Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasília
2016
ELIZA PEREIRA DANTAS
Brasília
2016
SUMÁRIO
1. TÍTULO E SUBTÍTULO...................................................................................................3
2. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA TEÓRICA............................................................................................6
4. PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................................14
5. OBJETIVOS.......................................................................................................................15
6. METODOLOGIA..............................................................................................................16
7. REFERÊNCIAS................................................................................................................17
3
2. APRESENTAÇÃO
António Manuel de Oliveira Guterres, que exerceu o cargo Alto Comissário das
Nações Unidas para os refugiados no período de junho de 2005 à dezembro de 2015, acredita
que a preservação do asilo pleiteia a capacidade de localizar as pessoas que necessitam de
proteção dentre fluxos migratórios complexos.
como desavenças políticas. Contratempos esses que em sua maioria acarretam num movimento
populacional extenuante.
3. JUSTIFICATIVA TEÓRICA
Segundo a ONU, no que tange também a Lei 9.474/97, refugiados são todas aquelas
pessoas que “devido à grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigada a deixar
seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país”3. Conceito esse disposto não só
na lei em comento quanto na Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados
de 19514 e no Protocolo de 1967 relativo ao Estatuto dos Refugiados.5
1
ONU: Relatório Tendências Globais do ACNUR, divulgado em 20/06/2011. IN:
http://www.unhcr.org/4dfdbf40b.html
2
LEÃO, Renato Zerbini Ribeiro. CONARE: Balanço de seus 14 anos de existência. IN: RAMOS, André de
Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR –
Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 69.
3
BRASIL. Lei 9.474/97, Artigo I, Inciso III. IN: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9474.htm>.
4
Adotada em 28 de julho de 1951 pela Conferência das Nações Unidas de Plenipotenciários. Entrando em
vigor em 22 de abril de 1954. Assinada pelo Brasil em 15 de julho de 1952. Oficializada no ordenamento
jurídico pátrio pelo Decreto n° 50.215/61.
5
Promulgado no Brasil através do Decreto n° 70.946/72.
7
Há que se destacar também que o ato de concessão de asilo ou refúgio não deve
implicar em nenhum possível ressentimento entre os países envolvidos.
6
LEÃO, Renato Zerbini Ribeiro. CONARE: Balanço de seus 14 anos de existência. IN: RAMOS, André de
Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR –
Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 71.
7
Ibidem, p.74.
8
agregam características ímpares. Como o aspecto discricionário do asilo, sendo sua concessão
ou não ato soberano do Estado solicitado – geralmente conhecido doutrinariamente como “asilo
diplomático”. Já o refúgio possui um teor de proteção à vida, decorrente de compromissos
internacionais. O refúgio é visto como um direito reconhecido do cidadão em questão.
8
LEÃO, Renato Zerbini Ribeiro. CONARE: Balanço de seus 14 anos de existência. IN: RAMOS, André de
Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR –
Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 79.
9
Ibidem, p.81.
9
Reconhecida internacionalmente por seu trato com refugiados, bem como seu
desenvolvimento na questão dos asilados e seus direitos, a América Latina vem ganhando
destaque cada vez mais.
O primeiro instrumento regional que aborda a questão do asilo na América Latina foi
o Tratado sobre Direito Penal Internacional e Comparado (1889). Em seguida, outras
declarações e tratados que abordam esse tema foram: a Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem (1948); e a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos (1969). Estes dois últimos instrumentos reconhecem que toda pessoa tem
direito, em caso de perseguição não resultante de crimes comuns, de buscar e receber
asilo em um território estrangeiro.
Ainda temos algumas outras declarações que abordam a proteção aos refugiados
como tema principal, como por exemplo: Declaração de Cartagena sobre refugiados de 1984;
Declaração de São José sobre refugiados e pessoas deslocadas de 1994; Declaração e plano de
ação do México de 2004; e Declaração de Brasília de 2010. Embora com todas essas
declarações recentes, o principal documento utilizado para tais questões continua sendo a
Declaração de Cartagena, a qual segundo Cuellar11 “representou a abertura da América Latina
para o mundo contemporâneo do direito dos refugiados”.
Devido aos conflitos civis que se abateram na América Central nas décadas de 1970
e 1980, a Declaração de Cartagena expandiu o conceito de refugiados para abarcar aqueles que
10
MENEZES, Fabiano L de. O panorama da proteção dos refugiados na América Latina. IN: RAMOS, André
de Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR
– Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 93 e 94.
11
Apud CUELLAR, Roberto (1991, p.484).
