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CURSO DE SOCIOLOGIA DO TRABALHO

PROFESSORA MARA QUEIROGA CAMISASSA

AULA 4

3. População e Emprego
População, população ativa e população ocupada
Resumo das aulas

Olá pessoal!

Antes de iniciarmos esta aula acho importante ressaltar para vocês que
os conceitos de população ativa e população ocupada ainda não foram
cobrados pela ESAF nos concursos de AFT, apesar de constarem nos
editais.

As informações sobre a população e em especial sobre a população


trabalhadora são importantes para a Sociologia do Trabalho, pois nos
mostram através de dados estatísticos, a realidade do trabalho
(emprego, subemprego, desemprego) em determinada sociedade, suas
variações e transformações históricas além de apontar tendências
futuras. Embora alguns autores entendam que este tema refere-se à
Sociologia econômica, ramo da sociologia que estuda os fatores
econômicos, ou economicamente condicionados, dentre eles, os
mercados de trabalho.

Através do estudo dos dados apresentados nesta aula, veremos, por


exemplo, que, já há alguns anos, a idade mínima para ingresso no
mercado de trabalho no Brasil passou de 14 para 16 anos (exceto no
caso do menor aprendiz, a partir dos 14 anos). Buscou-se com esta
alteração mitigar o problema do desemprego, restringindo a liberdade
das empresas de substituírem trabalhadores adultos, por jovens e
adolescentes. Paralelamente, reforçou-se a prioridade de alargar o
tempo de estudos destes jovens, o que permitiria aumentar o nível de
escolaridade destes no momento em que conseguissem seu primeiro
emprego.

Por outro lado, devido à inversão da pirâmide previdenciária (menos


trabalhadores ativos, mais trabalhadores aposentados) e ao aumento da
expectativa de vida, a idade máxima para se aposentar tende a
aumentar.

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Tais fatores têm reflexo direto no mercado de trabalho e nas relações


sociais dele decorrentes. O mercado de trabalho é visto como o
mecanismo central de distribuição social, sendo o movimento que leva
do emprego ao desemprego um dos estudos do qual se ocupa a
sociologia do trabalho, em especial, sobre o risco desigual com que a
perda do trabalho atinge determinados grupos de indivíduos, que se
distinguem por características tais como idade, sexo, cor, posição na
família e escolaridade.

POPULAÇÃO E EMPREGO
População, população ativa e população ocupada

Segundo o último censo demográfico, realizado em 2010 pelo IBGE –


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira
alcançou 190.755.799 habitantes, um crescimento de 12,3% em
comparação à população encontrada pelo Censo 2000, que era de
169.799.170 habitantes.

O censo mostrou a continuidade do processo de diminuição da


população rural. Um contingente de 2 milhões de pessoas entre 2000 e
2010 se deslocou para as áreas urbanas.

Os dados da população trabalhadora podem ser obtidos através de


pesquisas realizadas pelo IBGE, dentre elas destaco a Pesquisa Mensal
de Emprego – PME e a PNAD – Pesquisa Nacional de Amostras
por Domicílio.

O DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos


Socioeconômicos, organização criada por sindicatos em 1955, também
realiza várias pesquisas, dentre elas e Pesquisa de Emprego e
Desemprego.

A metodologia de captação dos dados das pesquisas do IBGE segue


algumas orientações internacionais, como os Princípios e
Recomendações para Censos Populacionais e Domiciliares da ONU –
Organização das Nações Unidas.

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A Pesquisa Mensal de Emprego - PME, como o próprio nome diz é


realizada mensalmente e sua abrangência geográfica se restringe às
regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Esta pesquisa tem como resultado indicadores mensais sobre a força de


trabalho, que permitem avaliar as flutuações e a tendência, a médio
e a longo prazos, do mercado de trabalho nas capitais pesquisadas.

Dentre estes indicadores estão: população economicamente ativa e não


economicamente ativa (veremos estes conceitos a seguir), rendimento
médio nominal e real, posse de carteira de trabalho assinada,
distribuição das pessoas ocupadas por grupo de atividade econômica,
entre outras, tendo como unidade de coleta os domicílios. Por ser
mensal, considera-se que a PME é um indicativo ágil dos efeitos da
conjuntura econômica sobre o mercado de trabalho.

A Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio - PNAD é realizada


anualmente, no mês de Setembro, tem abrangência nacional e
apresenta como resultado, indicadores das características gerais da
população, de educação, trabalho, rendimento e habitação e outras.

Aos mais curiosos sobre este assunto, lembro que o IBGE está sempre
revendo a metodologia de captação de alguns dados, por este motivo,
qualquer análise mais criteriosa deve levar em consideração o método
de coleta utilizado.

Alguns indicadores fornecidos por estas pesquisas são de nosso


interesse e vamos estudá-los a seguir:

Obs.: A título informativo: encontra-se em fase de implementação pelo


IBGE um novo modelo de realização de pesquisas domiciliares por
amostragem, que substituirá a PME e a PNAD, integrando essas duas
pesquisas, chamado de PNAD Contínua. Por dois anos, as três pesquisas
serão produzidas paralelamente. A PNAD Contínua terá abrangência
nacional e permitirá a investigação contínua de indicadores sobre
trabalho e rendimento.

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População em idade ativa - PA

O IBGE considera como população ativa o conjunto de pessoas com 10


anos ou mais de idade. A idade mínima para levantamento da população
ativa varia de país para país, de acordo com suas condições sócio-
econômicas.

Tal como o Brasil, alguns países da América Latina como Argentina,


Bolívia, Colômbia e Paraguai também utilizam a idade mínima de 10
anos para classificação da população ativa.

Já Estados Unidos e França consideram a idade mínima 15 anos, e o


Canadá, 16 anos.

Uma breve consideração sobre a idade mínima considerada na PEA, no


Brasil:

Segundo Elizabeth Belo Hypolito, gerente do Projeto de Reformulação


das Pesquisas Domiciliares do IBGE, “na prática, os países limitam essa
idade de acordo com suas realidades, levando em conta ao menos um
dos seguintes parâmetros: (i) a idade mínima para terminar o estudo
básico ou (ii) 15 anos ou mais. De acordo com os Princípios e
Recomendações para Censos Populacionais e Domiciliares da ONU
(2007), os países nos quais a idade mínima para conclusão do ensino
obrigatório é superior a 15 anos e onde existem crianças
economicamente ativas com idade inferior a esta, deverão se esforçar
para captar dados sobre as características econômicas destas crianças,
visando obter uma comparabilidade internacional, pelo menos para as
pessoas de 15 anos de idade ou mais.” A ONU orienta que “a idade
mínima para o abandono escolar não deve ser considerada
automaticamente limite inferior de idade para definir a PEA.

