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TRABALHO DE PEDOLOGIA A (6GEO47)

Prof. Dr. Pedro Vendrame


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CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE PERFIS DE


SOLO DA REGIÃO DE LONDRINA-PR E
ROLÂNDIA-PR

Joice Aline Gomes Pereira, Lorrant Cavanha Gabriel, Lucas Oliveira Santos, Maria
Tereza de Paula, Mariana Sayuri de Jesus de Souza, Nádia Souza Jaime, Paulo Sérgio
Gimenez Cremonez.
Curso de Agronomia - Universidade Estadual de Londrina - UEL.
Londrina, PR, Brasil.

RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar na prática dois perfis de solo em


diferentes regiões para fins de complemento de aulas em sala. O trabalho foi conduzido
nas cidades de Londrina e Rolândia, na região norte do Paraná, em locais de pouca e
bastante declividade, respectivamente. Para fins de caracterização dos solos
encontrados, foram feitas análises macromorfológicas no Laboratório de Pedologia da
Universidade Estadual de Londrina. O perfil da região de Londrina demonstrou a
presença de um latossolo, e o perfil da região de Rolândia caracterizava um cambissolo.

Palavras-Chave: Pedologia, Perfil de Solo, Características Macromorfológicas,


Latossolo.

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INTRODUÇÃO grande quantidade de óxidos de ferro e
alumínio, além da textura argilosa, o que
favorece a adsorção de fósforo,
No presente trabalho foram
requerendo doses maiores na hora da
analisados dois perfis de solo, um na
adubação.
cidade de Londrina-Pr e o outro na
O relevo da região objeto deste
cidade de Rolândia-Pr.
trabalho localiza-se à sudeste da Bacia
Em Londrina foi encontrado a
Sedimentar do Paraná na qual afloram
classe de solos do tipo latossolo, que
regionalmente as rochas do Grupo São
compreende solos minerais com
Bento, constituído pelos arenitos das
horizonte B latossólico, derivados de
Formações Piramboia e Botucatu, e os
rochas básicas e tufitos, no caso basalto,
derrames basálticos da Formação Serra
com teores elevados de Fe2O3 (>18% e
Geral, sendo o maior derrame de lavas
<40%). Apresentam altos teores de
basálticas, marcando o período de
magnetita e hematita. Devido a isso,
subsidência e estruturação da Bacia
quando secos e pulverizados possuem
Sedimentar do Paraná. A imagem em
forte atração pelo ímã.
anexo nos mostra a distribuição das
A cor característica desse tipo de
altitudes do relevo de Londrina, vemos
solo é a bruno-avermelhado-escura, são
que elas variam de 400 a 640 metros
altamente friáveis quando úmidos com
acima do nível do mar.
organização estrutural forte muito
Na cidade de Rolândia o solo
pequena granular, conhecida como "pó-
encontrado foi um cambissolo. A classe
de-café", podendo apresentar estrutura
de solos tipo cambissolos possui como
fraca à moderadamente desenvolvida,
característica a presença de horizonte B
com textura argilosa ou muito argilosa.
incipiente e o baixo gradiente textural
Esse tipo de solo é encontrado
entre os horizontes. Compreende solos
em regiões com relevo normalmente
minerais não hidromórficos com
suave-ondulado, com declividade
drenagem variando de acentuada até
raramente ultrapassando 7%, sendo
imperfeita.
profundos, porosos, bem permeáveis e
A coloração desse tipo de solo é
de fácil preparo. São de grande
bruno-avermelhada, com seqüência de
significado agrícola, no entanto a
horizontes A, B e C. Podem apresentar
principal dificuldade agrícola é que esses
horizonte A moderado, proeminente ou
solos são de baixa fertilidade, devido à
chernozêmico. O horizonte B tem

