tributação.

Deste modo, enquanto reunir as condições indicadas no artigo 53.º do CIVA


para permanência neste regime de isenção, não é obrigada, por via da realização
dessas operações, à alteração de enquadramento nem à entrega da declaração
periódica do IVA.

4.3.1.2 A Isenção do artigo 9


O Código do IVA (CIVA) prevê a aplicação de isenções relativamente a
operações consideradas de interesse geral ou social, estando nesta categoria as
atividades definidas no artigo 9.º do Código do IVA. Trata-se de isenções
chamadas simples ou incompletas, que se caracterizam pela não liquidação do
imposto, por parte do sujeito passivo, nas operações ativas ou realizadas a
jusante (transmissões de bens ou prestações de serviços), não conferindo, em
contrapartida, o direito à dedução do imposto suportado a montante (nas suas
aquisições e consumos intermédios).

290
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Assim, desde que prossigam atividades sem finalidade lucrativa, estas


entidades estão isentas de IVA:

• No transporte de doentes ou feridos em ambulâncias ou outros


veículos apropriados efetuados por organismos devidamente
autorizados;
• Nas transmissões de bens e prestações de serviços ligadas à segurança
e assistência sociais e as transmissões de bens com elas conexas;
• Nas prestações de serviços e nas transmissões de bens estreitamente
conexas, efetuadas no exercício da sua atividade habitual por creches,
jardins-de infância, centros de atividade de tempos livres,
estabelecimentos para crianças e jovens desprovidos de meio familiar
normal, lares residenciais, casas de trabalho, estabelecimentos para
crianças e jovens deficientes, centros de reabilitação de inválidos,
lares de idosos, centros de dia e centros de convívio para idosos,
colónias de férias, albergues de juventude ou outros equipamentos
sociais, ainda que os serviços sejam prestados fora das suas
instalações. Note-se que estas operações estão também isentas ainda
que prosseguidas por entidades privadas, desde que se encontre
reconhecida a sua utilidade social;
• Nas prestações de serviços e transmissões de bens com elas conexas
efetuadas no interesse coletivo dos seus associados, desde que os
organismos prossigam objetivos de natureza, nomeadamente,
religiosa, humanitária e filantrópica, e a única contraprestação seja
uma quota fixada nos termos dos estatutos;
• Nas transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas aquando
de manifestações ocasionais destinadas à angariação de fundos em
proveito exclusivo das entidades, desde que esta isenção não
provoque distorções de concorrência. Devem, ainda, ser observados
os requisitos estabelecidos no Despacho Normativo n.º 118/85, de 31
de dezembro, que fixa em oito o número anual de manifestações
ocasionais;
Apontamento –Exemplo de Requerimento Angariação Fundos
Exmo. Senhor Chefe de Finanças

Serviço de Finanças de Bem Estar

A “Bem Estar de Desenvolvimento Social” pessoa coletiva 123456789, instituição


particular de segurança social, com sede na Rua do Bem Estar, lugar e freguesia de Bem
Estar, Concelho de Bem Estar, Código Postal 1234-567 Bem Estar, cujo objeto social visa o
“o acolhimento de jovens carenciados”. A “Bem Estar de Desenvolvimento Social” vem
assim por este meio solicitar autorização para a realização de uma campanha de angariação
de receitas, requerendo que lhe seja atribuída igualmente a isenção prevista na alínea 20 do
n.º 1 do artigo 9º do CIVA, conforme previsto no Despacho Normativo n.º 118/85, de 31 de
dezembro. Esta angariação revestir-se-á na “participação nas tasquinhas da feira medieval

291
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

de Bem Estar”. Este evento não provoca distorções de concorrência, visando unicamente a
obtenção de fundos para proveito exclusivo dos objetivos estatuários da associação. De
referir que esta angariação de fundos irá decorrer entre os dias 4 e 5 de outubro.

Pede deferimento

Bem Estar, xx de setembro de N

• Nas prestações de serviços efetuadas por organismos sem finalidade


lucrativa que explorem estabelecimentos ou instalações destinadas à
prática de atividades artísticas, desportivas, recreativas e de educação
física a pessoas que pratiquem essas atividades.
• Nas prestações de serviços que tenham por objeto o ensino, bem como
as transmissões de bens e prestações de serviços conexas, como sejam
o fornecimento de alojamento e alimentação, efetuadas por
estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educação ou
reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios
competentes;
• Nas prestações de serviços que tenham por objeto a formação
profissional, bem como as transmissões de bens e prestações de
serviços conexas, como sejam o fornecimento de alojamento,
alimentação e material didático, efetuadas por organismos de direito
público ou por entidades reconhecidas como tendo competência nos
domínios da formação e reabilitação profissionais pelos ministérios
competentes;
• Nas prestações de serviços que consistam em lições ministradas a
título pessoal sobre matérias do ensino escolar ou superior;
• Nas locações de livros e outras publicações, partituras musicais,
discos, bandas magnéticas e outros suportes de cultura e, em geral, as
prestações de serviços e transmissões de bens com aquelas
estreitamente conexas, desde que efetuadas por organismos sem
finalidade lucrativa;
• Nas prestações de serviços que consistam em proporcionar a visita,
guiada ou não, a bibliotecas, arquivos, museus, galerias de arte,
castelos, palácios, monumentos, parques, perímetros florestais,
jardins botânicos, zoológicos e semelhantes, pertencentes ao Estado,
outras pessoas coletivas de direito público ou organismos sem
finalidade lucrativa, desde que efetuadas única e exclusivamente por
intermédio dos seus próprios agentes. A presente isenção abrange
também as transmissões de bens estreitamente conexas com as
prestações de serviços referidas;
• Nas prestações de serviços e as transmissões de bens com elas
conexas, efetuadas por pessoas coletivas de direito público e
organismos sem finalidade lucrativa, relativas a congressos,

292
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

colóquios, conferências, seminários, cursos e manifestações análogas


de natureza científica, cultural, educativa ou técnica;
• Na cedência de pessoal por instituições religiosas ou filosóficas para
a realização de atividades isentas nos termos deste diploma ou para
fins de assistência espiritual;
• Nas prestações de serviços efetuadas por cooperativas que, não sendo
de produção agrícola, desenvolvam uma atividade de prestação de
serviços aos seus associados agricultores;
• Nas prestações de serviços a seguir indicadas quando levadas a cabo
por organismos sem finalidade lucrativa que sejam associações de
cultura e recreio: Cedência de bandas de música; Sessões de teatro;
Ensino de ballet e de música.

Estão ainda isentas de imposto:

• as transmissões de bens a título gratuito, para posterior distribuição


a pessoas carenciadas, efetuadas a instituições particulares de
solidariedade social e a organizações não-governamentais sem fins
lucrativos; (alínea a) n.º 10 artigo 15º CIVA)
• as transmissões de livros a título gratuito efetuadas aos
departamentos governamentais nas áreas da cultura e da educação, a
instituições de caráter cultural e educativo, a centros educativos de
reinserção social e a estabelecimentos prisionais; (alínea b) n.º 10
artigo 15º CIVA)

4.3.2 A dedução nos sujeitos mistos


Só pode deduzir-se o imposto que tenha incidido sobre bens ou serviços
adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para a realização das
transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a imposto e dele não
isentas (artigo 20º CIVA). Quando o sujeito passivo, no exercício da sua
atividade, efetuar operações que conferem direito a dedução e operações que
não conferem esse direito, a dedução do imposto suportado na aquisição de
bens e serviços que sejam utilizados na realização de ambos os tipos de
operações é determinada do seguinte modo (n.º 1 do artigo 23º do CIVA):

a) Tratando-se de um bem ou serviço parcialmente afeto à realização de


operações não decorrentes do exercício de uma atividade económica prevista
na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, o imposto não dedutível em resultado dessa
afetação parcial é determinado nos termos do n.º 2;

b) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, tratando-se de um bem ou


serviço afeto à realização de operações decorrentes do exercício de uma
atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, parte das quais

293
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

não confira direito à dedução, o imposto é dedutível na percentagem


correspondente ao montante anual das operações que dêem lugar a dedução.

4.3.2.1 Método da percentagem


A percentagem de dedução resulta de uma fração que comporta, no numerador,
o montante anual, imposto excluído, das operações que dão lugar a dedução
nos termos do n.º 1 do artigo 20.º e, no denominador, o montante anual, imposto
excluído, de todas as operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes do
exercício de uma atividade económica prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo
2.º, bem como as subvenções não tributadas que não sejam subsídios ao
equipamento. Neste cálculo não são incluídas as transmissões de bens do ativo
imobilizado que tenham sido utilizadas na atividade da empresa nem as
operações imobiliárias ou financeiras que tenham um carácter acessório em
relação à atividade exercida pelo sujeito passivo. Para determinação da
percentagem de dedução, o quociente da fração é arredondado para a centésima
imediatamente superior.

A percentagem de dedução calculada provisoriamente com base no montante


das operações realizadas no ano anterior, assim como a dedução efetuada
calculada provisoriamente com base nos critérios objetivos inicialmente
utilizados para aplicação do método da afetação real, são corrigidas de acordo
com os valores definitivos referentes ao ano a que se reportam, originando a
correspondente regularização das deduções efetuadas, a qual deve constar da
declaração do último período do ano a que respeita.

4.3.2.2 Afetação Real


Não obstante pode o sujeito passivo efetuar a dedução segundo a afetação real
de todos ou parte dos bens e serviços utilizados, com base em critérios objetivos
que permitam determinar o grau de utilização desses bens e serviços em
operações que conferem direito a dedução e em operações que não conferem
esse direito, sem prejuízo de a Direcção-Geral dos Impostos lhe vir a impor
condições especiais ou a fazer cessar esse procedimento no caso de se verificar
que provocam ou que podem provocar distorções significativas na tributação.

Quando o sujeito passivo exerça atividades económicas distintas, ou quando a


utilização da afetação parcial conduza a distorções significativas na tributação
a administração fiscal pode obrigar o sujeito passivo a utilizar a afetação real.
Apontamento – Artigo 23º do CIVA
O ofício circulado nº 30103, de 2008.04.23, do Gabinete do Subdiretor-Geral da área de
Gestão do IVA, procedeu à divulgação de instruções genéricas no sentido de
uniformizar a interpretação a dar às alterações introduzidas ao artigo 23º do Código do
IVA (CIVA), de assegurar o correto enquadramento das várias atividades face aos
novos preceitos, de estabelecer os procedimentos a serem seguidos na determinação da
dedução do imposto e, ainda, de clarificar os critérios a utilizar, quando haja recurso à

294
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

afetação real na determinação do quantum do imposto a deduzir e sempre que esteja


em causa bens e serviços de utilização mista.

4.3.3 As ESNL e as Aquisições Intracomunitárias


São tributáveis as prestações de serviços efetuadas a um sujeito passivo dos
referidos no n.º 5 do artigo 2.º, cuja sede, estabelecimento estável ou, na sua
falta, o domicílio, para o qual os serviços são prestados, se situe no território
nacional, onde quer que se situe a sede, estabelecimento estável ou, na sua falta,
o domicílio do prestador (alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do Código do IVA).
Apontamento – número 5 do artigo 2º do CIVA
5 - Para efeitos das alíneas e) e g) do n.º 1, consideram-se sujeitos passivos do imposto,
relativamente a todos os serviços que lhes sejam prestados no âmbito da sua atividade,
as pessoas singulares ou coletivas referidas na alínea a) do n.º 1, bem como quaisquer
outras pessoas coletivas que devam estar registadas para efeitos do artigo 25.º do
Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias

São tributáveis as prestações de serviços efetuadas a uma pessoa que não seja
sujeito passivo, quando o prestador tenha no território nacional a sede da sua
atividade, um estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio, a partir do
qual os serviços são prestados (alínea b) do n.º 6 do artigo 6.º do Código do
IVA).
Apontamento – sujeitos passivos do imposto
Consideram-se sujeitos passivos do imposto “qualquer pessoa, singular ou coletiva,
estabelecida fora do território da comunidade, pela aquisição ou fornecimento de
serviços a entidades com a sede, estabelecimento estável ou domicílio no território
nacional, que faça prova dessa qualidade, nomeadamente, através da apresentação de
um número de identificação fiscal ou similar, atribuído pelo país de estabelecimento,
ou de elementos obtidos das autoridades fiscais competentes, atestando a qualidade de
sujeito passivo. Esta qualidade de sujeito passivo pode, ainda, ser comprovada
mediante apresentação de um certificado, normalmente utilizado para efeitos de
pedido de reembolso da 13.ª Diretiva, emitido pelas autoridades fiscais competentes,
confirmando que o adquirente exerce uma atividade económica..." ponto III do Ofício-
Circulado n.º 30115/2009, de 29 de dezembro

Apontamento – sede da atividade económica


Considera-se, em geral, “o lugar da sede da atividade económica de um sujeito passivo,
aquele onde são adotadas as decisões essenciais relativas à condução da política geral
da empresa e onde são exercidas as funções de administração central desta,
independentemente do lugar a partir do qual é efetivamente exercida a atividade
económica. A simples existência de uma caixa postal ou uma placa identificativa de
uma empresa, não confere ao local o estatuto de sede da atividade económica do sujeito
passivo, se não cumprir os referidos requisitos.” ponto IV do Ofício-Circulado n.º
30115/2009, de 29 de dezembro

295
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Apontamento – estabelecimento estável


A noção de estabelecimento estável “implica que este deve possuir uma consistência
mínima e reunir, de forma permanente, uma estrutura adequada em meios humanos e
técnicos, capaz, tanto de fornecer, como de receber e utilizar serviços, na aceção a que
se refere o artigo 4.º e de acordo com as regras de localização previstas na nova redação
do artigo 6.º, ambos do CIVA” ponto IV do Ofício-Circulado n.º 30115/2009, de 29 de
dezembro

Apontamento – domicílio
O lugar do domicílio “de uma pessoa singular, quer seja ou não sujeito passivo do
imposto, é o endereço constante do registo nacional da população ou de um registo
público similar ou, na falta de tal registo, o endereço comunicado às autoridades fiscais.
No caso nacional, o lugar do domicílio é o endereço constante do respetivo Número de
Identificação Fiscal." ponto IV do Ofício-Circulado n.º 30115/2009, de 29 de dezembro

Na alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do Código do IVA é tratada a territorialidade


das operações realizadas entre dois sujeitos passivos. Na alínea b) do n.º 6 do
artigo 6.º do Código do IVA é tratada a territorialidade das operações realizadas
com não sujeitos passivos.

Segundo a regra da alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do Código do IVA, neste caso
lida, em sentido inverso, as prestações de serviços não são sujeitas a tributação
em território nacional quando a entidade adquirente das mesmas sejam um
sujeito passivo.

Relativamente aos serviços prestados sobre um bem imóvel corpóreo, quando


o seu adquirente seja um sujeito passivo de IVA, será de atender à regra geral
prevista na alínea a) n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, sendo a operação tributável no
local onde for a sede (ou estabelecimento) desse adquirente:

• Adquirente com sede em Portugal => a operação é tributável em


Portugal, sendo a responsabilidade de liquidação do imposto do
fornecedor do serviço, que fará a liquidação do IVA na fatura (nos
termos normais) e incluirá a base tributável e imposto liquidado,
respetivamente, nos campos 3 e 4 do quadro 6 da declaração
periódica;
• Adquirente com sede noutro Estado membro da União Europeia =>
a operação é tributável no Estado do adquirente; o prestador em
Portugal não deve liquidar IVA na fatura, fazendo menção à norma
acima referida (alínea a) n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, à contrário),
devendo incluir este valor no campo 7 do quadro 6 da declaração
periódica do IVA e enviar a declaração recapitulativa com referência
a este período onde incluirá esta operação;
• Adquirente com sede num Estado não pertencente à União Europeia
(que prove exercer uma atividade económica nesse Estado) => a
operação não é tributável em Portugal; o prestador em Portugal não

296
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

deve liquidar IVA na fatura, fazendo menção à norma acima referida


(alínea a) n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, ao contrário), deve incluir este
valor no campo 8 do quadro 6 da declaração periódica do IVA e não
deve incluí-lo na declaração recapitulativa (se não existirem outras
operações no período que devam ser incluídas na declaração
recapitulativa esta nem sequer é enviada no período em questão).

São sujeitos passivos de IVA pelas aquisições intracomunitárias de bens que


realizam, as pessoas singulares ou coletivas mencionadas na alínea a) do n.º 1
do artigo 2.º do Código do IVA que realizem exclusivamente transmissões de
bens ou prestações de serviços que não confiram qualquer direito à dedução.
No entanto, o artigo 5.º do RITI estabelece uma derrogação ao regime de
sujeição a tributação das aquisições intracomunitárias de bens efetuados por um
sujeito passivo totalmente isento sem direito à dedução.

Se uma ESNL realiza aquisições intracomunitárias deverá fazer constar tal


informação no VIES. Para o efeito, deve, aquando do início de atividade (ou
posteriormente através de declaração de alterações) preencher o campo 6 do
quadro 9 da respetiva declaração. Quando um sujeito passivo isento realiza
operações intracomunitárias, há que ter em atenção o Regime do IVA nas
Transações Intracomunitárias (RITI) pois encontra-se estabelecido um regime
particular de tributação aplicável, entre outras entidades, aos sujeitos passivos
isentos.

No caso de aquisições intracomunitárias sujeitas a IVA em território nacional


(artigo 1.º e artigo 3.º do RITI), a ESNL está obrigada a proceder à respetiva
liquidação do IVA (artigo 23.º do RITI) e relevá-la na declaração periódica
(Quadro 06, campo 12 - base tributável e campo 13 - IVA liquidado).

A obrigação de entrega de declaração periódica, para sujeitos passivos isentos,


apenas se dá quando fizerem aquisições intracomunitárias, nos termos do n.º 3
do artigo 27.º do Código do IVA, até ao final do mês seguinte àquele em que o
imposto se torna exigível.

Quando uma ESNL, por obrigação ou por opção, estiver enquadrada no regime
de tributação, as prestações de serviços realizadas para sujeitos passivos de
outros países da União Europeia ou de países terceiros devem ser relevadas na
declaração periódica, respetivamente no campo 7 do quadro 06 e no campo 8
do mesmo quadro. Estas operações conferem o direito à dedução do IVA
suportado para a sua realização, nos termos do ponto II da alínea b) do n.º 1 do
artigo 20.º do CIVA.

297
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.3.4 Restituições do IVA


O Decreto-Lei n.º 20/90, de 13 de janeiro, concede algumas isenções de IVA à
Igreja Católica e outras Comunidades Religiosas (Concordata entre a Santa Sé e
a República Portuguesa e a Lei n.º 16/2001, de 22 de junho – Lei da Liberdade
Religiosa), às IPSS e à Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, através da
restituição, pela Direção de Serviços de Reembolsos, do IVA suportado em
algumas importações e aquisições de bens e serviços.

O Decreto-Lei n.º 84/2017, de 21 de julho, concretiza uma medida do Programa


SIMPLEX+ 2016, implementando procedimentos de simplificação e procedendo
igualmente a uma revisão dos regimes previstos nos Decretos-Lei n.ºs 20/90, de
13 de janeiro, e 113/90, de 5 de abril.
Este diploma regula o benefício concedido às associações de bombeiros, às
Forças Armadas, forças e serviços de segurança, à Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa (SCML) e às instituições particulares de solidariedade social (IPSS),
através da restituição total ou parcial do montante equivalente ao IVA
suportado em determinadas aquisições de bens e serviços. O Decreto-Lei n.º
20/90, de 13 de janeiro, continua a regular a restituição de IVA às Igrejas e
Comunidades Religiosas, mantendo-se, quanto a estas entidades, os
procedimentos ora vigentes, ao contrário do que sucede com o Decreto-Lei n.º
113/90, de 5 de abril, que foi revogado com a entrada em vigor do novo
diploma.

A restituição do IVA passou a ser formalizada por transmissão eletrónica de


dados, através do Portal das Finanças, seguindo a opção: Entregar /
Declarações de IVA / Restituições de Outros Regimes.

Beneficiam da restituição total ou parcial do montante equivalente ao IVA


suportado em determinadas aquisições de bens e serviços as seguintes
entidades:

• Forças Armadas;
• Guarda Nacional Republicana;
• Polícia de Segurança Pública;
• Serviço de Estrangeiro e Fronteiras;
• Serviço de Informações Estratégicas de Defesa;
• Polícia Judiciária;
• Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais;
• Autoridade Nacional de Proteção Civil;
• Associações Humanitárias de Bombeiros e os Municípios (corpos de
bombeiros);
• Santa Casa de Misericórdia de Lisboa;
• Instituições Particulares de Solidariedade Social;

298
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Entidades públicas que integrem a estrutura orgânica dos respetivos


Ministérios.

O pedido integra um conjunto de elementos que se podem elencar nos seguintes


momentos:

Num primeiro momento:

identificação do número fiscal (NIF) do requerente e tipo de entidade:

Comunidades religiosas; Associações Humanitárias;

IPSS; …

Num segundo momento são adicionadas a fatura ou o documento


pretendido para o reembolso.

299
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Por cada fatura ou documento adicionado devem ser validados o


número, a data, o NIF emitente, o valor do IVA e o valor total da fatura.
É neste momento que se procede à classificação do tipo de bens e serviços
adquiridos.

Exemplo - Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários

300
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo - Instituição Particular de Solidariedade Social

Após validação e submissão do pedido, a entidade requerente deverá imprimir


o respetivo comprovativo, o qual por norma deverá ser remetido para a
entidade que exerce a autoridade direta (entidade que exerce a tutela nos termos
da lei), para validação. Nalguns casos esta remessa tem de ser acompanhada de
cópia dos documentos comprovativos de suporte.

Como vimos, agora todos os pedidos passam a ser submetidos no portal das
Finanças por transmissão eletrónica de dados. Os pedidos passam a reportar-se
a um período mensal, ou seja, são incluídos num único pedido todos e apenas
os documentos referentes a um determinado mês. O pedido é efetuado a partir
do 2° mês seguinte ao da data da emissão dos documentos.

A AT passa a disponibilizar, por entidade e por período de emissão, a


informação das faturas já recebidas, para seleção daquelas que devem constar
do pedido. A confirmação da elegibilidade do pedido por parte da entidade de
supervisão é efetuada eletronicamente no Portal das Finanças.

O pagamento da restituição exclusivamente através de transferência bancária


para o IBAN existente na base de dados da AT.
O pedido de restituição deve ser submetido no portal das finanças, pelas
entidades beneficiárias, a partir do 2° mês seguinte ao da emissão dos
documentos, e até ao termo do prazo de um ano da data de emissão, podendo
a entidade proceder à sua correção dentro desse prazo.
O pedido só prossegue se for confirmada a elegibilidade por parte das entidades
de supervisão, mencionadas nas alíneas do artigo 6.º do DL n.º 84/2017, com as
necessárias adaptações, sem prejuízo da faculdade de delegação por essas
entidades.

4.3.4.1 IPSS
As IPSS gozam de isenção de IVA, por via da restituição prevista na alínea c) do
nº 1 do art.º 2º do Decreto-Lei 84/2017, de 21 de julho. A Autoridade Tributária
(AT) através do Ofício-Circulado nº 90025/2007, resume os objetivos, as
principais alterações e os procedimentos a efetuar para efeito das “Restituições

301
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

de IVA”. Uma das alterações refere-se à atualização dos limites para a


restituição de IVA suportado (nas aquisições internas, nas importações e nas
aquisições intracomunitárias), cujo valor por fatura, deve ser igual ou superior
aos montantes a seguir indicados:

• 1.000 euros com exclusão do IVA para a construção, manutenção e


conservação de imóveis utilizados, total ou predominantemente na
prossecução dos fins estatutários;
• 100 euros com exclusão do IVA para os elementos do ativo fixo
tangível sujeitos a deperecimento, utilizados para fins estatutários,
com exceção de veículos e respetivas reparações, e cujo valor global
durante o exercício não seja superior a 10.000 euros, com exclusão do
IVA;
• Sem qualquer limite para aquisição de bens e serviços de alimentação
e bebidas no âmbito das atividades sociais desenvolvidas.

Nas despesas de bens e serviços de alimentação e bebidas, o montante do IVA


a restituir corresponde a 50% do valor do IVA suportado. De notar que o
reembolso do IVA a restituir terá de ser efetuado na totalidade, ou seja, têm de
ser incluídos num único pedido todos e apenas os documentos referentes ao
mês a que este reembolso respeita.

Apontamento – Segurança Social pedido de restituição


Ao consultar o site da Autoridade Tributária, verifica-se que constam os pedidos de
restituição, referentes ao período de janeiro a junho de 2018. Afim, de podermos validar
os mesmos, agradecíamos o envio por email da respetiva documentação devidamente
digitalizada.

Com os melhores cumprimentos,

Técnico Superior

Instituto da Segurança Social, I.P.

Recentemente recebemos indicação de que a IPSS deve apenas manter


os documentos físicos disponíveis para verificação da Autoridade
Tributária, não necessitando de proceder à sua digitalização. Para a
Segurança Social remeteremos apenas o “pedido de validação e cópia
de rosto com o n.º do pedido de reembolso” via e-mail.
A IPSS deverá manter os documentos contabilísticos para consulta da entidade agora
competente para verificação da elegibilidade do pedido, deverá remeter à segurança
social apenas o pedido de validação e cópia de rosto com o n.º do pedido de reembolso.

Com os melhores cumprimentos,

302
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Chefe de Equipa de Gestão Orçamental e Contabilidade

Núcleo Administrativo e Financeiro

4.3.4.2 Associações Humanitárias de Bombeiros


No que concerne a regalias e benefícios em sede de IVA, as AHB beneficiam,
em algumas categorias de bens e serviços elencadas na lista I anexa ao CIVA e
previstos na alínea a) do nº 1 do art.º 18º do CIVA, da aplicação de taxa reduzida
de 6%.

Para além da redução da taxa de IVA as AHB gozam ainda de isenção, por via
da restituição prevista na alínea b) do nº 1 do art.º 2º do Decreto-Lei 84/2017, de
21 de julho e nos termos da alínea i) do n.º 4 e alínea f) do nº 5 do mesmo artigo,
nas aquisições internas, nas importações e nas aquisições intracomunitárias, de
todos os bens móveis de equipamento diretamente destinados à prossecução
dos seus fins e de serviços necessários à conservação, reparação e manutenção
desses equipamentos, e que constem de uma única fatura de valor superior a
€1.000, com exclusão do IVA.

Toda a documentação necessária a remeter pela AHB à ANPC, os respetivos


prazos e toda a tramitação a cumprir encontra-se previsto na Circular 22/01, de
1 de junho, do extinto Serviço Nacional de Bombeiros.

Na aquisição de bens em contratos de leasing (locação), caso não exista cláusula


vinculativa de transferência de propriedade, o contrato é qualificado como
operação de locação financeira e é tratado no código do IVA como uma
prestação de serviços, logo não enquadrável no Decreto-Lei 84/2017, de 21 de
julho, não sendo possível, nestes casos, obter a restituição do IVA pago.

4.3.4.3 Comunidades Religiosas


No que diz respeito às Comunidades religiosas o benefício traduz-se na
restituição do IVA suportado relativamente às seguintes operações:

• Aquisição de objetos de culto que se destinam única e exclusivamente


ao culto religioso, desde que constantes de faturas de valor não inferior
a € 249,40, com exclusão do imposto;

• Aquisição de bens e serviços respeitantes à construção, manutenção e


conservação de imóveis destinados exclusivamente ao culto, à habitação
e formação de sacerdotes e religiosos, ao apostolado e ao exercício da

303
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

caridade, desde que constantes de faturas de valor não inferior a € 997,60,


com exclusão do imposto.

Importa ainda referir que as entidades religiosas que, nos termos da Lei da
Liberdade Religiosa, beneficiem da consignação da quota de 0,5% do IRS, não
podem beneficiar da restituição do IVA nos termos do Decreto-Lei n.º 20/90, de
13 de janeiro.

Deste modo, as entidades religiosas têm de optar entre a restituição do IVA e a


consignação da quota de 0,5 % da coleta de IRS. Já as IPSS, por seu turno, podem
acumular estes dois regimes. O prazo de submissão do pedido é de um ano a
contar da data da exigibilidade do imposto (emissão da fatura).

4.3.5 Obrigações Acessórias


4.3.5.1 Declaração de Alteração de Atividade

Quadro 09 da declaração de alterações

No caso de aquisição intracomunitária existe a obrigação de proceder á entrega


de uma declaração de alterações quando se verifique alguma das seguintes
situações:

• Até ao fim do mês seguinte àquele em que tenham excedido o valor


de € 10.000, montante a partir do qual deixará de haver tributação no
país de origem para passar a verificar-se no país de destino, conforme
vimos no artigo 5.º;

304
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Antes de efetuarem uma única aquisição intracomunitária de bens


que por si só exceda o referido limite de € 10.000;
• Antes de efetuarem aquisições intracomunitárias, no caso de opção
pelo regime de tributação previsto no artigo 1.º.

Quadro 11 da declaração de alterações

A indicação da transmissão de bens ou prestação de serviços que conferem o


direito de dedução é dada pela entrega de uma declaração de alterações. A
opção da dedução do imposto suportado segundo a afetação real é assinalada
no campo 3. A opção da dedução do imposto suportado segundo a percentagem
estimada é assinalada no campo 4.

4.3.5.2 Declaração Periódica de IVA


De acordo com o disposto na Portaria n.º 375/2003, de 10 de maio, os sujeitos
passivos do IVA estão obrigados ao envio, por transmissão eletrónica de dados,
da declaração periódica a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do
Código dó IVA, bem como dos respetivos anexos, nos prazos referidos no n.0
·1 do artigo 41.º do mesmo Código.

