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A MAIOR REFERÊNCIA EM VINHOS DO BRASIL

VEUVE CLICQUOT
DOMINIQUE DEMARVILLE E
O SEGREDO DO RÓTULO AMARELO

HARMONIZAÇÃO
PRATOS QUE COMBINAM COM SYRAH

10 REGIÕES
ESPANHOLAS QUE VOCÊ
PRECISA CONHECER

QUINTARELLI
A QUINTESSÊNCIA DO AMARONE

ARQUITETURA DA
SUSTENTABILIDADE
O PROJETO DA VALDEMONJAS

10 ANOS DE STORIA
A NOVA SAFRA DO ÍCONE BRASILEIRO

ENOBUSINESS
OS “CAMPEÕES” DO MERCADO DE
IMPORTADOS NO PRIMEIRO SEMESTRE

DA USP
ESTUDO BRASILEIRO MOSTRA COMO O
VINHO PODE PROTEGER O CORAÇÃO

VERTICAL DE
ANO XI - NO 154 - R$ 18,00 – € 4,00

ROMANÉE-SAINT-VIVANT
ISSN 1808-3722

E AS VISÕES DE AUBERT DE VILLAINE


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EDITORIAL |

Grandes
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br

clássicos
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br

REDAÇÃO
EDITOR
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br

DIRETOR DE ARTE
Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
Esta edição de ADEGA está recheada de vinhos icônicos. Começamos
com um rótulo espetacular feito pelo mais reputado produtor da ASSISTENTE DE ARTE
Aldeniei Gomes - arte@innereditora.com.br
Borgonha. Participamos de um evento singular, em que o lendário Aubert
EDITOR DE VINHO
de Villaine, do Domaine de La Romanée-Conti, esteve presente para Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
apresentar uma vertical de Romanée-Saint-Vivant. Foi a primeira vez que CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS
ele realizou uma prova desse gênero fora do domaine. Obviamente que, Patricio Tapia e Steven Spurrier

além de saborear os vinhos, aproveitamos para ouvir e desfrutar de sua COLABORADORES


sabedoria. Beto Duarte, Christiane Miguez, Daniel Perches, Guilherme Velloso,
Mauricio Leme, João Paulo Gentille e Juliana Trombetta Reis (texto)
Depois, também tivemos o privilégio de conversar com exclusividade
PUBLICIDADE
com Dominique Demarville, o chef de cave da Veuve Clicquot. Ele publicidade@innereditora.com.br
revelou o que é preciso para manter a constância e a excelência do famoso +55 (11) 3876-8200 – ramal 11

“rótulo amarelo”, e ainda como promover mudanças em uma casa de REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
Champagne consagrada. Nesta edição, falamos também de Giuseppe Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
Quintarelli e seus cultuados Amarone. E, aqui no Brasil, avaliamos a nova RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
safra de um grande ícone da indústria nacional, o Storia, da Casa Valduga. Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br

Mas o mundo do vinho não é feito somente de ícones. Sendo assim, MARKETING
ADEGA mapeou as denominações de origem da Espanha e aponta 10 marketing@innereditora.com.br

delas que não costumam estar no radar dos consumidores. Entenda por INTERNATIONAL SALES
Estados Unidos
que vale conhecer seus vinhos e conira nossas dicas de rótulos. E, já que Inner Publishing - sales@innerpublishing.net
estamos na Espanha, aproveitamos para retratar a arquitetura sustentável FINANCEIRO
da vinícola Valdemonjas. inanceiro@innereditora.com.br

Depois desse passeio todo, você pode conferir os mais recentes PRODUÇÃO
números de importação de vinhos no Brasil e seus destaques. Também Baunilha Editorial

testamos uma taça pensada para aprimorar a degustação de espumantes e CIRCULAÇÃO


R.Scola Marketing Editorial
explicamos como as vibrações de uma adega afetam o vinho.
E se isto não fosse suiciente para nutrir nossa paixão pelo vinho, você ASSINATURAS
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ainda vai encontrar uma pesquisa da Universidade de São Paulo que ajuda +55 (11) 3876-8200
Distribuição Nacional pela Treelog S.A. Logística e Distribuição
a demonstrar como o vinho pode proteger o coração e vai descobrir que
o Brasil está na presidência da Organização Internacional da Uva e do ASSESSORIA JURÍDICA
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Vinho. Isso tudo sem falar da nossa tradicional seleção de rótulos para
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Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.


Christian Burgos e Arnaldo Grizzo A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).

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46

14 50

ENTREVISTA TESTE
14 Dominique Demarville, da
Veuve Clicquot, revela os
62 Avaliamos uma taça pensada
para aprimorar a degustação de
segredos do rótulo amarelo espumantes

GRANDES DEGUSTAÇÕES HARMONIZAÇÃO


46 Vertical de Romanée-Saint-
Vivant com a presença de Aubert
64 Pratos clássicos e alternativas
ousadas para harmonizar com
de Villaine vinhos feitos com Syrah

LISTA DEGUSTAÇÃO
50 Dez regiões espanholas que
estão fora do radar e merecem
66 Provamos em primeira mão a
nova safra do ícone Storia, da
ser conhecidas Casa Valduga

ENOBUSINESS DEGUSTAÇÃO
60 Os números de importação de
vinhos no Brasil no primeiro
68 Os bastidores do concurso Brazil
Wine Challenge, com chancela
semestre da OIV
CONTEÚDO |

80

64 85

DEGUSTAÇÃO
72 A Aglianico na Campania,
com os destaques do projeto
DROPS
Sebrae
Vinosìa, de Luciano Ercolino 70 Ajuda aos pequenos
OIV
GRANDS CHÂTEAUX 77 Brasil na presidência
74 Conheça a história de um dos
maiores ícones de Amarone, 78 Pesquisa
Giuseppe Quintarelli Proteção ao coração

TODO MÊS
ENOARQUITETURA
80 Descubra uma vinícola bela,
funcional e sustentável em
10 | CARTAS

Ribera del Duero 12 | ADEGA RESPONDE

22 | PRESENTES

24 | MUNDOVINO

85 | CAVE

99 | CLUBE ADEGA

106 | QUEM DISSE


CARTAS | ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR

Sou assinante da revista e estou com viagem https://revistaadega.uol.com.br/artigo/


para Itália, inicialmente para Florença, e experiencia-toscana_10162.html
gostaria de saber de vocês se teriam algumas
sugestões de roteiros pela região da Toscana
para conhecer boas adegas e degustar ERRATA
alguns Brunello, Chianti e Montepulciano. Na edição 152, na seção CAVE, o
Pretendo alugar um carro para percorrer vinho MATAOJO TANNAT RESERVA
essa região por três dias. 2013 foi publicado como sendo da
Douglas M. Del Nero importadora Porto a Porto. Ele, no
entanto, é importado pela Winebrands.
Caro Douglas, publicamos um Lamentamos o equívoco. A resenha e a
pequeno roteiro toscano há algum pontuação você encontra no site Rafael Cunha @rafael.cunha.40
tempo. Você pode encontrar no link www.omelhorvinho.com.br A edição 152 da #revistaadega
me deu uma ótima ideia... Vamos
celebrar com essa caixa DM 2011!

Fernando Castanho FraVin @fraternidade_do_vinho Rodolfo Moura


@fernandocastan Exposição A História do Vinho e o Vinho @rodolfomachadomoura
Exposição a História do Vinho e o na História, de 16/07 a 12/08 no Piso 3 Momento de saboroso
Vinho na História... Shopping Frei do Shopping Frei Caneca em SP - entrada estudo! #revistaadega
Caneca...#revistaadega franca - CURIOSA!!!! #revistaadega

Kezia Giugni @keziagiugni Marcelo Morais de Paula


Minha revista preferida! Fala sobre @marcelomdepaula
moda, saúde, tendências, economia, Nossa visita na @bodegaweinert @bodega.
lazer, história, gastronomia e vinho, weinert foi incrível! Um estilo e uma
“por supuesto”!!! Sempre Vinho! filosofia muito particulares de fazer vinhos.
Always and always! Já fui para Paciência para esperar o melhor momento Teka Moraes
música do Phill Colins. Música e de colocar um vinho no mercado é @tekamoraes
vinhos à parte, eu leio sempre e esta uma das marcas dessa vinícola. O uso Algumas fotos do meu
revista me inspira e orienta em várias de grandes tonéis é um diferencial em projeto artesanal.
pautas que escrevo. Da antiguidade à Mendoza. O maior e ainda em uso tem #revistaadega
atualidade, você encontra na capacidade de 44 mil litros! E o que é o
@revistaadega! #revistaadega Tonel Único 111 ano 1994?! #revistaadega

Quer ver sua foto publicada aqui?


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10 ADEGA >> Edição 154
ADEGA RESPONDE ENVIE SUAS DÚVIDAS PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR

Vibrando
“Tenho uma adega que costuma vibrar bastante quando o motor liga para refrigerar.
Essa vibração interfere no vinho?”, questiona o leitor Luciano Pedroso

A
s recomendações para guardar vinhos in- vinho tinto comercial”, publicada em 2008,
cluem: temperatura constante, umidade apontou os efeitos nocivos das vibrações.
adequada, garrafas na horizontal ou incli- Segundo pesquisadores, a vibração leva a
nadas e ambiente livre de vibrações. E cada uma uma diminuição nos ácidos tartárico e suc-
dessas dicas tem uma explicação. cínico, causando uma redução nos ésteres, o
Ninguém tem dúvidas sobre o porquê de a que torna os sabores menos intensos. A vibra-
temperatura necessitar ser constante. Há es- ção também aumenta a quantidade de propa-
tudos que mostram claramente a interferên- nol (reduzindo os aromas), aumenta o álcool
cia decisiva da temperatura (principalmente isoamílico (acentuando as notas de acetona) e
quando muito alta ou então quando há varia- resulta em um índice de refração mais alto, o
ções muito drásticas) na evolução do vinho. que torna o sabor do vinho mais doce.
Ninguém tampouco duvida da importância “Vibrações contínuas até 20 Gal podem re-
da manutenção da umidade, especialmente sultar em mudanças significativas nas proprie-
para que as rolhas não ressequem. dades físico-químicas do vinho. A partir deste
A questão da posição da garrafa horizon- estudo de armazenamento de 18 meses com a
tal ou inclinada já é um pouco mais contro- presença de vibração, verificou-se que a evo-
versa, pois alguns estudos demonstraram que lução do vinho poderia ser substancialmente
não haveria qualquer diferença entre manter acelerada pela vibração e, assim, as mudanças
os vinhos deitados ou em pé. Ainda assim, a nas propriedades físico-químicas tornaram-
preferência tende a ser por mantê-las deitadas. -se mais significativas em níveis de vibração
Por fim, a parte da vibração costuma ser mais elevados. A vibração pode ser usada para
a mais negligenciada. No entanto, estudos acelerar o envelhecimento do vinho, mas, na
apontam que vibrações constantes também maioria dos casos, isso pode levar a efeitos
influenciam na evolução do vinho, causan- negativos na qualidade do vinho. Portanto,
do ou acelerando algumas reações químicas, para armazenar vinhos tintos com mudanças
nem sempre desejadas. Uma pesquisa chama- limitadas nas propriedades físico-químicas, as
da “Efeito da vibração e armazenamento em vibrações devem ser minimizadas”, concluem
algumas propriedades físico-químicas de um os pesquisadores.

12 ADEGA >> Edição 154


“ESTOU COMPLETAMENTE “É IMPRESSIONANTE A
APAIXONADA PELOS VINHOS MINERALIDADE E O POTENCIAL
COSTEIROS E PELO FRESCOR DO DA UVA CABERNET
SAUVIGNON BLANC.” SAUVIGNON NO CHILE."
JÉSSICA MARINZECK / SOMMELIÈRE DÉBORA BREGINSKI / SOMMELIÈRE

DIFERENTES OPINIÕES,
DIVERSOS VINHOS,
UMA CONCLUSÃO
ENTREVISTA | p o r ARNALDO GRIZZO E CHRISTIAN BURGOS
divulgação Veuve Clicquot
A incrível
arte de
recriar
Dominique Demarville, chef de cave da Veuve Clicquot, conta como é
preciso ter criatividade para recriar um mesmo vinho, ano após ano

E
nólogos de grandes empresas costu- de vinhos completamente distintos de um ano
mam ter que seguir um estilo, o dito para o outro.
“estilo da casa”, porém, na maioria Natural da região Ardennes (ao norte de
das vezes, sabe-se que pequenas va- Reims), Demarville está desde 1991 trabalhando
riações ocorrerão devido ao clima em Champagne, os 12 últimos na vinícola da viú-
daquele ano. Mas e quando esse enólogo é chef va mais famosa do mundo do vinho. Depois de
de cave de uma das mais célebres casas de Cham- passar por Mumm, Perrier-Jouët e outras casas,
pagne do mundo e precisa recriar todo ano um ele foi contratado pela Veuve Clicquot em 2006
mesmo paladar a partir de vinhos completamente para substituir Jacques Péters, assumindo o posto
diferentes? de chef de cave em 2009 e manter uma tradição
Segundo Dominique Demarville, chef de que dura desde 1772 e consagrou mundialmente
cave da Veuve Clicquot, esse é o seu grande de- o indefectível “rótulo amarelo”.
saio a cada safra. Alguns podem até pensar: “que Demarville veio ao Brasil recentemente para
coisa monótona criar o mesmo vinho todo ano”. o lançamento de uma nova cuvée, a Extra Brut
Contudo, o enólogo garante que essa é sua tare- Extra Old, que, diferentemente do rótulo amarelo,
fa mais importante e entusiasmante, pois, como é produzida somente com vinhos de reserva. Em
cada safra em Champagne costuma ser comple- entrevista exclusiva, ADEGA aproveitou então
tamente diferente da outra, é preciso muita sabe- para saber mais sobre esse novo produto e também
doria e criatividade para recriar um sabor a partir sobre os segredos da viúva.

Edição 154 >> ADEGA 15


nariz, um bom paladar, conhecer os vinhos.
A segunda é conhecer as pessoas, pois é uma
posição em que você está sempre em intera-
ção com as pessoas, clientes, fornecedores,
equipe. E outra coisa importante é a paciên-
cia, pois, em nosso trabalho, depois de criar
o blend, o vinho não vai para o mercado logo
em seguida, precisa esperar o envelhecimen-
to. O tempo é muito importante, e você preci-
sa ser paciente, se não for, precisa fazer outra
coisa. Outra coisa que para mim é importante
no trabalho, mas também na vida, é a curiosi-
dade. Ter sempre olhos abertos, ouvir a natu-
reza. A curiosidade serve para inovar.

Como criar coisas novas se está


dentro de uma empresa tradicional
e o grande objetivo é replicar um mesmo paladar?
fotos: divulgação Veuve Clicquot

O rótulo amarelo é sempre o primeiro Cham-


pagne feito todo ano, é sempre meu primeiro
objetivo em termos de qualidade e de con-
sistência. Ele precisa ter sempre o mesmo
paladar todo ano. E, para fazer, isso temos
uma maravilhosa coleção de vinhos de reser-
va. Acredito que Veuve Clicquot possui uma
das maiores coleções de vinho de reserva em
Meu Qual a principal função de um chef de cave? Champagne. Nossos vinhos de reserva são en-
primeiro O mais importante no nosso trabalho é fazer
o blend, criar o blend todo ano. O meu papel
velhecidos cru por cru, variedade por varieda-
de, safra por safra. E os vinhos de reserva são
trabalho mais importante é criar o rótulo amarelo, que envelhecidos e mantidos em tanques, antes do
é replicar é conhecido no mundo. Meu primeiro traba- blend. Hoje, em minhas mãos, tenho 17 dife-
lho é replicar o estilo do rótulo amarelo todo rentes safras de vinho de reserva. São cerca de
o estilo do ano, é o primeiro objetivo quando acordo de 500 tanques diferentes só para eles. E eles são
rótulo amarelo manhã. muito importantes para o rótulo amarelo, pois
todo ano, é Chef de cave é o trabalho mais
os anos em Champagne são muito diferentes,
inconsistentes, e os vinhos de reserva são a
o primeiro valorizado em Champagne, mas são poucos. forma de alcançar a consistência. A segunda
objetivo Como se chega a ser um chef de cave? coisa importante sobre os vinhos de reserva
Só há 50 chefs de cave em Champagne. É na Veuve Clicquot é que eles são envelheci-
quando acordo o emprego deinitivo. É uma comunidade dos sobre as leveduras. E envelhecer sobre as
de muito pequena. Como se tornar um? Você leveduras dá aos vinhos muita intensidade,
manhã precisa ter três habilidades importantes. A pri-
meira é ser um bom degustador, ter um bom
complexidade, aromas tostados, cremosidade,
veludo no palato, o que é muito importante.

16 ADEGA >> Edição 154


Nos últimos anos,
sob a tutela de
Demarville, a Veuve
Quanto dos vinhos de reserva taça de rótulo de amarelo você está misturan- Clicquot criou
novas cuvées e ele
são usados no rótulo amarelo? do quatro diferentes níveis de envelhecimen- também promoveu
Usamos três diferentes níveis de envelheci- to, o vinho do ano (vinho de base) e três está- mudança importante
no estilo do ícone La
mento dos vinhos de reserva. Usamos vinhos gios de vinhos de reserva de diferentes anos. Grande Dame
jovens, de um, dois ou três anos, pois são ainda
muito frutados, com muitas lores, frutas ma- Qual a diferença para o Extra Brut Extra Old?
duras, mel no nariz, e frescos em acidez. Eles É um Champagne baseado 100% em vinho
representam 40% do blend. Depois, temos os de reserva. O primeiro blend foi feito em
vinhos mais antigos, de quatro a 10 anos, que 2013. Criei um blend baseado em seis anos
representam de 2 a 4% do blend. Eles trazem diferentes, 2010, 2009, 2008, 2006, 1996 e
muito tostado, biscuit, baunilha, brioche. E 1988. Quando criei o blend, em 2013, o vi-
temos as especiarias, que são os vinhos mais nho mais novo tinha três anos, e o mais velho,
antigos, com mais de 10 anos. Eles são muito 25 anos. É um tipo de duplo envelhecimento.
intensos, com muito tabaco, manteiga, trufas. Há o envelhecimento antes do blend e então
Eles são usados como condimentos na comi- o envelhecimento em garrafa, no mínimo três
da, apenas um toque, mas fazem a diferença, anos. É muito intenso no nariz, com muita
pois trazem a complexidade. Então, numa madurez, mas muito fresco ainda. Queria divi-

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fazer um Champagne com menor teor de
açúcar, temos diferentes soluções. Podemos
escolher vinhedos especiais, onde seleciona-
mos uvas com maior nível de álcool e menos
acidez, pois geralmente em Champagne a
acidez é muito forte e precisamos ter cuidado.
Geralmente, para fazer um Champagne seco,
como Extra Brut, colhemos as uvas um pouco
mais tarde, ou selecionamos as parcelas com
maior maturação. Quando comecei com Extra
Brut Extra Old, não segui essas tendências em
Champagne. Queria criar algo novo, algo com
essa bela coleção de vinhos de reserva. Tive a
ideia de pegar vinhos com textura e estrutura
suicientes para fazer uma dosagem bem bai-
xa. Depois de dois anos de teste e experiência,
em 2013 conseguimos o blend perfeito. Uma
das coisas importantes em Champagne é a in-
tensidade das bolhas. A pressão nessa garrafa é
apenas 4,5 atm comparada a 6 atm em outros
Champagnes. Essa pressão mais baixa torna as
bolhas mais suaves, delicadas, não tão grandes.

É uma forma de não realçar a acidez?


É uma boa ajuda para a acidez não icar muito
forte, pois, quando as bolhas são muito vívidas,
aumenta-se a percepção de acidez.

Mas esta não é a primeira das suas criações.


Você lançou cuvées diferentes, como Rich,
Cave Privée e fez uma mudança importante
dir essa bela coleção de vinhos de reserva com no estilo da La Grande Dame, não?
nossos clientes e o envelhecimento nas borras É por isso que esse trabalho é tão apaixonante
faz com que possamos manter o frescor e, ao e excitante. A criatividade no trabalho é algo
mesmo tempo, trazer a complexidade. A bele- que você precisa ter em seu sangue, pois criar
za do Extra Brut Extra Old é que ele é muito um novo blend é a primeira peça de criativi-
fresco, muito complexo e também a textura é dade que precisa ter, depois disso, obviamen-
muito sedosa, suave no palato. te precisamos seguir a tradição do paladar e
estilo, podemos descobrir novos mundos, ou-
Como é criar algo novo em uma casa tão tradicional? tros mundos, sempre em linha com o estilo
A imagem de uma casa de Champagne é tradi- de Veuve Clicquot, mas mundos onde temos
cional, ela remete ao estilo. A casa Veuve Clic- diferentes paladares, diferentes abordagens, di-
quot tem 245 anos, mas temos uma tradição de ferentes ideias. Amo criar vinhos, tive a opor-
inovação. Madame Clicquot foi muito inova- tunidade de criar Extra Brut Extra Old, lançar
dora, inventou o primeiro rosé feito de blend, Cave Privée, criar a linha Rich e a próxima La
a mesa de remuage, o primeiro vintage... Co- Grande Dame da safra 2008 será a primeira
meçamos a pensar nesse vinho em 2011, pois com mais de 90% de Pinot Noir. Será uma
queríamos criar um vinho com menos açúcar, grande mudança, uma mudança de estrutura.
mas com a assinatura da Veuve Clicquot. Para Selecionamos Pinot Noir com muita acidez.

18 ADEGA >> Edição 154


fotos: divulgação Veuve Clicquot
Sou fã da Pinot, mas não gosto de Pinot que o equilíbrio, para ter certeza que pode enve-
seja muito pesada, que cansa, gosto dela com lhecer bem e ter boa complexidade. Uma Hoje,
leveza, com frutas frescas. coisa importante para mim é a textura no pa-
lato. Tentamos fazer com que não seja muito em minhas
Até esse momento, quando se guardava pesado e também não muito ácido. Precisa- mãos, tenho
os vinhos de reserva, pensava-se em manter
o estilo do rótulo amarelo. Mas agora há um
mos de um Champagne com suavidade sui-
ciente no palato e isso foi algo em que iquei
17 diferentes
novo uso para eles no Extra Brut Extra Old. muito atento. safras de vinho
Isso muda algo no conceito dos vinhos de reserva? de reserva.
Boa pergunta, pois mesmo criando um novo
Champagne, temos que ter certeza que o rótu-
O Cave Privée tem um outro conceito, não?
O envelhecimento dos vinhos de reserva é
São cerca de
lo amarelo mantenha um bom nível de quali- feito em tanques com as borras, para o Cave 500 tanques
dade. Não podemos baixar esse nível. O mais Privée, é em garrafa. Cave Privée é uma pro- diferentes só
importante no meu serviço é assegurar que o longação do que acontece com uma safra de-
rótulo amarelo esteja no topo da qualidade. pois 20 ou 30 anos de idade. Em nossas caves, para eles
Fui capaz de criar Extra Brut Extra Old, pois, temos 800 mil garrafas em nossa vinoteca.
nos últimos 10 anos, nós enriquecemos os vi- Toda vez que lançamos uma nova safra sepa-
nhos de reserva, com diversidade e qualidade, ramos algumas garrafas. A mais antiga é 1904
e hoje posso produzir sem arriscar a qualidade e a mais nova 2008. Entre 1904 e 2008 acho
do rótulo amarelo. Se um dia não puder fazer que temos de 50 a 60 safras diferentes. Mas,
Extra Brut Extra Old, pois seria perigoso para antes dos anos 1960, não tínhamos muitas
o rótulo amarelo, obviamente não vou fazer. garrafas. Temos mais estoque depois dos anos
Sempre o foco está no rótulo amarelo. 1970, pois, até o im dos anos 1990, não era
muito útil manter garrafas, não havia mercado
Como é a seleção dos vinhos de para isso, ninguém queria provar Champagne
reserva para o Extra Brut Extra Old? antigo, mas agora está se tornando algo cada
É o mesmo processo, provando, procurando vez maior.

