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16/09/2018 Como se resolveram os 5 maiores episódios de hiperinflação da história

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Como se resolveram os 5 maiores Conheça


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história
Na história global, foram registrados 58 exemplos de
hiperinflação. Os países adotaram soluções diferentes para a
alta descontrolada dos preços. Por enquanto, a Venezuela
não conseguiu debelar sua crise.

Pablo Uchoa - Do Serviço Mundial da BBC

16 SET 2018 18h19 atualizado às 20h29

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A
Venezuela vive um dos piores episódios de hiperinflação
registrados no mundo desde a Segunda Guerra Mundial.

Pilhas de bolívares venezuelanos equivaliam a 1,45 dólares em 16 de agosto. Na foto,


esse tanto de dinheiro é o necessário para comprar 1 kg de carne
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Até agosto, a alta acumulada dos preços nos últimos 12 meses alcançou
65.000%, segundo Steve Hanke, professor de Economia Aplicada da
Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA), um dos maiores
especialistas em hiperinflação.

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Kanke é um dos autores da "Tabela de Hiperinflação Mundial", que


passou a incluir a Venezuela em novembro de 2016. Na época, os preços
subiam a um ritmo mensal de 219% e se duplicavam a cada 18 dias.

A situação, no entanto, piorou e, num contexto de grave escassez de


comida e medicamentos, os cidadãos se viram forçados a usar grandes
maços de dinheiro para pagar por simples bens de necessidade básica.

A introdução de uma nova moeda, o bolívar soberano, que cortou cinco


zeros da moeda anterior, o bolívar forte, não solucionou o problema da
hiperinflação.

Brasil
Hanke disse à BBC que, incluindo a Venezuela, houve 58 episódios de
hiperinflação no mundo, entre eles os 82,4% ao mês de inflação que o
Brasil registrou entre dezembro de 1989 e março de 1990, quando as
moedas eram o cruzeiro e o cruzado e os preços dobravam a cada 35
dias.

No caso brasileiro, foram pelo menos 15 anos de inflação acima de dois


dígitos ao mês. Nesse período, que tomou toda a década de 1980,
comerciantes remarcavam preços diariamente, produtos sumiam das
prateleiras e consumidores corriam às compras assim que recebiam
seus salários, para evitar a mudança súbita dos valores. Preços e
remunerações eram reajustados assim que a inflação do mês anterior
era divulgada, o que acabava repassando a inflação de um mês para o
seguinte. A consequência desse acúmulo eram números exorbitantes: 6
milhões de cruzeiros por um aparelho de som ou 43 mil por um pote de
margarina.

A crise hiperinflacionária era intensificada pela desvalorização da moeda


para manter o país competitivo no mercado global e pelo aumento do
dinheiro em circulação para financiar a dívida externa.

A situação só melhorou em 1994, com o lançamento do Plano Real, que


conduziu o país de volta à estabilidade. O plano levou ao fim da correção
monetária e do congelamento de preços.

Mas houve períodos ainda bem mais graves que o brasileiro.

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Saiba quais foram os 5 piores, antes da crise na Venezuela, e como os


governos conseguiram contornar o problema:

100 milhões de pengős húngaros tinham um valor ín mo em 1946.


Foto: Getty Images / BBC News Brasil

1. Hungria, 1946
Taxa de in ação diária: 207%

Os preços duplicavam a cada 15 horas

Em julho de 1946, a inflação na Hungria alcançou um nível impactante:


41.900.000.000.000.000%. É o pior caso de hiperinflação já registrado.

O valor do dinheiro que os húngaros tinham na carteira a cada manhã se


reduzia à metade até no fim do dia. A nota mais alta era de 100 trilhões
de pengos húngaros.

A Segunda Guerra Mundial havia acabado com 40% da riqueza da


Hungria, e 80% da sua capital, Budapeste, fora destruída. As vias férreas
tinham sido bombardeadas e o governo teve que pagar uma indenização
milionária depois do conflito.

Em 1º de agosto de 1946, o governo adotou um programa de


estabilização radical que incluiu uma reforma tributária drástica, a
recuperação das reservas de ouro que haviam sido transferidas para o
exterior e a introdução de uma nova moeda, o florim húngaro,
respaldada pelas reservas de ouro e divisas estrangeiras.

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2. Zimbábue, 2008
Taxa de in ação: 98%

Os preços duplicavam a cada 25 horas

A solução do Zimbábue para a in ação foi dolarizar a economia


Foto: BBC News Brasil

Após introduzir uma reforma agrária no final da década de 1990 que


incluía a expropriação de terras de fazendeiros brancos, o Zimbábue
sofreu um forte declínio na produção agrícola.

A situação piorou devido à custosa intervenção na Guerra do Congo, em


1998, e aos efeitos das sanções que os Estados Unidos e a União
Europeia impuseram em 2002 ao país, governado na época por Robert
Mugabe.

