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PERCEPÇÃO SOBRE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Márcia Hanzen
Doutoranda pelo PPGDRS - Universidade Estadual do Oeste – PR
Email: marciahanzen@hotmail.com
Introdução
Em seu livro “Sustentabilidade, o que é - o que não é”, Boff (2016, p.44) traz
uma reflexão que deveria ser feita pela grande maioria dos ditos segmentos e suas
empresas verdes. “Quando falamos de desenvolvimento não é qualquer um, mas o
realmente existente, isto é, aquele industrialista/capitalista/consumista. Este é
antropocêntrico, contraditório e equivocado”. A lógica circular e includente que deveria
compor o conceito de desenvolvimento sustentável adquire, para o mercado, a lógica
do crescimento material que supõe a exploração dos recursos naturais.
O desenvolvimento sustentável economicamente viável, socialmente justo e
ambientalmente correto a que Elkington (1994) chamou de Triple Bottom Line, ou Três
Pês (Profit, People, Planet – Produto, população, Planeta) se contrapõe ao
desenvolvimento que Boff (2016, p.46) considera “ideal de sustentabilidade”
preconizado pela Declaração da ONU sobre o Direito dos Povos no Desenvolvimento:
um processo econômico, social, cultural e político abrangente, que
visa ao constante melhoramento do bem-estar de toda a população e
de cada indivíduo, na base de sua participação ativa, livre e
significativa no desenvolvimento e na justa distribuição dos benefícios
resultantes dele (ONU, 1993).
Uma das soluções que o mercado encontrou para “separar o trigo do joio”, foi
o desenvolvimento de selos verdes com certificação de qualidade e veracidade.
Conforme cada segmento, os critérios mudam para atender as exigências e ao
conceito do que é sustentabilidade para o consumidor.
Por outro lado, o mercado está exigindo cada vez mais performance,
produção, competitividade somado aos conceitos de desenvolvimento sustentável do
consumidor verde. Para a CNI – Confederação Nacional da Indústria, entre as
macrotendências mundiais (2019) estão a intensificação da demanda por alimentos
que demandará uma melhora da performance da agricultura 4.0, o aumento da
demanda por energia que incentivará as soluções renováveis, a mudança nos padrões
de produção que demandam novas formas de produzir, com mais tecnologia e
inovação dos processos.
A onda das revoluções 4.0 chegaram também na agricultura, onde a pressão
pelo aumento de produtividade e maximização dos espaços é uma constante na vida
da família rural, sem dar ao agricultor (a) a opção de escolher entre se modernizar ou
se manter nos modos mais tradicionais. Fala-se em melhoria da performance das
atividades rurais, ganhos de escala e uso de tecnologia de ponta para agricultores
com realidades muito distintas e com segmentos dentro do próprio agronegócio muito
diferentes.
Entretanto, vale destacar que a Agricultura 4.0 muitas vezes se refere
à produção vegetal, surgindo, portanto, questionamentos sobre como
esses processos de Revolução ocorrem na produção animal.
Ademais, a criação comercial de animais possui demandas e desafios
particulares, exigindo propostas tecnológicas que atendam a suas
próprias especificidades” (RIBEIRO ET ALL, 2018, p.3).
5. Conclusão
REFERÊNCIAS
VEIGA, José Eli da. Para entender o desenvolvimento sustentável. São Paulo:
Editora 34, 2015.
https://startagro.agr.br/por-que-o-agronegocio-precisa-de-uma-comunicacao-
moderna/ - Por que a Globo criou a campanha “Agro é tech, agro é pop”. Acesso
em 13. jun. 2021.
https://startagro.agr.br/artigo-o-papel-da-tecnologia-na-construcao-de-um-
agronegocio-mais-resiliente/ Acesso em 20. jul. 2021.