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CONTABILIDADE

GERENCIAL

autora
ANDRÉIA MARQUES MACIEL

1ª edição
SESES
rio de janeiro  2016
Conselho editorial  jose dario menezes, roberto paes e paola gil de almeida

Autora do original  andréia marques maciel

Projeto editorial  roberto paes

Coordenação de produção  paola gil de almeida, paula r. de a. machado e aline


karina rabello

Projeto gráfico  paulo vitor bastos

Diagramação  bfs media

Revisão linguística  bfs media

Revisão de conteúdo  emmanuel marques silva

Imagem de capa  uber images | shutterstock.com

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

M152c Maciel, Andréia Marques


Contabilidade gerencial / Andréia Marques Maciel.
Rio de Janeiro: SESES, 2016.
112 p: il.

isbn: 978-85-5548-344-8

1. Contabilidade gerencial. 2. Informações. 3. Usuários internos.


4. Desempenho. I. SESES. II. Estácio.
cdd 658.1511

Diretoria de Ensino — Fábrica de Conhecimento


Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus João Uchôa
Rio Comprido — Rio de Janeiro — rj — cep 20261-063
Sumário

Prefácio 7

1. Contabilidade Gerencial 9
1.1  A Contabilidade Gerencial 10
1.2  Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial 12
1.3  Principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a
Contabilidade Gerencial 17
1.4  Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões 21

2. Métodos de apuração de resultado 27

2.1  Custeio por absorção 28


2.1.1  Conceito e tratamento dos custos 33
2.1.2  A demonstração de resultado 37
2.2  Custeio variável 37
2.2.1  Conceito e tratamento dos custos 39
2.2.2  A demonstração de resultado 41
2.2.3  Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e
pelo custeio variável 42

3. Relação custo x volume x lucro 47

3.1  Ponto de equilíbrio definição 49


3.1.1  Métodos de apuração do ponto de equilíbrio 50
3.1.2  Ponto de equiíibro em unidades e em receita 50
3.1.3  Ponto de equilíbrio e o índice da margem de contribuição 51
3.2  Ponto de equilíbrio econômico em unidades e em receita 52
3.2.1  Conceito de custo de oportunidade 53
3.3  Ponto de equilíbrio financeiro em unidades e em receita 54
3.3.1  Gastos não-desembolsáveis 55
3.4  Ponto de equilíbrio para vários produtos 55
3.4.1  O composto de vendas 57
3.4.2  Margem de contribuição ponderada 58
3.5  O efeito do imposto de renda no ponto de equilíbrio 59
3.6  Análise de sensibilidade e incerteza 60
3.6.1  Margem de segurança (em unidade, valor e percentual) 60
3.7  Alavancagem operacional 61
3.7.1  Grau de alavancagem operacional 62

4. Assuntos que Auxiliam o Gestor à Tomada


de Decisões 67

4.1  Pedido especial 69


4.1.1  Capacidade instalada e capacidade ociosa 70
4.1.2  Relatório de análise diferencial 71
4.2  Comprar ou fazer 71
4.2.1  Custos evitáveis e não-evitáveis 73
4.2.2  Custo de oportunidade 76
4.3  Restrição de capacidade e mix de produção 77
4.3.1  Rentabilidade do fator limitativo 78
4.3.2  Maximização do resultado 79
4.4  Manutenção ou eliminação de produtos deficitários 80
4.4.1  Resultado por linha de produto 80
4.4.2  Custos identificáveis e não-identificáveis 81
4.5  Substituição de equipamentos 81
4.5.1  Projeção de fluxo de benefícios futuros 82
4.5.2  Desconto de fluxo de caixa 82
4.5.3  Efeito da depreciação e do imposto de renda na decisão 83
5. Precificação 89

5.1  Abordagens para formação do preço de venda 90


5.1.1 Mercado 92
5.1.2  Custo mais margem 94
5.1.3 Custo-meta 95
5.2  Mark-up multiplicador e divisor 96
5.3  Preço de venda à vista e a prazo 99
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),

Muitas vezes, na empresa, nos deparamos com a necessidade de cumprir as


regras de padronização dos relatórios contábil-financeiros e, ao mesmo tem-
po atender, de maneira prática, os diversos gestores da entidade, para os quais
as informações disponíveis não estão suficientemente detalhadas da maneira
como necessitam. A Contabilidade Gerencial visa, justamente, atender a es-
sas necessidades, ou seja, ela é o braço da contabilidade voltado para suprir os
usuários internos com informações gerenciais. A gestão de qualquer entidade
necessita de informações relevantes para o processo decisório. Cada gestor, em
cada empresa, necessita, com maior detalhe e peculiaridade, de informações
sobre o desempenho da entidade, das suas unidades de negócio, dos clientes,
dos segmentos de mercado, dos produtos etc. Por ser flexível e desregulamen-
tada, a Contabilidade Gerencial permite que os profissionais da contabilidade
forneçam essas informações úteis para tomada de decisão de diferentes ma-
neiras, sempre adaptando seus relatórios conforme a necessidade do usuário
daquela informação.
Dessa forma saber a resposta para alguns questionamentos é muito im-
portantes, tais como: Para que serve e como podemos aplicar a Contabilidade
Gerencial?
Para responder a esses questionamentos inicialmente é apresentada uma
contextualização da Contabilidade Gerencial e como ela surgiu, após uma no-
ção de que custos nada mais é que uma informação sobre consumo de recur-
sos, que, dado um critério escolhido pela empresa ele é alocado aos produtos
e ou serviços, e, ainda, ferramentas gerenciais que podem ser trabalhadas e,
como os resultados podem ser analisados, em seguida são tratados assuntos
que auxiliam o gestor à tomada de decisões e, por fim a questão da precificação.
Este material não visa esgotar o assunto. Pelo contrário, objetiva despertar
em você, aluno e futuro profissional da área contábil, o interesse pelo assunto
e estimulá-lo em sua busca pessoal pelo conhecimento. O processo de aprendi-
zado somente está completo quando se consegue aprender a aprender. Nesse
ponto, o ato de discutir e criticar começam a ser uma constante.

Bons estudos!

7
1
Contabilidade
Gerencial
1.  Contabilidade Gerencial
O presente capítulo se propõe a apresentar como os gestores das empresas po-
dem utilizar as informações da Contabilidade Gerencial para planejar e coorde-
nar estratégias, tomar decisões, avaliar projetos entre outros, pois, esses são os
responsáveis por decisões na empresa e precisam estar munidos de instrumen-
tos para o embasamento necessário.
Dessa forma, estas informações, podem estar disponíveis na contabilidade
societária e, devem ser organizadas e disponibilizadas de forma clara e tempes-
tiva, na linguagem dos gestores.
Dessa forma o capítulo busca contextualizar a Contabilidade Gerencial de
forma a apresentar os aspectos introdutórios e o seu histórico, as diferenças
entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira e, como se dá o
processo de tomada de decisões baseado na Contabilidade Gerencial.

OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
•  Contextualizar a Contabilidade Gerencial;
•  Apresentar a Contabilidade Gerencial e a diferença entre esta e a Contabilidade Financeira;
•  Descrever as principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilida-
de Gerencial;
•  Apresentar a relação da Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões.

1.1  A Contabilidade Gerencial

Inicialmente é necessário elucidar o que é a Contabilidade Gerencial.


Contabilidade Gerencial é “o processo de identificar, mensurar, acumular, ana-
lisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores
a atingir objetivos organizacionais”. (HORNGREN, SUNDEM, STRATTON, 2004
apud FREZATTI et al, 2009).
Assim, para atingir os objetivos organizacionais, os gestores colocam em
prática o processo decisório, que envolve as atividades de planejar, dirigir e
controlar, para que, a partir dessas atividades, possam buscar alcançar os tais
objetivos da organização.

10 • capítulo 1
De acordo com (HORGREN; FOSTER; DATAR, 2000 apud FREZATTI et al,
2009) a Contabilidade Gerencial busca medir e reportar as informações finan-
ceiras e não financeiras que ajudam os gestores a tomar decisões, para atingir
os objetivos da organização.
Consequentemente, a Contabilidade Gerencial, fornece as informações ge-
renciais para tomada de decisão a fim de que eles possam planejar, dirigir e
controlar a organização.
©© SHUTTERSTOCK/RAWPIXEL.COM

Figura 1.1  –  Tomada de Decisão.

Esses objetivos organizacionais que os gestores devem atingir estão relacio-


nados aos resultados que a organização pretende alcançar em um determinado
período. Está relacionado aos objetivos e metas de desempenho, como lucrati-
vidade e crescimento.
©© PIXABAY.COM

Figura 1.2  –  Objetivos Organizacionais.

capítulo 1 • 11
A seguir serão apresentadas as definições de Contabilidade Financeira e a
Contabilidade Gerencial.

1.2  Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial

Para Crepaldi (2014) A Contabilidade Financeira é o processo de elaboração de


demonstrativos financeiros para propósitos externos: pessoal externo à organi-
zação, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Processo que
tem influência de autoridades que estabelecem padrões regulamentadores e
fiscais conforme exigências de auditoria de contadores independentes.
Segundo Atkinson et al (2011):

A Contabilidade Financeira é o processo de geração de demonstrativos financeiros


para públicos externos, como acionistas, credores e autoridades governamentais.
Esse processo é fortemente limitado por autoridades governamentais que defi-
nem padrões, regulamentações e impostos, além de exigir o parecer de auditores
independentes.

Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e in-


terpretação dos fatos econômicos. Assim, usam-se os termos Contabilidade
Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e Contabilidade
Financeira quando a organização presta informações a terceiros.
De acordo com Crepaldi (2014, 1- 2):

A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos regis-
tros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contáveis. Em
termos de registro histórico, é importante destacar a obra Summa de arithmética,
geometria, proportioni et proportionalita, do Frei Luca Pacioli, publicado em Veneza
em 1494. Nos séculos seguintes ao livro de Pacioli, a contabilidade expandiu sua
utilização para instituições como a Igreja e o Estado foi um importante instrumento
no desenvolvimento do capitalismo. No entanto, as técnicas e as informações ficavam
restritas ao dono do empreendimento, pois os livros eram considerados sigilosos. Isto
possibilitou consideravelmente o desenvolvimento da ciência, uma vez que não existia
troca de ideias entre os profissionais.

12 • capítulo 1
Pois bem, foi o desenvolvimento forte do mercado acionário e o fortaleci-
mento da sociedade anônima como forma de sociedade comercial, a contabi-
lidade passou a ser acatada, também, como um importantíssimo instrumento
para a sociedade. O usuário das informações contábeis já não é mais somente
o proprietário; outros usuários também têm interesse em saber sobre uma em-
presa: sindicatos, governo, fisco, investidores, credores etc.
Assim, o crescimento no mercado, fez com que as organizações se preocu-
passem em atualizar-se constantemente, inovar o modelo de gestão para seus
negócios. Isso torna-se essencial para as empresas que buscam maior compe-
titividade, continuidade e controle de suas atividades, com o objetivo de obter
informações econômicas, fornecidas pela Contabilidade Gerencial, para apoio
no processo de tomada de decisão.

A Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer


instrumentos aos administradores de empresas que auxiliem em suas funções geren-
ciais. É voltada para a melhor utilização de recursos econômicos da empresa, através
de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação
gerencial. CREPALDI (2014, p.06).

Segundo Atkinson et al. (2011) a Contabilidade Gerencial é uma ferramenta


para administração da organização, oferecendo relatórios que contém dados
úteis que permite aos seus usuários a tomada de decisões mais acertadas e em
tempo hábil. Desta forma a Contabilidade Gerencial auxilia os gestores em seu
processo decisório e controle financeiro.
Já Padoveze (2010) afirma que Contabilidade Gerencial tem como função
-objetivo a criação de valor para acionistas, empresários, contribuindo para a
geração do lucro empresarial, que é finalidade da empresa para seu proprie-
tário. No ambiente em que as microempresas estão inseridas requer que seus
proprietários e gestores tomem decisões que lhes permitam garantir a sobrevi-
vência, continuidade e crescimento, contribuindo para a permanência no mer-
cado. E, para isso se faz necessário que essas organizações utilizem técnicas
que facilite sua gestão e oriente seus gestores.
As empresas geralmente não se preocupam em desenvolver e utilizar mode-
los de gestão com base nas informações contábeis e gerenciais para a obtenção
dos objetivos almejados (SCHIER, 2008).

capítulo 1 • 13
©© PIXABAY.COM

Figura 1.3  –  Informações Contábeis.

De acordo com Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007):

As principais referências conceituais em termos de definição dos objetivos da Conta-


bilidade Financeira provêm dos órgãos reguladores, em especial, International Accou-
nting Standard Board (IASB), em nível mundial, Financial Accounting Standard Board
(FASB), no ambiente norte-americano, e Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
quando se trata do Brasil. A tabela 1.1 apresenta os objetivos da Contabilidade
Financeira segundo cada um desses três órgãos. Percebe-se que, de maneira geral, o
objetivo da Contabilidade Financeira se confunde com o objetivo das demonstrações
contábeis que, para fins de publicação externa, precisam atender aos princípios e
normas de Contabilidade Financeira.
©© PIXABAY.COM

Figura 1.4  –  Contabilidade Financeira.

14 • capítulo 1
FONTES CONCEITO/OBJETIVO SOBRE CONTABILIDADE FINANCEIRA
O objetivo das demonstrações contábeis é dar informações sobre a
posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de
IASB (1989) uma empresa que sejam úteis a um grande número de usuários em suas
tomadas de decisão.
A divulgação financeira deve fornecer informações que sejam úteis para
investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros
FASB (1980) usuários que visem à tomada racional de decisões de investimento, crédi-
to e outras semelhantes
Permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação da situação
econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como
fazer inferências sobre suas tendências futuras. Para a consecução desse
CVM (1986) objetivo, é preciso que as empresas dêem ênfase à evidenciação de todas
as informações que permitam não só a avaliação da sua situação patrimo-
nial e das mutações desse patrimônio, mas, além disso, que possibilitem a
realização de inferências sobre o seu futuro.

Tabela 1.1  –  Objetivos da Contabilidade Financeira. Fonte: Frezzati, Aguiar e Gerreiro


(2007)

Ainda, de acordo com os autores Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007): No que


se refere à Contabilidade Gerencial, algumas referências conceituais podem
ser consideradas no estudo do tema e foram sintetizadas no Quadro 2.
Os principais pontos em comum em termos de conceitos/objetivos da
Contabilidade Gerencial são:
•  Composição do processo
As etapas de composição do processo que envolvem a Contabilidade
Gerencial são assemelhadas, algumas mais abrangentes e detalhadas, mas in-
cluindo identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpre-
tação e comunicação das informações.

•  Informações para usuários


De um modo genérico e abrangente, a Contabilidade Gerencial produz in-
formações que se destinam aos usuários internos. Especificamente, as infor-
mações são direcionadas aos gestores responsáveis pelo processo decisório.

•  Apoio ao processo decisório


A descrição das etapas do processo (planejar, avaliar, controlar) convive
com termos mais genéricos (dar apoio às necessidades dos gestores ou infor-
mações úteis, ou que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais).

capítulo 1 • 15
•  Conexão com os objetivos da entidade
De maneira explícita, pode ser descrita como:[...] auxiliam os gestores a
atingir objetivos organizacionais. (HORNGREN et al., 2004, p.4).

Segue abaixo a tabela 1.2 que apresenta a Comparação de conceituações


disponíveis sobre Contabilidade Gerencial:
FONTES CONCEITO/OBJETIVO SOBRE CONTABILIDADE GERENCIAL
Processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, inter-
ANDERSON, NEE- pretação e comunicação da informação financeira usada pelos gestores para pla-
DLES E CADWELL nejamento, avaliação e controle. A informação financeira possibilita aos gestores,
(1989) de um lado, o uso apropriado de recursos, de outro lado, a prestação de contas
(accountability) decorrente desse uso.
LOUDERBACK ET Prover informações para dar apoio às necessidades dos gestores internos da
AL. (2000) organização.
ANTHONY E Fornecer informações úteis para os gestores, que são pessoas que estão dentro
WELSCH (1981) da organização.
HANSEN E MO- Identificar, coletar, mensurar, classificar, e reportar informações que são úteis para
WEN (1997) os gestores no planejamento, controle e processo decisório.
HORNGREN, Medir e reportar as informações financeiras e não-financeiras que ajudam os
FOSTER E DATAR gestores a tomar decisões, para atingir os objetivos da organização
(2000)
HORNGREN, SUN- Processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comu-
DEM E STRATTON nicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais.
(2004)
Tabela 1.2  –  Comparação de conceituações disponíveis sobre Contabilidade Gerencial.
Fonte: Frezzati, Aguiar e Gerreiro (2007).

Corroborando com Atckinson et al (2011) Vale ressaltar que as informações


dos sistemas de Contabilidade Gerencial devem ajudar os funcionários a pren-
der a fazer o seguinte:
1. Melhorar a qualidade das operações;
2. Reduzir o custo das operações;
3. Aumentar a adequação das operações às necessidades dos clientes.

E, é claro que os estudantes de Contabilidade Gerencial focam as decisões e


as necessidades dos participantes da organização.
A partir de agora serão apresentadas as principais diferenças entre a
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial.

16 • capítulo 1
1.3  Principais diferenças entre a Contabilidade Financeira e a
Contabilidade Gerencial

A princípio coloca-se o seguinte questionamento: Por que será que a conta-


bilidade, que poderia oferecer informações satisfatoriamente a todos os usuá-
rios, é dividida e apresenta diferenças conforme o usuário?
Pois bem, estudar a evolução histórica da contabilidade é a melhor forma
para compreender o motivo dessas diferenças.
Para os autores Cardoso; Mario e Aquino (2007): A contabilidade tem regis-
tro de sua existência desde as civilizações mais remotas, sendo os mais signifi-
cativos, devido à comprovação, os dos Babilônios e dos Egípcios. Para tanto, até
o século XIII, a contabilidade tinha como papel principal o de contar quanto
era o patrimônio de uma determinada pessoa ou família. O registro do patrimô-
nio de determinada pessoa ou família também está relacionado ao surgimento
da contabilidade.
Em virtude das mudanças sociais, econômicas e políticas que ocorreram na
Europa medieval, principalmente as causadas pela guerra contra os muçulma-
nos, deu-se a necessidade de não somente avaliar quanto é o patrimônio, mas
também de descrever como ele é formado, devido à existência de um comércio
mais intenso, tanto dentro da Europa, como desta para com outras regiões geo-
gráficas, como a Ásia, principalmente. É interessante notar que, com isso, eles
desenvolviam práticas de planejamento, mensuração e controle, ainda que de
maneira muito rudimentar.
Após em virtude das caravanas que já existiam desenvolveu-se também o
comércio marítimo. E, assim a necessidade da quantificação do patrimônio,
que era feita por meio de medidas iniciais e finais.
No século XV, a contabilidade das partidas dobradas foi organizada e divul-
gada pelo monge Luca Pacioli. Até a Revolução Industrial, a contabilidade apu-
rava o custo das vendas mediante o levantamento físico dos estoques.
Forças como comércio intensificado, a existência de moeda como meio de
troca, utilização da escrita e da matemática, a propriedade particular e outras
mais ajudaram no desenvolvimento da Contabilidade e no aperfeiçoamento de
sua técnica, especialmente o Método das Partidas Dobradas, descrito pelo Frei
Luca Pacioli.

capítulo 1 • 17
No século XVIII, com a Revolução Industrial e o nascimento do capitalismo,
surge a necessidade de compreender os custos dos recursos empregados, pois
eles são, agora, fatores de produção: matéria-prima, mão de obra e outros insu-
mos, e não mais mercadorias.
Tornou-se mais complexa a função do contador, que, para levantamento do
balanço e apuração do resultado, não dispunha tão facilmente dos dados para
poder atribuir valor aos estoques: o seu valor de “compras” na empresa comer-
cial era substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção
utilizados.
Os autores Johnson e Kaplan optaram por delimitar o início do século XIX,
mais precisamente em 1812, como marco inicial da Contabilidade Gerencial:
“A Contabilidade Gerencial surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, quan-
do as organizações comerciais, em vez de dependerem dos mercados externos
para trocas econômicas diretas, passaram a conduzir trocas econômicas inter-
nas”. (JOHNSON e KAPLAN, 1996, p. 17-19).
Segundo Cardoso; Mario e Aquino (2007), as indústrias norte-americanas,
tais como as têxteis, as de siderurgia, as de transporte (ferrovias) e as de distri-
buição varejista, apesar de suas peculiaridades, atuavam de maneira a conhe-
cer os custos em relação aos seus processos produtivos e de comercialização.
Assim, essas indústrias demandavam informação e controle.
A Contabilidade Gerencial pôde continuar se desenvolvendo no século XIX
com o aumento da demanda, do tamanho e da complexidade das organizações.
Afinal, uma consequência dessa nova realidade foi a necessidade de descentra-
lização e da avaliação por unidade de negócios ou por mercados, que facilitasse
os proprietários ou principais gestores a acompanharem o desempenho de to-
dos os mercados em que atuavam, mas que estavam fisicamente distantes. Daí
o foco no usuário interno.
Conforme Atkinson et al. (2011), no início do século XX uma série de ino-
vações começaram a ocorrer na Contabilidade Gerencial para dar suporte ao
crescimento de empresas multidivisionais diversificadas. As siderúrgicas já
efetuavam mensuração de custo dos insumos por unidade e avaliação de inves-
timentos e decisões sobre preços. A Marshall Field’s e Sears se destacaram pelo
desenvolvimento de conceitos de margem bruta e retorno sobre os estoques
para mensurar e avaliar desempenho. Duas empresas se destacaram pelo de-
senvolvimento de sistemas de custo e orçamento para planejar, avaliar e con-
trolar os negócios: a DuPont e a General Motors.

18 • capítulo 1
Pode-se afirmar que de fato no século XX, os sistemas contábeis das empre-
sas eram preparados para atender às necessidades de tomada de decisão.

A tabela 1.3 a seguir mostra as características básicas e o contraste entre a


Contabilidade Financeira e gerencial (ATKINSON et al., 2011, p. 37 e 38).
CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL
Externa: acionistas, credores, autorida- Interna: funcionários, gerentes,
AUDIÊNCIA des tributárias executivos.
Informar as decisões internas
Relatar o desempenho passado ao
tomadas por funcionários e ge-
PROPÓSITO público externo; contratos com proprie-
rentes; dar feedback e controlar o
tários e credores.
desempenho operacional.
POSIÇÃO NO TEMPO Histórica; atrasada Atual, orientada para o futuro.
Desregulamentada; sistemas e
Regulamentada; orientada por princípios informações determinados pela
RESTRIÇÕES contábeis geralmente aceitos e por administração para atender às
autoridades governamentais. necessidades estratégicas e
operacionais.
Mensurações financeiras, opera-
cionais e físicas sobre processos,
TIPO DE INFORMAÇÃO Apenas mensurações financeiras.
tecnologias, fornecedores, clientes
e concorrentes.
NATUREZA DA Objetiva, auditável, confiável, consisten- Mais subjetiva e sujeita a juízo de
INFORMAÇÃO te, precisa. valor; válida, relevante, precisa.
Altamente agregada; relatórios sobre a Desagregada: informa decisões e
ESCOPO organização total. ações locais.
Tabela 1.3  –  Características básicas das Contabilidades Financeira e Gerencial. Fonte:
Atkinson et al. (2011),

Corroborando com Atickson et al (2011) Vale ressaltar, que no século XXI


a contabilidade passou a ser bastante exigida para o público externo em razão
da crescente regulamentação e dos vários padrões de relatórios externos (FASB
e SEC nos Estados Unidos) e, a demanda desse público externo levou muitas
organizações a enfatizar mais o desenvolvimento de informação para os rela-
tórios financeiros externos do que para a tomada de decisão gerencial interna
e o controle.

capítulo 1 • 19
CONCEITO
A Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários), frequentemente
abreviada SEC, é uma agência federal dos Estados Unidos que detém a responsabilidade
primária pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores mobiliá-
rios, as ações da nação e opções de câmbio, e outros mercados de valores eletrônicos nos
Estados Unidos.

CONCEITO
O Financial Accounting Standards Board (FASB) é uma organização estadunidense sem
fins lucrativos criado em 1973 para padronizar os procedimentos da Contabilidade Financei-
ra de empresas cotadas em bolsa e não governamentais. Órgão autorizado e reconhecido
pela SEC (Securities and Exchange Commission). Essas normas são oficialmente reconhe-
cidas. O FASB tem objetivo de trazer padronização, maior eficiência na economia e nas deci-
sões tomadas pelas empresas trazendo maior clareza nas informações divulgadas.

De acordo com Crepaldi (2012) O contador gerencial é definido pelo IFAC


(Internacional Federation of Accounting) – como um profissional que:

“...identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto


financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas fun-
ções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso
apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos”.

CONEXÃO
Mais aspectos sobre os conceitos e as diferenças entre a Contabilidade Financeira e Geren-
cial podem ser obtidos pela deliberação número 29 de 1986 – Estrutura conceitual básica
da contabilidade da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no site: <www.cvm.gov.br>.

20 • capítulo 1
©© PIXABAY.COM

Figura 1.5  –  Contador gerencial.

CONEXÃO
Você poderá conhecer um pouco mais sobre os aspectos dos sistemas de controle ge-
rencial em organizações no artigo AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE CONTROLE GEREN-
CIAL EM I: NSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR COM O PERFORMANCE MANAGE-
MENT AND CONTROL. Disponível no site: < http://www.revistas.usp.br/jistem/article/
viewFile/80182/84082>.

Esse contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a administra-


ção tome as melhores decisões estratégicas.
Teve-se, ainda, como resultado, que os sistemas de Contabilidade Gerencial
na maioria das organizações provaram ser inadequados para mudar e desafiar
as condições competitivas, tecnológicas e de mercado.
Veremos a seguir o processo de tomada de decisão pela
Contabilidade Gerencial.

1.4  Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões

Como já mencionado no tópico anterior antes da Revolução Industrial as em-


presas viviam basicamente do comércio; a apuração do valor monetário dos
estoques era baseado em levantamentos físicos e valorizado pelo montante
pago pelos itens. Com o aparecimento das indústrias, outros valores passaram

capítulo 1 • 21
a agregar o estoque devido ao processo de transformação que os bens sofriam.
Com isso, surge a necessidade de avaliar os estoques de matéria-prima, de
produtos acabados, de produtos em processo, a necessidade de decidir o que
produzir, quanto produzir, além de determinar o total de recursos consumidos
pelo item produzido.
Conforme Hendriksen & Van Breda (1999) “À medida que aumen­tava a ne-
cessidade de informação gerencial sobre os custos de produção e os custos a se-
rem atribuídos à avaliação de estoques, o mesmo acontecia com a necessidade
de sistemas de contabilidade de custos”.
Grande parte das informações gerenciais para tomada de decisão forneci-
das pela Contabilidade Gerencial está relacionada a custos, que são utilizados,
por exemplo, para:
•  Decisões sobre mix de produtos e mix de clientes,
•  Lucro que desejo obter versus o preço que o mercado está dis­posto a pagar.

Atkinson et al (2011) relatam a necessidade que gerentes de empresas in-


dustriais e de serviços possuem em obter informações precisas e relevantes
sobre seus custos realizados. Quanto maior a competitividade do mercado em
que a empresa atua, maior a necessidade. Segundo os autores, essas informa-
ções sobre custos são importantes para, por exemplo:
•  Ajudar os engenheiros a projetarem produtos que possam ser fabricados
com maior eficiência;
•  Apontar demandas de melhorias de qualidade, eficiência e rapi­ dez
na produção;
•  Orientar decisões relacionadas a mix de produto;
•  Escolher entre fornecedores alternativos;
•  Negociações sobre preços, especificações de produto, qualida­de, entrega
e serviços.

Dessa forma, pode-se dizer que o grande desafio que se enfrenta até hoje na
Contabilidade Gerencial é o de conseguir a agregação de valor para as empresas
às partes que com ela se relacionam (stakeholders).

22 • capítulo 1
Umas das técnicas utilizadas para

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auxiliar no avanço competitivo é o uso
do sistema de informações, oferecen-
do as empresas relatórios gerenciais
com informações que auxilie, no pro-
cesso de gestão criando vantagens
competitivas no mercado concorrente.

Figura 1.6  –  Contabilidade Gerencial.

Crepaldi (2012, 15) afirma que o ponto fundamental da Contabilidade


Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para administra-
ção. É o processo de produzir informação operacional financeira para funcio-
nários e administradores.
Corroborando com Crepaldi (2012) o sistema de informação contábil geren-
cial só poderá ser executado de forma eficiente, através de um sistema integra-
do de informações contábeis que abrangem tanto os recursos humanos quanto
o tecnológico.
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Figura 1.7  –  Sistema de informação contábil gerencial.

capítulo 1 • 23
ATIVIDADES
01. Explique as principais características da Contabilidade Gerencial enfatizando o que a
diferencia da Contabilidade Financeira.

02. Quando se estuda a contabilidade, do ponto de vista dos seus usuários. Ela pode ser
dividida em Contabilidades:
a) financeira e legal;
b) gerencial e pública;
c) financeira e gerencial;
d) gerencial e proprietária.

03. Quais as semelhanças entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira?


a) São feitas para os usuários internos e externos.
b) Pretende usar a Contabilidade como fonte básica no processo decisório.
c) Seguem uma legislação que determina as regras e padrões.
d) Relatam apenas fatos passados.
e) Usam o custeio por absorção em suas operações.

04. Explique as principais características da Contabilidade Gerencial enfatizando o que a


diferencia da Contabilidade Financeira.

05. Fale sobre o desenvolvimento da Contabilidade Gerencial no século XVIII e sua evolução
no século XIX.

06. Cite ao menos três tipos de decisões tomadas internamente pelos gestores das empre-
sas auxiliados por informações proporcionadas pela análise de custos.

REFLEXÃO
Nesta unidade você aprendeu o que é Contabilidade Gerencial e porque ela é diferente da
Contabilidade Financeira ou societária. Estudou que a Contabilidade Gerencial tem como
objetivo oferecer a seus diversos usuários informações e avaliações de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, relacionadas a uma entidade objeto de estudo, e o faz a
partir de demonstrações e análises.

24 • capítulo 1
Destacam-se as informações de natureza econômica e financeira, sendo que se enten-
dem por informações de natureza econômica as relativas aos eventos, tais como receitas e
despesas, bem como capital e patrimônio. Por outro lado, a dimensão financeira refere-se,
por exemplo, a fluxos de caixa, capital de giro etc.
Trata-se de um sistema de informações que permite oferecer aos gestores da empresa
diversos tipos de indicadores para mensurar a eficá­cia da empresa. Porém, os diversos in-
dicadores de eficácia, tais como posição de mercado, inovação, produtividade, rentabilidade,
recursos físicos e financeiros etc., são pressupostos para o atendimento da eficácia, e não
exatamente a eficácia.

LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo citado a seguir que mostra na prática as diferenças entre as
duas contabilidades bem como os elementos que as distanciam:
Diferenciações entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial: uma pesquisa
empírica a partir de pesquisadores de vários países

RESUMO
Este trabalho objetiva identificar os principais elementos que diferenciam a Contabilidade
Financeira da Contabilidade Gerencial em vários países do mundo. A evolução mostra que,
em algum momento, na verdade, em alguma situação esses dois ramos da Contabilidade
poderiam ser assemelhados e, até mesmo, iguais. Contudo, as diferentes demandas e per-
cepções de seus usuários, em vários países, fazem com que elas se distanciem. Para enten-
der essas diferenças foi feita uma pesquisa em 24 países a fim de identificar os elementos
que podem apresentar diferenciações entre os dois ramos da Contabilidade. Os elementos
incluídos neste estudo foram definidos a partir da combinação de abordagem de vários au-
tores. A pesquisa de campo foi desenvolvida por meio da aplicação de um questionário com
estrutura de perguntas baseada em escala Likert, respondido por especialistas. Percebeu-se
que os principais elementos que diferenciam as duas Contabilidades são: aplicação de prin-
cípios, foco de análise, grau de confiabilidade, agentes que influenciam ou podem influenciar,
freqüência de emissão de relatórios e exigência legal de pessoal habilitado em amplitudes
variadas. As diferenças reforçam a necessidade de um sistema de informação contábil que
possa atender, igualmente, aos seus dois principais grupos de usuários: externos e internos.

capítulo 1 • 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREZATTI, Fábio; AGUIAR, Andson Braga de; GUERREIRO, Reinaldo. Diferenciações entre a
Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial: uma pesquisa empírica a partir de pesquisadores
de vários países. Revista Contabilidade & Finanças, [S.l.], v. 18, n. 44, p. 9-22 , aug. 2007. ISSN 1808-
057X. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rcf/article/view/34230>. Acesso em: 14 mar.
2016.
ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG S. Mark. Contabilidade
Gerencial. 3ª Edição. São Paulo: Ed. Atlas S/A, 2011.CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade
Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Contabilidade Financeira. Disponível em: <https://encrypted-tbn1.gstatic.com/
images?q=tbn:ANd9GcTl2hZ_kyQ8CoF7nksV9nXbJffZlCjFr_qWkvRzVoB80GFR0hWTKg>. Acesso
em: mar. 2016. Contabilidade Gerencial Disponível em: <https://www.google.com.br/

26 • capítulo 1
2
Métodos de
apuração de
resultado
2.  Métodos de apuração de resultado
O presente capítulo aborda a apuração dos custos dos produtos empregando
o método do custeio por absorção, por meio do qual os produtos absorvem os
custos totais de um período de maneira direta ou indireta, e também os concei-
tos e tratamentos dos custos e a demonstração do resultado.
E, também, o método de custeio variável que é utilizado para fins gerenciais
e eficientes para a tomada de decisão e, por fim uma abordagem sobre a conci-
liação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável

OBJETIVOS
Após este capítulo, você será capaz de:
•  Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio por absorção;
•  Compreender os conceitos e tratamentos dos custos;
•  Elaborar a demonstração de resultado;
•  Apresentar o Método de apuração de resultado pelo Custeio variável;
•  Avaliar a conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo cus-
teio variável.

2.1  Custeio por absorção

De acordo com Alves (2013) o custeio por absorção é baseado no método ale-
mão de custos denominado RKW, foi difundido no Brasil por grandes empresas
alemãs aqui instaladas como a Wolkswagem, Mercedes Benz, Mannesmamm
e outras.
Ainda, de acordo, com o autor no Custeio por Absorção, todos os custos
de produção são alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreen-
de todos os custos, independentemente de serem fixos ou variáveis, diretos ou
indiretos.
O custeio por absorção, segundo Martins, (2010, p. 41-42), “consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de pro-
dução; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para

28 • capítulo 2
todos os produtos feitos”. Portanto, esses custos fixos podem ser estocados ou
transferidos para custo de produto vendido.
A principal característica deste método é a distinção que se faz entre custos
e despesas. A separação é importante porque as despesas são atribuídas dire-
tamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos são apro-
priados como gastos às produções.
O método de Custeio por Absorção é o mais tradicional método de custo
existente. No Brasil, o método tem sido aceito pela legislação comercial e pela
legislação fiscal, inclusive para a apresentação das demonstrações contábeis e
para efeito do imposto de renda.
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Figura 2.1  –  Demonstrações Contábeis.

De acordo com Bornia (2009, 35) no custeio por absorção a totalidade dos
custos (fixos e variáveis) é distribuída aos produtos. Esse sistema relaciona-se
principalmente com a avaliação de estoques, ou seja, com o uso da contabilida-
de de custos como apêndice da Contabilidade Financeira, a qual se presta para
gerar informações para usuários externos à empresa.

capítulo 2 • 29
EXEMPLO
Segue exemplo de Bornia (2009):
A empresa EX, em um determinado mês produziu 80.000 unidades. Os custos totais
do período atingiram R$ 1.400.000,00. Qual o custo do produto de acordo com o custeio
por absorção?
Resposta: O custo unitário seria R$ 17,50 (1.400.000/80.000).

Para Viceconti e Neves (2012) O custeio por absorção consiste na apropria-


ção de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período. Os
gastos não fabris são (despesas) excluídos.
Vale ressaltar, que a distinção principal no custeio por absorção é entre cus-
tos e despesas. A separação é importante porque as despesas são contabiliza-
das imediatamente contra o resultado do período.

EXEMPLO
Suponhamos que uma empresa que tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado
produto incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00.
Foram vendidas 800 unidades a R$ 20,00, num total de vendas de R$ 16.000,00.
O custo unitário será R$ 9.000,00/1.000 = R$ 9,00

Segundo Viceconti e Neves (2012) o custeio por absorção é o único aceito


pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da Realização
da Receita, da Competência e da Confrontação.

