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26 de Novembro de 2018
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Trata-se de um título deCheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
crédito por conter cartularidade (somente será o
credor se provar que se encontra na posse do documento para o exercício
de seu direito), literalidade (abrevia-se como a formalidade do documento,
pois o cheque ao ser emitido pelo banco sacado seguirá as formalidades
daquela instituição financeira quanto a sua forma, conteúdo e extensão) e
autonomia (não há uma necessidade de vinculação da causa da expedição
objeto obrigacional, ao menos que, a origem desta obrigação resulte em
contrariedade a lei, a boa fé e aos bons costumes, por exemplo: origem de
dívida de jogo, crime, etc).
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Código de Processo CivilCheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
de 2015). Desta forma, a primeira promoção de
cobrança pela via judicial do cheque será por Ação de Execução.
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26/11/2018 Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
Pode o portador promover a execução do cheque:
Para o credor é muito vantajoso promover esta ação, pois caberá o devedor
apresentar Embargos e garantir bens em juízo, ou, não fazendo desta
forma, terá seus bens penhorados pelo Oficial de Justiça de quantos bens
bastem para satisfazer os valores do cheque.
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Aquele que, sem justaCheque
causa,e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos
valores monetários.
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Ainda, além das opções de promoção da Ação de Execução e Ação Cambial,
pode o credor obter mais oportunidades previstas em lei, a Ação Monitória
e Ação de Cobrança.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de
exigir do devedor capaz:
Outra inovação no Novo CPC, que não necessariamente a prova seja escrita,
podendo ser oralmente documentada, desde que produzida por prova
antecipada (art. 381 e 700, § 1º).
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26/11/2018 Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
Decisão. Vistos. Trata-se de agravo contra a decisão que não admitiu
recurso extraordinário interposto contra acórdão da Terceira Turma
Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, assim
do: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA.
CHEQUE. PRAZO PRESCRICIONAL. REGRA DE TRANSIÇÃO.
APLICAÇÃO DO PRAZO ESTABELECIDO NO NOVO CÓDIGO CIVIL.
PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. 1. Tratando-se de cobrança de dívidas
líquidas constante de documento particular, e verificado o transcurso
de menos da metade do prazo prescricional previsto no Código Civil de
1916, a prescrição deve observar a regra inserta no artigo 206, § 5º,
inciso I, do Código Civil de 2002, adotando-se, como termo inicial do
prazo prescricional, a data da entrada em vigor da novel legislação. 2.
Constatado que entre a data da entrada em vigor do Código Civil de
2002 e a data do ajuizamento da demanda monitória, houve o
transcurso de prazo superior a cinco anos, resta configurada prescrição
da pretensão deduzida na inicial. (...)
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AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 339.423 - MG (2013/0140475-5)
RELATORA: MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI AGRAVANTE:
COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS-CEMIG ADVOGADO:
NORMA SUELI MENDES ROCHA E OUTRO (S) AGRAVADO: WEBER
ADRIANO VIEIRA NOGUEIRA ADVOGADO: EPIFANIO SETTE DE
ABRIL JUNIOR E OUTRO (S) DECISÃO Trata-se de agravo
manifestado de decisão que inadmitiu recurso especial, interposto com
fulcro nas alíneas a e c, do inciso III, do art. 105, da Constituição
Federal, contra acórdão da assim ementado (fl. E-STJ 194): EMENTA:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUES. CÔMPUTO DA
PRESCRIÇÃO. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. I - Em se tratando de ação monitória
amparada em cheques, o cômputo do prazo prescricional, uma vez não
transcorrido mais da metade do prazo elencado no art. 177 do CC/16,
deve ser feito considerando-se: os 30 dias para apresentação do cheque,
quando emitido na mesma praça de pagamento (art. 33, Lei n.º
7.357/85); depois, o prazo de 6 meses para execução (art. 59 Lei n.º
7.357/85); após, o prazo de 2 anos para ação de locupletamento (art.
61, Lei n.º 7.357/85); e, por último, o prazo de 5 anos previsto no art.