Edição 154 >> ADEGA 19


tage muitas vezes. Declaramos três ou quatro
por década, no máximo, pois, mesmo quando
o ano é bom, mantemos boas safras como vi-
nhos de reserva

Depende também da quantidade de produção?


Depende da produção e da ilosoia da casa.
Como nosso primeiro objetivo é a qualidade
do rótulo amarelo, por exemplo, em 2009,
que foi um bom ano, muitas casas declararam
vintage, mas Veuve Clicquot não, pois manti-
ve muito vinho bom para nosso rótulo amare-
lo como vinho de reserva.
fotos: divulgação Veuve Clicquot

O que pensa de manter Champagne guardado por mais


de 25 anos?
É uma ideia muito boa. Sou fã de Champag-
nes antigos. Uma boa safra pode envelhecer
por um longo tempo. Os melhores terroirs
do mundo podem providenciar vinhos com
tremendo potencial de envelhecimento; e a
Os Champagne convencionais são feitos para serem mineralidade e a acidez que temos em Cham-
A tomados rápidos, os vintage podem envelhecer. O Extra pagne faz com que se possa envelhecer por
criatividade Brut Extra Old fica onde nesse tópico? longo tempo. Provei alguns meses atrás um
no trabalho é Acredito que pode envelhecer muito bem,
pois tivemos o primeiro envelhecimento em
rótulo amarelo de 1989, com quase 30 anos,
muito bom.
algo que você tanques, os vinhos agora estão no nível que
precisa ter em podem envelhecer por um bom tempo. Mas Em que ponto as bolhas dão espaço para um vinho
não é a ideia. A ideia é fazer um Champag-
seu sangue, ne muito leve, fresco, mineral. O vintage é
tranquilo?
Depende das rolhas, mas acho que depois 35,
pois criar um diferente. Para ele, há um alto potencial de 40 anos... Nos primeiros 10 anos, a maioria
novo blend é a envelhecimento, pois equilíbrio do ano é me-
lhor. Quando criamos o blend de um vinta-
dos Champagnes mantém o frescor e a fruta,
são muito lorais, cítricos, e as bolhas ainda são
primeira peça de ge, obviamente olhamos o estilo, a qualidade, intensas. O que torna Champagne especial é
criatividade que mas também antecipamos o quanto ele pode que as bolhas participam do envelhecimento.
envelhecer. Quando se faz o blend do rótu- Durante o processo, a intensidade delas vai
precisa ter lo amarelo, sabemos que o envelhecimento cair, mas não é uma caída rápida, é gentil,
será de três anos. Quando fazemos o blend do leva 20, 30, 40 anos antes de ser quase um vi-
vintage, sabemos que o envelhecimento será nho tranquilo. Há sempre uma pequena per-
de pelo menos cinco ou sete anos. Então sele- cepção das bolhas no palato. Ao mesmo tem-
cionamos os vinhos para o vintage com muito po, os sabores estão mudando e estão icando
potencial de envelhecimento. E, ao mesmo mais maduros. Depois de 10 a 20 anos, você
tempo, quando declaramos vintage, preci- tem frutas maduras, tostados. Depois de 20, 25
samos manter vinho bom o suiciente como anos, o tostado é grande, temos muito tabaco,
vinho de reserva para o rótulo amarelo. Por especiarias etc. Após 40, 50 anos, temos trufas,
isso, na Veuve Clicquot não declaramos vin- cogumelos, o vinho muda muito gentilmente.

20 ADEGA >> Edição 154


VINHOS AVALIADOS

AD 91 pontos AD 92 pontos AD 93 pontos AD 94 pontos


VEUVE CLICQUOT BRUT VEUVE CLICQUOT BRUT ROSÉ VEUVE CLICQUOT BRUT ROSÉ VEUVE CLICQUOT EXTRA BRUT
Veuve Clicquot, Veuvee Clicquot, Champagne, VINTAGE 2004 EXTRA OLD
Champagne, França (LVMH França (LVMH R$ 480). Veuve Clicquot, Veuve Clicquot, Champagne,
R$ 370). Espumante mante rosado brut
Espumante Champagne, França França (LVMH R$ 850).
branco brut elaborado pelo elaborado pelo método (LVMH R$ 590). Espumante branco extra
método tradicional a partir tradicional a partir de Pinot Espumante rosado brut brut elaborado pelo método
de Pinot Noir, Chardonnay Noir, Chardonnay e Pinot elaborado pelo método tradicional a partir de
e Pinot Meunier. Sempre Meunier, acrescido de 12% tradicional a partir de Pinot Noir, Chardonnay e
consistente em termos de de vinho tinto de Pinot Noir 62% Pinot Noir, 30% Pinot Meunier, composto
qualidade e estilo. Cremoso e mantido 36 meses em Chardonnay e 8% Pinot exclusivamente de vinhos
e cheio de frescor, mostra contato com as leveduras. Meunier, acrescido de reserva safrados (1988, 1996,
ótima textura e volume Cremoso e austero, mostra 14% de vinho tinto de 2006, 2008, 2009 e 2010) e
de boca, tudo envolto por morangos frescos seguidos Pinot Noir. Mostra ótima envelhecidos separadamente
frutas brancas e cítricas de notas florais, tostadas estrutura e volume de em tonéis por, pelo menos, três
seguidas de notas florais e e de especiarias doces, boca, tudo permeado anos. Após o blend, é feito o
de ervas frescas, além de além de toques minerais, por cerejas em compota, engarrafamento, onde o vinho
toques tostados, de mel, de de ervas, de fermento e além de notas florais, de é mantido por outros três anos
fermento e de frutos secos. de frutos secos. Tem bom especiarias doces e de em contato com as leveduras
Álcool 12%. EM volume de boca, gostosa fermento. Profundo e antes do dégorgement.
textura, acidez refrescante cheio ao mesmo tempo, Impressiona pelo ar austero e
e final longo, com toques chama atenção pela vibrante. Vertical e profundo,
salinos, cítricos e de cerejas textura cremosa, aliando mostra notas minerais e de
frescas, que convidam a austeridade e força, com ervas acompanhando as frutas
uma segunda taça. Álcool maciez e uma agradável brancas e cítricas. Persistente
12%. EM sensação de madurez no e muito longo, tem excelente
final de boca. Álcool 12%. acidez e textura super
EM cremosa. Definitivamente, um
espumante para iniciados.
Álcool 12%. EM

Edição 154 >> ADEGA 21


PRESENTES | ACESSÓRIOS COM ESTILO

Metamorfose
A Metamorphosis é resultado
da parceria entre a De Rosa e a
Pininfarina. Ela tem armação leve,
feita de um molde de carbono
interno monocoque.
US$ 3.700
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Corridas Luz
A Ray-Ban fez uma parceria com a Ferrari para
A parceria entre a cristaleira
criar modelos de óculos exclusivos para cada uma
Swarovski e a IDEO, resultou no
das etapas das corridas de Fórmula 1 de 2018. A
Infinite Aura Swarovski Crystal
cada prova, uma edição limitada é lançada, como
Ceiling Pendant, uma luxuosa
este do GP da Alemanha.
US$ 218 luminária que, com ajuda dos
www.ray-ban.com cristais, reflete a luz de LED do
mecanismo.
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US$ 5.000 (luminária)
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Alta performance
Previsto para ser lançado
em outubro, o McLaren
600LT é um dos esportivos
mais aguardados da
temporada, superando
concorrentes em potência
e leveza. Ele será produzido
em quantidades limitadas.
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sports-series/600lt

22 ADEGA >> Edição 154


Baunilha
Sempre fascinado pela baunilha, o
mestre perfumista Jacques Cavallier
Belletrud traz um frescor sem
precedentes no perfume Contre
Moi. A baunilha de Madagáscar
e Tahitensis misturam-se num
delicado tule de pétalas de flor de
laranjeira, rosa e magnólia.
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Nova versão
Lançado em 2014, o A.
Lange & Söhne 1815
Tourbillon está de volta
em uma edição limitada a
100 peças. O mostrador
de esmalte branco agora
vem com turbilhão de
segundos.
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Barrica
O talentoso artesão húngaro
Balazs Moldovan criou uma
série de cadeiras com materiais
de barricas de destilarias. A
Bourbon Barrel Lounge Chair é
feita com madeira de barricas
da destilaria Bluegrass.
US$ 500
www.etsy.com

Edição 154 >> A A 23


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Grandes eventos
Empreendimento na Serra Gaúcha pretende integrar hotel, centro de convenções, área
gastronômica, loja de vinhos, capela para casamentos e um grande boulevard

Com investimento estimado em R$ 221,6, na direção Garibaldi - Bento estacionamento, sendo 242 cobertas,
85 milhões, o Boulevard Convention Gonçalves e a previsão de entrega é tudo isso integrado por um grande
Vale dos Vinhedos terá 23.600 metros de menos de três anos. O hotel terá boulevard.
quadrados de área construída, sendo 211 apartamentos com a bandeira “Nossa pesquisa identiicou que o
o maior centro da região Sul do Brasil da Rede Plaza de Hotéis, Resorts turista anseia por estrutura e atrativos.
a integrar eventos, hospitalidade, & SPAs. A estrutura do entorno Reunimos neste complexo tudo aquilo
enogastronomia e compras. O contempla 2.300 metros quadrados de melhor que a região tem a oferecer.
empreendimento é resultado da de lojas, 1.200 metros quadrados Estamos apresentando o maior e
parceria entre a Incorporadora VJ&J e de área gastronômica com três melhor equipamento da região para
o empresário Romeo Paludo. restaurantes, varejo de vinhos com atender o mercado de eventos e o
O empreendimento ica na mais de 3 mil rótulos, um bosque, turismo em geral”, destaca Romeo
margem esquerda da BR 470, no km uma capela ecumênica e 342 vagas de Paludo.

24 ADEGA >> Edição 154


Seleção ADEGA
Wine truck com vinhos selecionados viaja por eventos de gastronomia
ADEGA fez sua estreia nos eventos de gastronomia levando seu
wine truck para participar do festival “Chefs Campinas”, cuja sexta
edição ocorreu no dia 22 de julho, na Praça Carlos Gomes. O
evento contou com a presença de 27 barracas de restaurantes locais
que ofereceram pratos por até R$ 25. Para harmonizar com esses
pratos, o público pôde contar com o Seleção ADEGA.
Foram centenas de vinhos servidos em taças ou garrafas para um
público de milhares de pessoas que iam de iniciantes a iniciados e
podiam combinar sua refeição com a bebida de sua preferência. O
truck Seleção ADEGA preza pelos rótulos já consagrados por nossa
equipe de degustadores e que já participaram do Clube ADEGA.
Foi elaborada também uma carta exclusiva com vinhos brasileiros
que se destacaram no Guia ADEGA Vinhos do Brasil.
Depois do Chefs Campinas foi a vez do festival Fartura em São
Paulo, realizado nos dias 4 e 5 de agosto, no Jockey Club de São
Paulo. Lá, milhares de visitantes puderam se deliciar com pratos
de chefs que representavam cada estado do Brasil e harmonizá-los
com os vinhos da Seleção ADEGA e também uma carta de vinhos
brasileiros especialmente criada com destaques do Guia Adega de
Vinhos do Brasil.

Edição 154 >> ADEGA 25


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Preços nas alturas


Valores de vinhedos Grand Cru dobraram
em 10 anos na Borgonha
De acordo uma agência preços dos Grand Crus é
imobiliária francesa, um grande, pois podem partir
hectare de vinhedo Grand de cerca de 2,75 milhões de
Cru na Borgonha pode valer euros por hectare. Quando
cerca de 14 milhões de euros. François Pinault, dona do
O preço, na verdade, pode ser Château Latour, comprou
ainda maior agora, pois esse o Clos de Tart em Morey-
seria um número de 2017. St-Denis no ano passado,
Segundo a agência Safer, estimou-se que o negócio
os preços dos vinhedos foi avaliado em mais de 200
Grand Cru na Côte d'Or milhões de euros. Clos de Doação de peso
dobraram na última década, Tart tem 7,53 hectares. Os
Warren Winiarski vai doar US$ 3,3
saltando de cerca de 7 valores não foram divulgados
milhões à biblioteca da UC Davis
milhões de euros em 2008, oicialmente.
para pouco menos de 14 Enquanto os preços dos
Um dos mais célebres enólogos da
milhões euros em 2017. Este Grand Cru subiram, há uma
Califórnia, Warren Winiarski, fundador da
aumento segue a tendência disparidade signiicativa
Stag’s Leap Wine Cellars prometeu doar
dos últimos anos de uma entre o topo da pirâmide e
US$ 3,3 milhões para ajudar a manter e
crescente demanda global a base na região. O hectare
aumentar a coleção de livros sobre vinho
por vinhos da Borgonha, de terra mais caro na
da biblioteca da UC Davis, na Califórnia,
o que culminou com denominação regional da
e torná-la acessível para o mundo.
aquisições de vinhedos de Borgonha custou 70.500
Winiarski fará a doação através da
alta gama por investidores. euros em 2017 (há 10 anos
Winiarski Family Foundation. A biblioteca
No entanto, a Safer valia 45 mil euros) e o mais
da universidade já tem mais de 30.000
aponta que a variação de em conta por 12.700 euros.
livros de vinhos e coleções de manuscritos
raros, mapas e outros materiais que
remontam a 1287. E abriga manuscritos
e anotações de escritores de vinho como
Hugh Johnson e Jancis Robinson, autores,
editores, jornalistas, críticos e blogueiros,
bem como documentos e livros de nomes
como Robert Mondavi.
“Minha esperança é que isso crie
um recurso poderoso para pessoas que
querem ver como os escritores ajudaram a
desenvolver a indústria do vinho, e como
eles inluenciaram a estética do vinho.
Os escritores de vinho não escreviam
apenas sobre as regiões ou tipos de vinho.
Eles deram aos produtores de vinho as
ferramentas necessárias para tornar os
vinhos melhores”, apontou Winiarski.

26 ADEGA >> Edição 154


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Algas contra o míldio


Châteaux bordaleses testam nova
forma de evitar fungos na vinha
Produtores de Bordeaux e Cognac estão
testando uma nova forma de evitar a
infestação de fungos em suas vinhas por
meio do uso de algas do oceano Atlântico.
Os resultados iniciais dos testes em quatro
vinhedos em Bordeaux e seis em Cognac
mostram que as algas podem ser eicazes
contra o míldio e a botrytis.
Ambas as infecções fúngicas tendem
a representar um problema importante
para a região, principalmente devido às
condições quentes e úmidas que favorecem
seu desenvolvimento.
Enquanto o tratamento tradicional
de cobre, conhecido como “bouillie
bordelaise” (calda bordalesa, em
português) é eicaz contra surtos de
fungos, alguns produtores, particularmente
aqueles que adotaram produtos orgânicos,
se preocupam com a sua toxicidade e
desejam encontrar outra solução.
Os tratamentos da vinha à base
de algas marinhas têm sido utilizados
por produtores de vinhos orgânicos e
biodinâmicos há várias décadas, tendo
começado como forma de enriquecer e
fertilizar o solo. No entanto, nos últimos
três anos, o enólogo Laurent de Crasto
tem trabalhado com Lionel Navarro,
pesquisador do Centro Nacional de
Pesquisa Cientíica da França (CNRS),
para testar um novo tratamento para
infecções por fungos usando algas do DAUZAC
O Château Dauzac,
Atlântico em pó. em Margaux, é um dos que
Os resultados até o momento mostram testam as algas. Laurent Fortin,
uma taxa de sucesso de 100% contra o diretor da propriedade, disse que o
“bouillie bordelaise” original foi criado
míldio e de 50% contra botrytis. Segundo em Dauzac. “Sabemos tudo sobre os
os pesquisadores, os próximos passos benefícios e desvantagens. O cobre mata
serão aumentar a produção, garantir as tudo no solo. Se o terroir está saturado,
não há bactérias, nem vermes,
aprovações regulatórias e ter um produto nada. Estávamos procurando
comercial disponível até 2022. alternativas, e essa foi a mais
promissora”, disse.

28 ADEGA >> Edição 154


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MUNDO DO VINHO
como Casa Marin, Viña Tondonia, CVNE, La Posta e Luca
(Laura Catena), Georges Vigouroux, Piccini, Niepoort e
muitos outros escolhidos a dedo entre as estrelas da
atualidade — só quem é louco por vinho é capaz de fazer
uma seleção tão caprichada e premiada como a da Vinci.
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Vinho para
os franceses
Château Laite Rothschild
ofereceu garrafas de vinho
à seleção de futebol da França
O time bicampeão do mundo
de futebol ganhou diversas
homenagens e prêmios, entre
eles, garrafas de vinho. O
Château Laite Rothschild
disse que separou “um par” de
garrafas de sua safra de 1998 Rothschild para comemorar - Cru, feito no Château La
(primeira vez que a França nós reservamos um par”. Mas o Grace Dieu Des Prieurs,
venceu a Copa do Mundo da château não foi o único produtor após a partida inal contra a
FIFA) para os jogadores da de vinho a oferecer mimos Croácia. Os vinhos, que foram
equipe atual. aos futebolistas franceses para entregues pela Câmara de
Laite marcou o time celebrar seu sucesso. Comércio e Indústria Franco-
francês no Instagram e disse: Cada membro da equipe Russa (CCIFR), incluíram
“Nos avise se você quiser uma recebeu uma caixa de vinho reproduções de obras de arte
garrafa de Château Laite “Art Russe” St-Émilion Grand russas em seus rótulos.

Coppola em Bordeaux
Vinícola Inglenook fecha acordo
com comerciantes de Bordeaux

Francis Ford Coppola decidiu conceder direitos de


distribuição internacional dos seus vinhos Inglenook a
três negociantes de Bordeaux, a CVBG, Duclot e Maison
Joanne. Dessa forma, Inglenook se junta a uma série de
outros vinhos célebres, mas que não são produzidos em
Bordeaux, para serem distribuídos através da conhecida
Place. Entre eles estão o italiano Masseto, o chileno Seña e
o também californiano Opus One.
“A Inglenook já tem uma reputação internacional,
mas trabalhar com esses três négociants aumentará
signiicativamente a exposição internacional da marca”,
airmou Coppola.

30 ADEGA >> Edição 154


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Crise em Champagne
Diretor do comitê de Champagne
renunciou após “traição”
Bruno Paillard, CEO da Lanson, e Unidos rotulado localmente
diretor do “comitê de proteção de como “Champagne”, uma prática
denominações” de Champagne, que Paillard e todo o comitê de
decidiu renunciar ao cargo após Champagne têm trabalhado por anos
a Champagne Palmer assinar para encerrar.
um acordo de distribuição nos “Não vou repensar minha decisão.
Estados Unidos com a TRU Estates Os Estados Unidos é o último
& Vineyards, uma divisão da país do mundo que não respeita
Constellation Brands. Indicações Geográicas”, airmou
Para entender a crise gerada, Paillard. Um acordo comercial
Paillard disse que há uma “regra assinado entre a União Europeia e
não escrita” de que as casas de os Estados Unidos em 2006 proibiu
Champagne não devem negociar os novos vinhos espumantes norte-
com empresas norte-americanas americanos de serem nomeados
proprietárias de marcas americanas como “Champagne”. No entanto,
que usem o nome “Champagne”, as marcas que já existiam antes do
como Constellation, negócio puderam continuar usando
Korbel e E & J Gallo. o nome. “Os consumidores têm o
A Constellation continua a direito de não serem enganados ou
produzir espumante nos Estados manipulados”, inalizou.

Garrafa dos campeões


Champagne assinado pelo time campeão da Copa de 1966 foi à leilão
Uma garrafa de Champagne da edição em que a seleção inglesa venceu, batendo
limitada de 1966 da Copa do Mundo, a Alemanha Ocidental na inal. Apenas
autografada por oito membros do time 1.966 dessas garrafas foram produzidas, e, de
da Inglaterra, campeã naquele ano, foi acordo com a casa de leilões, essa garrafa é a
colocada em leilão pela Humbert & Ellis. número 1.
O lance inicial foi de £ 1.800. A garrafa é Outro lote no mesmo leilão incluiu
uma magnum do Champagne Jacquart NV, cinco garrafas de vinho da Copa do Mundo
assinada por Bobby Charlton, Nobby Stiles, da Itália de 1990. As garrafas têm a forma
Geoff Hurst, Gordon Banks, George Cohen, do troféu da Copa do Mundo. São duas
Ray Wilson, Martin Peters e Alan Ball. A de Chardonnay, duas de Castel del Monte
Copa do Mundo de 1966 foi a única vez Rosato e uma de Barbera d’Asti.

32 ADEGA >> Edição 154


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Rede de
falsificação espanhola
Polícia fecha cerco sobre fraudadores que
faziam imitações de Vega Sicilia e Pingus

Recentemente, oiciais espanhóis operações de falsiicação. Outras


anunciaram que quebraram um células de fraude foram encontradas
esquema de falsiicação que operava há em Madrid e Marbella. As autoridades
quatro anos, supostamente produzindo descobriram aproximadamente 1.800
garrafas falsas de vinhos colecionáveis rótulos falsos de Pingus e Vega Sicilia,
espanhóis, como Pingus e Vega Sicilia. equipamentos de informática usados
Desde o início da investigação, em para falsiicar rótulos e uma máquina
18 de junho, os policiais prenderam de puncionar para imprimir em Cedo
quatro pessoas e estão investigando
outras quatro. Os suspeitos enfrentam
rolhas. O dono do restaurante estava
entre os quatro dos suspeitos presos. demais?
acusações que variam de lavagem de O esquema envolveu a compra Produtores alemães
dinheiro a crimes contra a propriedade de vinho por cerca de US$ 20, ou preparam-se para
industrial e a saúde pública. vinhos menos badalados de até a colheita mais
As suspeitas começaram quando US$ 100, e depois rotulados como antecipada da história
Peter Sisseck, do Dominio de Pingus, outros de maior prestígio vendidos
recebeu reclamações de um cliente entre US$ 1.600 e US$ 2.200. Por Vitivinicultores da
que havia comprado garrafas falsas em exemplo, vinhos Valbuena de Vega Alemanha estão prestes
um leilão na Bélgica. O vinho havia Sicilia foram renomeados como a realizar a colheita de
sido fornecido por pessoa ligada a um Unico. Os vinhos foram vendidos uvas mais adiantada já
restaurante da Galícia. A investigação em leilões, para clientes particulares registrada na história do
levou a um restaurante da cidade e para hotéis e restaurantes. O país, graças à onda de
galega de La Coruña, Don Álex esquema rendeu aos infratores cerca calor que vem atingindo
Multibart, onde foram encontradas de US$ 1,7 milhão em lucros. a Europa. As uvas
estavam previstas para
serem colhidas no dia
6 de agosto, dois dias
antes do recorde anterior
estabelecido em 2011, na
região de Rheinhessen.
Apesar da precocidade,
esta deve ser uma colheita
farta. “Este ano estamos
extremamente adiantados.
O desenvolvimento das
videiras está três semanas
à frente da média dos
últimos 30 anos”, disse
Ernst Büscher, do Instituto
Alemão do Vinho.

34 ADEGA >> Edição 154


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Francês ou espanhol
Esquema de fraude fazia vinho espanhol ser passado como francês
os vinhos listados no cardápio, assim foco particular. Foram auditados 179
como vinhos e bag-in-box vendidos pontos de venda em 2016 e 564 em
por meio de varejistas pareciam ter 2017, e 22% e 15% dos entrevistados
origens obscuras. em 2016 e 2017, respectivamente,
A maioria dos varejistas e tinham vinhos que violavam as regras
restaurantes auditados ao longo de de rotulagem.
2016 e 2017 cumpriu integralmente Os principais problemas incluíam
as regras de rotulagem, disse o órgão vinho espanhol vendido a granel como
antifraude da França – DGCCRF. vinho francês ou até mesmo usando
Mas, segundo ele, havia vários nomes de indicações geográicas
exemplos de vinhos espanhóis francesas. Se forem culpados, os
Uma investigação da agência sendo vendidos como franceses. A envolvidos terão de pagar multas e
antifraude da França descobriu quantidade de vinho envolvida varia podem pegar até dois anos de prisão.
que milhões de garrafas de vinho de 2.000 a 34.500 hectolitros, ou Nenhuma empresa ou varejista foi
espanhol estão sendo falsiicadas seja, cerca de 4,6 milhões de garrafas. citado até o momento. Os oiciais
como francesas. A polícia encontrou A DGCCRF airmou que airmam ter encontrado um problema
indícios de que alguns pichets (jarros examinou o vinho importado como particular com os vinhos rosés.
de vinho) vendidos nos restaurantes um todo, embora as importações
da França nem sempre continham de vinho espanhol tenham sido um

Sem patrimônio OBAMA


Mudanças climáticas são o maior risco TAMBÉM
PEDE AJUDA DA
para os Patrimônios Mundiais da UNESCO INDÚSTRIA DO VINHO
O ex-presidente dos Estados
Em discurso em uma cúpula sobre o clima na cidade a priorizar Unidos, Barack Obama, também
do Porto, em Portugal, Irina Bokova, diretora geral da medidas para pediu à indústria do vinho para que se
UNESCO de 2009 a 2017, pediu à indústria do vinho que tornar as áreas una para compartilhar ideias e exercer
influência sobre os governos no caso
apoie propostas para criar um novo índice para medir o mais resistentes das mudanças climáticas. “Para os
risco das mudanças climáticas em regiões que integram o à mudança produtores de vinho compartilharem
Patrimônio Mundial. Segundo ela, essas mudanças são um climática. “O vale as melhores práticas diante do
aumento das temperaturas
grande risco para esses locais (como a Borgonha e o Douro, do Douro pode ser faz todo o sentido”,
por exemplo). um bom exemplo disse Obama.
Ela solicitou apoio da indústria para desenvolver e de como este novo
implementar um “Índice de Vulnerabilidade Climática” índice pode ser criado e
recentemente proposto para locais considerados implementado”, disse, apontando o aumento de eventos
Patrimônio Mundial. As regiões vitivinícolas iguram de climáticos extremos no Douro. Paul Symington, CEO
forma proeminente na lista da UNESCO, com o Alto da Symington Family Estates, concordou: “Estamos
Douro, Bordeaux, Piemonte, Champagne, Borgonha e perante uma ameaça existencial e, sem uma resposta
até a ilha italiana de Pantelleria, na costa da Sicília. global ambiciosa e rápida, a viabilidade do Douro como
Ela airma que o índice climático proposto ajudaria região vitícola nas próximas décadas está em questão”.

36 ADEGA >> Edição 154


ELEGANTES COMO O TANGO,
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Mantém gelado
Designer airma ter criado garrafa de vinho “Inflação” menor
capaz de manter a bebida resfriada Preços dos vinhos en primeur
de 2017 foram inferiores às previsões
Our Wonderful World, uma empresa de design alemã,
lançou o que alega ser a “primeira garrafa de vinho de A Liv-ex anunciou que os preços de lançamento dos
dupla camada do mundo”. A ideia é manter o vinho vinhos en primeur de Bordeaux foram mais baixos
gelado sem a necessidade de colocá-lo no refrigerador. do que seus membros haviam previsto. Antes de cada
Chamada de Cooleo, a garrafa já foi adotada pela campanha, a Liv-ex pergunta a seus 400 membros
vinícola alemã Wasem. globais o que esperam da campanha em termos de
Ela tem parede dupla que fornece uma camada preços e demanda de clientes, entre outras coisas.
isolante e ajuda a manter a bebida resfriada. Ela é feita Os membros recebem um “carrinho de compras”
de vidro de borosilicato e é selada com um fecho de com 10 vinhos das margens esquerda e direita, e
vidro Vinolok, o que signiica que a garrafa pode ser são solicitados a prever os preços de uma garrafa.
reciclada e reutilizada. Em média, os comerciantes previam que os vinhos
O premiado designer Oliver Conrad foi responsável chegariam a € 2.008 no total, um valor 11,4% menor
pelos esboços iniciais da garrafa. “A Cooleo é uma das nos vinhos de 2016 das mesmas propriedades.
nossas inovações de produtos mais empolgantes. Nossa Mas, no im, a cesta acabou custando € 1.851,
intenção era criar um conceito que combinasse vidro um valor 17% menor que os 2016 e 7,8% menor
tradicional com design moderno e elegante. O resultado do que o previsto. Cerca de 77% dos comerciantes
é um produto funcional e bonito que trará uma superestimaram o quanto a safra iria custar. Apenas
mudança
mud d
dança radical no marketing do vinho”
vinho , airmou
airmou. Pavie cobrou mais do que o esperado (5%). La
A garrafa está disponível Mission Haut-Brion foi a maior surpresa. O preço
paraa pré-encomenda no site da médio que a maioria dos comerciantes esperava
Coo ooleo, a partir de £ 22. Ela era de € 283 por garrafa, mas na verdade foi 15%
devee ser refrigerada até atingir menor, € 240.
a temm
mperatura desejada. Após
esse tempo, ela permanece
mais fria por mais tempo do
que uma garrafa normal.

38 ADEGA >> Edição 154


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Sem tarifas
Acordo entre Japão e União
Europeia vai acabar com
impostos sobre vinhos

Pearl Jam
P J Um acordo irmado entre o Japão
e a União Europeia eliminará
Vinho beneicente da banda esgotou-se em minutos quase todas as tarifas sobre produtos
comercializados entre os dois lados,
Um vinho beneicente de edição limitada lançado pela
incluindo vinhos e destilados. Diz-se
banda Pearl Jam – para ajudar a combater a falta de
que este é “o maior acordo comercial
moradia em Seattle – esgotou-se em apenas 15 minutos.
bilateral de todos os tempos”.
Lançado para coincidir com uma turnê nos Estados
O pacto eliminaria cerca de 99%
Unidos, 450 caixas personalizadas de quatro garrafas do
das tarifas sobre produtos japoneses
“Home x Away” Syrah / Cabernet foram vendidos a US$
vendidos na Europa e 94% das tarifas
150 cada.
sobre as exportações europeias para o
As caixas foram feitas em colaboração com a
Japão. Isso signiica que os japoneses
Underground Wine Project e o rótulo foi desenhado
poderão comprar queijo, vinho e
pela banda, retratando as paisagens das quatro cidades da
outras bebidas alcoólicas mais baratas.
turnê: Seattle, Missoula, Chicago e Boston. As uvas são
Atualmente, a tarifa sobre o vinho é
provenientes de Red Mountain, em Washington, e o vinho
de 15%, e varia de 30% a 40% no caso
francês
passou 22 meses em carvalho francês.
do queijo.
Todos os lucros serão destinados à Fundação Vitalogy,
O Japão já é o segundo maior
que trabalha na conscientização dos sem-teto em Seattle.
parceiro comercial da União Europeia
“Nos últimos 28 anos, a população de
na Ásia depois da China, e o vinho
Seattle cresceu 40%. A população
está entre as exportações mais
de desabrigados da região é hoje a
importantes do bloco comercial para
terceira maior do país, com mais de
o país. No ano passado, a Europa
12.000 pessoas vivendo sem abrigo.
exportou cerca de 1,7 milhão de
Este não é um número para se
hectolitros de vinho no valor de 798
orgulhar”, airmou a
milhões de euros para os japoneses.
banda.
As medidas, porém, não terão
efeito imediato e estão sujeitas à
aprovação legislativa. Vale lembrar
que o Japão assinou um acordo de
livre comércio com o Chile em 2007,
o que ajudou a tornar o Chile o maior
exportador de vinhos para o país.

40 ADEGA >> Edição 154


ê para viver uma noite muito premiada.
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Jaraguá do Sul/SC: (47) 3054-0098 Joinville/SC: (47) 3434-4466 Londrina/PR: (43) 3024-0010 Marília/SP: (14) 3453-5679
Piracicaba/SP: (19) 3402-8462 Porto Alegre/RS: (51) 3508.7968 Rio Preto/SP: (17) 3234-3358 Santos/SP: (13) 2104-7555 A verdade do vinho.
São Bento do Sul/SC: (47)3633-6290 São Paulo/SP: (11) 3702-2020
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Tubarão
na vinícola
Fóssil de dente de tubarão
foi encontrado em vinícola austríaca
Um dente de tubarão de 15 milhões de anos de
idade foi encontrado na vinícola austríaca Tiger-
Wurth. Ele estava sendo usado como enfeite no
bar. A descoberta foi feita quando um cientista
viu o dente em um pedaço de pedra calcária.
Robert Krickl perguntou se poderia dar
uma olhada mais de perto no dente de cinco
centímetros e, depois de um pouco de pesquisa,
identiicou-o como sendo de um tubarão extinto
conhecido como Cosmopolitodus hastalis.
A descoberta é singular porque, embora se
tenha constatado que dentes dessa espécie foram
encontrados na região no século XIX, todos foram
perdidos ao longo dos anos. O enólogo Leopold
Wurth disse que os fósseis eram encontrados
regularmente na área e que ele e sua família
gostavam de coletá-los e usá-los como decoração.
Sabe-se que os solos de calcário de muitas
Rede autorizada regiões vinícolas são o resultado de dezenas
Órgão regulador francês autoriza uso de milhões de anos de depósitos marinhos
de rede de proteção contra granizo petriicados compostos de moluscos, recifes de
corais, mamíferos marinhos e répteis.
O INAO autorizou a utilização de redes de “Até 13 milhões de anos atrás, a região era a
proteção contra granizo nos vinhedos franceses costa de um mar tropical com baleias tartarugas,
baleias, tartarug
após vários anos de testes na Borgonha. Desde estrelas do mar, todos os tipos de peixes… e
2015, os testes mostraram que seu impacto teve também diferentes espécies de tubarões. Naqu uela
uma “inluência muito limitada no mesoclima da época, esse mar chamado 'Paratethys' estava
videira e não modiica ou altera substancialmente conectado aos oceanos do mundo”, airmou
características da área local em questão”. O uso da Krickl.
rede foi oicialmente aprovado no 20 de junho.
Todas as denominações de origem da França
poderão solicitar o uso de redes. “Este tipo de
material é compatível com a produção de vinho,
mas o uso deve ser limitado para minimizar o efeito
de sombra”, airmou um comunicado.
A novidade vem depois que uma série de
fortes tempestades de granizo causaram danos
consideráveis em vários vinhedos de diversas
denominações de origem francesas. Algumas tem
sofrido com isso há vários anos.

42 ADEGA >> Edição 154


OLD VINES
DI MANDURIA
PRIMITIVO
DA PUGLIA
O MAIOR ÍCONE

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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Os mais buscados
A Liv-ex revelou os 50 vinhos mais
procurados em sua plataforma em 2018
A Liv-ex anunciou os 50 vinhos Bordeaux, mas há novidades em
mais procurados listados em sua relação ao ano passado. A mais
plataforma no primeiro semestre notável foi o Carmes de Haut-
de 2018. Embora a lista ainda seja Brion, que disparou um total
dominada por Bordeaux, há alguns de 34 lugares para alcançar o
rótulos importantes de outras número 44 na lista. Clerc Milon,
partes do mundo. Domaine de Chevalier e La
A Liv-ex revisa seus vinhos Conseillante nas posições 46, 48 e
mais pesquisados a cada verão para 50, respectivamente, também são
descobrir onde as atenções dos novos na lista.
comerciantes de vinhos inos estão Fora dos Bordeaux, o
concentradas e se houve quaisquer vinho mais bem classiicado
padrões ou tendências que é Sassicaia, na posição 21, e o
surgiram ao longo do último ano. mais novo participante da lista
No topo da lista houve pouca é o Opus One, em 31º lugar.
mudança em relação a 2017. Os Surpreendentemente, Romanée-
20 mais pesquisados são todos de Conti também é novo na lista no
Bordeaux e os cinco primeiros 40º posto, enquanto La Tâche
são os Premier Grand Cru. Entre caiu dois lugares, indo para 47º.
os primeiros, a única mudança é A Champagne Cristal de Louis
que Margaux mudou de posição Roederer subiu impressionantes
com Haut-Brion e passou para 18 lugares indo para o 24º lugar,
terceiro lugar. mas o Dom Pérignon caiu de três,
Da lista, 44 rótulos são de para 49º.

44 ADEGA >> Edição 154


GRANDES DEGUSTAÇÕES | p o r CHRISTIAN BURGOS

ivant!
Vertical de um dos rótulos mais
prestigiados do Romanée-Conti
com Aubert de Villaine
erticais dos míticos vinhos pro-
duzidos pelo Domaine de La Ro-
manée-Conti (DRC) costumam
ser raras. Mais ainda as que são
conduzidas pelo lendário Aubert
nólogo da mais fa-
inhos da Borgonha.
Recentemente ADEGA foi convidado a parti-
cipar de uma degustação vertical de Romanée-
-Saint-Vivant.
Segundo de Villaine, é a primeira vez que
ele conduz uma degustação como esta fora do
domaine. E a relação do DRC com o Brasil é
realmente única. Aqui há dois anos, fundou, em
sociedade com a FICOFI (clube de grandes enó-
ilos colecionadores), a importadora e distribui-
dora Optim. De acordo com o enólogo, “deseja-
va-se que o vinho fosse direto ao connaisseur e às
pessoas que consomem”. “Este é um exemplo do
modelo que queremos”, aponta.
Este evento foi justamente fechado a estes com-
pradores e, embora tenha contado com pouco mais
de 25 pessoas, reuniu cerca de metade de todos os
compradores da DRC no Brasil. Os convidados
para a degustação no Copacabana Palace eram
connaisseurs do próprio Rio de Janeiro, mas prin-
cipalmente de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
A alocação é um assunto que sempre vem
à tona em qualquer destes encontros. Por um
lado, os consumidores gostariam de ter acesso a
mais vinhos, por outro cabe à vinícola não ceder
à tentação comercial e garantir a produção que
permita a máxima qualidade. Um problema que
ninguém quer que deixe de existir.

46 ADEGA >> Edição 154


BRANCOS SAINT-VIVANT
O tema da noite foi certamente a vertical de Daí seguimos para os vinhos da Abadia Saint-Vivant, onde o DCR tem
Romanée-Saint-Vivant, mas de Villaine presen- mais da metade da área do climat (5 dos 9 hectares). Em 1966, Romanée-
teou os convidados com a degustação de dois -Saint-Vivant veio para o domaine, que o adquiriu, em princípio, como
brancos produzidos pelo domaine. “farmers” e, depois em 1988, como proprietários. De Villaine algumas ve-
zes referiu-se ao vinho como uma “ilha predileta” e diz que “ao comprar,
AD 92 pontos replantamos tudo com o melhor Pinot Noir que pudemos, mas não icamos
VIN DE L’ABBAYE DE SAINT-VIVANT BOURGOGNE
satisfeitos com algumas partes e aí replantamos mais uma vez”. O termo
HAUTES-CÔTES DE NUITS 2012
Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha,
ilha refere-se ao peril “feminino” que ele atribui ao vinho. Ao início da
França. Apenas 2 mil garrafas são feitas por degustação, ele esclareceu que sua oposição a girar taça limita-se aos vinhos
ano. A maioria é consumida em pequenos antigos com mais de 20 anos “porque são muito frágeis e, girar a taça, dani-
eventos no domaine. Apresenta reflexos ica o vinho por oxidação”.
esverdeados. A boca tem fruta marcante e
vibrante no primeiro impacto, e rapidamente AD 95 pontos
deliciosa untuosidade toma conta do paladar. ROMANÉE-SAINT-VIVANT 2011
O frescor que marca o fim de boca com ervas Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha, França. Cereja em fruta e, sobretudo,
prepara o paladar para outro gole. CB licor encanta no nariz. Em boca, é a fruta vermelha, textura de taninos arenosos,
e ainda mais a acidez que o ampara. Não está em seu apogeu, mas está
delicioso. De Villaine ressalta que os Côte de Nuits precisam de tempo. Muito
AD 94 pontos sedutor e exuberante. CB
BÂTARD-MONTRACHET 2008 GRAND CRU
Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha, AD 92 pontos
França. Oriundo de um vinhedo com 1/8 de ROMANÉE-SAINT-VIVANT 2012
hectare e apenas 300 garrafas produzidas por Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha, França. Este e
ano. Todas numeradas com 00000, ou seja, vinho apresenta outro perfil. O animal, que não se enco
ontra
vinhos que não podem ser comercializados. em nenhum dos irmãos, chama a atenção junto da frutta.
De Villaine brinca que este vinho é degustado Muito mais fechado e ainda longe do momento de degu ustar,
apenas na vinícola ou em eventos em tem acidez muito presente, mas menos direta. Deve evoluir
que ele está presente. Incrível sedução, de forma muito mais austera que os demais. CB
consegue aliar flor, mineralidade e opulência
e encontrar grande equilíbrio. No nariz, as AD 96 pontos
flores protagonizam. Em boca, são as frutas, ROMANÉE-SAINT-VIVANT 2013
damasco e abacaxi, acompanhadas de ervas. Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha, França.
A textura é o destaque. Um vinho ainda jovem O 2013 é o mais límpido, tanto em cor como
aos 10 anos, com grande força de fruta, ligeiro em potência de frutas, mas com uma estrutura
mel, e a manteiga e as amêndoas que fazem espetacular. Prova a feminilidade que de Villaine
parte da personalidade dos Bâtards. Vibração, adjetiva, mas num contexto de empoderamento
untuosidade e volume! CB feminino, com força encantadora. Mais flor e
ervas. Apresenta a cor mais transparente de
todos e os taninos mais lindos de todos também.
Morango com um tempero terroso. O perfil floral
vai se apresentando cada vez mais. Finesse total.
CB
VALORES
Apesar de AD 96 pontos
certamente caros, ROMANÉE-SAINT-VIVANT 2014
os vinhos da DCR Domaine de la Romanée-Conti, Borgonha,
nunca foram tão França. Este vinho é um bloco. Tem a assinatura
acessíveis no Brasil
de cereja dos demais, mas a maior estrutura
quando comparados
com os preços praticados de todos. É fresco, mas a textura de taninos é
em Nova York. acompanhada de untuosidade de pinheiro. Com
as ervas, vem a flor. Está delicioso hoje, mas
tem uma curva de evolução linda pela frente. O
autocontrole por mais uns 10 anos vai valer a
pena. Soft power. CB

48 ADEGA >> Edição 154


BACKGROUND DO
ROMANÉE-SAINT-VIVANT
O sufixo Saint-Vivant vem
da abadia de Saint-Vivant.
O vinhedo está grudado na
vila de Vosne-Romanée e
diz-se que apresenta um
contraste marcante com
os outros vinhedos de
Romanée, especialmente
seu vizinho Richebourg.
Com pouco mais de 8
hectares, Saint-Vivant tem
cerca de 10 proprietários e
produz aproximadamente
3 mil caixas de vinho por
ano. Ele já foi conhecido
como Clos Saint-Vivant
e pertenceu à abadia de
mesmo nome, que fazia
parte dos domínios de
Cluny, anterior ao período
dos cistercienses. O
vinhedo era parte do jardim
da igreja. Uma parte dele,
tida como de qualidade
inferior, foi rebaixada
para o Premier Cru Croix
Rameau. A primeira vez
que o prefixo Romanée foi
incorporado foi em 1651,
graças à proximidade com
Romanée-Conti.
A parte mais baixa é
conhecida como Les Quatre
Journaux. Journal equivale
a uma antiga medida
de terra, representando
um terço de um hectare.
Essa parcela costuma
receber o nome “cuvée Les
Quatre Journaux” de seus
proprietários. Duas outras
parcelas, conhecidas como
Ponderações e novidades Au Plans e Clos du Moytan
Perguntado sobre a hora de abrir cada vinho, Au- Ele esclarece que não se vê à frente da viní- foram reunidas na Cros
bert de Villaine explica que, para ele, não existe cola por muito tempo, mas que é justamente isso des Cloux, que pertence ao
Domaine de la Romanée-
momento ótimo. “Isso é intelectualização. É uma que o incentiva. “A cada ano é como dar à luz Conti.
questão de momento. Mais importante é veriicar ilhos e ilhas. Tenho 79 anos, mas ainda é muito O vinhedo tem ondulações
se eles estão puros no momento que se bebe”, disse. difícil dizer: ‘Este ano vou embora’. Porque a cada gentis entre 255 e 260
metros, com a parte
Ele revelou ainda que, depois de muitas safras ano você vê que pode fazer alguma coisa melhor superior tendo mais
desaiadoras, 2017 é a primeira em que a vinícola no próximo”, revela. Por im, alardeado como um concentração de calcário
tem dois andares de barricas enileirados depois dos ícones da enologia, ele pondera que “o bom crinoidal e a parte mais
baixa com mais argila.
de anos de baixa produção (e apenas uma ileira). enólogo expressa o talento do vinhedo, quem ex- Diz-se que o vinho de
Segundo ele, a safra 2018 também guarda seus pressa o próprio talento não é especial”. Romanée-Saint-Vivant
desaios, pois parece muito com 2003 por sua seca. Encantados com a degustação, convidamos é o mais delicado e
Ele torce para não ter que colher em agosto. Ajuda a realizar esta vertical de Romanée-Saint-Vivant feminino dos Grand Cru
de Vosne-Romanée, muito
um pouco o fato de, apesar do tempo seco, a tem- numa degustação extra do grande evento promo- semelhante a Musigny. Um
peratura estar um pouco mais amena que 2003. vido por ADEGA, o International Tasting deste vinho etéreo.
Perguntado sobre o que aprendeu com 2003 e uti- ano, e, para nossa felicidade, a resposta foi sim.
lizaria hoje, a resposta é: “Colher mais cedo”. Aguardem!