305
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quadro Base Tributável IVA

Apontamento – Obrigatório o preenchimento do campo 9


Nas instruções preenchimento da DPIVA refere que:

"Campo 9 Neste campo devem ser inscritas as operações isentas do imposto, que não
conferem ·direito à dedução (operações no âmbito do artigo 9.º do CIVA, com exceção
das referidas no ponto V do n.º 1 da alínea b) do artigo 20.º e ainda as operações
efetuadas sobre ouro para investimento em que não tenha havido renúncia à isenção
(Decreto-Lei n.º 362/99, de 16 de setembro)."

No manual da OCC, “Preenchimento da declaração periódica do IVA e Anexo”), refere,


na página 133, que: "Os sujeitos passivos que pratiquem simultaneamente operações
isentas sem direito à dedução e operações que conferem direito à dedução, tendo que
proceder à entrega da declaração periódica do IVA, devem preencher o campo 9 do
quadro 06.

Por estas leituras, nomeadamente das instruções de preenchimento, uma ESNL deve
preencher o campo 9 da declaração periódica do IVA com as atividades previstas no
art.º 9.º, ou seja, as isentas de imposto, mas não devendo incluir nesse campo as não
sujeitas a IVA.

4.3.5.3 Declaração Recapitulativa


A Declaração Recapitulativa do IVA é um documento que tem de entregar
obrigatoriamente à Autoridade Tributária, se é sujeito passivo de IVA e efetua
as seguintes operações: Transmissões intracomunitárias de bens, de acordo com
o art.º 23º do RITI; Prestações de serviços a sujeitos passivos com sede noutro
estado membro (artigo 6 do CIVA).

306
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quadro 04 Declaração Recapitulativa

Apontamento – Declaração Recapitulativa


Independentemente do enquadramento da Requerente em sede deste imposto (Regime
especial de isenção ou regime de tributação), as operações com adquirentes que sejam
sujeitos passivos com sede noutros países da União Europeia devem ser relevadas na
declaração recapitulativa a que se refere a alínea i) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA, nos
prazos previstos no n.º 1 do artigo 30.º do Regime do IVA nas Transações
Intracomunitárias (RITI), sendo a sua entrega obrigatória apenas nos períodos em que
este tipo de operações sejam realizadas. Estas operações são identificadas com o código
5, na coluna 5. Não há lugar à entrega da declaração recapitulativa quando os
adquirentes são sujeitos passivos localizados em países terceiros. No Ofício Circulado
N.º: 30226, de 2020-10-02 podemos analisar as instruções da AT sobre o preenchimento
e submissão desta declaração.

4.3.6 ESNL - Informações Vinculativas


Inf.Vinculativa Assunto Artigo CIVA
90025/2017 IVA – Restituições de IVA --
12984 / 2018 Enquadramento – Fornecimento de refeições efetuado por uma IPSS Artigo 1
a outra IPSS, que não tenha por base o desenvolvimento de ações de
solidariedade social.
10128 / 2016 Enquadramento - Prestação de Serviços, de animação e apoio à Artigo 1
família no ensino pré-escolar promovido pela Junta de Freguesia,
realizada por IPSS.
7726 / 2014 Taxas - IPSS que presta serviços de refeições em diversos Artigo 1
estabelecimentos de ensino, por força de um contrato público
efetuado pelo município e ainda a outros terceiros.
13503 / 2018 Direito à dedução - Exclusão - Viatura automóvel comercial - Artigo 2
Aquisição efetuada por uma IPSS.
19356/ 2020 Enquadramento – Isenção - Doação de material dentário Artigo 3
337 / 2010 Transmissões de bens a título gratuito - Efetuadas a IPSS e a Artigo 3
organizações não governamentais.
1218 / 2010 Prestações de Serviços – Realizadas por IPSS’s sem o intuito de Artigo 4
colmatar necessidades sociais.
18964/2020 Isenção – Entidades sem finalidade lucrativa - Prestações de serviços Artigo 9
e transmissões de bens
17821/2020 Enquadramento – Operações desenvolvidas por associação de Artigo 9
direito privado, sem fins lucrativos, que reúne como associadas
várias entidades, tendo como escopo o apoio e o financiamento à
investigação e desenvolvimento da engenharia
17097/2020 Isenções - Escola de Mergulho devidamente certificada pelo IPDJ Artigo 9
considerada a formação apenas nas operações realizadas no âmbito
da formação profissional nas áreas de mergulhadores e instrutores
de mergulho recreativo.
14798/2019 Isenções - IPSS - Prestação de assistência social efetuada pelo sistema Artigo 9
de segurança social a crianças e jovens - Prestações sociais fornecidas
através de outras pessoas singulares e coletivas, por conta do
sistema de segurança social.
12973 / 2018 Prestações de Serviços – IPSS - Aulas de Equitação e Hipoterapia Artigo 9
para não utentes - Transporte de não utentes da Instituição, em
viatura da própria.

307
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

12647 / 2018 Isenções – IPSS que presta "apoio social a idosos", efetua prestações Artigo 9
de serviços e transmissões de bens (fraldas, pensos higiénicos,
resguardos, suplementos alimentares, …), no âmbito da sua
atividade, face às necessidades dos seus utentes.

12234 / 2017 Isenções - IPSS que pratica operações isentas nos termos do art. 9º Artigo 9
do CIVA, pretende a aplicação do Desp. Normativo n.º 118/85, de
31/12, que estabelece limites da isenção prevista, em virtude de
manifestações ocasionais a realizar.
11760 / 2017 Isenções - IPSS’s - Prestação de serviços aos seus utentes de Artigo 9
atividades extracurriculares (natação, música, inglês, etc)
11656 / 2017 Enquadramento - IPSS - Fornecimento de refeições escolares e Artigo 9
prolongamento de horário do Jardim de Infância e as refeições
escolares da EB, faturados ao município - Fornecimento de refeições
sociais aos utentes carenciados, faturadas ao Centro Social.
10956 / 2017 Isenções – IPSS - Prestações de serviços - Artigo 9
"dinamização/funcionamento dos espaços de convívio e lazer" -
"dinamização de equipamentos e atividades recreativas.
4586 / 2013 IPSS’s – Prestações de serviços - Isenções – Taxas - Liquidação do Artigo 9
IVA
1340/2010 Isenções – Serviços de transportes escolares realizados por IPSS no Artigo 9
âmbito de um protocolo estabelecido com um Município.
537/2010 Amas Domiciliárias - Atividade exercida por conta de uma entidade, Artigo 9
devidamente licenciada como uma Instituição de suporte da
Segurança Social (no caso uma IPSS). Enquadramento em creches
familiares.
13559 Isenções - Yoga, música, dança, inglês, informática e ténis fornecidas Artigo 9
pela IPSS aos seus utentes, no âmbito da atividade habitual de
exploração de infantários, centros de atividades de tempos livres e
creches.
53 Associação de bombeiros - serviços prestados a clubes desportivos, Artigo 9
empresas e comissões de festas
16176 Isenções - Universidade da Terceira Idade, é uma instituição que Artigo 9
prossegue fins sociais, de resposta socioeducativa …… - "Propina da
Universidade Sénior".
A419 2008022 IPSS - apoio a idosos Artigo 9
A419 2006025 IPSS – divulgação das atividades turísticas - merchandising Artigo 9

17006/2020 Enquadramento - Organização não-governamental sem fins Artigo 14


lucrativos com sede na Suíça e sem estabelecimento estável em
Portugal que se dedica à evolução/desenvolvimento nas áreas da
prática clínica, investigação científica e educação, pretende realizar
o seu Congresso em Portugal
3273 /2012 Isenções - Transmissão de excedentes (sobras) de bens alimentares, Artigo 15
a título gratuito, a uma Instituição Particular de Solidariedade Social
(IPSS) que assegura a sua posterior distribuição a pessoas
carenciadas.
13719 / 2019 Donativos – Realizados a IPSS’s – Donativos que têm associado a Artigo 16
prestação de determinados serviços, constituem a contraprestação
de uma operação tributável, e consequentemente tributados.
13749 / 2018 Subvenções – IPSS, recetora de subvenções - … criação de serviço de Artigo 16
acompanhamento à população idosa, portadores de deficiência, aos
serviços de saúde, instituições bancárias, ….. pequenas reparações e
consertos em habitações
17597/2020 Taxas - Serviços de assistência domiciliária a idosos, doentes e Artigo 18
deficientes, independentemente de serem prestados, por
trabalhadores independentes, ao utente final, ou a entidades
públicas ou privadas, configuram operações com enquadramento na
verba 2.28 da Lista I anexa ao CIVA
16885/2020 Taxas - Participação de docentes do Instituto (requerente) em painéis Artigo 18
de avaliação do Concurso para Bolsas de Doutoramento da
Fundação
13723 / 2018 Taxas - Operação sujeita a IVA e não isenta - IPSS, isenta nos termos Artigo 18
do art. 9.º do CIVA, vai fornecer, à Associação Humanitária de
Bombeiros, refeições destinadas aos bombeiros que se encontrem
diariamente no serviço.

308
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7729 / 2004 Taxas - IPSS que fornece refeições a uma outra IPSS que, não Artigo 18
possuindo cozinha, necessita de adquirir externamente refeições
para satisfazer as necessidades sociais dos respetivos utentes do
apoio domiciliário
2988 / 2012 Taxas – Isenções – Operações realizadas por IPSS Artigo 18
14549 Taxas – Transmissão e venda, de "Pinças de Maguil", "Tesouras de Artigo 18
primeiros socorros, tesoura de emergência e universal", "Martelo de
emergência", "Pinças para estilhaços", ….., a associações
humanitárias e corporações de bombeiros.
14333 Taxas - Aquisição de material de socorro e salvamento adquirido por Artigo 18
associações humanitárias e corporações de bombeiros.
13723 Taxas - Operação sujeita a IVA e não isenta - IPSS, isenta nos termos Artigo 18
do art. 9.º do CIVA, vai fornecer, à Associação Humanitária de
Bombeiros, refeições destinadas aos bombeiros que se encontrem
diariamente no serviço.
9697 Taxas - Isenções - Operações realizadas por Associação Humanitária Artigo 18
de Bombeiros Voluntários, entidade sem fins lucrativos.
12344 / 2017 Prestações de serviços - Fornecimento de refeições entre IPSS’s - Artigo 53
Operação sujeita a imposto, fora do âmbito da isenção da al. 7) do
art. 9.º do CIVA - Possível aplicação do art. 53º.
16805 Taxas – Transmissão de diversos artigos a associações humanitárias verba 2.10
e corporações de bombeiros "(…)" destinados a operações de socorro
e salvamento
15817 Enquadramento – IPSS – Fornecimento de refeições escolares à verba 3.1
Câmara Municipal e ainda de serviços relativos à cooperação na
oferta das atividades de animação e apoio à família e serviços de
refeições a jardim de infância …….

4.4 Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI)


Estão isentas de IMI as seguintes entidades (artigo 44º do EBF):

a) As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e as de mera


utilidade pública, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados
diretamente à realização dos seus fins;
b) As instituições particulares de solidariedade social e as pessoas
coletivas a elas legalmente equiparadas, quanto aos prédios ou parte
de prédios destinados diretamente à realização dos seus fins;
c) As misericórdias, relativamente a quaisquer prédios de que sejam
proprietárias;
d) As associações desportivas e as associações juvenis legalmente
constituídas, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados
diretamente à realização dos seus fins;
e) As coletividades de cultura e recreio, as organizações não
governamentais e outro tipo de associações não lucrativas, a quem
tenha sido reconhecida utilidade pública, relativamente aos prédios
utilizados como sede destas entidades, e mediante deliberação da
assembleia municipal da autarquia onde os mesmos se situem;
f) As cooperativas, relativamente aos imóveis destinados à sua sede e
ao exercício das atividades que constituam o respetivo objeto social.

As isenções são reconhecidas pelo chefe do serviço de finanças da área da


situação do prédio, após a realização da prova relativa à verificação dos

309
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

pressupostos, devendo o sujeito passivo, nos casos descritos nas alíneas d) e e),
apresentar requerimento devidamente documentado, no prazo de 60 dias
contados da verificação do facto determinante da isenção.

Os benefícios fiscais cessam logo que deixem de verificar-se os respetivos


pressupostos, devendo os sujeitos passivos comunicar qualquer evento
determinante para essa cessação, tendo em vista a atualização da matriz do
prédio.

4.5 Imposto Municipal Sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)


Encontram-se isentos de Imposto Municipal sobre as Transmissões de Imóveis
(IMT) as seguintes entidades:

• As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e de mera


utilidade pública, quanto aos bens destinados, direta e
imediatamente, à realização dos seus fins estatutários;
• As instituições particulares de solidariedade social e entidades a estas
legalmente equiparadas, quanto aos bens destinados, direta e
imediatamente, à realização dos seus fins estatutários;
• As aquisições de bens por associações de cultura física, quando
destinados a instalações não utilizáveis normalmente em espetáculos
com entradas pagas;
• As cooperativas estão isentas de IMT na aquisição de quaisquer
direitos sobre imóveis destinados à sede e ao exercício das atividades
que constituam o respetivo objeto social.

As isenções são reconhecidas a requerimento dos interessados, a apresentar


antes do ato ou contrato que originou a transmissão, junto dos serviços
competentes para a decisão, mas sempre antes da liquidação que seria de
efetuar, acompanhado de documento comprovativo da qualidade do
adquirente e de certidão ou cópia autenticada da deliberação sobre a aquisição
onerosa dos bens, da qual conste expressa e concretamente o destino destes. No
caso de aquisições de bens por associações de cultura física, é ainda necessário
que a câmara municipal competente comprove previamente que se encontram
preenchidos os requisitos para a sua atribuição.

4.6 Imposto do Selo (IS)


As cooperativas estão isentas de imposto do selo sobre os atos, contratos,
documentos, títulos e outros factos, incluindo as transmissões gratuitas de bens,
quando este imposto constitua seu encargo.

São isentas de imposto do selo, quando este constitua seu encargo:

310
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa e de mera


utilidade pública;
• As instituições particulares de solidariedade social e entidades a estas
legalmente equiparadas.

4.7 Imposto Sobre Veículos (ISV)


O ISV foi aprovado pela Lei n.º 22-A/2007, de 29 de junho e encontra-se
publicado no anexo I desta lei.

Quais os veículos do setor social e solidário que beneficiam de isenção ou


redução de ISV?

• Veículos adquiridos por Instituições Particulares de Solidariedade


Social;
• Veículos adquiridos para funções operacionais pela Autoridade
Nacional de Proteção Civil;
• Veículos destinados ao serviço de incêndio adquiridos pelas
Associações de Bombeiros;
• Veículos adquiridos pelos Municípios e Freguesias destinados ao
transporte de crianças em idade escolar do ensino básico;
• Veículos adquiridos para o exercício de funções operacionais das
equipas de sapadores florestais pelo Instituto de Conservação da
Natureza e das Florestas, I.P.

Estão isentos do imposto os veículos para transporte coletivo dos utentes com
lotação de nove lugares, incluindo o do condutor, adquiridos a título gratuito
ou oneroso, por IPSS que se destinem ao transporte em atividades de interesse
público e que se mostrem adequados à sua natureza e finalidades, desde que
possuam um nível de emissão de CO2 até 180 g/Km.

Veículos adquiridos para funções operacionais pela Autoridade Nacional de


Proteção Civil e veículos destinados ao serviço de incêndio adquiridos pelas
Associações de Bombeiros beneficiam da isenção do imposto.

4.7.1 Associações Humanitárias de Bombeiros


De acordo com o estabelecido na alínea a) do nº 1 do art.º 51º, do Código do ISV
(Anexo I da referida Lei n.º 22-A/2007), somente estão abrangidos pelo regime
de isenção os veículos adquiridos para funções operacionais pela ANPC, bem
como os veículos para serviço de incêndio adquiridos pelas associações de
bombeiros, incluindo os municipais. As caraterísticas técnicas dos veículos de
incêndio terão de estar enquadradas pelas Normas Técnicas Europeias EN 1846-
1 e EN 1846-2 e pelo Regulamento de Especificações Técnicas de Veículos e

311
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Equipamentos Operacionais dos Corpos de Bombeiros. As AHB, neste aspeto


devem atender ao Despacho n.º 21638/2009, de 14 de setembro, na redação
introduzida pelo Despacho n.º 11535/2010, de 30 de junho que aprovou o
Regulamento de especificações técnicas de veículos e equipamentos
operacionais dos corpos de bombeiros, já que nem todos os veículos podem
beneficiar dos regimes de isenção previstos neste diploma.

Esta isenção carece de um processo administrativo que importa ao CC também


perceber, uma vez que estes impostos, influenciam em muito o planeamento
financeiro destas associações, assim:

• A AHB deve preencher uma declaração conforme o modelo


disponibilizado pela ANPC no seu sítio na internet
(http://www.prociv.pt), especificando as caraterísticas do veículo
(marca, modelo, versão, nº de quadro, nº de Motor, cilindrada, peso
bruto e tipologia da viatura);
• A declaração é da responsabilidade do órgão diretivo da entidade
detentora declarante, deve ser emitida em papel timbrado, assinada
e aposto o selo branco ou a óleo, em uso na AHB;
• A declaração deverá ser remetida pelos interessados ao respetivo
Comando Distrital de Operações de Socorro, juntamente com a
documentação que atesta a compra do veículo e as suas
características, bem como a folha de carga, se for caso disso, e outros
documentos que, eventualmente, possam complementar a
informação, para uma melhor avaliação do processo;
• O Comandante Distrital de Operações de Socorro conferirá se o
veículo se adapta ao fim a que se destina e se este está em
conformidade com o estabelecido nas Especificações Técnicas de
Veículos e Equipamentos Operacionais dos Corpos de Bombeiros;
• O processo é depois enviado do Comando Distrital respetivo, para a
sede da ANPC, onde, após a comprovação de todos os elementos, é
emitida a declaração, assinada pelo Presidente da ANPC e enviada à
AHB, com vista a ser entregue por esta na Autoridade Tributária e
Aduaneira.

4.8 Imposto Único de Circulação (IUC)


O IUC foi aprovado pela Lei n.º 22-A/2007, de 29 de junho e encontra-se
publicado no anexo II desta lei. Estão isentos de imposto os veículos da
administração central, regional, local e das forças militares e de segurança, bem
como os veículos adquiridos pelas associações humanitárias de bombeiros ou
câmaras municipais para o cumprimento das missões de proteção, socorro,

312
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

assistência, apoio e combate a incêndios, atribuídas aos seus corpos de


bombeiros.

Encontram-se também isentas de IUC as IPSS, sendo a isenção reconhecida


mediante entrega de requerimento, devidamente documentado, no serviço de
finanças da área da sede da entidade interessada.
Apontamento - Pedido Isenção IUC
Exmo. Senhor Chefe de Finanças

Serviço de Finanças de Bem Estar

Assunto: Pedido de Isenção de IUC

Associação BEM ESTAR, Instituição Particular de Solidariedade Social, inscrita na


D.G.A.S. no livro das associações de solidariedade social sob o n.º 00, a fl. 00 a fl. 00 do
livro n.º 00 das Associações de Solidariedade Social, pessoa coletiva n.º. 123 456 789, com
sede no lugar de Bem Estar, freguesia de Bem Estar, concelho de Bem Estar e distrito de
Bem Estar, código postal 1234 - 789, requer a V. Exª se dignem reconhecer, para os efeitos
previstos na alínea b do nº. 2 do artigo 5.º do IUC - Imposto Único de Circulação relativo
às seguintes viaturas:

Viatura 00-00-00 ; Viatura 00-00-00

Para comprovação anexa:

1) Fotocópia dos estatutos;

2) Fotocópia do Diário da República, III série, N.º. XXX de XXX

3) Fotocópia dos Livretes

313
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.9 Segurança Social


As ESNL estão obrigadas a:

1. Comunicar aos serviços da Segurança Social:

• A alteração de elementos de identificação, o início, a suspensão ou a


cessação da sua atividade. A comunicação destes elementos
considera-se cumprida perante a Segurança Social se a mesma for
efetuada à administração fiscal ou puder ser obtida oficiosamente.
• Os elementos necessários ao enquadramento ou à exclusão do
trabalhador como membro dos órgãos estatutários, solicitados pelos
serviços competentes de Segurança Social.
• A admissão de novos trabalhadores: Nas 24 horas anteriores ao início
de produção de efeitos do contrato de trabalho; Durante as 24 horas
seguintes ao início da atividade, quando por razões excecionais
(fundamentadas) a comunicação não possa ser feita naquele prazo
(apenas para prestação de trabalho por turnos). A comunicação deve
ser efetuada online no serviço Segurança Social Direta. Deve ser
indicado o Número de Identificação da Segurança Social (NISS) se o
houver e a modalidade de contrato de trabalho a termo resolutivo ou
sem termo, a tempo parcial.
• A cessação, suspensão do contrato de trabalho e respetivo motivo até
ao dia 10 do mês seguinte ao da sua ocorrência, através do formulário
Comunicação de Admissão de trabalhador/ Início de atividade de
trabalhador/ Vínculo a nova entidade empregadora/ Cessação/
Suspensão da atividade do trabalhador, Mod. RV1009-DGSS.

2. Entregar a declaração de remunerações (DR) através da Internet, no serviço


Segurança Social Direta.

As ESNL e os seus trabalhadores encontram-se sujeitos às seguintes taxas


contributivas.

314
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Remunerações, subsídios e abonos Segurança Social


Tributação Isenção

Vencimentos, subsídios de férias e Natal, comissões x –


Órgãos sociais x –

(base mínima de
1 IAS)
Abono para falhas – até 5% da
remuneração
mensal

Ajudas de custo para deslocações em Portugal Diretores – até € 69,19/dia


Outros – até € 50,20/dia
Ajudas de custo para deslocações no estrangeiro Diretores – até € 100,24/dia

Outros – até € 89,35/dia


Carro próprio – pagamento de km's – até € 0,36/Km
Horas extraordinárias / gratificações regulares x –
Isenção de horário de trabalho / diuturnidades x –
Indemnização por cessação contrato de trabalho – até (Rem. média
dos últimos 12
meses) * anos
trabalho

Pensão reforma, complem. Empresa / Seg. Social – x


Pré-reformas x –
Seguros de reforma – x
Subsídio de refeição – até € 4,77/dia
Vales de refeição – até € 7,63/dia
"Vales infância" – x
"Vales educação" – x
Subsídio de renda x –
Subsídio da ESNL (doença, educação...) – x
Adaptado – Inforfisco Guia Fiscal 2019

315
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Bibliografia e Referências

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sem Fins Lucrativos, 1ª edição, Porto, Princípia Editora, Lda.

Antão, Avelino (2011) Regime da Normalização Contabilística para Entidades


do Sector Não Lucrativo, CNIS – Confederação Nacional das Instituições de
Solidariedade.

Anthony, R.; Young, d. (1994) Management Control in Nonprofit


Organizations, Irwin, 5th edition.

Araújo, Duarte Nuno (2012) Manual de Prestação de Contas nas Entidades do


Setor Não Lucrativo, Porto, Vida Económica.

Autoridade de Gestão do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência


no Uso de Recursos (2015) Orientações Técnicas do Beneficiário, Versão 1.2

Autoridade Tributária e Aduaneira (2015) Setor Social e Solidário - Direitos e


Deveres Fiscais

Bessa, Daniel (2010) Contabilista: uma profissão que pode e deve ser valorizada,
Gabinete de Estudos.

Carvalho, A. (2007) O Enquadramento Contabilístico das Entidades Sem Fins


Lucrativos – um Ensaio. Dissertação de mestrado, Universidade do Minho,
Portugal.

Carvalho, João M.S. (2005) Organizações Não Lucrativas, 1ª edição, Lisboa,


Edições Sílabo.

CASES (Projeto Y.es, Guia Prático da Economia Social


CNC (versão 080409) SNC-MDF Modelos de Demonstrações Financeiras –
Observações e ligação às NCRF.

Fundo de Reestruturação do Setor Solidário, Guia de Acompanhamento

Garriço, Clara Margarida Simões, ISCAL, A norma contabilística das entidades


do sector não lucrativo

Gomes, João (2014) Normalização Contabilística para Entidades do Setor Não


Lucrativo, Porto, Vida Económica.

Grilo, Vânia Isabel Vicente (2013) Da Contratação (Pública) das Instituições


Particulares de Solidariedade Social, Universidade do Minho.

Instituto da Segurança Social, I.P. (2018) Guia Prático – Orçamento e Contas de


Instituições Particulares de Solidariedade Social.

316
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Instituto da Segurança Social, I.P. (2015) Guia Prático – Apoios Sociais – Pessoas
Idosas.

Jobling, Carla e Luís Figueira (2016) Código dos Contratos Públicos Anotados –
Volume I

Mendes, Victor (2000) Legislação sobre Associações, 2ª edição, Porto, Legis


Editora.

Mendes, Victor (2006) Como constituir uma Cooperativa, Porto, Legis Editora.

Pires, Miguel Lucas (2011) Regime Jurídico aplicável às Fundações de Direito


Privado e Utilidade Pública, Coimbra Editora.

Quintão, C. (2011). O Terceiro Setor e a sua renovação em Portugal – Uma


abordagem preliminar. Abril de 2011, Instituto Sociologia, Universidade do
Porto.

Rocha, E. M. P. (2013). Práticas de Cooperação entre as Organizações do


Terceiro Setor e as Empresas Lucrativas. Dissertação de mestrado, Universidade
do Minho, Portugal.

Santos, José Gomes (2012). Entidades do setor não lucrativo (NCRF-ESNL e


fiscalidade), Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.

Instrução n.º 1/2019 – Tribunal de Contas - Publicada no Diário da República,


2.ª série — N.º 46 — 6 de março de 2019.

Guia da Contratação Pública – 04/2018 – POISE (Programa Operacional de


Inclusão Social e Emprego)

Artigo 256.º da Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro que procede à primeira


alteração ao regime contabilístico para as entidades do setor não lucrativo.

Aviso n.º 6726-B/2011, de 14 de março que publica a norma contabilística e de


relato financeiro para as entidades do setor não lucrativo.

Aviso 8259/2015, de 29 de julho que substitui a NCRF-ESNL - Norma


Contabilística e de Relato Financeiro para as Entidades do Setor Não Lucrativo,
constante do Aviso n.º 6726-B/2011, publicada no DR, 2.ª série, n.º 51, de 14 de
março de 2011

317
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Constituição da República Portuguesa, de 2 de abril de 1976, com as alterações


verificadas até à Lei Constitucional n.º 1/2005, de 12 de agosto.

Código Civil, de 25 de novembro de 1966, com as alterações verificadas até à


Lei n.º 13/2019, de 12 de fevereiro.

Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de novembro que Aprova o estatuto das


coletividades de utilidade pública.

Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro que aprova o Estatuto das Instituições


Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 89/85, de 1 de abril que revoga o artigo 32.º do Estatuto das
Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 402/85, de 11 de outubro que altera o n.º 2 do artigo 7.º e o artigo
11.º do Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 29/86, de 19 de fevereiro que altera o n.º 2 do artigo 94.º do


Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 78/89, de 3 de março que aprova o Plano de Contas das


Instituições Particulares de Solidariedade Social

Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho que aprova o Estatuto dos Benefícios


Fiscais.

Decreto-Lei n.º 372/90, de 27 de novembro que Disciplina o regime de


constituição, os direitos e os deveres a que ficam subordinadas as associações
de pais e encarregados de educação.

Decreto-Lei n.º 295/95, de 17 de novembro que aprovou o Plano de Contas das


Associações Mutualistas

Decreto-Lei n.º 74/98, de 27 de março que aprova o Plano de Contas para


Federações Desportivas, Associações e Agrupamentos de Clubes

Decreto-Lei n.º 171/98, de 25 de junho que equipara a instituições particulares


de solidariedade social as casas do povo que prossigam os objetivos previstos
do respetivo Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro que aprova o Código dos Contratos


Públicos, que estabelece a disciplina aplicável à contratação pública e o regime.

substantivo dos contratos públicos que revistam a natureza de contrato


administrativo

318
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Decreto-Lei n.º 248-B/2008, de 31 de dezembro que Estabelece o regime jurídico


das federações desportivas e as condições de atribuição do estatuto de utilidade
pública desportiva.

Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março que aprova o regime contabilístico


para as entidades do setor não lucrativo.

Decreto-Lei n.º 64/2013, de 13 de maio que procede à segunda alteração ao


regime contabilístico para as entidades do setor não lucrativo.

Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de novembro que aprova a quinta alteração


ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Decreto-Lei n.º 4/2015, de 07 de janeiro que aprova o Código do Procedimento


Administrativo.

Decreto-Lei n.º 19/2015, de 03 de junho que cria, no âmbito da competência


funcional do Registo Nacional de Pessoas Coletivas, o Registo de Pessoas
Jurídicas Canónicas.

Decreto-Lei n.º 84/2017 de 21 de julho, que aprova os procedimentos de


restituição de IVA às instituições particulares de solidariedade social, às Forças
Armadas, às forças e serviços de segurança e aos bombeiros.

Decreto-Lei n.º 59/2018, de 02 de agosto que aprova o Código das Associações


Mutualistas.

Decreto-Lei n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, que procede à regulamentação das


obrigações relativas ao processamento de faturas e outros documentos
fiscalmente relevantes bem como das obrigações de conservação de livros,
registos e respetivos documentos de suporte que recaem sobre os sujeitos
passivos de IVA.

Lei n.º 150/99, de 11 de setembro, que aprova o Código do Imposto do Selo

Lei n.º 23/2006, de 23 de junho que estabelece o regime jurídico do


associativismo jovem
Lei n.º 32/2007, de 13 de agosto que aprova o regime jurídico das associações
humanitárias de bombeiros.