Os países nos quais muitas crianças participam de tarefas na agricultura


ou ainda em outros tipos de atividade econômica devem escolher uma
idade mais baixa que aqueles onde o trabalho de crianças é raro.”

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População Economicamente Ativa - PEA

A PEA, também identificada como força produtiva ou força de


trabalho, é formada pela soma de dois indicadores: população
ocupada e pela população desocupada.

PEA = POPULAÇÃO OCUPADA + POPULAÇÃO DESOCUPADA

Tais indicadores são obtidos tanto pela PME quanto pela PNAD.

Entretanto, os requisitos para classificação de uma pessoa como


ocupada variam entre a PME e a PNAD. Lembrem que, como os dados
da PME são captados mensalmente, eles retratam o momento
conjuntural, ao contrário do resultado da PNAD, que é realizada
anualmente.

População Ocupada

A tabela a seguir mostra os requisitos que são considerados pela PME e


pela PNAD, para classificação de uma pessoa como ocupada:

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População Ocupada

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Principais


mudanças conceituais referentes ao tema trabalho - Elizabeth Belo
Hypólito

Observem que, segundo esta classificação, empregadores e autônomos


também fazem parte da população ocupada, e não somente os
empregados.

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Vejam também que, apesar de ilegal, o trabalho infantil é


contabilizado pelo IBGE para o cálculo da população ocupada, pois
ainda corresponde a uma triste realidade nacional.

Lembrando que segundo o Artigo 7º, inciso XXII da Constituição Federal


proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

População Desocupada

A população desocupada compreende aquelas que não têm trabalho,


estão buscando ativamente um trabalho e estão disponíveis para
trabalhar. Dentre a população à procura de trabalho, incluem-se as
pessoas que tomaram providências efetivas para consegui-lo, como
por exemplo: contato estabelecido com empregadores, prestação de
concurso, inscrição em concurso, consulta a agência de emprego,
sindicato ou órgão equivalente.

Da mesma forma que a população ocupada, os requisitos para


classificação de uma pessoa como desocupada também variam entre a
PME e a PNAD. Vejam a tabela a seguir:

População Desocupada

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Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Principais


mudanças conceituais referentes ao tema trabalho - Elizabeth Belo
Hypólito

Importante: Segundo as orientações da ONU, uma pessoa somente


deve ser classificada como desocupada se já tiver sido estabelecido
que ela não é ocupada.

O objetivo deste critério é assegurar que ocupação e desocupação sejam


mutuamente excludentes, com precedência dada à ocupação. Assim,
pessoas que estiverem inseridas em um trabalho eventual,
mesmo que procurando trabalho, serão classificadas como
ocupadas.

Como exemplo, a tabela a seguir apresenta a distribuição, da população


economicamente ativa em cada uma das capitais pesquisadas pela
Pesquisa Mensal de Emprego - PME de Novembro/2011.

Vejam que em todas elas, com relação à faixa etária, a maioria das
pessoas que integram a População Economicamente Ativa está na faixa
etária de 25 a 49 anos (em torno de 60%), e com relação a Anos de
Estudos, a maioria possui 11 anos de estudo ou mais. Em todas as
capitais pesquisadas mais de 50% da PEA é masculina.

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Vejam também que, em média, 2% da população economicamente ativa


das capitais pesquisadas correspondem a jovens entre 10 e 17 anos de
idade.

População não economicamente ativa

As pessoas fora da força de trabalho (inativas), ou seja, que não são


classificadas nem como ocupadas nem como desocupadas são
classificadas como População Não Economicamente Ativa – PNEA.

Desemprego – Classificação quanto às causas

Alguns estudiosos identificam diversas causas para o desemprego,


classificando-o nos seguintes tipos:

Desemprego estrutural

O desemprego estrutural, também chamado de desemprego


tecnológico, decorre da modernização da cadeia produtiva devido à
automação dos diversos processos de produção. Por exemplo, utilização
de serviços de auto-atendimento, como os caixas eletrônicos bancários

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e catraca eletrônica dos ônibus contribuem para a diminuição do número


de empregos nestas atividades, tornando obsoletas algumas
qualificações. Historicamente o desemprego estrutural atinge
primeiramente os trabalhadores manuais ou de baixa qualificação.

Veremos mais adiante como Marx chamou a atenção para este tipo de
desemprego. Segundo ele, “a acumulação capitalista sempre produz, e
na proporção da sua energia e de sua extensão, uma população
trabalhadora supérflua relativamente, isto é, que ultrapassa as
necessidades médias da expansão do capital, tornando–se, desse
modo, excedente”.

Desemprego conjuntural

O desemprego conjuntural, também chamado de desemprego cíclico


ou involuntário, resulta de uma conjuntura, uma situação temporária,
por exemplo, quando, durante uma crise econômica, ocorre a queda da
produção industrial e agrícola, retração do comércio e da prestação de
serviços. A consequência é a redução dos postos de trabalho e o
aumento do desemprego. Uma vez superada a crise econômica, com a
retomada do crescimento, os postos de trabalho perdidos tendem a ser
novamente recuperados.

Desemprego Friccional ou Natural

O desemprego friccional resulta da mobilidade da mão de obra e ocorre


durante a transição entre um emprego e a recolocação em outro.

Empregados x Desempregados: Marx e o Exército Industrial de


Reserva

Segundo Marx, a lei da produção capitalista reduz-se simplesmente ao


seguinte: a relação entre capital, acumulação e salários é apenas a
relação entre o trabalho gratuito que se transforma em capital e o
trabalho adicional necessário para colocar em movimento este capital
suplementar. Não é de modo algum uma relação entre duas grandezas
independentes entre si, de um lado a magnitude do capital, do outro o
número de trabalhadores; em última análise, é apenas a relação entre
trabalho não pago e trabalho pago da mesma população trabalhadora.

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Neste modo de produção o trabalhador existe somente para as


necessidades de expansão dos valores existentes, em vez de a riqueza
material existir para as necessidades de desenvolvimento do
trabalhador. “Na religião, o ser humano é dominado por criações de seu
próprio cérebro; analogamente, na produção capitalista, ele é subjugado
pelos produtos de suas próprias mãos.”

O processo de acumulação aumenta, juntamente com o capital, a


quantidade dos “pobres laboriosos”, isto é, dos assalariados, que
transformam sua força de trabalho em força de valorização crescente do
capital que está sempre se expandindo. Com isso, eternizam
necessariamente sua relação de dependência para com seu próprio
produto, personificado no capitalista.