206, § 5º do CC/02. II - Na ação monitória instruída com cheques
prescritos, o valor devido deve ser acrescido de correção monetária,
desde a data a emissão do cheque, por ser ordem de pagamento à vista,
e de juros de mora desde a citação, quando constituído em mora o
devedor (art. 219, CPC). Os embargos de declaração opostos na origem
foram rejeitados (fls. E-STJ 211/217). Nas razões do recurso especial, a
agravante alega violação ao art. 535 do CPC, ao argumento de que ao
Tribunal de origem não observou que se trata de ação pessoal. Sustenta
ofensa ao art. 205 do CC, aduzindo que o prazo de prescrição aplicável
é o decenal, pois a hipótese não se enquadra nos parágrafos do art. 206
do CC. Anoto, preliminarmente, que a questão federal foi decidida de
modo suficiente, motivo pelo qual rejeito a alegação de ofensa ao art.
535 do Código de Processo Civil. Assim posta a questão, verifico que o
Tribunal de origem indicou que se trata de dívida líquida decorrente de
instrumento particular, diante de recebimento de faturas de energia
elétrica não repassadas pelo agente arrecadador no período de
17.9.2002 a 20.9.2002. Não há qualquer reparo a fazer na conclusão do
acórdão recorrido, até porque para definir que a razão da dívida é
diversa seria necessário o reexame de provas, o que é vedado pela
Súmula 7/STJ. Observo que o prazo de prescrição era vintenário na
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sistemática do CódigoCheque
Civile ade
problemática dos prazos e a repercussão das ações
1916 (art. 177, caput). Com a vigência do
novo Código Civil, foi reduzido para cinco anos, conforme dispõe o art.
206, § 5º, inciso I, que tratou da prescrição da cobrança de dívidas
líquidas constantes de instrumento público ou particular, devendo ser
considerada ainda a regra de transição do art. 2.028. Verifico que o
Tribunal de origem adotou posicionamento consentâneo com a
jurisprudência do STJ, para quem prescreve em cinco anos a pretensão
de cobrança de dívida líquida decorrente de instrumento particular,
com início do prazo após a vigência do novo Código Civil. Nesse
sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO MONITÓRIA.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.
COBRANÇA DE DÍVIDAS LÍQUIDAS E CERTAS. ART. 177 DO CÓDIGO
CIVIL DE 1916. ART. 206, § 5º, I, DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
SÚMULA 83/STJ. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Não há se
falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil quando o
acórdão recorrido resolve todas as questões pertinentes ao litígio,
tornando-se dispensável que venha a examinar todos os argumentos
expendidos pelas partes. 2. O acórdão do Tribunal de origem está de
acordo com a jurisprudência consolidada neste Sodalício, no sentido de
que o prazo prescricional a que se submete a pretensão de cobrança de
dívidas líquidas e certas, constantes de documento público ou particular
era, ao tempo do Código Civil de 1916 de 20 anos (artigo 177) e, a partir
do Código Civil em vigor, de 05 anos (artigo 206, § 5º, I). 3. Agravo
regimental não provido. (AgRg no AREsp 578.617/RS, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/12/2014,
DJe 10/12/2014) AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE MÚTUO.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 206, § 5º, DO CÓDIGO CIVIL DE
2002. IMPROVIMENTO. 1.- Aplica-se a prescrição quinquenal, prevista
na regra do art. 206, § 5º, I, do Código Civil de 2002, às ações de
cobrança em que se requer pagamento de dívida líquida constante de
instrumento particular de natureza pessoal. 2.- Aplicação da regra de
transição acerca da prescrição, considerando-se interrompido o prazo
na data do início da vigência do Código Civil de 2002 (11/01/2003) e
passando a fluir, desde então, a prescrição quinquenal do novo estatuto
civil. 3.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 420.703/RJ,
Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
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21/11/2013, DJe 09/12/2013) No caso concreto, a dívida é referente ao
período de 17.9.2002 a 20.9.2002, havendo a concessionária de energia
elétrica ajuizado a ação apenas em 29.1.2008 (datas colhidas do
acórdão - fls. 196 e 198), de forma que irremediavelmente prescrito o
direito, computado o quinquênio a partir da vigência do novo Código
Civil, segundo a regra do art. 2.028, havendo expirado o prazo em
11.1.2008. Em face do exposto, nego provimento ao agravo.
Considerações Finais
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26/11/2018 Cheque e a problemática dos prazos e a repercussão das ações
Os prazos são traços marcantes que se envolvem no tempo sem deixar
rastros. O Direito Positivo prescreveu acompanhando o Direito Natural, de
modo, a preservar as relações jurídicas estabelecidas entre as partes.
Por derradeiro, importa salientar que qualquer ação deverá ser promovida
por um advogado de confiança e que detenha conhecimentos técnicos para
tanto.
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