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Universidade Federal do Ceará (UFC)

Departamento de Engenharia hidráulica e Ambiental (DEHA)

Disciplina: Mecânica dos Fluidos Prof. Cleiton Silveira

Nome:

GUIA DA SEMANA 1- A problemática do clima e os


diferentes setores da sociedade

Conteúdo
Orientações da
da Materiais Avaliação
Semana
semana 1 Leitura

- Aula expositiva 16/03/2023; - Entrega da


- Assista e participe da
A Leitura 1 lista;
aula;
problemáti - Dinâmica de grupo 17/03/2023; Problemática do
ca do clima nos setores - Participação
- Faça a leitura
clima e os - Texto da sociedade. na dinâmica
recomendada;
setores da de grupo.
sociedade -Lista de casa 1. Texto prof.
-Resolva os exercícios
Cleiton
de fixação.
.
Capítulo 1 – Problemática do clima nos setores da sociedade.

Cleiton da Silva Silveira

Objetivos

• Compreender que o clima possui diferentes escalas de variação que podem condicionar o planejamento em recursos
hídricos, energéticos e demais setores da sociedade.

1. Introdução

Neste primeiro capítulo, refletiremos um pouco sobre as questões associadas a variabilidade climática e a
relação de nexo entre água, energia, alimento e clima. Você já parou para pensar que o clima condiciona a
disponibilidade de água para o consumo humano e para agricultura? E a energia gerada no Brasil depende em grande
medida da precipitação nos reservatórios do setor elétrico? Você sabia que o clima pode variar em diferentes escalas
de tempo? Será que isso afeta a nossa vida? Questões como essas mostram a necessidade de estudos sobre o clima,
concordam? Espero que possamos entender um pouco mais sobre esses questionamentos, para melhorar nossas
discussões sobre o assunto iremos comentar um pouco sobre variabilidade climática e relação com os setores da
sociedade. Boa leitura, espero que gostem!

2. Gestão de recursos hídricos x Escalas de Planejamento


Gerir recursos hídricos, especialmente em períodos de escassez como secas, é uma tarefa bastante complexa.
Imagine você como gestor tendo que tomar decisões sobre o uso da agua, vários usuários desejando mais água,
enquanto não há tanta disponibilidade. Tarefa complexa, concorda?

A tomada de decisão em recursos hídricos possui uma grande dependência com a variabilidade de fenômenos
meteorológicos, especialmente no que concerne à distribuição temporal e espacial da chuva e consequentemente do
regime de vazões (SOUZA FILHO e MOURA, 2006). Tais decisões precisam atender múltiplos objetivos, e
frequentemente seus impactos não podem ser previamente identificados (GOMES et al., 2006).

É preciso ficar atento, segundo Porto et al. (1997), os problemas decisórios podem ser classificados em três
grandes níveis hierárquicos de planejamento: planejamento estratégico, planejamento e controle gerencial e
controle operacional. Estes níveis estão relacionados a diferentes horizontes temporais e as escalas maiores
condicionam as escalas menores. A Figura 1 ilustra a relação entre o planejamento e escalas temporais.

Figura 1- Níveis hierárquicos do planejamento e escalas temporais.


No planejamento estratégico encontra-se a política de longo prazo, no Brasil um dos exemplos dessa política
são os “Planos Diretores de Recursos Hídricos”. Esse nível de planejamento tem horizonte temporal típico de até
algumas décadas, em virtude disso necessita que sejam inseridos, em caráter estratégico, a variabilidade do clima de
baixa frequência e as mudanças climáticas.

O controle gerencial tem por objetivo a destinação e utilização de recursos da forma mais eficaz possível
visando à obtenção de metas e resultados de médio prazo (PORTO et al., 1997). Esse nível de planejamento tem
horizonte temporal típico de alguns meses a alguns anos, podendo ser atribuído a essa etapa de planejamento a
operação de reservatórios, planejamento da operação de redes hidrológicas e de monitoramento, orçamentos anuais
etc. Nesse sentido, previsões sazonais (curto prazo) e de tempo (curtíssimo
Para refletir:
prazo) de vazões de qualidade podem fortalecer o processo decisório nesta
O vídeo publicado INPE (Instituto
escala.
Nacional de Pesquisas Espaciais),
O controle operacional refere-se a atividades repetitivas e de curto
disponível no endereço:
prazo, de algumas horas a alguns meses. Como por exemplo, a operação de
sistemas de recursos hídricos em tempo real e também a operação de redes https://www.youtube.com/watch?v
hidrológicas ou monitoramento. O fortalecimento do sistema de suporte a =ssvFqYSlMho