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estrutura fraca ou moderadamente As áreas em que foram realizados
desenvolvidas em blocos subangulares. os trabalhos se localizam nos municípios
Sua textura varia desde franco-arenoso de Londrina e Rolândia (PR), localizadas
até muito argilosa, os teores de silte são no Terceiro Planalto Paranaense. O
em geral relativamente elevados. perfil no município de Londrina
Os cambissolos derivados de localizou-se no Jardim Colúmbia,
basalto ocorrem na porção mais situado na latitude 23º19’16.13’’S e
dissecada do relevo, normalmente em longitude 51º12’36.06’’O, com uma
relevo forte ondulado e montanhoso. São altitude de 602 metros, e em Rolândia na
normalmente pouco profundos, latitude 23º19’09.46”S e longitude
eutróficos ao longo do perfil, com 51º24’58.85”O com 702 metros de
elevados valores da soma de bases. São altitude. Foram feitos dois perfis de solo,
solos de pequena profundidade, sendo no qual o de Londrina apresentou uma
uma das principais limitações ao uso profundidade de 2,2m por 1,1m de
agrícola. Práticas simples de manejo são largura em um corte de barranco em
utilizadas no preparo destes solos; é terreno plano, e em Rolândia o perfil
comum em área de cambissolos o uso de apresentou 1,4m de profundidade por 1
tração animal. m de largura em terreno muito declivoso.
Os climas encontrados em ambas Em Londrina, foi encontrada
as cidades são idênticos por causa da vegetação secundária, sendo neste caso
proximidade entre elas, sendo a distância gramíneas, com presença de erosão nos
entre as regiões de aproximadamente barrancos que ali se encontravam em um
quinze quilômetros uma da outra, tendo terreno levemente ondulado, com
o clima caracterizado como subtropical drenagem boa e presença de raízes na
úmido mesotérmico, com um regime de parte superficial. No perfil de Rolândia
chuvas durante o ano inteiro, mas com foi notificada a presença de vegetação
uma concentração pluvial no verão. primária de porte arbóreo, uma zona de
mata atlântica, com proporção de
MATERIAIS E MÉTODOS material orgânico sobre o solo muito
elevada, ausência de erosão, drenagem
Descrição geral das áreas e materiais deficiente, apresentando um relevo
utilizados muito ondulado e uma quantidade
abundante de raízes.

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A seguir se encontram as
fotografias aéreas dos locais onde
ocorreram as escavações dos perfis de
solo.

Figura 4 - Instrumentos utilizados na abertura do


perfil 2, em Rolândia-Pr.

Foram retiradas amostras de cada


perfil encontrado para posteriores
análises. Para recolhimento das amostras
Figura 1 - Foto aérea da localização do perfil 1 em
Londrina-PR, na Rua Procópio Ferreira, com foram utilizados potes de plástico
acesso rápido à PR-445, próximo a Universidade
Estadual de Londrina. (Fonte: Google Earth) identificados e espátula.

Diretrizes para análise morfológica

Para a realização de uma análise


morfológica de um perfil de um solo é
necessário seguir as instruções
encontradas no Manual Técnico de
Pedologia do Instituto Brasileiro de
Figura 2 - Vista aérea do perfil 2 em Rolândia-PR,
Geografia e Estatística (IBGE). Na
próximo à Rua das Hortênsias. (Fonte: Google Earth)
análise morfológica são encontradas
Para cada um dos perfis foram quatro características a serem estudadas:
utilizados os seguintes instrumentos: cor, textura, consistência e estrutura. As
diretrizes para as análises de cada
característica seguem-se abaixo.

Estrutura
De acordo com o Manual
Técnico de Pedologia do IBGE, a
caracterização do tipo de estrutura deve
Figura 3 - Instrumentos utilizados na abertura do
perfil 1, em Londrina-Pr.
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ser feito de acordo com essas três dura, dura, muito dura e extremamente
situações: dura.
- Ausência de agregação de partículas: Para a determinação da
denominação de grão simples, caso não consistência do solo úmido, leva-se em
haja nenhuma coesão entre as partículas, conta a friabilidade que é determinada
ou maciça, quando há coesão entre as num estado de umidade
partículas, mas elas se apresentam aproximadamente intermediário entre o
uniformemente; solo seco ao ar e a capacidade de campo.
- Presença de agregação de partículas: Deve-se realizar a análise do mesmo
são caracterizados em vários formatos modo do solo seco, selecionando um
específicos, sendo eles: laminar, torrão e o comprimindo entre o polegar e
prismática, blocos (poliédricas), blocos o indicador, tendo assim as seguintes
angulares, blocos subangulares, granular, características: solta, muito friável,
cuneiforme e paralelepipédica, friável, firme, muito firme e
cuneiforme e finalmente somente extremamente firme.
paralelepipédica; Para consistência do solo úmido
identifica-se a plasticidade e a
Consistência pegajosidade, ambas caracterizadas com
É o termo usado para designar as a amostra com conteúdo de água na
manifestações de forças físicas de coesão capacidade de campo ou um pouco
e adesão verificadas no solo, variando acima dessa capacidade. Para determinar
com os teores de umidade (Manual a plasticidade deve-se enrolar o material
Técnico de Pedologia, 2ª Edição). Deve do solo depois de amassado, sobre o
ser realizada sobre três condições do polegar o e indicador, observando se
solo: seco, úmido e molhado, pode ser feito um fio fino de solo, tendo
lembrando-se que, quando da análise do então as seguintes classificações: não
solo seco e úmido, devem-se ter plástico, ligeiramente plástico, plástico e
amostras não desagregadas. muito plástico.
Para se determinar a consistência Pegajosidade é a propriedade que
do solo seco, levamos em conta a dureza o solo pode apresentar de aderir a
do solo. Para a análise do solo seco, se objetos. Para se realizar esse teste deve-
pega um torrão e comprime-o contra o se comprimir a massa de solo molhada e
dedo polegar e o indicador, tendo assim: homogeneizada entre o indicador e o
consistência solta, macia, ligeiramente polegar, observando a aderência do solo.

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As classificações são: não pegajosa, uma amostra de acordo com o Manual
ligeiramente pegajosa, pegajosa e muito Técnico de Pedologia do IBGE:
pegajosa. - Fazer a determinação da cor em
amostra úmida para todos os horizontes
Cor do perfil;
Normalmente se utiliza para a - Para os horizontes “A” devem-se
determinação de cores de solos a Carta registrar as cores determinadas em
de Munsell, que são ao todo sete que amostra úmida e seca, objetivando a
somam 199 padrões de cores, variando distinção entre os vários tipos;
quanto ao matiz, o valor e o croma. O - No caso de dúvida para identificação
matiz varia conforme a coloração de horizonte E, deve-se fazer também a
vermelha ou amarela do solo, conforme determinação da cor em amostra seca
a representatividade da cor para o mesmo;
predominante, e variando de carta para - Deve-se especificar se a determinação
cara em intervalos de 2,5 unidades. O da cor foi feita em amostra seca ou
valor indica maior participação do preto úmida. Se houver registro somente de
ou do branco em relação a uma escala uma notação de cor, fica subentendido
neutra e variam de 0 a 10. que este se refere à cor determinada em
O croma indica quanto o valor amostra úmida;
vai influenciar no tipo de solo, varia de 0 - Nas descrições de perfis, o registro das
a 8. O croma zero corresponde a cores cores deverá obedecer ao seguinte
acromáticas (branca, preta e cinzenta). padrão: nome da cor em português e,
Quando isso ocorre, a representação de entre parênteses, notações de matiz,
matiz é substituída pela letra N, de valor e croma, seguido da condição em
neutra. Para se escolher a carta, utiliza-se que foi determinada a cor, usando
a amostra em comparação com o matiz sempre a seqüência: úmido, seco.
de cada uma. Após isso, avaliam-se as Exemplo: bruno-escuro (10YR 3/3,
notações de valor e croma, por úmido) e bruno (10YR 5/3, seco).
comparação da amostra com a carta. Em - Restringir ao máximo a interpolação de
poucos casos a cor da amostra será cores.
exatamente igual à da carta, então se
toma a cor mais próxima. Textura
Os seguintes procedimentos são É empregada especificamente
recomendados para a análise da cor de para a composição granulométrica da

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terra fina do solo (fração menor que Características Morfológicas
2mm de diâmetro). Expressa a
participação em g.kg-1 das suas várias No perfil realizado em Londrina,
partículas constituintes, separadas por foram encontrados dois horizontes
tamanho, conforme especificado a (Horizonte A e Horizonte B-latossólico),
seguir: no qual foram retiradas amostras de cada
um deles, com posterior análise
Fração Diâmetro (mm) macromorfológica.
Argila ............................... < 0,002 Para o Horizonte A, a cor
Silte .................................. 0,002 - 0,49 encontrada nas amostras seca e úmida
Areia fina ......................... 0,05 - 0,19 foram 10R 3/3. Após análise textural
Areia grossa ..................... 0,2 - < 2 observou-se uma textura argilosa com
uma estrutura subangular. A consistência
De acordo com os conteúdos de observada quando da amostra seca foi
areia, silte e argila, estimados em campo dura, na amostra úmida, friável, e na
ou determinados com análises de molhada a plasticidade encontrada foi de
laboratório, são caracterizadas então as caráter ligeiramente plástico, enquanto
seguintes classes de textura: areia, silte, que na pegajosidade foi de caráter
argila, areia-franca, franco, ligeiramente pegajoso.
francoargiloarenosa, franco-argilosa, Para o Horizonte B-latossólico, a
franco-arenosa, argiloarenosa, muito cor encontrada nas amostras secas e
argilosa, argilossiltosa, franco- úmidas foram 10R 3/3. Após análise
argilossiltosa e franco-siltosa. textural observou-se uma textura muito
A textura no campo é avaliada argilosa com uma estrutura em “pó de
em amostra de solo molhada, através de café”. A consistência observada quando
sensação de tato, esfregando-se a da amostra seca foi macia, na amostra
amostra entre os dedos após amassada e úmida, muito friável, e na molhada a
homogeneizada. A areia dá sensação de plasticidade encontrada foi de caráter
atrito, o silte de serosidade e a argila, de plástico, enquanto que na pegajosidade
plasticidade e pegajosidade. foi de caráter pegajoso.
Logo a seguir, a tabela 1
RESULTADOS E DISCUSSÕES contendo os dados do perfil 1, realizado
em Londrina.

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Tabela 1 - Características Morfológicas do Perfil 1

No perfil realizado em Rolândia, 7,5YR 4/6. Após a análise textural


foram encontrados três horizontes observou-se uma textura média com uma
(Horizonte A, Horizonte B-incipiente e estrutura subangular. A consistência
Horizonte C), no qual também foram observada da amostra seca foi dura, na
retiradas amostras e realizadas as amostra úmida friável, e na molhada a
análises macromorfológicas. plasticidade foi não plástica, já a
Para o Horizonte A, a cor pegajosidade foi classificada como não
encontrada na amostra seca foi 10R 4/1, pegajosa.
enquanto que na úmida foi de 10R 2,5/1. Para o Horizonte C a cor
Após a análise textural observou-se uma encontrada na amostra seca foi 10YR
textura arenosa com estrutura ausente. A 5/4, enquanto que na úmida foi de 10YR
consistência observada da amostra seca 3/4. Após analise textural observou-se
foi muito dura, na amostra úmida uma textura arenosa com uma estrutura
extremamente dura, e na molhada a em blocos. A consistência observada da
plasticidade encontrada foi não plástica, amostra seca foi muito duro, na amostra
enquanto que a pegajosidade foi de úmida foi muito firme, enquanto que na
caráter não pegajoso. amostra molhada a plasticidade foi não
Para o Horizonte B-incipiente, a plástico e a pegajosidade não pegajoso.
cor encontrada na amostra seca foi Os dados gerais do segundo perfil
7,5YR 6/4, enquanto que na úmida foi de podem ser contemplados na tabela 2.

Tabela 1 - Características Morfológicas do Perfil 2

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CONCLUSÃO

No perfil 1, realizado em
Londrina, na profundidade de 2,20m,
com presença de vegetação secundária
(gramíneas), foram encontrados dois
horizontes, A e B latossólico,
descrevendo assim um latossolo. O
horizonte A possuía aproximadamente
22cm de profundidade com raízes
presentes. No horizonte B, não havia
presença de raízes, em razão da
vegetação de pequeno porte. Não foi
verificado variação da cor dos horizontes
nas análises morfológicas, típico de
latossolo. Figura 5 - Perfil 1: Latossolo em Londrina-Pr

No perfil 2, da cidade de
Rolândia, numa área de vegetação
primária, em 1,40m de profundidade
foram encontrados três horizontes: A, B
e C ou regolito. O horizonte A possuía
raízes abundantes. O horizonte B
apresentava raízes de vegetação arbórea.
Trata-se de um horizonte que não sofreu
muita alteração em sua composição,
sendo então classificado como B
incipiente, horizonte este diagnóstico de
cambissolos. O horizonte C foi
encontrado à 1,25m de profundidade e
possuía as características que descrevem
um regolito, ou seja, estado transitório
Figura 6 - Perfil 2: Cambissolo em Rolândia-Pr
da rocha para solo.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA PRADO, Hélio do. Manual de
Classificação de Solos do Brasil. Pri.
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