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Prensas hidráulicas trazem soluções para a produção de peças complexas

Apesar de não acompanhar a velocidade de golpes por minuto (GPM) das prensas
mecânicas, as máquinas hidráulicas são a solução para fazer repuxos profundos

As prensas hidráulicas (PH) passaram um longo período com um papel pequeno na indústria. Esse cenário
mudou graças à tecnologia que, de alguns anos para cá, vem sendo agregada a esses equipamentos. O
aumento da velocidade de produção e as técnicas de vedação para evitar vazamentos tiraram desse tipo de
máquina a aura de equipamento defasado e lento demais para acompanhar o ritmo da indústria.

A PH tem como principal aplicação o trabalho de estamparia especial, como é o caso de peças que exigem
repuxos profundos, usados na indústria automobilística, fábricas que usam aço inox e na produção de
panelas, por exemplo. “A prensa hidráulica trabalha mais lentamente, o que não danifica ou rasga o
material”, explica José Neto Camilo Maciel, diretor comercial da GHC – Ergon.

A tecnologia para este setor vem sendo desenvolvida


ao longo de anos. “Nenhuma mudança na área de
prensas acontece de uma hora para a outra, no caso
das prensas hidráulicas as inovações vêm sendo
introduzidas lentamente, de 10 anos para cá”, analisa
Osni de Andrade Silva, diretor comercial da Fagor
Arrasate. Segundo Silva, hoje já é possível controlar a
força e velocidade exercida pela prensa na peça a cada
centésimo de milímetro, a qualquer ponto do curso sem
escalonamentos. Esse comando minucioso é feito por
servo-válvulas, enquanto o controle de posicionamento
do martelo é executado de forma precisa por um CNC.

Segundo Arilson Brisolla, gerente comercial da


Meggaforming, a aplicação da prensa hidráulica na
indústria é mais limitada porque o número de golpes por minuto (GPM) destas máquinas ainda é pequeno
comparado às prensas mecânicas. Brisolla afirma que, na Meggaforming, 95% das vendas são de prensas
mecânicas, que atendem à necessidade de produção de um grande volume de peças em alta velocidade. A
Fagor Arrasate também enxerga uma grande diferença na demanda dos dois equipamentos. Silva afirma que
a empresa produz cerca de 110 prensas mecânicas por ano e apenas 20 prensas hidráulicas no mesmo
período.

A grande energia e disponibilidade de força no PMI da máquina mecânica


acaba dilacerando o material se a prensa for usada para fazer repuxos
profundos. Já a PH trabalha mais lentamente, mas é a solução para
estamparia mais detalhada. Gerson Kuse é diretor da Germaq, que fabrica a
prensa hidráulica PHR 300. Ele explica que as duas máquinas têm
aplicações e vantagens que podem ser integradas, “A hidráulica oferece
ajustes finos que são impossíveis de serem feitos na mecânica, por isso as
duas máquinas acabam sendo complementares. Muitas indústrias usam
prensas mecânicas para produzir em grande escala, e algumas hidráulicas,
para trabalhar nos processos mais complexos”.

Outra aplicação da PH é para try out de peças. O equipamento pode ser


programado para simular gráfico curso x tempo de uma prensa mecânica e
verificar em que tipo de ajuste e regulagens da prensa aquela peça será mais
bem produzida. A partir daí, os testes em várias prensas mecânicas são
descartados.

Uma prensa hidráulica capaz de atingir o mesmo número de GPM de uma prensa mecânica através da
adaptação de acumuladores hidráulicos se tornaria tão cara que o projeto não seria viável. Mesmo assim,
essas máquinas tentam reduzir o abismo em volume de produção em relação as prensas mecânicas, como
explica o diretor comercial da GHC – Ergon, José Neto Camilo Maciel: “A velocidade dessas máquinas está
tendo uma melhora”. Para Arilson Brisolla, as PM já estão desenvolvidas, mas as PH ainda estão em
desenvolvimento. “A tendência é que as prensas hidráulicas trabalhem com bombas hidráulicas de alta
vazão, para aumentar a velocidade, tornando-as mais competitivas”, acredita.

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