decisão nesta fase pode ser o uso de informações observacionais de


precipitação, a modelagem de tempo e ainda previsões sazonais de , reflete de forma bastante clara e
precipitações e vazões. objetiva as consequências das
mudanças climáticas na sociedade
Considerando que as condições climáticas e de tempo de uma região
e sobre o planejamento
podem variar devido à combinação de fenômenos físicos em diferentes
estratégico.
escalas e que alguns destes oscilam no tempo (SILVEIRA, 2014), as variáveis
do ciclo hidrológico podem também sofrer variações provocadas por essa variabilidade climática e, portanto, a
identificação dos modos de variação do clima pode ser determinante no planejamento em recursos hídricos.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o termo segurança hídrica associa-se diretamente as
categorias segurança alimentar, segurança energética e ambiental, sendo a base para o desenvolvimento dessas. O
termo segurança é usado no sentido de evitar ameaças e incertezas, portanto, a definição da política ótima no
planejamento em recursos hídricos, atendendo o conceito de segurança hídrica, seria o atendimento da demanda
hídrica para cada intervalo de tempo do planejamento, ao mínimo custo, preservando a confiabilidade da operação
do mesmo.

3. O que é variabilidade climática?


Já identificamos as escalas de planejamento em recursos hídricos, agora vamos entender um pouco sobre
variabilidade climática. Mas o que é variabilidade climática?

O clima possui oscilações periódicas associadas a fenômenos físicos, estes inteferem na quantidade de
precipitação de uma região, na cobertura vegetal, temperatura etc, esse comportamento é chamado de variabilidade
climática.

As séries temporais de vazões podem apresentar diversos modos de variação em diferentes escalas temporais,
essa variabilidade pode condicionar o risco associado à ocorrência de eventos extremos hidrológicos (cheias e secas)
para um local ou região.

As vazões naturalizadas, disponibilizadas pelo ONS (Operador Nacional de Sistemas) para Sobradinho no período
de 1931 a 2009 ilustram estes modos de variação. Observa a Figura 2(a) que há uma variação interanual (entre um
ano e outro) das vazões médias anuais bastante grande, anos com valores médios de 1500m³/s a 5000m³/s, ou seja,
existe uma fator multiplicativo maior que 3 entre o mínimo e o máximo. Este modo de variação é chamado de
variabilidade interanual e superpõe-se a uma pronunciada variabilidade sazonal (variação dentro do ano) onde em
alguns meses as vazões são mais do que 3000m³/s maior do que outros meses, conforme mostra Figura 2(b).

Figura 2- (a) Vazões médias anuais em Sobradinho (m³/s). Média móvel de 10 anos em preto. (b)
Climatologia das vazões em Sobradinho (m³/s) no período de 1931 a 2009.

A série de vazões médias anuais de Sobradinho, mostrada na Figura 2(a), sinaliza significativa variabilidade
hidrológica decadal, com períodos de 10 anos com média superior a 3200 m³/s, enquanto em outros intervalos a
média móvel de 10 anos atinge valores de aproximadamente 2500m³/s. Essa característica mostra um possível modo
de variação de baixa frequência, já que esse comportamento é recorrente ao longo da série histórica. Essa
variabilidade pode introduzir nos sistemas hídricos a alternância de anos consecutivos úmidos e anos de seca num
sistema hídrico. No caso de anos consecutivos com seca o racionamento de água deve ser intensificado e haverá
impacto direto na concessão de permissão para o uso da água. Já no caso de anos consecutivos chuvosos pode haver
um aumento no número de áreas inundadas e há a possibilidade que alguns usos da água sejam beneficiados.

Os modos de variação das séries temporais de vazões, precipitações e demais variáveis hidrológicas
podem ser condicionadas pela atuação simultânea de diversos sistemas atmosféricos de várias escalas
temporais e à dinâmica de suas interações. Devido a esses fenômenos meteorológicos em multiescalas, a
combinação dos mesmos determina o estado do clima numa determinada escala temporal, e consequentemente
o estado das variáveis do ciclo hidrológico.
Devido a essa interligação entre os fenômenos climáticos e os diferentes horizontes temporais de
planejamento em recursos hídricos, a gestão em recursos hídricos precisa considerar que essas escalas se comunicam
mutuamente e os fatores que influenciam cada uma das escalas se sobrepõem. Esta superposição é de extrema
importância para as previsões, projeções e/ou cenarizações de clima, pois as escalas maiores modulam os eventos das
escalas menores, conforme sugere a Figura 3.

Figura 3- As escalas temporais de planejamento e o clima.

4. Nexo: Água, Clima e Energia

Já notamos que existe uma relação entre clima e recursos hídricos, será que essa relação também se reproduz
na energia?

O consumo de energia de um país reflete o grau de desenvolvimento econômico e pode estar ligado ao grau
de qualidade de vida da população. É possível mensurar através deste a intensidade das atividades comerciais,
industriais e serviços. Além disso, é possível aferir a capacidade da população em utilizar bens de capacidade
tecnológica mais avançada (ANEEL, 2008). O crescimento populacional, o maior acesso mundial da população a
materiais de maior tecnologia e a melhoria dos padrões de vida levaram a um crescimento exponencial do consumo,
conforme Figura 4, quase triplicando em um período de 30 anos. Esse acentuado aumento tem contribuído para o
acirramento de diversas crises aumentando a vulnerabilidade e reduzindo a resiliência dos hidrossitemas. Tais crises
são oriundas de diferentes questões que variam desde flutuações no preço do petróleo, a instabilidades provocadas
pela desregulamentação dos mercados de eletricidade nos anos noventa, além de pressões ambientais.

Figura 4 – Crescimento o consumo de energia mundial entre 1980 e 2012. Segundo a International Energy
Statistics (IEA).

Para suprir a crescente demanda energética os países investiram fortemente em suas matrizes, o Brasil
investiu bastante na construção de hidroelétricas em toda sua extensão territorial, enquanto outros países preferiram
investir em outras fontes de energia, na maioria dos casos usinas térmicas, como na maioria dos países europeus e
alguns países da América do Norte.

A geração de energia elétrica no Brasil passou de 139 bilhões de quilowatts-hora em 1980 para 539 bilhões de
quilowatts-hora em 2012, com uma taxa de crescimento médio de aproximadamente 4,4% a.a, conforme Figura 2. A
participação da energia hidráulica foi sempre preponderante no país, variando de 94% (máxima) a 76% em 2012
(mínima). A geração nuclear teve início em 1982 e a geração eólica em 1992. A geração hidroelétrica passou a sofrer
redução na participação na matriz de geração de energia elétrica a partir de 1999. A maioria dos empreendimentos
hidroelétricos no período de crescimento foi construída, principalmente, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.

Figura 5– Geração de energia elétrica no Brasil no período de 1980 a 2012. Segundo a IEA.
Portanto, o Brasil apresenta uma matriz energética basicamente constituída por energias consideradas limpas,
conforme Figura 5. A hegemonia da hidroeletricidade impõe cautelosa análise sobre o regime fluvial e seus padrões
de variação temporal, tendo em vista o significativo impacto que estas variações podem produzir na oferta de energia,
e consequentemente, em toda a economia nacional (ALVES et al., 2013).

O processo de planejamento da expansão do sistema elétrico brasileiro é composto, dentre outras atividades,
por simulações computacionais de configurações futuras do sistema de energia elétrica. Nestas simulações se busca
localizar e mensurar necessidades elétricas e energéticas futuras, bem
Guarde bem isso:
como ajuste de cronogramas de entrada de empreendimentos de
A vazão média anual dos rios em
geração, entre outros. Tais ajustes são realizados seguindo critérios que território brasileiro é de 179 mil m3/s,
o que corresponde a aproximadamente
visam, principalmente, a segurança do suprimento e a minimização de
12% da disponibilidade hídrica
custos de investimento e operação. O planejamento e a geração superficial mundial
(SHIKLOMANOV, 1998). A variação
eletroenergética do SIN (Sistema Interligado Nacional) apresentam
do escoamento nos rios é influenciada
correlação com os estoques de água existentes nos reservatórios das por diversos fatores, entre os quais se
usinas hidrelétricas e as suas afluências. Sobretudo, em período críticos, destacam a precipitação ocorrida na
bacia de contribuição e as mudanças no
com reservatórios com baixos volumes, são acionadas termoelétricas de uso e ocupação do solo. No Brasil, a
emergência para suprir a demanda energética do país. As térmicas no precipitação média anual (histórico de
1961-2007) é de 1.761 mm, variando
Brasil acabam por funcionar como reservatórios virtuais ao de valores na faixa de 500 mm na
proporcionar segurança de abastecimento quando os reservatórios região semiárida do Nordeste a mais de
3.000 mm na região Amazônica.
estão vazios e ao aliviar a necessidade de estocar água para lidar com a
incerteza das afluências.