Nos anos que se seguiram, os preços começaram a subir. Em novembro


de 2008, a inflação havia alcançado uma taxa mensal de
79.000.000.000%.

As lojas aumentavam os preços dos produtos várias vezes ao longo do


dia. A crise econômica se traduziu em cortes de água e energia, filas nos
bancos e postos de gasolina e grave escassez de comida nos
supermercados.

Muitos cruzavam a fronteira para Botsuana para comprar bens de


primeira necessidade e dólar americano. Em 2009, o Banco da Reserva
do Zimbábue deixou de usar a moeda nacional e adotou as moedas dos
EUA e da África do Sul.

3. República Federativa da Iugoslávia, 1994


Taxa de in ação diária: 65%

Os preços duplicavam a cada 34 horas

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Na Iugoslávia, produtores zeram greve em protesto às tentativas do governo de


controlar a alta dos preços
Foto: AFP / BBC News Brasil

A Iugoslávia era um país formado após a Primeira Guerra Mundial por o


que hoje são Bósnia e Herzegovina, Croácia, Macedônia, Montenegro,
Sérvia e Eslovênia. A crise econômica e política da década de 1980
provocou guerras que acabaram dividindo o país nessas nações. Em
1992, só Sérvia e Montenegro permaneceram unidas na República
Federativa da Iugoslávia.

Diante dos gastos com conflitos internos e a queda no consumo, o


governo começou a imprimir dinheiro. O gasto público descontrolado, a
ineficiência, a corrupção e as sanções das Nações Unidas em 1992 e
1993 aprofundaram o problema.

No início de 1994, os preços subiam 313.000.000% ao mês. As pessoas


se apressavam a gastar o dinheiro assim que recebiam seus salários.
Muitos na Sérvia compravam provimentos no país vizinho, a Hungria.
Insatisfeitos com as várias tentativas de controle de preços, os
agricultores paralisaram a produção.

O comércio no mercado negro de marcos alemães e dólares americanos


cresceu vertiginosamente.

Para deter o descontentamento social e negociar o fim das sanções


impostas pelas Nações Unidas, o líder sérvio Slobodan Milosevic aceitou
finalmente adotar uma nova moeda - o novo dinar - atrelada às reservas
de ouro.

4. Alemanha, 1923
Taxa de in ação diária: 21%

Os preços duplicavam a cada 3 dias

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Meninos alemães usado notas de marco para construir uma torre em 1923
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deixou a Alemanha


com grandes dívidas e custos para reconstruir o país. O governo
começou a imprimir grandes quantias da moeda local, o marco, para
comprar moedas mais fortes e pagar as dívidas.

À medida que se imprimiam novos marcos, eles perdiam mais valor.


Mas a crise piorou mesmo quando a Alemanha não pagou o que devia
em 1923, o que provocou a ocupação do vale de Ruhr - o coração
industrial alemão - por tropas francesas e belgas, para exigir o
pagamento da dívida em moedas fortes.

Isso provocou greves e interrupções na produção. Em outubro de 1923, a


inflação havia disparado a 29.500% ao mês, com preços duplicando a
cada 3 ou 4 dias. Uma fatia de pão, que custava 250 marcos em janeiro
daquele ano, passou a custar 200 bilhões de marcos em novembro.

As pessoas recolhiam os salários em malas. Anedotas sobre a crise


ilustram o drama: uma pessoa deixou sua mala desatendida e quando
voltou percebeu que haviam roubado a mala, mas não o dinheiro; um
padre viajou a Berlim para comprar um par de sapatos e quando chegou
lá só conseguiu arcar com uma xícara de café e o bilhete de ônibus para
voltar para casa.

No final de 1923, o governo introduziu uma nova moeda, o "marco


seguro" (retenmark), atrelado a terras agrícolas. Os preços se
estabilizaram e posteriormente os credores da Alemanha concordaram
em renegociar as dívidas de guerra.

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5. Grécia, 1944
Taxa de in ação diária: 18%

Os preços duplicavam a cada 4 dias

A Grécia levou mais tempo que a Alemanha e a Hungria para controlar a hiperin ação
Foto: BBC News Brasil

A economia grega sofreu muito durante a ocupação por parte de países


do Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Os ocupantes levaram matérias-
primas, gado e alimentos, e o governo foi obrigado a assumir os custos
da ocupação.

Uma queda na produção agrícola provocou uma escassez grave de


alimentos nas principais cidades e um período conhecido como A
Grande Fome. A falta de alimentos e mercadorias contribuíram para o
aumento da inflação, que alcançou um pico de 13.800% em novembro
de 1944.

Ainda que os aumentos de preços não tenham sido tão fortes quanto na
Hungria ou na Alemanha do pós-guerra, os esforços de estabilização da
Grécia demoraram mais para surtir efeito.

Após a liberação do país, em outubro de 1944, o governo fez três


tentativas de controle da inflação ao longo de 18 meses até conseguir
maior estabilidade por meio de uma reforma fiscal, tomada de
empréstimos e a introdução de uma nova moeda.

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