E
Edição 154 >> ADEGA 49
LISTA | p o r ARNALDO GRIZZO

Também é
Espanha
Dez regiões espanholas menos celebradas,
mas que merecem ser conhecidas

A
Espanha é o terceiro país que mais ro e La Rioja que essas regiões icaram incrusta-
produz vinho no mundo, atrás so- das na cabeça dos apreciadores de vinho, mas há
mente de Itália e França. No entanto, muito para ser “descoberto” em um país onde
é o país com maior área de vinhedos a vitivinicultura se espalhou por quase todos os
plantada no planeta, com cerca de 1 cantos e, em cada um deles, apresenta caracte-
milhão de hectares. Apesar dessa área enorme e de rísticas distintas e especiais, com cepas que vão
tantos vinhos serem produzidos em tantos locais muito além da Tempranillo.
diferentes, geralmente quando alguém fala sobre Foi pensando nisso que ADEGA decidiu en-
vinhos espanhóis, vem à mente da maioria dos tão montar uma pequena lista com 10 regiões
enóilos referências como Ribera del Duero, La cujos vinhos vêm ganhando espaço recentemen-
Rioja, Tempranillo e não muito mais do que isso. te e que merecem ser conhecidas pelos enói-
Mas, obviamente, a Espanha não se resume los. Se você nunca ouviu falar de alguma delas,
a isso. Não é somente Jerez e Cava, não é só procure conhecer e degustar seus vinhos. Certa-
Crianza ou Reserva. Sim, foi graças a vinícolas mente você irá se surpreender e abrir seu leque
vanguardistas especialmente de Ribera del Due- de opções espanholas.

50 ADEGA >> Edição 154


Edição 154 >> ADEGA 51
Cigales Somontano
Dentro da região de Castilla y León, mais para o noroeste De acordo com documentos da época, no ano 500 a.C. já havia
da Espanha, encontra-se a DO Cigales, que leva o mesmo videiras cultivadas no vale do Ebro e, no século II a.C., já havia
nome do município que está na província de Valladolid uma importante produção de vinho na região. Um momento
e é a base de seus vinhos. A denominação de origem é chave na história da denominação Somontano foi a chegada
recente, de 1991, mas há documentos que mostram que a da família Lalanne, vinda de Bordeaux e Buenos Aires após a
vitivinicultura no local remonta ao século X com proprie- iloxera ter atacado os vinhedos franceses. Eles implantaram
tários de vinhedos em diferentes municípios da região (ao variedades de uvas como Chardonnay, Merlot ou Cabernet
todo são 13) como Cubillas ou Corcos. A região de Ciga- Sauvignon, que desde então se tornaram parte do patrimônio
les não ica muito distante da famosa Ribera del Duero e da região. Mais que isso, Somontano costuma estar sempre à
se estende pelo setor norte da depressão do rio Duero. Ela frente quando o assunto é inovação técnica vitivinícola, muito
tem uma superfície de 574 km2 nas margens do rio Pisuer- também devido a grandes investimentos feitos a partir dos anos
ga. Os vinhedos estão localizados a uma altitude média de 1990. Somontano signiica “no sopé da montanha” e isso dei-
750 metros. As principais uvas usadas são a Tempranillo, ne perfeitamente a área onde esta denominação de origem se
que corresponde a 70% da área de vinhedos, Garnacha, baseia, ou seja, na zona de transição entre o vale do Ebro e os
Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Verdejo, Al- Pirineus, no norte da região de Aragão, quase na fronteira
billo e Sauvignon Blanc. Embora Cigales tenha com a França. A denominação da origem Somontano,
ganhado fama por seu vinho rosé, cada vez mais os criada em 1984, “aceita” 15 variedades de uva e tem de
tintos têm sido reconhecidos como vinhos de quali- mais de 4.000 hectares de vinhedos. Cada vez mais seus
dade e despontando mundo afora. vinhos têm chamado a atenção de críticos.

AD 90 pontos 92 pontos
TELMO RODRÍGUEZ VIÑA 105 2013 ALBAT ELIT RESERVA 2004
Telmo Rodríguez, Cigales, Espanha (Mistral US$ Bodegas Irius, Somontano, Espanha (Sem importador
34). Tinto composto de 90% Tempranillo e 10% no Brasil). Ao primeiro momento os aromas exuberantes
Garnacha, sem passagem por madeira. Frutado e de cerejas, framboesas e ameixas dominam, mas
alegre, mostra amoras, framboesas e cerejas do depois de um tempo aparecem agradáveis notas florais,
início ao fim, tudo envolto por acidez refrescante, herbáceas, minerais e de especiarias, que conferem
taninos macios e final longo, com toques minerais complexidade ao conjunto. Mas, é na boca que ele
e de frutas vermelhas ácidas. Chama atenção pelo mostra a que veio, com sua textura de taninos finos,
equilíbrio do conjunto e pela facilidade com que sua acidez refrescante e seu final longo e suculento.
se bebe. Álcool 13,5%. EM Está em plena forma, não mostra seus quase 15 anos
de idade. Álcool 13,5%. EM

52 ADEGA >> Edição 154


Mallorca AD 91 pontos
Terra de um dos maiores tenistas do mundo, Rafael Nadal, Maiorca (em BLA BLA BLA 2015
catalão e castelhano escreve-se Mallorca) é a maior ilha do arquipéla- Terra de Falanis, Mallorca,
go de Baleares localizado no leste da Espanha. Ela tem 3.640,11 km2, Espanha (Mistral US$ 42). Projeto
sendo a maior da Espanha e a sexta maior do Mediterrâneo. A ilha pos- dos mesmos proprietários da
sui duas denominações de origem raramente citadas, DO Binissalem e vinícola Ánima Negra, este branco
é elaborado exclusivamente a
DO Pla i Llevant. No entanto, boa parte de seus vinhos são classiicados partir de uvas Premsal advindas
como “Vi de la Terra Mallorca”. Pouco se ouve falar dos vinhos dessa da região de Felantix, em Mallorca,
ilha espanhola, pois eles tendem a ser consumidos pela população local com fermentação e estágio de
ou por turistas, ou ainda vendidos quase que somente na Espanha. A oito meses parte em tanques de
história do vinho no local remonta ao século XIV e, até o século XIX, cimento e parte em barris de
carvalho. Tenso, vibrante e cheio
o estilo mais famoso era dos fortiicados. Hoje, porém, há uma boa di-
de vida, esbanja acidez, tem ótima
versidade de estilos, mas os que mais chamam a atenção são feitos com textura, bom volume de boca
variedades nativas. São mais de 40 uvas indígenas, entre elas a Callet, e final persistente, com toques
Manto Negro e Moll. salinos. Álcool 12%. EM

Edição 154 >> ADEGA 53


Penedès
Dentro da Catalunha, terra dos espumantes Cava, há diversas de- AD 95 pontos
nominações de origem. Uma das que nem sempre aparecem com GRAMONA CELLER BATLLE
GRAN RESERVA BRUT 2002
o devido destaque é Penedès, que está situada ao redor da capital
Gramona, Penedès, Espanha (Porto
regional, Vilafranca del Penedès, perto de Sant Sadurní d’Anoia, a Porto R$ 660). Branco espumante
o reconhecido centro de produção de Cava. Além dessas duas ci- brut elaborado a partir 75% Xarel-
dades, os principais municípios são Vilanova i la Geltru, Sitges e lo e 25% Macabeo, com estágio de
El Vendrell. Mas a denominação engloba 66 cidades e, além dis- 10 anos sob as leveduras. Ainda
so, se divide em três regiões: Alt Penedès, a subzona mais interior impressionantemente jovem, com o
tempo na taça mostra anis e ervas
e montanhosa; Penedès Central, situada a sudoeste e responsável
frescas. Mas, é a boca o que importa.
pela maior parte da produção; e Baix Penedès, compreendendo Apresenta acidez refrescante, frutas
principalmente áreas costeiras baixas. As origens dos vinhos de Pe- cítricas, muita cremosidade e final
nedès são antigas, remontando à introdução fenícia de videiras de longo e persistente, com toques
Chardonnay durante o século 6 a.C. A produção de Cava explodiu salinos, de frutos secos, de marzipã, de
damasco, de manteiga e de baunilha.
nos anos 1870, mas as variedades tintas cada vez vieram ganhando
Extremamente fino e cremoso,
força. Atualmente, produtores grandes e pequenos estão recuperan- consegue ser elegante e vibrante ao
do variedades indígenas que estavam esquecidas e a DO Penedès mesmo tempo. Álcool 12%. EM
dispõe de uma excelente variedade de tintos.

54 ADEGA >> Edição 154


Madrid
Capital e maior cidade espanhola, Madrid, além do
poderoso time de futebol, vem se destacando ulti-
mamente por seus vinhos. A denominação Vinos
de Madrid estende-se por 54 municípios. A região
é dividida em três subzonas: Arganda, Navalcarnero
e San Martin. A história dos vinhos na região é anti-
ga, mas a primeira documentação é do século XIII,
quando ocorre uma disputa sobre a posse de um vi-
nhedo entre alguns monges e um senhor feudal, que
foi inalmente resolvido pela arbitragem do rei. As
principais uvas da denominação (que só surgiu em
1990) são Albillo Real e Malvar (brancas) e Garna-
cha e Tinto ino (Tempranillo). Na segunda metade
do século XVI, a Albillo era a uva por trás dos cultua-
dos vinhos de San Martín de Valdeiglesias (um dos
municípios da região), o mais apreciado pela corte
espanhola. Atualmente há 8.390,85 hectares
de vinhedos registrados na região. Apesar de o
clima ser bastante comum, os vinhos das três
subzonas apresentam diferenças entre si, pois
Jumilla há pequenas variações nos tipos de solo que
Esta denominação abrange uma ampla região no sudeste da Espa- deixam suas marcas.
nha, entre o norte da região de Múrcia (município de Jumilla) e
parte da província de Albacete, especiicamente os municípios de AD 92 pontos
CANTOCUERDAS ALBILLO DE BERNABELEVA 2007
Ontur, Tobarra, Albatana, Hellín, Montealegre e Fuente Álamo.
Bodega Bernabeleva, Madrid, Espanha
A denominação foi criada em 1966 (sendo uma das mais antigas (Casa do Porto R$ 265). Branco elaborado
da Espanha) e inclui cerca de 50 vinícolas e mais de 4 mil viticul- exclusivamente a partir de uvas Albillo de
tores que cultivam cerca de 30 mil hectares de vinhedos. Aqui a vinhedos velhos localizados em San Martín,
variedade Monastrell, que representa 80% da área de vinhedos, na Serra de Gredos, com fermentação
destaca-se no solo cretáceo, com clima rigoroso e chuva escassa. As e estágio em foudres de 2.500 litros. O
resultado é um vinho encorpado e untuoso.
altitudes variam de 400 a 800 metros acima do nível do mar. Ou-
Tem ótimo volume de boca, acidez refrescante
tras variedades tintas usadas são: Cencibel, Garnacha, Cabernet e final longo, cheio de nuances cítricos e
Sauvignon, Merlot etc. Entre as brancas: Airén, Ma- minerais. Álcool 14%. EM
m
cabeo, Pedro Ximénez, Malvasia, Chardonnay etc.
Além dos tintos, destaca-se a produção de excelentes
rosés. A cidade de Jumilla também é famosa por suas
peras – com denominação de origem.

AD 89 pontos
TAUS BLANCO 2014
Hacienda del Carche, Jumilla, Espanha (Viníssimo R$
71). Branco composto de Sauvignon Blanc e Macabeo,
sem passagem por madeira. Fresco, vibrante e cheio
de frutas brancas, cítricas e de caroço acompanhadas
de notas florais, minerais e de ervas frescas, que se
confirmam na boca. Fruta e leve, tem ótima acidez,
gostosa textura e final médio, com toques de limão.
Álcool 11,5%. EM

Edição 154 >> ADEGA 55


Valdepeñas
Utiel-Requena Diz-se que a produção de vinho na área remonta ao sé-
A denominação de origem está localizada na região culo V a.C. no depósito ibérico “Cerro de las Cabezas”,
de transição entre a costa do Mediterrâneo e o planal- localizado dentro do que é hoje a sua área de produ-
to (La Mancha) da Espanha central. As vinhas estão ção. A cidade de Valdepeñas foi fundada de 1232 pela
localizadas entre dois rios: o Turia e o Cabriel. Um rainha Doña Berenguela, quando toda a zona sul de La
dos marcos do desenvolvimento da vitivinicultura na Mancha se consolidou. Nessa época, ela se tornou uma
região ocorreu em 1887 quando foi inaugurada a li- importante área de produção de vinhos. Quando a corte
nha férrea Valência-Utiel, que levou à formação de do rei Felipe II se instalou em Madri (1561), a fama do
bairros vinícolas nas estações de Requena, San An- vinho de Valdepeñas se espalhou. Localizada no sul de
tonio e Utiel. Nesta época, a Bodega Redonda, uma Castilla-La Mancha, a área da denominação de origem
da mais antigas e tradicionais, foi estrategicamente (criada em 1968) é delimitada pelo rio Jabalón de leste
construída em frente à estação ferroviária. Lá, 94,27% a oeste e abrange 22.000 hectares de vinhedos com mais
da superfície da vinhedos é cultivada com variedades de 2.500 agricultores. Há uma grande gama de vinhos
tintas e a uva Bobal é a grande estrela, representan- feitos com uvas Tempranillo (ou Cencibel), Garnacha,
do 80% da produção. Ela é a segunda variedade mais Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Petit Verdot (tin-
difundida em todo o país depois da Tempranillo e es- tas), Airén, Macabeo, Chardonnay, Verdejo, Sauvignon
tudos apontam que ela é uma das uvas que mais Blanc e Moscatel (brancas). Valdepeñas é uma
apresenta concentração de resveratrol – uma das das denominações de maior volume de vendas e
substâncias do vinho associadas aos efeitos benéi- há boas opções em termos da relação qualidade-
cos da bebida. -preço.

AD 90 pontos AD 89 pontos
FUENTESECA 2015 PATA NEGRA GRAN RESERVA TEMPRANILLO 2008
Bodega Sierra Norte, Utiel-Requena, Espanha Bodegas García Carrión, Valdepeñas, Espanha
(Vind’Ame R$ 89). Tinto composto de 60% Bobal, (Porto a Porto R$ 95). Tinto elaborado
uva típica da pequena região de Utiel-Requena, exclusivamente a partir de Tempranillo, com
e de 40% Cabernet Sauvignon, sem passagem 12 meses de estágio em barricas de carvalho.
por madeira. Carnudo e muito frutado, tem Apresenta aromas de frutas vermelhas maduras
refrescante acidez, taninos macios e final cheio e escoltados por notas florais, minerais, tostadas, de
persistente, com toques minerais e de especiarias. tabaco e de especiarias doces. De médio corpo e de
Álcool 13,5%. EM boa tipicidade, tem acidez refrescante, taninos que
pedem comida e final médio/longo, confirmando o
nariz. Álcool 14%. EM

56 ADEGA >> Edição 154


7 MEDALHAS DE OURO PROVAM O QUE
A GENTE SEMPRE FALA: CLUB DES SOMMELIERS
TEM UMA SELEÇÃO DE VINHOS ESPECIAIS.

Os vinhos Club des Sommeliers participaram do 9th Brazil Wine


Challenge, Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, um dos mais
respeitados pelos enólogos, e 7 rótulos ganharam medalha de ouro.
Se você queria saber nossos segredos, acabamos de revelar um deles.

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As Ilhas Canárias foram conquistadas pelos europeus
durante o século XV. Elas icam localizadas na costa
africana, perto de Marrocos. Sabe-se que o primeiro vi-
nhedo de Tenerife foi plantado pelo português Fernan-
do de Castro, no ano de 1497. No século XVI, o vinho
local, um doce de Malvasia, tornou-se famoso, sendo
exportado tanto para a Europa quanto para a América e
África. Nos séculos seguintes, porém, diversos fatores i-
zeram com que o “Canary” entrasse em declínio, assim
como toda a vitivinicultura local. Os solos das ilhas são
de origem vulcânica e a diversidade de microclimas,
as diferentes altitudes, as muitas variedades etc., tradu-
zem-se numa diversidade de vinhos com grande com-
plexidade. Suas denominações de origem são: Abona,
El Hierro, La Palma, Lanzarote, Tacoronte-Acentejo,
Vale Orotava, Vale Güímar e Ycoden-Daute-Isora. As
Galícia Ilhas Canárias têm 9.000 hectares de vinhas domina-
A parte mais ocidental da Espanha, a Galícia engloba as das pelas castas Malvasia, Moscatel, Gual,
províncias de La Coruña, Orense, Pontevedra e Lugo. Sabro etc.
Dentro da região existem cinco denominações de origem:
Monterrei, Rías Baixas, Ribeira Sacra, Ribeiro e Valdeorras. AD 92 pontos
MATÍAS I TORRES NEGRAMOLL 2013
Certamente o principal destaque ultimamente tem sido os
Juan Matías Torres, Ilhas Canárias, Espanha
vinhos de Rías Baixas, especialmente com seus Albariños. (Sem importador no Brasil). Tinto composto por
Entre os séculos IX e XVII, os vinhos de Ribadavia e Ouren- Negramoll e Listán Negro advindas de vinhedos
se (Ribeiro) eram famosos e exportados para diversas cida- de mais de 50 anos, cultivadas na D.O. Las
des europeias. No entanto, diversas crises comprometeram Palmas, com fermentação (leveduras indígenas
a indústria vitivinícola local, fazendo com que vinhedos e de 40% das uvas com cachos inteiros) e
estágio em barris usados de 600 litros. Tenso,
fossem abandonados e viticultores imigrassem. A retomada
vibrante e com uma rusticidade sedutora,
só veio mais recentemente quando investimentos da União mostra frutas vermelhas e negras de perfil mais
Europeia revitalizaram a região. As denominações mais pró- fresco seguidas de notas terrosas, florais e de
ximas do rio Minho produzem vinhos com Albariño, Lou- ervas, que se confirmam na boca. Impressiona
reiro, Caíño Blanco etc. Mais para o interior, em Ribeiro, pela acidez elétrica e pelos taninos de ótima
textura. Tem final vertical e persistente, que
os vinhos brancos são uma mistura de Torrontés, Alba-
pede comida. Álcool 12,5%. EM
riñ
ño, Lado, Loureiro e Treixadura (Trajadura) etc. Há
tam
mbém vinhos brancos de Godello. E os vinhos tintos
ten
ndem a ser produzidos principalmente com Mencía.

92
2 pontos
BASTIÓN DE LA LUNA 2009
B
Bodegas Rodrigo Méndez, Rías Baixas, Espanha (Casa
do Porto R$ 198). Raúl Pérez é considerado um dos
melhores enólogos da Espanha e é o responsável
por elaborar este tinto composto de Goliardo, Caiño
e Espadeiro, com 12 meses de estágio em madeira
francesa. Mantendo-se fiel ao seu estilo, esbanja frutas
vermelhas mais frescas seguidas de notas florais,
minerais, terrosas e de couro, tudo num contexto em
que a tensão, a ótima textura de taninos e a acidez
refrescante tem papel primordial em sua estrutura.
Álcool 12,5%. EM

58 ADEGA >> Edição 154


DE S C UBRA OS MITOS E V ERDA DE S
S OBRE V INHOS COM QUEM
É REFERÊNCIA NO A S S UNTO H Á MA IS
DE 20 A NOS. A A BS -S P OFER ECE
A MPL A GA MA DE CU R S OS DIRIGIDOS
A P ROFIS SION A IS , A MA DORE S
E A QU EM DES EJA TOR NA R-S E
S OMMELIER. OS AMANT ES DO VINHO
TA MBÉM PODEM AU MENTAR S EUS
CONHECIMENTOS ATR AV ÉS
DE CU R S OS E DEGUSTAÇÕ ES ES PECIAIS.

VIN HO TIN TO
SÓ COM BIN A COM
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RUA GOMES DE C A R VALHO, 1327


2 º ANDAR, VIL A OL ÍMPIA
11 3814 -7853
W W W.A B S -SP.COM.BR
ENOBUSINESS | p o r CHRISTIAN BURGOS E FELIPE GUALTAROÇA

AINDA
CRESCENDO
Mercado de importados apresentou nova subida no primeiro semestre do ano

O
fechamento da importação Nos vinhos tranquilos, Portugal vem emba-
de vinhos no primeiro se- lado e ganha market share na segunda posição,
mestre realizado pela Ideal crescendo 16,5% em volume e 45,6% em valor
Consultoria surpreende de contra um crescimento da categoria já expressi-
novo. Comparando janeiro vo de 4,3% em volume e 17,4% em valor. Espa-
a junho de 2018 e 2017, constatamos novo nha, Uruguai e África do Sul são os países com
crescimento de 5% em volume e 16,4% mais de 1% mercado que cresceram acima da
em valor, sendo que espumantes e Pro- média e, portanto, ganharam market share.
seccos com crescimento expressivo, ape- Os países que diminuíram tanto em vo-
sar da queda dos Champagnes continuar lume como valor foram Estados Unidos,
inclemente. Nesta categoria, uma grande Austrália, Hungria e Grécia.
novidade foi a Taittinger alcançando a pri- Entre os 30 maiores importadores do Bra-
meira colocação no ranking, desbancan- sil, 10 são redes de supermercado, entre eles
do Moët & Chandon e Veuve Clicquot. o Pão de Açúcar, que foi o maior importador
Espumantes e Proseccos também trazem de vinhos no primeiro semestre de 2018.
o interessante crescimento de 35,2% em É claro que os números representam sell
volume e 50,7% em valor, sendo puxados in e não sell out, mas são valores absolutos
pelos canais de importadores à frente de positivos que reforçam a coniança no contí-
supermercados e empresas “.com”. nuo crescimento dos vinhos no Brasil.