Sistemas energéticos como o brasileiro estão sujeitos a impactos advindos da variabilidade e das mudanças
no clima, tanto na produção de energia, em suas diversas formas, quanto no seu consumo. Fontes renováveis são
especialmente relevantes nesse sentido, uma vez que sua renovabilidade depende, fundamentalmente, do clima.
Existe, portanto, uma interdependência entre água e energia (Rothausen e Conway, 2011; Scanlon et al.,
2013), sendo o clima o elo que pode ser afetado e afetar essa relação. Scanlon et al. (2013) menciona que o acréscimo
na demanda por energia aumenta também a demanda por água e leva a uma redução quantitativa deste recurso.
Além disso, isto implica numa maior quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, visto que boa parte da matriz
energética mundial tem as termelétricas como principal fonte geradora, funcionando como feedback positivo para as
mudanças climáticas e tornando os eventos extremos mais recorrentes e intensos. Além disso, segundo Lucena et
(2010) as termelétricas também são afetadas pela mudança climática, pois o aumento da temperatura diminui a
eficiência na conversão de energia das turbinas de gás natural.

Figura 6- Nexo Clima, Energia e Água.

5. Segurança hídrica e energética e hidrocomplexidade

Na seções anteriores nós vimos que os sistemas possuem diferentes escalas espacias e temporais de
plajemaneto e gestão. O conceito de segurança hídrica e energética evolui historicamente apartir da ideia de
desenvolimento sustentável e está relacionado a capacidade de uma população garantir acesso a água e energia em
quantidade e qualidade adequadas para sua subsistência, o desenvolvimento socioeconomico, asegurando a proteção
dos recursos naturais e garantindo a preservação dos ecossistemas.

Esse conceito remete a ideia de planejamento mutitemporal e a necessidade de justiça climática e ambiental,
especialmente ao considerar que é preciso garantir acesso as atuais populações mais vulneráveis e aos mesmo tempo
possibilitar que gerações futuras tenham condições de ter esse direito também preservado.

Considerando as diferentes variaveis (politica, econômica, social, ambiental etc) que envolvem o
planejamento e gestão de recursos naturais a hidrocomplexidade representa a ideia de sistemas complexos cujos as
decisões dos gestores e as interações entre os atores envolvem multiplos fatores, respostas e consequências com
diferentes possibilidades de comportamento do estado futuro do sistema. O sistema pode ser uma cidade, uma bacia
e outras unidades de planejamento etc.
6. Considerações

As implicações da variabilidade e alterações climáticas não têm sido integralmente consideradas nas políticas
de recursos hídricos e nos processos de tomada de decisões (KABAT et al., 2002). Isto é particularmente verdadeiro
nos países em desenvolvimento, onde os recursos financeiros, impactos humanos e ecológicos são potencialmente
maiores e onde os recursos hídricos já podem estar em situação de grande estresse, associado à pequena capacidade
de se enfrentar e se adaptar as mudanças (KABAT et al., 2002).

O reconhecimento dos padrões climáticos de variação em cada região hidrográfica, bacia ou localidade é
decisivo para escolha e configuração dos instrumentos de gestão. Alves et al. (2013) analisando as séries temporais de
vazões da ONS identificou diversas configurações para os padrões de variação do regime de vazões no Brasil.

Os instrumentos de gestão notadamente necessitam considerar que estão em sistemas complexos para
encontrar configurações que possibilitem o pleno desenvolvimento da Gestão Adaptativa para que possam
efetivamente promover segurança hídrica e energética de um sistema.