CONEXÃO
Para saber o que é e qual a função da auditoria externa na sua empresa acesse: http://msbrasil.
com.br/blog/auditoria/o-que-e-e-qual-a-funcao-da-auditoria-externa-na-sua-empresa/

30 • capítulo 2
CONCEITO
Princípio da Realização da Receita – ocorre a realização da receita quando da transferên-
cia do bem ou serviço vendido para terceiros.
Princípio da Confrontação – as despesas devem ser reconhecidas à medida que são
realizadas que as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente).
Princípio da Competência – as despesas e receitas devem ser reconhecidas nos pe-
ríodos a que competirem, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador.

De acordo com Crepaldi (2014):

O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos
ou variáveis) à produção do período. Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. É
o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade e, é no
Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio
contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios.
Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e
para o pagamento do Imposto de Renda.

Os custos vão para o ativo na forma de produtos e só podem ser considera-


dos despesas ao ocorrer a venda do produto.
Vale ressaltar, que uma empresa não deve alterar o modo de apropriar os
custos invariavelmente, pois existem diferenças entre eles e, quase sempre, es-
sas mudanças podem dar uma falsa impressão dos resultados obtidos.
O custeio por absorção se dá por meio de um esquema básico que consis-
te em:
a) Separação entre Custos e Despesas;
b) Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos ou serviços;
c) Rateio dos custos indiretos.

capítulo 2 • 31
Custeio por Absorção - Empresas de Manufatura
DESPESAS CUSTOS

ESTOQUE Demonstração de Resultados


DE
PRODUTOS RECEITA
(–) CPV
(=) LUCRO BRUTO
(–) Despesas
(=) LUCRO OPERACIONAL

Figura 2.2  –  Fonte: Martins, E. (2010, p. 37).

Custeio por Absorção - Empresas de Serviços


DESPESAS CUSTOS

ESTOQUE Demonstração de Resultados


DE
SERVIÇOS RECEITA
(–) Custos Serviços Prestados
(=) LUCRO BRUTO
(–) Despesas
(=) LUCRO OPERACIONAL

Figura 2.3  –  Fonte: Martins, E. (2010, p. 38).

O registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como des­


pesa, e não como custo. Os encargos financeiros não são custos de produção,
mesmo que facilmente identificados com financiamentos para aquisição de
matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de
capital próprio, e não gastos de produção (custos).
Segundo Martins (2010), a separação dos custos e despesas é fácil, pois os
gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à administra-
ção, às vendas e aos financiamentos são despesas. Mas, na prática, surgem
problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva.
Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo,
rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão.

32 • capítulo 2
Custeio por Absorção
CUSTOS Nasce o
problema do Vendas
Custeio! Despesas
DIRETOS INDIRETOS

Estoque

Produto A Produto B Produto C CPV

Resultado

Figura 2.4  – 

2.1.1  Conceito e tratamento dos custos

Com base na correta conceituação e segregação dos gastos entre investi-


mentos, custos, despesas, perdas etc., torna-se imprescindível, em seguida, a
perfeita identificação desses gastos em relação a dos principais fatores:
– Quanto às variações no volume de produção e de vendas;

Custos Fixos
Segundo Cardoso, Mario e Aquino (2007) os custos fixos são: Aquele que não
varia em função de alterações do nível de produção, dentro do intervalo rele-
vante de capacidade instalada.
De acordo com Alves (2013) os custos fixos são classificados independen-
temente do volume produzido ou vendido, há certos gastos dentro do setor
produtivo que se mantêm constantes, obedecendo à determinada capacidade
instalada.
Dessa forma esses são custos necessários ao desenvolvimento do produto
industrial em geral, motivo pelo qual se repetem todos os meses do ano.
Denominam-se custos fixos e podemos citar como exemplo mais comum
o aluguel do prédio, máquinas produtivas e a depreciação dos itens do se-
tor produtivo.

Os custos fixos têm as seguintes características:


1º o valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de
volume de produção.

capítulo 2 • 33
2º o valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no vo-
lume de produção.
3º sua alocação aos produtos, aos departamentos ou centros de custos ne-
cessita da adoção de critérios de rateio.
Segundo Bornia (2009) os custos fixos são aqueles que independentemente
do nível de produção, como salário do gerente, por exemplo.

Custo ($)

Custo Fixo

Volume de Atividade

Figura 2.5  –  Comportamentos dos custos fixos.

Despesas Fixas
Para Alves (2013) as despesas fixas possuem características semelhantes aos
custos fixos, as despesas fixas são aquelas que permanecem iguais, indepen-
dentemente do volume de vendas ou prestação de serviços.
Segundo Bruni e Famá (2009) as despesas fixas não variam em função do
volume de vendas. Exemplo: aluguel e seguro das lojas.
O aluguel dos escritórios administrativos e das lojas de vendas são bons
exemplos de despesas fixas dentro de uma empresa que tem bem definidos
seus setores.

Gastos semifixos e semivariáveis


Para Bruni e Famá (2009, 31) semifixos correspondem a custos que são fixos
em determinado patamar, passando a ser variáveis quando esse patamar for
excedido. Já os semivariáveis correspondem a custos variáveis que não acompa-
nham linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos
dentro de certos limites.

34 • capítulo 2
Custo ($)

Custo Fixo

Volume de Atividade

Figura 2.6  –  Comportamento dos custos fixos no médio e ou no longo prazo.

Custos variáveis
Para Bornia (2009) os custos variáveis, estão intimamente relacionados com
a produção, isso é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa,
tais como os custos de matéria-prima.
Bruni e Famá (2009) definem os custos variáveis como valores que se alte-
ram diretamente em função das atividades da empresa. Quanto maior a produ-
ção, maiores serão os custos variáveis.
Exemplos podem ser expressos por meio dos gastos com matéria-prima
e embalagens.

Custo ($)

Custo Variável

Volume de Atividade

Figura 2.7  –  Comportamento dos custos variáveis.

CONEXÃO
Assista ao vídeo de Sevilha Contabilidade e aprenda um pouco mais sobre os custos fixos e
variáveis disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NEVLaYd9pXE>.

capítulo 2 • 35
Despesas variáveis
De acordo com Bruni e Famá (2009) as despesas variáveis variam de acordo
com as vendas. Exemplo: comissões dos vendedores e gastos com fretes.
b. Quanto à forma e critério de identificação e apropriação aos diversos pro-
dutos e serviços produzidos.

Custos diretos
Segundo Bornia (2009, 21) os custos diretos são aqueles facilmente relacio-
nados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores,
clientes etc.). São exemplos: matéria-prima e mão de obra direta.
Bruni e Famá (2009) definem os custos diretos como aqueles diretamente
incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na
fabricação do produto e mão de obra direta.
Vale ressaltar que apresentam a propriedade de serem mensuráveis de
maneira objetiva. Exemplo: aço para fabricar chapas e salários dos operários
da fábrica.

Custos indiretos
De acordo com Bornia (2009, 21) os custos indiretos não podem ser facil-
mente atribuídos às unidades, necessitando de alocações para isso. São exem-
plos: aluguel e mão de obra indireta. As alocações causam a maior parte das di-
ficuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois, não são simples e podem
ser feitos por vários critérios.
O autor ainda coloca que esse problemática da alocação dos custos indire-
tos aos produtos e análise dos mesmos dá origem aos métodos de custeio.
Para Bruni e Famá (2009) os custos indiretos necessitam de aproximações,
isto é, alguns critérios de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos:
seguros e alugueis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção.

CONCEITO
Conceito de Direto e Indireto é aplicado apenas aos Custos;
Conceito de Variável e Fixo é aplicado para os Custos e para as Despesas.
Exemplo:
•  Despesa Fixa: Salário do Gestor; e
•  Despesa Variável: Comissão de Venda.

36 • capítulo 2
2.1.2  A demonstração de resultado

Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de cus-


teio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes
dados contábeis para determinado exercício social:

PRODUÇÃO 1.000 UNIDADES ACABADAS


Custos Fixos R$ 12.000,00
Custos Variáveis R$ 20.000,00
Despesas fixas R$ 6.000,00
Despesas variáveis R$ 4.000,00

Tabela 2.1  – 

•  Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração.


•  Não há estoques iniciais de produtos acabados.
•  Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma.

A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte,


adotando-se o método de custeio por absorção:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PELO CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Vendas líquidas = 48.000,00
(-) CPV
Custos Fixos 9.600,00
Custos Variáveis 16.000,00 = 25.600,00
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas
Despesas Fixas 6.000,00
Despesas Variáveis 4.000,00 = 10.000,00
(=) Lucro Líquido = 12.400,00

Tabela 2.2  – 

2.2  Custeio variável

Para Alves (2013) no método do Custeio Variável somente os custos variáveis de


produção são apropriados aos produtos fabricados. E, são eles que serão atri-
buídos aos produtos e considerados como gastos efetivos contidos na produ-
ção terminada.

capítulo 2 • 37
O método do Custeio Variável também é conhecido como Custeio Direto
que é um tipo de custeamento que se fundamenta no pressuposto de que os
custos fixos são considerados como custos do período necessários para manter
a estrutura da empresa, sejam os produtos fabricados ou não. Assim, pelo mé-
todo do Custeio Variável, os custos fixos adquirem a mesma classificação dada
às despesas.
Portanto, no Custeio Variável somente os custos variáveis de produção são
alocados aos bens e serviços produzidos.
De acordo com Crepaldi (2014) o custeio variável (também conhecido como
custeio direto) é um tipo de custeamento que consiste em considerar como cus-
to de produção do período apenas os custos varáveis incorridos. Os custos fixos,
pelo fato de existirem mesmo que não te há produção estes não são considera-
dos como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados direta-
mente contra o resultado do período.
Vale ressaltar, que no Brasil, o uso do custeio variável se restringe a fins ge-
renciais, uma vez que oficialmente, tanto por determinação do Fisco quanto
pela observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, para custea-
mento dos produtos fabricados deve-se adotar o sistema de custeio por absor-
ção, que contempla como custo de produção tanto os custos diretos (variáveis)
quanto os custos indiretos (fixos).
Segundo Megliorini (2012) pelo método de custeio variável obtém-se a mar-
gem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes etc., o que
possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisó-
rio, que inclui ações como:
•  Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade
da empresa;
•  Determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou redu-
zidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção;
•  Identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando
existem fatores que limitam a produção (gargalos), permitindo o uso mais ra-
cional desses fatores;
•  Definir o preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para
ocupar eventual capacidade ociosa;
•  Decidir entre comprar e fabricar;

38 • capítulo 2
•  Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio passe a
ser rentável;
•  Definir, em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido.
A gestão de custos oferece uma alternativa diferente de como demonstrar o
resultado, apoiando a tomada de decisão:

Receitas de vendas
(-) Custos e despesas variáveis
(=) Margem de contribuição
(-) Custos e despesas fixos
(=) Resultado

MC = PV – (CV – DV)

Onde:
MC = margem de contribuição;
PV = preço de venda;
CV – soma dos custos variáveis;
DV = soma das despesas variáveis.

CONCEITO
Margem de Contribuição: É a quantia gerada pelas vendas que é capaz de cobrir os custos
fixos da empresa e ainda gerar como resultado um lucro

2.2.1  Conceito e tratamento dos custos

Para Bruni e Famá (2009) os principais elementos que influenciam no resul-


tado de qualquer entidade são representados por meio das receitas auferidas,
dos custos, diretos ou indiretos, e despesas incorridas.

capítulo 2 • 39
CUSTOS

Estoque
DIRETOS
(+) Receitas

(–) CPV
INDIRETOS
Produto A
(–) Despesas
Produto B
(=) Resultado
Rateio Produto C

Figura 2.8  –  Bruni e Famá (2009, 34).

A figura demostra que os custos diretos são facilmente associados aos pro-
dutos fabricados, os custos indiretos precisar passar pelo rateio e, após são in-
corporados aos produtos. As receitas e despesas são confrontadas diretamente
no momento de apuração do resultado.
Os autores colocam que em relação ao custo da produção este poderia ser
expresso por meio de três elementos básicos, conforme a seguir:
- material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma
unidade do produto (a. Que está sendo fabricado; e b. que sai da fábrica incor-
porado ao produto ou utilizado como embalagem;
- mão de obra direta (MOD): todo salário devido ao operário que trabalha
diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que
está sendo produzida;
- custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados com a
fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades
que estão sendo produzidas. Exemplos: aluguel da fábrica, materiais indiretos,
mão de obra indireta, seguro, impostos, depreciação etc.
E, os outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são
agrupados como:
- despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Exemplos: des-
pesas com vendas, salário do pessoal administrativo, água e luz do escritório.

40 • capítulo 2
CONEXÃO
Assista ao trecho do filme Tempos Modernos (Modern Times) de Charles Chaplin, e relacione aos
tópicos explorados neste capítulo, tais como, paradigmas de custos, gastos com mão de obra,
rateio de custos indiretos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KPgxcat-zYo>.

2.2.2  A demonstração de resultado

Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de cus-


teio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes
dados contábeis para determinado exercício social:

PRODUÇÃO 1.000 UNIDADES ACABADAS


Custos Fixos R$ 12.000,00
Custos Variáveis R$ 20.000,00
Despesas fixas R$ 6.000,00
Despesas variáveis R$ 4.000,00

Tabela 2.3  – 

•  Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração.


•  Não há estoques iniciais de produtos acabados.
•  Vendas líquidas – 800 unidades a R$ 60,00 cada uma.

A apresentação da demonstração do resultado da empresa seria a seguinte,


adotando-se o método de custeio variável:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PELO CUSTEIO VARIÁVEL


Vendas liquidas = 48.000,00
(-) CPV
Custos Variáveis 16.000,00 = 16.000,00
(=) Lucro Bruto 32.000,00
(-) Despesas
Despesas Fixas 6.000,00
Despesas Variáveis 4.000,00 = 10.000,00
(-) Custos Fixos 12.000,00
(=) Lucro Líquido = 10.000,00

Figura 2.9  – 

capítulo 2 • 41
É possível notar que o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) é maior no
Custeio por Absorção. Isso, se deve ao fato de que os valores dos custos fixos
são também apropriados a cada unidade produzida e posteriormente vendida.
Os gastos (custos) para se produzir cada unidade foram de R$ 32,00, correspon-
dentes a R$ 12,00 de custos fixos mais R$ 20,00 de custos variáveis.

2.2.3  Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo
custeio variável

Segundo Alves (2013) os dois métodos são clássicos e amplamente praticados


no meio empresarial, com restrição de que, para efeitos de tributação pelo fisco
brasileiro, somente o Custeio por Absorção é aceito.
De acordo com Megliorini (2012) tanto o método do custeio por absorção
como o método do custeio variável utilizam os mesmos dados referentes à produ-
ção e aos custos. Eles se diferenciam apenas no tratamento dados aos custos fixos.
Segundo Alves (2013) pode-se dizer que tanto um método quanto o outro
apresentam suas vantagens e desvantagens, sendo difícil definir qual o melhor
método entre eles.
VANTAGENS DESVANTAGENS
A permissão legal do Custeio por Ab- A crítica que se faz ao Custeio por Absorção
sorção pela legislação comercial e pela é que os custos fixos, independentemente
legislação fiscal, inclusive para apre- de produção e venda, existem e terão de ser
sentação de demonstrações contábeis suportados pela empresa, razão pela qual
CUSTEIO para o pagamento do imposto de renda, os custos fixos devem ser encarados como
POR representa por si só uma vantagem. gastos necessários para que a empresa te-
ABSORÇÃO No Custeio por Absorção todos os nha condições de produzir, e não como gas-
custos são apropriados aos produtos e tos de um produto específico. A adoção do
serviços; os custos variáveis de forma Custeio por Absorção também não permite
direta, e os fixos são absorvidos por cada
uma comparação em bases unitárias quando
produto por meio de rateios. há alteração no volume de produção.
Contrariam a utilização do Custeio Variável
Pode-se citar como vantagem no Custeio
as argumentações de que, na prática, a
Variável que os custos dos produtos po-
separação de custos fixos e variáveis não é
dem ser comparados em bases unitárias,
tão clara como parece.
independentemente do volume de produ-
Há também críticas em relação ao fato de
ção. Também por este método os custos
CUSTEIO fixos, por se apresentarem separados
que no Custeio Variável os custos fixos não
VARIÁVEL nos relatórios e demonstrações, podem
são apropriados aos produtos, o que é total-
mente contestável da nossa parte, os custos
ser mais bem controlados, facilitando o
fixos não são provocados pela produção em
tempo e o trabalho com a apresentação
si e não estão associados diretamente aos
de informações e fornecimento de instru-
produtos e serviços, mas apenas necessários
mentos de decisão dentro da empresa.
para dar a empresa condições de produzir.
Tabela 2.4  – 

42 • capítulo 2
ATIVIDADES
01. (ENADE 2012 - QUESTÃO 18)
A Cia das Camisas pretende elaborar a Demonstração de Resultado do Exercício pelo Mé-
todo do Custeamento por Absorção e pelo Custeamento Variável. Para isso, irá utilizar as
informações a seguir.
•  Preço de venda: R$ 20,00
•  Custos variáveis de produção: R$ 6,00
•  Custos variáveis comerciais (variam conforme unidades vendidas): R$ 2,00
•  Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês
•  Volume mensal de produção: 30.000
•  Volume mensal de vendas: 20.000

Diante do exposto, o lucro mensal da Cia das Camisas pelo Custeamento por Absorção
e pelo Custeamento Variável é igual a, respectivamente:
a) R$ 200 000,00 e R$ 180 000,00.
b) R$ 216 000,00 e R$ 236 000,00.
c) R$ 240 000,00 e R$ 180 000,00.
d) R$ 240 000,00 e R$ 220 000,00.
e) R$ 344 000,00 e R$ 234 000,00.
1. Preço de venda: R$ 20,00
2. Custos variáveis de produção: R$ 6,00
3. Custos variáveis comerciais: R$ 2,00
4. Custos fixos: R$ 60.000,00 por mês
5. Volume mensal de produção: 30.000
6. Volume mensal de vendas: 20.000

02. Assinale a classificação mais adequada (custos):

CUSTOS INCORRIDOS FIXO VARIÁVEL


Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo.
Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria
petroquímica.
Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas.
Depreciação do prédio de uma fábrica de armas.
Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios.

capítulo 2 • 43
03. No Custeio por Absorção, apropriam-se aos produtos apenas os custos:
a) Indiretos. d) De produção.
b) Fixos. e) Variáveis.
c) Diretos.