Lei n.º 40/2007, de 24 de Agosto que aprova um regime especial de constituição


imediata de associações e atualiza o regime geral de constituição previsto no
Código Civil

Lei n.º 24/2012, de 09 de julho que aprova a Lei-Quadro das Fundações.

319
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro que estabelece o regime jurídico de criação,


organização e funcionamento das associações públicas profissionais.

Lei n.º 76/2015, de 28 de julho que aprova a sexta alteração ao Estatuto das
Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Lei n.º 119/2015, de 31 de agosto que aprova o Código Cooperativo.

Lei n.º 139/2015 de 7 de setembro que Transforma a Ordem dos Técnicos


Oficiais de Contas em Ordem dos Contabilistas Certificados, e altera o respetivo
Estatuto.

Ofício-circulado nº 90025/2007 que regula as restituições de Iva previsto no


Decreto Lei 84/2017 de 21 de julho.

Portaria n.º 135/2007, de 26 de janeiro que aprova o regulamento de registo das


Instituições Particulares de Solidariedade Social do âmbito da ação social dos
sistemas de Segurança Social.

Portaria n.º 139/2007, de 29 de janeiro que aprova o regulamento de registo das


Instituições Particulares de Solidariedade Social do âmbito da ação social dos
sistemas de Segurança Social.

Portaria n.º 986/2009, de 7 de setembro que aprova o anexo para as ESNL.

Portaria n.º 1011/2009, de 9 de setembro que aprova o código de contas para o


SNC.

Portaria n.º 105/2011, de 14 de março, que aprova os modelos de demonstrações


financeiras a apresentar pelas entidades que apliquem o regime contabilístico
ESNL.

Portaria n.º 106/2011, de 14 de março, que aprova o código de contas específico


para as entidades do setor não lucrativo.

Portaria n.º 196-A/2015, de 1 de julho que, define os critérios, regras e formas


em que assenta o modelo específico da cooperação estabelecida entre o Instituto
da Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.) e as instituições particulares de
solidariedade social ou legalmente equiparadas.

Portaria n.º 218/2015, de 23 de junho que, aprova a republicação do plano de


contas

Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19


de julho, relativo à aplicação das normas internacionais de contabilidade.

320
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexos
Anexo 1 - Modelo – Registo Nacional de Pessoas Coletivas

321
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 2 – Declaração de Inscrição AT

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 3 – Declaração de Inscrição SS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 4 – Modelo Estatutos Associação (exemplo)

Artigo 1.º

Designação e Objetivos

O/A (nome da coletividade ou associação), adiante designado por (sigla) é uma coletividade/associação de fins
(concretização dos fins) e tem por objetivo (discriminar os fins em perspetiva).

Artigo 2.º

Carácter e Duração

O/A (sigla) tem carácter (nacional/regional/local), é constituído/a sem fins lucrativos, sem qualquer orientação
política ou religiosa e a sua duração é por tempo indeterminado.

Artigo 3.º

Sede

O/A (sigla) tem a sua sede em (morada da sede), freguesia de (especificação da freguesia), concelho de (designação do
concelho).

Artigo 4.º

Relações com Outras Organizações

O/A (sigla) é membro/sócio de (qualquer organismo internacional suscetível de referência) e poderá estabelecer
relações com quaisquer organizações nacionais e internacionais com elas acordando formas de cooperação consentâneas
com o seu objetivo social.

Artigo 5.º

Receitas

Constituem receitas do/a (sigla):

a) As joias e as quotas, cujo valor será aprovado em Assembleia Geral;

b) Os subsídios e as contribuições que lhe forem atribuídos;

c) Quaisquer outros donativos, heranças ou legados.

Artigo 6.º

Despesas

São despesas do/a (sigla) as que resultam do exercício das suas atividades em cumprimento dos Estatutos, do
Regulamento Geral Interno e das disposições que sejam impostas por lei.

Artigo 7.º

Associados

1 - Podem ser sócios do/a (sigla) todos os indivíduos interessados em participar nos fins propostos no art. 1.º e que a
lei permita.

2 - Os sócios entram no pleno gozo dos seus direitos após aprovação da sua admissão em reunião de
(Direção/Assembleia Geral), mediante o pagamento de uma joia e de primeira quota.

3 - O Regulamento Geral Interno especificará os direitos e as obrigações dos associados.

4 - Os sócios podem ter a seguinte categoria: fundadores, efetivos, beneméritos e honorários.

4.1 - Sócios fundadores são os aderentes à data de aprovação dos presentes estatutos.

4.2 - Sócios efetivos são os que aderirem à Associação, Clube ou Coletividade em data posterior à fundação.

329
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.3 - Sócios beneméritos são todas as pessoas singulares ou coletivas que se destacarem por apoios ao/à (sigla).

4.4 - Sócios honorários são as personalidades e entidades de renome nacional ou internacional cuja ação notável está de
acordo com os objetivos do/a (sigla).

5 - A designação dos sócios beneméritos e honorários é da competência da Assembleia Geral.

6 - Os sócios honorários estão isentos de quotas, desde que anteriormente a esta designação não tenham sido sócios
efetivos do/a (sigla).

Artigo 8.º

Órgãos

1 - São órgãos do/a (sigla):

a) A Assembleia Geral;

b) A Direção;

c) O Conselho Fiscal.

2 - O mandado dos órgãos eleitos do/a (sigla) é de (n.º de anos) anos.

Artigo 9.º

Assembleia Geral

A Assembleia Geral é a reunião de todos os sócios, no pleno gozo dos seus direitos, expressamente convocada nos
termos da lei e do Regulamento Geral Interno da Associação, Clube ou Coletividade.

Artigo 10.º

Mesa da Assembleia Geral

A Mesa da Assembleia Geral é composta por (n.º de membros) membros, sendo 1 presidente, (...) vice-presidente(s), (...)
secretário(s) e (...) vogais, competindo-lhes dirigir os trabalhos da Assembleia Geral nos termos da lei e do Regulamento
Geral Interno.

Artigo 11.º

Direção

1 - A Direção é constituída por (...) elementos, sendo 1 Presidente, (1 ou 2) vice-presidente(s), (...) tesoureiro, (...)
secretário(s) e (...) vogais.

2 - A Direção é o órgão de gestão permanente do Clube e da orientação da sua atividade.

3 - São funções da Direção:

a) Executar as deliberações da Assembleia Geral;

b) Organizar e superintender a atividade da Associação, Clube ou Coletividade;

c) Exercer as demais funções previstas na lei, nos presentes Estatutos e no Regulamento Geral Interno da Associação,
Clube ou Coletividade;

d) Elaborar os planos de atividades, relatórios e contas, a submeter a aprovação da Assembleia Geral.

Artigo 12.º

Conselho Fiscal

1 - O Conselho Fiscal é composto por (...) elementos, sendo 1 presidente, (...) secretário(s) e (...) relator(es).

2 - Ao Conselho Fiscal compete:

a) Dar parecer sobre o relatório e contas anuais da Direção;

b) Fiscalizar a administração realizada pela Direção da Associação, Clube ou Coletividade;

330
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 5 – Modelo Regulamento Geral Interno (exemplo)

Capítulo I

Princípios Gerais

Artigo 1.º

Denominação e Sede Social

1 - A Associação tem a denominação .... , com sede social ....

Artigo 2.º

Objetivo

A Associação tem como objetivo ....

Artigo 3.º

Finanças

1 - A .... (nome da associação) não tem fins lucrativos.

2 - São receitas principais da .... (nome da associação):

a) A Joia de Inscrição.

b) As quotas dos sócios.

c) Donativos.

d) Subsídios de entidades públicas e privadas.

e) Fundos resultantes das suas atividades.

f) Outras receitas.

3 - Os valores da quota anual e da Joia de Inscrição serão fixadas pela Assembleia Geral da .... (nome da associação).

4 - Todos os anos será aprovado um Plano de Atividades e Orçamento para o ano seguinte.

5 - O relatório de Atividades e Contas deverá ser aprovado pela Assembleia Geral até ao fim do mês de Janeiro do ano
subsequente.

Capítulo II

Dos Sócios

Artigo 4.º

Admissão e Expulsão

1 - Para obter a qualidade de sócio da .... (nome da associação) é necessário preencher o impresso próprio para tal, pagar
a Joia de Inscrição e obter a aprovação da Direção.

2 - Se o parecer da Direção for negativo, o pretendente poderá recorrer para a Assembleia Geral que terá de se
pronunciar favoravelmente nesse sentido por uma maioria de 2/3 dos membros presentes.

3 - No caso de expulsão de algum sócio da .... (nome da associação) por motivo de grave lesão da associação, a
Assembleia Geral terá de se pronunciar por uma maioria de 2/3 dos membros presentes.

Artigo 5.º

Direitos e Deveres

1 - São direitos dos sócios:

332
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

a) Participar nas atividades da .... (nome da associação).

b) Eleger e ser eleito para os órgãos sociais da .... (nome da associação).

c) Propor a admissão de novos sócios ou a sua expulsão.

d) Contribuir, através das vias estatutárias e regulamentares previstas, para a prossecução dos objetivos da Associação.

2 - São deveres dos sócios:

a) Desempenhar os cargos para que forem eleitos.

b) Respeitar os estatutos, regulamentos e demais diretrizes da .... (nome da associação).

c) Contribuir para a difusão da .... (nome da associação).

d) Contribuir para o funcionamento da Associação através do regular pagamento da quota.

e) Acatar as decisões dos diversos órgãos estatutários competentes.

f) Em geral, reforçar a coesão, o dinamismo e a atividade da .... (nome da associação).

Capítulo III

Dos Órgãos

Secção I

Generalidades

Artigo 6.º

Duração de mandatos e incompatibilidades

1 - Os mandatos dos órgãos da .... (nome da associação) terão a duração de .... anos.

2 - Nenhum sócio pode ser, simultaneamente, membro da Direção, do Conselho Fiscal ou da Mesa da Assembleia Geral.

Artigo 7.º
Candidaturas

1 - As candidaturas à Direção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral deverão ser subscritas pelos candidatos e
por um mínimo de 5% dos sócios.

2 - As listas deverão ser formadas por um número ímpar de elementos efetivos podendo apresentar elementos
suplentes.

Artigo 8.º

Perda de mandato

1 - Perde a qualidade de titular de qualquer órgão aquele que:

a) Perder a qualidade de sócio.

b) Pedir a demissão do cargo.

c) For abrangido por normas contidas no regimento do órgão a que pertence e que culminem na perda de mandato,
nomeadamente por faltas injustificadas às reuniões.

Artigo 9.º

Quórum

1 - A Direção e o Conselho Fiscal só poderão deliberar com mais de metade dos seus membros.

2 - A Assembleia Geral poderá deliberar com qualquer número de presenças 30 minutos após a hora fixada para o início
da reunião.

Artigo 10.º

Deliberações

333
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1 - Salvo nos casos expressamente previstos na Lei, nos Estatutos ou neste Regulamento Interno, as deliberações dos
órgãos da .... (nome da associação) serão tomadas por maioria simples.

2 - Serão, obrigatoriamente, tomadas por voto secreto, todas as deliberações que se refiram a pessoas.

Artigo 11.º

Convocação de reuniões

1 - As reuniões ordinárias da Assembleia Geral serão convocadas por carta a cada um dos seus membros com a
antecedência mínima de 7 dias.

2 - As reuniões ordinárias da Direção e do Conselho Fiscal poderão ser convocadas com uma antecedência de 3 dias
úteis.

3 - No caso de reuniões extraordinárias não existe prazo de antecedência mínima, mas é obrigatório a convocação de
todos os membros do órgão.

Secção II

Assembleia Geral

Artigo 12.º

Definições, Competência e Composição

1 - A Assembleia Geral é o órgão soberano máximo da Associação.

2 - Compete à Assembleia Geral:

a) Aprovar ou destituir os titulares dos órgãos da Associação.

b) Aprovar ou demitir a Mesa da Assembleia Geral.

c) Aprovar o Plano de Atividades e o Orçamento, bem como o Relatório de Atividades e Contas.

d) Aprovar as alterações aos Estatutos e ao Regulamento Interno sendo, no primeiro caso, necessário o acordo de pelo
menos 2/3 dos presentes e, no segundo caso, de pelo menos 3/5 dos presentes.

e) Pronunciar-se sobre algum pedido de recurso de sócio da Associação.

f) Deliberar sobre a extinção da Associação por uma maioria de _ dos membros presentes.

g) Apreciar a atuação, em geral, da .... (nome da associação).

3 - A Assembleia Geral é constituída por todos os sócios no pleno gozo dos seus direitos.

Artigo 13.º

Mesa da Assembleia Geral

A mesa da Assembleia Geral será eleita por esta, por maioria absoluta dos seus membros presentes e será constituída
por um presidente, um vice-presidente e um secretário, competindo-lhes a marcação dos trabalhos da Assembleia Geral.

Secção III

Direção

Artigo 14.º

Competências

A Direção tem funções executivas e coordenadoras, competindo-lhe:

a) Aprovar a admissão de novos sócios;

b) Dar cumprimento às deliberações da Assembleia Geral;

c) Elaborar o Plano de Atividades e Orçamento, bem como o Relatório de Atividades e Contas;

d) Representar a Associação;

334
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

e) Executar o Plano de Atividades e Orçamento aprovados;

f) Em geral, contribuir para os objetivos da .... (nome da associação).

Artigo 15.º

Composição

A Direção é composta por um número ímpar de membros até 9 existindo, obrigatoriamente, um presidente, um diretor-
geral e um diretor financeiro.

Secção IV

Conselho Fiscal

Artigo 16.º

Competência

Compete ao Conselho Fiscal:

a) Fiscalizar todas as atividades da .... (nome da associação).

b) Dar o seu parecer sobre o Relatório de Contas da Associação.

Artigo 17.º

Composição

O Conselho Fiscal é composto por um presidente, um secretário e um relator.

Capítulo IV

Disposições Finais

Artigo 18.º

Da extinção

A Associação poderá ser extinta em Assembleia Geral convocada para esse efeito desde que seja aprovada por uma
maioria de _ dos membros presentes, revertendo o seu património para o fim que a Assembleia determinar.

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 6 – Modelo Estatutos Associação de Pais (exemplo)

Capítulo Primeiro

Da denominação, natureza e fins

Artigo lº

A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola (designação), também designada abreviadamente por
«sigla», congrega e representa Pais e Encarregados de Educação da Escola (designação).

Artigo 2º

A «sigla» é uma instituição sem fins lucrativos, com duração ilimitada, que se regerá pelos presentes estatutos e, nos
casos omissos, pela lei geral.

Artigo 3º

A «sigla» tem a sua sede social na Escola (designação), na freguesia, concelho de ____________.

Artigo 4º

A «sigla» exercerá as suas atividades sem subordinação a qualquer ideologia política ou religiosa.

Artigo 5º

São fins da «sigla»:

a) Contribuir, por todos os meios ao seu alcance, para que os pais e encarregados de educação possam cumprir
integralmente a sua missão de educadores;

b) Contribuir para o desenvolvimento equilibrado da personalidade do aluno;

c) Propugnar por uma política de ensino que respeite e promova os valores fundamentais da pessoa humana.

Artigo 6º

Compete à «sigla»:

a) Pugnar pelos justos e legítimos interesses dos alunos na sua posição relativa à escola e à educação e cultura;

b) Estabelecer o diálogo necessário para a recíproca compreensão e colaboração entre todos os membros da escola;

c) Promover e cooperar em iniciativas da escola, sobretudo na área escola e nas de carácter físico, recreativo e cultural;

d) Promover o estabelecimento de relações com outras associações similares ou suas estruturas representativas, visando
a representação dos seus interesses junto do Ministério da Educação.

Capítulo Segundo

Dos associados

Artigo 7º

São associados da «sigla» os pais e os encarregados de educação dos alunos matriculados na Escola e que
voluntariamente se inscrevam na Associação.

Artigo 8º

São direitos dos associados:

a) Participar nas Assembleias Gerais e em todas as atividades da «sigla»;

b) Eleger e serem eleitos para os órgãos sociais da «sigla»;

c) Utilizar os serviços da «sigla» para a resolução dos problemas relativos aos seus filhos ou educandos, dentro do
âmbito definido no artigo quinto;

336
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

d) Serem mantidos ao corrente de toda a atividade da «sigla».

Artigo 9º

São deveres dos associados:

a) Cumprir os presentes estatutos;

b) Cooperar nas atividades da «sigla»;

c) Exercer, com zelo e diligência, os cargos para que forem eleitos;

d) Pagar a jóia e as quotas que forem fixadas.

Artigo 10º

Perdem a qualidade de associados:

a) Os pais ou encarregados de educação cujos filhos deixem de estar matriculados na Escola;

b) Os que o solicitem por escrito;

c) Os que infringirem o que se encontra estabelecido nos presentes estatutos;

d) Os que não satisfaçam as suas quotas no prazo que lhes venha a ser comunicado.

Capítulo Terceiro

Dos órgãos sociais

Artigo 11º

São Órgãos Sociais da «sigla»: a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Executivo e o Conselho Fiscal.

Artigo 12º

Os membros da Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Executivo e o Conselho Fiscal são eleitos anualmente, por
sufrágio direto e secreto pelos associados que componham a Assembleia Geral.

Artigo 13º

a) A Mesa da Assembleia Geral terá um presidente e dois secretários (primeiro e segundo);

b) O presidente da Mesa será substituído, na sua falta, pelo primeiro secretário e este pelo segundo.

Artigo 14º

A Assembleia Geral é constituída por todos os associados no pleno gozo dos seus direitos.

Artigo 15º

a) A Assembleia Geral reunirá em sessão ordinária no primeiro período de cada ano letivo para discussão e aprovação
do relatório anual de atividades e contas e para eleição dos órgãos sociais;

b) A Assembleia Geral reunirá em sessão extraordinária por iniciativa do presidente da mesa; a pedido da direção ou
do conselho fiscal ou por petição subscrita por, pelo menos, vinte associados no pleno gozo dos seus direitos.

Artigo 16º

A convocatória para a Assembleia Geral será feita com a antecedência mínima de oito dias, por circular enviada a todos
os associados, indicando a data, hora, local e ordem de trabalhos.

Artigo 17º

A Assembleia Geral considera-se legalmente constituída se estiverem presentes, pelo menos, mais de metade dos
associados, funcionando meia hora mais tarde com qualquer número de associados.

Artigo 18º

São atribuições da Assembleia Geral:

a) Aprovar e alterar os estatutos;

337
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) Eleger e exonerar os membros dos corpos sociais;

c) Fixar anualmente o montante da jóia e da quota;

d) Discutir e aprovar o relatório de atividades e contas da gerência;

e) Apreciar e votar a integração da «sigla» em Federações e/ou Confederações de associações similares;

f) Dissolver a «sigla»;

g) Pronunciar-se sobre outros assuntos que sejam submetidos à sua apreciação.

Artigo 19º

A «sigla» será gerida por um Conselho Executivo constituído por cinco associados: um presidente, um vice-presidente,
um tesoureiro, um secretário e um vogal.

Artigo 20º

O Conselho Executivo reunirá mensalmente e sempre que o presidente ou a maioria dos seus membros o solicite.

Artigo 21º

Compete ao Conselho Executivo:

a) Prosseguir os objetivos para que foi criada a «sigla»;

b) Executar as deliberações da Assembleia Geral;

c) Administrar os bens da «sigla»;

d) Submeter à Assembleia Geral o relatório de atividades e contas anuais para discussão e aprovação;

e) Representar a «sigla»;

f) Propor à Assembleia Geral o montante das joia e quota a fixar para o ano seguinte;

g) Admitir e exonerar os associados.

Artigo 22º

O Conselho Fiscal é constituído por três associados: um presidente e dois vogais.

Artigo 23º

Compete ao Conselho Fiscal:

a) Dar parecer sobre o relatório de atividades e contas da direção;

b) Verificar, periodicamente, a legalidade das despesas efetuadas e a conformidade estatutária dos catos da direção.

Artigo 24º

O Conselho Fiscal reunirá uma vez por trimestre ou por solicitação de dois dos seus membros.

Capítulo Quarto

Do regime financeiro

Artigo 25º

Constituem, nomeadamente, receitas da «sigla»:

a) As joias e quotas dos associados;

b) As subvenções ou doações que lhe sejam concedidas;

c) A venda de publicações.

Artigo 26º

338
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A «sigla» só fica obrigada pela assinatura conjunta de dois membros da direção, sendo obrigatória a do presidente ou
do tesoureiro.

Artigo 27º

As disponibilidades financeiras da «sigla» serão obrigatoriamente depositadas num estabelecimento bancário, em conta
própria da associação.

Artigo 28º

Em caso de dissolução, o ativo da «sigla», depois de satisfeito o passivo, reverterá integralmente a favor da entidade
que a Assembleia Geral determinar.

Capítulo Quinto

Disposições gerais e transitórias

Artigo 29º

O ano social da «sigla» principia em um de outubro e termina em trinta de setembro.

Artigo 30º

Os membros dos corpos sociais exercerão os seus cargos sem qualquer remuneração.

339
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 7 – Convocatória Constituição Associação de Pais

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DA


ESCOLA XXXXX

CONVOCATÓRIA

Convocam-se todos os Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Escola XXXXX para a
reunião de constituição da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola, a realizar
na referida Escola, em (Localidade), pelas …… horas do dia …. de ……………… de ……, com
a seguinte Ordem de Trabalhos:

1. Aprovação dos Estatutos


2. Eleição da Comissão Instaladora

(Localidade), ____ de ______________ de 20___

Um grupo de Pais e Encarregados de Educação

340
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 8 – Ficha Inscrição Associação de Pais

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO


DOS ALUNOS DA
ESCOLA XXXXX

Inscrição na Associação de Pais


O acompanhamento do percurso escolar do seu filho/educando é fundamental para o seu
sucesso e pode ser feito através da sua participação direta ou da Associação de Pais. Esta está
representada no Conselho Geral e no Conselho Pedagógico onde transmite a perspetiva dos
pais e encarregados de educação, sendo que para isso precisamos de conhecer a sua opinião. Por
favor, devolva este folheto devidamente preenchido.

- ESTOU DISPONÍVEL PARA PARTICIPAR NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS

(assinale com X)

Inscrição/Sócio n.º: ______ - __/__

Nome (Pai,Mãe,Enc.deEduc.ouProf.):

_________________________________________________________________________________

Profissão: _____________________________________________________________

Telef. (facultativo) ______________________

Email __________________________________________ @ _______________________._______

Morada (para correspondência): ____________________________________________________

Localidade: ______________________________________________________________________

Cód. Postal ________-_____, ________________________

Aluno/a: __________________________________________________, Ano: ____.º

Ano Letivo: __/__. Data: O Pai, Mãe ou Encarregado de Educação

____/____/20 .

______________________________
Valor da quota: _____,____ €

341
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 9 – Modelo Estatutos IPSS (exemplo)

Capítulo I

Natureza, Denominação, Sede e Objeto

Artigo 1.º

Denominação e natureza jurídica

A “IPSS», adiante designada por associação, é uma instituição particular de solidariedade social, sob a forma de
associação, sem fins lucrativos, regida pelas disposições da lei aplicável e, em especial, pelos presentes estatutos.

Artigo 2.º

Sede e âmbito de ação

A associação tem a sua sede na «morada», freguesia de «freguesia», concelho de «concelho», distrito de «distrito» e o
seu âmbito de ação abrange o concelho de «concelho».

Artigo 3.º

Objetivos

1. A associação tem como objetivos principais:

Desenvolver ações de solidariedade social, designadamente nas áreas de:

a) Apoio à primeira infância;

b) Apoio a crianças e jovens;

c) Apoio a menores em risco;

d) Apoio à integração social e comunitária (alcoolismo e toxicodependência);

e) Educação e formação profissional dos cidadãos;

f) Apoio no prosseguimento dos estudos dos filhos das famílias mais carenciadas;

g) Apoio à resolução dos problemas habitacionais das populações;

h) Promoção e proteção de saúde, nomeadamente através da prestação de cuidados de medicina preventiva,


curativa e de reabilitação;

i) Promoção da cooperação da Comunidade Escolar.

j) …

2. Secundariamente, a associação propõe-se desenvolver os seguintes objetivos:

a) Promoção social, cultural, recreativa e desportiva das populações da freguesia de «freguesia» e das povoações
circunvizinhas;

b) Convívio social;

c) Proteção da natureza;

d) Defesa do meio ambiente;

e) Cooperação com outros organismos oficiais e particulares;

f) Desenvolvimento de projetos ligados à comunicação social;

g) Fomento da prática de atividades relacionadas com as novas tecnologias.

342
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

h) …

Artigo 4.º

Atividades

1. Para realização dos seus objetivos, a associação propõe-se criar e manter as seguintes atividades:

a) No aspeto social:

a.i) Manter um jardim de infância e creche;

a.ii) Manter um centro de convívio para jovens e para realização de atividades de ocupação de tempos livres;

a.iii) Criar infraestruturas ou adotar as existentes para promover a educação, formação e integração na vida ativa de
jovens e desempregados;

a.iv) Apoiar a construção ou reabilitação de habitações para as famílias mais carenciadas;

a.v) Criar uma bolsa para apoiar o prosseguimento dos estudos dos filhos das famílias mais carenciadas;

a.vi) …

b) No aspeto cultural:

b.i) Criar uma escola de música;

b.ii) Promover espetáculos de teatro e cinema;

b.iii) Criação de um grupo de teatro;

b.iv) Manutenção de um Jornal local com intervenção local e regional;

b.v) …

c) No aspeto recreativo e desportivo:

c.i) Gestão de um pavilhão multiusos que possibilite a prática de desportos tais como o futsal, basquetebol, andebol,
ténis, voleibol, jogos de mesa, atletismo, etc.;

c.ii) Trabalhar em parceria com as várias entidades públicas e privadas que promovam estas matérias;

c.iii) …

d) No aspeto ecológico:

d.i) Colaboração na preservação das lagoas da freguesia, visando a proteção da sua fauna e flora;

d.ii) Em geral desenvolver atividades visando a proteção da natureza e o meio ambiente;

d.iii) Colaborar com entidades públicas e privadas para concretização destes fins;

d.iv) … .

Artigo 5.º

Organização e funcionamento

A organização e funcionamento dos diversos sectores de atividade constarão de regulamentos internos elaborados pela
direção.

Artigo 6.º

Prestação dos serviços

1. Os serviços prestados pela associação serão gratuitos ou remunerados, de acordo com a situação económica e
financeira dos clientes/utentes, apurada em inquérito a que se deverá sempre proceder.

2. As tabelas de comparticipação dos utentes serão elaboradas em conformidade com as normas legais aplicáveis e com
os acordos de cooperação que sejam celebrados com os serviços oficiais competentes.

Capítulo II

343
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Dos associados

Artigo 7.º

Qualidade de associado

1. Podem ser associados pessoas singulares ou coletivas que se proponham contribuir para a realização dos fins da
associação mediante o pagamento de quotas e/ou a prestação de serviços.

2. A qualidade de associado prova-se pela inscrição em registo apropriado que a associação obrigatoriamente possuirá.

3. Podem ser associados os menores de idade, desde que, devidamente, autorizados pelo seu representante legal,
através de documento por este assinado, sendo que não terão direito a integrar os corpos sociais nem direito a voto
antes de atingirem a maioridade ou forem emancipados.

Artigo 8.º

Categorias

Haverá três categorias de associados:

a) Associados Efetivos – são as pessoas singulares ou coletivas, que se proponham colaborar na realização dos fins da
associação obrigando-se ao pagamento da quota, nos montantes fixados pela assembleia-geral;

b) Associados Honorários – são as pessoas, singulares ou coletivas, que adquiram essa qualidade em virtude das
relevantes contribuições em donativos ou através de serviços prestados a favor da instituição.

c) Associados Iniciados – são as pessoas singulares menores 18 anos de idade.

Artigo 9.º

Direitos e deveres

1. São direitos dos associados:

a) Participar nas reuniões da assembleia-geral;

b) Eleger e ser eleito para os cargos sociais;

c) Requerer a convocação da assembleia geral extraordinária, nos termos do presente diploma;

d) Examinar os livros, relatórios e contas e demais documentos, desde que o requeiram por escrito com a antecedência
mínima de dez dias e se verifique um interesse pessoal, direto e legítimo;

e) Gozar do desconto no preço a pagar pelos serviços prestados pela associação, conforme for definido em regulamento
interno;

f) Participar nas atividades da associação e frequentar as suas instalações;

g) Propor a admissão de associados iniciados e efetivos.

2. São deveres dos associados:

a) Pagar pontualmente as suas quotas tratando-se de associados efetivos;

b) Comparecer às reuniões da assembleia geral;

c) Observar as disposições estatutárias e regulamentos e as deliberações dos corpos gerentes;

d) Desempenhar com zelo, dedicação e eficiência os cargos para que forem eleitos;

e) Cooperar ativamente na prossecução dos fins da associação;

f) Não comprometer, por qualquer forma, o prestígio e bom nome da associação.

Artigo 10.º

Sanções

1. Os sócios que violarem os deveres estabelecidos no presente diploma ficam sujeitos às seguintes sanções:

a) Repreensão escrita;

344
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) Suspensão de direitos até 180 dias;

c) Demissão.

2. São demitidos os sócios que por atos dolosos tenham prejudicado moral ou materialmente a associação.

3. As sanções previstas nas alíneas a) e b) do nº. 1 são da competência da direção.

4. A demissão é sanção da exclusiva competência da assembleia geral, sob proposta da direção.

5. A aplicação das sanções previstas no n.º 1 só se efetivará mediante audiência obrigatória do associado.

6. A suspensão de direitos não desobriga do pagamento da quota.

Artigo 11.º

Condições do exercício dos direitos

1. Os associados só podem exercer os direitos referidos nos presentes estatutos, se tiverem em dia o pagamento das suas
quotas.

