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O problema

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial que afeta, além de suas vítimas,


os sobreviventes – familiares e amigos próximos. Envolve profissionais de saúde e
de outros setores que direta ou indiretamente lidam com o problema necessitando,
portanto, a participação de todos na sua prevenção.
Lidar com as situações de suicídio não é tarefa fácil. Os profissionais envolvidos
precisam desenvolver uma série de competências e habilidades, como: compreender
a complexidade do fenômeno; saber identificar as situações de vulnerabilidade; e
construir e articular uma rede de prevenção e controle. A partir do funcionamento
dessa rede é possível abordar e acolher as pessoas em situação de crise e dar todo
o apoio que elas precisam.
O suicídio é cercado pelo desconhecimento, medo, preconceito, incômodo e atitudes
condenatórias, o que leva ao silêncio em torno do problema. Ainda é visto como um
problema individual, o que dificulta muito o seu entendimento como problema de toda
a sociedade. É necessário mudar esta visão para despertar e estimular a atuação de
pessoas de diferentes setores da sociedade na sua prevenção e controle. Para o
adequado enfrentamento do problema é necessário desmistificá-lo, promovendo uma
discussão mais ampla e aberta para gerar ações e políticas públicas visando sua
prevenção e controle.
No Brasil a taxa de mortalidade por suicídio, em 2007, foi de 4,7 por 100 mil pessoas.
Esta taxa é mais elevada em determinados estados do país, especialmente Roraima
(10,4), Rio Grande do Sul (9,9), Mato Grosso do Sul (8,1) e Santa Catarina (7,5). Entre
1980 e 2005, houve um aumento no país no índice de suicídio de 43,8%, passando
de 3,2 para 4,6 por 100 mil pessoas (WHO, acesso em 29/04/10).
Alguns países vêm conseguindo reduzir substancialmente suas taxas de suicídio por
meio de estratégias de prevenção e controle. A Suécia, por exemplo, reduziu sua taxa
em 39,5% (de 22,3 para 13,5 por 100 mil pessoas), no período entre 1980 e 2005. O
sucesso de estratégias de intervenção em vários países – como os Estados Unidos,
Inglaterra, Irlanda, Austrália, Japão, além da Suécia – mostra que é possível se
enfrentar o problema, diminuindo o sofrimento de milhões de pessoas.
Uma importante medida que pode ser citada como um exemplo de ações neste
sentido, foi a formação pelo Ministério da Saúde, em final de 2005, de um grupo de
trabalho com a finalidade de elaborar um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio,
com representantes do governo, de entidades da sociedade civil e das universidades.
Oura medida foi o estabelecimento, pelo Ministério da Saúde, das Diretrizes
Nacionais para Prevenção do Suicídio (Portaria GM/MS nº. 1.876, de 14/08/2006).
O projeto
O suicídio na adolescência, é o ato de um jovem entre os 12 e os 21 anos tirar a
própria vida. Geralmente ocorre porque a adolescência é um período de transição, de
transformações e de inúmeros conflitos internos, e por isso existe um maior risco de
depressão, transtorno bipolar e de ceder a pressões impostas pelos outros ou pela
sociedade.
O comportamento suicida se divide em 3 fases: pensar em suicídio, tentativa de
suicídio e consumação do suicídio. O jovem que pensa um tirar sua vida, acredita que
não existem soluções para os seus problemas, e normalmente dá sinais de um
desequilíbrio emocional, mas que podem passar despercebidos por familiares e
amigos. No entanto, existem alguns sinais que podem indicar que o adolescente está
pensando nessa possibilidade
Causas mais comuns do suicídio na adolescência
Alguns fatores que favorecem os pensamentos e as tentativas de suicídio durante a
adolescência incluem:
1. Depressão
A depressão é a principal causa do suicídio na adolescência. O jovem
deprimido prefere ficar sozinho do que sair com os amigos e sentimentos como
tristeza e solidão favorecem os pensamentos e o planejamento do suicídio. Não ter
um bom amigo ou namorado para conversar, que seja capaz de mostrar compreensão
e compreender suas dificuldades, fazem com que a vida seja mais pesada e difícil de
suportar.
 Como curar: Buscar ajuda de um psicólogo, psiquiatra ou mesmo grupos de auto
ajuda são importantes para tomar os remédios contra depressão e poder se
encontrar para falar sobre seus sentimentos, buscando estratégias para aliviar a
dor e sair da depressão.
2. Problemas amorosos ou familiares
Problemas familiares como perda dos pais, separação, frequentes brigas e
discussões, e não ter espaço dentro de casa para expressar suas emoções são
fatores que aumentam a angústia e a dor que o adolescente sente, fazendo-o pensar
em suicídio. Não se sentir amado pelo companheiro e a falta de amor e compreensão