REFLEXÃO
Neste capítulo foi possível conhecer a classificação dos custos: fixos, variáveis, diretos e indi-
retos. Vimos que os custos fixos e os custos variáveis diferem entre si em relação ao volume
produzido – aquele que não variam com a produção, e os que variam. Já os custos diretos e
indiretos diferem em relação a medidas locativas, ou seja, os custos diretos possuem medida
clara, direta e objetiva de alocação, mas os custos indiretos não, sendo necessária sua aloca-
ção com base em sistemas subjetivos de rateio.
Em relação ao rateio, foi visto como calcular e o impacto da arbitrariedade no custo dos
produtos e consequentemente na informação gerada para tomada de decisão.
Conhecemos, ainda, os principais aspectos da forma de apuração de custos, entre elas
o primeiro sistema de apuração dos custos aos produtos, que é o sistema de custeio por
absorção e, também o método de custeio variável.

LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo citado a seguir que mostra na prática as diferenças entre as
duas contabilidades bem como os elementos que as distanciam:
Verificação do papel dos custos como sistema gerencial em uma empresa do se-
tor sucroalcooleiro

RESUMO
As organizações do setor sucroalcooleiro possuem um grande desafio: se manterem compe-
titivas em um mercado com demanda crescente e em constante evolução. Nesse contexto,
a gestão de custos se consagra como fundamental para sustentar essa posição competitiva,
administrando seus custos e fazendo deles seu grande diferencial competitivo. O presente
artigo tem por objetivo realizar uma análise sobre os métodos de custeio utilizados em uma

44 • capítulo 2
usina do município de Campos dos Goytacazes. Para a pesquisa foi utilizado um questionário
com o intuito de verificar se a empresa utilizava informações sobre custos para tomada de
decisões e, também identificar os métodos de custeio adotados por parte dos gestores. O
presente estudo identificou o uso de métodos de custeio na empresa, no entanto, o método
adotado pela empresa em questão pode não contribuir adequadamente para a sua perma-
nência no mercado.
Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_115_753_14831.pdf

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013.
BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São
Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2009.
CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Demonstrações Contábeis. Disponível em:< https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn:ANd9GcQYHsPHATPNQbBrK1KuvF59-Z_e5V0jK-W7V0P-jCkBE1gPDyK0lA>.
Acesso em março de 2016.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo Eduardo. Contabilidade de custos: um enfoque direto e
objetivo. 10.ª ed. rev. e ampl., São Paulo: Saraiva, 2010.

capítulo 2 • 45
46 • capítulo 2
3
Relação custo x
volume x lucro
3.  Relação custo x volume x lucro
Observamos muitas empresas “quebrarem” por falta de obter lucro ou mesmo
por causa de lucro insuficiente para recuperar os investimentos realizados o
que se deve por volume insuficiente de vendas. Ao descobrir que necessita de
um volume maior de vendas, o empreendedor em geral declara algo: “Se eu sou-
besse, não teria iniciado o negócio”.
A determinação do volume a ser fabricado e vendido teria auxiliado esse em-
preendedor a tomar uma decisão acertada sobre a implantação da empresa ou
a buscar alternativas. Essa informação seria o ponto de equilíbrio. Que nada
mais é do que uma situação em que a empresa não apresenta lucro nem prejuí-
zo. Essa situação é obtida quando se atinge um nível de vendas no qual as recei-
tas geradas são suficientes para cobrir os custos e as despesas. O lucro começa
a ocorrer com as vendas adicionais, após ter sido atingido o ponto de equilíbrio.
Dessa forma vamos aprender como isso pode ser feito e, ainda, outras ferra-
mentas gerenciais necessárias para o auxílio na tomada de decisão.

OBJETIVOS
Ao término do capitulo você será capaz de:
•  Compreender o ponto de equilíbrio contábil;
•  Aprender os Métodos de apuração do ponto de equilíbrio;
•  Aplicar o Ponto de equilibro contábil em unidade e em receita;
•  Aplicar o Ponto de equilíbrio econômico em unidades e em receita;
•  Aplicar o Ponto de equilíbrio econômico em unidades e em receita;
•  Aplicar o Ponto de equilíbrio financeiro em unidades e em receita;
•  Compreender o conceito de custo de oportunidade;
•  Compreender os Gastos não-desembolsáveis;
•  Aplicar o Ponto de equilíbrio para vários produtos;
•  Entender o composto de vendas;
•  Compreender a Margem de contribuição ponderada;
•  Aprender sobre o efeito do imposto de renda no ponto de equilíbrio;
•  Entender a Análise de sensibilidade e incerteza;
•  Compreender a Margem de segurança (em unidade, valor e percentual);
•  Aprender a Alavancagem operacional;
•  Entender o Grau de alavancagem operacional.

48 • capítulo 3
3.1  Ponto de equilíbrio definição

Segundo Crepaldi (2014) a expressão ponto de equilíbrio, tradução de


break-even-point, refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuí-
zo, ou seja, onde os custos totais são iguais às receitas totais.

RT
CT ($) RT
300.000,00
CT
250.000,00 Lucro

200.000,00 Break-even-point

150.000,00

100.000,00
Prejuízo
50.000,00

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 Q

Figura 3.1  –  Ponto de Equilíbrio. Fonte: https://www.google.com.br/search?q=receita+-


total&biw=1366&bih=651&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiq_
cjY0tzLAhXEhJAKHWOWB4AQ_AUICCgD#imgrc=wcYYpeGH6R7Q-M%3A

Segundo Alves (2013) o ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a


empresa precisa vender para cobrir os gastos da empresa, de maneira geral. Isto
é, significa a receita bruta com vendas necessárias para que a empresa consiga
suprir, ao menos, os seus custos e despesas variáveis, bem como os seus custos
e despesas fixas, que podem ser calculados em moeda ou em quantidades.
No Ponto de Equilíbrio Contábil ou Operacional (PEC), a empresa não terá
lucro nem prejuízo.
De acordo com Cardoso; Mário e Aquino (2007) “o ponto de equilíbrio é o
nível de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja,
é o nível de atividade no qual o lucro é igual a zero”.
Dessa forma, no próximo tópico vamos aprender os métodos de apuração
para cada um dos aspectos que pode ser analisado.

capítulo 3 • 49
3.1.1  Métodos de apuração do ponto de equilíbrio

De acordo com Megliorini (2013) dependendo da análise a ser realizada e das


decisões a serem tomadas, podemos determinar pelo menos três situações de
equilíbrio, como veremos a seguir:
O ponto de equilíbrio pode ser analisado sob três aspectos: contábil, econô-
mico e financeiro.
Assim, os métodos de apuração do ponto de equilíbrio são os seguintes:
1. Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC
2. Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE
3. Ponto de Equilíbrio Financeiro – PEF

CONCEITO
Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC:
Ponto que, contabilmente, a empresa não apresenta lucro ou prejuízo
Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE:
Ponto que, a empresa é capaz de cobrir seus custos e despesas e ainda gerar resultado
mínimo desejado.
Ponto de Equilíbrio Financeiro – PEF:
Ponto em que itens que não apresentam desembolso de caixa são desconsiderados.

3.1.2  Ponto de equiíibro em unidades e em receita

Para Cardoso; Mário e Aquino (2007) no Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), o


lucro é igual a zero.
O cálculo das quantidades que precisam ser vendidas para que se atinja o
Ponto de Equilíbrio é feito através da divisão dos custos e despesas fixas pela da
margem de contribuição unitária.

PEC (Q) = Custos fixos + despesas fixas


Margem de contribuição unitária

Ou

PEC ($) = PEC (Q) X preço

50 • capítulo 3
EXEMPLO
Para melhor compreensão do cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil, faremos uso do exem-
plo da Indústria Free Ltda. que vende cada unidade do produto “A” por R$ 1.800,00.
Sua estrutura de despesas e custos é a seguinte:
- Custos fixos: R$ 14.000,00 (por mês)
- Custos variáveis: R$ 564,00 (por unidade)
- Despesas fixas: R$ 8.680,00 (por mês)
- Despesas variáveis: R$ 480,00 (por unidade)
O cálculo do volume de unidades a serem vendidas que represente o Ponto de Equilíbrio
Contábil, segue:

PEC (Q) = R$ 14.000,00 + R$ 8.680,00 = 30 unidades


R$ 756,00

Com base nesses números, o Ponto de Equilíbrio Contabil desse produto expresso em
moeda corrente, será:

PEC (R$) = 30 x 1.800 = R$ 54.000,00

3.1.3  Ponto de equilíbrio e o índice da margem de contribuição

De acordo com Bornia (2009) uma outra forma de apresentar a margem de con-
tribuição é pela razão de contribuição.
Para o autor a razão de contribuição é a margem de contribuição dividida
pela receita, ou a margem de contribuição unitária dividida pelo preço de venda.
Para tanto a razão de contribuição representa igualmente a parte das vendas
que cobrirá os custos fixos e originará o lucro, porém em termos percentuais.

Razão de contribuição = margem de contribuição unitária /Preço


Vale ressaltar que a margem de contribuição unitária está ligada ao lu-
cro do produto e a razão de contribuição relaciona-se com sua rentabilidade
(lucratividade/investimento).
Dessa forma, quanto maior for a margem de contribuição unitária do pro-
duto, melhor será sua produção para a empresa.

capítulo 3 • 51
EXEMPLO
PRODUTO X PRODUTO Y
P ($/UN) 10,00 20,00
CV ($) 6,00 10,00
MC ($/UN) 4,00 10,00
(%) 40% 50%

Nota-se em relação aos dois produtos que o produto Y seria preferível ao produto X, pois
sua margem de contribuição é maior do que a do produto X. Assim, pelo critério da rentabili-
dade, o produto Y também é maior.

3.2  Ponto de equilíbrio econômico em unidades e em receita

De acordo com Alves (2013) o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) define o


ponto onde a empresa atinge o lucro desejado, ou o retorno desejado sobre o
capital investido.

PEE (Q) = (Custos fixos + despesas fixas) + Lucro desejado


Margem de contribuição unitária

Ou

PEE ($) = PEE (Q) X preço

Segundo Cardoso; Mário e Aquino (2007) definem o Ponto de Equilíbrio


Econômico (PEE) o lucro econômico é igual a zero – sendo que o lucro econô-
mico considera a remuneração do capital próprio como uma despesa.
A análise do Ponto de Equilíbrio Econômico serve ainda para determi-
narmos a quantidade que uma empresa deve vender para apurar certo nível
de lucro.
Para Crepaldi (2014) o PEE representa a quantidade de vendas necessá-
rias para atingir determinado lucro. Geralmente, o lucro líquido predeter-
minado é o custo de oportunidade, ou seja, a lucratividade mínima esperada
pelo investidor.

52 • capítulo 3
EXEMPLO
Considerando uma empresa que produz um produto com preço de venda de $ 8 por unidade.
Os custos variáveis são $ 6 por unidade e os custos fixos totalizam $ 14.000 por ano, dos
quais $ 4.000 são relativos à depreciação. O patrimônio líquido da empresa é de $ 50.000
e sua taxa mínima de lucratividade é 10% ao ano. Calcule o ponto de equilíbrio econômico:

PEE (Q) = 14.000 + 5.000 = 9.500 unidades


8-6

Com base nesses números, o Ponto de Equilíbrio Econômico desse produto expresso em
moeda corrente, será:

PEE (R$) = 9.500 unidades x $ 8 = R$ 76.000,00

3.2.1  Conceito de custo de oportunidade

Segundo Bornia (2009) os custos de oportunidade são custos que não repre-
sentam o consumo dos insumos pela empresa, mas o quanto deixou de ganhar
pelo fato de ter optado por um investimento ao invés de outro.
Por exemplo:
Se uma pessoa que ganha um salário de R$ 1.000/mês largar o emprego para
montar um novo negócio, estes R$ 1.000/mês representam um custo de opor-
tunidade. Se, em determinado mês, o negócio apresentar um lucro de R$ 800,
contabilmente o resultado foi positivo. Porém, caso seja considerado o custo de
oportunidade, há um prejuízo de R$ 200, o que indica que, embora haja lucro,
esse lucro é R$ 200 a menos do que ganharia se tivesse permanecido no anti-
go emprego.
Além disso, se, para iniciar o negócio, essa pessoa investiu R$ 10.000 de seus
próprios recursos, os quais estavam aplicados a 1% ao mês, os juros que ele re-
ceberia caso o dinheiro continuasse aplicado (R$ 100/mês) também podem ser
considerados custos de oportunidade.

capítulo 3 • 53
CONEXÃO
Para saber mais sobre o Ponto de Equilíbrio e Margem de Contribuição assista ao vídeo: <
https://youtu.be/q-JRlgrAiEA>.

3.3  Ponto de equilíbrio financeiro em unidades e em receita

Para Ribeiro (2009) o Ponto de Equilíbrio Financeiro é o estágio alcançado pela


empresa no momento em que a receita total auferida com a venda dos produtos
é suficiente para cobrir o total dos custos e das despesas totais diminuindo do
total dos custos e despesas não-financeiros.

PEF (Q) = (Custos fixos + despesas fixas) - custos e despesas não-financeiros


Margem de contribuição unitária

Ou

PEF ($) = PEF(Q) X preço

O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) leva em conta o fato de que muitos


gastos da empresa (custos e despesas) não são desembolsáveis. No PEF, será
feito o cálculo para determinar as vendas necessárias para cobrir os custos e
despesas variáveis, bem como os custos e despesas fixas que realmente repre-
sentem desembolso para a empresa.

EXEMPLO
Considerando uma empresa que produz um produto com preço de venda de $ 80 por unida-
de. Os custos e despesas variáveis são $ 50 por unidade e os custos e despesas fixos tota-
lizam $ 900.000 por ano, dos quais $ 60.000 correspondam a despesas com depreciação e
amortização, teremos:

PEF (Q) = 900.000 – 60.000 = 28.000 unidades


30

54 • capítulo 3
Ou
Com base nesses números, o Ponto de Equilíbrio Financeiro desse produto
expresso em moeda corrente, será:

PEF (R$) = 28.000 unidades x $ 80 = R$ 2.240.000

3.3.1  Gastos não-desembolsáveis

Segundo Ribeiro (2009) os gastos não-desembolsáveis referem-se aos custos e


as despesas não-financeiras que são aquelas que, embora tenham sido consi-
deradas na apuração do resultado, integrando o total dos custos e despesas fi-
xos, não correspondem a saídas de dinheiro na empresa.
O autor cita com os mais comuns: depreciação, amortização, exaustão,
provisão para créditos de liquidação duvidosa, provisão para ajuste ao valor de
mercado etc.

3.4  Ponto de equilíbrio para vários produtos

O ponto de equilíbrio pode ser calculado de forma exata e até simplista quan-
do se trabalha com apenas um produto, isto em suas três maneiras – contábil,
financeira e econômica. Entretanto, o mais comum é que as empresas tenham
em seu portfólio uma gama de produtos variados, impedindo o Controller ao
cálculo do ponto de equilíbrio de forma mais complexa.
De acordo com Ribeiro (2009) o comum, então, é que as empresas fabri-
quem vários tipos, com custo variável, preço de venda e margem de contribui-
ção diferentes.
O autor coloca que nesse caso, o ideal seria calcular um ponto de equilíbrio
para cada produto. Mas, quando a variedade de produtos for grande, muitos
problemas surgirão, principalmente, em virtude do rateio dos custos indiretos
em decorrência do subjetivismo e, assim a variação no volume de produção
poderá reduzir ou aumentar a carga dos próprios CIFs por unidade de produ-
to fabricada.
Assim, corroborando com Ribeiro (2009) a solução será então calcular ini-
cialmente um ponto de equilíbrio global em quantidades utilizando para o cál-
culo a margem de contribuição ponderada e, em seguida, com base na mesma

capítulo 3 • 55
proporção de participação de cada margem de contribuição em relação ao seu
total, calcular as quantidades a serem produzidas por produto.
No entanto, uma vez conhecido o ponto de equilíbrio por produto em uni-
dades, bastará multiplicar pelo preço de venda para se conhecer o ponto de
equilíbrio por produto em valor.

EXEMPLO
Considere as seguintes informações extraídas do controle interno e dos registros contábeis
de uma empresa industrial, referentes ao mês de junho:
a) A empresa fabricou e vendeu 4 produtos, A, B, C e D;
b) Custos e despesas variáveis médias por unidade: produto A, 10; produto B, 3; produto
C, 2; produto D, 10;
c) Preço de venda médio por unidade: produto A, 25; produto B, 8; produto C, 50; produto
D, 30;
d) Custos fixos + despesas fixas totais: 210.000.

Pede-se: com base nos dados apresentados, calcular o ponto de equilíbrio contábil global
e por produto, em valor e em quantidade.
Solução:
Nesse caso como a empresa trabalha com vários produtos, para encontrar o PEC, deve-
se dividir os custos fixos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária ponderada.
Inicialmente, calcula-se a margem de contribuição unitária de cada produto:

MCU produto A: 25-10 = 15


MCU produto B: 8-3 = 5
MCU produto C: 50-20 = 30
MCU produto D: 30-10 = 20
MCU total = 70

Após, calcular a margem de contribuição ponderada por meio do cálculo do percentual


de participação da MCU de cada produto em relação à MC total:

Produto A: 15 x 100/70 = 21,42857%


Produto B: 5 x 100/ 70 = 7,14286%
Produto C: 30 x 100/70 = 42,85714%
Produto D: 20 x 100/ 70 = 28,57143%
Total = 100%

56 • capítulo 3
Agora vamos simulando uma produção de 100 unidades:

Produto A: 21,42857 unidades x $ 15= $ 321,42855


Produto B: 7,14286 unidades x $ 5= $35,71430
Produto C: 42,85714 unidades x $ 30 = $1.285,71420
Produto D: 28,57143 unidades x $ 20= $571,42860
Total 100 unidades = $2.214,28565

Portanto, a margem de contribuição ponderada para a fabricação de 100 um unidades


corresponderá a $2.214,28565.
Assim, a margem de contribuição unitária será:
$2.214,28565/100 unidades = $22,14286 MCUP

Agora, podemos calcular o PEC:


$210.000/22,14286 = 9.484 UNIDADES
Para encontrar as quantidades de cada produto no PEC, aplica-se o mesmo percentual
de participação da MCU em relação à MCT:

Produto A: 21,42857% de 9.484= 2.032 unidades


Produto B: 7,14286 % de 9.484 = 677 unidades
Produto C: 42,85714 % de 9.484 = 4.065 unidades
Produto D: 28,57143 % de 9.484 = 2.710 unidades
Total 100 unidades = 9.484 unidades

Agora, vamos calcular o PEC em valores:

Produto A: 2.032 unidades x $ 25= $ 50.800


Produto B: 677 unidades x $ 8= $ 5.416
Produto C: 4.065 unidades x $ 50= $ 203.250
Produto D: 2.710 unidades x $ 30= $ 81.300
Total = $ 340.766

3.4.1  O composto de vendas

De acordo com Bruni e Famá (2009, p. 202) “nas situações em que se elaboram
mais de um produto ou serviço, a expressão do ponto de equilíbrio em quanti-
dades diferentes de produtos diferentes perde em boa parte, seu sentido” con-
tinuando nesse mesmo raciocínio concluem:

capítulo 3 • 57
Se uma empresa opera com diferentes produtos, a melhor forma de expressar o
ponto de equilíbrio seria pela divisão dos gastos fixos por uma margem de contribui-
ção média. Para obter a margem de contribuição média, basta multiplicar as margens
individuais pela participação percentual nas vendas e depois somar os resultados.