2. Só são elegíveis para os órgãos sociais, os associados que, cumulativamente estejam no pleno gozo dos seus direitos
associativos, sejam maiores e tenham pelo menos um ano de vida associativa.

3. Aos associados iniciados não são conferidos, nem poderão exercer os direitos referidos nas alíneas b), c) e d) do n. 1
do artigo 9º.

Artigo 12.º

Intransmissibilidade

A qualidade de associado não é transmissível quer por ato entre vivos quer por sucessão.

Artigo 13.º

Perda da qualidade de associado

1. Perdem a qualidade de associado:

a) Os que pedirem a sua exoneração;

b) Os que deixarem de pagar as suas quotas durante seis meses;

c) Os que forem demitidos nos termos previstos no presente diploma.

2. O associado que por qualquer forma deixar de pertencer à associação não tem direito a reaver as quotizações que
haja pago, sem prejuízo da sua responsabilidade por todas as prestações relativas ao tempo em que foi membro da
associação.

Capítulo III

Dos Órgãos Sociais

Secção I

Disposições gerais

Artigo 14.º

Órgãos sociais

1. São órgãos da associação, a assembleia geral, a direção e o conselho fiscal.

2. O exercício de qualquer cargo nos corpos gerentes é gratuito, mas pode justificar o pagamento de despesas dele
derivadas, dentro dos limites legalmente previstos.

Artigo 15.º

Composição dos órgãos

1. A direção e o conselho fiscal não podem ser constituídos maioritariamente por trabalhadores da associação.

345
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. O cargo de presidente conselho fiscal não pode ser exercido por trabalhadores da associação.

Artigo 16.º

Incompatibilidade

Nenhum titular da direção pode ser simultaneamente titular do conselho fiscal e ou da mesa da assembleia geral.

Artigo 17.º

Impedimentos

1. É nulo o voto de um membro sobre assunto que diretamente lhe diga respeito, ou no qual seja interessado, bem como
seu cônjuge, pessoa com quem viva em condições análogas às dos cônjuges e respetivos ascendentes e descendentes,
bem como qualquer parente ou afim em linha reta ou no segundo grau da linha colateral.

2. Os titulares dos membros da direção não podem contratar direta ou indiretamente com a associação, salvo se do
contrato resultar manifesto benefício para a associação.

3. Os titulares dos órgãos não podem exercer atividade conflituante com a da associação nem integrar corpos sociais de
entidades conflituantes com os da associação, ou de participadas desta.

Artigo 18.º

Mandatos dos titulares dos órgãos

1. A duração do mandato dos órgãos é de quatro anos e inicia-se com a tomada de posse dos seus membros, perante o
presidente cessante da mesa da assembleia geral ou o seu substituto, e deve ter lugar nos trinta dias seguintes à eleição.

2. Caso o presidente cessante da mesa da assembleia geral não confira a posse até ao trigésimo dia posterior ao da
eleição, os titulares eleitos pela assembleia geral entram em exercício independentemente da posse, salvo se a
deliberação de eleição tiver sido suspensa por procedimento cautelar.

3. O presidente da associação ou cargo equiparado só pode ser eleito para três mandatos consecutivos.

Artigo 19.º

Responsabilidade dos titulares dos órgãos

1. As responsabilidades dos titulares dos órgãos da associação são as definidas nos artigos 164.º e 165.º do Código Civil.

2. Além dos motivos previstos na lei, os membros dos corpos gerentes ficam exonerados de responsabilidade se:

a) Não tiverem tomado parte na respetiva resolução e a reprovarem com declaração na ata da sessão imediata em que
se encontrem presentes;

b) Tiverem votado contra essa resolução e o fizerem consignar na ata respetiva.

Artigo 20.º

Funcionamento dos órgãos em geral

1. A direção e o conselho fiscal são convocados pelos respetivos presidentes, por iniciativa destes, ou a pedido da
maioria dos seus titulares.

2. As deliberações são tomadas por maioria dos votos dos titulares presentes, tendo o presidente, além do seu voto,
direito a voto de desempate.

3. As votações respeitantes a eleições dos órgãos sociais ou a assuntos de incidência pessoal dos seus membros são feitas
por escrutínio secreto.

4. Em caso de vacatura da maioria dos titulares dos órgãos, deve proceder-se ao preenchimento das vagas verificadas,
no prazo máximo de um mês.

5. Os membros designados para preencherem as vagas referidas no n.º anterior apenas completam o mandato.

6. Das reuniões dos corpos gerentes serão sempre lavradas atas que serão obrigatoriamente assinadas pelos membros
presentes ou, quando respeitem a reuniões da assembleia geral, pelos membros da respetiva mesa.

SECÇÃO II

346
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Da Assembleia geral

Artigo 21.º

Constituição

1. A assembleia geral, regularmente constituída, é o órgão soberano, representa a universalidade dos seus associados e
as suas deliberações são obrigatórias para todos, desde que tomadas em conformidade com a lei e com os presentes
estatutos.

2. A assembleia geral é constituída por todos os sócios admitidos há pelo menos doze meses, que tenham as suas quotas
em dia e não se encontrem suspensos.

3. A assembleia geral é dirigida pela respetiva mesa que se compõe de um presidente, um 1.º secretário e um 2.º
secretário.

4. Na falta ou impedimento de qualquer dos membros da mesa da assembleia geral, competirá a esta eleger os respetivos
substitutos de entre os associados presentes, os quais cessarão as suas funções no termo da reunião.

Artigo 22.º

Competências

Compete à assembleia geral deliberar sobre todas as matérias não compreendidas nas atribuições legais ou estatutárias
dos outros órgãos da associação e, designadamente: a) Definir as linhas fundamentais de atuação da associação;

b) Eleger e destituir, por votação secreta, os membros da respetiva mesa, da direção e do conselho fiscal;

c) Apreciar e votar anualmente o orçamento e o programa de ação para o exercício seguinte, bem como o relatório e
contas de gerência;

d) Deliberar sobre a aquisição onerosa e a alienação, a qualquer título, de bens imóveis e de outros bens patrimoniais
de rendimento ou de valor histórico ou artístico;

e) Deliberar sobre a alteração dos estatutos e sobre a extinção, cisão ou fusão da associação;

f) Autorizar a associação a demandar os membros dos corpos gerentes por atos praticados no exercício das suas funções;

g) Aprovar a adesão a uniões, federações ou confederações;

h) Autorizar a contratação de empréstimos;

i) Ratificar o valor da quota mensal a pagar pelos associados, aprovado pela direção.

j) Autorizar a direção a suspender, temporariamente, a cobrança da joia referida na aliena anterior;

k) Propor medidas adequadas à melhor eficiência energética dos serviços.

Artigo 23.º

Convocação e publicitação

1. A assembleia geral é convocada com 15 dias de antecedência pelo presidente da mesa ou substituto.

2. A convocatória é obrigatoriamente:

a) afixada na sede;

b) entregue pessoalmente, por meio de aviso postal expedido para cada associado.

3. A convocatória pode também ser efetuada, facultativamente, através de correio eletrónico para o endereço eletrónico
fornecido pelo associado.

4. Da convocatória, constará obrigatoriamente o dia, a hora, o local e a ordem de trabalhos da reunião.

5. Independentemente da convocatória é obrigatório ser dada publicidade à realização da assembleia-geral nas edições
da associação, no sítio institucional e em aviso afixado em locais de acesso público, nas instalações e estabelecimentos
da associação, bem como através de anúncio publicado nos dois jornais de maior circulação da área onde se situe a sede.

6. Os documentos referentes aos diversos pontos da ordem de trabalhos devem estar disponíveis na sede e no sítio
institucional da associação, logo que a convocatória seja expedida, por meio de aviso postal, para os associados.

347
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Artigo 24.º

Funcionamento

1. A assembleia geral reúne à hora marcada na convocatória, se estiver presente mais de metade dos associados com
direito de voto, ou trinta minutos depois, com qualquer número de presenças.

2. A Assembleia geral extraordinária que seja convocada a requerimento dos associados só pode reunir se estiverem
presentes três quartos dos requerentes.

Artigo 25.º

Deliberações

1.As deliberações da assembleia geral são tomadas por maioria simples não se contando as abstenções.

2. É exigida a maioria qualificada na aprovação das matérias constantes das alíneas e), d), f) e g) do artigo 22.º dos
estatutos.

3. No caso da alínea e) do artigo 22.º, a dissolução não tem lugar se um número de associados, igual ou superior ao
dobro dos membros previstos para os respetivos órgãos, se declarar disposto a assegurar a permanência da associação,
qualquer que seja o número de votos contra.

Artigo 26.º

Votações

1. O direito de voto efetiva-se mediante a atribuição de um voto a cada associado.

2. Gozam de capacidade eleitoral ativa os associados com, pelo menos, um ano de vida associativa.

3. Os associados podem ser representados por outros associados, bastando para tal uma carta, devidamente assinada,
dirigida ao presidente da mesa da assembleia geral e entregue à data da respetiva reunião.

4. Cada sócio não pode representar mais de um associado.

Artigo 27.º

Reuniões da Assembleia-Geral

1. A assembleia geral reunirá obrigatoriamente em sessão ordinária, três vezes por ano:

a) No final de cada mandato, até final do mês de dezembro, para eleição dos titulares dos órgãos associativos;

b) Até 31 de março de cada ano para aprovação do relatório e contas de exercício do ano anterior, bem como do parecer
do conselho fiscal;

c) Até 30 de novembro de cada ano, para apreciação e votação do programa de ação e do orçamento e para o ano
seguinte e do parecer do conselho fiscal.

2. A assembleia geral reunirá em sessão extraordinária quando convocada pelo presidente da mesa da assembleia geral,
por iniciativa deste, a pedido da direção ou do conselho Fiscal ou a requerimento de, pelo menos, 10% do número de
sócios no pleno gozo dos seus direitos.

SECÇÃO III

Da Direção

Artigo 28.º

Constituição

A direção da associação é constituída por 9 membros: presidente, três vice-presidentes, secretário, tesoureiro e três
vogais.

Artigo 29.º

Competências

Compete à direção gerir a associação e representá-la, incumbindo-lhe designadamente:

348
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

a) Garantir a efetivação dos direitos dos beneficiários;

b) Elaborar anualmente e submeter ao parecer do conselho fiscal o relatório e contas de gerência, bem como o orçamento
e programa de ação para o ano seguinte;

c) Assegurar a organização e o funcionamento dos serviços e equipamentos, nomeadamente elaborando os


regulamentos internos que se mostrem adequados e promovendo a organização e elaboração da contabilidade, nos
termos da lei;

d) Organizar o quadro do pessoal, e contratar e gerir o pessoal da associação;

e) Representar a associação em juízo ou fora dele;

f) Zelar pelo cumprimento da lei, dos estatutos e das deliberações dos órgãos da associação;

g) Criar comissões especiais de trabalho, da sua responsabilidade e confiança as quais a coadjuvarão.

h) Fixar o valor da quota mensal a pagar pelos associados e submeter o mesmo para ratificação à Assembleia geral;

i) Fixar o valor das comparticipações a pagar pelos utentes/clientes, mediante os dados que resultem de inquérito
prévio sobre a sua situação económica e financeira;

j) Fixar os preços dos serviços prestados que tenham caráter ou função instrumental, bem como das contribuições
complementares a pagar pelos associados, utentes/clientes e seus familiares ou outros destinatários ou beneficiários.

Artigo 30.º

Forma de obrigar

1 - Para obrigar a associação são necessárias e bastantes as assinaturas conjuntas de quaisquer dois membros de entre o
Presidente, Vice-Presidentes e Tesoureiro.

2. Nos atos de mero expediente bastará a assinatura de qualquer membro da direção.

SECÇÃO IV

Do Conselho Fiscal

Artigo 31.º

Conselho Fiscal

O conselho fiscal é composto por três membros: presidente e dois vogais.

Artigo 32.º

Competências

1. Compete ao conselho fiscal o controlo e fiscalização da associação, podendo, nesse âmbito, efetuar à direção e mesa
da assembleia geral as recomendações que entenda adequadas com vista ao cumprimento da lei, dos estatutos e dos
regulamentos, e designadamente:

a) Fiscalizar a direção, podendo, para o efeito consultar a documentação necessária;

b) Emitir parecer sobre o relatório e contas do exercício, bem como sobre o programa de ação e orçamento para o ano
seguinte;

c) Emitir parecer sobre quaisquer assuntos que a direção e/ou mesa da assembleia geral submetam à sua apreciação;

d) Verificar o cumprimento da lei, dos estatutos e dos regulamentos;

2. Os membros do conselho fiscal podem assistir às reuniões da direção, quando para tal forem convocados pelo
presidente deste órgão.

Capítulo IV

Regime financeiro

Artigo 33.º

349
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Património

O património da Associação é constituído pelos bens expressamente afetos pelos associados fundadores à Associação,
pelos bens ou equipamentos doados por entidades públicas ou privadas e pelos demais bens e valores que sejam
adquiridos pela mesma.

Artigo 34.º

Receitas

São receitas da associação:

a) As quotizações e as eventuais contribuições complementares pagas pelos associados;

b) Os rendimentos dos bens e capitais próprios;

c) Os rendimentos dos serviços prestados;

d) Os rendimentos de produtos vendidos;

e) As doações, legados e heranças e respetivos rendimentos

f) Os subsídios do Estado ou de organismos oficiais;

g) Os donativos e produtos de festas ou subscrições;

h) A venda de bens do ativo não corrente novos ou usados;

i) … .

Artigo 35.º

Quotas, serviços ou donativos

1. Os associados pagam uma quota de valor fixado pela Direção e ratificado em assembleia geral.

2. Havendo lugar à prestação de donativos ou serviços, compete à Direção, propor à Assembleia Geral a aprovação dos
mesmos.

Capítulo V

Disposições diversas

Artigo 36.º

Extinção

1. A extinção da associação tem lugar nos casos previstos na lei.

2. Compete à assembleia geral deliberar sobre o destino dos seus bens, nos termos da legislação em vigor, bem como
eleger uma comissão liquidatária.

3 Os poderes da comissão liquidatária ficam limitados à prática dos atos meramente conservatórios e necessários quer
à liquidação do património social, quer à ultimação dos negócios pendentes.

4 Pelos atos restantes e pelos danos que deles advenham à associação, respondem solidariamente os titulares dos órgãos
que os praticaram.

Artigo 37.º

Casos Omissos

Os casos omissos serão resolvidos pela assembleia geral, de acordo com a legislação em vigor.

350
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 10 – Regulamento Eleitoral (exemplo)

Capítulo I

Generalidades

1°.

Dos Sócios Efetivos

a) São sócios efetivos todos aqueles que se achem inscritos no respetivo livro de registo nos termos previstos no n.º 2 do
artigo 7° dos Estatutos;

b) Nos termos da alínea a) do artigo 8° dos Estatutos, os sócios efetivos têm capacidade para eleger e ser eleitos, de
acordo com o que mais adiante se disporá;

c) São deveres dos associados nos termos do artigo 9°. dos Estatutos;

c.1 - alínea a) - pagar pontualmente as suas quotas;

c.2 - alínea b) - comparecer às reuniões da Assembleia Geral;

d) Perdem a qualidade de associado, nos termos da alínea b) do nº. 1 do artigo 13°. dos Estatutos, os associados que
deixarem de pagar as suas quotas durante 6 meses;

2°.

Dos Órgãos Sociais

a) São órgãos sociais da Associação; a Assembleia Geral, a Direção e o Conselho Fiscal, nos termos do artigo 14°. dos
Estatutos;

b) A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Primeiro Secretário e Um Segundo Secretário,
conforme n.º 3 do artigo 21° dos Estatutos;

c) A Direção é constituída por nove membros; um Presidente, três Vice-Presidente, um Secretário, um Tesoureiro e três
Vogais, conforme artigo 28° dos Estatutos;

d) O Conselho Fiscal é constituído por três membros, dos quais um é Presidente, um é Vice-Presidente e o outro é
Secretário, nos termos do artigo 31° dos Estatutos.

Capítulo II

1°.

Da Assembleia Eleitoral

1 - A assembleia eleitoral é constituída por todos os sócios efetivos que tenham as quotas em dia e nem se encontrem
suspensos, tudo conforme o disposto no n°. 1 do artigo 11º, conjugado com a alínea a) do n.º 1 do artigo 9° dos Estatutos;

2°.

Do Processo Eleitoral

a) O processo eleitoral será coordenado e verificada a sua regularidade legal e estatutária pela Mesa da Assembleia
Geral;

b) A eleição dos corpos sociais será precedida de candidaturas, as quais serão organizadas em sistema de listas, às quais
será atribuída por sorteio a realizar pela Mesa da Assembleia Geral uma letra;

c) Cada candidatura deverá indicar até ao prazo terminal de entrega da documentação relativa à lista candidata ao/à
Presidente da Mesa da Assembleia Geral um mandatário que ficará responsável por todo o processo relativo a essa
candidatura, devendo tal indicação ser formalizada por declaração de aceitação;

d) A lista deverá ser organizada com a indicação de todos os Órgãos Sociais, os números, nomes dos associados e o
cargo a que concorre, devendo ser acompanhada de declaração de aceitação subscrita por cada um dos candidatos,
acompanhada de fotocópia do bilhete de identidade;

351
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

e) Se existir apenas uma lista candidata, ser-lhe-á atribuída a letra"A'"

f) O prazo de apresentação de candidaturas termina às vinte horas do quinto dia inclusive, anterior à data da realização
das eleições, incluindo-se para efeitos de contagem sábados, domingos e feriados:

g) Recebidas as candidaturas a Mesa da Assembleia Geral reunirá expressamente para esse fim verificará e analisará
toda a documentação sob o ponto de vista formal, regulamentar e estatutário. Não havendo incorreções admitirá
definitivamente a(s) candidatura(s), seguindo-se o sorteio referido na alínea b) deste artigo. Se forem detetadas
incorreções, a Mesa notificará o mandatário da candidatura, para no prazo de vinte e quatro horas sanar o incidente
devendo na notificação estabelecer dia e hora de términus do prazo. Sendo sanadas as incorreções dentro do prazo
estabelecido a candidatura será admitida definitivamente, seguindo-se os procedimentos previstos no presente
regulamento;

h) A Direção organizará e fornecerá à Mesa da Assembleia Geral um exemplar atualizado do caderno eleitoral, onde
constarão todos os associados com capacidade eleitoral, de acordo com os normativos estatutários;

j) Admitida(s) a(s) candidatura(s), e atribuída a respetiva letra a(s) lista(s) serão afixadas no edifício sede;

k) A Direção fornecerá à Mesa da Assembleia Geral, os boletins de voto em tamanho A5, onde constará(ão) a(s) lista(s)
candidata pela ordem de letras que lhe foi atribuída em sorteio;

l) A Direção fornecerá à Mesa da Assembleia Geral uma urna na qual serão introduzidos os boletins de voto;

m) Dentro do possível a direção deverá proporcionar um lugar reservado para que os votantes possam assinalar o seu
boletim de voto com o máximo de sigilo;

3°.

Das Operações de Votação

a) A Assembleia de voto funcionará no «local», e dentro do horário previsto no aviso convocatório, que não poderá ser
inferior a uma hora;

b) Os associados poderão votar da seguinte forma;

1. Numa das listas candidatas devidamente identificadas no boletim de voto com letra assinalando dentro da quadrícula que lhe
segue com uma "cruz".

2. Em branco, nada assinalando no boletim de voto;

c) O boletim de voto deverá ser dobrado em quatro partes, e entregue ao (à) Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
que o introduzirá na respetiva urna;"

d) Efetuada a votação, deverá ser descarregado no caderno eleitoral essa operação, com a assinatura do votante ou
alguém a rogo se o não souber ou puder fazer;

e) Antes de iniciadas as operações de votação o (a) Presidente da Mesa da Assembleia Geral deverá mostrar aos
presentes a urna com vista à verificação de que nela nada existe, e informará os presentes do início das operações de
votação, indicando a um dos Secretários a hora do início das operações de votação;

f) Decorrido o tempo fixado na convocatória o (a) Presidente da Mesa da Assembleia Geral, anunciará o fim das
operações de votação, mandando encerrar a porta do hall de entrada. Se no local de voto se encontrarem associados
para exercer o seu direito de voto, permitirá o prolongamento das referidas operações até que todos tenham exercido
esse direito;

g) Encerrada a votação, serão contados os votos descarregados no caderno eleitoral e anotado o número por um dos
secretários da mesa. De seguida será aberta a urna contendo os boletins de voto os quais serão contados e conferido o
seu número. Se não existirem divergências, proceder-se-á de imediato à verificação do sentido de voto, abrindo-se os
boletins. Seguir-se-á a contagem por lista(s). Havendo dúvidas quanto ao sentido do voto expresso nalgum boletim,
compete à mesa decidir sobre o mesmo, podendo o mandatário, se não concordar recorrer, fundamentadamente para a
Mesa que reapreciará a sua decisão, podendo mantê-la ou alterá-la;

h) Concluídas as operações de verificação e contagem dos votos, o (a) Presidente da Mesa proclamará de imediato os
resultados, declarando eleitos os associados que façam parte da lista mais votada;

i) De todas as operações de votação será elaborada ata, onde constarão os dados e factos mais relevantes relativos à
Assembleia Geral;

j) Em caso de empate, realizar-se-á novo ato eleitoral no prazo máximo de quinze dias;

k) Os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos pela Mesa da Assembleia Geral;

352
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 11 – Modelo Ata Constitutiva

Em livro próprio deve escrever-se, na primeira página, o "Termo de Abertura" da


seguinte forma:

Termo de Abertura

Vai este livro servir para as atas das reuniões e deliberações da Associação .......... (nome da
associação), o qual contem ___ folhas, numeradas de um a ___, todas rubricadas com
__________, rubrica que faço uso.

Localidade e data

É assinado por um membro da Associação, que rubricará todas as folhas do livro.

Termo de Encerramento

Este livro de ____ folhas numeradas e rubricadas, serviu para registo de presenças dos membros,
nas reuniões da Associação .......... (nome da associação).

Localidade e data

É assinado por um membro da Associação

Ata n.º____

Aos (por extenso) .......... dias do mês de ..................... de dois mil e ............................, pelas
................ horas e ............ minutos, realizou-se na sua sede, sita .................. (local da sede)
.................., a primeira reunião da Assembleia Geral da Associação ...........................

A ordem de trabalhos foi a seguinte:

1 - Aprovação do nome da Associação

2 - Aprovação dos Estatutos

3 - ......................

4 - ......................

(se se entender colocar outras questões à discussão nesta Assembleia Geral de


constituição, pode fazê-lo, mas lembre-se que tudo deve constar da ordem de
trabalhos).

Estiveram presentes os seguintes membros:

Nome Rubrica

..........................................................

353
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

..........................................................

(os membros devem assinar o próprio livro, após o nome)

Antes de se dar início à reunião foi nomeada a Mesa que preside aos trabalhos da
Assembleia Geral, cuja composição é a seguinte:

Presidente:...............................

vice-presidente:....................

Secretário:.................................

A reunião da Assembleia Geral iniciou-se com o primeiro ponto de Ordem de


Trabalhos. Posto à discussão a Assembleia Geral aprovou a designação ......................
para a Associação, por ........... votos a favor e .................votos contra (se for por
unanimidade, pôr: por unanimidade). Passou-se, de seguida, ao segundo ponto da
Ordem de Trabalhos, tendo sido posto à discussão o projeto de Estatutos existente.

(transcrever aqui o projeto).

Após a discussão foi o projeto posto à votação, tendo recolhido ........................ votos a
favor e ................... contra (ou unanimidade).

(se houver alterações ao projeto, deve-se transcrever, além do projeto, a versão final).

Foi apresentada à Mesa uma moção em que a Assembleia Geral delega nos membros
da Associação (nomes) poderes para todos os atos necessários à outorga da escritura
de constituição da Associação. Esta moção foi aprovada por .........................

Foi, ainda, apresentado um voto de confiança à Mesa para a elaboração da presente ata
em minuta para produção de efeitos imediatos. Nada mais havendo a tratar, deu-se
por encerrada a reunião, da qual se lavrou a presente ata, que depois de lida em voz
alta, vai ser assinada pelos membros da Mesa.

Seguem-se as assinaturas.

354
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 12 – Convocatória Assembleia Geral Eleitoral

Assembleia Geral Eleitoral

Convocatória

De harmonia com o disposto nos Estatutos e no exercício da competência consignada


no artigo ___, convoco a Assembleia Geral Eleitoral da Associação ____________ para
o dia ____ de ___________ de 200__ com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1 - Eleições dos órgãos sociais da Associação;

2 - Tomada de Posse.

A Assembleia Geral Eleitoral decorrerá no dia indicado entre as ___ h ____ m e ____ h
__ m, horário da abertura e encerramento da mesa de voto, localizada na sede da
Associação, sita na Rua _______________________ em ______________.

A Apresentação das listas de candidatos decorre até às_____ horas do dia ____ de
_____________ de 200__. Os associados poderão consultar o Regulamento Interno e
Eleitoral na sede.

________, ____ de ______________ de 200__

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

355
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 13 – Modelo Ata Assembleia Geral Eleitoral

Ata n.º____

Aos _________________ dias do mês de _______________ de 200____ pelas ________


horas e _______ minutos teve lugar a Assembleia Geral extraordinária da Associação
____________________________ com o ponto único ponto de ordem de trabalhos:

− Eleição dos Corpos Sociais.

O presidente da mesa, Sr. _______________, abriu a secção dando logo início ao


cumprimento da ordem de trabalhos. Assim, o processo eleitoral desencadeou-se com
a abertura das urnas às ________ horas e ______ minutos. As urnas encerraram às
______ horas e _______ minutos, votando ______ sócios. Após a contabilização dos
votos verificaram-se os seguintes resultados:

Lista A _________

Lista B _________

Votos nulos _______

Votos brancos ________

Concluído o trabalho de apuramento, os resultados foram divulgados aos sócios tendo


sido declarada vencedora a lista presidida pelo sócio n.º ________, Sr.
______________________________________.

Nada mais havendo a tratar foi encerrada a assembleia da qual foi lavrada esta ata que
foi por mim lavrada e sobre a presidência de
________________________________________________________.

O Presidente da Mesa

O 1.º Secretário

O 2.º Secretário

356
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 14 – Regulamento Eleitoral (exemplo)


ACTA DE TOMADA DE POSSE

----------Aos dias _______de ______ de 202__, no ______________________ (colocar morada completa do local da tomada de
posse), realizou-se a Tomada de Posse dos eleitos para os diferentes órgãos da ___________________ (nome da Associação) referente
ao mandato dois mil e ______________, resultante do ato eleitoral realizado a _____________ (colocar a data, que pode ser a mesma
do ato eleitoral).------------------------------------------------------------------------

NOME ASSINATURA

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Presidente _____________________________________

… _____________________________________

DIRECÇÃO

Presidente _____________________________________

Vice-Presidente _____________________________________

Tesoureiro _____________________________________

Secretário _____________________________________

Vogal _____________________________________

… _____________________________________

CONSELHO FISCAL

Presidente _____________________________________

… _____________________________________

Após o encerramento deste ato de tomada de posse, os membros eleitos assumem as plenas funções que estatutariamente lhes são
conferidas. Para que faça fé, foi lavrada a presente ata que será por mim assinada. -----------------------------------------------------------

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral: _________________________________________________

357
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 15 – Modelo Ata de Direção

Em livro próprio deve escrever-se, na primeira página, o "Termo de Abertura" da


seguinte forma:

Termo de Abertura

Vai este livro servir para as atas das reuniões e deliberações da Direção da Associação ..........
(nome da associação), o qual contem ___ folhas, numeradas de um a ___, todas rubricadas com
__________, rubrica que faço uso.

Localidade e data

É assinado pelo presidente da Associação, que rubricará todas as folhas do livro.

Termo de Encerramento

Este livro de ____ folhas numeradas e rubricadas, serviu para registo de presenças dos membros,
nas reuniões da Associação .......... (nome da associação).

Localidade e data

É assinado pelo presidente da Associação

Ata n.º____

Aos dias_____ de ________________ de 200______, pelas __________, na sede da


Associação ______________________________________________, sita em
______________________________, em _________________, reuniu a Direção, sob a
presidência de _________________________, tendo ainda estado presentes os seguintes
membros____________________________,____________________________,__________
_____________________.

A ordem de trabalhos foi a seguinte:

1 - Elaboração, discussão e votação do plano de atividades e orçamento para 200___;

ou

1 – Elaboração, discussão e votação do relatório e contas para o ano de 200___;

2 - Outros assuntos (a agendar pelos Srs. Diretores).

Deu-se início à reunião e o Sr. ______________________________, Presidente da


Direção, traçou as linhas estratégicas para o documento a elaborar. Seguiu-se o
comentário de cada um dos membros da Direção e a apresentação dos seus respetivos
contributos. Também o Tesoureiro, Sr. ______________________, apresentou a sua
proposta de orçamentação das atividades para o ano de 200___. Após o debate foi
aprovado por ______________________ o documento final, que a seguir se transcreve:

358
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Plano de Atividades:

____________________________________________________________________________
_

Orçamento:

____________________________________________________________________________
_

Ou

Deu-se início à reunião e o Sr. ______________________________, Presidente da


Direção, analisou as atividades desenvolvidas e os objetivos alcançados. Seguiu-se o
comentário de cada um dos membros da Direção e a apresentação dos seus respetivos
contributos. Também o Tesoureiro, Sr. ______________________, apresentou os
resultados alcançados no ano de 200___. Após o debate foi aprovado por
______________________ o documento final, que a seguir se transcreve:

Relatório de Atividades:

____________________________________________________________________________
_Relatório de Contas:

____________________________________________________________________________
_

Por fim e por nada mais haver a tratar, vai ser lida e assinada por todos os membros
presentes e por mim, secretário da Direção, que a redigi.