Por isso, a população trabalhadora, ao produzir a acumulação do capital,


produz, em proporções crescentes, os meios que fazem dela,
relativamente uma população supérflua.

A partir destas ideias, Marx desenvolveu uma teoria por ele chamada de
Lei Geral da Acumulação Capitalista, a partir da qual, dentre outras
questões, ele identificou a relação entre a acumulação de capital e a
existência de um contingente de desempregados, chamado por ele de
exército industrial de reserva.

O exército industrial de reserva refere-se ao desemprego estrutural nas


economias capitalistas. Por exemplo, se originalmente é despendido
50% em meios de produção e 50% em força de trabalho,
posteriormente, com um maior desenvolvimento da produtividade do
trabalho, a porcentagem correspondente aos meios de produção poderá
passar para 80% e a da força de trabalho poderá passar para 20%, e
assim por diante. Segundo Marx, esta população trabalhadora excedente
não é somente produto necessário da acumulação capitalista, mas
também sua alavanca e condição de existência.

Marx dizia que o exército industrial de reserva corresponde à força de


trabalho disponível, ou seja, a mão de obra (de desempregados) a
serviço das necessidades variáveis de expansão do capital. Este exército
de reserva está sempre pronto para ser explorado, e ”pertence ao
capital de maneira tão absoluta como se fosse criado e mantido por ele.“

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(Marx também chamava o exército industrial de reserva como


superpopulação relativa).

Marx chamou a atenção para a forte influência que este exército de


reserva exercia nos trabalhadores que estavam empregados: a pressão
que este exército exerce sobre os trabalhadores empregados, através da
concorrência, compele-os ao trabalho excessivo e a sujeitar-se às
exigências do capital. “A condenação de uma parte da classe
trabalhadora à ociosidade forçada, em virtude do trabalho excessivo da
outra parte, torna-se fonte de enriquecimento individual dos
capitalistas.”

A Teoria do Capital Humano

A Teoria do Capital Humano foi desenvolvida na década de 50 pelo


economista americano Theodore W Schultz, e seu principal objetivo era
explicar a influência do “fator humano” nos ganhos de produtividade.

Schultz chegou à conclusão de que o trabalho humano, quando


qualificado por meio da educação, era um dos fatores fundamentais
para a ampliação da produtividade e consequentemente das taxas de
lucro do capital.

Este teoria, entretanto, recebe várias críticas, uma delas, chama a


atenção para o fato de que a educação, que deveria ser um instrumento
de construção de relações sociais, é vista apenas como um instrumental
de formação dos indivíduos para disputarem uma posição no mercado
de trabalho.

Isso ocorre porque a Teoria do Capital Humano disseminou a ideia de


que, ao educar-se o indivíduo estaria “valorizando” a si próprio, na
mesma lógica em que se valoriza o capital. O capital humano, portanto,
deslocou para o âmbito individual os problemas da inserção social, do
emprego e do desempenho profissional e fez da educação um “valor
econômico”.

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Segundo os críticos desta teoria, “os propagadores da Teoria do Capital


Humano esquecem que a dificuldade do acesso à educação é reflexo das
desigualdades geradas pelo próprio modelo de produção.”

Consequentemente, como poderia a educação corrigir aquilo que se


edifica na própria estrutura econômica existente?”

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LISTA DE EXERCÍCIOS

QUESTÃO 1 - AFT/MTE/ESAF / 2010


1- Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o
conjunto da população, mas sim para uma parte considerável dela.
Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas mulheres nos
últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo
parcial, contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários.
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era
de la globalización. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p.
102).

Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.

A) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de


emprego inseguras e precárias é maior entre as mulheres que entre os
homens.

B) O contexto cultural e a importância do trabalho informal na Europa e


na América do Sul podem ser considerados semelhantes.

C) As formas de flexibilização do trabalho, no contexto da desregulação


das relações laborais, aumentam o poder negociador dos sindicatos.

D) No Brasil, o trabalho assalariado estável e formal constitui a


experiência histórica da maioria da população.

E) Na conjuntura do mercado mundial, o crescimento econômico


atualiza a ideia do pleno emprego e a consigna em empregos
permanentes.

QUESTÃO 2 - ANALISTA RELAÇÕES SOC/PMV NS/CESPE/2008


É possível enumerar, entre as grandes preocupações da sociologia, a
questão da pobreza, das minorias, e a violência humana. Acerca desse
assunto, julgue o item subsequente:

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1 - Para Marx, a população desempregada ou subempregada não


representa nenhum tipo de força na relação constante e conflituosa
entre o trabalho e o capital.

2 – O pagamento de salários ínfimos aos operários para aumentar a


competitividade dos produtos no mercado, denominado dumping social,
adotado pelas economias ditas emergentes, não interfere no conceito de
exército reserva de mão de obra.

QUESTÃO 3- SOCIOLOGO / MDS/ CESPE /2006


O progresso da indústria, cujo agente involuntário e sem resistência é a
própria burguesia, provoca a substituição do isolamento dos operários,
resultante de sua competição, por união revolucionária mediante a
associação. Assim, o desenvolvimento da grande indústria abala a
própria base sobre a qual a burguesia assentou seu regime de produção
e apropriação. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros.
Marx, K. & Engels, F. Manifesto do Partido Comunista.
In: Cartas filosóficas e outros escritos, p. 96.

Julgue, de acordo com o pensamento de Marx, os itens a seguir.

1 - O desenvolvimento da indústria, a propriedade privada e o


assalariamento são elementos fundamentais para o entendimento do
conceito de alienação marxista, na medida em que separam o
trabalhador dos meios de produção — ferramentas, matéria-prima e
maquinário — que se tornaram propriedade privada do burguês
capitalista.

2 - A divisão social do trabalho faz com que a filosofia seja atividade


restrita a um grupo, determinando sua parcialidade, na medida em que
reflete o pensamento deste grupo.

QUESTÃO 4 - SOCIOLOGO / MDS/ CESPE /2006


Em São Paulo, em novembro de 1978, os patrões sabiam que
precisavam combater as greves e deixaram uma orientação bastante
clara: se os trabalhadores parassem o trabalho no interior das fábricas,
não seriam servidas refeições e haveria locaute para forçá-los a sair
para a rua. Na rua, a polícia poderia ser chamada para resolver
eventuais distúrbios.
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Alves, M H M. Estado e oposição no Brasil, p. 253 (com adaptações).


Considerando o texto acima, à luz do pensamento de Marx, julgue os
itens que se seguem.

1 - Segundo Marx, o capitalismo vê o trabalho humano como


mercadoria, cuja valoração incorpora todos os trabalhos específicos.