no relacionamento também fazem com que o jovem pense em se matar.
 Como resolver: Encontrar tempo para conversar de forma calma e ponderada é
uma grande ajuda para encontrar um ambiente de equilíbrio dentro de casa ou
dentro do relacionamento amoroso. Lembre-se que tudo pode mudar com uma
boa conversa, e mais importante do que apontar os erros do outro é dizer o que
você está sentindo em relação a cada situação. Assim, ao invés de dizer: você
não se preocupa e não quer saber de mim, deverá dizer o que realmente sente,
como por exemplo: eu não me sinto valorizado. Esse tipo de discurso faz o outro
perceber que você não está na postura de julgamento, mas está pedindo ajuda
ao expressar suas emoções, sendo sincero, o que pode abrir as portas para uma
boa conversa e compreensão, dividindo a dor.
3. Uso de drogas ou álcool
O alcoolismo e o uso de drogas também favorece o suicídio porque seu uso já indica
que o jovem não está conseguindo resolver conflitos interiores, passando por um
momento de angústia ou frustração. Além disso, a atuação nestas substâncias no
cérebro modifica as funções cerebrais, o estado de consciência e o pensamento,
favorecendo as ideias autodestrutivas.
 Como parar: Em caso de vício o mais indicado é buscar tratamento contra
dependência química, mas se o uso destas substâncias é esporádico, ainda há
tempo de sair sem precisar ficar internado. Ocupar o tempo com atividades ao ar
livre pode ajudar a distrair a mente mas o mais importante é decidir que não
deseja mais usar drogas ou consumir bebidas alcoólicas em exagero e buscar
um bom amigo para desabafar quando se sentir triste ou deprimido.
4. Bullying
O bullying acontece quando outras pessoas denigrem a imagem ou até mesmo
agridem fisicamente a vítima que se sente indefesa, sendo esta uma situação comum
na infância e na adolescência, embora seja crime.
 Como solucionar: Informar os responsáveis sobre o bullying e encontrar juntos
uma estratégia para que o bullying deixe de acontecer.
5. Traumas emocionais
Ter sido vítima de um abuso sexual ou maus tratos são fatores que favorecem os
pensamentos suicidas porque a pessoa se sente encurralada pelos problemas e não
consegue lidar com a dor que sente diariamente. Com o passar do tempo a dor não
diminui e a pessoa se sente sempre angustiada e deprimida, o que favorece os
pensamentos suicidas porque pode parecer que tirar a própria vida é a melhor solução
para resolver o problema.
 Como lidar com a dor: Os traumas emocionais devem ser tratados com o
acompanhamento do médico psiquiatra, remédios calmantes podem ser
indicados para dormir melhor, mas enfrentar a dor participando de grupos de
apoio de auto ajuda é uma grande ajuda para que a dor emocional, e até mesmo
física, cesse. Ouvir as histórias de outras pessoas que já passam pela mesma
situação e fazer tarefas que são indicadas nestes grupos também faz parte do
tratamento para superar o trauma. Confira as consequências e como lidar com o
abuso sexual.
Além disso, pessoas que tiveram casos de suicídio na família, que já tentaram tirar
sua vida, meninas que engravidaram na adolescência e os jovens com baixa renda e
dificuldade escolar também tem maior risco de pensar em suicídio.
Outro fator que não deve ser ignorado é que ouvir falar do assunto na televisão, rádio
ou redes sociais também influencia e acaba favorecendo as pessoas susceptíveis ao
suicídio porque elas passam a pensar nisso como uma forma de resolver seus
problemas da mesma forma.
Como evitar o suicídio do adolescente
Para evitar os pensamentos e o planejamento do suicídio é importante ficar atento
aos sinais que podem indicar que a pessoa está pensando em tirar a própria vida.
Mudanças repentinas de humor, agressividade, depressão e o uso de frases, como:
'estou pensando em me matar; o mundo seria melhor sem mim, ou tudo se resolveria
se eu não estivesse mais aqui' também servem de alerta.
Mas somente identificar estes sinais não é suficiente, e por isso é muito importante
buscar ajuda profissional, com um psicólogo ou psiquiatra para definir as estratégias
para parar de pensar em tirar a vida.
Fortalecer o vínculo afetivo com a família, amigos e com uma comunidade de fé como
a igreja, por exemplo, pode ajudar a ter relações interpessoais mais satisfatórias e
aumentar a percepção de apoio, melhorando assim o bem-estar e a qualidade de vida
do jovem.
Se acha que não tem ninguém que possa ajudar, pode entrar em contato com o centro
de apoio a vida, ligando para o número 141, que fica disponível 24 horas por dia.
Referência Bibliográfica.

Risco de suicídio na adolescência. Revista eletrônica Tua


Saúde. Acesso em 01/06/2018.
https://www.tuasaude.com/suicidio-na-adolescencia/

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