3.4.2  Margem de contribuição ponderada

De acordo com Crepaldi (2014): a análise da margem de contribuição é outro


instrumento que os gerentes usam para tomar decisões. Do ponto de vista da
análise da margem de contribuição, as despesas são classificadas como fixas e
variáveis. Os custos variáveis são deduzidos das vendas para obter a margem de
contribuição. Os custos fixos são então subtraídos da margem de contribuição
para obter a renda líquida.
Essa informação ajuda o gerente a:
1. Decidir se deve diminuir ou expandir uma linha de produção,
2. Avaliar alternativas provenientes de produção, de propagandas espe-
ciais etc.,
3. Decidir sobre estratégias de preço, serviços ou produtos e
4. Avaliar o desempenho.

O autor, ainda, coloca que a análise da margem de contribuição indica como


melhorar a utilização da capacidade da empresa, como formular o preço para
uma concorrência e se deve aceitar um pedido o mesmo que o preço de venda
seja menor do que o preço normal.

EXEMPLO
Suponhamos um produto X cujo preço de venda unitário seja R$ 15,00 e cujos custos variá-
veis sejam R$ 3,00 de matéria-prima e R$ 4,00 de mão de obra direta. Além desses custos
variáveis, a empresa, por ocasião da venda, incorre no pagamento de comissões aos vende-
dores, à base de 5% do preço de venda, e de impostos à base de 15% do mesmo.
A margem de contribuição unitária é dada pela fórmula:
MC = PV – CV – DV

58 • capítulo 3
MC = margem de contribuição;
PV = preço de venda;
CV = soma dos custos variáveis; e
DV = soma das despesas variáveis.

Aplicando-se a fórmula temos que:


MC = 15,00 – (3,00 + 4,00) – (2,25 + 0,75)
MC = 5,00

Assim, pode-se entender a margem de contribuição como a parcela do preço de venda


que ultrapassa os custos e despesas varáveis e que contribuirá para a absorção dos custos
fixos e, ainda, para formar o lucro.
Dessa forma, pode-se dizer que a margem de contribuição é um conceito de extrema
importância para o custeio variável e para a tomada de decisões gerenciais.

3.5  O efeito do imposto de renda no ponto de equilíbrio

De acordo com o site Mundo Trade:

Em geral, o imposto de renda não é incluído no cálculo do ponto de equilíbrio. O mo-


tivo é que o imposto de renda é cobrado sobre o ganho da operação (se houver), não
tratando-se, portanto, de custo.
Mais ainda: os custos de operação (corretagem, emolumentos etc.) devem ser dedu-
zidos do seu ganho antes do cálculo do imposto. Como no preço de equilíbrio você
estará deduzindo os custos e não auferindo ganho (nem perda), no ponto de equilíbrio
o imposto a pagar é zero, aplicando-se a alíquota, então, somente sobre o que a ação
valorizar a partir daí.
Em outras palavras, nem faz muito sentido incluir o imposto de renda no ponto de
equilíbrio porque ele será igual a zero no ponto de equilíbrio, e será proporcional ao
ganho na valorização extra da ação – que é o que você quer que aconteça.

capítulo 3 • 59
3.6  Análise de sensibilidade e incerteza

De acordo com Ching (2006) o processo de planejamento permite que a admi-


nistração considere estratégias alternativas. Diferentes modelos de planeja-
mento e resultados são testados, alterando variáveis-chaves.
O autor coloca que se o preço subir concomitantemente com uma redução
no volume (efeito elasticidade), que impacto trará nos resultados, no caixa e na
estrutura patrimonial?
Dessa forma o processo de controle é parte integrante do planejamento
empresarial, já que permite aprender, distinguir desempenhos, alterar as pre-
missas e implementar as providências de correção. Sem controle não se tem
clareza de onde se quer chegar.

3.6.1  Margem de segurança (em unidade, valor e percentual)

De acordo com Bruni e Famá (2009) denomina-se Margem de Segurança (MS)


a faixa de vendas que compreende a diferença entre o maior nível possível de
vendas e as vendas calculadas no ponto de equilíbrio operacional. Conhecen-
do esse dado, a empresa tem chances de saber até que nível a sua produção e/
ou vendas podem cair, tendo como objetivo evitar que o faturamento decaia
abaixo do ponto de equilíbrio operacional. Ou seja, a empresa saberá quais as
variações de atividade em que poderá operar sem correr o risco de entrar na
área de prejuízo, o que nos leva logo à conclusão de que este é um dado impor-
tante dentro de um mercado altamente competitivo, em que variações de preço
e demanda, por exemplo, são constantes.
Podemos calcular a Margem de Segurança em unidades, faturamento e por-
centagem, mas consideramos esta última a mais importante.

MS (Q)= Vendas atuais (unid.) – PEC (unid)

MS (R$) = MSq x Preço de venda

MS (%) = MSq/Vendas atuais

De acordo com os autores a MS (Q) representa o quanto de vendas podem


cair sem que a empresa incorra em prejuízo.

60 • capítulo 3
A MS ($) é igual a margem de segurança em quantidades, multiplicada pelo
preço de venda.
A MS (%) é igual a margem de segurança em quantidades, dividida pela
quantidade de vendas.

EXEMPLO
De acordo com os dados da Indústria Ideal Ltda. os quais apresentam seus principais gastos
fixos que somados alcançavam $ 54.000,00. Seu custo variável unitário era estimado em
$ 4,50, seu preço de venda era estimado em $ 7,50 e seu volume de vendas era igual a
25.000 unidades.
A partir dos dados apresentados para calcular a margem de segurança em quantidades,
unidades monetárias e percentual, é preciso calcular o ponto de equilíbrio.
PEC = $ 54.000/ ($7,50 - $ 4,50) = 18.000 unidades

MS (Q)= 25.000 – 18.000 = 7.000 unidades

MS (R$) = 7.000 x $ 7,50 = $ 52.500,00

MS (%) = 7.000/25.000 = 28%

Dessa forma, as margens obtidas indicam que para a empresa entrar na região de prejuí-
zo, precisaria perder vendas na quantidade de 7.000 unidades, que representam $ 52.500,00
ou aproximadamente 28% das vendas atuais.
Em outras palavras a margem de segurança indica, portanto, a distância física em que a
empresa está trabalhando em relação a seu ponto de equilíbrio contábil.

3.7  Alavancagem operacional

Segundo Bruni e Famá (2009) para a previsão de lucros necessita de compreen-


são das características dos gastos e de suas variações em diferentes níveis de
operação. E, essas características estão presentes nos conceitos de alavanca-
gem e ponto de equilíbrio.

capítulo 3 • 61
3.7.1  Grau de alavancagem operacional

De acordo com Perez Jr; Oliveira e Costa (2009) o Grau de Alavancagem Ope-
racional (GAO) representa o efeito que um aumento na quantidade de vendas
provocará no resultado operacional.
Segundo Bruni e Famá (2009) o cálculo ocorre através da divisão entre a va-
riação percentual no lucro e a variação percentual na quantidade vendida, con-
forme abaixo:

Δ % lucro
GAO =
Δ % vendas

Já para Ribeiro (2009) alavancagem operacional é um indicador que mostra


quantas vezes o percentual de aumento promovido no volume de gerou de per-
centual de aumento no resultado.
Para Ribeiro (2009) o GAO pode ser obtido de duas maneiras:
a)

Δ % lucro
GAO =
Δ % vendas

Ou
b) GAO = Margem de contribuição total /resultado

CONEXÃO
Para saber mais sobre o que é alavancagem operacional assista ao vídeo. <https://
youtu.be/-Bva7N_2fpI>.

Segundo Bruni e Famá (2009) a alavancagem operacional decorre da exis-


tência de gastos fixos relacionados a ativos (investimentos) e atividades opera-
cionais da empresa, como depreciação, folha de pessoal, alugueis etc.

62 • capítulo 3
EXEMPLO
Analisaremos os eventos ocorridos em uma empresa industrial, conforme abaixo:

Período 1
Foram produzidas e vendidas 30 unidades do produto X
Custo e despesa variável por unidade: $ 10;
Custos e despesas fixos totais por período: $ 110;
Preço de venda unitário: $ 15

Com base nessas informações, segue o resultado

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Receita bruta da venda de produtos: 30 unid. X $ 15 = $ 450
- Custo e despesa variável: 30 unid. X $ 10 = ($ 300)
= Margem de Contribuição $ 150
- Custos e despesas fixos totais do período ($ 110)
= Resultado (lucro líquido) $ 40

Margem de segurança = 450 – 330 = $ 120


Assim, pode-se calcular o ponto de equilíbrio e a margem de segurança:
MCU = $ 15 - $ 10 = $ 5
PE = $ 110/$ 5 = 22 unidades
Margem de segurança: 450 – 330 = $ 120

Nota-se que nesse período a empresa alcançou o seu ponto de equilíbrio com a produ-
ção e venda de 22 unidades ($ 330) e apresentou uma margem de segurança de 8 unidades
($120) ou 26,67%.
O grau de alavancagem operacional, neste caso, será 150/40 = $ 3,75.

ATIVIDADES
01. No ano de 2009, a Cia Estrela produziu 248 unidades do produto C a um custo total de
$ 124.000. O custo unitário variável é de $ 420 e o preço de venda unitário de $ 580. Qual é
a quantidade do produto C que a empresa deve produzir e vender por ano, antes do Imposto
de Renda e Contribuição Social, para que seja alcançado seu Ponto de Equilíbrio Contábil?
Elabore a DRE.

capítulo 3 • 63
02. Uma empresa apresentou os seguintes dados no orçamento do 2º semestre de 20X2:
Preço de venda unitário: $ 33,40
Custo Variável unitário: $ 28,80
Custos Fixos: $ 384.000,00
Para gerar o lucro operacional de $ 30.000,00 quantas unidades ela deve produzir?
Elabore a DRE.

03. A Perfeita Ltda, está realizando um estudo de viabilidade econômica para Aloha Surf
Ltda, uma pequena fábrica de pranchas de surf. Para tal, determinou o custo fixo anual de
operação da fábrica em $ 1.500.000,00 e um custo unitário variável de $ 100,00. A Aloha
pretende vender suas pranchas a um preço unitário de $ 200. De quantas unidades deve ser
o ponto de equilíbrio anual da fábrica? Elabore a DRE.

04. (CRC 1.2012) Uma sociedade empresária produz um produto com preço de venda de
R$ 10,00 por unidade. Os custos variáveis são de R$ 8,00 por unidade e os custos fixos
totalizam R$ 18.000,00 por ano, dos quais R$ 4.000,00 são relativos á depreciação. O Pa-
trimônio Líquido da empresa é de R$ 50.000,00 e a sua taxa mínima de atratividade é de
10% ao ano.
O ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro são, respectivamente:
a) 9.000 unidades ano, 11.500 unidades ano e 7.000 unidades ano.
b) 9.000 unidades ano, 11.500 unidades ano e 9.500 unidades ano.
c) 9.000 unidades ano, 7.000 unidades ano e 9.500 unidades ano.
d) 9.000 unidades ano, 9.500 unidades ano e 7.000 unidades ano.

05. (CRC 1.2011) Uma empresa de treinamento está planejando um curso de especializa-
ção, Os custos previstos são: Custos Variáveis de R$ 1.200,00 por aluno e Custos Fixos de
R$ 72.000,00, dos quais R$ 4.800,00 referem-se a depreciação de equipamentos utilizados.
O curso será vendido a R$ 6.000,00 por aluno. O Ponto de Equilíbrio Contábil se dá com:
a) 10 alunos. c) 14 alunos.
b) 12 alunos. d) 15 alunos.

06. A empresa Compensada possui uma estrutura de Custos e Despesas Fixas no valor
total de $ 30.000,00, nos quais $ 1.000,00, correspondem à depreciação de equipamentos
no período. Os custos e despesas variáveis líquidos são de $ 8,00 por unidade. O preço de
venda do produto é de $ 14,00. A empresa deseja ter um Lucro operacional de $ 10.000,00.

64 • capítulo 3
Calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em unidades e valor e elabore
a DRE nos três casos.

REFLEXÃO
O sistema de custeio variável é útil para a tomada de decisões administrativas ligadas a fixa-
ção de preços, decisão de compra ou fabricação, determinação do mix de produtos e, ainda,
possibilita a determinação imediata do comportamento dos lucros em face das oscilações
de vendas.
A grande vantagem do uso dos conceitos da Contabilidade Gerencial decorre de fatores
como simplicidade, facilidade e agilidade que se tem na manipulação dos dados financeiros e
não financeiros, tornando possível a sua aplicação em vários segmentos da organização bus-
cando informações para auxiliar a sua gestão, como é o caso do uso do ponto de equilíbrio,
quando utilizado no processo de decisões de curto prazo.

LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo citado a seguir que revela como a utilização de informações de
custos no processo gerencial pode auxiliar uma organização:
Utilização de informações de custos no processo gerencial: estudo comparativo entre
a hotelaria do Estado do Rio Grande do Norte e a região nordeste, sob a ótica da gestão
econômico-financeira.

RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa realizada nos
hotéis de médio e grande porte do Rio Grande do Norte, sobre a utilização de informações
de custos no processo gerencial. Para isso, comenta a importância das informações sobre
custos, demonstra os resultados obtidos em relação à utilização de métodos de custeios,
centro de custos e conhecimento da margem de contribuição, comparando-os ao resultado
de uma pesquisa realizada no Nordeste. Após analisar o resultado da pesquisa, percebe-se
que os hotéis existentes no Rio Grande do Norte, principalmente os independentes, assim
como os do Nordeste, embora reconheçam a importância das informações sobre os custos,

capítulo 3 • 65
precisam inserir no seu gerenciamento ferramentas capazes de fornecer essas informações,
o que pode tornar os hotéis mais competitivos.

Disponível em:
LIMA, Gerlando Augusto Sampaio Franco de; EGITO, Meline Oliveira Tabosa do  e  SIL-
VA, José Dionísio Gomes da. Utilização de informações de custos no processo ge-
rencial: estudo comparativo entre a hotelaria do Estado do Rio Grande do Norte e
a região nordeste, sob a ótica da gestão econômico-financeira. Rev. contab. finanç.
[online]. 2004, vol.15, n.spe, pp.106-116. ISSN 1808-057X.  http://dx.doi.org/10.1590/
S1519-70772004000400008. Acesso em: 04 mar. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.1590/
S1519-70772007000200002.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, R. V. Contabilidade Gerencial, São Paulo: Atlas, 2013.
BORNIA, A. C. Analise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas Modernas. 2. Edição. São
Paulo: Atlas, 2009.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2009.
CARDOSO, R. L., et al. Contabilidade Gerencial: Mensuração, Monitoramento e Incentivos. 1. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
MUNDO TRADE. Como calcular o preço de equilíbrio de operações com ações. Disponível em:
<http://www.mundotrade.com.br/preco-de-equilibrio-acoes>. Acesso em: 02 mar. 2016. doi:http://
dx.doi.org/10.1590/S1519-70772007000200002.
Ponto de Equilíbrio. Diponível em: < Fonte: https://www.google.com.br/
search?q=receita+total&biw=1366&bih=651&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=
0ahUKEwiq_cjY0tzLAhXEhJAKHWOWB4AQ_AUICCgD#imgrc=wcYYpeGH6R7Q-M%3A>.
Acessado em março de 2016.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.

66 • capítulo 3
4
Assuntos que
Auxiliam o Gestor à
Tomada de Decisões
4.  Assuntos que auxiliam o gestor à tomada
de decisões

O presente capítulo apresenta assuntos que auxiliam o gestor à tomada


de decisões.
Uma informação importante dos contadores gerenciais é proporcionar aos
gerentes informações de custo apropriadas as quais são analisadas de acordo
com o grau de importância dentro da empresa.
O modelo de decisão da margem de contribuição é o modelo decisório fun-
damental para gestão dos resultados da empresa. Seja em termos de rentabili-
dade dos produtos, atividades, áreas de responsabilidades, divisões, unidades
de negócios ou da empresa como um todo.

OBJETIVOS
Após esse capítulo você será capaz de:
•  Entender assuntos que auxiliam o gestor à tomada de decisões;
•  Compreender os fatores que influenciam em um pedido especial;
•  Entender a Capacidade instalada e capacidade ociosa;
•  Compreender o Relatório de análise diferencial;
•  Entender os fatores que intervêm em uma decisão de comprar ou fazer;
•  Compreender os Custos evitáveis e não-evitáveis;
•  Compreender o Custo de oportunidade;
•  Entender a Restrição de capacidade e mix de produção;
•  Entender a Rentabilidade do fator limitativo;
•  Entender a Maximização do resultado;
•  Entender a Manutenção ou eliminação de produtos deficitários;
•  Entender o Resultado por linha de produto;
•  Compreender os Custos identificáveis e não-identificáveis;
•  Entender a Substituição de equipamentos;
•  Entender a Projeção de fluxo de benefícios futuros;
•  Compreender o Desconto de fluxo de caixa;
•  Entender o Efeito da depreciação e do imposto de renda na decisão.

68 • capítulo 4
4.1  Pedido especial

Maher (2001) define pedido especial como: “Um pedido que não afetará outras
vendas, e que geralmente é uma ocorrência de curto prazo”.
De acordo com o autor a abordagem diferencial é particularmente útil na
tomada de decisão sobre pedidos especiais. Determinar quais custos são rele-
vantes depende da decisão em consideração.