10
se viam obrigados a se deslocarem de seu país de origem, mas não eram enquadrados na
definição anterior de refugiados. Por fim, a conceituação dada pela Declaração de Cartagena
engloba não só o conceito clássico como também
as pessoas que tenham fugido dos seus países porque a sua vida, segurança ou
liberdade tenham sido ameaçadas pela violência generalizada, a agressão estrangeira,
os conflitos internos, a violação maciça dos direitos humanos ou outras circunstâncias
que tenham perturbado gravemente a ordem pública. 12
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)
o número de refugiados tendo como origem a América Latina já ultrapassou os 187 mil. 13 Um
dado que nos leva a perceber que não apenas a América Latina recebe muitos refugiados e
asilados, como também origina tais indivíduos enquadrados na devida situação.
Em análise relatorial, a ACNUR vem notando que a maioria dos refugiados que vai
para os países vizinhos, permanece em sua região de origem.15 Por fim é possível notar que
“movimentos de refugiados são na maior parte assuntos regionais”.16 De tal modo, a Declaração
de Cartagena pode ser observada sobre o prisma de um esforço regional que busca alternativas
para a proteção dos refugiados.
12
ONU, AG. Declaração de Cartagena. Parte III, terceira conclusão.
13
MENEZES, Fabiano L de. O panorama da proteção dos refugiados na América Latina. IN: RAMOS, André
de Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR
– Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 95.
14
Lei 9.474/97, artigos 45 e 46.
15
ONU, AG. ACNUR, 2011, p. 11.
16
Apud GIBNEY, 2007, p. 57.
11
17
MENEZES, Fabiano L de. O panorama da proteção dos refugiados na América Latina. IN: RAMOS, André
de Carvalho; RODRIGUES, Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR
– Perspectivas de futuro, São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 100.
18
Ibidem, p. 108.
19
MENEZES, Fabiano L de, loc. cit.
12
20
Apud BARBOSA & HORA, 2007, p. 38.
21
HAYDU, Marcelo. A integração de refugiados no Brasil. IN: RAMOS, André de Carvalho; RODRIGUES,
Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR – Perspectivas de futuro, São
Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 135.
22
Apud ALMEIDA, 2001, p. 127.
23
Apud JUBILUT, 2007, p. 173.
13
24
HAYDU, Marcelo. A integração de refugiados no Brasil. IN: RAMOS, André de Carvalho; RODRIGUES,
Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR – Perspectivas de futuro,
São Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 137.
25
Ibidem, p. 138.
14
Algumas condições podem ser seguidas para que os países acolham refugiados em
seus territórios de maneira funcional e satisfatória, como:
Desde meados dos anos 2000, o governo brasileiro tem dado atenção não apenas à
proteção de refugiados por meio da determinação do status de refugiado, mas, também, à
integração de refugiados, passando a estabelecer políticas públicas voltadas a essas pessoas.27
26
HAYDU, Marcelo. A integração de refugiados no Brasil. IN: RAMOS, André de Carvalho; RODRIGUES,
Gilberto e ALMEIDA, Guilherme de Assis (organizadores). 60 anos de ACNUR – Perspectivas de futuro, São
Paulo: CL-A Cultural, 2011. p. 139.
27
Ibidem, p. 140.
15
4. PROBLEMATIZAÇÃO
5. OBJETIVOS
6. METODOLOGIA
A obra central a ser utilizada nesse trabalho foi “60 anos de ACNUR – Perspectivas
de futuro” – um compilado de textos sobre asilo e refúgio após 60 anos da criação do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, publicado em 2011. Foi feita uma leitura de
alguns capítulos mais marcantes e introdutórios ao assunto.
7. REFERÊNCIAS
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público. 21. ed. São Paulo: Saraiva
2014.
BOBBIO, Norberto. A era dos Direitos, Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro:
Campus, 1992.
CARVALHO, Júlio Marino de. Asilo Político e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense,
2000.
GODINHO, José Magalhães. O Asilo Político e o Direito de Extradição. Lisboa: Ordem dos
Advogados de Lisboa, 1973.
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. 15. ed. Rio de
Janeiro: Renovar. 2004.
ONU. (1954), Convenção Americana de Direitos Humanos. San José, Costa Rica.
ONU. (1951), Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados. Genebra.
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
REALE, Miguel. Nova Fase do Direito Moderno. 2ª. ed. São Paulo: Saraiva. 1998.
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público - Curso Elementar. 15. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de Direito Internacional Público. v. 1. São Paulo:
Atlas, 2002.
VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
WACHOWICZ, Marcos. O Direito de Asilo como Expressão dos Direito Humanos. Revista da
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná.