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1.

INTRODUÇÃO

O caso em questão apresenta uma problemática acerca do problema de


drenagem das cidades do estado de Santa Catarina que a cada 50 anos, uma grande
chuva atinge essas cidades causando prejuízos, desabrigando e ceifando vidas.
Também foi levantado pela curiosidade do menino Pedrinho perguntando ao seu pai,
então, o Engenheiro Roberto, o que poderia ser a causa para que essas cidades
fossem alagadas. O engenheiro então explica que são vários fatores que podem
ocasionar tais problemas, como, poucas árvores, ruas e sarjetas sujas, sistemas de
recolhimento de águas pluviais ineficientes.
Dessa forma, mesmo sem ter entendido o que seu pai tenha dito, o garoto ficou
de fazer um passeio junto ao seu pai, para que o mesmo pudesse explicar de forma
mais clara os componentes de drenagem e solicitar também ao diretor da escola para
que fosse ensinado as medidas de combate a enchentes na escola de Pedrinho.
Assim, é preciso que os responsáveis governamentais tomem providencias
cabíveis para evitar que tal tragédia venha acontecer novamente, é preciso que se
busque alternativas e soluções para esse problema que assola essas cidades. Para
isso é preciso fazer uma análise minuciosa sobre a demanda existente e procurar a
alternativa mais viável para o problema.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Resumo dos problemas

Diante dos fatos apresentados no caso, é possível perceber que existe a necessidade
de que seja feito uma análise aprofundada acerca do sistema de drenagem das águas
pluviais dessas cidades que estão sofrendo alagamentos com fortes chuvas, saber se
o que já está construído e construir métodos para evitar tal tragédia, e estudar a forma
mais viável para solucionar tais problemas.

2.2. Fundamentação teórica e Discussão


Um dos principais problemas apresentado no caso, é a drenagem da rede de
águas pluviais, que aparentemente, é ineficiente nas épocas de maiores demandas,
ocasionando alagamentos. Com isso, o prejuízo causado nessas cidades é de grande
valor, onde vidas são perdidas.
Segundo Amorim e Pereira (2008), afirmam que os sistemas que fazem o
aproveitamento de água pluvial são formados basicamente pela área de captação que
são as coberturas dos edifícios, os componentes de transporte calhas e tubos de
queda e o reservatório para armazenamento dessa água. O tratamento para a
utilização final irá depender da destinação dessa água, podendo ser utilizada na
indústria, no comércio e nas residenciais em descargas de sanitários, irrigação de
jardins, lavagem de automóveis, lavagem de pisos e etc.
Segundo IBGE (2000) apud De Souza (2010), drenagem urbana é o controle
do escoamento das águas da chuva para evitar que seus efeitos adversos como,
empoçamentos, inundações, erosões, alagamentos, e que causem prejuízos à saúde,
segurança e bem-estar da sociedade.
Com isso, Reis (2008) afirma que todo esse processo de impermeabilização, a
alteração da cobertura vegetal, a criação de obstruções de escoamentos em condutos
naturais e a construção de sistemas de drenagem urbana acabam resultando em
impactos diretos que tem como consequência os aumentos das enchentes nos meios
urbanos.
Galvão (2008), diz que o desenvolvimento urbano é responsável por
impermeabilizar os solos com a construção de edificações asfaltamento de ruas e
outros. Além disso, isso acarreta num maior escoamento devido a essa parcela d’água
que antes infiltrava, agora passa a escoar pelos condutos, aumentando o escoamento
superficial.
Assim, Tucci (1995) apud Montes e Leite (2008) diz que as enchentes urbanas
são um problema crônico no Brasil, por conta da má gerência da drenagem no nosso
país, e à filosofia errônea dos projetos de engenharia. Ele também afirma que essa
filosofia se reflete na ideia de que, a boa drenagem, é aquela que permite escoar
rapidamente a água, e esse erro tem causado grandes custos para a sociedade. Para
um projeto de engenharia ser elaborado é preciso saber qual a melhor forma de escoar
a água, sendo que a melhor drenagem é quando o escoamento não produz impactos
no local nem a jusante.
Andrade (2004) apud Montes (2008) também afirma que, para o combate a
enchentes o zoneamento das áreas de risco é uma estratégia que consiste em
delimitar áreas de risco a enchentes com diferentes períodos de retorno, sendo
necessário ter uma pessoa com conhecimento técnico para realizar tal tarefa. A
determinação dos limites destas áreas é realizada em função do grau de risco. Então,
tem-se o conhecimento do grau de susceptibilidade de cada zona podendo assim
realizar a elaboração e planejamento das ocupações através das diretrizes e normas
legais. Portanto, o zoneamento determina quais áreas podem ser ocupadas, e o
planejamento do uso e ocupação trata-se a respeito como essas áreas devem ser
ocupadas.
Segundo Dornelles (2012), estimar a demanda de água para que retrate a
realidade de forma que se possa avaliar os sistemas de aproveitamento da água da
chuva quanto a contribuição na redução de alagamentos.
Para evitar esse tipo de catástrofes são necessários tomar algumas medidas
de controle, onde são classificadas como estruturais e não estruturais. As medidas
estruturais são obras que visam a correção e prevenção de problemas decorrentes de
enchentes. As medidas não estruturais são medidas que são corretoras não através
de obras, mas sim por meio do cumprimento da legislação e normas do uso e
ocupação de solo, sistemas de alerta para zonas de perigo, conscientização da
sociedade e outros (CANHOLI, 2015).
Canholi (2015), também diz que para os elementos estruturais podemos
apresentar as medidas corretivas como o aceleramento do escoamento, canalização,
reservatórios de detenção e/ou retenção, restauração de calhas naturais e outros.
Existe dois tipos de drenagem, a canalização e a reservação. Os picos de
enchentes se comportam de maneiras diferentes nos dois conceitos de drenagem. No
método de reservação existe um controle dos picos de volume d’água, isso se é
possível devido a reservação desse volume d’água durante todo o percurso que a
mesma toma, isso se é possível com os mecanismos que são utilizados, como os
dispositivos de controle no telhado da casa, as canaletas e pavimentos porosos, até
as bacias de retenção e/ou detenção (CANHOLI, 2015).
Esses elementos são elementos mitigatórios para evitar enchentes de forma
que a engenharia possa utilizar. Dentre as soluções que a engenharia promove, temos
as bacias de detenção de escoamento, que tem como finalidade reduzir os picos das
enchentes, por meio do armazenamento de parte do volume de água escoado. Além
disso, essas estruturas também são utilizadas como meio de recreação e lazer
(CANHOLI, 2015).
Outra tecnologia que vem ganhando espaço no mundo é o concreto permeável.
Ele apresenta a vantagem em relação a outros tipos de pavimentos permeáveis, é que
ele não só permite a infiltração, como pode atuar como reservatório, devido ao grande
índice de vazios e também devido a presença da brita, esses espaços podem
armazenar grande quantidade de água reduzindo os picos durante as enxurradas
(HÖLTZ, 2011).
Araújo et. al. (1999) apud Höltz (2011), também afirma que com o uso do asfalto
permeável em comparação com outros tipos de pavimentação, se houve uma
melhoria quanto ao escoamento de cerca de 44% superior em relação a outros tipos
de pavimentação tipicamente utilizados, e em relação a paralelepípedos e bloquetes,
sendo cerca de 11 a 22% superior a eles.