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 16 – Requerimento de registo IPSS

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Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 17 – Registo das IPSS

361
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 18 – Ajuste Direto Simplificado (minuta)

Ajuste Direto Simplificado

Despacho Assinatura:

Autorizo o procedimento de
contratação e a despesa
Data:

Referência Procedimento ADS 21/00 ??? Data: 04-05-2021

De: ??? Para: ???

Assunto 1. Proposta de procedimento;

2. Proposta de Entidades a convidar;

3. Proposta de nomeação do Júri;

4. Contrato

5. Minutas de convite para a apresentação das propostas

Objeto: Aquisição/Fornecimento de ???


Atenta a necessidade de adquirir [objeto do contrato a celebrar], submete-se à
consideração superior a presente proposta de decisão de contratar.
Para efeitos de prévia cabimentação da despesa inerente ao contrato a celebrar, estima-
se que o respetivo preço contratual não deverá exceder os € 5.000,00 (cinco mil euros),
a satisfazer pela [indicar a rúbrica orçamental correspondente].
Nos termos da regra geral de escolha do procedimento e do valor máximo do benefício
económico que pode ser obtido pelo adjudicatário com a execução do contrato a
celebrar, propõe-se, ao abrigo do disposto nos artigos 36.º n.º 1 e 38.º do Código dos
Contratos Públicos (CCP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29.01, a adoção
do seguinte procedimento, documentos e condições:

1. Proposta de Procedimento
A adoção do procedimento de ajuste direto simplificado, em função do valor, nos termos
previstos nos artigos 128º e 129º do CCP.

2. Proposta de Entidades a convidar


Propõe-se que as sejam convidadas as seguintes Entidades a apresentar proposta:
a) ??? ;

362
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) ???;
c) ???.

2. Proposta e valor da Entidade a convidar


Propõe-se que seja convidada a seguinte «Entidade», sendo o valor da proposta de ____€
(extenso)

3. Proposta de nomeação do Júri


Não Aplicável

4. Contrato
[ ] Contrato deve ser reduzido a escrito (art. 94.º do CCP);
[ ] Inexigibilidade de contrato escrito (art. 95.º n.º 1 do CCP):
Contrato de empreitada de obras públicas
[ ] de complexidade técnica muito reduzida e cujo preço contratual não exceda
€ 15.000.
Contrato de locação ou aquisição de bens móveis ou serviços
[ ] cujo preço contratual não exceda € 10.000;
[ ] locação ou aquisição de bens móveis ou serviços ao abrigo de um contrato
público de aprovisionamento;
[ ] o fornecimento de bens ou a prestação dos serviços deva ocorrer
integralmente no prazo máximo de 20 dias (corridos) da notificação da
adjudicação + a relação contratual extingue-se com esse fornecimento ou
prestação serviços + o contrato não esteja sujeito a fiscalização prévia do
Tribunal de Contas;

5. Minutas de convite para a apresentação das propostas


O presente procedimento está dispensado de outras formalidades
[Data e assinatura]

363
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 19 – Ajuste Direto Simples (minuta)


Ajuste Direto

Despacho Assinatura:

Autorizo o procedimento de
contratação e a despesa
Data:

Referência Procedimento PAD 21/00 ??? Data: ???

De: ??? Para: Reunião de ???

Assunto 1. Proposta de procedimento;

2. Proposta de Entidades a convidar;

3. Proposta de nomeação do Júri;

4. Minutas de convite para a apresentação das propostas

5. Caderno de Encargos

Objeto: Aquisição/Fornecimento de ???


Atenta a necessidade de adquirir [objeto do contrato a celebrar], submete-se à
consideração superior a presente proposta de decisão de contratar.
Para efeitos de prévia cabimentação da despesa inerente ao contrato a celebrar, estima-
se que o respetivo preço contratual não deverá exceder os € _________ (extenso), a
satisfazer pela pela [indicar a rúbrica orçamental correspondente].
Nos termos da regra geral de escolha do procedimento e do valor máximo do benefício
económico que pode ser obtido pelo adjudicatário com a execução do contrato a
celebrar, propõe-se, ao abrigo do disposto nos artigos 36.º n.º 1 e 38.º do Código dos
Contratos Públicos (CCP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29.01, a adoção
do seguinte procedimento, documentos e condições:

1. Proposta de Procedimento
Nos termos da regra geral de escolha do procedimento (prevista no artigo 18.º do CCP)
e do valor máximo do benefício económico que pode ser obtido pelo adjudicatário com
a execução do contrato a celebrar (de acordo com os limites ao valor do contrato
constantes dos artigos 19.º a 21.º do CCP), propõe-se a adoção de um ajuste direto.
2. Proposta de Entidades a convidar
Propõe-se que seja convidada a seguinte Entidade a apresentar proposta:

364
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

− Sejam convidadas a seguinte entidade: ________________________ (só exige


uma) – tendo-se verificado que o(s) convite(s) não viola(m) os limites previstos
no n.º 2 e no n.º 5 do artigo 113.º do CCP;
− Seja adotada uma fase de negociação (eliminar se não interessar).

3. Proposta de nomeação do Júri


Nos termos dos artigos 67.º a 69.º do CCP, propõe-se que seja nomeado o presente júri:
Presidente: ???;
1º Vogal: ???;
2º Vogal: ???

4. Contrato
[ ] Contrato deve ser reduzido a escrito (art. 94.º do CCP);
[ ] Inexigibilidade de contrato escrito (art. 95.º n.º 1 do CCP):
Contrato de empreitada de obras públicas
[ ] de complexidade técnica muito reduzida e cujo preço contratual não exceda
€ 15.000.
Contrato de locação ou aquisição de bens móveis ou serviços
[ ] cujo preço contratual não exceda € 10.000;
[ ] locação ou aquisição de bens móveis ou serviços ao abrigo de um contrato
público de aprovisionamento;
[ ] o fornecimento de bens ou a prestação dos serviços deva ocorrer
integralmente no prazo máximo de 20 dias (corridos) da notificação da
adjudicação + a relação contratual extingue-se com esse fornecimento ou
prestação serviços + o contrato não esteja sujeito a fiscalização prévia do
Tribunal de Contas;

5. Minutas de convite para a apresentação das propostas e Caderno de Encargos


A aprovação da minuta de convite a enviar às Entidades convidadas. O presente
procedimento está dispensado de outras formalidades
[Data e assinatura]

365
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 20 – Carta Convite (minuta)

Exmo. Senhor
_____________________________________
_____________________________________
___________ - ___________________
Ofício n.º ______________
Assunto: Convite para Apresentação de Propostas

Ref.: Ajuste Direto PAD 2021/000

I - ENTIDADE ADJUDICANTE

A entidade adjudicante é a “Entidade» de………….., localizada no


……………………………………. (tel. 239……….; email:…………).

II – ÓRGÃO COMPETENTE PARA A DECISÃO DE CONTRATAR

O órgão competente para a decisão de contratar e autorizar a despesa do presente procedimento


é a “Entidade», nos termos do n.°1 do artigo 36.° do Código dos Contratos Públicos.

III - FUNDAMENTO DA ESCOLHA DO TIPO DE PROCEDIMENTO DE


CONTRATAÇÃO:

Procedimento de Ajuste Direto nos termos da alínea a) do n.º 1 do art.º 16 conjugado com a
alínea d) do n.º 1 do art.º 20 do Código dos Contratos Públicos (doravante designado CCP).

IV - ÓRGÃO COMPETENTE PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS:

O Presidente da “Entidade» de acordo com a alínea a) do nº 5 do artigo 50.º do CCP.

V - OBJETO/IDENTIFICAÇÃO:

O presente ajuste direto tem por objeto a aquisição/fornecimento de “****”.

VI - DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO:

O adjudicatário deve apresentar os documentos de habilitação conforme o Artigo 81.º do CCP:

a) Declaração emitida conforme modelo constante do Anexo II do CCP;

366
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b) Documentos comprovativos de que não se encontra nas situações previstas nas alíneas b), d),
e) e h) do nº 1 artigo 55.º do CCP;

O prazo para a apresentação, pelo adjudicatário, dos documentos de habilitação é de 5 dias úteis
através do correio eletrónico: email

O prazo a conceder para a supressão de irregularidades detetadas nos documentos apresentados


que possam levar à caducidade da adjudicação nos termos do disposto no artigo 86.º do CCP é
de 2 dias úteis.

VII - MODO DE APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS:

A proposta e os documentos que a acompanham devem ser redigidos em língua portuguesa.

A proposta é apresentada através do correio eletrónico: email.

A proposta é constituída pelos seguintes documentos conforme o constante do art.º 57.º do CCP:

a) Declaração do concorrente de aceitação do conteúdo do Caderno de Encargos, elaborada em


conformidade com o modelo constante do Anexo I ao presente Convite;

b) Declaração a que se refere o número 4, do artigo 69.º do Código do Procedimento.


Administrativo, elaborada em conformidade com o modelo constante do Anexo III, ao presente
Convite;

c) Proposta, elaborada em conformidade com o modelo constante do Anexo IV, ao presente


Convite;

d) Documento identificando o representante da entidade para o desempenho das funções prevista


na alínea h) da cláusula 5.º do caderno de encargos;

e) Certidão emitida pela Conservatória do Registo Comercial/Certidão permanente ou o


respetivo código de acesso.

f) Demais documentos que comprove inequivocamente a qualidade de representação e poderes


para o ato, quando aplicável.

VIII - PROPOSTAS VARIANTES:

Não é permitida a apresentação de propostas com variantes, nem é permitida a apresentação

de propostas com alterações às cláusulas do caderno de encargos.

IX - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS:

367
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

As propostas deverão ser apresentadas até às 17 horas e 00 minutos do dia…….de ………de


201….

X - PRAZO DE OBRIGAÇÃO DE MANUTENÇÃO DAS PROPOSTAS:

Os concorrentes são obrigados a manter as respetivas propostas pelo prazo de 66 dias úteis
contados da data do termo do prazo fixado para a apresentação das propostas em conformidade
com o artigo 65º do CCP.

XI - CRITÉRIOS DE ADJUDICAÇÃO:

Proposta economicamente mais vantajosa determinada pela avaliação do preço mais baixo,
conforme disposto na alínea b) do nº 1 do artigo 74.º.

XII - MODO DE PRESTAÇÃO DA CAUÇÃO:

Não é obrigatória a prestação de caução, tendo por base a natureza e a especificidade da


prestação de serviços e em face ao disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 88.º do Código dos
Contratos Públicos.

XIII - NEGOCIAÇÃO:

A proposta apresentada não será objeto de negociação.

XIV - PREÇO ANORMALMENTE BAIXO:

Atendendo ao preço base definido de acordo com valor histórico de anterior procedimento,
considera-se preço anormalmente baixo, a proposta que apresentar um preço inferior a 60% da
média dos preços das propostas admitidas.

XV – ADJUDICAÇÃO POR LOTES

O presente procedimento não contempla adjudicações por lotes.

XVI - PREÇO DO CADERNO DE ENCARGOS:

Não aplicável.

XVII - LISTA DE CONCORRENTES:

A lista de concorrente será disponibilizada pela entidade adjudicante no dia útil seguinte ao
prazo para entrega da proposta.

XVIII - CONTRATO ESCRITO:

O contrato será redigido a escrito nos termos do CCP, se aplicável.

368
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

XIX - DESPESAS E ENCARGOS:

Não se aplica.

XX – ESCLARECIMENTOS, RETIFICAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS PEÇAS


PROCEDIMENTAIS:

Aplica-se o disposto no artigo 50 do CCP relativamente à apresentação de esclarecimentos,


retificações e alterações às peças do procedimento;

Aplica-se igualmente o disposto no artigo 116º do Código dos Contratos Públicos quando o
prazo para a apresentação de propostas seja inferior a nove dias.

Com os nossos cumprimentos,

[Data e assinatura]

ANEXO I

Modelo de Declaração

[a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 57.º do CCP]

1 — ... (nome, número de documento de identificação e morada), na qualidade de representante


(1)
legal de … (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso de agrupamento
concorrente, firmas, números de identificação fiscal e sedes), tendo tomado inteiro e perfeito
conhecimento do caderno de encargos relativo à execução do contrato a celebrar na sequência
do procedimento de ... (designação ou referência ao procedimento em causa) e, se for o caso, do
caderno de encargos do acordo-quadro aplicável ao procedimento, declara, sob compromisso de
honra, que a sua representada (2) se obriga a executar o referido contrato em conformidade com
o conteúdo do mencionado caderno de encargos, relativamente ao qual declara aceitar, sem
reservas, todas as suas cláusulas.

2 — Declara também que executa o referido contrato nos termos previstos nos seguintes
documentos, que junta em anexo (3)

a) …

b) …

3 — Declara ainda que renuncia a foro especial e se submete, em tudo o que respeitar à execução
do referido contrato, ao disposto na legislação portuguesa aplicável.

369
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4 — Mais declara, sob compromisso de honra, que não se encontra em nenhuma das situações
previstas no nº 1 do artigo 55º do Código dos Contratos Públicos.

5 — O declarante tem pleno conhecimento de que a prestação de falsas declarações implica,


consoante o caso, a exclusão da proposta apresentada ou a caducidade da adjudicação que
eventualmente sobre ela recaia e constitui contraordenação muito grave, nos termos do artigo
456.º do Código dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação da sanção acessória
de privação do direito de participar, como candidato, como concorrente ou como membro de
agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer procedimento adotado para a formação de
contratos públicos, sem prejuízo da participação à entidade competente para efeitos de
procedimento criminal.

6 — Quando a entidade adjudicante o solicitar, o concorrente obriga -se, nos termos do disposto
no artigo 81.º do Código dos Contratos Públicos, a apresentar os documentos comprovativos de
que não se encontra nas situações previstas nas alíneas b), d), e) e h) do n.º 1 do artigo 55º do
referido Código.

7 — O declarante tem ainda pleno conhecimento de que a não apresentação dos documentos
solicitados nos termos do número anterior, por motivo que lhe seja imputável, determina a
caducidade da adjudicação que eventualmente recaia sobre a proposta apresentada e constitui
contraordenação muito grave, nos termos do artigo 456.º do Código dos Contratos Públicos, a
qual pode determinar a aplicação da sanção acessória de privação do direito de participar, como
candidato, como concorrente ou como membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
qualquer procedimento adotado para a formação de contratos públicos, sem prejuízo da
participação à entidade competente para efeitos de procedimento criminal.

(Local), ... (data), ... [assinatura (4)].

(1)
Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas.
(2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a expressão « a sua representada».
(3)Enumerar todos os documentos que constituem a proposta, para além desta declaração, nos termos do disposto nas
alíneas b), c) e d) do n.º 1 e nos n.ºs 2 e 3 do artigo 57.º do CCP
(4)
Nos termos do disposto nos n°s 4 e 5 do artigo 57.º do CCP.

ANEXO II

Modelo de declaração

[a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 81.º do CCP]

370
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1 — ... (nome, número de documento de identificação e morada), na qualidade de


representante legal de (1)… (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso de
agrupamento concorrente, firmas, números de identificação fiscal e sedes), adjudicatário(a) no
procedimento de ... (designação ou referência ao procedimento em causa), declara, sob
compromisso de honra, que a sua representada (2) não se encontra em nenhuma das situações
previstas no nº 1 do artigo 55º do Código dos Contratos Públicos.

2 — O declarante junta em anexo [ou indica ... como endereço do sítio da Internet onde podem
ser consultados (3)] os documentos comprovativos de que a sua representada (4) não se encontra
nas situações previstas nas alíneas b), d), e) e h) do artigo 55.º do Código dos Contratos
Públicos.

3 — O declarante tem pleno conhecimento de que a prestação de falsas declarações implica a


caducidade da adjudicação e constitui contraordenação muito grave, nos termos do artigo
456.º do Código dos Contratos Públicos, a qual pode determinar a aplicação da sanção
acessória de privação do direito de participar, como candidato, como concorrente ou como
membro de agrupamento candidato ou concorrente, em qualquer procedimento adotado para a
formação de contratos públicos, sem prejuízo da participação à entidade competente para
efeitos de procedimento criminal.

(local), ... (data), ... [assinatura (5) ]

(1) Aplicável apenas a concorrentes que sejam pessoas coletivas.


(2) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a expressão «a sua representada».
(3)
Acrescentar as informações necessárias à consulta, se for o caso.
(4) No caso de o concorrente ser uma pessoa singular, suprimir a expressão «a sua representada».
(5)
Nos termos do disposto nos n.º 4 e 5 do artigo 57.º do CCP.

ANEXO III

Modelo de declaração

[a que se refere o número 4, do artigo 69.º do Código do Procedimento Administrativo]

371
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

……(Nome, número de documento de identificação e morada), na qualidade de representante


legal de ………….(firma, número de identificação fiscal de pessoa coletiva e sede ou, no caso
de agrupamento concorrente, firmas, números de identificação fiscal e sedes).

Declara para os efeitos constantes no número 4, do artigo 69.º do Código do Procedimento


Administrativo, não haver lugar no âmbito do procedimento administrativo “………”, à
prestação de serviços de consultoria ou outros, a favor do responsável pela respetiva direção ou
de quaisquer sujeitos públicos da relação jurídica procedimental, por parte de entidades
relativamente às quais se verifique qualquer das situações previstas no número 1, do artigo 69.º,
ou que haja prestado serviços, há menos de três anos, a qualquer dos sujeitos privados
participantes na relação jurídica procedimental.

(local), ... (data), ... [assinatura]

ANEXO IV

Modelo da Proposta

Ajuste Direto: “……………..“

…….. (nome, número de documento de identificação e morada), na qualidade de representante


legal de ……….... (firma, número de identificação fiscal e sede ou, no caso de agrupamento
concorrente, firmas, números de identificação fiscal e sedes), depois de ter tomado
conhecimento do objeto para a “……………………..”, a que se refere o Convite enviado,
obriga-se a executar a aquisição de harmonia com o Caderno Encargos pela quantia de
………………………………. (em algarismos e por extenso) acrescido de IVA à taxa de
………..(especificar a taxa) e por um prazo de…….

Mais declara que renuncia a foro especial e se submete, em tudo o que respeita à execução do
seu contrato, ao que se achar prescrito na legislação portuguesa em vigor.

(local), ... (data), ... [assinatura]

Anexo 21 – Caderno de Encargos (minuta)

PARTE I
CLAUSULAS JURÍDICAS
Artigo 1.º
Contrato

372
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1.1. Farão parte integrante do contrato o caderno de encargos, o convite nos termos do
artigo 115.º do CCP e a proposta do adjudicatário.
1.2. Em caso de dúvidas ou divergências entre os elementos previstos no número
anterior, prevalece em primeiro lugar o clausulado do contrato (quando exigível),
seguidamente o caderno de encargos e o convite e em último lugar a proposta do
adjudicatário.
1.3. O contrato mantém-se em vigor até a conclusão dos serviços em conformidade com
os respetivos termos e condições e o disposto na lei, sem prejuízo das obrigações
acessórias que devam perdurar para alem da cessação da vigência do Contrato.
Artigo 2.º
Objeto
O objeto do contrato consiste na prestação de serviços/aquisição de bens
__________________________________ pela [Entidade] de acordo com as clausulas
técnicas descritas na parte II deste caderno de encargos.
Artigo 3.º
Local da prestação de serviços
Os serviços/aquisição de bens objeto do contrato serão prestados/entregues na
___________________________________.
Artigo 4.º
Execução da prestação
4.1. O adjudicatário deverá iniciar a prestação de serviços objeto do contrato no prazo
máximo de ____ dias úteis, contados da data de assinatura do contrato (quando exista)
ou contados da data de entrega das declarações solicitadas com a notificação da
adjudicação. (se não se tratar de uma prestação de serviços, nomeadamente os casos de
fornecimento de bens já disponíveis no mercado, deve cortar-se este n.º 1 desta cláusula
4º)
4.2. O fornecimento/A prestação será executado/a de acordo com o programa de
trabalhos descrito nas cláusulas técnicas deste caderno de encargos. [A prestação de
serviços objeto de contrato deverá ocorrer durante 12 meses]
4.3. A título acessório, o adjudicatário fica ainda obrigado, designadamente, a recorrer
a todos os meios humanos e materiais que sejam necessários e adequados a prestação
do serviço, bem como ao estabelecimento do sistema de organização necessário a
perfeita e completa execução das obrigações a seu cargo.
Artigo 5.º
Sigilo

373
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

5.1. O adjudicatário deve guardar sigilo sobre toda a informação e documentação,


técnica e não técnica, comercial ou outra, relativa à [Entidade], de que possa ter
conhecimento ao abrigo ou em relação com a execução do contrato.
5.2. A informação e a documentação cobertas pelo dever de sigilo não podem ser
transmitidas a terceiros, nem objeto de qualquer uso ou modo de aproveitamento que
não o destinado direta e exclusivamente a execução do contrato.
Artigo 6.º
Patentes, licenças e marcas registadas
6.1. São da responsabilidade do adjudicatário quaisquer encargos decorrentes da
utilização, no fornecimento, de marcas registadas, patentes registadas ou licenças.
6.2. Caso a Entidade adjudicante venha a ser demandada por ter infringido, na execução
do contrato, qualquer dos direitos mencionados no número anterior, o adjudicatário
indemniza-a de todas as despesas que, em consequência, haja de fazer e de todas as
quantias que tenha de pagar seja a que título for.
Artigo 7.º
Preço contratual
7.1. Pela aquisição de bens ou prestação dos serviços objeto do contrato, bem como pelo
cumprimento das demais obrigações constantes do presente Caderno de Encargos,
[Entidade] deve pagar ao adjudicatário o preço constante da proposta adjudicada,
acrescido de IVA a taxa legal em vigor, se este for legalmente devido.
7.2. O preço referido no número anterior inclui todos os custos, encargos e despesas cuja
responsabilidade não esteja expressamente atribuída ao [Entidade], incluindo as
despesas eventualmente incorridas com alojamento, alimentação e deslocação dos seus
meios humanos do adjudicatário, bem como todas as despesas de aquisição, transporte,
armazenamento e manutenção dos seus meios materiais.
Artigo 8.º
Condições de pagamento
8.1. Caso a proposta apresentada e/ou o contrato a celebrar não estipulem condições de
pagamento diferentes, a quantia devida nos termos da cláusula anterior deve ser paga
pelo [Entidade], no prazo de 60 (sessenta) dias após a receção por aquele das respetivas
faturas, as quais só podem ser emitidas após o dia 30 de cada mês.
8.2. Em caso de discordância do [Entidade] quanto aos valores indicados nas faturas,
deve este comunicar ao adjudicatário, por escrito, os respetivos fundamentos, ficando
este obrigado a prestar os esclarecimentos necessários ou proceder a emissão de nova
fatura corrigida.
Artigo 9.º
Garantia

374
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

9.1. O adjudicatário garantirá, sem qualquer encargo para a Entidade adjudicante, os


bens/serviços prestados, pelo prazo legal ou, se superior, pelo indicado na proposta.
9.2. O prazo de garantia referido no número anterior conta-se a partir da data da
aceitação dos bens/da prestação de serviços.
Artigo 10.º
Mora e cumprimento defeituoso
10.1. No caso de mora no cumprimento ou cumprimento defeituoso das prestações do
contrato por parte do adjudicatário, poderá o [Entidade] interpelar o adjudicatário para
cumprir pontualmente as tarefas contratadas, quando tal ainda for possível e se
mantenha o interesse do credor na prestação, devendo nesse caso o adjudicatário dar-
lhe cumprimento imediato, bem como suportar os danos que o [Entidade] sofra na
sequência de tais atos.
10.2. Ao ser interpelado para os efeitos previstos no número anterior deverá o
adjudicatário cumprir imediatamente e de forma integral e satisfatória a prestação em
falta.
Artigo 11.º
Rescisão do contrato
11.1. O incumprimento, por uma das partes, dos deveres resultantes do contrato confere,
nos termos gerais de direito, à outra parte o direito de rescindir o contrato, sem prejuízo
das correspondentes indemnizações legais.
11.2. Para efeitos do disposto no número anterior, considera-se incumprimento
definitivo quando houver atraso na prestação dos serviços/entrega de bens por período
superior a 10 dias úteis.
Artigo 12.º
Aceitação
O simples silêncio da Entidade adjudicante não significa nem expressa nem tácita
aceitação dos bens ou serviços fornecidos, nem a renúncia a qualquer direito que lhe
assista em resultado do cumprimento defeituoso ou incumprimento do contrato objeto
do presente procedimento.
Artigo 13.º
Casos fortuitos ou de força maior
13.1. Nenhuma das partes incorrerá em responsabilidade se por caso fortuito ou de força
maior, designadamente greves ou nos conflitos coletivos de trabalho, for impedido de
cumprir as obrigações assumidas no contrato.
13.2. A parte que invocar casos fortuitos ou de força maior deverá comunicar e justificar
tais situações à outra parte, bem como informar o prazo previsível para restabelecer a
situação.

375
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Artigo 14.º
Documentos de habilitação
O adjudicatário obriga-se a entregar toda a documentação necessária à adjudicação, no
prazo constante da notificação de adjudicação, nomeadamente:
a) Os documentos exigidos na parte II deste Caderno de Encargos;
b) Documento comprovativo de que não se encontra na situação prevista na alínea i) do
artigo 55.º do CCP.
Artigo 15.º
Subcontratação e cessão da posição contratual
15.1. A subcontratação e a cessão da posição contratual pelo adjudicatário dependem da
autorização do [Entidade], nos termos do Código dos Contratos Públicos.
15.2. Para efeitos de autorização prevista no número anterior, deve:
a) Ser apresentada pelo cessionário toda a documentação exigida ao adjudicatário no
presente procedimento;
b) A Entidade adjudicante apreciar, designadamente, se o cessionário não se encontra
em nenhuma das situações previstas no artigo 55.º do Código dos Contratos Públicos, e
se tem capacidade técnica e financeira para assegurar o exato e pontual cumprimento do
contrato.

Artigo 16.º
Caução
16.1. Não é obrigatória a prestação de caução, de acordo com o disposto na alínea a) do
n.º 2 do artigo 88.º do Código dos Contratos Públicos.

Nota: deverão ser acrescentados os seguintes artigos, quando houver lugar à


prestação de caução (contrato de valor superior a € 200,000):
Artigo 16.º
Caução
16.1. Para garantir o exato e pontual cumprimento de todas as obrigações legais e
contratuais assumidas pela celebração e execução do contrato deve o adjudicatário
prestar uma caução de valor equivalente a 5% do valor contratual, estabelecido no artigo
7.º e nas condições técnicas do presente Caderno de Encargos.
16.2. A caução deverá ser prestada nos termos do art. 90.º do Código dos Contratos
Públicos.

376
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Artigo 17.º
Execução da Caução
17.1. A caução prestada para bom e pontual cumprimento das obrigações decorrentes
do contrato, pode ser executada pelo [Entidade], sem necessidade de prévia decisão
judicial ou arbitral, para satisfação de quaisquer créditos resultantes de mora,
cumprimento defeituoso, incumprimento definitivo pelo adjudicatário das obrigações
contratuais ou legais, incluindo o pagamento de penalidades, ou para quaisquer outros
efeitos especificamente previstos no contrato ou na lei.
17.2. A resolução do contrato pelo [Entidade] não impede a execução da caução,
contanto que para isso haja motivo.
17.3. A execução parcial ou total da caução referida nos números anteriores constitui o
adjudicatário na obrigação de proceder à sua reposição pelo valor existente antes dessa
mesma execução, no prazo de 10 dias após a notificação do [Entidade] para esse efeito.
17.4. A caução a que se referem os números anteriores é liberada nos termos do artigo
295.º do Código dos Contratos Públicos.
Em alternativa e caso não haja lugar à prestação de caução, quando se entender
conveniente pode prever-se a retenção de 10% do valor dos pagamentos a efetuar,
que só é possível se essa faculdade estiver prevista no caderno de encargos. Nesses
casos, deve incluir-se o seguinte artigo:
Artigo 18.º
Retenção do valor dos pagamentos
Para garantir o exato e pontual cumprimento de todas as obrigações legais e contratuais
assumidas pela celebração e execução do contrato o [Entidade] poderá proceder à
retenção de 10% do valor dos pagamentos a efetuar ao adjudicatário conforme
estabelecidos no artigo 7.º e nas condições técnicas do presente Caderno de Encargos.
Artigo **º
Comunicações e notificações
19.1. Salvo o disposto no número seguinte, as notificações e comunicações entre as
partes devem ser efetuadas através de correio eletrónico, com aviso de entrega, para os
endereços eletrónicos identificados no contrato, ou, quando este não for exigível, para
os endereços eletrónicos constantes do convite à apresentação de propostas e da proposta
adjudicada.
19.2. Quando se trate do envio de documentos originais ou, excecionalmente, quando o
e-mail não for entregue, e haja prova disso, as comunicações ou notificações entre as
partes efetuam-se por carta registada com aviso de receção, dirigida para o domicílio ou
sede contratual de cada uma identificados no contrato ou, quando este não for exigível,
para os domicílios constantes do convite à apresentação de propostas e da proposta
adjudicada.