60 ADEGA >> Edição 154


TOP 10 - VINHO / JAN-JUL 2018 X 2017 Volume Valor FOB USD FOB

Chile Portugal Argentina Itália França Espanha Uruguai África do Sul Estados Austrália
Unidos
50
40
30
20
10
0
-10
-20
-30
-40
-50

ANÁLISE GERAL - COMPARATIVO DE IMPORTAÇÃO JAN-JUN 2018 X 2017

Volume Valor FOB


50
40
30
20 PODIUM CHAMPAGNES
10
0
-10
-20 1o
-30 o
-40 Taittinger o
-50 Moët
Veuve
Chandon
Clicquot
Champagne Espumantes e Proseccos VINHOS TOTAL

DESTAQUES DE CRESCIMENTO

Portugal Espanha Uruguai África do Sul

Estados Unidos Austrália Hungria Grécia


TESTE | p o r CHRISTIAN BURGOS

Para espumantes Avaliamos a taça Sparkle Italesse, idealizada para


potencializar a degustação de espumantes

S
eguramente, as taças de espumantes foram as Recentemente, recebemos a taça Sparkle Itales-
que sofreram mais alterações em sua história. se, desenvolvida especialmente para espumantes.
Saindo do formato que teria sido moldado nos Com design de uma taça moderna para tintos ou
seios de Maria Antonieta até chegar às lutes, e ago- brancos, com boca um pouco mais fechada, apre-
ra passando por outra transformação importante que senta sete pontos de perlage gravados no fundo.
são as tulipas ou mesmo outras taças mais largas. Segundo a empresa, izeram 40 protótipos antes de
Há alguns anos, deixamos de degustar espuman- chegar ao ideal.
tes em taças lute na revista. O usual agora é degus- Testamos a taça, servindo-a juntamente com
tarmos Champagne e outros espumantes utilizando uma lute. Nossa expectativa era que a Sparkle
taça estilo Bordeaux. Certamente, causamos algum seria a “taça média”, ganhando da lute e perden-
estranhamento nos convidados, mas explico que o do para a Bordeaux em expressão de vinho, e ga-
espumante é um vinho e, com isso, ressaltamos as nhando da Bordeaux e perdendo para a lute em
características de vinho do líquido, embora perden- perlage. Para nossa surpresa, a taça se mostra uma
do um de seus aspectos únicos, as borbulhas. rainha no perlage ao mesmo tempo que expressa
Em minha opinião, o trade-off é positivo, pois, muito bem aromas, volume e textura do vinho.
a cada dia que passa, me importo mais com as Os pontos de perlage gravados no fundo da taça
características do vinho em boca e relativamente se tornam realmente pequenas fontes de borbu-
menos com os aspectos visuais. Acreditamos que lhas que duram muito tempo. Aliás, no inal, as
o maravilhoso nas borbulhas acontece justamente borbulhas mantiveram-se exuberantes por mais
em boca, com a maciez e volume das borbulhas tempo que a lute.
em sua forma tátil. Aprovado!

62 ADEGA >> Edição 154


Comparação do perlage entre
a flute e a Sparkle

Na base do bojo há sete


pontos de perlage

Sparkle manteve as
borbulhas por mais tempo
HARMONIZAÇÃO | p o r ARNALDO GRIZZO

Elegância
e corpo
Sugestões de harmonização para
vinhos feitos com a uva Syrah

A
Syrah, ou Shiraz, é uma varie- de começar suas sugestões, ele lembrou bem que
dade cuja origem é cercada de a Syrah apresenta características diferentes de-
lendas. São inúmeras, que vão pendendo do clima e terroir, mas sabendo que
desde cavaleiros cruzados até reis os vinhos feitos a partir de Syrah normalmente
da Sicília, passando por São Pa- apresentam bom corpo, são potentes e saborosos,
trício e viticultores da Albânia... No entanto, a e revelam notas características que variam entre
Syrah é um cruzamento natural entre a Mon- frutas negras (como mirtilos e amoras), violetas
deuse Blanche, uma uva branca, e a Dureza, e azeitonas pretas, além de especiarias picantes.
tinta. A Mondeuse é natural da região de Sa-
vóia, próxima ao Rhône. A Dureza, natural de
Ardèche, logo a oeste do rio Rhône. Segundo
os ampelógrafos, o nascimento da Syrah deve
ter sido provavelmente em Isère por volta do
século XII.
Devido a sua origem, a Syrah até hoje é
lembrada principalmente pelos vinhos do Rhô- CARNES DE
ne, principalmente pelos clássicos de Côte Ro-
tie e Hermitage. No entanto, a produção dessa
CAÇA
Uma primeira ideia para
uva não se restringiu à França, expandindo-se
harmonizar com Syrah seria
pelo mundo todo, principalmente pela Austrá-
as carnes de caça. Uma bela
lia, onde se tornou uma febre nos anos 1990.
costela de javali pode combi-
Mas hoje temos grandes exemplares em diver-
nar bem com um vinho mais
sas partes do planeta, inclusive no Brasil, onde
encorpado, porém elegante.
ganhou notoriedade ajudando os vinhos do Su-
Outra opção seria uma lebre,
deste a se desenvolverem.
que faria um par clássi-
Para pensar em harmonizações com a va-
co e soisticado com
riedade, convidamos o sommelier Tiago Lo-
Hermitage. Outras
catelli, que trabalhou por mais de 15 anos
carnes de caça, com
no restaurante Varanda Grill, em São Paulo,
seus toques mais
e agora atua na importadora Decanter. Antes
especiados, também
fariam bonito ao
lado de exemplares
franceses mais ele-
gantes, que tornariam
essa combinação bastante
interessante.

64 ADEGA >> Edição 154


MASSA COM
RAGU ESPECIADO
O lado de especiarias tão comum da Syrah
obviamente pode e deve ser explorado nas
harmonizações. Uma opção interessante, por
exemplo, pode ser um pappardelle com ragu
de carne temperada com alguma especiaria
marcante, como zimbro, por exemplo, ou noz
moscada. Vale apostar em um exemplar que pri-
me por notas especiadas, talvez um brasileiro.

HAMBÚRGUER
Aqui, uma combinação mais
harmônica provavelmente
viria com um Syrah não tão
estruturado, mas sim potente
e encorpado, com um leve
fundo de fruta adocicada,
ou seja, um vinho de clima
mais quente. O tempero da
carne e os acompanhamentos
de estilo agridoce fariam um
excelente par com o Syrah.

CHOCOLATE
MEIO AMARGO
Se estivermos ao lado de um
exemplar de clima quente, com
fundo mais adocicado, uma opção
arriscada e, ao mesmo tempo,
divertida, é tentar harmonizar o
Syrah com sobremesas à base de
chocolate meio amargo. Você poderá
se surpreender.

Edição 154
4 >> ADEGA 65
DEGUSTAÇÃO | p o r CHRISTIAN BURGOS

Prova de
STORIA
ADEGA degustou com exclusividade a nova safra
do vinho ícone da Casa Valduga

E
m recente viagem à Serra Gaúcha, fo-
mos convidados a almoçar e degustar
com Eduardo Valduga e Daniel Dalla
Valle, enólogo do grupo Família Valduga. Con-
versamos muito sobre a colheita do ano, sobre o
posicionamento do vinho brasileiro e Eduardo
frisou que eles foram pioneiros em “abraçar a in-
ternacionalização”, lançando sua importadora (a
Domno) e depois produzindo vinho em outros
países. “Não condenar o importado, mas abraçar
a oportunidade”, disse.
Falamos também sobre a evolução como o es-
tilo mais valorizado no mundo, com vinhos que
prestigiam a fruta e o terroir, e como isso favorece
o terroir brasileiro. Daniel apontou sabiamente
que, “em outros momentos, o mundo do vinho
parecia ir contra a natureza”.
Também degustamos, e muito, inclusive o
ícone Storia 2012, que este ano completa 10 anos
de sua primeira safra. Este grande Merlot, que só
é produzido em anos especiais, continua sendo
um balizador do melhor que se pode produzir
com a uva tinta da Denominação de Origem
Vale dos Vinhedos nas safras em que é lançado.
Não à toa, tornou-se objeto de desejo entre enó-
ilos, que querem ter a oportunidade de degustá-
-lo, e colecionadores. Um dos poucos exemplares
de vinhos brasileiros que encontram um merca-
do de segunda mão.

66 ADEGA >> Edição 154


AD 92 pontos AD 91 pontos
STORIA 2012 CASA VALDUGA GRAN LEOPOLDINA CHARDONNAY 2017
Casa Valduga, Vale dos Vinhedos, Brasil (sob encomenda). A garrafa que Casa Valduga, Vale dos Vinhedos, Brasil
degustamos ainda não havia sido rotulada. Além da guarda em barricas, o (R$ 120). Historicamente se revela um dos
vinho já ficou três anos em afinamento em garrafa. Daniel Dalla Valle explica melhores brancos brasileiros. Belíssimo nariz,
que ele não tem data para ir ao mercado, “degustamos a cada seis meses até primeiro pêssego e pera, depois evolui para
dizer que está ok”. O que encontramos em garrafa comprova a safra 2012 ervas aromáticas, quase incenso. Por fim,
como uma das melhores no Brasil. Excelente interação dos taninos presentes e abacaxi maduro, mas não em compota. Esta
as frutas aveludadas. Um vinho para amantes da margem direita de Bordeaux, safra demonstra mais estrutura, que ajudou a
evolui bastante no decanter e em taça, passando pela pimenta branca, tabaco, equilibrar a madeira que se revela untuosa ao
cassis, café, anis e canela. Menos exuberante e mais austero que o 2005, fim de boca com perfil a toffee. Mas seu aspecto
um reflexo do clima em 2012. Produziram 6.000 garrafas e, neste momento, mais encantador está na acidez e mineralidade,
apenas 3.200 serão vendidas. Com seis anos, tem a virtude de ser vendido que o torna vibrante, confirmando a fruta e
num momento em que já está muito bom para ser consumido. CB proporcionando elegância e frescor. CB

Edição 154 >> ADEGA 67


Grupo de jurados do
DEGUSTAÇÃO | p o r EDUARDO MILAN Brazil Wine Challenge

fotos: Jeferson Soldi


Brazil Wine
Challenge Os detalhes da nona
edição do único concurso

A
aura que envolve o mundo internacional de vinhos mente no lindo hotel Spa do Vinho,
dos vinhos é repleta de gla- com a chancela da OIV no coração do Vale dos Vinhedos, em
mour e fascinação daqueles realizado no Brasil Bento Gonçalves. Proissionais do ramo,
que não estão envolvidos de diversas nacionalidades, reúnem-se
proissionalmente com ele. por alguns dias para degustar, eleger e
Isso é facilmente explicado, pois quando se pensa premiar os melhores com medalhas, exatamente
em vinho, pensa-se em momentos especiais e de como numa competição esportiva.
comemoração, geralmente com pessoas de que Mas, há competições e competições. Quando
gostamos. Mas, uma coisa é beber vinho, outra é o assunto é vinho, os mais respeitados são aqueles
degustar para separar o joio do trigo. chancelados pela Organização Internacional da
É isso o que se faz num concurso de vinhos Uva e do Vinho (OIV) e pela União Internacional
como o Brazil Wine Challenge (BWC), realiza- dos Enólogos (UIOE), como é o caso do BWC,
do a cada dois anos pela Associação Brasileira de único concurso brasileiro reconhecido por essas
Enologia (ABE), na Serra Gaúcha, mais propria- duas instituições. Ter o reconhecimento delas é ter

68 ADEGA >> Edição 154


a obrigação de cumprir uma série de exigências,
tais quais: composição dos júris, com maioria de
Como nunca são revelados os nomes dos vi-
nhos avaliados em cada júri, somente a naciona-
Prova recebeu
enólogos ou proissionais do vinho; agrupamento lidade, mesmo depois da entrega das medalhas, 611 amostras
dos vinhos em categorias internacionalmente re- no caso especíico da minha mesa julgadora, du- de 18 países
conhecidas; determinação dos parâmetros para a rante os três dias de degustação tivemos a chance
sequência de serviço, como temperatura para cada de provar uma gama variada de estilos, mere- dos cinco
tipo/categoria, condições do ambiente de avaliação cendo especial destaque os espumantes brancos continentes
e tipo de taça; orientações sobre os parâmetros a se- e rosados brasileiros, que demonstraram muita
rem julgados em cada produto, além de sugestão de consistência e personalidade.
icha para pontuação e orientações quanto à forma A recompensa pelo trabalho realizado duran-
de obtenção da nota inal de cada amostra. te as duras manhãs de julgamento são as visitas
Em suma, um concurso com a patronagem técnicas e jantares promovidos pela ABE, com o
da OIV e da UIOE terá menor variabilidade no objetivo de reforçar vínculos entre enólogos, jor-
resultado, justamente em função de todo o pro- nalistas e outros proissionais da área. Nesse ano,
cesso ter um método de trabalho padronizado, cinco vinícolas receberam os jurados do concur-
independente do país ou instituição organizado- so: Geisse, Don Giovanni, Pizzato, Perini e Luiz
ra, contando sempre com delegados presentes de Argenta. Em cada uma delas, a conversa com os
ambas as instituições, que iscalizam e validam produtores foi muito proveitosa e algumas novi-
todos os processos de execução. dades foram apresentadas, tudo cercado de mui-
to vinho e de um agradável clima de amizade e
Representatividade confraternização entre especialistas apaixonados
Em sua nona edição, o Brazil Wine Challenge de todo o mundo.
contou com 611 amostras de 18 países da Amé-
rica, Europa, Ásia, África e Oceania, que foram
degustadas durante três dias por 50 especialistas,
entre eles, enólogos, sommeliers e jornalistas da
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Itália, Portugal VENCEDORES DO GRAN OURO
e Uruguai, divididos em seis júris, que avaliaram,
em média, 34 amostras por dia, numa verdadeira Maximo Boschi Yoo Nature Carta Vieja Quinta D’Amares
Espumante 2012 Reserva Syrah Alvarinho,
jornada pelo reino dos brancos, tintos, rosados, Biografia 2011 2016 Loureiro 2017
espumantes e destilados.
As pontuações são feitas seguindo as normas
da OIV, ou seja, um máximo de 30% do que for
degustado pode ser premiado com medalhas de
Grande Ouro (para amostras que recebam de 93
a 100 pontos) e Ouro (para amostras que rece-
bam de 88 a 92,9 pontos). Nessa nona edição do
concurso, foram distribuídas ao todo 193 meda-
lhas, sendo oito Grande Ouro e 185 de Ouro.
Nesse contexto, dois pontos primordiais mere-
cem ser destacados: o sistema totalmente informa-
tizado de avaliação, que garante maior agilidade
e segurança na captação e tabulação dos dados e Bueno Toro de Piedra Casa
Vinhas de
resultados, e o extremo cuidado no serviço dos vi- Espumante Grand Reserve - Ermelinda
Pegões Syrah
Bellavista Desirée Syrah/Cabernet Freitas Moscatel
nhos degustados. De fato, avaliar às cegas amostras Brut Rosé 2016 Sauvignon 2016 de Setúbal
2017
de tintos, brancos, rosados, espumantes, vinhos Superior 2007
licorosos e destilados de uva, cada qual com sua
temperatura ideal, faz toda a diferença.

Edição 154 >> ADEGA 69


DROPS | p o r ARNALDO GRIZZO

AJUDA AOS
PEQUENOS Ibravin e Sebrae renovam convênio que
busca a qualificação do setor

Dandy Marchetti/Ibravin
R$ 5 milhões serão

P
investidos em roduzir vinho pode parecer sim- As entidades destinarão R$ 5 milhões para
iniciativas com foco
na qualificação da ples, porém, entrar para essa in- investimentos em iniciativas que terão como
cadeia, valorização dústria nem sempre é tão fácil. foco a qualiicação da cadeia, a valorização da
da produção e
fortalecimento
Mas é visando deixar esse caminho produção e o fortalecimento comercial do vi-
comercial do mais amigável, especialmente para nho brasileiro no mercado interno. Até março
vinho brasileiro no
mercado interno
quem está começando ou ainda está na infor- de 2020, o projeto beneiciará vinícolas de pe-
malidade devido aos entraves burocráticos, queno e médio porte, agentes comerciais, viti-
que o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) cultores, produtores informais e estabelecimen-
e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- tos e proissionais de alimentação fora do lar em
quenas Empresas (Sebrae) renovaram, no dia sete estados brasileiros e no Distrito Federal,
27 de julho, o convênio para o projeto Valori- somando cerca de seis mil pessoas impactadas
zação dos Vinhos Brasileiros. diretamente. Além disso, as ações contemplarão

70 ADEGA >> Edição 154


“Temos
como meta
mobilizar e
também eventos de promoção para consumi- vinho para que conheçam a legislação e os qualificar mil
dores inais. Este é o terceiro convênio irmado benefícios do Simples Nacional e também produtores
entre o Ibravin e o Sebrae Nacional.
Umas das novidades do plano de trabalho
sobre a Lei do Vinho Colonial. Faremos
workshops, seminários e envio de informa-
informais de
entre o Ibravin e o Sebrae é o incentivo à regu- ções. Nos próximos meses, o Ibravin e o Se- vinho”
larização de agricultores familiares, como pro- brae estarão fazendo ampla divulgação em
dutores de vinho colonial ou artesanal, enqua- seus canais sobre esta ação para formaliza-
drados na Lei do Vinho Colonial, e o estímulo ção e inclusão no Simples. Nossa sugestão é
ao aumento da formalização de vitivinicultores que iquem atentos a essa divulgação ou que
de uva através da adesão ao Simples Nacional, nos procurem por meio dos contatos que es-
que começou a vigorar para o setor neste ano. A tão no site www.ibravin.org.br
expectativa é que mil produtores conheçam os
benefícios do regime por meio de workshops. Os entraves burocráticos para os informais
“Esse convênio ajuda toda a cadeia de pe- e para os pequenos/médios estão
quenos produtores a se desenvolver, desde o somente nas questões fiscais?
produtor de uva que é atendido pelo PAS Uva Principalmente. Entendemos que as ques-
para Processamento, até o pequeno restaurante tões sanitárias são muito mais fáceis de
que é qualiicado pelo programa Qualidade na resolver. Mas é importante que estes bus-
Taça. Entre uma ponta a outra, as vinícolas de quem regularizar sua situação, seja como
menor porte são beneiciadas através de ações agricultor familiar produtor de vinho arte-
de acesso ao mercado, de orientação para o sanal/colonial, ou como empresa inscrita
Simples Nacional e de iniciativas de promoção no regime do Simples Nacional. Os produ-
para os territórios, como é o caso das Indicações tores informais devem sair desta condição e
Geográicas. É uma proposta que estabelece à buscar a formalização. Isso permitirá aces-
toda a cadeia uma relação de ganha-ganha”, so às instituições onde podem buscar apoio
acredita o presidente do Ibravin, Oscar Ló. para proissionalização e qualiicação da
Segundo levantamentos do Ibravin e da Em- produção. Também terão acesso a novos
presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em- mercados, além de ser justo com os demais
brapa) Uva e Vinho, estima-se que, no Brasil, produtores que são legais, formalizados.
existam 1,1 mil vinícolas, sendo que 90% delas Após a conquista desta formalização, a su-
são micro e pequenas empresas, e que cerca gestão é que os produtores participem de
de 200 mil pessoas estejam envolvidas com a associações, que troquem experiências com
cadeia da uva e do vinho. Por ano, somente a outros produtores, que procurem as entida-
produção vinícola gaúcha movimenta cerca de des representativas que certamente darão o
R$ 2,5 bilhões. ADEGA questionou o diretor amparo possível. Além das questões iscais
de Relações Institucionais do Ibravin, Carlos e tributárias, os pequenos também sentem
Paviani, sobre como esse convênio ajudará a com os altos custos de logística, com a dii-
cadeia produtiva. Conira: culdade de arcarem com custos para o mar-
keting, infraestrutura, entre outros.
De que forma o produtor informal pode
ser beneficiado com o convênio? Qual a representatividade de faturamento dos
Qual trajeto ele deve seguir? pequenos e médios para a cadeia, já que eles
O convênio busca ampliar o número de pro- representam 90% das vinícolas do Brasil?
dutores formais. Temos como meta mobili- Elas representam cerca de 10% do fatura-
zar e qualiicar mil produtores informais de mento das vinícolas no Brasil.

Edição 154 >> ADEGA 71


DEGUSTAÇÃO | p o r CHRISTIAN BURGOS E EDUARDO MILAN

CAMPANIA Degustamos os vinhos do projeto


Vinosìa de Luciano Ercolino

D
urante muito tempo, o sobrenome Erco- alto, a Feudi acrescentou um sócio “forte” e a vi-
lino esteve diretamente ligado à Feudi nícola foi deixando de lado o estilo familiar para
di San Gregorio, uma das mais célebres se tornar “industrial”, aumentando a produção.
vinícolas da Campania. Em 1988, Luciano e seus “Decidi então iniciar meu próprio projeto, come-
irmãos, Enzo e Mario, iniciaram a Feudi na re- çar do zero. E dar um passo além nos vinhos”, re-
gião de Irpina. “Na época, só havia uma outra vi- vela, falando sobre a Vinosìa, fundada em 2004.
nícola famosa no local, a Mastroberadino”, conta A vinícola, moderna, projetada pelo arquiteto
Luciano, que recentemente esteve visitando o Alessandro Di Blasi, ica em Paternopoli, local
Brasil e apresentando seus vinhos. que “produz Aglianico”. “Em Irpina, temos a sor-
Ele lembra que, desde o começo, a ideia da Feu- te ter três DOCG. Greco, Fiano e Taurasi – que
di era criar algo novo na região. “Não levamos em é Aglianico, uma das mais antigas denominações
consideração os vinhos que eram feitos lá na época, de origem italianas. São 30 comunas onde se faz
queríamos criar o nosso próprio know-how. Produzir Aglianico”, comenta Luciano. Ele lembra que a
com uvas mais maduras e menor produção”, conta. região é privilegiada pelo solo vulcânico, graças
Segundo ele, outras mudanças importantes na eno- à proximidade do Vesúvio. “O Vesúvio trouxe a
logia foram introduzidas, como uso de barricas, e possibilidade de terrenos muito vulcânicos, terra
não botti, como era tradicional. Um dos destaques, negra, que dá uma característica muito particular
com o tempo, foi a variedade tinta Aglianico, uma na uva”, aponta.
das uvas autóctones locais, junto com Falanghina, ADEGA provou alguns vinhos de seu catá-
Greco di Tufo, Fiano di Avellino etc. logo focado nas variedades locais e autóctones e
Luciano conta que, após um investimento apresenta alguns destaques.