2 - A mais-valia, um conceito definido por Marx, é a diferença entre o


valor da força de trabalho — o salário — e o quanto este trabalho rende
ao capitalista, que no final o reverte em favor do operariado.

QUESTÃO 5 – ANALISTA LEGISL/CAMARA DEPUTADOS/CESPE/2002


As relações de produção correspondem às relações sociais estabelecidas
em função das técnicas de produção (funções e tarefas). Segundo Marx,
as relações de produção se modificam, historicamente.

Com relação às diferentes percepções do fenômeno do desemprego,


julgue os itens subsequentes.

1 - O nível de desemprego friccional na economia depende do fluxo de


entrada e de saída de indivíduos no mercado de trabalho e da
velocidade com que indivíduos desempregados encontram emprego.

2- Desemprego cíclico ocorre porque persiste, por longo período de


tempo, um desequilíbrio estrutural entre as habilidades demandadas e
as ofertadas no mercado de trabalho.

3 - A teoria do capital humano lida fundamentalmente com os


problemas decorrentes da histerese no mercado de trabalho e do
desemprego sazonal.

GABARITO

1 A 4 1 – correto
2 - incorreto
2 1 - incorreto 5 1 – correto
2 - incorreto 2 - incorreto
3 1 – correto
2 - correto

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 1 - AFT/MTE/ESAF / 2010


1- Atualmente estão se impondo outras formas de vida, não para o
conjunto da população, mas sim para uma parte considerável dela.
Trata-se de formas de vida similares às conhecidas pelas mulheres nos
últimos decênios. Essas formas de vida estão feitas de trabalho a tempo
parcial, contratos temporários, trabalhos não retribuídos e voluntários.
(Beck, Ulrich. Un nuevo mundo feliz. La precariedad del trabajo en la era
de la globalización. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, S. A., 2000, p.
102).

Embasado nos pressupostos teóricos do texto, assinale a opção correta.

A) Constata-se, em todo o mundo, que o aumento das formas de


emprego inseguras e precárias é maior entre as mulheres que entre os
homens.

B) O contexto cultural e a importância do trabalho informal na Europa e


na América do Sul podem ser considerados semelhantes.

C) As formas de flexibilização do trabalho, no contexto da desregulação


das relações laborais, aumentam o poder negociador dos sindicatos.

D) No Brasil, o trabalho assalariado estável e formal constitui a


experiência histórica da maioria da população.

E) Na conjuntura do mercado mundial, o crescimento econômico


atualiza a ideia do pleno emprego e a consigna em empregos
permanentes.

GABARITO: A

A letra A está correta. Segundo Ricardo Antunes, apesar do


significativo processo de feminização do trabalho, que atinge mais de
40% ou 50% da força de trabalho em diversos países, a maioria das
atividades de concepção ou aquelas baseadas em capital intensivo são
realizadas pelo trabalho masculino, enquanto aquelas dotadas de menor

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qualificação e frequentemente fundadas em trabalho intensivo,


destinam-se, sobretudo, às mulheres trabalhadoras. Vemos esta
realidade no precarizado mercado de trabalho de telemarketing do
Brasil, onde a grande maioria da força de trabalho é feminina.

Entretanto, acho importante salientar para vocês que em recente estudo


publicado pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, descobriu-
se que “a ‘força de trabalho' informal é maioritariamente masculina
(62%), exceto na França e Espanha, onde a proporção é equilibrada. A
Itália foi o único país onde existiam mais mulheres do que homens em
situação de trabalho informal.

A letra B está incorreta. Tanto na Europa quanto na América do Sul o


trabalho informal é uma realidade. Porém na Europa, o trabalho
informal (undeclared work) está mais fortemente ligado à migração do
que nos países sul-americanos. Não considero que esta opção está
totalmente incorreta, mas como as demais são corretas, a letra B é o
gabarito.

A letra C está incorreta. Na verdade, o trabalho flexibilizado diminui


o poder negociador dos sindicatos. O poder dos sindicatos é vinculado
historicamente aos empregados estáveis. Até agora os sindicatos não
têm sido capazes de incorporar os segmentos não estáveis da força de
trabalho. Outro ponto importante a ser destacado é a crescente taxa de
desindicalização (relação entre o número de empregados sindicalizados
e a população assalariada) presente na maioria dos países capitalistas,
em grande parte decorrente da diminuição da classe de trabalhadores
estáveis.

A letra D está incorreta. O trabalho assalariado estável e formal


constituiu a experiência da maioria da população até as décadas de
70/80. De lá para cá, temos vivido a experiência do trabalho instável,
informal.

A letra E está incorreta. A conjuntura do mercado atual tem levado à


precarização do trabalho e consequentemente à instabilidade dos
empregos, ou seja, empregos não permanentes. Lembrando que a
expressão pleno emprego refere-se à utilização da capacidade máxima

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de produção de uma sociedade, ao equilíbrio entre a oferta e a demanda


dos fatores de produção em sua plena capacidade instalada.

QUESTÃO 2 - ANALISTA RELAÇÕES SOC/PMV NS/CESPE/2008


É possível enumerar, entre as grandes preocupações da sociologia, a
questão da pobreza, das minorias, e a violência humana. Acerca desse
assunto, julgue o item subsequente:

1 - Para Marx, a população desempregada ou subempregada não


representa nenhum tipo de força na relação constante e conflituosa
entre o trabalho e o capital.

INCORRETO.

Marx considerava que o contingente de desempregados, por ser mão de


obra disponível, era um fator inibidor das reivindicações dos
trabalhadores empregados (pois representavam uma “concorrência” a
eles), o que contribuía para o rebaixamento dos salários.

2 – O pagamento de salários ínfimos aos operários para aumentar a


competitividade dos produtos no mercado, denominado dumping social,
adotado pelas economias ditas emergentes, não interfere no conceito de
exército reserva de mão de obra.

INCORRETO.

Vimos que o conceito de exército reserva de mão de obra (ou exército


indusrial de reserva) foi desenvolvido por Marx e se referia à força de
trabalho que excedia as necessidades de produção; ou seja, o exército
de reserva se refere à população ativa que encontra-se desempregada,
em oposição ao conceito de pleno emprego. Enquanto houver excedente
de mão de obra, os salários serão mantidos baixos, aumentando a
acumulação do capital.

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QUESTÃO 3- SOCIOLOGO / MDS/ CESPE /2006


O progresso da indústria, cujo agente involuntário e sem resistência é a
própria burguesia, provoca a substituição do isolamento dos operários,
resultante de tsua competição, por união revolucionária mediante a
associação. Assim, o desenvolvimento da grande indústria abala a
própria base sobre a qual a burguesia assentou seu regime de produção
e apropriação. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros.
Marx, K. & Engels, F. Manifesto do Partido Comunista.
In: Cartas filosóficas e outros escritos, p. 96.

Julgue, de acordo com o pensamento de Marx, os itens a seguir.

1 - O desenvolvimento da indústria, a propriedade privada e o


assalariamento são elementos fundamentais para o entendimento do
conceito de alienação marxista, na medida em que separam o
trabalhador dos meios de produção — ferramentas, matéria-prima e
maquinário — que se tornaram propriedade privada do burguês
capitalista.

CORRETO.

Esta separação se dá na medida em que o trabalhador assalariado é


simples ferramenta necessária e suficiente para a acumulação
capitalista.

2 - A divisão social do trabalho faz com que a filosofia seja atividade


restrita a um grupo, determinando sua parcialidade, na medida em que
reflete o pensamento deste grupo.

CORRETO.

Marx dizia que, com a divisão social do trabalho, o produto deixou de


ser o resultado imediato da atividade do produtor individual, para
tornar-se um produto social, comum, de um trabalhador coletivo,
grupal, ou seja, de uma combinação de trabalhadores, podendo ser
direta ou indireta a participação de cada um deles na manipulação do
objeto de trabalho; basta ser órgão do trabalhador coletivo, exercendo
qualquer uma das suas funções fracionárias.

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QUESTÃO 4 - SOCIOLOGO / MDS/ CESPE /2006


Em São Paulo, em novembro de 1978, os patrões sabiam que
precisavam combater as greves e deixaram uma orientação bastante
clara: se os trabalhadores parassem o trabalho no interior das fábricas,
não seriam servidas refeições e haveria locaute para forçá-los a sair
para a rua. Na rua, a polícia poderia ser chamada para resolver
eventuais distúrbios.
Alves, M H M. Estado e oposição no Brasil, p. 253 (com adaptações).
Considerando o texto acima, à luz do pensamento de Marx, julgue os
itens que se seguem.

1 - Segundo Marx, o capitalismo vê o trabalho humano como


mercadoria, cuja valoração incorpora todos os trabalhos específicos.

CORRETO.

A valoração do trabalho humano como mercadoria se reflete no seu


valor de troca, substanciado simplesmente no pagamento do salário. Os
trabalhos específicos incluem o trabalho mecanizado (autômato),
desprovido de especificidades intelectuais.

2 - A mais-valia, um conceito definido por Marx, é a diferença entre o


valor da força de trabalho — o salário — e o quanto este trabalho rende
ao capitalista, que no final o reverte em favor do operariado.

INCORRETO.

A mais valia não se reverte em favor do operariado, muito pelo


contrário, a mais valia é a apropriação, pelo capitalista, do valor gerado
pelo trabalhador.

QUESTÃO 5 – ANALISTA LEGISL/CAMARA DEPUTADOS/CESPE/2002


As relações de produção correspondem às relações sociais estabelecidas
em função das técnicas de produção (funções e tarefas). Segundo Marx,
as relações de produção se modificam, historicamente.

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Com relação às diferentes percepções do fenômeno do desemprego,


julgue os itens subsequentes.

1 - O nível de desemprego friccional na economia depende do fluxo de


entrada e de saída de indivíduos no mercado de trabalho e da
velocidade com que indivíduos desempregados encontram emprego.

CORRETO. O desemprego friccional é o resultado da mobilidade da mão


de obra e um de seus indicadores é o prazo para se conseguir novo
emprego.

2- Desemprego cíclico ocorre porque persiste, por longo período de


tempo, um desequilíbrio estrutural entre as habilidades demandadas e
as ofertadas no mercado de trabalho.

INCORRETO. O desemprego cíclico corresponde ao desemprego


conjuntural. O comando da opção se refere ao desemprego estrutural.

3 - A teoria do capital humano lida fundamentalmente com os


problemas decorrentes da histerese no mercado de trabalho e do
desemprego sazonal.

INCORRETO. Vimos que a teoria do capital humano se baseia na


relação entre a educação – formadora do capital humano – e os ganhos
de produtividade do capital.

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RESUMO DAS AULAS

1- Sociologia: estudo ou conhecimento da sociedade e do


comportamento social ou das relações sociais

Etimologia: hibridismo do latim socio (sociedade, associação) + grego


logos (estudo, conhecimento)

2 - Nascimento da Sociologia: Idade Moderna, acontecimentos


importantes transformaram profundamente as relações sociais e de
trabalho, como a transição do feudalismo para o capitalismo e a
Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII, Inglaterra).

3 - Termo sociologia (sociologie) inicialmente usado por Auguste Comte


em 1824: abordagem científica das questões sociais

4 - Sociologia do Trabalho: Estudo das relações sociais formadas a partir


das relações de trabalho presentes em uma sociedade; estudo sobre o
trabalho na sociedade, tendo como fundamento a divisão do trabalho.

5 – Feudalismo: Sistema econômico, político, cultural e social, baseado


nas relações servis de produção (senhor feudal x servos). Sociedade
estamental formada por três estamentos: nobres, servos e clero.
Estratificação da sociedade: critérios sociais (honras, status e prestígio).
Produção agrícola com características de subsistência.

6 – Século XI a XV: Crescimento do comércio, desenvolvimento de


novas técnicas agrícolas: renascimento comercial levou ao renascimento
urbano. Surgimento dos burgos (cidades): trabalho assalariado e início
das atividades artesanais

7 – Artesão: controle do processo produtivo do bem, desde a aquisição


da matéria prima até a venda.

8 - Corporações de ofício: Artesãos de um mesmo ramo se reuniam em


associações fechadas com objetivo de defender os interesses de seus
membros. Rígida hierarquia: aprendizes, oficiais ou companheiros e
mestre de ofício

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9 – Surgimento dos comerciantes, contratação de artesãos que


trabalhavam em suas casas, fora do controle das corporações.
Comerciantes forneciam matéria prima e recebiam o produto acabado.
Nova classe: burguesia. Declínio das corporações de ofício. Oficiais,
companheiros, aprendizes até mesmo mestres artesãos tornam-se
trabalhadores assalariados a serviço dos grandes comerciantes

10 – Renascimento: movimento artístico, científico e literário,


identificação com a Antiguidade Clássica, ruptura em relação aos valores
e concepções medievais

11 – Reforma protestante: revolução religiosa que contestava a


autoridade e o poder da Igreja de Roma. Documento elaborado por um
monge chamado Martinho Lutero no qual denunciava o que considerava
práticas irregulares da igreja.