377
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

19.3. Qualquer alteração dos domicílios constantes do contrato ou, quando este não for
exigível, do convite à apresentação de propostas e da proposta adjudicada deve ser
comunicada por carta registada com aviso de receção à outra parte, sob pena de absoluta
inoponibilidade.
Artigo **º
Outros encargos
Todos os demais encargos derivados do presente contrato são da responsabilidade do
adjudicatário.
Artigo **º
Legislação aplicável e foro competente
21.1. Em tudo o que o presente Caderno de Encargos for omisso observar-se-á o disposto
no Código dos Contratos Públicos e demais legislação aplicável e, em qualquer caso,
sempre a Lei portuguesa.
21.2. Para todas as questões emergentes do contrato será competente o foro do Porto,
com renúncia a qualquer outro.
PARTE II
CLÁUSULAS TÉCNICAS
Artigo **º
Especificação e organização dos trabalhos/ fornecimento de bens
1. Os bens deverão ser fornecidos/ os trabalhos deverão ser executados atendendo aos
seguintes requisitos:
…………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………
…………………………………………
2. Os bens deverão ser fornecidos/ os trabalhos deverão ser executados no prazo máximo
de ………dias (úteis/corridos), a contar da data da notificação da adjudicação.
(opcional)
Artigo **º
Preço contratual base
1. O preço contratual apresentado pelo concorrente contém todos os custos, encargos e
despesas cuja responsabilidade não esteja expressamente atribuída ao [Entidade],
incluindo as despesas eventualmente incorridas com alojamento, alimentação e
deslocação dos meios humanos do adjudicatário, bem como todas as despesas de
aquisição, transporte, armazenamento e manutenção dos seus meios materiais, sendo o

378
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

preço base fixado em € ________ (extenso), ao qual acresce o IVA à taxa legal
aplicável.
2. Nos termos da alínea d) do n.º 2 do artigo 70.º do CCP, são excluídas as propostas
que apresentem preço contratual superior ao preço base.
Artigo **º
Requisitos da Proposta
1. A proposta deve conter, sob pena de exclusão, nos casos previstos na lei:
a) A identificação completa do proponente;
b) Declaração de aceitação das Condições do presente Caderno de Encargos, nos termos
constantes da minuta que constitui o seu Anexo I e que corresponde ao Anexo I do CCP,
exigido pela alínea a) do n.º 1 do seu art. 57º;
c) Indicação do preço contratual, sem inclusão do IVA;
d) Apresentação de ____________________________.
2. A proposta deve ainda conter os seguintes elementos:
• Demais condições da prestação de serviços/fornecimento de bens que o Proponente
considere relevantes, desde que não contrariem o Caderno de Encargo.
• ____________________________;
3. À falsidade das declarações é aplicável o disposto no artigo 87.º do Código dos
Contratos Públicos.

Anexo 22 – Relatório e Contas (modelo ESNL com NCRF-SNL)


Parte I – Relatório de Atividades

Relatório de atividades
No cumprimento das disposições Estatutárias, a Direção da Associação Bem Estar
vem apresentar e submeter a apreciação a Conta de Gerência relativa ao período de
N.

Este relatório tem como objetivos:

• Explicitar os aspetos mais relevantes da atividade financeira da Instituição, no


que concerne ao desempenho económico e financeiro, nos domínios dos
rendimentos/receitas, dos gastos/despesas e de tesouraria;
• Apresentar a situação económica e financeira relativa ao período, analisando a
evolução da gestão nos diferentes setores da atividade, designadamente no que
respeita ao investimento, dívidas de curto prazo, médio e longo prazos,
financiamento externo e condições de funcionamento;

379
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Mostrar as demonstrações financeiras do período de N, elaboradas no âmbito


da Normalização Contabilística para as Entidades do Setor Não Lucrativo
(ESNL).

Neste momento em que se avalia a capacidade de execução que foi proposta em


Orçamento, confronta-se o que foi proposto para o ano N com o que foi efetivamente
realizado pela Direção.

1.Órgãos Sociais
Órgãos Sociais - ano N

Mesa da Assembleia / Direção / Conselho Fiscal / Revisor Oficial de Contas

2.Mensagem da Direção
Caro Associado,

Ao longo …

3.Enquadramento Macroeconómico em N e Perspetivas de


Evolução
O enquadramento macroeconómico em N foi globalmente positivo permitindo …

4.A Instituição
4.1.Enquadramento interno e setorial

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

Evolução da atividade N N-1

Va ria ç ã o fa c e a o pe río do
Montante a nte rio r
Montante

Volume de negócios 0,00 0,00

Resultado operacional 0,00 0,00

Tabela – Evolução da atividade

4.2.Missão, Visão e Valores

380
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4.3.Política de Qualidade

4.4.Recursos Humanos

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

Recursos humanos N N-1

Número de trabalhadores no final do período 1,00 1,00

Número médio de trabalhadores ao longo do período 1,00 1,00

Gastos com o pessoal 0,00 0,00

Gastos médios por trabalhador 0,00 0,00

VAB por trabalhador 0,00 0,00

Potencial máximo anual (horas de trabalho) 0,00 0,00

Número de horas trabalhadas 0,00 0,00

Total de acidentes de trabalho 0,00 0,00

Média de acidentes de trabalho por trabalhador 0,00 0,00

Tabela – Análise recursos humanos

4.5.Principais acontecimentos do ano N


5.Atividades desenvolvidas

381
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

N N-1
Resultado das operações
Va ria ç ã o fa c e a o pe río do
M o nta nte Va ria ç ã o e m va lo r M o nta nte
a nte rio r

Volume de negócios 0,00 0,00 0,00

Outros rendimentos e gastos


0,00 0,00 0,00
operacionais
R e s ulta do a nte s de de pre c ia ç õ e s ,
ga s to s de fina nc ia m e nto e im po s to s 0,00 0,00 0,00
(R ADF I)
Gastos/reversões de
0,00 0,00 0,00
depreciação e de amortização
Im pa rida de de inve s tim e nto s
de pre c iá ve is /a m o rtizá ve is 0,00
(pe rda s /re ve rs õ e s )
R e s ulta do o pe ra c io na l a nte s de
ga s to s de fina nc ia m e nto e im po s to s 0,00 0,00 0,00
(R O)

Resultados financeiros 0,00 0,00 0,00

Resultado antes de imposto


0,00 0,00 0,00
(RAI)
Imposto sobre rendimento do
0,00 0,00 0,00
período

Resultado líquido do período 0,00 0,00 0,00

Tabela – Analise resultado por operação

6.Investimentos

(valo res expresso s em euro s)

Período N Período N-1 Período N-2


Política de investimentos
Variação face ao perío do Variação face ao perío do
Montante anterio r
Montante anterio r
Montante

A tivo s fixo s tangíveis

B ens do patrimó nio histó rico , artístico e cultural


Investimentos

P ro priedades de investimento

A tivo s intangíveis

Investimento s financeiro s

0,00 0,00 0,00

A tivo s fixo s tangíveis

B ens do patrimó nio histó rico , artístico e cultural


Desinvestimentos

P ro priedades de investimento

A tivo s intangíveis

Investimento s financeiro s

0,00 0,00 0,00

Tabela – Política de Investimentos

382
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7.Análise da Situação Económica e Financeira


7.1. Análise da Estrutura e do Balanço
O Balanço apresenta a posição do património da Instituição, referente ao encerramento do
período estruturando-se através das massas do Ativo e do Passivo, desenvolvidas cada uma
delas em agrupamentos que representam elementos patrimoniais homogéneos:

• O Ativo reconhece os bens e direitos, assim como os possíveis gastos diferidos;


• O Passivo reconhece as obrigações e os rendimentos diferidos;
• Os Fundos Patrimoniais a diferença entre o Passivo e o Ativo.

A estrutura da Instituição, bem como a sua evolução no período de N, face ao balanço final à
data de 31/12/N, é a que a seguir se apresenta.

Pelos valores apresentados constata-se que o Ativo aumentou/diminuiu cerca de xxx mil euros
neste período, as disponibilidades aumentaram/diminuíram em xxx mil euros e os fundos
próprios aumentaram/diminuíram cerca de xxx mil euros.

Período N Período N-1 Variação


Descrição
Valor % Valor % Valor
Ativo não corrente
Inventário
Contas a receber
Disponibilidades
Diferimentos
Ativo 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
Fundos patrimoniais
Resultado Líquido do período
Fundos Próprios 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00
Contas a Pagar - Não corrente
Contas a Pagar - Corrente
Diferimentos
Passivo 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00

Tabela – Estrutura e Evolução Patrimonial da Instituição

7.1.1.Estrutura dos Ativos

Estrutura de Ativos em N Estrutura de Ativos em N-1

20% 20%
20% 20%

20% 20%

20% 20%
20% 20%

Ativo não corrente Inventários Contas a Receber Ativo não corrente Inventários Contas a Receber
Disponibilidades Diferimentos Disponibilidades Diferimentos
Conforme se pode verificar graficamente, as variações mais significativas, em termos absolutos,
ocorreram na rubrica do [ativo não corrente /inventário /contas a receber /disponibilidades
/diferimentos].

383
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7.1.2.Estrutura dos Fundos Patrimoniais

Estrutura de Fundos Patrimoniais em N

Estrutura de Fundos Patrimoniais em N-1

50% 50%

50% 50%

Património Resultado Líquido do Período

Património Resultado Líquido do Período

À data de 31 de dezembro de N, os Fundos Patrimoniais da Instituição eram de xxx euros. O


Resultado Líquido do Período situa-se nos xxx euros.

7.1.3.Estrutura do Passivo

Estrutura do Passivo em N Estrutura do Passivo em N-1

33% 34%
33% 34%

33% 33%

Contas a Pagar - Não corrente


Contas a Pagar - Não corrente
Contas a Pagar - Corrente
Contas a Pagar - Corrente
Diferimentos
Diferimentos

O Passivo da Instituição resume-se a duas rúbricas: contas a pagar com xxx euros e diferimentos
com xxx euros.

7.2.Demonstração de Resultados por Naturezas


No que respeita à atividade desenvolvida ao longo do ano económico, verificou-se um total de
gastos no montante de xxx euros e de rendimentos no valor de xxx euros. Desta situação
resultou um resultado antes de impostos positivo no montante de xxx euros, que se reflete do
seguinte modo:

384
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Período N Orç amento N Período N-1


Desc riç ão
V alor % V alor % V alor %
Gastos
Custo das mercadorias vendidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Gastos de depreciação e amortização
Perdas por imparidade
Provisões do período
Outros gastos e perdas
Gastos e perdas de financiamento
Total 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0,00%

Rendimentos
Prestações de serviços
Subsídios, doações e legados à exploração
Reversões
Ganhos por aumento justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Juros, dividendos e outros rendimentos

Total 0,00 0,00 0,00


Resultado antes de impostos 0,00 0,00 0,00

Tabela – Demonstração dos Resultados Executado vs. Orçamentado

Uma análise de estrutura permite-nos concluir que, em termos de gastos, o maior peso se
concentra nos [Gastos com Pessoal (xxx%) seguido dos Fornecimentos e Serviços Externos
(xxx%)]. Relativamente aos rendimentos verifica-se que a sua origem está repartida pelas
[Prestações de Serviços (xxx%) e Subsídios à Exploração (xxx%)].

7.2.1.Gastos e Perdas

(valo res em euro s)

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS Período Orçamento Variação % Período Variação %


Gastos e perdas N N N N-1 N / N-1

61 Custo das mercadorias vendidas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


62 Fornecimentos e serviços externos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
63 Gastos com o pessoal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
64 Gastos de depreciação e amortização 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
65 Perdas por imparidade 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
67 Provisões do período 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
68 Outros gastos e perdas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
69 Gastos e perdas de financiamento 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Classe 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Gastos e Perdas (Executado vs. Orçamentado)

O total de gastos e perdas previstos, em sede de orçamento, para o período de N foi de xxx
euros. O realizado foi de xxx euros. Relativamente ao orçamento, regista-se um desvio positivo
de xxx euros.
(va lo re s e m e uro s )

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
GASTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

61 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela 15 – Custo das Mercadorias Vendidas (Executado vs. Orçamentado)

A rubrica de Custos das Mercadorias Vendidas registou um desvio negativo/positivo de xxx


euros. Esta rubrica quando comparada com igual período do ano anterior apresenta uma
variação negativa/positiva de xxx pontos percentuais.

385
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
GASTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

62 FORNECIMENTOS E SERV. EXTERNOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


621 SUBCONTRATOS
622 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6221 TRABALHOS ESPECIALIZADOS
6222 PUBLICIDADE E PROPAGANDA
6223 VIGILANCIA E SEGURANÇA
6224 HONORÁRIOS
6225 COMISSÕES
6226 CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO
6227 SERVIÇOS BANCÁRIOS
623 MATERIAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6231 FERRAM. E UTENS. DESG. RAPIDO
6232 LIVROS E DOC. TÉCNICA/REVISTAS
6233 MATERIAL DE ESCRITÓRIO
6234 ARTIGOS PARA OFERTA
6235 MATERIAL DIDÁTICO
624 ENERGIA E FLUIDOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6241 ELECTRICIDADE
6242 COMBUSTIVEIS
6243 AGUA
6248 OUTROS (Outros fluídos)
625 DESLOCAÇÕES, ESTADAS E TRANSPORTES 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6251 DESLOCAÇÕES E ESTADAS
6252 TRANSPORTES DE PESSOAL
6253 TRANSPORTE DE MERCADORIAS
626 SERVIÇOS DIVERSOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6261 RENDAS E ALUGUERES
6262 COMUNICAÇÃO
6263 SEGUROS
6265 CONTENCIOSO E NOTARIADO
6266 DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO
6267 LIMPEZA, HIGIENE E CONFORTO
6268 OUTROS SERVIÇOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
62681 …
62682 …
62683 …
62689 OUTROS

Tabela – Fornecimentos e Serviços Externos (Executado vs. Orçamentado)

Da análise do quadro anterior, constata-se que a rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos


teve uma variação negativa/positiva de xxx euros face ao orçamentado, justificado em grande
medida pelo … .
Período Orçamento Variação % Período Variação %
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
GASTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

63 GASTOS COM PESSOAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


631 REMUNERAÇÕES ORGÃOS SOCIAIS
632 REMUNERAÇÕES DO PESSOAL
635 ENCARGOS SOBRE REMUNERAÇÕES
636 SEGUROS DE ACIDENTES TRABALHO
637 GASTOS DE ACÇÃO SOCIAL
638 OUTROS GASTOS COM PESSOAL

Tabela – Gastos com pessoal (Executado vs. Orçamentado)

A rubrica de Gastos com o Pessoal registou um total de xxx euros e um desvio negativo/positivo
de xxx euros face ao orçamentado. Este desvio foi originado, em parte pela … .

7.2.2.Rendimentos e ganhos
(valo res em euro s)

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS Período Orçamento Variação % Período Variação %


Rendimentos e ganhos N N N N-1 N / N-1

72 Prestações de serviços 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


75 Subsídios, doações e legados à exploração 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
76 Reversões 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
77 Ganhos por aumentos de justo valor 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
78 Outros rendimentos e ganhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
79 Juros, dividendos e outros rendimentos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Classe 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Rendimentos e Ganhos (Executado vs. Orçamentado)

386
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O total de rendimentos e ganhos previstos, em sede de orçamento, para o período de N foi de


xxx euros. O realizado foi de xxx euros. Relativamente ao orçamento, regista-se um desvio de
negativo/positivo de xxx euros.
(va lo re s e m e uro s )

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
RENDIMENTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

71 VENDAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Vendas e Prestações de Serviços (Executado vs. Orçamentado)

A rubrica de Prestações de Serviços registou um total de xxx euros, ultrapassando/não


ultrapassando em xxx euros o valor orçamentado.
(va lo re s e m e uro s )

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
RENDIMENTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

75 SUBSIDIOS, DOACÇÕES E LEGADOS À EXPLORAÇÃO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Subsídios à Exploração (Executado vs. Orçamentado)

Da análise do quadro anterior, constata-se que a rubrica de Subsídios à Exploração registou um


aumento / uma diminuição face ao valor orçamentado de xxx euros.
(va lo re s e m e uro s )

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
RENDIMENTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

78 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Outros Rendimentos e Ganhos (Executado vs. Orçamentado)

Constata-se que a rubrica de Outros Rendimentos não ultrapassou /ultrapassou o orçamentado


em xxx euros. O diferencial teve origem no … .
(va lo re s e m e uro s )

Período Orçamento Variação % Período Variação %


DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS N N N N-1 N / N-1
RENDIMENTOS
(1) (2) (3) = (1)-(2) (1)/(2 )-10 0 % (4) (5) = (1)-(4) (1)/(4 )-10 0 %

79 JUROS, DIVIDENDOS E OUTROS RENDIMENTOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Tabela – Juros, Dividendos e Outros Rendimentos (Executado vs. Orçamentado)

O total de Juros, Dividendos e Outros Rendimentos, em sede de orçamento, para o período de


N foi de xxx euros. O realizado foi de xxx euros. Relativamente ao orçamento, regista-se um
desvio de negativo/ positivo de xxx euros.

7.3.Indicadores económico-financeiros

O equilíbrio financeiro geral da instituição pode ser observado no quadro seguinte através da
análise dos seguintes valores:

387
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

Balanço funcional N N-1

Ativos não correntes 1 0,00 0,00

Passivos não correntes 2 0,00 0,00

Fundos Patrimoniais 3 0,00 0,00

Fundo de maneio 4 = 2 + 3 -1 0,00 0,00

Caixa e equivalentes de caixa 5 0,00 0,00

Dívida financeira corrente 6 0,00 0,00

Tesouraria líquida 7 =5 - 6 0,00 0,00

Necessidades cíclicas - Restantes ativos correntes 8 0,00 0,00

Recursos cíclicos - Restantes passivos correntes 9 0,00 0,00

Necessidades de fundo de maneio 10 = 8 - 9 0,00 0,00

Tabela – Balanço funcional

As rentabilidades da instituição apresentam os seguintes valores:

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

N N-1

Rentabilidade Fundos Patrimoniais %

Rentabilidade do ativo %

Rentabilidade líq. vendas %

Tabela – Rentabilidade

Relativamente aos meios libertos e ao valor acrescentado bruto os montantes obtidos foram os
seguintes:

388
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

N N-1

Resultado de Exploração 0,00 0,00

Meios Libertos Brutos de Exploração 0,00 0,00

Meios Libertos Brutos de Totais (EBITDA) 0,00 0,00

Meios Libertos Líquidos Totais (Cash-Flow) 0,00 0,00

Valor Acrescentado Bruto 0,00 0,00

Tabela – Valor acrescentado bruto

Face à atividade desenvolvida e aos resultados obtidos, podemos considerar que os indicadores
financeiros são satisfatórios, conforme se pode observar no quadro seguinte:

(v alo re s e xpre s s o s e m e uro s )

N N-1

Autonomia Financeira Percentag em

Liquidez Geral Unid ad e

Liquidez Reduzida Unid ad e

Liquidez Imediata Unid ad e

Solvabilidade Unid ad e

Rácio de Endividamento Percentag em

Tabela – Autonomia financeira

8.FACTOS RELEVANTES OCORRIDOS APÓS O TERMO


DO PERÍODO
Após o encerramento do período, e até à elaboração do presente relatório, não se registaram
quaisquer factos suscetíveis de modificar a situação relevada nas demonstrações financeiras.
[A Entidade tem vindo a acompanhar em permanência a evolução da pandemia através dos órgãos
competentes. Procurando minimizar os possíveis riscos associados à pandemia e, na sequência das
recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do
Governo, a Entidade implementou e implementará planos de contingência com o objetivo de garantir a
segurança dos seus colaboradores e da comunidade em geral. No entanto, face ao atual cenário de elevada
incerteza quanto à evolução da pandemia, não é possível estimar, com razoável grau de confiança, os
eventuais efeitos negativos sobre a atividade e a rentabilidade futuras da Entidade, os quais, a existirem,
é nossa convicção, não colocarão em causa a continuidade das suas operações, mantendo-se apropriado o

389
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

pressuposto da continuidade utilizado na preparação das demonstrações financeiras do período findo em


31 de dezembro de 2020]

9.DATA DE AUTORIZAÇÃO PARA EMISSÃO DAS


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras para o período findo em 31 de dezembro de N foram aprovadas
pela Direção para emissão em __ de março de N+1.

10.INFORMAÇÕES EXIGIDAS POR DIPLOMAS LEGAIS


A Direção informa que a Instituição não apresenta dívidas ao Estado em situação de mora, nos
termos do Decreto-Lei n.º 534/80, de 7 de novembro.
Nos termos do artigo 210.º do Código Contributivo, publicado pela Lei n.º 110/2009, de 16 de
setembro, a Direção informa que a situação da Instituição perante a Segurança Social se encontra
regularizada, dentro dos prazos legalmente estipulados.

11.PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS


A Associação Bem Estar apresentou um resultado líquido do período positivo no montante de
xxx euros (extenso).
A Direção propõe que o resultado líquido do período de N seja mantido … .

390
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte II – Balanço
ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
BALANÇO DE PERÍODO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE N Unidade Monetária: Euros
Datas
RUBRICAS Notas
31.12.N 31.12.N-1
Ativo
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 5.1

Bens do património histórico e cultural 5.2

Propriedades de investimento 5.3

Ativos intangíveis 6

Investimentos financeiros 7

Outros ativos não correntes


Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros
Subtotal - -
Ativo corrente
Inventários 8

Créditos a receber 9

Adiantamentos a fornecedores
Estado e outros Entes Públicos 10

Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros 11

Outros ativos correntes 12

Diferimentos 13

Outros Ativos financeiros


Caixa e depósitos bancários 14

Subtotal - -
Total do ativo - -

FUNDOS PATRIMONIAIS E PASSIVO


Fundos patrimoniais
Fundos 15

Excedentes técnicos 15

Reservas 15

Excedentes de revalorização 15

Resultados transitados 15

Ajustamentos/outras variações nos fundos patrimoniais 15

Resultado Líquido do período


Total dos fundos patrimoniais - -

Passivo
Passivo não corrente
Provisões 16

Provisões específicas
Financiamentos obtidos 17

Outras contas a pagar


Subtotal - -
Passivo corrente
Fornecedores 18

Adiantamentos de clientes
Estado e outros Entes Públicos 10

Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros 11

Financiamentos obtidos 17

Diferimentos 13

Outros passivos correntes 19

Outros passivos financeiros


Subtotal - -
Total do passivo - -
Total dos fundos patrimoniais e do passivo - -
0,00 0,00
BEM ESTAR, 31 de Dezembro de N

O CONTABILISTA CERTIFICADO A DIREÇÃO

391
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte II – Demonstração dos Resultados por Natureza


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE N Unidade Monetária: Euros
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS Notas
N N-1

Vendas e serviços prestados 20 - -


Subsídios, doações e legados à exploração 21 - -
Variação nos inventários da produção - -
Trabalhos para a própria entidade - -
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas 8 - -
Fornecimentos e serviços externos 22 - -
Gastos com o pessoal 23 - -
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) 9 - -
Provisões (aumentos/reduções) 16 - -
Provisões específicas (aumentos/reduções) 16 - -
Aumentos/reduções de justo valor - -
Outros rendimentos e ganhos 24 - -
Outros gastos e perdas 25 - -

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos - -

Gastos/reversões de depreciação e de amortização 5,6 - -

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) - -

Juros e rendimentos similares obtidos 26 - -


Juros e gastos similares suportados 26 - -

Resultados antes de impostos - -

Imposto sobre o rendimento do período 10 - -

Resultado líquido do período - -

392
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte II – Demonstração dos Resultados por Funções


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES
PERÍODO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE N Unidade Monetária: Euros
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS Notas Atividade A Atividade B ………..
N N-1

Vendas e serviços prestados - -


Custo das vendas e dos serviços prestados - -
Resultado bruto - -

Outros rendimentos - -
Gastos de distribuição - -
Gastos administrativos - -
Gastos de investigação e desenvolvimento - -
Outros gastos - -

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) - -

Gastos de financiamento (líquidos) - -

Resultados antes de impostos - -

Imposto sobre o rendimento do período - -

Resultado líquido do período - -

BEM ESTAR, 31 de Dezembro de N

O CONTABILISTA CERTIFICADO A DIREÇÃO

393
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte II – Demonstração das Alterações nos Fundos Patrimoniais


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NOS FUNDOS PATRIMONIAIS NO PERÍODO N-1 Unidade Monetária: Euros

Fundos Patrimoniais atribuídos aos instituidores da entidade-mãe

Ajustamentos/ Interesses Total dos Fundos


DESCRIÇÃO Notas
Excedentes Resultados Excedentes de outras variações Resultado líquido minoritários Patrimoniais
Fundos Reservas Reservas legais Total
Técnicos Transitados revalorização nos fundos do período
patrimoniais

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO N-1 1

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Primeira adopção de novo refrencial contabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Realização dos excedentes de revalorização de ativos fixos
tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis
Ajustamentos por impostos diferidos
Outras alterações reconhecidas nos fundos patrimoniais
2 - - - - - - - - - - -

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 3

RESULTADO EXTENSIVO 4=2+3 - - - -

OPERAÇÕES COM INSTITUIDORES NO PERÍODO


Fundos
Subsídios, doações e legados -
Outras operações

5 - - - - - - - - - - -

POSIÇÃO NO FIM DO ANO N-1 6=1+2+3 - - - - - - - - - - -

BEM ESTAR, 31 de Dezembro de N - - - - -

O CONTABILISTA CERTIFICADO A DIREÇÃO

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NOS FUNDOS PATRIMONIAIS NO PERÍODO N Unidade Monetária: Euros

Fundos Patrimoniais atribuídos aos instituidores da entidade-mãe


Total dos
Ajustamentos/ Interesses
DESCRIÇÃO Notas Fundos
Excedentes Resultados Excedentes de outras variações Resultado líquido minoritários
Fundos
Técnicos
Reservas
Transitados
Reservas legais
revalorização nos fundos do período
Total Patrimoniais
patrimoniais

POSIÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO N 6 - - - - - - - - - - -

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Primeira adopção de novo refrencial contabilístico -
Alterações de políticas contabilísticas
Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Realização dos excedentes de revalorização de ativos fixos
tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis
Ajustamentos por impostos diferidos
Outras alterações reconhecidas nos fundos patrimoniais
7 - - - - - - - - - - -

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 8 - -

RESULTADO EXTENSIVO 9=7+8 - - - -

OPERAÇÕES COM INSTITUIDORES NO PERÍODO


Fundos
Subsídios, doações e legados -
Outras operações

10 - - - - - - - - - - -

POSIÇÃO NO FIM DO ANO N 6+7+8+10 - - - - - - - - - - -

BEM ESTAR, 31 de Dezembro de N - - - - -


A DIREÇÃO
O CONTABILISTA CERTIFICADO

394
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte II – Demonstração dos Fluxos de Caixa


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE N Unidade Monetária: Euros

PERÍODO
RUBRICAS Notas
N N-1

Fluxos de caixa das atividades operacionais - método direto


Recebimentos de clientes e utentes
Pagamentos de subsídios
Pagamentos de apoios
Pagamentos de bolsas
Pagamento a fornecedores
Pagamentos ao pessoal

Caixa gerada pelas operações - -


Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento
Outros recebimentos/pagamentos
Fluxos de caixa das atividades operacionais (1) - -

Fluxos de caixa das atividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Recebimentos provenientes de:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Subsídios ao investimento
Juros e rendimentos similares
Dividendos
Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) - -

Fluxos de caixa da atividade de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos
Realizações de fundos
Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos
Juros e gastos similares
Dividendos
Reduções do fundo
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) - -

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3) - -


Efeito das diferenças de câmbio
Caixa e seus equivalentes no início do período -
Caixa e seus equivalentes no fim do período -

BEM ESTAR, 31 de Dezembro de N

O CONTABILISTA CERTIFICADO A DIREÇÃO

395
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Parte III – Anexo


1. Identificação da Entidade

Designação da entidade
Sede
Natureza da atividade
Designação da entidade-mãe

Sede da entidade-mãe

2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras

2.1. As Demonstrações Financeiras do período de N foram elaboradas no pressuposto da


continuidade das operações a partir dos livros e registos contabilísticos da Entidade e de acordo
com a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para as Entidades do Setor Não Lucrativo
(NCRF-ESNL) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 36-A/2011 de 9 de março e, republicado pelo
Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho. No Anexo II do referido Decreto, refere que o Sistema
de Normalização Contabilística para Entidades do Setor Não Lucrativo é composto por:

• Bases para a Apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF);

• Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF) – Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho;

• Código de Contas (CC) – Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho;

• NCRF-ESNL – Aviso n.º 8259/2015, de 29 de julho; e

• Normas Interpretativas (NI).

2.2. Derrogação das disposições do SNC-ESNL


Não existiram, no decorrer do período a que respeitam estas demonstrações financeiras,
quaisquer casos excecionais que implicassem a derrogação de qualquer disposição prevista pelo
SNC.
Genericamente esta é a situação mais comum, contudo a existirem situações aconselha-se o uso de um
quadro de apoio para suporte da informação, como segue
(valo res expresso s em euro s)

Efeitos das derrogações

Disposições da SNC-ESNL Capital próprio


Total dos
excecionalmente derrogadas e respetivos Outras fundos
Ativo Total dos Passivo
efeitos nas demonstrações financeiras Resultado do Resultados componentes patrimoniais e
fundos
período transitados dos fundos do passivo
patrimoniais
patrimoniais
Disposições derrogadas 0,00 0,00

Período N
Disposições derrogadas 0,00 0,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Disposições derrogadas 0,00 0,00

Período N-1
Disposições derrogadas 0,00 0,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

2.3. Conteúdos não comparáveis com o exercício anterior


Sempre que aplicável deverão ser aqui divulgados os efeitos de situações materialmente relevantes que
coloquem em causa a comparabilidade e tenha sido ocorridas nos períodos em análise.