72 ADEGA >> Edição 154


VINHOS AVALIADOS

AD 90 pontos AD 90 pontos AD 91 pontos AD 93 pontos


LE SORBOLE BIANCO 2016 LE SORBOLE ROSSO 2016 NEROMORA AGLIANICO 2014 MARZIACANALE TAURASI 2011
Vinosìa, Campania, Itália (World Vinosìa, Campania, Itália Vinosìa, Campania, Itália Vinosìa, Campania, Itália (World
Wine R$ 66). Branco composto (World Wine R$ 66). Tinto (World Wine R$ 96). Tinto Wine R$ 277). Tinto elaborado
de 80% Falanghina, 10% composto de 85% Aglianico elaborado exclusivamente a exclusivamente a partir de
Greco di Tufo e 10% Fiano e 15% Piedirosso, sem partir de Aglianico, com estágio Aglianico, com estágio entre
di Avellino, sem passagem passagem por madeira. de oito meses em barricas 12 e 15 meses em barricas de
por madeira. Mostra frutas Chama atenção pela de carvalho francês. Mostra carvalho francês. Num estilo
brancas e de caroço maduras qualidade das frutas cassis e ameixas de perfil mais maduro e exuberante,
acompanhadas de notas florais, como morangos e cerejas, mais fresco acompanhados mostra frutas negras e vermelhas
minerais e de ervas frescas, acompanhadas de notas de notas florais, de ervas e seguidas de notas florais, de
que se confirmam no palato. florais, especiadas e de especiarias doces. Muito ervas secas e de especiarias
Seco e estruturado, tem gostosa herbáceas. Fresco, frutado frutado, impressiona pela doces. Austero e refinado, tem
acidez, textura cremosa, e e macio, tem ótima textura ótima textura de taninos, tem refrescante acidez e taninos
final médio/longo, com toques de taninos, gostosa acidez e bom volume, vibrante acidez e cheios de textura, que trazem
salinos e cítricos. Álcool 12,5%. final agradável e cativante, final persistente, com toques vibração e equilíbrio ao conjunto.
EM pedindo mais um gole. Álcool minerais, defumados e de Tem final longo e persistente,
12,5%. EM tabaco. Álcool 13,5%. EM com toques terrosos, defumados
e de tabaco. Álcool 14%. EM
GRANDS CHÂTEAUX | p o r ARNALDO GRIZZO

Quintessência A história de um dos rótulos italianos mais celebrados do mundo

uem observa pela primeira vez zia seus vinhos. Em 1906, diz-se que Silvio e a
uma garrafa de vinho de Giusep- esposa viajaram a cavalo por cinco dias para levar
pe Quintarelli provavelmente não barris de 50 litros de vinho para Gênova, de onde
consegue entender como aquele seriam exportados para os Estados Unidos. De-
rótulo escrito à mão, com letras pois da I Guerra Mundial, ele adquiriu alguns
que nem sempre são perffeita-
it hecta
h tares em Cerè, local próximo da cidade
mente distinguíveis, pode ser tão caro. O in- de N
Negar, no monte Cà Paletta, ao norte de
vólucro parece não corresponder com o pre- Veroona, não muito longe do paradisíaco lago
ço na etiqueta. No entanto, quem conh hece de G
Guarda.
a história e a fama desse produtor do Vêneto S
Somente nos anos 1950 é que Giuseppe,
reconhece de longe aquelas letrinhas m miú- seu i
ilho, entrou na empresa. Ele renovou vi-
das na garrafa e torce para poder desfru utar nhas e processos, e também introduziu algu-
de ao menos uma ao longo da vida. mas variedades internacionais. Além disso,
Sim, um Amarone de Giuseppe Quin- passsou a dar valor às tradições locais, como
tarelli é vendido com valor equivalentee a produção dos Amarones. Ele se iou no
ou superior a grandes vinhos de Bor- lento processo de apassimento (também
deaux, com um detalhe importante: conhecido como passiicação: depois de
eles não são produzidos todos os anos. colhidas, as uvas são deixadas para secar
Além disso, sua produção é bastante por períodos que variam de 90 a 120 dias,
limitada e ter acesso a uma garrafa é acomodadas em “bandejas” superpostas,
algo bastante raro. Mas, como um vi- conhecidas por arelas) e dos longos pe-
nho de uma região tão desprestigiada ríodos de envelhecimento (sete anos ou
quanto Valpolicella se tornou um íco- mais) em barricas da Slavonia.
ne mundial? Giuseppe, ou Bepi, como era cari-
nhosamente chamado, não se conten-
Paciência tou em produzir vinhos ligeiros e mas-
A história da vinícola começou no iní- sivos pelos quais a região de Valpolicella
cio do século XX, quando Silvio Quin- icou conhecida. Ele foi um dos primei-
tarelli cultivava terras em Valpolicella ros a trabalhar com Cabernet Sauvignon
como mezzadro (meeiro) e já produ- na região e a priorizar a qualidade sobre

74 ADEGA >> Edição 154


Um dos famosos
botti entalhados da
família Quintarelli
Sim, Quintarelli é da época em que o Amaro-
ne era um erro. No início do século XX, usava-se
o termo Recioto amaro quando o vinho fermen-
tava totalmente e se tornava seco. Amaro vem
de amargo, mas, no caso, signiicava um vinho
seco. Diz-se que foi Adelino Lucchese ou então
de Gaetano Dall’Ora, respectivamente enólogo e
presidente Cantina Sociale Valpolicella Negrar,
que, ao provarem o vinho teriam dito: “Isso não é
um ‘amaro’, é um ‘amarone’!” Assim, o nome no
superlativo icou ligado ao vinho.

À mão
Durante seus anos à frente da empresa, Giuseppe
sempre foi obstinado pela qualidade, não somen-
te dos vinhos, mas de tudo o que o cercava, até
mesmo do vidro das garrafas, das rolhas, selos e
dos rótulos feitos à mão. Em sua cantina, Quin-
tarelli possui uma pequena coleção de antigos
a quantidade. Um de seus principais trunfos foi a botti entalhados, cada um deles representando
Giuseppe, paciência. Enquanto a maioria dos produtores en- um membro da família.
ou Bepi, velhecia seus Amarones por três ou quatro anos, ele Após a morte de Giuseppe, a empresa icou
Quintarelli aguardava o dobro do tempo e, em safras medianas,
simplesmente não produzia, rebaixando o vinho
sob a responsabilidade de sua ilha mais velha,
Fiorenza, seu genro Giampaolo, e seus netos
foi um para seu Rosso del Bepi. Em safras ruins, nem mes- Francesco e Lorenzo. Eles mantêm os ensina-
obstinado mo isso fazia, deixando de produzir qualquer coisa. mentos de Giuseppe, produzindo cerca de 60
com a O erro
mil garrafas por ano de 11 rótulos diferentes com
uvas de cerca de 12 hectares de terras. Somen-
qualidade do Quintarelli faleceu em 2012, aos 84 anos, e re- te o branco Primoiore e o Valpolicella Classi-
seu vinho lativamente poucos tiveram a oportunidade de co são feitos todos os anos. Além de seu famoso
conhecê-lo profundamente. Ele era considerado Amarone, Quintarelli produz um blend bordalês
excêntrico, de certa forma enigmático e também chamado Alzero, e ainda outras misturas de uvas
um pouco recluso. Avesso aos holofotes, quem típicas do Vêneto com variedades internacionais.
busca informações sobre ele hoje, encontra pou- Quem tem a oportunidade de visitar a viníco-
cos relatos com frases que teriam saído de seus la e degustar seus vinhos logo repara que não há
lábios (nem mesmo site a vinícola possui). Uma cuspideiras sobre a mesa. Ou seja, o convidado
frase célebre teria sido: “Ainda me lembro da é “obrigado” a sorver todo o conteúdo da taça,
época em que, se continuasse a fermentar e con- pois, para Giuseppe e seus descendentes, não se
sumisse todo o seu açúcar para se tornar seco, o deve desperdiçar uma gota sequer. E quem des-
Recioto seria uma vergonha para a família”. perdiçaria?

76 ADEGA >> Edição 154


por ARNALDO GRIZZO
| DROPS

Brasil na presidência Regina Vanderlinde foi eleita presidente da


Organização Internacional da Vinha e do Vinho

N
o dia 6 de julho, Regina Vanderlinde che- antes de viajar para a França. Fez messtrado e dou-
ggo
gou à p g ç Inter-
presidência da Organização g p
torado em Enologia-Ampelologia g na UUniversidade
nacional da Vinha e do Vinho (OIV), or- de Bordeaux e morou lá durante seis anos. De vol-
ganização cientíica e técnica intergovernamental, ta ao Brasil, tornou-se professora na Universidade
fundada em 1924, principal órgão relacionado à viti- de Caxias do Sul (UCS) e ajudou a criar o Labo-
vinicultura no mundo. É a primeira vez que o Brasil ratório de Referência Enológica do Estado do Rio
alcança um cargo de tamanha relevância dentro da Grande do Sul e do Instituto Brasileiro do Vinho,
OIV, da qual é membro desde 1996. que administrou por 17 anos. Em 2001, passou a
Natural de Braço do Norte, Regina atua na atuar como delegada do Brasil na OIV. Ocupava
organização desde 2001. Ela é formada em Far- o posto de secretária cientíica da Subcomissão de
mácia Bioquímica Tecnologia de Alimentos pela Métodos de Análise quando venceu a eleição para
Universidade Federal de Santa Catarina e traba- chegar à presidência da entidade, sucedendo Mo-
lhou por dois anos em vinícolas em Caxias do Sul nika Christmann.

Edição 154 >> ADEGA 77


DROPS | p o r ARNALDO GRIZZO

78 ADEGA >> Edição 154


Proteção
CARDIOVASCULAR Estudo brasileiro mostra como o álcool
em dose moderada protege o coração

U
m estudo conduzido no Instituto de ta a correr, o órgão recomeça a bater lentamente
Ciências Biomédicas da Universidade e, após uma hora, os pesquisadores conseguem
de São Paulo descobriu a forma como ál- avaliar o tamanho do dano. Em média, nesse mo-
cool pode melhorar a saúde cardiovascular. A pes- delo, cerca de 50% das células cardíacas morrem
quisa foi publicada na edição de junho de 2018 caso não seja feito nenhum tipo de intervenção.
da revista Cardiovascular Research da European Em resposta ao estresse, as células cardíacas
Society of Cardiology. começam a produzir grandes quantidades de
Dados indicam que a proteção cardiovascular uma molécula reativa conhecida como 4-HNE
pode estar relacionada com a ativação de uma (4-hydroxy-2-nonenal), pertencente à classe quí-
enzima mitocondrial chamada ALDH2 (aldeído mica dos aldeídos. Em excesso, essa substância
desidrogenase-2), que ajuda a eliminar do orga- tóxica começa a destruir estruturas celulares
nismo tanto os subprodutos tóxicos gerados pelo essenciais. A enzima mitocondrial ALDH2 é a
metabolismo do álcool como também um tipo de principal responsável por livrar o organismo dos
molécula reativa produzida nas células cardíacas aldeídos acumulados.
quando estas sofrem um dano importante – como “Em nosso estudo, observamos que, no coração
o causado pelo infarto, por exemplo. exposto ao etanol antes do processo de isquemia
“Nossos dados sugerem que a exposição mode- e reperfusão, a atividade da ALDH2 se manteve
rada ao etanol causa um pequeno estresse nas célu- igual à de um órgão que não sofreu injúria. Acredi-
las do coração, não suiciente para matá-las. Como tamos que o estresse causado pelo etanol em dose
consequência, ocorre uma reorganização no sinal moderada deixa uma memória e, assim, a célula
intracelular e a célula cardíaca acaba criando uma aprende a manter a enzima ALDH2 mais ativa”,
memória bioquímica contra o estresse, também apontou Ferreira. Dessa forma, o grupo que teve
chamada de precondicionamento. Quando a célu- a exposição ao etanol, após uma hora, teve uma
la é submetida a um estresse maior, já sabe como média de 30% das células do coração mortas, taxa
lidar”, disse Julio Cesar Batista Ferreira, professor menor que os 50% “convencionais”.
do Departamento de Anatomia do ICB-USP. Os pesquisadores também airmaram que
O trabalho vem sendo feito em parceria com esse efeito não é o mesmo em todas as pessoas,
cientistas da Stanford University, nos Estados pois depende do DNA. “O acetaldeído resultan-
Unidos. Para estudar os efeitos cardioprotetores te do metabolismo do etanol pode ser protetor
do álcool em nível celular, os pesquisadores si- em pequenas quantidades para a maioria da po-
mularam uma condição semelhante ao infarto pulação, mas também pode maximizar o dano
em corações de camundongo mantidos vivos em do infarto em um indivíduo com a mutação no
um sistema artiicial. gene da ALDH2. Essas pessoas são fáceis de se-
Os cientistas então simulam uma condição rem identiicadas, pois, com apenas um copo de
clínica conhecida como isquemia e reperfusão in- cerveja, icam com o rosto vermelho, dor de ca-
terrompendo o luxo nutritivo para o coração du- beça e não ganham resistência ao álcool com o
rante 30 minutos. Quando a solução nutritiva vol- tempo”, disse Ferreira.

Edição 154 >> ADEGA 79


ENOARQUITETURA | p o r ARNALDO GRIZZO
Bela e
sustentável
Projeto da vinícola Valdemonjas alia beleza com
autossuficiência hídrica e energética

I
ncrustada nas suaves ondulações de Ribera del Duero,
não muito distante de vinícolas consagradas como Vega-
-Sicilia e Aalto, quase nas margens do sinuoso rio Duero
(que se transforma no Douro quando passa para o lado
português), ica a Valdemonjas, um projeto familiar (da
família Agüera Moyano) cujo design arquitetônico venceu o
prêmio “Architizer A +” em 2016.
Duas arquitetas espanholas, Ana Agag e Silvia Paredes, que
desenvolveram suas carreiras no famoso escritório Foster &
Partners, deram forma a essa vinícola inovadora localizada no
município de Quintanilla de Arriba, em Valladolid, e, com ela
ganharam o mais prestigiado prêmio de arquitetura mundial.
A principal ideia por trás do projeto da Valdemonjas é a
sustentabilidade. Ela foi pensada para ser autossuiciente, já
que não icaria conectada à rede de água e eletricidade
da região. “O uso sustentável da água tem sido uma
das nossas preocupações desde o início. É por isso
que um telhado inclinado foi projetado para
nos dar a possibilidade de coletar água da
chuva em tanques subterrâneos. Nós
também projetamos um sistema
de iltração e tratamento de

Edição 154 >> ADEGA 81


Design e integração
“É uma vinícola familiar, projetada e feita a partir
do amor, do respeito e da paixão pelo terroir. Um
dos nossos principais objetivos era a integração
com paisagem existente”, apontaram as arquitetas.
Dessa forma, o design é todo pensado também no
processo de recebimento das uvas de forma a usar
a gravidade. Graças aos dois andares, não são usa-
das bombas na viniicação.
O projeto concentrou a maior parte do traba-
lho da vinícola em uma nave central, que serve
para a viniicação, a fermentação etc. A entrada
da uva é feita pelo leste para um andar superior
diretamente conectado à planta de processamen-
to. A saída do produto acabado é feita no oeste
A vinícola foi pensada através de um vestíbulo térmico que se abre para
para ser autossuficiente, água eiciente”, apontou Silvia Paredes. a mesma planta de processamento, o que deixa
pois não ficaria conectada
à rede de água e
Já a energia é provida por sistema de geração assim a saída em uma situação muito próxima do
eletricidade da região independente com painéis fotovoltaicos que fo- acesso com rodas existente.
ram integrados ao telhado do edifício de modo Nos lados da nave central estão as naves “dor-
que, enquanto captam a energia solar, também mentes”: ao sul, a planta de envelhecimento em
servem para sombrear a entrada e a recepção das barril e, ao norte, a planta de envelhecimento em
uvas. A fachada oeste também usa sistemas de garrafa. O arco da abóbada, feito de tijolo, ofe-
controle solar, assim como ventilação natural dos rece ótimas condições naturais de temperatura e
espaços, o que dispensa ar condicionado. umidade.

82 ADEGA >> Edição 154


Projeto das arquitetas Ana
Agag e Silvia Paredes ganhou o
“Oscar” da arquitetura

O andar superior da vinícola é dividido em


dois blocos. O primeiro é dedicado ao início do
processo, a recepção da uva. Ele emerge da ter-
ra, pois envolve a descida da uva até a área de
processamento. O outro é dedicado ao inal do
processo: a degustação. Ele recebe grande con-
tribuição de luz natural, apresenta as melhores
vistas e tem ligação direta com a adega de enve-
lhecimento, com a enoteca e com o lagar.
Ambos os blocos são fechados por uma cober-
tura, que abriga o espaço de chegada das uvas e
se inclina para estimular a captação de água, que
é incorporada em um tanque adjacente à viníco-
la com capacidade suiciente para suas necessida-
des de água, além de ter os painéis fotovoltaicos
integrados.
“Queríamos transmitir uma pequena, eicien-
te e poderosa imagem de vinícola, ao mesmo
tempo arriscada, de acordo com os princípios
que governam Valdemonjas; nós pensamos que
o projeto de um edifício compacto, semienterra-
do, que emerge da terra, como uma escultura,
ajuda a reforçar a imagem de uma nova marca
de vinhos Ribera del Duero, cuja qualidade já foi
reconhecida”, inalizam as arquitetas.

Edição 154 >> ADEGA 83


CAVE
Para esta edição, a equipe de
C A D E R N O D E AVA L I A Ç Ã O D E ADEGA
Tabela de avaliação
avaliadores de ADEGA provou mais Classificação Pontos
de 1.500 vinhos, dos quais 73 Extraordinário 95 A 100
que estão em nossas páginas Excelente 91 A 94
Ótimo 89 A 90
Muito Bom 87 A 88
Avaliações por
Bom 85 A 86
Editor de vinho:
Regular 82 A 84
Eduardo Milan (EM)
Fraco ABAIXO DE 82

Beto Duarte (BD), Evolução


Christian Burgos (CB),
Christiane Miguez (CM), = Beber
Daniel Perches (DP), = Beber ou Guardar
Guilherme Velloso (GV), = Guardar
João Paulo Gentille (JPG), Observações
Juliana Trombeta Reis (JTR) = BEST BUY - Melhor custo-benefício
e Mauricio Leme (MSL) Os
O preços são aproximados no varejo e
www.oMelhorVinho.com.br itos à variação.
= Vinhos degustados em ocasiões
ciais – lançamentos e raridades –
Degustações realizadas no restaurante
Praça São Lourenço com ajuda do sommelier e, portanto, não às cegas.
Gustavo dos Santos Barros

Espumantes, página 86
Brancos, página 86
Rosé, página 88
Tintos, página 89
Eventos, página 98

Hora do saca-rolha
ESPUMANTES BRANCOS

AD 88 pontos AD 85 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos AD 88 pontos


CASA VALDUGA MARCUS JAMES BERINGER MAIN & VINE CASA SCALECCI FINCA LA FLORENCIA
ARTE TRADICIONAL ESPUMANTE DEMI-SEC CHARDONNAY 2016 SAUVIGNON BLANC 2016 SAUVIGNON BLANC 2015
ELEGANCE 2015 Aurora, Serra Gaúcha, Beringer, Califórnia, Casa Scalecci, Sicília, Familia Cassone,
Casa Valduga, Brasil (R$ 30). Estados Unidos (La Itália (Casa Scalecci Mendoza, Argentina
Vale dos Vinhedos, Espumante branco Pastina R$ 77). Aroma R$ 80). De cor (Família Cassone R$
Brasil (R$ 57,00). demi-sec elaborado de frutas amarelas amarelo claro com 82). Branco elaborado
Espumante demi-sec pelo método Charmat maduras como bala de tons esverdeados, é exclusivamente a partir
elaborado pelo método a partir de 50% abacaxi e pêssego em um Sauvignon Blanc de uvas Sauvignon
tradicional a partir Chardonnay e 50% conjunto com tostado que apresenta notas Blanc advindas de
de 60% Chardonnay Moscato. Apesenta leve. No paladar, é herbáceas típicas da Luján de Cuyo, sem
e 40% Pinot Noir, cor amarelo-citrino de redondo e fácil de uva, mas também passagem por madeira.
com 12 meses de relexos esverdeados beber, tem textura de abacaxi maduro, Fácil de entender
amadurecimento e perlage intenso e quase cremosa, com pêssego e pera por e gostoso de beber,
sobre as leveduras. Os abundante. Aqui a fruta em volume e ser de uma região mostra frutas cítricas
aromas lembram frutas Moscato desempenha madurez que aparece mais quente. Intenso e brancas maduras
brancas e de caroço, papel fundamental, bem. De duração também no paladar, seguidas de notas
bem como notas lorais aportando um ar média e viscosidade tem boa estrutura e herbáceas, lorais e
e herbáceas, além de sedutor tanto nos agradável, tem estilo acidez elevada. Fresco minerais. De médio
sutil tostado. No palato, aromas quanto nos despretensioso e e persistente. Álcool corpo e de boa textura,
é leve e delicado, sabores. Mostra frutas consegue agradar. A 13,8%. JTR tem acidez refrescante
mostrando cuidado brancas e tropicais sugestão é para ser e inal também médio,
na elaboração poucas acompanhados de notas servido quase gelado, com toques salinos e de
vezes encontrado em lorais e herbáceas. No acompanhado de limão siciliano. Álcool
nosso mercado em palato, tem acidez que queijos frescos como 12,5%. EM
vinhos desse estilo. traz certo equilíbrio os de búfala cremosos.
Tem boa cremosidade a sua doçura e inal Álcool 13,7%. JPG
e bom equilíbrio entre médio. Álcool 11,5%.
acidez e doçura. Álcool EM
11%. EM

86 ADEGA >> Edição 154


>>

AD 89 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos


GUASPARI VALE DA LA JOVEM LUIS FELIPE EDWARDS
PEDRA BRANCO 2016 GEWÜRZTRAMINER 2017 RESERVA SAUVIGNON
Guaspari, Espírito Luiz Argenta, Flores BLANC 2017
Santo do Pinhal, Brasil da Cunha, Brasil (R$ Luis Felipe Edwards,
(R$ 82). Projeto que 82). Branco elaborado Leyda, Chile (Pão
vem se destacando exclusivamente a partir de Açúcar R$ 44).
na região de Espirito Gewürztraminer, sem Branco elaborado
Santo do Pinhal pela passagem por madeira. exclusivamente a
qualidade de seus Sempre consistente partir de Sauvignon
vinhos. Este Sauvignon safra após safra, este Blanc, sem passagem
Blanc apresenta-se é um dos melhores por madeira. De boa
com um leve toque de exemplares da cepa tipicidade, mostra
frutas doces no nariz produzidos em solo frutas brancas e cítricas
e na boca, porém o brasileiro. Nesta edição, acompanhadas de
que mais chama a mantém as típicas notas notas lorais, de ervas
atenção é seu equilíbrio lorais e de pimenta frescas e de especiarias
entre os açúcares e branca, que envolvem picantes tanto no
a acidez. No palato, os aromas e se nariz quanto na boca.
ainda se destacam conirmam no palato, Refrescante e de médio
toques citrinos e um mas mostra peril de corpo, tem gostosa
inal marcante. Vinho fruta mais madura e textura, vibrante acidez
que preferencialmente mais volume de boca e inal agradável e
deve ser consumido quando comparado ao cativante, com toques
jovem, mas que mostra 2016. Álcool 12,5%. salinos e de limão.
possibilidade de bom EM Álcool 13%. EM
envelhecimento por
alguns anos. Álcool
14%. DP
ROSÉS

AD 89 pontos AD 89 pontos AD 91 pontos AD 91 pontos AD 91 pontos


ORVALHO PALMENTO INZOLIA 2016 RAR COLLEZIONE VILLARD EXPRESIÓN JEAN LEON 3055 ROSÉ 2017
CHARDONNAY 2017 Settesoli, Sicília, Itália GEWÜRZTRAMINER 2011 RESERVE CHARDONNAY Jean Leon, Penedès,
3 Atelier, Serra (Italia Mais R$ 74). RAR, Campos de 2016 Espanha (Devinum R$
Gaúcha, Brasil (R$ Branco elaborado Cima da Serra, Brasil Villard, Casablanca, 140). Rosado elaborado
120). Este Chardonnay exclusivamente a (R$ 65). Exuberante Chile (Decanter exclusivamente a
da Serra Gaúcha partir de Inzolia, no nariz e no paladar, R$ 127). Elaborado partir de uvas Pinot
combina de maneira sem passagem por este Gewürztraminer exclusivamente a Noir cultivadas em
bastante interessante madeira. Num estilo apresenta notas de partir de Chardonnay, vinhedos plantados em
notas tropicais, com mais discreto no nariz, frutas amarelas, como com estágio de 20% 1963, sem passagem
frutas brancas e uma mostra aromas de frutas damasco e abacaxi do vinho durante sete por madeira. Além
agradável nota tostada, de caroço e de abacaxi, maduros, mel e um meses em barricas de sua linda cor,
provinda de sua que se conirmam toque de mineralidade. de carvalho francês e mostra cativantes
passagem em barrica na boca. Tem inal Em boca, tem acidez fermentação malolática aromas de morangos
de carvalho francês persistente, com toques necessária para deixá- somente em 3% do acompanhados de
por 10 meses. Este de pêssego e melão, lo instigante e ainda volume. O resultado notas lorais, minerais
amadurecimento em além de notas lorais contribui para seu bom é um branco fresco, e herbáceas. Redondo
contato com as borras e de pimenta branca, envelhecimento. Ideal vibrante e cheio de e de boa estrutura, tem
inas também trouxe tudo envolto por para acompanhar pratos tensão, onde as frutas refrescante acidez,
a este belo branco um gostosa textura e ótima picantes. Álcool 13%. tropicais e de caroço gostosa textura e inal
inal de boca longo e acidez. Álcool 12,5%. JTR estão envoltas por notas persistente, com toques
untuoso, que combina EM lorais, minerais e de cítricos, tropicais e
mineralidade e ótima ervas. Tem deliciosa e salinos. Álcool 12,5%.
acidez. Álcool 12,8%. cremosa textura e inal EM
MSL profundo e persistente,
com toques salinos e
cítricos. Álcool 12,9%.
EM

88 ADEGA >> Edição 154


TINTOS >>

AQUI, POR TRÁS


DE CADA VINHO
HÁ UMA HISTÓRIA.