EXEMPLO
A Ultra rápida-Print utiliza uma máquina copiadora moderna, para atender aos clientes que
chegam a sua loja. A máquina geralmente fica ociosa duas horas por dia. Em 15 de outubro,
B. Good, político local, candidato em uma eleição, encomenda à empresa 10.000 cópias de
cartas, discursos e outros materiais da campanha, que deverão estar prontos em 22 de ou-
tubro. A Ultra rápida-Print tem capacidade ociosa para esse trabalho, que não afetará outras
vendas. O político quer pagar 0,6 reais por cópia, em vez de 0,10 reais por cópia que a Ultra
rápida-Print regularmente compra.
Para decidir se aceita o pedido especial, o proprietário da Ultra rápida-Print estima os
seguintes dados sobre as operações da semana em questão:

Receitas de vendas (100.000 cópias a 0,10 reais): $ 10.000,00

Custos Variáveis, inclusive papel, manutenção e aluguel (baseado no


($ 6.000,00)
uso) da máquina (100.000 cópias a 0,6 reais)

Margem de contribuição $ 4.000,00

Custos fixos (operadores e custos gerais da loja) ($ 2.500,00)

= Lucro operacional $ 1.500,00

Tabela 4.1  –  Resultado Operacional da Ultra rápida-Print. Fonte: adaptado de Maher (2001).

Assim, para tomar a decisão, o proprietário identifica as alternativas, deter-


mina o valor de cada uma delas para a empresa e escolhe a de maior valor.

capítulo 4 • 69
Vejamos a seguir:

ALTERNATIVA:
ALTERNATIVA: REJEITAR O
ACEITAR O PEDIDO DIFERENÇA
PEDIDO ESPECIAL
ESPECIAL
Comparação dos totais
Receitas de vendas $ 10.00,00 $ 10.800,00 $ 800
Custos Variáveis ($ 6.000,00) ($ 6.600,00) ($ 600)
Margem de contribuição $ 4.000,00 $ 4.200,00 $ 200
Custos fixos ($ 2.500,00) ($ 2.500,00) -0-
Lucro operacional $ 1.500,00 $ 1.700,00 $ 200
Tabela 4.2  –  Comparação do Resultado Operacional da Ultra rápida-Print se aceitar ou re-
jeitar o pedido especial. Fonte: adaptado de Maher (2001).

Conclui-se, então, que a melhor decisão é aceitar o pedido, porque a empre-


sa ganhará $ 200 com ele, pois, os custos fixos não são afetados pela decisão.
Vale ressaltar, que essa abordagem diferencial ao estabelecimento de preço
funciona bem para pedidos especiais.

4.1.1  Capacidade instalada e capacidade ociosa

Nos dizeres de Guerreiro e Christians (1992, p. 299) no Brasil, a aplicação do


custo de ociosidade para fins de gerenciamento não é muito difundido. “O
custo de ociosidade é conhecido internacionalmente (...), o correto tratamento
contábil do custo correspondente à ociosidade tem sido pouco discutido e me-
nos ainda adotado no Brasil”.
Hansen e Mowen (2001, p. 94) salientam que:

...muitos recursos são adquiridos antes da demanda real pelo recurso ser realizada [...];
assim, essas despesas podem ser definidas como despesas fixas comprometidas.
Elas correspondem essencialmente a recursos comprometidos – custos incorridos
que fornecem uma capacidade de atividade a longo prazo.

Para o controle de gestão e para a avaliação das empresas competitivas a


adequação dos recursos tecnológicos, materiais e humanos, associada ao nível
de atividade ou produção, constitui-se numa das mais importantes atividades
para o equilíbrio com a capacidade prática ou nível eficiente de execução das
atividades.

70 • capítulo 4
4.1.2  Relatório de análise diferencial

Segundo Atickson et al (2008):

Uma função importante do contador gerencial, então, é prover a informação do custo


que ajuda a apoiar a decisão. Contadores gerenciais, em muitas organizações, emitem
relatórios periódicos sobre os custos dos produtos, para ajudar os departamentos de
marketing a tomar decisões sobre preços e mix de produtos. Além disso, os conta-
dores gerenciais preparam relatórios e análises especiais para facilitar a avaliação de
ofertas ou de pedidos específicos. Para projetar tais relatórios de custos e executar
essas análises corretamente, os contadores gerenciais têm de entender como usar a
informação de custo para tomar essas decisões.

4.2  Comprar ou fazer

Maher (2001) conceitua a decisão de fazer ou comprar como: “Decisão se


um produto deve ser fabricado internamente ou comprado de um fornece-
dor externo”.
Para o autor essa decisão muitas vezes é parte da estratégia de longo prazo
da empresa, pois algumas delas decidem integrar-se verticalmente, para con-
trolar as atividades que levam ao produto final; outras preferem adquirir alguns
insumos de fontes externas, e especializam-se em apenas algumas etapas do
processo de fabricação.
Segundo Atickson et al (2008) os contadores gerenciais fornecem, frequen-
temente, informações sobre custos e receitas relevantes, para ajudarem os ge-
rentes a tomar decisões especiais únicas.
Os autores citam como exemplo de tal decisão, que muitos gerentes tiveram
que tomar, em anos recentes, é a decisão de fazer ou comprar. Como os geren-
tes tentam reduzir custos e aumentar a competitividade de seus produtos, eles
decidem se suas empresas devem fabricar algumas peças e componentes de
seus produtos em casa, em sua própria fábrica, ou se devem subcontratar outra
empresa para fornecer essas peças e componentes. Tais decisões, entre fazer
ou comprar, ilustram como identificar custos e receitas relevantes.

capítulo 4 • 71
EXEMPLO
A empresa Guga-Up fabrica raquetes de tênis. Atualmente, a empresa fabrica as capas das
raquetes, com os seguintes custos:

Componente: Por unidades 10.000 unidades


Custos que podem ser atribuídos diretamente
às etapas:
Materiais diretos: $ 2,00 $ 20.000
Mão de obra direta $ 1,00 $ 10.000
Custos Indiretos de Produção variáveis $ 0,75 $ 7.500
Custos Indiretos de Produção fixos $ 2.500
Custos comuns rateados às capas $15.000
$ 55.000

Tabela 4.3  –  Estrutura de Custos da Guga-Up. Fonte: adaptado de Maher (2001).

A produção esperada para este ano é de 10.000 unidades, de modo que o custo pleno
de cada capa é de R$ 5,50 ($ 55.000/10.000 unidades).
Um fabricante externo propôs à empresa fornecer qualquer volume de capas que ele
deseje, a $ 4,10 por capa. Assim, vamos à analise diferencial:

ALTERNATIVA: FAZER ALTERNATIVA: COM-


DIFERENÇA
O PRODUTO PRAR O PRODUTO
10.000 unidades
Custos diretos
$ 21.000 mais
Materiais diretos: $ 20.000 $ 41.000
alto
$ 10.000 mais
Mão de obra direta $ 10.000 -0-
baixo
Custos Indiretos de Produção $ 7.500 mais
$ 7.500 -0-
variáveis baixo
Custos Indiretos de Produção $ 2.500 mais
$ 2.500 -0-
fixos baixo
Custos comuns rateados às
$15.000 $15.000
capas
Custo total $ 55.000 $ 56.000 $ 1.000 mais alto
Os custos diferenciais aumentam em $ 1.000; rejeite a alternativa comprar, portanto:

72 • capítulo 4
ALTERNATIVA: FAZER ALTERNATIVA: COM-
DIFERENÇA
O PRODUTO PRAR O PRODUTO
5.000 unidades
Custos diretos
$ 10.500 mais
Materiais diretos: $ 10.000 $ 20.500
alto
$ 5.000 mais
Mão de obra direta $ 5.000 -0-
baixo
Custos Indiretos de Produção $ 3.750 mais
$ 3.750 -0-
variáveis baixo
Custos Indiretos de Produção $ 2.500 mais
$ 2.500 -0-
fixos baixo
Custos comuns rateados às
$15.000 $15.000 -0-
capas
Custo total $ 36.250 $ 35.500 $ 750 mais baixo
Os custos diferenciais diminuem em $ 750; aceite a alternativa comprar, portanto:
Tabela 4.4  –  Comparação da estrutura de custos da Guga-Up se fazer ou comprar o produ-
to. Fonte: adaptado de Maher (2001).

Nota-se que a decisão da empresa é sensível ao volume de produção das capas.

4.2.1  Custos evitáveis e não-evitáveis

Segundo Atickson et al (2008) os custos evitáveis são os eliminados quando


uma peça, um produto, uma linha de produtos ou um segmento de negócio
são descontinuados.
Para os autores Horngren, Sunden e Stratton (2001) os custos evitáveis e cus-
tos inevitáveis se referem aos negócios existentes que, frequentemente, deseja-
rão expandir ou terceirizar suas operações, a fim de melhorar a lucratividade.
Os autores analisaram um varejista que decide se adiciona ou elimina de-
partamentos: examinando todas as informações de custos relevantes e receitas.
Para tanto, considere, uma loja de departamento de desconto em três de-
partamentos principais: mercearia, mercadorias em geral e drogarias.
Assim, a gestão está considerando eliminar o departamento de mercearia,
que tem apresentado, consistentemente, prejuízo operacional.

capítulo 4 • 73
Seguem dados abaixo:

DEPARTAMENTOS
MERCA-
TOTAL MERCEARIA DORIAS DOGRARIA
EM GERAL
VENDAS $ 1.900 $ 1.000 $ 800 $ 100
CUSTO
VARIÁVEL DOS
PRODUTOS $ 1.420 $ 800 $ 560 $ 60
VENDIDOS E
DESPESAS
MARGEM DE $ 480 (25%) $ 200 (20%) $ 240 (30%) $ 40 (40%)
CONTRIBUIÇÃO
DESPESAS FI-
XAS (SALÁRIOS,
DEPRECIAÇÃO,
SEGURO,
IMPOSTOS PRE-
DIAIS, E ASSIM
POR DIANTE)
EVITÁVEIS $ 265 $ 150 $ 100 $ 15
INEVITÁVEIS $ 180 $ 60 $ 100 $ 20
DESPESAS $ 445 $ 210 $ 200 $ 35
FIXAS TOTAIS
LUCRO $ 35 ($ 10) $ 40 $5
OPERACIONAL
Tabela 4.5  –  Resultado operacional da empresa por departamento. Fonte: Horngren, Sun-
den e Stratton (2001).

Observe que as despesas fixas são divididas em duas categorias: evitáveis e


inevitáveis.

CONCEITO
Custos evitáveis: custos que não continuarão a incorrer se uma operação em andamento
for mudada ou eliminada – são relevantes.

Custos inevitáveis: custos que continuam a incorrer mesmo se uma operação for suspensa
– não são relevantes.

74 • capítulo 4
Para os autores Horngren, Suden e Stratton (2001) os custos inevitáveis in-
cluem muitos custos comuns que são compartilhados pelos usuários.

LOJA COMO UM TODO


EFEITO DA TOTAL
TOTAL ANTES DA ELIMINAÇÃO DEPOIS DA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
MUDANÇA (A) DA MERCEA- MUDANÇA
RIA (B) (A) – (B)
VENDAS $ 1.900 $ 1.000 $ 900

DESPESAS VARIÁVEIS $ 1.420 $ 800 $ 620

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO $ 480 $ 200 $ 280

DESPESAS FIXAS EVITÁVEIS $ 265 $ 150 $ 115

CONTRIBUIÇÃO DE LUCRO PARA O ESPAÇO $ 215 $ 50 $ 165


COMUM E OUTROS CUSTOS INEVITÁVEIS
ESPAÇO COMUM E OUTROS CUSTOS $ 180 $0 $ 180
INEVITÁVEIS
($ 15)
LUCRO OPERACIONAL $ 35 $ 50

Tabela 4.6  –  Demonstração de Resultado antes e depois da mudança. Fonte: Horngren,


Sunden e Stratton (2001).

Pode-se analisar que a situação estaria pior, se o departamento de mercea-


ria da loja fosse eliminado e deixasse ociosa as instalações vazias. A demonstra-
ção de resultado revela, que a mercearia traz uma margem de contribuição de
$ 200 mil, que é $ 50 mil mais do que os $ 150 mil de despesas fixas que seriam
economizadas ao fechar o departamento de mercearia, que mostrou um pre-
juízo na primeira demonstração de resultado por causa do custo fixo inevitável
debitado a ele.

capítulo 4 • 75
4.2.2  Custo de oportunidade

Para Troster e Mochón (1999, 12) “custo de oportunidade de um bem ou serviço


é a quantidade de outros bens e serviços a que se deve renunciar para obtê-lo”.
De acordo com Martins (2010, 234) o custo de oportunidade “representa o
quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus
recursos numa alternativa ao invés de em outra”.
Corroborando com os autores os custos de oportunidade e os custos eco-
nômicos são sinônimos, ou seja, os custos de oportunidade são aqueles repre-
sentativos das oportunidades que serão deixadas de lado caso a empresa não
empregue seus recursos de maneira mais rentável.

EXEMPLO
Suponhamos que não haja inflação, o custo de oportunidade tomado pela empresa em ter-
mos reais seja de 6% ao ano e que o valor do investimento no imobilizado para fabricação de
picolés seja de $ 10.000,00. Teríamos, então, um custo de oportunidade de $ 600.000 ao
ano em termos reais. Digamos, ainda, que a empresa tenha no primeiro ano:

RECEITAS: $ 15.000.000
Custo dos Produtos Vendidos
Matéria-prima $ 7.000.000
Mão de obra $ 3.000.000
Depreciação $ 2.000.000
Outros custos $ 2.000.000 ($ 14.000.000)
Lucro $ 1.000.000

Com a inclusão do custo de oportunidade de $ 600.000, o resultado seria,


então, de apenas $ 400.000. Isso significa que o verdadeiro valor do resultado
da atividade, é esse, pois é o que conseguiu a mais do que daria o juro do capital
investido, na ausência de inflação.

76 • capítulo 4
CONEXÃO
O que é custo de Oportunidade? Para compreender melhor esse conceito assita ao vídeo
disonível em: <https://youtu.be/jKIaRYfikdE>.

4.3  Restrição de capacidade e mix de produção

A tomada de decisão nas organizações requer informações, análise e principal-


mente, previsão dos resultados.
Moreira supõe que:

[...] a decisão deva ser tomada no presente, mas os seus efeitos serão sentidos ao
longo do tempo. As informações disponíveis são frequentemente constituídas de
dados de diversos graus de precisão: alguns são conhecidos com certeza, outros são
estimados com certo cuidado e, finalmente, poderão existir dados cuja precisão deixa
muito a desejar. São cercados de incertezas e referem-se normalmente a eventos
de um período futuro sobre os quais o tomador de decisão tem pouca ou nenhuma
influência (MOREIRA,1993, p.129).

Nélo afirma que a tomada de decisão da composição do mix de produtos deve:

Considerar fatores internos e externos à empresa. Os externos referem-se princi-


palmente aos preços dos produtos, empresas competidoras, produtos substitutos,
produtos complementares, canais de distribuição, fornecedores, clientes, localização
industrial, impostos, taxas de juros dentre outros. Os fatores internos estão relaciona-
dos principalmente ao uso da capacidade industrial, à oferta (preços e quantidades)
de matérias-primas, de recursos humanos, aos produtos conjuntos etc. Observe-se
que os fatores externos causam impactos nos preços dos produtos finais e dos insu-
mos, enquanto os internos influenciam principalmente o custo de produtos. Em suma,
a determinação do mix de produtos influencia diretamente a competitividade empre-
sarial. (NELO, 2008, p. 17).

capítulo 4 • 77
Cabe aos gestores identificar oportunidades, analisar fatores internos
e externos e definir o composto de produtos que oferecerá o melhor retorno
à organização.

4.3.1  Rentabilidade do fator limitativo

Quando existir um fator que restringe a produção, como por exemplo: escassez
de tempo, ausência de matéria-prima etc., a análise deverá ser realizada em vis-
ta desse elemento limitante.
Desta forma, a “margem de contribuição de um produto tem que ser dividi-
da pela utilização do fator limitante por esse produto” (BORNIA, 2010, p. 56).
Para Horngren, Sunden e Stratton (2001, 162-163):

Quando uma empresa que fabrica mais de um produto estiver operando em plena ca-
pacidade, os gestores, frequentemente, deverão decidir que pedidos aceitar. A técnica
da margem de contribuição também se aplica aqui, porque o produto a ser enfatizado
ou o pedido a ser aceito é aquele que produz a maior contribuição ao lucro total por
unidade de fator limitativo.

CONCEITO
Fator limitativo ou recurso escasso restringe ou limita a produção ou venda de um produto
ou serviço.

Os fatores limitativos incluem horas de mão de obra e horas-máquina, que


limitam a produção nas empresas de manufatura.

EXEMPLO
Suponha que uma empresa tenha dois produtos: um relógio simples e um relógio fantasia,
com muitas características especiais.

78 • capítulo 4
Seguem os dados:

RELÓGIO SIMPLES RELÓGIO FANTASIA


Preço de venda $ 80 $ 120
Custos variáveis $ 64 $ 84
Margem de contribuição $ 16 $ 36
Índice percentual de margem de
20% 30%
contribuição

Pode-se concluir que o critério para maximizar os lucros quando um fator limita as ven-
das é obter a maior contribuição possível para o lucro para cada unidade de fator limitativo.
Dessa forma, o produto que é mais lucrativo quando um fator em particular limita as vendas,
entretanto, pode ser o menos lucrativo se um fator diferente limitar as vendas.

4.3.2  Maximização do resultado

Segundo Padoveze (2012) todos os componentes do modelo de decisão da mar-


gem de contribuição poderão ser trabalhados de forma que alavanquem o re-
sultado líquido total da empresa.
De acordo com o autor cada um deles permite ao administrador financeiro
um estudo aprofundado e políticas estruturadas ou aplicações momentâneas,
possibilitando alterações de forma que aumente o lucro da companhia.
Padoveze (2012) cita alguns fatores que afetam o estudo da margem de con-
tribuição e alavancagem operacional:
•  Preços dos produtos;
•  Quantidade vendida/produzida ou nível de atividade;
•  Custos variáveis por unidade;
•  Total dos custos fixos;
•  Mix dos produtos vendidos;
•  Produtividade.

Corroborando com o autor o modelo de decisão da margem de contribui-


ção é um modelo de mensuração econômica e é o indicado para este aspecto
de decisão.

capítulo 4 • 79
4.4  Manutenção ou eliminação de produtos deficitários

Para Maher (2001, 496):

Os administradores muitas vezes precisam decidir se adicionam ou eliminam uma


linha de produtos, ou se fecham uma unidade de negócios. Linhas de produtos ante-
riormente lucrativas podem estar perdendo parcela de mercado para produtos mais
novos. Unidades de negócios existentes podem estar tendo dificuldades de competir
com novas tecnologias. Como resultado, as companhias veem-se forçadas a repensar
seus negócios.

Dessa forma, a decisão de eliminação de qualquer linha de produtos exi-


ge a consideração dos efeitos favoráveis da eliminação, mas também dos efei-
tos desfavoráveis.