396
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Sempre que estivermos perante um exercício de início de atividade, essa indicação deve ser relatada neste
ponto.
2.4. Conteúdos não comparáveis com o exercício anterior
É um ponto de divulgação transitória só é usado quando estamos perante as primeiras demonstrações
financeiras de acordo com o NCRF-ESNL. Nestes casos deverá constar aqui uma explicação sobre os
impactos da transição, aconselha-se o uso de um quadro de apoio para suporte da informação, como segue:

(valo res expresso s em euro s)

Reconciliação dos Fundos Patrimoniais


Fundos Patrimoniais POCIPSS/… -
Desreconhecimento de Activos Intangíveis
Outros Ajustamentos
-Desreconhecimentos
-Imparidades
Impostos Diferidos
Total Ajustamentos -
Fundos Patrimoniais SNC-ESNL -

Reconciliação do Resultado
Resultado Líquido POCIPSS/… -
Desreconhecimento de Activos Intangíveis
Outros Ajustamentos
-Desreconhecimentos
-Imparidades
Impostos Diferidos
Total Ajustamentos -
Resultado Líquido SNC-ESNL -

3. Principais políticas contabilísticas

As principais políticas contabilísticas aplicadas pela Entidade na elaboração das Demonstrações


Financeiras foram as seguintes:

3.1. Bases de apresentação


As Demonstrações Financeiras foram preparadas de acordo com as seguintes Bases de
Apresentação das Demonstrações Financeiras (BADF):

3.1.1. Continuidade
Com base na informação disponível e as expetativas futuras, a Instituição continuará a operar
no futuro previsível, assumindo não há a intenção nem a necessidade de liquidar ou de reduzir
consideravelmente o nível das suas operações. Para as Entidades do Setor Não Lucrativo, este
pressuposto não corresponde a um conceito económico ou financeiro, mas sim à manutenção
da atividade de prestação de serviços ou à capacidade de cumprir os seus fins.

3.1.2. Regime do acréscimo ou da periodização económica

397
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Os efeitos das transações e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram
(satisfeitas as definições e os critérios de reconhecimento de acordo com a estrutura conceptual,
independentemente do momento do pagamento ou do recebimento) sendo reconhecidos
contabilisticamente e apresentados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
relacionem. As diferenças entre os montantes recebidos e pagos e os correspondentes
rendimentos e gastos são reconhecidos nas respetivas contas das rubricas “Devedores e
credores por acréscimos” e “Diferimentos”.

3.1.3. Consistência de apresentação


As Demonstrações Financeiras estão consistentes de um período para o outro, quer a nível da
apresentação quer dos movimentos contabilísticos que lhes dão origem, exceto quando ocorrem
alterações significativas na natureza que, nesse caso, estão devidamente identificadas e
justificadas neste Anexo. Desta forma é proporcionada informação fiável e mais relevante para
os utentes.

3.1.4. Materialidade e agregação


A relevância da informação é afetada pela sua natureza e materialidade. A materialidade
dependente da quantificação da omissão ou erro. A informação é material se a sua omissão ou
inexatidão influenciarem as decisões económicas tomadas por parte dos utentes com base nas
demonstrações financeiras. Itens que não são materialmente relevantes para justificarem a sua
apresentação separada nas demonstrações financeiras podem ser materialmente relevantes para
que sejam discriminados nas notas deste Anexo.

3.1.5. Compensação

Devido à importância dos Ativos e Passivos em serem relatados separadamente, assim como os
gastos e os rendimentos, estes não devem ser compensados.

3.1.6. Informação comparativa


A informação comparativa deve ser divulgada, nas Demonstrações Financeiras, com respeito
ao período anterior. Respeitando ao Princípio da Continuidade da Entidade, as políticas
contabilísticas devem ser levadas a efeito de maneira consistente em toda a Entidade e ao longo
de todo o tempo. Procedendo-se a alterações das políticas contabilísticas, as quantias
comparativas afetadas pela reclassificação devem ser divulgadas, tendo em conta:

a) A natureza da reclassificação;
b) A quantia de cada item ou classe de itens que tenha sido reclassificada; e
c) Razão para a reclassificação.

3.2. Políticas de reconhecimento e mensuração


3.2.1. Ativos fixos tangíveis
Com exceção da rubrica “edifícios e outras construções”, Os “Ativos fixos tangíveis”
encontram-se reconhecidos ao custo de aquisição ou de produção, deduzido das depreciações
e das perdas por imparidade acumuladas. O custo de aquisição ou produção inicialmente
reconhecidos, inclui o custo de compra, quaisquer custos diretamente atribuíveis às atividades
necessárias para colocar os Ativos na localização e condição necessárias para operarem da forma
pretendida e, se aplicável, a estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção dos
Ativos e de restauração dos respetivos locais de instalação ou operação dos mesmos que a
Entidade espera vir a incorrer.

398
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A rubrica de “edifícios e outras construções” encontra-se mensurada ao justo valor de acordo


com o modelo de revalorização de ativos, tomando por base o valor patrimonial tributário de
cada um dos imóveis que compõem a rubrica.

Os Ativos que foram atribuídos à Entidade a título gratuito encontram-se mensurados ao seu
justo valor, ao valor pelo qual estão segurados ou ao valor pelo qual figuravam na
contabilidade.

As despesas subsequentes que a Entidade tenha com manutenção e reparação dos Ativos são
reconhecidas como gastos no período em que são incorridas, desde que não sejam suscetíveis
de gerar benefícios económicos futuros adicionais.

As depreciações são calculadas, assim que os bens estão em condições de serem utilizados, pelo
método da linha reta em conformidade com o período de vida útil estimado para cada grupo
de bens.

As taxas de depreciação utilizadas correspondem aos períodos de vida útil estimada que se
encontra na tabela abaixo:

A Entidade revê anualmente a vida útil de cada Ativo, assim como o seu respetivo valor
residual quando este exista.

As mais ou menos valias provenientes da venda de Ativos fixos tangíveis são determinadas
pela diferença entre o valor de realização e a quantia escriturada na data de alienação, que se
encontram espelhadas na Demonstração dos Resultados nas rubricas “Outros rendimentos” ou
“Outros gastos”.

3.2.2. Ativos intangíveis

Os “Ativos intangíveis” encontram-se reconhecidos ao custo de aquisição, deduzido das


amortizações e de eventuais perdas por imparidade acumuladas. São reconhecidos apenas
quando for provável que deles advenham benefícios económicos futuros para a Entidade e que
os mesmos possam ser mensurados com fiabilidade.

As amortizações são calculadas, assim que os Ativos estejam em condições de serem utilizados,
pelo método da linha reta em conformidade com o período de vida útil estimado para cada
grupo de bens.

Os ativos intangíveis são amortizados a partir do momento em que os ativos subjacentes estejam
concluídos ou em estado de uso, pelo método da linha reta, o qual corresponde a 3 anos.

O valor residual de um “Ativo intangível” com vida útil finita deve ser assumido como sendo
zero, exceto se: (i) Houver um compromisso de um terceiro de comprar o Ativo no final da sua
vida útil, ou (ii) Houver um mercado ativo para este Ativo, e (ii) Seja provável que tal mercado
exista no final da sua vida útil.

3.2.3. Inventários

399
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Os “Inventários” estão reconhecidos ao menor de entre o custo de aquisição e o valor realizável


líquido. O valor realizável líquido representa o preço de venda estimado deduzido de todos os
custos estimados necessários para concluir os inventários e proceder à sua venda. Sempre que
o valor de custo é superior ao valor realizável líquido, a diferença é reconhecida como uma
perda por imparidade.

A Entidade adota como método de custeio dos inventários o custo médio ponderado. Os
Inventários que não sejam geralmente intermutáveis devem ser atribuídos custos individuais
através do uso de identificação específica.

Os Inventários que a Entidade detém que se destinam a contribuir para o desenvolvimento das
atividades presentes e futuras ou os serviços que lhes estão associados não estão diretamente
relacionados com a capacidade de para ela gerar fluxos de caixa, estão mensurados pelo custo
histórico ou custo corrente, o mais baixo dos dois.

3.2.4. Clientes e outros ativos correntes

Os “Clientes” e as “Outros ativos correntes” encontram-se reconhecidos pelo seu custo estando
deduzidas no Balanço das Perdas por Imparidade, quando estas se encontram reconhecidas,
para assim retratar o valor realizável líquido.

As “Perdas por imparidade” são reconhecidas na sequência de eventos ocorridos que apontem
de forma objetiva e quantificável, através de informação recolhida, que o saldo em dívida não
será recebido (total ou parcialmente). Estas correspondem à diferença entre o montante a
receber e respetivo valor atual dos fluxos de caixa futuros estimados, descontados à taxa de juro
efetiva inicial, que será nula quando se perspetiva um recebimento num prazo inferior a um
ano.

Estas rubricas são apresentadas no Balanço como ativo corrente, no entanto nas situações em
que a sua maturidade é superior a doze meses da data de Balanço, são exibidas como ativos não
correntes.

3.2.5. Caixa e depósitos bancários

A rubrica “Caixa e depósitos bancários” incluí caixa e depósitos bancários de curto prazo que
possam ser imediatamente mobilizáveis sem risco significativo de flutuações de valor.

3.2.6. Fornecedores e outros passivos correntes


As dívidas registadas em “Fornecedores” e “Outras contas a pagar” são reconhecidos pelo seu
valor nominal que é substancialmente idêntico ao seu justo valor.

3.2.7. Fundos patrimoniais


A rubrica “Fundos” constitui o interesse residual nos Ativos após dedução dos Passivos.

Os “Fundos patrimoniais” são compostos por: (i) fundos atribuídos pelos fundadores da
Entidade ou terceiros; (ii) fundos acumulados e outros excedentes; (iii) subsídios, doações e
legados que o governo ou outro instituidor ou a norma legal aplicável a cada entidade
estabeleçam que sejam de incorporar no mesmo.

3.2.8 Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes

A Entidade analisa de forma periódica eventuais obrigações que resultam de eventos passados
e que devam ser objeto de reconhecimento ou divulgação. A subjetividade inerente à
determinação da probabilidade e montante de recursos internos necessários para o pagamento
das obrigações poderá conduzir a ajustamentos significativos, quer por variação dos

400
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

pressupostos utilizados, quer pelo futuro reconhecimento de provisões anteriormente


divulgadas como passivos contingentes.
Os passivos contingentes não são reconhecidos no balanço, sendo os mesmos divulgados no
anexo, a não ser que a possibilidade de uma saída de fundos afetando benefícios económicos
futuros seja remota.

Os ativos contingentes são possíveis ativos que surgem de eventos passados e cuja existência só
se confirmará caso ocorra, ou não, um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o
controlo da entidade. Se for provável que permita atividades presentes e futuras, a entidade não
reconhece esse ativo contingente nas suas demonstrações financeiras, mas promove a sua
divulgação.

3.2.9. Estado e outros entes públicos


O imposto sobre o rendimento do período corresponde ao imposto a pagar. Este, incluí as
tributações autónomas.

Nos termos do n.º 1 do art.º 10.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Coletivas (CIRC) estão isentos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC):

a) “As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa;

b) As instituições particulares de solidariedade social e Entidades anexas, bem como as pessoas


coletivas àquelas legalmente equiparadas;

c) As pessoas coletivas de mera utilidade pública que prossigam, exclusiva ou


predominantemente, fins científicos ou culturais, de caridade, assistência, beneficência,
solidariedade social ou defesa do meio ambiente.”

No entanto o n.º 3 do referido artigo menciona que:

“A isenção prevista no n.º 1 não abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício


das atividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários,
bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem depositados, nos termos
da legislação em vigor, e é condicionada à observância continuada dos seguintes requisitos:

a) Exercício efetivo, a título exclusivo ou predominante, de atividades dirigidas à


prossecução dos fins que justificaram o despectivo reconhecimento da qualidade de
utilidade pública ou dos fins que justificaram a isenção consoante se trate,
respetivamente, de Entidades previstas nas alíneas a) e b) ou na alínea c) do n.º 1;

b) Afetação aos fins referidos na alínea anterior de, pelo menos, 50% do rendimento
global líquido que seria sujeito a tributação nos termos gerais, até ao fim do 4.º período
de tributação posterior àquele em que tenha sido obtido, salvo em caso de justo
impedimento no cumprimento do prazo de afetação, notificado ao diretor-geral dos
impostos, acompanhado da respetiva fundamentação escrita, até ao último dia útil do
1.º mês subsequente ao termo do referido prazo;

c) Inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos membros dos órgãos


estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das
atividades económicas por elas prosseguidas.”

Assim, os rendimentos previstos no n.º 3 do art.º 10 encontram-se sujeitos a IRC à taxa de 21%
sobre a matéria coletável nos termos do n.º 5 do art.º 87 do CIRC. Acresce ao valor da coleta de

401
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

IRC apurado, a tributação autónoma sobre os encargos e às taxas previstas no artigo 88º do
CIRC.

As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correção, de acordo com a legislação em vigor,
durante um período de quatro anos (cinco anos para a Segurança Social), exceto quando estejam
em curso inspeções, reclamações ou impugnações. Nestes casos, e dependendo das
circunstâncias, os prazos são alargados ou suspensos. Ou seja, as declarações fiscais da Entidade
dos anos de N-3 a N ainda poderão estar sujeitas a revisão.

3.2.10. Benefícios dos empregados

Os benefícios de curto prazo dos empregados incluem salários, retribuições eventuais por
trabalho extraordinário, subsídio de alimentação, subsídio de férias e de Natal e quaisquer
outras retribuições adicionais decididas pontualmente pela Direção. Para além disso, são ainda
incluídas as contribuições para a Segurança Social de acordo com a incidência contributiva
decorrente da legislação aplicável, as faltas autorizadas e remuneradas.

As obrigações decorrentes dos benefícios de curto prazo são reconhecidas como gastos no
período em que são prestados, numa base não descontada, por contrapartida do
reconhecimento de um passivo que se extingue com o pagamento respetivo.

De acordo com a legislação laboral aplicável, o direito a férias e subsídio de férias relativo ao
período, por este coincidir com o ano civil, vence-se em 31 de dezembro de cada ano, sendo
somente pago durante o período seguinte, pelo que os gastos correspondentes se encontram
reconhecidos como benefícios de curto prazo e tratados de acordo com o anteriormente referido.

Os benefícios decorrentes da cessação de emprego, quer por decisão unilateral da Entidade,


quer por mútuo acordo, são reconhecidos como gastos no período em que ocorreram.

3.2.11. Subsídios e outros apoios de entidades públicas


Os subsídios e outros apoios de entidades públicas são reconhecidos ao seu justo valor, quando
existe uma garantia suficiente de que o subsídio venha a ser recebido e de que a Cáritas cumpre
todas as condições para o receber.

Os subsídios ao investimento atribuídos a fundo perdido estão reconhecidos em balanço numa


rubrica “Fundos Patrimoniais” e são imputados à demonstração dos resultados de cada
período, proporcionalmente às depreciações dos ativos subsidiados.

Os subsídios à exploração destinam-se à cobertura de gastos, incorridos e registados, sendo os


mesmos reconhecidos em resultados à medida que os gastos são incorridos,
independentemente do momento de recebimento do subsídio.

3.2.12. Fluxos de caixa


A demonstração dos fluxos de caixa é preparada através do método direto. A Entidade classifica
na rubrica “Caixa e seus equivalentes” os montantes de caixa e depósitos ordem.

A demonstração dos fluxos de caixa encontra-se classificada em atividades operacionais, de


financiamento e de investimento. As atividades operacionais englobam os recebimentos de
clientes, pagamentos a fornecedores, pagamentos ao pessoal e outros relacionados com a
atividade operacional. Os fluxos de caixa abrangidos nas atividades de investimento incluem,
nomeadamente, pagamentos e recebimentos decorrentes da compra e venda de ativos.

Os fluxos de caixa abrangidos nas atividades de financiamento incluem, nomeadamente, os


pagamentos e recebimentos referentes a financiamentos obtidos.

402
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.2.13. Julgamentos e estimativas


Na preparação das demonstrações financeiras, a entidade adotou certos pressupostos e
estimativas que afetam os ativos e passivos, rendimentos e gastos apresentados. Todas as
estimativas e assunções efetuadas pela Direção foram efetuadas com base no seu melhor
conhecimento existente, à data de aprovação das demonstrações financeiras, dos eventos e
transações em curso.

As estimativas contabilísticas mais significativas refletidas nas demonstrações financeiras


incluem, nomeadamente, análises de imparidade nas contas a receber.

As estimativas foram determinadas com base na melhor informação disponível à data da


preparação das demonstrações financeiras e com base no melhor conhecimento e na experiência
de eventos passados e/ou correntes. No entanto, poderão ocorrer situações em períodos
subsequentes que, não sendo previsíveis à data, não foram consideradas nessas estimativas. As
alterações a essas estimativas, que ocorram posteriormente à data das demonstrações
financeiras, serão corrigidas na demonstração de resultados de forma prospetiva.

3.2.14. Eventos subsequentes

Os eventos ocorridos após a data de Balanço que proporcionem informação adicional sobre
condições que existam à data do Balanço são refletidos nas Demonstrações Financeiras. Os
eventos após a data do Balanço que proporcionem informação sobre condições que ocorram
após a data do Balanço, se materiais, são divulgados no Anexo.
[Os eventos ocorridos após a data do balanço que proporcionem provas ou informações adicionais sobre
condições que existiam à data do balanço são refletidos nas demonstrações financeiras da empresa. Os
eventos após a data do balanço que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do balanço,
quando materiais, são divulgados no anexo. O surto do Covid-19 foi classificado como Pandemia pela
Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020 e alastrou também ao nosso País onde foi
declarado o Estado de Emergência em 18 de março de 2020. Uma vez que este surto tem impacto social e
económico muito significativo, gerando um elevado grau de incerteza para as entidades, as implicações no
relato financeiro podem também ser muito significativas, com efeitos que dependem da realidade de cada
entidade. Contudo, não é possível ainda proceder a qualquer estimativa sobre o efeito financeiro que este
acontecimento irá ter.]

3.3. Principais pressupostos relativos ao futuro


As demonstrações financeiras anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade das
operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Entidade, mantidos de acordo com os
princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal.
Os eventos ocorridos após a data do balanço que afetem o valor dos ativos e passivos existentes
à data do balanço são considerados na preparação das demonstrações financeiras do período.
Esses eventos, se significativos, são divulgados no presente anexo.
3.4. Principais fontes de incerteza
As estimativas de valores futuros que foram reconhecidos nas demonstrações financeiras
refletem a evolução previsível da Entidade no quadro do seu plano estratégico e as informações
disponíveis face a acontecimentos passados e situações equivalentes de outras entidades do
setor, não sendo previsível qualquer alteração significativa deste enquadramento a curto prazo
que possa pôr em causa a validade dessas estimativas ou implicar um risco significativo de
ajustamentos materialmente relevantes nas quantias escrituradas dos ativos e passivos no
próximo período.

403
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros

Não se verificaram quaisquer efeitos resultantes de alteração voluntária em políticas


contabilísticas.
(valo res expresso s em euro s)

Efeitos nos períodos anteriores Efeitos no período corrente


Efeitos nas diferentes componentes dos fundos patrimoniais resultantes
das alterações

Fundos Resultado do Fundos Resultado do


Ativo Passivo Ativo Passivo
patrimoniais período N-1 patrimoniais período
«exercício de o rigem» «descrição »

Alteração voluntária em … …
políticas contabilísticas … …

«exercício de o rigem» «descrição »


Alterações em … …
estimativas
… …
contabilísticas

«exercício de o rigem» «descrição »


Correção de erros … …
materiais de períodos
… …
anteriores

Totais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

5. Ativos fixos tangíveis

A quantia escriturada bruta, as depreciações acumuladas, a reconciliação da quantia escriturada


no início e no fim dos períodos indicados, mostrando as adições, os abates e alienações, as
depreciações e outras alterações, foram desenvolvidas de acordo com o seguinte quadro:

5.1. Outros Ativos Fixos Tangíveis

Saldo em Aquisições Saldo em


Abates Transferências
01-Jan-N / Dotações 31-Dez-N

Custo
Terrenos e recursos naturais - - - - -
Edifícios e outras construções - - - - -
Equipamento básico - - - - -
Equipamento de transporte - - - - -
Equipamento administrativo - - - - -
Outros Ativos fixos tangíveis - - - - -
Ativos Fixos tangíveis em curso - - - - -
Total (A) - - - - -
Depreciações acumuladas
Edifícios e outras construções - - - - -
Equipamento básico - - - - -
Equipamento de transporte - - - - -
Equipamento administrativo - - - - -
Outros Ativos fixos tangíveis - - - - -
Total (B) - - - - -
Quantia Escriturada (A-B) - - - - -

404
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Saldo em Aquisições Saldo em


Abates Transferências
01-Jan-N-1 / Dotações 31-Dez-N-1
Custo
Terrenos e recursos naturais - - - - -
Edifícios e outras construções - - - - -
Equipamento básico - - - - -
Equipamento de transporte - - - - -
Equipamento administrativo - - - - -
Outros Ativos fixos tangíveis - - - - -
Ativos Fixos tangíveis em curso - - - - -
Total (A) - - - - -
Depreciações acumuladas
Edifícios e outras construções - - - - -
Equipamento básico - - - - -
Equipamento de transporte - - - - -
Equipamento administrativo - - - - -
Outros Ativos fixos tangíveis - - - - -
Total (B) - - - - -
Quantia Escriturada (A-B) - - - - -

5.2. Bens do património histórico, artístico e cultural


Saldo em Aquisições Saldo em
Abates Transferências Revalorizações
01-Jan-N / Dotações 31-Dez-N
Custo
Bens imóveis - - - - - -
Arquivos - - - - - -
Bibliotecas - - - - - -
Museus - - - - - -
Bens móveis - - - - - -
… - - - - - -
Total - - - - - -

Saldo em Aquisições Saldo em


Abates Transferências Revalorizações
01-Jan-N-1 / Dotações 31-Dez-N-1
Custo
Bens imóveis - - - - - -
Arquivos - - - - - -
Bibliotecas - - - - - -
Museus - - - - - -
Bens móveis - - - - - -
… - - - - - -
Total - - - - - -

5.3. Propriedades de Investimento


Saldo em Variação do Saldo em
Aquisições Alienações Transferências
01-Jan-N Justo Valor 31-Dez-N
Custo
Propriedade investimento - - - - - -
… - - - - - -
Depreciações acumuladas
Propriedade investimento - - - - - -
… - - - - - -
Total - - - - - -

Saldo em Variação do Saldo em


Aquisições Alienações Transferências
01-Jan-N-1 Justo Valor 31-Dez-N-1
Custo
Propriedade investimento - - - - - -
… - - - - - -
Depreciações acumuladas
Propriedade investimento - - - - - -
… - - - - - -
Total - - - - - -

405
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

6. Ativos intangíveis

A quantia escriturada bruta, as amortizações acumuladas, a reconciliação da quantia


escriturada no início e no fim dos períodos indicados, mostrando as adições, os abates e
alienações, as amortizações e outras alterações, foram desenvolvidas de acordo com o seguinte
quadro:

Saldo em Aquisições Saldo em


01-Jan-N / Dotações 31-Dez-N
Custo
Goodwill - - -
Projectos de Desenvolvimento - - -
Programas de Computador - - -
Propriedade Industrial - - -
… - - -
Outros Ativos intangíveis - - -
Total (A) - - -
Amortizações acumuladas
Projectos de Desenvolvimento - - -
Programas de Computador - - -
Propriedade Industrial - - -
… - - -
Outros Ativos intangíveis - - -
Total (B) - - -
Quantia Escriturada (A-B) - - -

Saldo em Aquisições Saldo em


01-01-N-1 / Dotações 31-12-N-1
Custo
Goodwill - - -
Projectos de Desenvolvimento - - -
Programas de Computador - - -
Propriedade Industrial - - -
… - - -
Outros Ativos intangíveis - - -
Total (A) - - -
Amortizações acumuladas
Projectos de Desenvolvimento - - -
Programas de Computador - - -
Propriedade Industrial - - -
… - - -
Outros Ativos intangíveis - - -
Total (B) - - -
Quantia Escriturada (A-B) - - -

7. Investimentos Financeiros

406
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Em 31 de dezembro de N e de N-1 a rubrica “Investimentos Financeiros” apresentava os


seguintes valores:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Investimentos em subsidiárias - -
Método de Equivalência Patrimonial - -
Outros Métodos - -
Investimentos em associadas - -
Método de Equivalência Patrimonial - -
Outros Métodos - -
Investimentos em entidades conjuntamente
- -
controladas
Método de Equivalência Patrimonial - -
Outros Métodos - -
Investimentos noutras empresas - -
Método de Equivalência Patrimonial - -
Outros Investimentos Financeiros - -
- Fundo de compensação do Trabalho - -
- Fundo de reestruturação do setor solidário - -
Perdas por Imparidade Acumuladas
Total - -

Perdas por reduções de justo valor - -


Ganhos por aumento de justo valor - -

Nos termos da Lei n.º 70/2013, de 30 de agosto, e da Portaria n.º 294-A/2013, de 30 de setembro,
a Entidade é obrigada a efetuar entregas de 1% sobre as remunerações base e diuturnidades dos
trabalhadores contratados após 1 de outubro de 2013. Estas contribuições constituem uma
poupança a que se encontram vinculadas, com vista ao pagamento de até 50% do valor da
compensação a que os trabalhadores abrangidos pelo novo regime venham a ter direito na
sequência da cessação do contrato de trabalho.

O Decreto-Lei n.º 165-A/2013, de 23 de dezembro, cria o Fundo de Reestruturação do Sector


Solidário (FRSS), o qual se destina a apoiar a reestruturação e a sustentabilidade económica e
financeira das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e equiparadas, permitindo
a manutenção do regular funcionamento e desenvolvimento das respostas e serviços sociais que
estas entidades prestam. A Portaria n.º 31/2016, de 5 de fevereiro, veio estabelecer o seu
funcionamento operacional, estabeleceu ainda a respetiva política de investimento, os critérios
de acesso, os termos e as condições de concessão dos apoios financeiros a atribuir no âmbito do
FRSS.

8. Inventários

Em 31 de dezembro de N e de N-1 a rubrica “Inventários” apresentava os seguintes valores:

407
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Inventário em Reclassificações e Inventário em Reclassificações e Inventário em


Descrição Compras Compras
01-Jan-N-1 regularizações 31-Dez-N-1 regularizações 31-Dez-N

Mercadorias - - - - - - -
Matérias-primas, subsidiárias e de consumo - - - - - -
Produtos Acabados e intermédios - - - - - - -
Produtos e trabalhos em curso - - - - - - -
Total - - - - - - -

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - -


Variações nos inventários da produção - -

9. Créditos a receber

Para os períodos findos em 31 de dezembro de N e de N-1 a rubrica “Créditos a receber”


encontra-se desagregada da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Clientes e Utentes c/c - -
Clientes - -
Utentes - -
Clientes e Utentes títulos a receber - -
Clientes - -
Utentes
Clientes e Utentes factoring - -
Clientes - -
Utentes - -
Clientes e Utentes cobrança duvidosa - -
Clientes - -
Utentes - -
Clientes e Utentes Perdas por Imparidade - -
Clientes
Utentes - -
Total - -

Nos períodos de N e N-1 foram reconhecidas as seguintes “Perdas por Imparidade”:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Clientes - -
Utentes - -
Total - -

Nos períodos de N e N-1 foram reconhecidas as seguintes “Reversões”:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Clientes - -
Utentes - -
Total - -

10. Estado e Outros Entes Públicos

A rubrica de “Estado e Outros Entes Públicos” encontra-se dividida da seguinte forma:

408
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Ativo
Imposto sobre o Valor Acrescentado
- -
(IVA)
Total - -
Passivo
Imposto sobre o Rendimentos das
- -
Pessoas Coletivas (IRC)
Imposto sobre o Rendimentos das
- -
Pessoas Singulares (IRS)
Imposto sobre o Valor Acrescentado
- -
(IVA)
Segurança Social - -
Fundos de Compensação - -
Total - -

A estimativa de imposto decompõe-se da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


IRC Liquidado - -
Tributação Autónoma - -
Total - -

11. Fundadores/beneméritos/patrocionadores/doadores/associados/membros

Para os períodos findos em 31 de dezembro de N e de N-1 a rubrica encontra-se desagregada


da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Ativo Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente
… - -
… - -
… - -
Perdas por imparidade - -
Total - -
Passivo Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente
… - -
… - -
… - -
Total - -

12. Outros ativos correntes

A rubrica “Outros ativos correntes” apresenta em 31 de dezembro de N e N-1, a seguinte


decomposição:

409
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente
Adiantamentos ao pessoal - - - -
Adiantamentos a Fornecedores - - - -
Devedores por acréscimos de rendimentos - - - -
Juros bancários - - - -
Outros (projetos, mensalidades) - - - -
Outros Devedores - - - -
Subsidios a Receber - - - -
Outros - - - -
Perdas por Imparidade - - - -
Total - - - -

13. Diferimentos

Em 31 de dezembro de N e N-1, a rubrica “Diferimentos” apresenta os seguintes saldos:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Ativo - Gastos a reconhecer
Seguros

Outros
Total - -
Passivo - Rendimentos a reconhecer
Subsidios e apoios

Outros
Total - -

14. Caixa e depósitos bancários

A rubrica de “Caixa e depósitos bancários”, a 31 de dezembro de N e 2016, encontra-se


desagregada da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Caixa - -
Depósitos à ordem - -
Depósitos a prazo - -
Outros - -
Total - -

15. Fundos patrimoniais

Nos “Fundos patrimoniais” ocorreram as seguintes variações:

410
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Saldo em Saldo em
Descrição Aumentos Diminuições
01-Jan-N 31-Dez-N
Fundos - - - -
Excedentes técnicos - - - -
Reservas - - - -
Resultados transitados - - -
Excedentes de revalorização - - - -
Outras variações nos fundos patrimoniais - - - -
Total - - - -

Saldo em Saldo em
Descrição Aumentos Diminuições
01-Jan-N-1 31-Dez-N-1
Fundos - - - -
Excedentes técnicos - - - -
Reservas - - - -
Resultados transitados - - -
Excedentes de revalorização - - - -
Outras variações nos fundos patrimoniais - - - -
Total - - - -

Na rubrica Resultados Transitados foi considerado o resultado líquido do período findo em N-


1.

