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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVIL DA COMARCA DA


CAPITAL DO ESTADO ALFA

SINDICATO W, pessoa jurídica de direito privado, inscrito


no CNPJ nº..., com sede em..., por sua advogada infra-assinada
doc..., com escritório em..., endereço que indica para fins do
art. 77, V, do CPC com fundamentos no art. 5º, LXIX e LXX DA
CFRB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem Impetrar MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO (com pedido de liminar) contra ato ilegal
praticado pelo Comandante da Polícia Militar do Estado Alfa,
vinculado ao Estado Alfa, com sede e endereço funcional...

I – DA TEMPESTIVIDADE

A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre


da decisão formalmente comunicada ao Sindicato W e da impetração da
ação é inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim o
requisito exigido no art. 23 da Lei 12.016/09.

II – DA LEGITIMIDADE ATIVA

O Sindicato W tem legitimidade ativa, haja vista que está


atuando na defesa da respectiva categoria profissional e tem
funcionamento há 20 anos conforme exigências do art. 5º, LXX, b,
CFRB/88 e art. 21, I, da Lei nº 12.016/09.

III – DOS FATOS

O Sindicato W com o objetivo de debater publicamente os


interesses da categoria de forma organizada e ordeira. E
ainda, fazer passeatas semanais pelas principais ruas da
capital informou dos eventos de maneira prévia ao Comandante
da Polícia Militar, conforme obrigação legal.

Porém, no mesmo dia em que recebeu a comunicação dos


encontros e das passeatas semanais o Comandante, em decisão
formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu indeferi-los,
sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas
praças e a tranquilidade das pessoas.

IV – TUTELA DE URGÊNCIA

De acordo com o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09 há


previsão para concessão da tutela de urgência com natureza de
medida cautelar.

O fumus boni iuris reside nos argumentos de fato e de


direito apresentados na presente ação e comprovados mediante
documentação anexa.

Já o periculum in mora também se encontra demonstrado


tendo em vista que caso não aconteça à reunião nem as
passeatas para o prazo inicialmente fixado teremos o
esvaziamento da força do movimento.

V – DOS FUNDAMENTOS

No estado democrático de direito certamente o direito de


reunião consiste em pilar fundamental em prol dos direitos e
liberdades públicas.

Além disso, tem assento constitucional no art. 5º, XVI,


CFRB/88, onde diz:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;

Como direciona a doutrina, Masson (2016, p. 249):

é sabido que o exercício do direito de reunião independe


de autorização do Poder Público. Todavia, quando a
reunião for acontecer em locais públicos, ela não pode
ser iniciada sem que se tenha avisado previamente a
autoridade competente. Referida comunicação antecipada é
fundamental para que a autoridade administrativa adote
as providências necessárias relacionadas às
circunstâncias do evento (como controlar as eventuais
alterações do trânsito, garantir a segurança dos
participantes, dos terceiros alheios e dos bens públicos
e privados, etc.);
E ainda, nos dizeres do Supremo Tribunal Federal – STF na
ADI 1969 ”A liberdade de reunião e de associação para fins
lícitos constitui uma das mais importantes conquistas da
civilização, enquanto fundamento das modernas democracias
políticas”.

Portanto, o estado não pode interferir. Entretanto, o


Comandante da Polícia Militar de modo arbitrário e temerário
se colocou em posição de julgador e indeferiu um ato de
comunicação que não poderia injustificadamente tê-lo feito.

Diante do exposto, ficou claro que os Requisitos foram


observados pelo Sindicato W, haja vista que informou
previamente e esclareceu também que seria feito a reunião e
passeata de maneira pacífica e ordeira.

VI – DAS PROVAS PRÉ-CONSTITUÍDAS

Seguem anexa documentação comprobatória:

 Comunicação prévia enviada ao Comandante da Polícia


Militar do Estado Alfa;
 Decisão formal do Comandante da Polícia Militar
informando indeferimento;
 Outras.

VII – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer-se:

a) A concessão da cautelar para suspender o ato do


Comandante da Polícia Militar e permitir o impetrante
realizar a reunião nas praças da capital do Estado Alfa e
fazer passeatas semanais pelas principais ruas da capital
sob pena de esvaziamento da força do movimento.

b) A notificação da autoridade coatora – Comandante da


Polícia do Estado Alfa - para que preste as informações
que entender pertinentes ao caso;

c) Seja dada ciência do feito ao órgão de representação


judicial da pessoa jurídica do Estado Alfa;

d) A intimação do Representante do Ministério Público;


e) A juntada dos documentos;

f) A condenação do Impetrado ao pagamento das custas


processuais;

g) Que ao final seja julgada procedente o pedido para


realização da reunião nas praças da capital do Estado
Alfa e fazer passeatas semanais pelas principais ruas da
capital.

Dá-se à causa o valor de R$. 1.000,00 (mil reais) para


efeitos procedimentais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local ... e data.

Advogado...

OAB Nº...

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