6. Referências

1. ALVES, B. C. C.; SOUZA FILHO, F. A.; SILVEIRA, C. S. Análise de tendência e Padrões de Variação das
séries históricas de vazões do Operador Nacional de Sistemas(ONS). Revista Brasileira de Recursos
Hídricos, v. 18, n. 4, p. 19-34, 2013.
2. ANEEL. Banco de Geração de Informações – Capacidade de Geração do Brasil.<
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.asp>Acesso em 03/04/2011;
2011.
3. GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S.; ALMEIDA, A. T.( 2006). Tomada de Decisão Gerencial: Enfoque
Multicritério. São Paulo: Atlas S.A.
4. KABAT, P.; SCHULZE, R.E.; HELLMUTH, M.E.; VERAART, J.A.; ""COPING WITH IMPACTS
OF CLIMATE VARIABILITY AND CLIMATE CHANGE IN WATER MANAGEMENT: A
SCOPING PAPER" DIALOGUE ON WATER AND CLIMATE, 2002

5. PORTO, R. L. L. et al. (1997) Técnicas quantitativas para ogerenciamento de Recursos Hídricos. Porto
Alegre: Universidade/UFRGS/Associação Brasileira de Recursos Hídricos.
6. SHIKLOMANOV, I. World fresh water resources. GLEICK, P. H. (Ed.). Water in Crisis. A Guide to the World’s
Fresh Water Resources. Pacifi c Institute for Studies in Development, Environment and Security. Stockholm:
Stockholm Environmental Institute, 1998.
7. SILVEIRA, C.S. (2014). Modelagem integrada de meteorologia e recursos hídricos em múltiplas escalas
temporais e espaciais: aplicação no Ceará e no setor hidroelétrico brasileiro. Tese de doutorado. Universidade
Federal do Ceará., 351p.
8. SOUZA FILHO, F. A.; MOURA, A. D. (2006). Memórias do Seminário Natureza e Sociedade nos Semi-
Áridos. 1. ed. Fortaleza: Fortaleza. Banco do Nordeste do Brasil/Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos.

Lista a ser entregue pelo estudante

1. As vazões naturalizadas, disponibilizadas pelo ONS (Operador Nacional de Sistemas) para Tucuruí no
período de 1931 a 2016 ilustram os modos de variação da serie temporal. A respeito destes modos de variação
é correto afirmar:

a) Há uma variação interanual das vazões anuais neste posto, caracterizada pelo baixo desvio padrão das
vazões médias anuais.
b) A série temporal apresenta pouca ou nenhuma variabilidade, o que indica que a mesma é estacionaria.
c) A série temporal sinaliza significativa variabilidade hidrológica decadal, com períodos de anos
consecutivos com média superior a 1,2.104 m³/s, enquanto em outros intervalos a média móvel de 10 anos
atinge valores de aproximadamente 8.103m³/s.
d) Embora as variáveis climáticas sejam importantes para condicionar os modos de variação das séries
temporais de variáveis hidrológicas a variabilidade mostrada é induzida apenas pela ação do homem.
e) A variabilidade das séries temporais não interfere na gestão de recursos hídricos e energéticos.

2. Sobre a relação de Nexus: água, clima e energia no Brasil é correto afirmar:

a) O planejamento e a geração eletroenergética do SIN (Sistema Interligado Nacional) apresentam correlação com os
estoques de água existentes nos reservatórios das usinas hidrelétricas e as suas afluências.

b) Em período que os reservatórios do SIN encontram-se próximos da sua capacidade máxima, são acionadas
termoelétricas de emergência para suprir a demanda energética do Brasil, especialmente aquelas não atendidas por
hidrelétricas.

c) No Brasil, o clima não afeta os estoques de água dos reservatórios do SIN, portanto os fenômenos climáticos não
devem ser usados como ferramenta de decisão.

d) As termoelétricas emitem gás carbônico, este e outros gases estufas podem afetar o ciclo hidrológico, podendo
modificar os padrões de escoamento superficial, contudo não afeta a geração de energia mundial/regional ou local de
hidrelétricas.

e) Períodos de escassez hídrica não afetam significativamente a geração de energia de hidrelétricas.


3. O clima pode influenciar tanto os recursos hídricos como os energéticos de uma região. Cite pelo menos um exemplo
da relação de nexo entre clima, água e energia.

4. Defina estacionariedade e comente a importância para a engenharia.

5. Cite um sistema complexo de gestão associado a questões clima e comente um situação mostrando múltiplas
relações.

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