Beba com moderação.


AD 90 pontos AD 94 pontos AD 90 pontos
MIRABEAU PURE 2016 ATAMISQUE BERA DOLCETTO
Mirabeau, Côtes de ASSEMBLAGE 2015 D’ALBA 2016
Provence, França Atamisque, Mendoza, Bera, Piemonte,
(Clarets R$ 133). Argentina (World Itália (Vinci US$
Rosado típico Wine R$ 254). Tinto 29). Tinto elaborado
provençal, clarinho composto de 50% exclusivamente a
com aquela cor de Malbec, 25% Cabernet partir de Dolcetto, sem
casca de cebola Sauvignon, 18% Merlot passagem por madeira.
alaranjada. O aroma é e 7% Petit Verdot, com Mostras aromas de
soisticado e delicado, estágio de 16 meses cerejas e amoras
traços inos minerais em barricas novas escoltados por notas
que lembram cera de carvalho francês. lorais, terrosas, de ervas
com fruta sutil em Apesar da juventude, frescas e de especiarias
segundo plano. No impressiona pelo estilo doces, que se
paladar, tem presença equilibrado e reinado, conirmam no palato.
de vinho branco com em que os taninos Gastronômico por
acidez que saliva de ótima textura e natureza, tem médio
trazendo aquela tensão a refrescante acidez corpo, refrescante
cítrica gostosa. Possui trazem sustentação acidez, taninos de
médio corpo, fruta a toda a sua fruta ótima textura e inal
fresca e boa duração. negra de peril fresco. médio/longo, que pede
Trata-se de um estilo Tem inal cheio e a companhia de massas
muito deinido, cheio persistente, com ao molho tipo sugo.
de personalidade toques de graite e de Álcool 13%. EM
e elegância. Pode violeta. Um autêntico
acompanhar ostras, mendocino, mas de
mariscos e peixes pedigree bordalês.
grelhados. Álcool 13%. Álcool 14,5%. EM ENTREGAMOS NA SUA
JPG
CASA EM 90 MINUTOS,
7 DIAS POR SEMANA.
VÁLIDO APENAS PARA GRANDE SP.

WWW.SONOMA.COM.BR
AD 92 pontos AD 89 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos AD 88 pontos
BUCCIA NERA TENUTA C’EST LA VIE PINOT CHÂTEAU RIGAUD CICONIA TINTO 2016 COLLE PETRITO
DI CAMPRIANO CHIANTI NOIR SYRAH 2016 ROUGE 2014 Casa Agrícola PRIMITIVO 2015
CLASSICO RISERVA 2013 Albert Bichot, Château Rigaud, Alexandre Relvas, Colle Petrito,
Buccia Nera, Toscana, Languedoc-Roussillon, Languedoc-Roussillon, Alentejo, Portugal Puglia, Itália (Adega
Itália (Vind’Ame R$ França (Winebrands França (Grand Cru R$ (Cantu R$ 53). Alentejana R$ 94).
236). Tinto composto R$ 75). Projeto no 105). Tinto composto Tinto composto de Um italiano de estilo
de uvas 85% Sangiovese sul da França com a de 55% Syrah, 26% Touriga Nacional, tradicional. No nariz, é
e os 15% restantes de assinatura do enólogo Mourvèdre e 19% Syrah e Aragonês, intenso, com a fruta se
Cabernet Sauvignon da Maison Albert Grenache, com estágio com breve estágio misturando com notas
e Merlot, com estágio Bichot, Alain Serveau. de 12 meses em barris em carvalho francês. provocadas pelo estágio
de 18 meses em Tinto composto de de carvalho. Muito Sempre consistente, em barrica. Ameixa,
barris de carvalho. Pinot Noir e Syrah, sem frutado, mostra cerejas mostra aromas de amora, chocolate,
Complexo tanto nos passagem por madeira. e amoras escoltadas ameixas, amoras e baunilha… Na boca, é
aromas quanto nos Direto, frutado e por notas terrosas, cassis acompanhados encorpado, os taninos
sabores, mostra cerejas, gostoso de beber, de ervas secas e de de notas lorais, de são bem presentes e
amoras e ameixas mostra notas lorais, de especiarias. No paladar, ervas e de especiarias. a acidez equilibrada.
acompanhadas de notas ervas e de especiarias chama atenção pela Redondo e suculento, Tem boa persistência.
lorais, terrosas, de escoltando as frutas gostosa acidez e pelos tem boa acidez, taninos Álcool 14%. BD
ervas e de especiarias vermelhas e negras de taninos aveludados, que macios e inal médio e
doces. Suculento peril mais fresco. Tem pedem a companhia agradável, convidando
e estruturado, tem ótima acidez, taninos de comida. Tem a mais um gole. Versátil
taninos macios e de macios e inal médio/ inal médio/longo, e fácil de agradar, pode
ótima textura, vibrante longo, com toques de com toques de frutas acompanhar desde
acidez e inal cheio e cerejas, que convidam vermelhas. Álcool embutidos em geral até
persistente, com toques a uma segunda taça. 13,5%. EM massas escoltadas por
de couro e de alcaçuz. Álcool 13%. EM molhos à base de carne.
Álcool 14%. EM Álcool 14,5%. EM

90 ADEGA >> Edição 154


O melhor
>> vinho para
cada ocasião.

AD 88 pontos AD 89 pontos AD 88 pontos


CONDOR CABERNET CRIOS MALBEC 2017 EMILIANA CARMÉNÈRE 2016
SAUVIGNON 2015 Susana Balbo, Emiliana, Vale Central,
Millaman, Vale Mendoza, Argentina Chile (La Pastina R$
Central, Chile (Adega (Cantu R$ 72). Tinto 39). Tinto elaborado a
Alentejana R$ 33). A composto de uvas partir de Carménère,
Cabernet Sauvignon 95% Malbec e 5% sem passagem por
produz vinhos em Bonarda, advindas madeira. Muito
muitos estilos no tanto de Luján de frutado, mostra as
Chile. Este exemplar Cuyo quanto do vale características notas de
ganha pontos por do Uco, com estágio de ervas e de especiarias
oferecer um conjunto nove meses em barricas picantes escoltando
satisfatório a preço bem de carvalho francês. suas frutas negras,
acessível. Os aromas Diferentemente lembrando ameixas.
revelam fruta fresca e da safra 2016, este Redondo e gostoso
madura, na linha de 2017 mostra-se mais de beber, tem acidez
cerejas, além de notas potente e suculento, refrescante e taninos de
lorais, de torrefação privilegiando as frutas boa textura, que trazem
e de especiarias. Na vermelhas e negras de equilíbrio ao conjunto.
boca, tem boa acidez peril mais maduro, Tem inal agradável,
e fruta fresca. Por ser mantendo as típicas pedindo mais um gole.
relativamente jovem, notas lorais e de Álcool 13,5%. EM
os taninos (de boa especiarias doces. Tem
textura) ainda marcam gostosa acidez e taninos
presença no paladar. de boa textura, que
Corpo médio e álcool aportam equilíbrio ao
sem protagonismo conjunto. Cativante e
completam o peril fácil de agradar. Álcool
desse vinho, que pode 14%. EM
valorizar um bom prato
de carne assada com
batatas coradas. Álcool
12,5%. GV
AD 93 pontos AD 88 pontos AD 94 pontos AD 86 pontos AD 91 pontos
ESPORÃO CANTO DO ZÉ FICO GRANDE GIANNI GAGLIARDO GRANJA UNIÃO CABERNET HOSPICES DE BELLEVILLE
CRUZ ARAGONEZ 2013 SANGIOVESE 2016 BAROLO 2011 SAUVIGNON 2016 MORGON 2015
Esporão, Alentejo, Poderi dal Nespoli, Gianni Gagliardo, Cooperativa Vinícola Joseph Drouhin,
Portugal (Qualimpor Emiglia-Romagna, Piemonte, Itália Garibaldi, Serra Beaujolais, França
R$ 427). Tinto Itália (Grand Cru R$ (World Wine R$ Gaúcha, Brasil (Mistral US$ 55).
elaborado 50). Tinto composto 426). Tinto elaborado (R$ 25). Sempre Tinto elaborado
exclusivamente a partir de 95% Sangiovese exclusivamente a partir mostrando consistência exclusivamente com
de uvas Aragonez e 5% Merlot, sem de Nebbiolo, com e tipicidade, este uvas Gamay advindas
advindas da vinha passagem por madeira. estágio de 24 meses tinto é elaborado da propriedade de 12
Canto do Zé Cruz, Mostra as típicas em carvalho e mais exclusivamente a partir hectares de Joseph
plantada em 1974, cerejas da Sangiovese 14 meses em garrafa. de uvas Cabernet Drouhin no Cru de
com estágio de 12 acompanhadas de Chama atenção pelas Sauvignon, sem Morgon, sem passagem
meses em barricas notas lorais, terrosas notas lorais, de tabaco passagem por madeira. por madeira. Esbanja
novas de 500 litros e de ervas secas, e de camurça, que Perfeito exemplo de frutas vermelhas e
de carvalho francês. que se conirmam envolvem os aromas que, às vezes, menos negras seguidas de
Intenso e estruturado, no paladar. Cheio de frutas vermelhas e é mais. Mostra frutas notas lorais, especiadas
mostra aromas de frutas de fruta, tem acidez negras de peril mais negras e vermelhas e de ervas, tudo num
vermelhas e negras refrescante, taninos fresco. Ainda muito acompanhadas de contexto de ótima
acompanhados de notas que pedem comida e jovem, tem vibrante notas terrosas, lorais acidez, muita tensão
lorais, terrosas, de inal agradável, que acidez, taninos de e de ervas, que e taninos cheios de
ervas e de especiarias. demanda um segundo excelente textura e inal se conirmam na textura. Reinado e
Muito preciso e gole. Álcool 13%. EM persistente e profundo, boca. Tem taninos muito gostoso de beber,
austero, tem taninos com toques de sangue e e refrescante acidez tem inal persistente,
de ótima textura, de cerejas. Tem 14% de que pedem comida, com toques terrosos e
gostosa acidez e inal álcool. EM de preferência carnes de couro. Álcool 13%.
persistente e profundo, vermelhas mais magras. EM
conirmando o nariz. Álcool 12%. EM
Álcool 14%. EM

92 ADEGA >> Edição 154


>>

AD 90 pontos AD 89 pontos AD 93 pontos


IL MOLINO DI GRACE JP AZEITÃO TINTO 2017 LA BERNARDINE
CHIANTI CLASSICO 2013 Bacalhôa, Península CHÂTEAUNEUF-
Il Molino di Grace, de Setúbal, Portugal DU-PAPE 2012
Toscana, Itália (Portus R$ 64). Tinto M. Chapoutier, Rhône,
(Sonoma R$ 120). composto de 45% França (Mistral US$
Tinto elaborado Syrah, 31% Castelão 124). Tinto elaborado
exclusivamente a partir e 24% Aragonez, majoritariamente a
de Sangiovese, com sem passagem por partir de Grenache
estágio de 12 meses em madeira. Sempre muito acrescido de pequenas
barricas de carvalho. consistente ano a ano, partes de Syrah e
Cheio de tipicidade, é um porto seguro para Mourvèdre, com
mostras cerejas e quem busca vinhos de estágio entre 12 e 15
morangos em profusão estilo gastronômico. meses em tonéis de
acompanhados Parece que nessa safra a carvalho e tanques de
de notas lorais, maior porcentagem de cimento. Exuberante e
defumadas, terrosas Castelão e de Aragonez denso, mostra cerejas,
e de ervas frescas, conferiram ainda mais amoras e framboesas
que se conirmam na frescor e estrutura, seguidas de notas
boca. Gastronômico e tudo sustentado por lorais, terrosas e de
frutado, tem vibrante gostosa acidez e alcaçuz, além de
acidez, taninos de taninos de boa textura. toques especiados e
ótima textura e inal Tem inal médio/ de ervas. Impressiona
suculento e persistente, longo, com toques pelo equilíbrio do
com toques minerais lorais, especiados e de conjunto, mesmo
e de frutas vermelhas ameixas. Álcool 13,5%. ainda tão jovem, tudo
ácidas. Álcool 13%. EM EM sustentado por taninos
de excelente textura,
acidez refrescante e
inal persistente, com
toques de graite, de
eucalipto e de cerejas
negras. Álcool 14,5%.
EM
>>

AD 89 pontos AD 88 pontos AD 92 pontos AD 90 pontos AD 93 pontos


NUESTRO ROBLE 2015 PARRÓNE RESERVE PLANETA ETNA ROSSO 2013 QUINTA DO CASAL BRANCO SAINT COSME CROZES-
Premium Fincas, CABERNET SAUVIGNON 2015 Planeta, Sicília, Itália TOURIGA NACIONAL 2016 HERMITAGE 2015
Ribera del Duero, Agricola Alchemysta, (Interfood R$ 214). Quinta do Casal Château de Saint
Espanha (Porto a Porto Colchagua, Chile Tinto elaborado Branco, Tejo, Portugal Cosme, Rhône, França
R$ 83). Quase púrpura, (SemiD’oro R$ 80). exclusivamente a partir (Conceito Português (Winebrands R$ 292).
esse Tempranillo Os aromas são de de Nerello Mascalese, R$ 109). Vinícola Tinto 100% Syrah
mostra nariz elegante, cerejas, cassis e amoras. com estágio de oito tradicional da região (Serine), com estágio
com aromas que Na boca, é seco, meses em tonéis de que recentemente de 12 meses em barris
remetem a fruta tipo encorpado, tem os 600 hectolitros. Linda reformulou sua de carvalho, sendo
cereja, mato seco, taninos irmes e boa cor vermelho-rubi adega e trouxe ainda 20% novos. Sempre
madeira ina e leve acidez. As notas de translúcido. Aromas mais qualidade aos consistente e de ótima
tabaco. Na boca, em fruta se misturam com de framboesas, vinhos. Este apresenta tipicidade, mostra
que pesem a boa acidez um toque de pimenta. cerejas e morangos, características bastante notas defumadas, de
e a presença de fruta Tem persistência acompanhados de singulares, tornando-o ervas e de especiarias
fresca e madura, os média e inal agradável notas lorais, herbáceas intrigante no nariz picantes envolvendo
taninos, assim como e suculento. Álcool e minerais, além de e na boca. Além das os aromas de ameixas,
a madeira, aparecem 14,1%. BD toques especiados e tradicionais e esperadas cassis e amoras.
em primeiro plano. A animais. Mas, é no notas de frutos Denso, equilibrado e
mensagem implícita é palato que merece vermelhos, ele traz compacto, tem taninos
que esse vinho de estilo atenção, com sua uma mistura de tabaco, de ótima textura,
moderno se beneiciará acidez vibrante, taninos chocolate e ervas. Na refrescante acidez e
de mais dois ou três de textura lembrando boca, mostra-se muito inal cheio e longo,
anos de guarda. E que, giz e inal longo e vivaz e talvez ainda com toques minerais,
quando for aberto, persistente, com toques jovem, podendo ganhar lorais e de alcaçuz.
icará ainda melhor salinos agradáveis. Mais mais complexidade Uma excelente versão
acompanhando, por profundo que cheio, com o tempo. Seu deste tinto. Álcool
exemplo, uma rabada é gostoso e suculento, inal é bastante 13,5%. EM
(cola de toro), prato conirmando as frutas marcante, sendo um
típico da culinária vermelhas do nariz. bom acompanhante
espanhola. Álcool 14%. Uma ótima versão dessa para algumas comidas
GV uva, que tem menos até mais temperadas e
reconhecimento do que apimentadas. Álcool
deveria. Álcool 13%. 13%. DP
EM

94 ADEGA >> Edição 154


CLASSIFICADOS • PARA ANUNCIAR, LIGUE 11 3876 8200 • CLASSIFICADOS

CLASSIFICADOS • PARA ANUNCIAR, LIGUE 11 3876 8200 • CLASSIFICADOS


>>

AD 91 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos AD 92 pontos AD 94 pontos


THE CROSSINGS VEO GRANDE CABERNET VICENTIN BLEND VIÑA MURIEL RESERVA 2011 ZENATO AMARONE
PINOT NOIR 2015 SAUVIGNON 2015 DE MALBECS 2013 Bodegas Muriel, DELLA VALPOLICELLA
The Crossings, Errázuriz Ovalle, Vicentin, Mendoza, Rioja, Espanha CLASSICO 2012
Marlborough, Nova Colchagua, Chile Argentina (Galeria (Winebrands R$ Zenato, Vêneto, Itália
Zelândia (Domno R$ (Obra Prima R$ dos Vinhos R$ 127). 220). Tinto elaborado (World Wine R$
126). Tinto elaborado 68). Tinto elaborado A Vicentin é uma exclusivamente a 550). Tinto composto
exclusivamente a exclusivamente a família que tem outros partir de Tempranillo, de 80% Corvina,
partir de Pinot Noir, partir de Cabernet negócios na Argentina com estágio de 24 10% Rondinella
com estágio de sete Sauvignon, com e, desde 2009, dedica- meses em barricas e 10% Oseleta e
meses em barricas de estágio de oito meses se também aos vinhos. de carvalho francês e Croatina, com
carvalho francês 20% em barricas de Esse é um blend de americano e mais três processo de secagem –
novas. Cativante e carvalho. Redondo e Malbecs da região de anos de descanso em apassimento – antes da
sedutor, mostra peril muito frutado, mostra Luján de Cuyo, em garrafa. O resultado fermentação e posterior
de morangos e cerejas ameixas e cerejas Mendoza, que passa dessa longa espera é amadurecimento em
maduras seguidas de acompanhadas de 10 meses em barricas percebido na ótima botti de carvalho do
notas lorais, terrosas notas lorais, tostadas, de primeiro e segundo textura de taninos, que leste europeu por 36
e de ervas, típicas da de especiarias e de uso para maturação. O trazem sustentação meses. Cativantes notas
variedade. Estruturado, ervas. De bom corpo, resultado é um vinho a toda sua fruta lorais e de especiarias
tem bom volume tem taninos macios, intenso, encorpado e vermelha. Complexo e doces acompanham
de boca, refrescante acidez refrescante e com uma coloração estruturado, tem acidez as frutas negras em
acidez, taninos macios inal médio/longo, com muito forte, trazendo refrescante e inal compota, depois
e inal persistente e toques de mocha e de notas de tabaco, graite, longo e persistente, aparecem toques de
agradável, com toques frutas negras maduras. cassis e frutos negros. com toques minerais, alcaçuz e de tabaco.
minerais e especiados. Álcool 12,9%. EM Na boca, é potente especiados, lorais, de Estruturado e carnudo,
Álcool 14%. EM e com taninos bem cerejas e de tabaco. tem ótima textura de
marcantes. Seu inal Álcool 14%. EM taninos e deliciosa
persistente traz notas acidez, que equilibram
defumadas agradáveis. toda sua exuberância e
Álcool 14,9%. DP untuosidade. Seu inal
é persistente e longo,
com toques terrosos, de
couro e de ameixas e
de cerejas em compota.
Álcool 16,5%. EM

96 ADEGA >> Edição 154


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EVENTOS ||

TRIVENTO -
HERDADE DO ROCIM HERDADE DO ROCIM LA CAUSA LA CAUSA GERMAN DI CESARE

AD 94 pontos AD 91 pontos AD 91 pontos AD 90 pontos AD 90 pontos


HERDADE DO ROCIM OLHO DE MOCHO LA CAUSA DEL ITATA LA CAUSA DEL ITATA TRIVENTO PRIVATE
CLAY AGED 2016 RESERVA BRANCO 2016 CINSAULT 2015 PAÍS 2016 RESERVE MALBEC 2016
Herdade do Rocim, Herdade do Rocim, Torres, Itata, Chile Torres, Itata, Chile Trivento, Mendoza,
Alentejo, Portugal Alentejo, Portugal (Devinum R$ 85). (Devinum R$ 85). Argentina (VCT R$
(World Wine R$ 450). (World Wine R$ 139). Tinto elaborado Tinto elaborado 87). Tinto elaborado
Tinto composto por Branco elaborado exclusivamente a exclusivamente a exclusivamente
40% Alicante Bouschet, exclusivamente a partir partir de Cinsault, partir de uvas País a partir de uvas
30% Trincadeira, de uvas Antão Vaz 50% com maceração advindas de vinhedos Malbec advindas do
20% Petit Verdot e cultivadas em solos carbônica e posterior centenários cultivados vale do Uco, com
10% Tannat, com arenosos, advindas estágio de todo vinho em Itata. Um ótimo e estágio de 40% do
estágio de 16 meses de um vinhedo de durante 12 meses em bem domado exemplar vinho em barricas de
em talhas de barro de mais de 65 anos, com barricas de carvalho dessa cepa ancestral, carvalho durante oito
140 litros, produzidas fermentação sem de terceiro uso. De mostra seu típico lado meses. Num estilo
com argila retirada da adição de leveduras ótima tipicidade, é terroso escoltando gastronômico e fácil
própria Herdade do em barris (60% novos) um autêntico suco as frutas vermelhas de beber, mostra
Rocim. Impressiona de carvalho francês de de cerejas e ameixas de peril mais fresco. as típicas notas de
pela suculência e 300 e 500 litros. Fresco acompanhado de Redondo, suculento violeta e de ameixa
pelo frescor, mesmo e vibrante, mostra notas lorais, terrosas e gostoso de beber, envoltas por vibrante
em meio a tanta fruta notas lorais, de ervas e de especiarias tem acidez vibrante, acidez e taninos de
negra madura. Vertical e de especiarias doces doces. Estruturado, taninos de boa grãos inos e de boa
e reinado, tem taninos escoltando os aromas gastronômico e textura e inal médio/ textura, que trazem
de excelente textura, de frutas brancas e vibrante, tem taninos longo, com toques de sustentação e vibração
vibrante acidez e inal de caroço maduras. de ótima textura, cerejas e framboesas. a toda sua fruta.
profundo e persistente, Tem ótima acidez, acidez elétrica e inal Companhia perfeita Tem inal cativante e
com toques lorais, textura cremosa e inal persistente, convidando para embutidos em persistente, com toques
minerais, de especiarias persistente e cheio, a uma segunda taça, geral. Álcool 13%. EM minerais, de cassis e
doces e de ervas secas. com toques salinos e de melhor ainda se de especiarias doces.
Álcool 14,5%. EM pêssegos. Álcool 13%. na companhia de Álcool 13%. EM
EM embutidos. Álcool 13%.
EM