4.4.1  Resultado por linha de produto

Segundo Martins (2010): dentro de cada departamento é que poderia ser feita
uma análise por Produtos ou por Atividades. Estamos falando do controle de
custos por departamento por ser esta, ainda, a estrutura organizacional predo-
minante entre as empresas, ou até mesmo na fábricas organizadas em células
de manufatura.
O autor aponta que em ambientes de manufatura tradicionais o arranjo fí-
sico das instalações fabris é baseado na separação de funções, já em sistemas
modernos de produção ocorre num único grupo, denominado de célula de ma-
nufatura os quais são utilizados cada vez mais em setores de alta tecnologia
(eletrônico e automobilístico) com vantagens em relação a maior flexibilidade
e eficiência do processo produtivo.
Para Martins o custeio por responsabilidade é, portanto, a separação dos cus-
tos incorridos pelos diferentes níveis de responsabilidade, uma forma de pro-
ceder a uma divisão deles não em função dos produtos, mas de Departamentos
e, dentro destes, com sua divisão em controláveis e não controláveis pelo chefe.

80 • capítulo 4
4.4.2  Custos identificáveis e não-identificáveis

Segundo Crepaldi (2014) no método de custeio direto são apropriados os custos


e despesas variáveis diretamente ao produto e também os custos e despesas fi-
xas quando identificáveis ao objeto de custeio (outros que não sejam unidades
de produto tais como: uma linha de produto, um centro de custos, um departa-
mento etc), quando não identificáveis esses custos e despesas fixas são lança-
das diretamente no resultado do período.
Para os valores que compõem os estoques, quando estes foram o objeto de
custeio, somente são considerados os custos variáveis, sendo que as despesas
variáveis apenas são utilizadas para calcular a margem de contribuição.
Esse método é uma metodologia híbrida, uma vez que se utiliza de alguns
aspectos do custeio por absorção (incorporação de custos fixos aos objetos de
custeio) e, custeio variável (incorporação de custos e despesas variáveis aos ob-
jetos de custeio), evitando os rateios e considerando somente os custos fixos
específicos e identificáveis aos objetos de custeio.
O método de custeio direto muitas vezes é confundido com o método de
custeio variável e muitas obras da literatura de custos os consideram como sen-
do um único método. Desde o seu surgimento até os dias atuais, os métodos
de custeio direto e custeio variável continuam sendo muito indicados aos em-
presários para a tomada de decisões devido ao fato de servirem amplamente a
Contabilidade Gerencial.
Os custos e despesas fixas são encarados nas empresas como custos ou des-
pesas da estrutura empresarial e que existem independentemente da prestação
de serviço ou não. No método de custeio direto os custos e despesas fixas não
identificáveis ao objeto de custeio são lançados diretamente no resultado do
período em que incorreram.

4.5  Substituição de equipamentos

De acordo com Iudícibus (2008) as decisões sobre substituição de equipamen-


tos referem-se a se continuamos a utilizar um equipamento já existente, par-
cialmente depreciado, quase sempre necessitando de muita manutenção e
oferecendo produtividade apenas razoável, ou se adquirimos um novo equipa-
mento, assumido o custo do investimento e tendo as vantagens de maior pro-
dutividade e menor manutenção.

capítulo 4 • 81
Existem várias razões para uma empresa desejar substituir um equipamen-
to, a deterioração, os altos custos de manutenção e o avanço tecnológico são
algumas delas. Segundo Hirschfeld (2000) as principais razões de substituição
de equipamento são:
•  Custos exagerados da operação e da manutenção devido ao desgaste
físico;
•  Inadequação para atender a demanda atual;
•  Obsolescência em comparação aos equipamentos tecnologicamente me-
lhores e que produzem produtos de melhor qualidade;
•  Possibilidade de locação de equipamentos similares com vantagens rela-
cionadas com o Imposto de Renda.

4.5.1  Projeção de fluxo de benefícios futuros

Segundo Famá e Bruni (2010, p.15):

Um investimento pode ser caracterizado genericamente como um sacrifício hoje em


prol da obtenção de uma série de benefícios futuros. Em finanças, os conceitos de
sacrifícios e benefícios futuros estão associados aos fluxos de caixa necessários e
gerados pelo investimento. Assim, a análise de investimentos consiste, basicamente,
em uma análise de projeção de fluxos de caixa.

Segundo Martins (2010) a melhor maneira de se avaliar o grau de sucesso de


um empreendimento é calcular o seu retorno sobre o investimento realizado.
Dessa forma define-se como a forma ideal de se avaliar a taxa de retorno a
divisão do lucro obtido antes do imposto de renda e antes das despesas finan-
ceiras pelo ativo total utilizado para a obtenção do produto.
Taxa de Retorno = Lucro antes do imposto de renda e antes da despesa
financeira/ ativo total

4.5.2  Desconto de fluxo de caixa

O modelo de fluxo de caixa descontado é citado pela literatura como sendo


um dos mais utilizados em avaliação de empresas, particularmente quan-
do se objetiva mensurar o desempenho das ações no mercado acionário e,

82 • capítulo 4
como consequência, traçar as políticas de aquisição, venda ou manutenção
de investimentos.
Por essa abordagem, o valor da empresa é determinado pelo fluxo de bene-
fícios projetado, descontado por uma taxa que reflita o custo de oportunidade
e os riscos associados ao investimento. Copeland, Koller e Murrin (2002, p. 55)
argumentam que:

[...] o valor intrínseco se baseia nos fluxos de caixa futuros ou no poder de ganhos
da empresa. Isto significa, em essência, que os investidores estão pagando pelo
desempenho que esperam obter da empresa no futuro, não por aquilo que ela fez no
passado e, certamente, não pelo custo de seu ativo.

Depreende-se, assim, que ao ajustar o fluxo de caixa projetado, ao seu valor


presente procura-se determinar o valor da empresa com base na capacidade de
remuneração aos acionistas no longo prazo, através dos fluxos de caixa futuros
esperados para a empresa.

4.5.3  Efeito da depreciação e do imposto de renda na decisão

Para Filho e Kopittke (2010), a depreciação é definida como a despesa equi-


valente à perda de valor de um determinado bem, seja por deterioração ou
obsolescência.
A depreciação é uma forma contábil de considerar o desgaste de máquinas
e equipamentos como parte dos custos de operação.
Segundo Souza e Clemente (2001), o valor correspondente à parcela de
desgaste do equipamento, embora represente um custo de operação, não se
materializa em desembolso, ou seja, saída de caixa. Os valores corresponden-
tes à depreciação seriam acumulados em um fundo denominado Fundo de
Depreciação, o qual poderá permitir que, ao se dar baixa de um bem depreciá-
vel, o valor monetário correspondente contabilizado nesse fundo seja suficien-
te para a aquisição de outro bem similar.
De acordo com Ehrlich e Moraes (2005) a legislação permite diversas formas
de contabilizar a depreciação, permite-se depreciar anualmente 10% do valor
inicial de um equipamento ao longo de dez anos, e ainda segundo os autores a

capítulo 4 • 83
depreciação entra contabilmente como custo, reduzindo os lucros contábeis,
sobre os quais incide o imposto de renda.
O método mais comum de depreciação é o linear, no qual se deprecia sem-
pre a mesma fração do valor inicial do equipamento. Um bem se deprecia du-
rante sua vida útil, que é o tempo durante o qual um equipamento pode ser
utilizado de modo econômico. A vida útil pode ser limitada devido ao desgaste,
que é a perda de qualidade do equipamento devido ao uso, podendo provocar
piora na qualidade do produto e aumento nos gastos de manutenção.
Após sua vida útil, um ativo não pode ser depreciado abaixo de seu valor re-
sidual esperado. O valor residual estimado é a quantia que se espera obter pela
revenda ou outras disposições, quando o ativo for retirado de serviço, de acordo
com Motta e Calôba (2009).
Para Filho e Kopittke (2010), o imposto de renda é uma forma de imposto que
incide sobre o lucro das empresas, que é basicamente a diferença entre receitas e
despesas, porém para análise de investimentos o que interessa é o fluxo de caixa.
Souza e Clemente (2001) afirmam que o imposto de renda é uma saída de
caixa proporcional à renda tributável (lucro antes do IR) e como tal, deve ser
considerada nos fluxos de caixa.
Segundo Torres (2006), o imposto de renda é baseado no lucro tributável de
exercício definido como:

Lucro tributável = Receitas – Despesas – Deduções

Entre as deduções permitidas está a depreciação do ativo imobilizado.


Ainda segundo Torres (2006), a compra de um equipamento, que irão durar al-
guns anos, se fosse considerada uma despesa do exercício, introduziria uma
distorção no balanço da empresa e diminuiria o montante de imposto a pagar.
Daí a exigência fiscal de que ela seja considerada um investimento, que será
recuperado ao longo da sua vida útil (depreciação contábil).
De acordo com Ehrlich e Moraes (2005) o que realmente importa em uma
análise de investimentos, é o que ganha após os impostos. Para eles a existência
de impostos altera substancialmente a perspectiva da rentabilidade e pode in-
fluenciar consideravelmente a orientação das atividades econômicas, pois pro-
jetos que poderiam apresentar ou não desejabilidade podem alterar completa-
mente os resultados das suas análises ao se incluir os impostos e os incentivos.

84 • capítulo 4
ATIVIDADES
01. Os custos evitáveis são relevantes? Explique.

02. O que é um pedido especial?

03. A Bella Vista Ltda. Tem capacidade de produção de 2.500 unidades por ano. A projeção
de suas operações para o ano seguinte é:

Receitas de vendas (2.000 unidades a $ 40 cada) $ 80.000


Custos de Produção
Variáveis $ 24 por unidade
Fixos $ 17.000
Custos de Vendas e Administrativos
Variáveis (Comissões sobre vendas) $ 2,50 por unidade
Fixos $ 2.500

A companhia deveria aceitar um pedido especial de venda de 400 unidades, ao preço


unitário de $ 32, pagando metade da comissão sobre vendas que geralmente paga? Supo-
nha que não haja nenhum efeito sobre o volume ou preço das vendas regulares. Qual o efeito
da decisão, sobre o lucro operacional da companhia?

04. A Masteroff, um escritório de contabilidade, presta serviços a dois clientes, Indústrias


Brasmall e Clintons. As receitas e os custos por cliente – típicos dos últimos anos – são
apresentados a seguir:

Brasmall Clintons Total


Receitas $ 460 $ 700 $ 1.160
Custos Operacionais
Custos dos serviços Variáveis 425 610 1.035
Salários, aluguel e custos administrativos (fixos) 40 60 100
Custo operacional total 465 670 1.135
Lucro Operacional ($5) $ 30 $ 25

As informações anteriores revelam que os serviços prestados a Brasmall geram um pre-


juízo de $ 5.000. Utilizando análise diferencial, determine se a Masteroff deveria eliminar a
conta da Brasmall.

capítulo 4 • 85
REFLEXÃO
Um componente importante da responsabilidade do contador gerencial é avaliar o impacto
das decisões e ações administrativas que afetam as atividades e os processos da empresa.
Para apoiar a tomada de decisão, é necessário identificar alternativas diferentes disponíveis
para os gerentes, como também, avaliar como os custos e receitas diferem por meio de
ações alternativas.
Dessa forma, avaliações detalhadas de ações implementadas podem apresentar manei-
ras de aumentar os benefícios derivados delas.

LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo a seguir sobre a tomada de decisão quanto ao mix de produção
diante de um fator restritivo na capacidade produtiva.
Tomada de decisão quanto ao mix de produção diante de um fator restritivo na capaci-
dade produtiva
Reginaldo da Silva Souza
Centro Universitário UNIS-MG

RESUMO
Este artigo tem por finalidade a identificação das variações do ponto de equilíbrio contábil
e no resultado econômico de uma empresa diante da decisão da composição de seu mix
de produtos. Estudou-se, também, a possibilidade de maximização dos resultados ou a sua
regressão e as dificuldades enfrentadas pelos gestores no momento da tomada de decisão.
O referencial teórico pesquisado para elaboração do trabalho foi baseado na tomada de de-
cisões do mix de produtos, na teoria das restrições, observando possíveis fatores restritivos
da capacidade produtiva, na margem de contribuição e no ponto de equilíbrio contábil. Em
seguida procedeu-se uma simulação de caso com a adaptação dos dados da empresa Texcel
Company, proposto pelos autores Atkinson, et al. (2000), em seu livro Contabilidade Geren-
cial. A análise do ponto de equilíbrio contábil e do resultado da empresa Texcel Company é
apresentada em sete passos diante de duas propostas para produção e venda do composto
de produtos da empresa. A análise possibilitou observar que a alteração no mix de produção
pode trazer resultados negativos para organização.

86 • capítulo 4
Disponível em: <http://www.convibra.org/upload/paper/adm/adm_2798.pdf>

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FILHO, Nelson Casarotto; KOPITTKE, Bruno Hartmut. Análise de Investimentos: Matemática
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GUERREIRO, Rutnéa Navarro e CHRISTIANS, Raimundo Lourenço M. O tratamento da ociosidade
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Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-30052008-155116/
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capítulo 4 • 87
PADOVEZE, C. L. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ª. Ed. São Paulo: Cengage Learning,
2012.
SOUZA, Alceu; CLEMENTE Ademir. Decisões Financeiras e Análise de Investimentos:
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TORRES, Oswaldo Fadigas Fontes. Fundamentos da Engenharia Econômica e da Análise Econômica
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TROSTER, Roberto Luis; MOCHÓN, Francisco. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books,
1999.

88 • capítulo 4
5
Precificação
5.  Precificação
O presente capítulo objetiva refletir sobre a importância de se conhecer e iden-
tificar que a formação de preço é um fator determinante para a sobrevivência
da exploração da atividade da empresa.
A formação do preço de venda dos produtos/mercadorias e serviços, é ele-
mento essencial da gestão econômico-financeira e mercadológica das em-
presas, envolve inúmeros fatores em sua composição; entre eles se destacam:
estrutura de custos; demanda (mercado); ação da concorrência; governo e obje-
tivos pretendidos com o produto/mercadoria e serviço.
O sucesso empresarial poderia até não ser consequência direta da decisão
acerca dos preços. Mas, um preço equivocado de um produto ou serviço certa-
mente causara sua ruina.

OBJETIVOS
Ao final do capiíulo você será capaz de:
•  Compreender as abordagens para formação do preço de venda;
•  Entender a formação de preço com base no Mercado;
•  Conhecer o Custo mais margem;
•  Aprender o Custo-meta;
•  Analisar o mark-up multiplicador e divisor;
•  Identificar as diferenças na determinação do Preço de venda à vista e a prazo.

5.1  Abordagens para formação do preço de venda

Segundo Crepaldi (2014) a formação do preço de venda de produtos é um tra-


balho técnico e também um fator determinante de sobrevivência da exploração
da atividade. Alguns especialistas afirmam que ter os preços definidos exclusi-
vamente pelo mercado é um risco.
Ou seja, o mercado não é nem deve ser o único caminho para a definição de
preços, mas é importante ter os preços compatíveis com o mercado.

90 • capítulo 5
Para Bruni e Famá (2009) um dos mais importantes aspectos financeiros
de qualquer entidade consiste na fixação dos preços dos preços dos produtos e
serviços comercializados.
De acordo com os autores em relação ao processo de formação de preço,
alguns dos principais objetivos podem ser apresentados, como:
•  proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível: a empresa consisti-
ria em uma entidade que deveria buscar sua perpetuidade. Políticas de preços
de curto prazo, voltadas para a maximização dos lucros, devem ser utilizadas
somente em condições especiais;
•  permitir a maximização lucrativa da participação de mercado: não ape-
nas o faturamento deveria ser aumentado, mas também os lucros das vendas.
Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: excesso de
estoques, fluxo de caixa negativo, concorrência agressiva, sazonalidade etc.
•  maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios
operacionais: os preços devem considerar a capacidade de atendimento aos
clientes – preços baixos podem ocasionar elevação das vendas e a não-capaci-
dade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega.
Por outro lado, preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosida-
de da estrutura de produção e de pessoal;
•  maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo au-
to-sustentado: o retorno do capital dá-se por meio de lucros auferidos ao longo
do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos pre-
ços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado.

Segundo Megliorini (2012) muitos empreendedores ainda buscam atribuir


o preço de venda de um produto ou serviço tendo seu custo como base, e é nes-
se ponto que começam a surgir os problemas. Um dos problemas se refere à
determinação do custo.
De acordo com Ching (2006) o preço é algo que o cliente paga pelo produto
ou serviço.
O autor coloca que o significado do preço aos clientes traduz-se em diver-
sos benefícios:
•  Benefício funcional: ajuda a resolver os problemas do pessoal técnico da
empresa. No caso de uma máquina produtiva, seus benefícios vão de encontro
dos interesses dos engenheiros da fábrica.

capítulo 5 • 91
•  Benefício Operacional: relativo às necessidades do pessoal da produção;
•  Benefício Financeiro: atende às necessidades do pessoal de compras e fi-
nanças. Assim, o preço a ser pago por um produto é muito menor que o benefí-
cio percebido que produz, o que resulta num valor econômico para esse pessoal.
•  Benefício intrínseco: relativo ao status do produto, segurança e imagem
da empresa e satisfação pessoal. Comprar um objeto caro e a que poucos têm
acesso, comprar de uma empresa que tem reputação no mercado, tudo isso
deve ser apresentado como benefício na venda.
Corroborando com autor embora o preço possa trazer os vários benefícios
citados a decisão sobre qual será o preço de um produto deve levar em conta
também os demais componentes mercadológicos – produto, promoção e dis-
tribuição, conforme veremos no item seguinte.

5.1.1 Mercado

De acordo com Ching (2006) o preço é um item muito importante para atingir o
merca-alvo, porem ele só não basta. Precisa vir acompanhado dos demais com-
ponentes do composto.

Produto, promoção e distribuição → Criam valor e são a origem dos custos.


Captura o valor criado por esses componentes
Preço →
e gera receita

Produto

Preço Promoção

Praça
(Ponto-de-Venda)

Figura 5.1 – Composto Mercadológico. Fontes: http://4.bp.blogspot.com/_Zzu1M-


pm50kQ/S9YR4jjNGNI/AAAAAAAAAKA/vvIu5x3m3rM/s1600/os-4-ps-do-mkt.jpg

92 • capítulo 5
CONCEITO
Uma estratégia de preço eficaz não compensa a execução malfeita de suas estratégias do
composto. O preço ineficaz, no entanto, pode prejudicar a execução bem-feita das demais
estratégias (CHING, 2006, 113).