16. Provisões

Em 31 de dezembro de N e 31 de dezembro de N-1 a entidade apresenta os seguintes valores


relativos a “Provisões”:

Saldo em Saldo em
Descrição Aumentos Diminuições
31-Dez-N-1 31-Dez-N
Impostos - - - -
Garantias a clientes - - - -
Processos judiciais em curso - - - -
Acidentes de trabalho e doenças profissionais - - - -
Matérias ambientais - - - -
Contratos onerosos - - - -
Reestruturação - - - -
Outras provisões - - - -
Total - - - -

Provisões específicas do sector - - - -

17. Financiamentos obtidos

Em 31 de dezembro de N e 31 de dezembro de N-1 a entidade apresenta os seguintes valores


relativos a “Financiamentos obtidos”:

411
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

31.12.N 31.12.N-1
Descrição
Corrente Não Corrente Total Corrente Não Corrente Total
Empréstimos Bancários - - - - - -
Locações Financeiras - - - - - -
Contas caucionadas - - - - - -
Contas Bancárias de Factoring - - - - - -
Contas bancárias de letras descontadas - - - - - -
Descobertos Bancários Contratados - - - - - -
Outros Empréstimos - - - - - -
Total - - - - - -

18. Fornecedores

O saldo da rubrica de “Fornecedores” encontra-se discriminado da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Fornecedores c/c - -
Fornecedores títulos a pagar - -
Fornecedores facturas em recepção e
- -
conferência
Total - -

19. Outros passivos correntes

A rubrica “Outros passivos correntes” desdobra-se da seguinte forma:

Descrição 31.12.N 31.12.N-1


Não Corrente Corrente Não Corrente Corrente
Pessoal - - - -
Remunerações a pagar - - - -
Cauções - - - -
Outras operações - - - -
Perdas por Imparidade acumuladas - - - -
Fornecedores de Investimentos - - - -
Credores por acréscimos de gastos - - - -
Remunerações a liquidar - - - -
Outros acréscimos - - - -
Outros credores - - - -
Fundos - - - -
Outros acréscimos - - - -
Clientes e utentes - - - -
Total - - - -

20. Vendas e serviços prestados

Para os períodos de N e N-1 foram reconhecidos os seguintes valores relativos a “Vendas e


Serviços Prestados”:

412
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Descrição N N-1
Vendas - -
Prestação de Serviços - -
Mensalidades - -
… - -
Outros - -
Total - -

21. Subsídios, doações e legados à exploração

Nos períodos de N e N-1, a Entidade detinha os seguintes saldos nas rubricas de “Subsídios,
doações e legados à exploração”:

Descrição N N-1
Segurança Social - -
Infância e Juventude - -
Terceira Idade - -
… - -
Outros Organismos Setor Público - -
Autarquias - -
… - -
Outras Entidades - -
Total - -

22. Fornecimentos e Serviços Externos

A repartição dos “Fornecimentos e Serviços Externos” nos períodos de N e de N-1, foi a


seguinte:

Descrição N N-1
Subcontratos - -
Fornecimentos e Serviços - -
Materiais - -
Energia e fluidos - -
Deslocações, estadas e transportes - -
Serviços diversos - -
Rendas e alugueres - -
Comunicação - -
Seguros - -
Contencioso e notariado - -
Limpeza, higiene e conforto - -
… - -
Outros serviços - -
Total - -

413
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

23. Gastos com o pessoal

O número médio de funcionários ao serviço da Instituição em N foi de xxx, em N-1 foi de xxx.
Os gastos que a Instituição incorreu com os funcionários foram os seguintes:

Descrição N N-1
Remunerações aos Órgãos Sociais - -
Remunerações ao Pessoal - -
Indemnizações - -
Encargos sobre as Remunerações - -
Seguros de Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais - -
Gastos de Ação Social - -
Outros Gastos com o Pessoal - -
Total - -

24. Outros rendimentos

A rubrica de “Outros rendimentos” encontra-se dividida da seguinte forma:

Descrição N N-1
Rendimentos Suplementares - -
Descontos de pronto pagamento obtidos - -
Recuperação de dívidas a receber - -
Ganhos em inventários - -
Rendimentos e ganhos em subsidiárias, associadas e
- -
empreendimentos conjuntos
Rendimentos e ganhos nos restantes activos financeiros - -
Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros - -
Outros rendimentos e ganhos - -
Correções relativas a períodos anteriores - -
Excesso de estimativa de im postos - -
Imputação de Subsídios para investimento - -
Ganhos em Outros Instrumentos Financeiros - -
Restituição de impostos - -
Donativos / Patrocinios - -
Outros não especificados - -
Total - -

25. Outros gastos

A rubrica de “Outros gastos ” encontra-se dividida da seguinte forma:

414
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Descrição N N-1
Impostos - -
Descontos de pronto pagamento concedidos - -
Divídas incobráveis - -
Perdas em inventários - -
Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e
- -
empreendimentos conjuntos
Gastos e perdas nos restantes activos financeiros - -
Gastos e perdas investimentos não financeiros - -
Correções relativas a períodos anteriores - -
Outros Gastos e Perdas - -
Total - -

26. Resultados financeiros

Nos períodos de N e N-1 foram reconhecidos os seguintes gastos e rendimentos relacionados


com juros e similares:

Descrição N N-1
Juros e gastos similares suportados
Juros suportados - -
Diferenças de câmbio desfavoráveis - -
Outros gastos e perdas de financiamento - -
Total - -
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros obtidos - -
Dividendos obtidos - -
Outros rendimentos similares - -
Total - -
Resultados financeiros - -

27. Divulgações exigidas por outros diplomas legais

A Entidade não apresenta dívidas ao Estado em situação de mora, nos termos do Decreto-Lei
n.º 534/80, de 7 de novembro.

Nos termos do artigo 210.º do Código Contributivo, publicado pela Lei n.º 110/2009, de 16 de
setembro, a Direção informa que a situação da Entidade perante a Segurança Social se encontra
regularizada, dentro dos prazos legalmente estipulados.

Os honorários faturados pelo Revisor Oficial de Contas, no período de N, foram de xxx€ (IVA
incluído) referentes exclusivamente a revisão legal das contas.

As demonstrações financeiras para o período findo em 31 de dezembro de N foram aprovadas


pela Direção para emissão em xx de março de N.

28. Acontecimentos após data de Balanço

415
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Após o encerramento do período, e até à elaboração do presente anexo, não se registaram


quaisquer factos suscetíveis de modificar a situação relevada nas contas.

Bem Estar, xx de xxx de N+1

O Contabilista Certificado A Direção

(CC N.º xxx)

416
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 23 – Deliberação 057/12 (Apresentação de contas anuais das IPSS)

417
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

418
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

419
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

420
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 24 – Compromisso de Cooperação para o Sector Social e Solidário

421
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

422
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Anexo 25 – Plano de Ação e Orçamento (modelo ESNL em NCRF-SNL)

NOTA INTRODUTÓRIA

Tendo como objetivo fornecer a todos os parceiros informação fidedigna sobre a atividade
futura da Associação Bem Estar, dando cumprimento ao previsto no artigo xx dos estatutos vem
a Direção apresentar o orçamento de receitas e despesas e o plano de atividades para o ano de
N+1.

O Plano de Ação e Orçamento são instrumentos estruturais que se complementam para uma
gestão eficiente. A elaboração deste documento, que reúne ambos os instrumentos, tem também
o propósito de reflexão e planeamento da atividade futura, servindo de orientação durante a
execução e referencial para a avaliação intermédia e final no que respeita à execução das
atividades e ações de gestão. É também um COMPROMISSO, quando tornado público quando
aprovado e divulgado, que apresenta os objetivos e a estratégia que a Instituição se propõe
desenvolver durante o ano. Serve ainda o propósito da transparência da ação e da utilização
dos meios e recursos confiados à Associação Bem Estar.

Este Plano foi pensado para concretizar a MISSÃO e os VALORES da Instituição, cuja
concretização depende de todos os Colaboradores, mas também do contributo dos utentes e
famílias, do envolvimento das comunidades e dos parceiros, alicerçados nos princípios da
justiça, do bem comum, da entreajuda, da solidariedade e da subsidiariedade, do
desenvolvimento integral da pessoa, no respeito pelo Ser Humano e da caridade.

Um plano de atividades, não é mais do que a corporização de intenções de realização fundadas,


em perspetivas legítimas, e que, emanem do concreto desejo de levar por diante uma expressiva
e consolidada forma de ação. No entanto, para que se estabeleça uma relação rigorosa entre o
que se pretende e o que é possível realizar, necessário se torna existirem a nível interno
elementos de gestão e de perspetiva económica e financeira que possibilitem a elaboração de
tais documentos com uma base fiável mínima.

Para a elaboração do presente documento, optou-se por trabalhar os valores orçamentados em


três vertentes:

(i) nos casos em que com objetividade, se pôde determinar o montante a orçamentar -
como é o caso das despesas com o pessoal - trabalhou-se com recurso a uma
orçamentação de base zero –;
(ii) noutras situações com base na média dos gastos e rendimentos atualizados a março,
mas sempre com comparação aos valores apresentados nos dois últimos anos, e
(iii) noutras situações com base em cálculos de gastos e receitas perspetivados de
acordo com critérios de valorimetria adequados, tendo sempre como princípio,
uma prudente e sensata análise da situação.

423
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

MENSAGEM DA DIREÇÃO

A Direção da Associação Bem Estar, nos termos do Estatutos e da legislação aplicável, aprova o
presente Plano de Ação e Orçamento para o ano de N+1, baseado nas linhas orientadoras do
documento “Plano Estratégico do Biénio/Triénio xxx”.

O ano de N+1 será um período … .

A Direção da Associação Bem Estar agradece aos utentes e suas famílias a preferência
manifestada pelos nossos serviços. Congratula-se pelo apoio e boa cooperação existente com
instituições parceiras e empresas, estando igualmente grata por merecer a confiança dos
beneméritos e das comunidades que depositam na Instituição.

Bem Estar, xx de novembro de N.

(Presidente)

(Secretário)

(Tesoureiro)

(Vogal)

(Vogal)

424
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

PARECER DO CONSELHO FISCAL

Nos termos estatutários, o Conselho Fiscal da Associação Bem Estar procedeu à


análise e verificação da documentação apresentada pela Direção, relativa ao
Plano de Ação e Orçamento para o ano de N+1.
A Direção apresentou os esclarecimentos tidos como necessário à boa
compreensão das atividades e do orçamento propostos, permitindo o exercício
pleno das competências deste Órgão.

Os Conselheiros concluíram que os pressupostos que sustentam a informação


apresentada estão em conformidade com os requisitos legais e estatutários, bem
assim com as boas práticas de gestão deste tipo de Instituição, reconhecendo a
possibilidade de exequibilidade das ações de acordo com os objetivos e metas
definidos, de modo equilibrado considerando os recursos previstos.

Nestes termos, o Conselho Fiscal deliberou emitir «Parecer Favorável», estando


por isso em condições de serem aprovados o Plano de Ação e o Orçamento para
o ano de N+1.

Bem Estar, xx de novembro de N.

… (Presidente)

… (Secretário)

… (Vogal)

425
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ÍNDICE

PARTE I – Plano de Ação

Referencial estratégico x

Atividades planeadas x

PARTE II – Mapas Orçamentais x

Orçamento

Orçamento de Exploração x

Orçamento de Financiamento x

Orçamento de Investimentos x

Orçamento de Desinvestimento x

Orçamento de Tesouraria x

426
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

PARTE I
PLANO DE AÇÃO

427
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

REFERENCIAL ESTRATÉGICO

O esquema que se segue sintetiza o referencial estratégico que é a base das grandes opções
inscritas no “Plano Estratégico para o Biénio/Triénio xxx” da Associação Bem Estar.

Referencial Estratégico para o Biénio/Triénio xxx


Descrição

VERTENTE ÁREA DE INTERVENÇÃO DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Publicitação interna de normas e


critérios contabilísticos de modo a
Organização Comum uniformizar procedimentos na
instituição; Implementação de uma
contabilidade de custos.

Reforço dos meios informáricos de


forma a disponibilizar aos associados
Investimentos Comum ferramentas para aligeirar a
comunicação e redução de encargos
com a mesma.

Prosseguir uma política de gestão


rigorosa dos meios financeiros,
Financeira Comum nomeadamente quanto a redução dos
custos, de modo a criar melhores
condições de apoio aos Associados.

Dar continuidade uma gestão


rigorosa dos recursos humanos da
Recursos Humanos Comum Associação, com uma distribuição de
tarefas a todos os colaboradores da
Instituição.

Reforçar a formação continua dos


Outras Vertentes Comum
coloaboradores.

428
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O Plano Estratégico tem definidas 5 áreas estratégicas de atuação segmentadas por níveis, que
correspondem aos elementos-chave da Instituição:

1. Organização
2. Investimentos
3. Financeira
4. Recursos Humanos
5. Outras vertentes

Este Plano está também estruturado em torno de 3 eixos prioritários de intervenção:

1. GESTÃO E SUSTENTABILIDADE
2. SOCIAL
3. …

Da interceção das áreas estratégicas de atuação com os eixos prioritários surgem os domínios
estratégicos de intervenção, em torno dos quais são feitos os principais investimentos,
desenvolvidas as ações e os projetos considerados prioritários para o ano N+1.

Em N+1 o investimento em infraestruturas terá menor expressão comparativamente a anos


anteriores, mantendo-se a aposta na manutenção e no investimento para a substituição gradual
de equipamentos obsoletos ou menos eficientes, ou de mobiliário para maior conforto dos
utentes e dos colaboradores.

429
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ATIVIDADES PLANEADAS

Anualmente, partindo das orientações estratégicas e objetivos, são identificadas e programadas


as atividades e os indicadores de realização. O processo de monitorização destas atividades é
efetuado num sistema de informação da Instituição, tendo como referenciais as metas propostas
e a periodicidade. Todas as atividades têm pelo menos um indicador associado.

430
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

PARTE II
MAPAS ORÇAMENTAIS

431
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ORÇAMENTO

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1 (va lo re s e m e uro s )

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS

GASTOS RENDIMENTOS
Descrição
61 Custo das mercadorias vendidas 0,00
62 Fornecimentos e serviços externos 0,00
63 Gastos com o pessoal 0,00
64 Gastos de depreciação e amortização 0,00
65 Perdas por imparidade
66 Perdas por reduções de justo valor
67 Provisões do exercício
68 Outros gastos e perdas 0,00
69 Gastos e perdas de financiamento 0,00
71 Vendas 0,00
72 Prestações de serviços 0,00
73 Variações nos inventários da produção
74 Trabalhos para a própria entidade
75 Subsídios, doações e legados à exploração 0,00
76 Reversões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
78 Outros rendimentos e ganhos 0,00
79 Juros, dividendos e outros rendimentos 0,00
Totais 0,00 0,00

RESULTADO 0,00

O total de gastos e rendimentos previstos para o exercício do ano de N+1 cifram-se em xxx euros
e xxx euros respetivamente.

Rendimentos e Gastos – Comparativo do Orçamento N vs Orçamento N+1


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Orçamento Orçamento


Descrição N N+1 Variação

Gastos e perdas 0,00 € 0,00 € #DIV/0!

Rendimentos e ganhos 0,00 € 0,00 € #DIV/0!

432
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1 (va lo re s e m e uro s )

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Orçamento Orçamento

N N+1 Variação
Descrição
Gastos e perdas
61 Custo das mercadorias vendidas 0,00 0,00 0,00
62 Fornecimentos e serviços externos 0,00 0,00 0,00
63 Gastos com o pessoal 0,00 0,00 0,00
64 Gastos de depreciação e amortização 0,00 0,00 0,00
65 Perdas por imparidade 0,00 0,00 0,00
66 Perdas por reduções de justo valor 0,00 0,00 0,00
67 Provisões do exercício 0,00 0,00 0,00
68 Outros gastos e perdas 0,00 0,00 0,00
69 Gastos e perdas de financiamento 0,00 0,00 0,00
Totais Classe 0,00 0,00 0,00
Rendimentos e ganhos
71 Vendas 0,00 0,00 0,00
72 Prestações de serviços 0,00 0,00 0,00
73 Variações nos inventários da produção 0,00 0,00 0,00
74 Trabalhos para a própria entidade 0,00 0,00 0,00
75 Subsídios, doações e legados à exploração 0,00 0,00 0,00
76 Reversões 0,00 0,00 0,00
77 Ganhos por aumentos de justo valor 0,00 0,00 0,00
78 Outros rendimentos e ganhos 0,00 0,00 0,00
79 Juros, dividendos e outros rendimentos 0,00 0,00 0,00

Totais Classe 0,00 0,00 0,00

A proposta de orçamento para o ano de N+1 comparativamente ao orçamento apresentado no


exercício anterior, sofre uma atualização de xxx % ao nível dos gastos e de xxx % ao nível dos
rendimentos.

Gráfico - Orçamento N vs. Orçamento N+1

Orçamento de Rendimentos

433
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1 (va lo re s e m e uro s )

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS


Rendimentos e Ganhos N+1

71 Vendas 0,00
72 Prestações de serviços 0,00
73 Variações nos inventários da produção 0,00
74 Trabalhos para a própria entidade 0,00
75 Subsídios, doações e legados à exploração 0,00
76 Reversões 0,00
77 Ganhos por aumentos de justo valor 0,00
78 Outros rendimentos e ganhos 0,00
79 Juros, dividendos e outros rendimentos 0,00

Total Classe 0,00

Gráfico – Orçamento de Rendimentos

O total de rendimentos estimados ascende a xxx euros, podendo-se constatar pela análise dos
quadros anteriores que as rubricas mais representativas são as (Prestações de Serviços e os
Subsídios à Exploração). Estes representam xxx% e xxx%, respetivamente, do total de
rendimentos estimados.

Vendas e Prestações de Serviços


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
RENDIMENTOS N-1 N N N+1

71 VENDAS 0,00 0,00 0,00 0,00

72 PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS 0,00 0,00 0,00 0,00

A rubrica “Vendas e Prestações de Serviços” compreende, fundamentalmente, as importâncias


recebidas a título … .

434
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Subsídios à Exploração
ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
RENDIMENTOS N-1 N N N+1

75 SUBSIDIOS, DOACÇÕES E LEGADOS À EXPLORAÇÃO 0,00 0,00 0,00 0,00

Esta rubrica apresenta os subsídios respeitantes a eventos que a entidade prevê concretizar, bem
como a comparticipação respeitante … .

Outros Rendimentos e Ganhos


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
RENDIMENTOS N-1 N N N+1

78 OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 0,00 0,00 0,00 0,00

Na rubrica “Outros Rendimentos e Ganhos” registam-se os rendimentos, inerentes ao valor


acrescentado, das atividades que não sejam próprias dos objetivos principais da entidade, assim
como os valores relativos ao reconhecimento dos subsídios ligados ao investimento.

Orçamento de Gastos

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1 (va lo re s e m e uro s )

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Orçamento


Gastos e perdas N+1

61 Custo das mercadorias vendidas 0,00


62 Fornecimentos e serviços externos 0,00
63 Gastos com o pessoal 0,00
64 Gastos de depreciação e amortização 0,00
65 Perdas por imparidade 0,00
66 Perdas por reduções de justo valor 0,00
67 Provisões do exercício 0,00
68 Outros gastos e perdas 0,00
69 Gastos e perdas de financiamento 0,00

Total Classe 0,00

435
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Gráfico – Orçamento de Gastos

No respeitante aos gastos, da análise mais profunda desta classe, constatamos que os gastos com
o pessoal representam xxx % do orçamento. As segundas rubricas mais representativas, são as de
custos das mercadorias vendidas e/ou consumidas com xxx% e os fornecimentos e serviços
externos com xxx%, do total de gastos do exercício. Estas três rúbricas, em conjunto, representam,
xxx % por cento dos gastos orçamentados.

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1 1,03 1,03
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
GASTOS N-1 N N N+1
(1) (2) (3) (4)
61 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 0,00 0,00 0,00 0,00

Esta rubrica contabiliza a saída das existências por venda ou consumo, no âmbito da atividade
da Instituição, nomeadamente os géneros alimentares, ….

Fornecimentos e serviços externos

436
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1 1,03 1,03
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
GASTOS N-1 N N N+1
(1) (2) (3) (4)
62 FORNECIMENTOS E SERV. EXTERNOS 0,00 0,00 0,00 0,00
621 SUBCONTRATOS
622 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS 0,00 0,00 0,00 0,00
6221 TRABALHOS ESPECIALIZADOS
6222 PUBLICIDADE E PROPAGANDA
6223 VIGILANCIA E SEGURANÇA
6224 HONORÁRIOS
6225 COMISSÕES
6226 CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO
6227 SERVIÇOS BANCÁRIOS
623 MATERIAIS 0,00 0,00 0,00 0,00
6231 FERRAM. E UTENS. DESG. RAPIDO
6232 LIVROS E DOC. TÉCNICA/REVISTAS
6233 MATERIAL DE ESCRITÓRIO
6234 ARTIGOS PARA OFERTA
6235 MATERIAL DIDÁTICO
624 ENERGIA E FLUIDOS 0,00 0,00 0,00 0,00
6241 ELECTRICIDADE
6242 COMBUSTIVEIS
6243 AGUA
6252 TRANSPORTES DE PESSOAL
6253 TRANSPORTE DE MERCADORIAS
626 SERVIÇOS DIVERSOS 0,00 0,00 0,00 0,00
6261 RENDAS E ALUGUERES
6262 COMUNICAÇÃO
6263 SEGUROS
6265 CONTENCIOSO E NOTARIADO
6266 DESPESAS DE REPRESENTAÇÃO
6267 LIMPEZA, HIGIENE E CONFORTO
6268 OUTROS SERVIÇOS 0,00 0,00 0,00 0,00
62681 …
62682 …
62683 …
62689 OUTROS

A rubrica “Fornecimentos e Serviços Externos” inclui os valores despendidos, nomeadamente,


com material de escritório, combustíveis, eletricidade, comunicações e serviços técnicos prestados
por outras entidades.

A Instituição tem o propósito de continuar a fomentar estratégias de melhoria da eficiência, no


sentido de melhorar os processos de aquisição de bens e serviço e os investimentos, bem como
continuar o trabalho junto dos seus colaboradores, promovendo a melhoria de aspetos
comportamentais tendo em vista a redução de eventuais desperdícios.

Gastos com pessoal


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1 1,03 1,03
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
GASTOS N-1 N N N+1
(1) (2) (3) (4)
63 GASTOS COM PESSOAL 0,00 0,00 0,00 0,00
631 REMUNERAÇÕES ORGÃOS SOCIAIS
632 REMUNERAÇÕES DO PESSOAL
635 ENCARGOS SOBRE REMUNERAÇÕES
636 SEGUROS DE ACIDENTES TRABALHO
637 GASTOS DE ACÇÃO SOCIAL
638 OUTROS GASTOS COM PESSOAL

O quadro “Gastos com Pessoal” regista os diferentes tipos de remunerações (salários, subsídios,
complementos salariais, bolsas, ajudas de custo, etc.) dos colaboradores da Instituição, assim

437
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

como os encargos com o seguro de acidentes de trabalho e com a segurança social. Os valores
apresentados incluem também a atualização do salário mínimo nacional, dentro dos valores
apontados pelo governo. Nos valores apresentados estão ainda considerados novas contratações
por substituição de prestações de serviços e por incremento de atividade, sempre tendo vista uma
melhoria de serviços nas respostas sociais e as normais atualização de categorias e o aumento de
diuturnidades, por força da aplicação da Convenção Coletiva de Trabalho.

Gastos de depreciação e amortização


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1 1,03 1,03
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
GASTOS N-1 N N N+1
(1) (2) (3) (4)
64 GASTOS DE DEPRECIAÇÃO E DE AMORTIZAÇÃO 0,00 0,00 0,00 0,00
642 ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
643 ATIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica regista a depreciação do ativo fixo tangível da Instituição.

Outros gastos e perdas


ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1 1,03 1,03
Execução Orçamento Execução Orçamento
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PREVISIONAIS Outubro
GASTOS N-1 N N N+1
(1) (2) (3) (4)
68 OUTROS GASTOS E PERDAS 0,00 0,00 0,00 0,00

A rubrica “Outros gastos e Perdas” inclui as importâncias despendidas com o pagamento de


impostos e quotizações.

Gastos e perdas de financiamento

A rubrica “ Gastos e perdas de Financiamento” inscrevem os juros e gastos despendidos nas


operações bancárias para o financiamento das atividades da Instituição.

438
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ORÇAMENTO DE EXPLORAÇÃO

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS PREVISIONAL
Unidade Monetária: Euros
PERÍODO
RENDIMENTOS E GASTOS
N+1

Vendas e serviços prestados -


Subsídios, doações e legados à exploração -
Variação nos inventários da produção -
Trabalhos para a própria entidade -
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas -
Fornecimentos e serviços externos -
Gastos com o pessoal -
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) -
Provisões (aumentos/reduções) -
Provisões específicas (aumentos/reduções) -
Aumentos/reduções de justo valor -
Outros rendimentos e ganhos -
Outros gastos e perdas -

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos -

Gastos/reversões de depreciação e de amortização -

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) -

Juros e rendimentos similares obtidos -


Juros e gastos similares suportados -

Resultados antes de impostos -

Imposto sobre o rendimento do período -

Resultado líquido do período -

439
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ORÇAMENTO DE FINANCIAMENTO

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1

FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS
VALORES N+1

Saldo Inicial (01/01/N+1)

RECEBIMENTO 0,00
FINANCIAMENTOS OBTIDOS
… 0,00
… 0,00

PAGAMENTO 0,00
FINANCIAMENTOS OBTIDOS
… 0,00
… 0,00

Saldo Final (31/12/N+1) 0,00

440
ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR
Orçamento - N+1

INVESTIMENTOS Data Prevista Montantes Subsidios Outros Financiamento


de Conclusão <N+1 N+1 >N+1 Auto-Financiamento … … Reservas Sociais Financiamentos não Definido

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Bens de Dominio Público 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00




Terrenos e Recursos naturais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Edificios e Outras Construções 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento Básico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento de Transporte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Equipamento Administrativo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Imobilizado em Curso 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00


Adiantamentos p/Ativos Fixos Tangiveis
Outro Imob. em Curso
Outros Activos Tangíveis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ATIVOS FIXOS INTANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Programas de software
Imobilizado em Curso
Outras Imobilizações Incorpóreas

INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS

Partes de Capital em empresas do Grupo


Empréstimos a empresas do Grupo
Imobilizações em Curso
Outros Investimentos Financeiros

Outros Financiamento
RESUMO Auto-Financiamento … … Reservas Sociais Financiamentos não Definido
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo

ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
IMOBILIZADO EM CURSO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

TOTAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

441
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ORÇAMENTO DE DESINVESTIMENTOS

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


Orçamento - N+1

DESINVESTIMENTOS
VALORES

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00

Bens de Dominio Público 0,00


Terrenos e Recursos naturais
Edificios e Outras Construções 0,00

Equipamento Básico 0,00

Equipamento de Transporte
Ferramentas e Utensílios
Equipamento Administrativo 0,00

Imobilizado em Curso 0,00


Obras em Curso
Adiantamentos p/Imob. Corpóreas
Outro Imob. em Curso
Outros Activos Tangíveis

ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00

Programas de software 0,00


Imobilizado em Curso 0,00
Outras Imobilizações Incorpóreas 0,00
Imobilizado em Curso 0,00
Obras em Curso 0,00
Adiantamentos p/Imob. Incorpóreas 0,00
Outro Imob. em Curso 0,00
Outras Imobilizações Incorpóreas 0,00

INVESTIMENTO FINANCEIRO 0,00

Partes de Capital em empresas do Grupo 0,00


Empréstimos a empresas do Grupo 0,00
Imobilizações em Curso 0,00
Outros Investimentos Financeiros 0,00

Fundo de Reconstituição do Capital 0,00


Fundo de Renovação do Equipamento 0,00

RESUMO

ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS 0,00


ATIVOS INTANGÍVEIS 0,00
INVESTIMENTOS EM CURSO 0,00
INVESTIMENTOS FINANCEIROS 0,00

442
TOTAL 0,00
Enquadramento legal, contabilístico e fiscal do setor não lucrativo
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ORÇAMENTO DE TESOURARIA

ASSOCIAÇÃO BEM ESTAR


DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PREVISIONAL
Unidade Monetária: Euros

PERÍODO
RUBRICAS
N+1

Fluxos de caixa das atividades operacionais - método direto


Recebimentos de clientes e utentes
Pagamentos de subsídios
Pagamentos de apoios
Pagamentos de bolsas
Pagamento a fornecedores
Pagamentos ao pessoal

Caixa gerada pelas operações -


Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento
Outros recebimentos/pagamentos
Fluxos de caixa das atividades operacionais (1) -

Fluxos de caixa das atividades de investimento


Pagamentos respeitantes a:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Recebimentos provenientes de:
Ativos fixos tangíveis
Ativos intangíveis
Investimentos financeiros
Outros Ativos
Subsídios ao investimento
Juros e rendimentos similares
Dividendos
Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) -

Fluxos de caixa da atividade de financiamento


Recebimentos provenientes de:
Financiamentos obtidos
Realizações de fundos
Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos
Juros e gastos similares
Dividendos
Reduções do fundo
Outras operações de financiamento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) -

Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3) -


Efeito das diferenças de câmbio
Caixa e seus equivalentes no início do período
Caixa e seus equivalentes no fim do período -

443
Financiamento – do financiamento bancário
Consolidação a mecanismos
de contas e método dealternativos
equivalência patrimonial
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

192 127

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