98 ADEGA >> Edição 154


INFORMATIVO
Benefícios para
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QUALIDADE, • Associado ativo no mês


de lançamento recebe

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de Vinhos do Brasil 2018

QUALIDADE • Pré-venda com desconto para


participação no International
Tasting 2018
Quando degustamos com donos de vinícolas e enólogos,
o assunto sempre gira em torno da visão de vinho, terroir e
qualidade. Nunca nenhum enólogo nos apresentou um vinho • Pré-venda com desconto para
falando que seu principal atributo é um desconto. participação nos jantares com
grandes Chefs Sabor.club
Por isso, causa estranheza, decepção e a sensação de que alguma
coisa se perdeu quando vemos a venda de vinhos tão baseada em
descontos. É claro que oportunidades existem, mas há limite. Para nós, • Desconto na compra de
em ADEGA, oportunidade mesmo é encontrar um vinho cuja qualidade ingressos para o Encontro de
surpreende em relação ao seu preço normal. Por que será que nosso Vinhos em 2018
cérebro cai na tentação do “pela metade do dobro”?
Se comprarmos um guarda-chuva muito barato e ele segurar a • Até 25% de desconto no site
chuva umas cinco vezes antes de quebrar, ele ainda cumpriu sua da importadora Mistral
missão cinco vezes. Podemos racionalizar que, pelo preço, até que
durou... Mas no vinho, não. É uma vez e pronto. Uma chance para • Até 20% de desconto no site
acompanhar aquele prato preparado com esmero, para encantar da importadora Winebrands
os amigos, arrancar um suspiro... Vinho não é guarda-chuva, uma
garrafa carrega a missão de transformar um momento. E não dá
• 10% de desconto em produtos
TEVEWINYWXMƼGEVHM^IRHSUYISHIWGSRXSIVEWLS[ gastronômicos e vinhos no
Desculpem o desabafo, mas é isso mesmo: vinho ruim, site Loja.Sabor.Club
mesmo com muito desconto, continua ruim. Por isso, quando
as pessoas perguntam o que o nosso clube tem de especial, eu
• Associado ativo no mês
respondo: “Nada”. Apenas colocamos a qualidade, a curiosidade
de lançamento recebe
e o conhecimento em primeiro lugar. E procuramos ser fiéis aos gratuitamente o Guia
ideais das pessoas que lutam a vida toda para fazer um vinho Descorchados 2019
melhor a cada safra, como nos ensina Albert de Villaine, enólogo
do Domaine de la Romanée-Conti, com quem tivemos o privilégio
• Pré-venda com desconto
de degustar este mês e estimulou esta reflexão.
para o lançamento do Guia
Descorchados 2019
Saúde,
Christian Burgos e Eduardo Milan
BE A
LU
C

VOCÊ SABIA QUE...


o Mas La Plana icou famo-
so ao ganhar, em 1979, uma
A seleção Black deste mês reúne, degustação às cegas em que
mais uma vez, dois grandes íco- estavam presentes alguns dos
nes. Conseguimos trazer o Mas maiores ícones da região de
La Plana, um tinto histórico na Bordeaux?
vitivinicultura espanhola, elabo-
rado pela conceituada Torres na
região de Penedès. E, das colinas
de Bolgheri, na Toscana, selecio-
namos o italiano Promis, com a
assinatura de ninguém mais nin-
guém menos que Angelo Gaja,
que dispensa apresentações
DO BARBARESCO À
TOSCANA

Ca’Marcanda é o nome do
projeto do mítico produtor
piemontês Angelo Gaja
RP na região de Bolgheri,

AD
92+
pts
na Toscana.

94pts
AD

93pts
MAS LA PLANA 2013
Torres / Devinum (R$ 415)
REGIÃO/PAÍS: Penedès, Espanha

Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Cabernet Sauvignon,


cultivadas no vinhedo Mas La Plana, plantado na década de 1960, com
estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês 85% novas. O trabalho
minucioso tanto no campo quanto na cantina é percebido no equilíbrio e
finesse do conjunto. Mostra sedutores aromas de amoras, de cerejas e de
cassis acompanhados de notas florais, de cedro, de especiarias e de ervas.
Impressiona pela textura de taninos e pela vibrante acidez, tudo num contexto
de muita precisão. Compacto e profundo, tem final agradável, com toques
salinos e de grafite. Álcool 14,5%. EM

CA’MARCANDA PROMIS 2013


Gaja / Mistral (R$ 335)
REGIÃO/PAÍS: Toscana, Itália

Ca’Marcanda é o projeto de Gaja, mítico produtor do Piemonte, em Bolgheri, na


Toscana. Blend de 55% Cabernet Sauvignon, 35% Syrah e 10% Sangiovese, com
estágio de 18 meses em barricas usadas de carvalho francês. Desde o início
mostra exuberantes aromas de frutas vermelhas e negras acompanhados de
RSXEWƽSVEMWHIIVZEWIHIIWTIGMEVMEWHSGIW)WXVYXYVEHSIFEPERGIEHSXIQ
EGMHI^VIJVIWGERXIXERMRSWHIʬXMQEXI\XYVEIƼREPTIVWMWXIRXIGSQXSUYIW
XIVVSWSWIHIEQIM\EW(IƼRMXMZEQIRXIYQʬXMQSI\IQTPEVHEVIKMʝSGSQEQʝS
elegante e precisa presente em todos os vinhos de Angelo Gaja. Álcool 13,5%. EM
JEAN-MICHEL GUILLON
BOURGOGNE PINOT NOIR 2013
Jean-Michel Guillon / Vind’Ame (R$ 239)
REGIÃO/PAÍS: Borgonha, França

Uma espécie de “Petit Gevrey”, as uvas


Pinot Noir deste tinto vêm exclusivamente
de um vinhedo na comuna de Gevrey- JS
Chambertin, mas que não podem 92
AD Aqui unimos tradição e inovação. De
ostentar o status dessa denominação.
O vinho estagia nove meses em barricas
92
pts
pts
Mendoza, na Argentina, escolhemos
novas e usadas de carvalho francês. AD o Gran Terroir, um Malbec vibrante
Surpreende pela complexidade nos aromas, 991ptts
elaborado pela Zorzal, que em nada
mostrando frutas vermelhas mais frescas tem a ver com os tintos pesados e
EGSQTERLEHEWHIRSXEWƽSVEMWXIVVSWEW extraídos que costumavam ser feitos
defumadas, de couro e de especiarias com essa cepa por nossos vizinhos.
doces. Austero, tem ótima acidez, textura Dali, partimos para a França, de
PIQFVERHSKM^IƼREPTIVWMWXIRXIGSQ
AD onde vem o Jean-Michel Guillon,
toques de morangos, de cerejas e de
camurça. Álcool 12,5%. EM 92
pts
um Pinot da Borgonha de pequena
produção, que vai mexer com sua ca-
beça. Terminamos nossa jornada no
ZORZAL GRAN Trentino, onde elegemos o Terre, da
TERROIR MALBEC 2014 Tenuta San Leonardo, considerada
Zorzal Wines / Grand Cru (R$ 170) por muitos críticos o melhor produ-
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
tor de tintos do norte da Itália.
Tinto elaborado exclusivamente a partir
de uvas Malbec advindas de Gualtallary,
fermentadas em tanques parte de concreto
e parte de inox, com estágio de 13 meses
em barricas usadas de carvalho francês.
No melhor estilo dos atuais Malbec
argentinos, que esbanjam acidez, tensão e
profundidade. Mostra muita fruta negra de
TIVƼPQEMWJVIWGSWIKYMHEHIRSXEWQMRIVEMW
de ervas, de violeta e de especiarias doces.
Cheio de camadas e nuances, privilegia a
pureza e mostra a força do lugar de onde
vem, Gualtallary. Álcool 14%. EM
DE OLHO NO UCO
Juan Pablo Michelini é o enólogo da
TERRE DI SAN LEONARDO 2014 Zorzal e, junto com seus irmãos, Matias e
Tenuta San Leonardo / Mistral (R$ 192) Gerardo, está entre os maiores responsáveis
REGIÃO/PAÍS: Trentino, Itália por promover o potencial de Gualtallary e
Tupungato, no vale do Uco.
Reconhecidamente entre os melhores
produtores de tintos do norte da Itália. O
Terre é um blend de Cabernet Sauvignon,
Merlot, Cabernet Franc e Carménère, com
estágio de 80% do vinho durante 18 meses TRENTO
em tonéis de carvalho do leste europeu,
enquanto os 20% restante passam seis A Tenuta San Leonardo,
meses em barricas de carvalho francês. ica em Trentino, no
Mostra agradáveis notas de ervas e de extremo norte da Itália,
especiarias acompanhando as frutas e foi comprada pela
ZIVQIPLEWGSQSEQIM\EW(ITIVƼP família Gresti em 1770,
gastronômico, mostra vibrante acidez, que são proprietários da
XERMRSWHIKVʝSWƼRSWIƼREPIPIKERXI
vinícola até hoje.
e persistente, com toques terrosos e de
cerejas, que pedem a companhia de massas
ao molho tipo ragu. Álcool 13%. EM
DEG
A

GO

AD

91
pts
AD

No Grand Gold deste mês, selecio- DE


SCORCHAD 90
pts

OS
namos tintos que precisam ser co- 92 pts
nhecidos. De Portugal, vem o Quin-
ta de Chocapalha, um vinho frutado AD

e reinado, que relete na taça o que 91 pts


melhor a região de Lisboa pode pro- HARMONIZAÇÃO
duzir. Da Itália, escolhemos o Oltre-
mé, elaborado na Puglia com a pou- Além dos ótimos vinhos, a
co comum uva Sussumaniello. Dali, Atamisque é famosa pelas
vamos direto para Mendoza, na Ar- trutas frescas que costuma
gentina, onde pinçamos o Catalpa, servir durante os almoços
um verdadeiro Malbec com sotaque no restaurante da
francês elaborado pela Atamisque. vinícola.

VOCÊ SABIA QUE...

a renomada enóloga Sandra


Tavares, além de uma das
proprietárias da Quinta de
Chocapalha, é casada com Jorge
Serôdio Borges, outro reputado
enólogo português, e juntos eles
têm o projeto Wine & Soul?

QUINTA DE OLTREMÉ SUSSUMANIELLO 2016


CATALPA MALBEC 2016
Atamisque / World Wine (R$ 118) CHOCAPALHA TINTO 2013 Tenute Rubino / Clarets (R$ 115)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina
Quinta de Chocapalha / REGIÃO/PAÍS: Puglia, Itália
Adega Alentejana (R$ 136)
REGIÃO/PAÍS: Lisboa, Portugal Tinto elaborado exclusivamente a
Tinto elaborado exclusivamente a
partir de uvas Malbec cultivadas partir de uvas Sussumaniello, típicas
em Tupungato, no vale do Uco, com Tinto composto de Tinta Roriz, Touriga da zona de Brindisi, cultivadas em
estágio de 50% do vinho em barricas Nacional, Castelão, Alicante Bouschet solos arenosos, sem passagem
de carvalho francês. Chama atenção e Syrah, fermentado em lagares, com por madeira, mas com estágio de
pela precisão do conjunto e pela estágio de 18 meses em barricas 12 meses em tanques de aço inox.
pureza das frutas negras, tudo num usadas de carvalho francês. Estruturado Muito bem feito em seu estilo de
contexto de taninos de ótima textura e e carnudo, mostra frutas negras, como fruta negra e vermelha de perfil
vibrante acidez. Tem final persistente, ameixas e amoras, acompanhadas de mais maduro, muito característico
com toques minerais, florais e de notas florais e de especiarias doces. dessa região da Puglia, tudo
especiarias. Álcool 13,5%. EM Refinado e bem resolvido, tem boa bem equilibrado por taninos de
acidez, taninos de ótima textura e final boa textura e refrescante acidez.
cheio e longo, com toques de grafite. Gostoso de beber e fácil de agradar,
Álcool 14,5%. EM
tem final carnudo, com toques de
chocolate e de ervas frescas. Álcool
13%. EM
E ADE
UB A

BARÓN LADRÓN DE GUEVARA COSECHA 2015


Bodega Valdelana / Vind’Ame (R$ 94) GOLD
REGIÃO/PAÍS: Rioja, Espanha
Tinto composto de 95% Tempranillo e 5% Viura, sem passagem por
madeira. Chama atenção pela nitidez dos aromas de frutas vermelhas
frescas acompanhados de notas florais, de ervas e de especiarias
picantes. Fresco e frutado, tem médio corpo, ótima acidez, gostosa
textura de taninos e final médio/longo, com toques terrosos e de
groselhas. Álcool 14%. EM O Gold deste mês reúne verdadeiros
achados, entre os melhores produzidos
em suas regiões. De Portugal, trazemos
HERDADE SÃO MIGUEL COLHEITA SELECIONADA TINTO 2016
o Colheita Selecionada, da Herdade de
Casa Agrícola Alexandre Relvas / Cantu (R$ 88)
São Miguel, atualmente um dos pro-
REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal
dutores mais consistentes do Alentejo.
Tinto composto de Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah Viajando até a Espanha, selecionamos
e Touriga Nacional, com estágio de 50% do vinho durante seis o Barón Ladrón de Guevara, um autên-
meses em barris de 400 litros de carvalho francês. Esbanja frescor e
tico Tempranillo da Rioja. Terminamos
tensão, tudo em meio a muita fruta, como ameixas, cassis e amoras,
acompanhadas de notas florais e de especiarias doces, que se nosso passeio em Colchagua, onde esco-
confirmam no palato. Cativante e gostoso de beber, tem boa acidez, lhemos o Veo Grande, um Cabernet chi-
ótima textura de taninos e final suculento, pedindo mais um gole. leno de carteirinha, parceiro ideal para
Álcool 14%. EM carnes ensopadas, que combinam tanto
com os dias mais frios do inverno.

VEO GRANDE CABERNET SAUVIGNON 2017


Errázuriz Ovalle / Obra Prima (R$ 75)
REGIÃO/PAÍS: Colchagua, Chile
Tinto elaborado exclusivamente a partir de Cabernet Sauvignon, com
estágio de oito meses em barricas de carvalho. Redondo e muito
frutado, mostra ameixas e cerejas acompanhadas de notas florais, AD
tostadas, de especiarias e de ervas. De bom corpo, tem taninos macios,
acidez refrescante e final médio/longo, com toques de mocha e de
89
pts

frutas negras maduras. Álcool 12,9%. EM

AD

POTÊNCIA
90
pts
AD

VITIVINÍCOLA
90pts

Uma das mais tradicionais


regiões produtoras de vinhos
da Espanha, Rioja tem
cerca de 61 mil hectares de
vinhedos plantados e perto
de 600 vinícolas.

SINÔNIMOS
A Tempranillo possui vários
nomes. Em Ribera del Duero é
conhecida por Tinta del País,
já no Alentejo, em Portugal,
é chamada de Aragonez
(ou Aragonês), enquanto no
Douro, de Tinta Roriz.
BE ADE
LU A
C

SILVER
CHAKANA MALBEC 2016
Chakana / La Pastina (R$ 50)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina

Fundada em 2002, a Bodega Chakana elabora este tinto exclusivamente a partir


de uvas Malbec, sem passagem por madeira. De boa tipicidade, mostra ameixas
acompanhadas de notas florais e de ervas, que se confirmam na boca. De médio
corpo e muito gostoso de beber, tem taninos macios, boa acidez e final também
Neste mês, o time Silver traz tintos va- médio, que pede a companhia de carnes na brasa. Álcool 13%. EM
riados e versáteis, que podem ser bebi-
dos sozinhos ou na companhia das mais
variadas preparações, desde massas até LES PETITES JAMELLES ROUGE 2016
churrasco. De Mendoza, elegemos o Les Jamelles / Winebrands (R$ 59)
argentino Chakana Malbec, perfeito REGIÃO/PAÍS: Languedoc-Roussillon, França
para carnes na brasa. Da África do Sul,
selecionamos o Namaqua, um Caber- Elaborado a partir de vinhas velhas de Grenache do Sul da França, possui aroma
fresco e agradável com notas florais seguidas de frutas vermelhas, além de
net de boa tipicidade, ideal para acom-
toques de açúcar queimado. No paladar, tem médio corpo com taninos finos
panhar massas ao molho de carne ou de e acidez refrescante, que lembra cereja preta madura. Muito bem feito, com
linguiça. Terminamos nossa viagem no proposta delicada e aguda mostrando belo equilíbrio em final agradável. De estilo
Languedoc, de onde vem o Les Petites gastronômico, pode acompanhar carne de pato ou porco assado em almoço de
Jamelles, um francês frutado e gostoso família. Álcool 13%. JPG
de beber, que vai fazer bonito na com-
panhia de uma tábua de embutidos.
NAMAQUA CABERNET SAUVIGNON 2015
Namaqua Wines / Domno (R$ 42)
REGIÃO/PAÍS: Olifants River, África do Sul

Tinto elaborado exclusivamente a partir de Cabernet Sauvignon, sem passagem por


madeira. Mostra notas de ervas e de especiarias escoltando os aromas de ameixas.
AD Redondo e de bom corpo, tem refrescante acidez, taninos finos e final médio/
longo, confirmando o nariz. Versátil, pode acompanhar desde massas até carnes
88
pts vermelhas mais magras. Álcool 13,5%. EM

AD
CONCENTRAÇÃO
88
pts
AD

88 Você sabia que a província de


pts
Mendoza possui 160 mil hectares
de vinhedos, o equivalente a
70% do total plantado em toda
Argentina?

DOC

A região do Laguedoc-Roussillon
possui cinco AOC (abreviação
para Denominações de Origem
Controlada em francês), Coteaux
du Languedoc (também chamada
de Languedoc), Corbières, Saint-
-Chinian, Minervois e Faugères.
BE ADEG
LU A
C

BRANCO
POGGIOTONDO VERMENTINO
AD
ANSONICA 2016
Poggiotondo / World Wine (R$ 109) 89
pts
REGIÃO/PAÍS: Toscana, Itália

Branco composto de 60% AD

Vermentino e 40% Ansonica, 90


pts
Neste mês, nossa seleção é um passeio
fermentado com leveduras AD

indígenas e sem passagem por 91


pts
pela Europa. Começamos nossa jorna-
madeira. Chama atenção pela da na Itália, onde elegemos um blend
ótima textura e pela refrescante inusitado de Vermentino e Ansonica,
acidez. Mostra notas florais, da Poggiotondo, vinícola familiar do
de ervas e de frutas de caroço, enólogo e consultor Alberto Antonini.
que se confirmam no palato. Do Rhône, escolhemos o Little James
Tem final mineral e de boa Basket Press, um assemblage de Viog-
persistência, com toques de nier e Sauvignon Blanc frutado e cheio
frutos secos. Álcool 12,5%. EM de frescor. Da França vamos até Por-
tugal, de onde trazemos o alentejano
Monte Velho, um corte de Antão Vaz,
LITTLE JAMES BASKET
PRESS BLANC 2016 Loureiro e Perrum, produzido pela
Château du Saint Cosme / conceituada Herdade do Esporão.
Winebrands (R$ 108)
REGIÃO/PAÍS: Rhône, França

Branco composto de Viognier e


Sauvignon Blanc, sem passagem
por madeira. Assim como seu
irmão tinto, tem estilo frutado SEM LIMITES
e cativante, em que as frutas
brancas e de caroço maduras Apesar de ser muito cultivada
são sustentadas por refrescante
na ilha da Sardenha, a
acidez, boa textura e final
Vermentino vem produzindo
persistente, com toques cítricos
e minerais, que se confirmam no ótimos resultados também na
palato. Álcool 13,5%. EM Toscana, principalmente na
região de Bolgheri.

MONTE VELHO BRANCO 2017


Esporão / Qualimpor (R$ 65)
REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal

Branco composto de Antão VINHO E ÓLEO


Vaz, Loureiro e Perrum, sem Além de contar com
passagem por madeira. Esta cerca de 700 hectares de
safra traz frutas brancas vinhedos e ser uma das
IGʧXVMGEWHITIVƼPQEMW
responsáveis por colocar
maduro, mantendo a gostosa
acidez, os toques salinos e o vinho alentejano no
EWRSXEWƽSVEMWILIVFʛGIEW cenário internacional,
que trazem uma maior a Herdade do Esporão
sensação de frescor ao também produz azeites de
conjunto. Tem ótima acidez, excelente qualidade.
FSEXI\XYVEIƼREPEKVEHʛZIP
que pede uma segunda taça.
Álcool 13,5%. EM

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QUEM DISSE | para BEBER e COMENTAR

“Senti mais uma Vinho não é álcool, vinho


vez o quão simples é uma bebida para ser
é a felicidade: uma consumida com comida, ou
taça de vinho, uma
castanha assada, um para ser bebida e desfrutada
pequeno braseiro, o
som do mar. Nada Steven Spurrier, crítico de vinhos

mais. E tudo o que é


necessário para sentir
que aqui e agora está “O que estamos tentando dar aos
a felicidade em um consumidores é fruta, vinho, variedades,
coração simples e não extrato de madeira. Preparar extratos
frugal” de madeira é fácil e chato”
Frase do livro “Zorba, o grego”
Yiannis Paraskevopoulos, enólogo

“Não gosto de pertencer a


“A grande revolução do nenhum grupo. Quero ser
DOC Douro foi feita livre, então chego ao lado
pelas famílias do Vinho mais absurdo, sendo de vinhas
do Porto. É interessante loucas, no sentido de livres, sem
a capacidade que essas química, sem nada. Não sou
famílias tradicionais biodinâmico, nem ecológico,
tiveram de perceber essa nem nada. Sou totalmente
transformação e liderá-la” contra tudo o que me controle”
Cristiano Van Zeller, enólogo René Barbier, enólogo

106 ADEGA >> Edição 153


7 MEDALHAS DE OURO PROVAM O QUE
A GENTE SEMPRE FALA: CLUB DES SOMMELIERS
TEM UMA SELEÇÃO DE VINHOS ESPECIAIS.

Os vinhos Club des Sommeliers participaram do 9th Brazil Wine


Challenge, Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, um dos mais
respeitados pelos enólogos, e 7 rótulos ganharam medalha de ouro.
Se você queria saber nossos segredos, acabamos de revelar um deles.

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