3. CONCLUSÃO

Analisando os problemas abordados no caso e com os dados obtidos durante


a discussão do desenvolvimento é possível perceber que a drenagem urbana é um
fator abrangente em boa parte do nosso país, sendo bastante escassa a falta de
investimento em infraestruturas para drenagem urbana das grandes e pequenos
cidades.
No caso apresentado da cidade de Santa Catarina não é diferente, o mesmo
apresenta enchentes que acarretam em prejuízos, colocando a vida de muitos
cidadãos em risco.
Dentre as possibilidades de solução de problemas, é preciso que se faça um
estudo de demanda dos locais afetados pelas enchentes. Existe diversas formas que
se pode solucionar os problemas apresentados, como por exemplo, a utilização do
concreto permeável.
Para solucionar o problema apresentado, também é possível utilizar de
medidas estruturais que a engenharia propõe, dentre essas medidas existe as bacias
de detenção, que apresentam uma solução bastante viável e também pode ser
utilizada para meios recreativos e para lazer.
Também é possível mitigar esses problemas utilizando de meios não
estruturais, que são as sinalizações de alertas de enchentes para quando existirem
riscos, além de ser possível aumentar a rigorosidade na lei no que tange a ocupação
do solo nessas áreas que apresentam grandes riscos de enchentes, onde geralmente
são as encostas de rios.
Existem também maneiras de se aproveitar esse recurso, utilizando de
reservatórios em edificações, e até mesmo os reservatórios de detenção, para utilizar
em épocas onde a escassez de água para realizar atividades como irrigação lavagem
de carro e outras atividades que evitem o desperdício da água.
Dessa forma é possível afirmar que dentre os problemas supracitados, existe
diversas formas de mitigar e solucionar o problema, mas para fazer isso é necessário
investigar a localidade de forma de conhecer a demanda de escoamento do local para
que se possa tomar as providências cabíveis de forma mais coerente e viável.
4. REFERÊNCIAS

AMORIM, Simar Vieira de; PEREIRA, Daniel José de Andrade. Estudo comparativo
dos métodos de dimensionamento para reservatórios utilizados em
aproveitamento de água pluvial. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p.
53-66, 2008. Disponível em: <
http://www.infohab.org.br/entac2014/2008/artigos/A1830.pdf >. Acesso em 12 de
novembro de 2018.

CANHOLI, Aluísio. Drenagem urbana e controle de enchentes. Oficina de textos,


2015.

DE SOUZA, Deickson Lennon Galvão et al. DRENAGEM, COMUNIDADE E SAÚDE:


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http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/185 >. Acesso em 26 de
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DORNELLES, Fernando. Aproveitamento de água de chuva no meio urbano e seu


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GALVÃO, Renata dos Santos Drenagem urbana e planejamento ambiental: Vale


do Rio João Mendes (Niterói, RJ) / Renata dos Santos Galvão. – Niterói: [s.n.], 2008.
Disponível em: < http://livros01.livrosgratis.com.br/cp108937.pdf>. Acesso em 12 de
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Análise da Viabilidade Técnica e do Impacto Ambiental / Fabiano da Costa Höltz.
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MONTES, Rafael Menegazzo; LEITE, Juliana F. A Drenagem Urbana de Águas


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https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/35322131/A_DRENAGEM_UR
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RAVA.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1542340628&
Signature=KNCjLAKkXExVKEF46mA2kvEcDw8%3D&response-content-
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