B – Deve haver algum engano. A – É sério, você não me é estranho... B – É a primeira vez que venho nessa feira... A – Não é daqui... B – Sou, nasci e me criei nessa cidade! A – Não foi isso que eu quis dizer... B – Mas foi o que disse. A – Não, eu quis dizer que te conheço de outro lugar... B – É cada uma... A – O quê? B – As pessoas cismam que conhece alguém e insistem... A – Desculpe-me, não queria te irritar... B – Não estou irritado! A – Também não quis incomodar... B – São suas? A – Não. Estou comprando... B – Estão bonitas! A – Vai querer? B – Talvez... A – Aproveita! B – É, vou levar algumas... A – Vai gostar... B - Como sabe disso? A – Disso o quê? B – Que eu vou gostar? A – É só um palpite. B – Você é uma pessoa estranha... A – Como assim, estranha? B – Fala certas coisas... A – Já sei, é da padaria? B – O quê? Padaria? A – Sim. Nos encontramos em uma manhã de muita neblina... B – Então definitivamente, não era eu... A – Por quê? B – Só levanto depois das dez! A – Tenho certeza! B – Certeza? A – Quase... B – Acho que vou seguir meu caminho... A – O meu nome é Rodolfa! B – (Ri) Desculpa! A – O que foi? B – Rodolfa? A – É isso, o meu irmão é... B – Rodolfo... A – Isso mesmo, como sabe? B – Pura intuição... A – Ah agora é que acredito que nos conhecemos... B – Por quê? A – Você acertou o nome do meu irmão, assim de cara... B – (Rindo intensamente) Meu Deus! A – Já sei, lembrou... B – Lembrou o quê? A – De onde nos conhecemos! B – Desisto! A – Faz um esforço, talvez tenhamos estudado juntos... B – Nunca tive nenhum colega chamado... (Ri) A – Vi que gostou do meu nome. B – Gostei? Como assim? A – Quando a gente gosta de alguma coisa a gente fica alegre... B – Não é isso. A – Como é o seu nome? B – Deletério! A – Vixe! Acho que não te conheço, mesmo! B – Foi um prazer! A – O prazer foi seu! Até... (Rindo)