12 – Calvinismo: Doutrina criada pelo monge francês João Calvino,


baseada na ideia da predestinação: as pessoas eram escolhidas por
Deus, desde o nascimento, para a salvação ou para a condenação
eterna. E alguns sinais poderiam indicar se um indivíduo estava
predestinado ao céu ou ao inferno: um destes sinais era o êxito nas
atividades econômicas e o outro era o trabalho árduo e sóbrio.

13 - Revolução Industrial: Meados do século XVIII: Início na Inglaterra,


com o crescimento do setor têxtil: transição do sistema marcadamente
agrário e artesanal, para um sistema industrial, dominado pelas fábricas
e pelas máquinas.

14 - Conflitos: O capital se concentrava nas mãos da minoria burguesa,


empresários detentores dos meios de produção, enquanto cresciam e
miséria e a pobreza entre os trabalhadores assalariados.

15 - Ludismo: Movimento operário contra as precárias condições de


trabalho, com a destruição de máquinas e a depredação de instalações
industriais.

16 - Surgimento das fábricas: Marco da 1ª fase da revolução industrial:


desenvolvimento da indústria têxtil. A produção tornou-se cada vez mais

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parcelada, cada trabalhador executava apenas uma tarefa, ou seja, uma


parte do processo, perdendo o domínio do processo de produção como
um todo.

17 - Capitalismo industrial: baseado na divisão do trabalho, produção


em massa e no trabalho fabril assalariado

18 - Novas classes sociais: proprietários burgueses, detentores dos


meios de produção e trabalhadores assalariados que vendiam sua força
de trabalho para produzir mercadorias em troca de salários.
Estratificação na sociedade capitalista: duas classes: burguesia e
proletariado

19 – “Apropriação primitiva do capital“ (Karl Marx): processo histórico


que dissociou os trabalhadores dos meios de produção. Segundo Marx, é
considerada primitiva porque constitui a pré-história do capital e do
modo de produção capitalista.

Artesanato Corporações de Manufatura Indústria


oficio
-Produtor executa -Aprendizes, -Separação entre o - Capitalistas x
todas as fases da companheiros, capital e o trabalho. Proletários.
produção e a mestres de ofício -Controle:grandes -Emprego de máquinas
comercializa. - A hierarquia da comerciantes, e novas fontes de
-Meios de produção corporação burguesia energia.
pertencem ao determina como as -Trabalhadores: -Produção em série-
artesão. atividades são assalariados Especialização dos
-Não existem realizadas. -Início do uso das instrumentos.
maquinas, nem -Especialização do máquinas simples. -Divisão técnica do
divisão do trabalho. instrumental do -Divisão do trabalho, trabalho.
trabalho. início da
especialização.

20 – Trabalho :Etimologia: A palavra surgiu a partir do vocábulo latino


tripaliu - denominação de um instrumento de tortura formado por três
(tri) paus (paliu): associação a um sentido negativo, de castigo e
sofrimento. A concepção negativa do trabalho está presente desde a
Antiguidade até a Idade Média.

21 - Trabalho – Conceitos: Esforço humano dotado de um propósito que


envolve a transformação da natureza através do dispêndio de

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capacidades físicas e mentais. Toda atividade que gera um produto ou


serviço para uso imediato, ou troca. Toda atividade humana que
transforma a natureza a partir de certa matéria dada, com determinado
objetivo. Ou seja, o trabalho é uma mediação entre o homem e a
natureza, através de um processo de modificação ou transformação.

22 – Trabalho: Anthony Giddens: “a realização de tarefas que envolvem


esforço mental e físico, com o objetivo de produzir bens e serviços para
satisfazer necessidades humanas".

23 – Trabalho: Marx estudou o trabalho enquanto relação entre o


homem e a natureza: a relação do homem com a natureza se faz na
transformação desta através do trabalho.

24 - Trabalho como Ação: processo criativo, livre e consciente através


do qual as pessoas trabalham, produzem bens e agem umas sobre as
outras e sobre o mundo, de forma consciente. Atividade do homem,
que, de algum modo aproveita algum conhecimento ao interferir no
mundo, transformando esse mesmo mundo ao passo que transforma
também a si mesmo.

25 - Trabalho como Necessidade: trabalho como necessidade humana, e


o trabalho como meio produtor de bens para suprir as necessidades
humanas.

26 - O trabalho como meio produtor de bens: Valor de uso e valor de


troca

27 - Valor de uso: se refere à utilidade do bem. Quanto maior a


utilidade do bem maior o seu valor de uso.

28 - Valor de troca: é determinado pelo que se recebe por um produto


ou serviço, em uma troca com alguém. O valor de troca vai existir
sempre que houver um mercado (consumidor).

29 – Marx e o valor de uso: Marx acreditava que o valor de uso de um


bem dependia da quantidade de trabalho despendida para a produção
daquele bem.

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30 - Trabalho como Coerção: interna (artistas) ou externa (obrigação


moral, necessidade financeira, escravidão)

31 - Exploração do trabalho: Marx: os capitalistas - minoria proprietária


dos meios de produção - exploram a maioria operária, obrigada a
vender sua força de trabalho em troca de um salário.

32 – Mais valia: O salário pago ao trabalhador é inferior ao valor


produzido pelo trabalho operário. Mais valia é a diferença a mais,
apropriada pelos patrões, entre o valor pago ao operário e o valor por
ele produzido. A mais valia é o resultado da exploração do trabalho ou
da não remuneração por parte do capitalista do valor gerado pelo
trabalhador.

33 – Mais valia absoluta: obtida a partir da extensão da jornada de


trabalho, mantendo os salários constantes

34 – Mais valia relativa: se baseia na intensificação do ritmo de


trabalho, que se transformará na sujeição real do trabalho ao capital.

35 - A produção da mais valia absoluta gira em torno da duração da


jornada de trabalho; a produção da mais valia relativa revoluciona os
processos produtivos.

36 – Alienação: Marx: No processo de produção capitalista, o homem se


aliena, tornando-se mera peça da engrenagem produtiva. Ele não é
mais dono dos seus instrumentos de trabalho, o ritmo de produção não
é imposto por ele e ele também não domina o processo produtivo, ou
seja, a divisão do trabalho. “A determinação capitalista do trabalho é a
destruição do trabalhador, a negação de sua liberdade, em resumo, a
sua alienação.”

37 - A alienação do trabalho conduz à alienação do homem. As relações


interpessoais em geral passam a ser medidas pelas mercadorias e pelo
dinheiro. O estado de alienação do proletariado é o resultado da divisão
do trabalho, característico do processo de produção capitalista.

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38 - Processo de “objetificação”, “coisificação” ou “reificação”:


desvalorização do trabalhador enquanto ser humano, em oposição à
supervalorização do produto de seu trabalho.

39 – Emile Durkheim, Karl Marx e Max Weber: principais pensadores da


sociologia clássica.

40 – Friedrich Engels: Amigo e colaborador de Marx, ajudou-o na


criação das ideias do socialismo e comunismo. Escreveu com ele o
Manifesto Comunista, em 1848, considerado o texto fundador do
Marxismo.

41 – Algumas ideias de Marx:

• A história de todas as sociedades é a história das lutas de classes.


• A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos
opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a
burguesia e o proletariado.
• Com o desenvolvimento da burguesia, desenvolve-se também o
proletariado, que só podem viver se encontrarem trabalho, e que
só encontram trabalho na medida que este aumenta o capital.
• Estes operários são mercadoria, artigo de comércio como qualquer
outro
• A divisão do trabalho despoja o trabalho do operário de seu
caráter autônomo, tira-lhe todo o atrativo
• O produtor é um apêndice da máquina
• O operário moderno, longe de se elevar com o progresso da
indústria, desce cada vez mais abaixo das condições de sua
própria classe. O trabalhador cai no pauperismo, e este cresce
ainda mais rapidamente que a população e a riqueza.
• Exército de reserva - força de trabalho desempregada, cuja
existência faz reduzir os salários

42 - O materialismo histórico dialético de Marx e Engels: teoria de


explicação da sociedade através da história:

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Materialismo: o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é


realizada é o fator determinante das estruturas da sociedades, da
organização política e das representações intelectuais de uma época.
Dialético: é da luta dos contrários, da luta dos opostos (tese e antítese)
que nascerá o novo (tese) que por sua vez terá uma antítese que lhe
fará frente. O conflito é a força que move a história.
Histórico: se baseia no entendimento de que o homem é um ser
essencialmente histórico e social, marcado pela produção de sua
existência em sociedade.

43 – Emile Durkheim:

• A sociologia tem como objeto os fatos sociais: fenômenos que


compreenderiam as maneiras de agir, de pensar e de sentir,
suscetíveis de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior.

• Características dos fatos sociais: exterioridade, coercitividade e


generalidade

• Solidariedade mecânica: responsável pela coesão nas sociedades


pré-capitalistas, onde não havia divisão do trabalho. Consciência
coletiva se encontra desenvolvida de modo absoluto e exerce o
poder de coerção sobre os indivíduos;

• Solidariedade orgânica: (solidariedade derivada da divisão do


trabalho): forma de coesão presente nas sociedades capitalistas,
em que a divisão do trabalho gerava uma especialização
crescente; a consciência coletiva perde sua força coercitiva e os
indivíduos se tornam diferentes em suas maneiras de pensar,
sentir e agir. O processo de divisão do trabalho forma indivíduos
que são cada vez mais capazes de perceber o quanto dependem
uns dos outros, consequentemente, as pessoas de tornam
interdependentes, o que garante a coesão social.

Divisão do trabalho Divisão do trabalho


para Marx para Durkheim
Sentido negativo Sentido positivo
Fator de exploração e alienação Fator de integração social

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44 - Max Weber:
• Em seu livro: A Ética protestante e o espírito do capitalismo,
afirma que os valores morais do calvinismo (Calvino) foram
fundamentais para o surgimento do capitalismo: trabalho árduo,
poupança, rigor nos costumes, nas roupas, no uso do tempo e de
bens materiais.
• Sociologia compreensiva: Weber afirma que o papel da Sociologia
é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade,
buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e
sistematizá-los para uma melhor compreensão
• Ascetismo: o estilo de vida metódico dos adeptos da doutrina
calvinista.

45 - Divisão Social do Trabalho : tipo de relação social que é criada pela


divisão do trabalho. A divisão social do trabalho ocorre na sociedade.

Karl Marx Émile Durkheim Max Weber


(1817-1883) (1858-1917) (1864-1920)
Visão negativa Visão positiva Visão baseada na religião
A divisão do trabalho: A lei do progresso: Sociologia compreensiva.
destruidora das relações Trabalho como fator de Valores da Reforma
entre os homens, promotora interdependência e Protestante foram os
da alienação. coesão social. fundamentos para o
Ênfase: fatos sociais desenvolvimento do
externos, coerção. capitalismo
Capitalismo: regime Solidariedade social: Mentalidade religiosa na
econômico baseado na - mecânica- coesão na configuração da economia
exploração,luta entre classes sociedade pré-capitalista. política.
Vínculo por semelhança. O objetivo não é o conforto, e
- orgânica- especialização sim a salvação.
crescente na sociedade
capitalista. Vínculo por
diferença
Conceitos: Alienação, mais Conceitos: fato social, Conceitos: ação social
valia, reificação, exército de anomia
reserva,
Principal obra: O capital Principal obra: Da divisão Principal obra: Ética
do trabalho social protestante e o espírito do
capitalismo

46 – Anomia: situação social onde falta coesão e ordem, especialmente


no tocante às normas e valores.

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47 - Taylorismo / Fordismo / Toyotismo

Taylorismo Fordismo Toyotismo


Administração Científica: “Mecanização” do taylorismo: Nova forma de organização do
Método de racionalização do Separação entre concepção e trabalho, mais flexível
trabalho operário baseado execução das tarefas e na
na fragmentação do fragmentação das atividades,
processo de trabalho, no porém com a introdução da
controle obsessivo dos linha de montagem
tempos e movimentos para
execução das tarefas e na
organização hierarquizada e
sistematizada do trabalho
Intensificação da divisão Intensificação da divisão do Qualificação dos trabalhadores,
do trabalho, através da trabalho, através da divisão maior envolvimento destes no
divisão do processo de do processo de trabalho em trabalho, trabalhador flexível,
trabalho em tarefas super- tarefas super-especializadas e multifuncional
especializadas e repetitivas: repetitivas: “desqualificação”
“desqualificação” do do trabalho
trabalho
Separação entre Separação entre concepção e Maior participação dos
concepção e execução execução das tarefas trabalhadores na concepção das
das tarefas (trabalho (trabalho manual x trabalho tarefas
manual x trabalho intelectual)
intelectual)
Centralização do poder de Centralização do poder de Descentralização do poder de
decisão nas mãos da decisão nas mãos da direção decisão, criação de equipes
direção, excluindo os
trabalhadores da
participação da concepção e
do planejamento

Racionalização através do Redução do tempo de Redução do tempo de


controle do tempo de montagem e o aumento da montagem, porém com maior
execução de cada tarefa: a escala de produção controle do processo produtivo:
rotina da fábrica deveria ser sistema kanban
organizada a partir de
critérios científicos

Necessidade de grandes Grandes quantidades de Estoques mínimos, redução do


quantidades de operários, grandes fábricas, espaço da fábrica (em
operários, por causa da grandes estoques comparação ao Fordismo /
fragmentação das tarefas Taylorismo)

Primeiro produz, depois Primeiro produz, depois vende: Vendas sob demanda, sistema
vende: grandes estoques de grandes estoques de produtos just in time: produzir somente o
produtos acabados acabados necessário, no tempo necessário
e na quantidade necessária.

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Qualidade do produto não Qualidade do produto não era o Introdução dos sistemas de
era o foco foco qualidade total: Produtos
defeituosos significam
desperdício de materiais, mão-
de-obra, movimentação de
materiais defeituosos e outros.

Processo produtivo único Processo produtivo único desde Redução do tempo de montagem
desde a compra da matéria a compra da matéria prima até do carro : Tempo de espera de
prima até o produto final o produto final materiais que aguardam em filas
para serem processados: deve
ser o menor possível, evitando-
se que se formem estoques em
qualquer ponto da cadeia
produtiva; terceirização

Um produto, um carro um Flexibilização da produção:


único modelo: Ford T deveriam ser oferecidos ao
mercado diferentes modelos,
com pequenas variações de
estilo.

48 - A crise da sociedade do trabalho:

• Sociedades com cada vez menos empregos formalmente


contratados em tempo integral com salários previsíveis, estáveis e
direitos trabalhistas legalmente assegurados.
• Trabalho precário: trabalhadores precarizados, sem qualificação,
sujeitos às formas de trabalho em tempo parcial, emprego
temporário, desemprego estrutural.
• Existência de uma classe trabalhadora mais heterogênea e
fragmentada, segmentada entre trabalhadores qualificados e
desqualificados, do mercado formal e informal, estáveis e
precários
• Incremento da terceirização, do trabalho a domicílio
• Redução do proletariado fabril estável, que se desenvolveu sob o
taylorismo / fordismo e que vem diminuindo com a reestruturação
e flexibilização da produção
• Aumento do que Marx chamou de trabalho social combinado,
onde trabalhadores de diversas partes do mundo participam do
processo de produção e de serviços graças à possibilidade atual
das empresas de deslocamento e segmentação de suas atividades.

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49 - Determinismo tecnológico:
• Teoria que estuda a relação entre tecnologia e as mudanças
sociais, atribuindo à tecnologia aspectos deterministas na
construção das sociedades ao longo da história.
• Sempre que surge uma nova tecnologia esta implicará em uma
transformação social.

50 - Teoria da Hierarquia das Necessidades:


• Necessidades Fisiológicas: referem-se à alimentação, abrigo, e
outras necessidades corporais, ou seja, à própria sobrevivência.
• Necessidades de Segurança: referem-se segurança de recursos
financeiros, segurança para a família e de saúde.
• Necessidades Sociais: Referem-se à afeição, aceitação, amizade e
sensação de estar inserido em um grupo e com ele se relacionar
• Necessidades de Estima: referem-se a fatores internos de estima,
como respeito próprio, realização e autonomia; e fatores externos
de estima, como status, reconhecimento e atenção.
• Auto-realização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que a pessoa
é capaz de ser; inclui crescimento, aprendizado,
autodesenvolvimento e alcance do próprio potencial

As necessidades de nível alto jamais conseguirão ser completamente


satisfeitas, mantendo-se sempre como reduto de força motivacional.

60 - Sindicatos no Brasil - Antes da Revolução de 1930

• Classe operária composta majoritariamente por imigrantes


europeus
• Movimento anarco-sindical europeu: movimento social de caráter
anarquista, que possuía um caráter apolítico e defendia a
negociação direta entre trabalhadores e empresários.
• Anarcosindicalismo foi a principal base de reivindicações
trabalhistas até 1930

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61 - Sindicalismo tutelado pelo Estado (1930 a 1970)

• Os sindicatos passaram a ser não somente reconhecidos pelo


governo, mas também tutelados por ele.
• Nesta fase o sindicalismo sofreu forte intervenção do Estado
• Decreto 19.770, publicado em 1931: submetia a criação de
sindicatos ao controle estatal: sindicatos passam a ser “órgãos de
colaboração do poder público”

62 - Novo Sindicalismo (1970 em diante)

• Rompimento com relação aos controles exercidos por uma


estrutura sindical corporativa ainda vigente
• Movimento de crescimento institucional e político do
sindicalismo, com a criação do Partido dos Trabalhadores e das
centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores
(CUT)
• Importantes movimentos grevistas marcaram esta época, entre
eles: as greves dos metalúrgicos do ABC paulista de 1978 e
1979, a greve dos trabalhadores da CSN de 1988 e a greve dos
petroleiros de 1995.
• Dezenas de comissões de fábricas são conquistadas,
inaugurando um novo ciclo na organização dos trabalhadores,
que começa a ganhar espaço em centenas de sindicatos por
todo o país.

63 - Sindicatos e a Crise do trabalho:

• Introdução de novas formas de gestão da força de trabalho em


conjunto com transformações na organização da produção e na
estrutura do emprego: novas posturas por parte dos sindicatos,
colocando em xeque a força de barganha acumulada
anteriormente.
• Sindicatos começam a mudar sua pauta de reivindicação: a
garantia do emprego e as tentativas de combate ao desemprego
assumem o primeiro plano.

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• Os sindicatos foram forçados a assumir uma ação cada vez mais


defensiva e imediatista. Gradativamente foram abandonados
traços anticapitalistas, as reivindicações se voltaram à
preservação da jornada de trabalho regulamentada e demais
direitos arduamente conquistados.

Bibliografia recomendada para os estudos

1 – O Capital – Livro I, Volume 2 / Karl Marx

2 – Mundos do Trabalho – Novos estudos sobre História Operária – Eric J


Hobsbawn

3 – A Mundialização do Capital – François Chesnais

4 – Sociologia – Conceitos chave – John Scott

Bom pessoal, chegamos ao final do nosso curso!

Vimos nestas cinco aulas as transformações que ocorreram no mundo


do trabalho desde a Idade Média até os dias de hoje e seus reflexos na
sociedade.

Somos nós também personagens deste mundo do trabalho e, vocês


como futuros Auditores Fiscais do Trabalho, terão um importantíssimo
papel a desempenhar na busca incessante de melhores condições de
trabalho para os trabalhadores.

Obrigada pela companhia, espero que tenham gostado do curso e que a


partir de agora vocês vejam a Sociologia do Trabalho não somente como
mais uma matéria para passar no concurso, mas como uma ferramenta
que nos auxilia a entender as diversas formas de ser do trabalho, e nos
ajuda a crescer como pessoas.

Abraços a todos
Mara
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