Segundo Megliorini (2012, 232):

No paradigma atual, o mercado é o grande sinalizador de preços. Os consumidores


passaram a ter mais força para influenciar o preço das mercadorias ofertadas. Nesse
novo ambiente, a empresa deixa de ter o poder de impor os preços de seus produ-
tos. É o mercado, portanto, que acaba ditando o preço que está disposto a pagar. Às
empresas cabe verificar se é viável ofertar determinado produto por um preço tal que
permita que o lucro gerado remunere adequadamente os investimentos realizados nas
empresas por seus proprietários.

O autor coloca que nesse mecanismo, o custo deixa de ser a base para a for-
mação do preço, passando a representar o valor que a empresa pode despender
para fabricar o produto.
Dessa forma, para chegar a esse custo, a empresa atende a dois interessados:
1. Os clientes consumidores – que determinam o preço que estão dispos-
tos a pagar;
2. Os proprietários – em que o lucro gerado pelos produtos compõe a re-
muneração do capital por eles investido na empresa.

CONEXÃO
Assista ao vídeo: O Jeito Certo Colocar Preço nos Seus Produtos.
Disponível em: <https://youtu.be/C1CLlAcikCE>.

capítulo 5 • 93
Assim, temos:

P–L=C

Onde:
P = preço;
C = custo;
L = lucro.

5.1.2  Custo mais margem

De acordo com Bruni e Famá (2009) nesse método, os preços são estabelecidos
com base nos custos plenos ou integrais – custos totais de produção acrescidos
das despesas de vendas, de administração e da margem de lucro desejada.
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Figura 5.2  –  Administrar preço.

EXEMPLO
A Vende Mais Ltda. produz e comercializa arranjos com flores ornamentais. Sabe-se que
os custos com materiais diretos para cada arranjo comercializado são iguais a R$ 3,40. Os
custos com MOD são aproximadamente iguais a R$ 2,20. Custos indiretos de fabricação são
apropriados com base em 300% da MOD. Despesas administrativas, com vendas e fretes de
entregas alcançam R$ 1,80. Se a empresa desejasse um lucro de R$ 1,20 por arranjo, qual
deveria ser o preço praticado?

94 • capítulo 5
COMPONENTE VALOR OBSERVAÇÃO
MD 3,40
MOD 2,20
Calculando com base em 300% da MOD (300%
CIF 6,60
x 2,20 = 6,60)
CUSTO TOTAL 12,20 Soma das parcelas anteriores
DESPESAS 1,80
GASTO TOTAL 14,00 Soma dos custos e despesas
LUCRO DESEJADO 1,20
PREÇO A PRATICAR 15,20 Soma dos custos, despesas e lucro desejado

5.1.3  Custo-meta

Segundo Megliorini (2012, 232): a empresa deve calcular o custo do seu pro-
duto para se certificar de que ele não ultrapasse o custo resultante da equação
P – L = C (preço – lucro = custo).
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Figura 5.3  –  Custo-meta.

capítulo 5 • 95
EXEMPLO
Suponhamos que uma empresa esteja avaliando fabricar e vender o produto Y. Os proprie-
tários da empresa determinam que o lucro deva corresponder a 20% do preço de venda.
O preço de mercado desse produto é R$ 100,00. Assim, o custo que esse produto deverá
alcançar será de:

Preço de mercado R$ 100,00


(-) Lucro definido pelos proprietários R$ 20,00
(=) Custo máximo permitido R$ 80,00

Assim, o custo de R$ 80,00 é o valor máximo em que a empresa pode incorrer, tendo em
vista que o preço de R$ 100,00 é definido pelo mercado, e o lucro, pelos proprietários. Tal
custo, passa, portanto, a representar o custo-meta ou custo-alvo e deve ser definido antes
que se comece a fabricar o produto, ainda na fase de desenvolvimento de projeto.
No entanto, se o custo estimado desse produto, calculado na fase de projeto, ultrapassar
o limite (que é R$ 80,00), a empresa deverá reformular o projeto ou encontrar meios de
reduzi-lo até atingir o valor determinado.

5.2  Mark-up multiplicador e divisor

Segundo Megliorini (2012, 232) na composição do mark-up, é necessá-


rio determinar:
•  os percentuais das despesas de vendas e das despesas administrativas que
podem ser obtidos, por exemplo, por meio da demonstração de resultados do
exercício (DRE) do ano anterior, relacionando-se os valores das despesas com a
receita líquida de vendas;
•  o percentual de lucro desejado;
•  as alíquotas dos impostos para o produto ou serviço que está sendo preci-
ficado (ISS, ICMS, IPI), bem como as dos impostos incidentes sobre as receitas
da empresa (PIS, Cofins). Como os impostos são definidos por legislação espe-
cífica, é preciso estar atento às leis municipais, estaduais e federais no que se
refere à alteração de alíquotas, novos impostos, critérios e cálculos etc.

96 • capítulo 5
CONCEITO
O mark-up consiste em uma margem, geralmente expressa na forma de uma índice ou per-
centual, que é adicionada ao custo dos produtos. Esse custo apresentará variações depen-
dendo do método de custeio utilizado.

Definindo o custo, o preço de venda pode ser calculado da seguinte forma:


Preço de venda = custo/Mark-up
Ou
Preço de venda – custo x Mark-up

A de marcação, os itens que se pretende incluir no preço de venda devem ser


apresentados em percentuais
De acordo com Ribeiro (2009) para o cálculo da taxa de marcação, os itens
que se pretende incluir no preço de venda devem ser apresentados em percen-
tuais em relação ao próprio preço de venda.
As duas modalidades de taxa de marcação, mark-up multiplicador e
mark-up divisor, chagam ao mesmo resultado.

EXEMPLO
Vamos supor que uma empresa tenha, como base no seu controle interno, definido os se-
guintes valores para compor o preço de venda de uma unidade do produto X:
Custos variáveis, por unidade:

Matéria-prima: R$ 10
Materiais secundários: R$ 3
Material de acondicionamento e embalagem: R$ 1
Mão de obra direta: R$ 6
Comissão a vendedores: 3% sobre o PV
Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV
Custos fixos: 13% sobre o PV
Despesas fixas: 7% sobre o PV
Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV

Inicialmente calcularemos taxa de marcação pela modalidade mark-up multiplicador.

capítulo 5 • 97
Fórmula do mark-up multiplicador.
100/ (100 -% DV + % CF + % DF + % ML)

Desenvolvendo a formula, temos:


a) Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, con-
forme interesse da empresa:

Comissão a vendedores: 3% sobre o PV

Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV

Custos fixos: 13% sobre o PV

Despesas fixas: 7% sobre o PV

Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV

Total = 60 %

b) Subtrair de 100% o somatório dos percentuais apurado na letra ”a”.


100% - 60% = 40%

c) Dividir 100 pelo resultado apurado na letra “b”


100% / 40% = 2.5
Esse resultado de 2.5 é o mark-up multiplicador.

d) Multiplicar o custo unitário pelo mark-up multiplicador para encontrar o preço de venda
unitário:
R$ 20,00 x 2.5 = R$ 50
Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50.

Veja, agora, a apuração do preço de venda pelo mark-up divisor.

Fórmula do mark-up divisor.


1 – (% DV + % CF + % DF + % ML/100)

98 • capítulo 5
Desenvolvendo a formula, temos:
a) Somatório dos percentuais de participação no preço de venda, de cada elemento, con-
forme interesse da empresa:

Comissão a vendedores: 3% sobre o PV

Tributos incidentes sobre vendas e sobre o lucro: 22% sobre o PV

Custos fixos: 13% sobre o PV

Despesas fixas: 7% sobre o PV

Margem de lucro desejada: 15% sobre o PV

Total = 60 %

b) Dividir o somatório dos percentuais por 100.


60%/100% = 0.60

c) Subtrair de 1 o resultado apurado na letra “b”


1 – 0,60 = 0,40
O resultado obtido por essa operação foi 0,40, denomina-se mark-up divisor.

d) Dividir o custo unitário pelo mark-up divisor:


R$ 20,00 / 0,40 = R$ 50
Logo, o preço de venda unitário será de R$ 50.

CONEXÃO
Entenda como você deve fazer para formar o preço de venda de seus serviços. Assista ao
vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SmMGlexxcOA>.

5.3  Preço de venda à vista e a prazo

De acordo com Megliorini (2012) se considerarmos o custo unitário de R$ 50,00


para o produto X, calculado pelo método de custeio por absorção. O preço de
venda à vista será:

capítulo 5 • 99
a) Utilizando o mark-up divisor:
PV à vista = Custo / mark-up
PV à vista = R$ 50,00/0,4435
PV à vista = R$ 112,74

a) Utilizando o mark-up multiplicador:


PV à vista = Custo x mark-up
PV à vista = R$ 50,00 x 2,25479
PV à vista = R$ 112,74

Decompondo esse preço, temos:

Preço de venda à vista $ 112,74


(-) ICMS $ 20,29 (18% de $ 112,74)
(-) PIS $ 0,73 (0,65% de $ 112,74)
(-) Confins $ 3,38 (3% de $ 112,74)
(=) PV sem impostos $ 88,34
(-) Comissões sobre vendas $ 2,25 (2% de $ 112,74)
(=) PV líquido $ 86,09
(-) Custo $ 50,00
(=) Margem de lucro bruto $ 36,09
(-) Despesas de vendas $ 5,64 (5% de $ 112,74)
(-) Despesas Administrativas $ 7,89 (7% de $ 112,74)
(=) Lucro antes do IR $ 22,56 – este valor corresponde a 20% do PV

Já na definição do preço de venda a prazo Megliorini (2012, 239) diz que:

Quando a empresa concede ao cliente um prazo para efetuar o pagamento do produto,


da mercadoria ou do serviço, acrescenta ao preço de venda à vista um custo financeiro,
e essa situação se caracteriza como um financiamento ao cliente pelo prazo concedido.
Dessa forma, o custo financeiro deveria representar a remuneração de uma aplicação
financeira, se a empresa financiasse o cliente com recursos próprios; a taxa de cap-
tação de recursos, em uma situação oposta; ou, então a taxa cobrada pelo marcado
financeiro nas operações de desconto de duplicata.

Preço de venda a prazo com custo financeiro “por fora”


Ainda, utilizando o exemplo do produto X, cujo preço à vista foi calculado
em R$ 112,74.

100 • capítulo 5
Para calcular o preço de venda a prazo, devemos considerar dois aspectos:
(1) São concedidos ao cliente 30 dias para que ele efetue o pagamento; e
(2) o custo financeiro para essa operação é de 3% ao mês.
Por tanto, ao incluir o custo financeiro, é preciso recorrer à matemática fi-
nanceira para proceder ao cálculo do montante, que consiste no valor principal
acrescido de juros.
Conforme fórmula a seguir:
PV a prazo = PV à vista x (1 + i) n

Onde:
i = taxa de juros
n = prazo de pagamento

No exemplo, temos:
PV a prazo = $112,74 x (1 + 0,03)1
PV a prazo = $ 116,12
Decompondo esse preço, temos:

Preço de venda a prazo $ 116,12


(-) Custo financeiro $ 3,38 (PV a prazo – PV à vista)
(-) ICMS $ 20,90 (18% de $ 116,12)
(-) PIS $ 0,75 (0,65% de $ 116,12)
(-) Confins $ 3,48 (3% de $ 116,12)
(=) PV sem impostos $ 87,61
(-) Comissões sobre vendas $ 2,32 (2% de $ 116,12)
(=) PV líquido $ 85,29
(-) Custo $ 50,00
(=) Margem de lucro bruto $ 36,09
(-) Despesas de vendas $ 5,64 (5% de $ 112,74)
(-) Despesas Administrativas $ 7,89 (7% de $ 112,74)
(=) Lucro antes do IR $ 21,76

Nota-se com a adoção desse cálculo, tanto a margem de lucro bruto quanto
o lucro foram reduzidos, se comparados ao cálculo do preço de venda à vista:
eles passaram, respectivamente, de $ 36,09 para $ 35,29, e de $ 22,56 para $
21,76.
Dessa forma, para preservar a margem de lucro bruto de $36,09 e o lucro
antes do IR de $ 22,56, tem-se o cálculo do preço de venda a prazo com o custo
financeiro “por dentro”.

capítulo 5 • 101
Preço de venda a prazo com o custo financeiro “por dentro” (mantendo-se
o valor do lucro do peço de venda à vista
Considerando os custos do produto X e a mesma margem de lucro bruto do
preço de venda à vista, temos:

Custo $ 50,00
Margem de lucro bruto $ 36,09
Receita de vendas 100%

ICMS 18 %
PIS 0,65 % 23,65% DE IMPOSTOS E TAXAS
Cofins 3,00 % SOBRE VENDAS
Comissões sobre vendas 2,00 $

Nesse caso, para a composição do mark-up, consideramos os impostos e


as taxas sobre vendas com a inclusão do custo financeiro pelo prazo de paga-
mento. No exemplo, a taxa de juros é 3% ao mês, e o prazo concedido ao cliente
é de 30 dias. Recorrendo à matemática financeira, temos o percentual de juros
conforme o prazo concedido:
J= <(1 + i) n – 1> x 100
J = <(1 + 0,03) 1 – 1> x 100
J = 3%

Mark-up divisor:
<100% - (23.65% + 3,00%)> /100% = 0,7335
Mark-up multiplicador
(1/ 0,7335) = 1,36332

Utilizando o mark-up divisor, temos:

PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) / Mark-up


PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) / 0,7335
PV a prazo = $ 117,37

Utilizando o mark-up multiplicador, temos:

PV a prazo = (Custo + Margem de lucro bruto) X Mark-up


PV a prazo = ($ 50,00 + $ 36,09) X 1,36332

102 • capítulo 5
PV a prazo = $ 117,37

Decompondo esse preço, chegamos aos seguintes valores:

Preço de venda a prazo $ 117,34


(-) Custo financeiro $ 3,52 (3% de $ 117,34)
(-) ICMS $ 21,13 (18% de $ 117,34)
(-) PIS $ 0,76 (0,65% de $ 117,34)
(-) Confins $ 3,52 (3% de $ 117,37)
(=) PV sem impostos $ 88,44
(-) Comissões sobre vendas $ 2,35 (2% de $ 117,37)
(=) PV líquido $ 86,09
(-) Custo $ 50,00
(=) Margem de lucro bruto $ 36,09
(-) Despesas de vendas $ 5,64
(-) Despesas Administrativas $ 7,89
(=) Lucro antes do IR $ 22,56

Pode-se notar que a formulação do preço de venda com o custo financeiro


“por dentro” permite à empresa determinar um preço que lhe preserve o valor
monetário do lucro do IR calculado para o preço de venda à vista. Assim, pode-
se determinar o mark-up para o preço de venda a prazo calculando um fator que
representa a variação entre o preço de venda a prazo de venda à vista.

ATIVIDADES
01. Explique o que você entende por preço de venda.

02. Por que a equação tradicional do preço de venda (P-L=C) deve ser repensada nos
dias atuais?

03. O que é custo-meta?

04. A loja de Móveis Forte Aço Ltda. Costuma comprar e revender conjuntos de móveis para
escritórios formados por mesa e cadeira giratória. Sabe-se que a empresa desejaria obter
um lucro igual a 20% do preço a ser praticado (Lucro = Receitas – Gastos). Alguns dados
financeiros da empresa estão apresentados na tabela seguinte:

capítulo 5 • 103
Descrição Valor
Custo de aquisição do conjunto R$ 340,00
Frete do fornecedor para a loja 12%
Alíquota de ICMS 9%
Comissão de vendas 7%
Despesas fixas estimadas em função do volume de vendas 22 %

Calcule o mark-up da empresa e o preço de venda com a aplicação sobre o custo variável:

05. A Companhia Costa Silva Ltda, apresentou os dados financeiros relatados a se-
guir. Sabendo que a empresa deseja um lucro igual a 18% do preço de venda, estime:

06.

Mão de Obra Direta R$ 33,33


Comissões 5 % do preço
Matéria Prima R$ 100,00
Outros Materiais R$ 200,00
Despesas Administrativas 13 % do preço

a) O Mark-up multiplicador e divisor da empresa, considerando que ele é aplicado sobre os


gastos variáveis;
b) O preço de venda a ser praticado pela empresa;
c) Demonstre o resultado, partindo do princípio que produziu e vendeu 2.200 unidades do
prod. X.

REFLEXÃO
Sabe-se que em condições normais, quanto maior o preço, menor a demanda; em situação
oposta, quanto menor o preço, maior a demanda. Desse modo, o preço flutua em diferentes
níveis de demanda e de oferta até atingir um valor que satisfaça tanto a quem oferta quanto
a quem procura, constituindo um preço de equilíbrio.
As decisões empresariais associadas à gestão financeira devem sempre preocupar-se
com custos incorridos e preços praticados.

104 • capítulo 5
LEITURA
Sugere-se a leitura do artigo citado a seguir que mostra na prática as diferenças entre as
duas contabilidades bem como os elementos que as distanciam.
Formação do preço de venda em uma confecção de Moda íntima.

RESUMO
Atualmente a globalização está levando empresas a pensarem de forma sistêmica. O amplo
conhecimento sobre controles e análises, custos, preços de venda entre outros fatores ge-
renciais tornaram-se imprescindíveis para que as tomadas de decisões sejam mais precisas.
Para tanto este trabalho propõe uma estrutura base para a formação de preços de venda
em uma empresa de confecção de moda íntima, localizada na região da AMREC – SC. As
empresas que buscam um melhor posicionamento no mercado em que atuam, devem, pri-
meiramente, monitorar o controle e o gerenciamento dos custos, uma vez que de posse
de dados reais sobre resultado operacional da empresa, seus gestores podem adotar no-
vas metodologias para a formação de preços dos produtos oferecidos pela empresa. Desse
modo, esta pesquisa trará benefícios para a empresa em estudo, uma vez que esta passa por
reformulações em sua gestão como estratégia para manter-se ativa no mercado. Os procedi-
mentos metodológicos utilizados foram o estudo de caso, por meio de uma pesquisa do tipo
bibliográfica, descritiva, com abordagem quantitativa. A pesquisa também foi documental,
utilizando como instrumento a observação a fim de descobrir os mecanismos internos de
funcionamento da empresa.

Disponível em: http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1541/pdf

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Administrar preço. Disponível em:< Fonte: https://www.google.com.br/
search?q=pre%C3%A7o&biw=1366&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=
0ahUKEwieg7zah93LAhXIlZAKHWErCXcQ_AUICCgD&dpr=1#imgrc=Z5tdpnn6jlbMkM%3A>.
Acessado em fevereiro de 2016.
BRUNI, Adriano Leal e Rubens Fama. Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 2009.

capítulo 5 • 105
CHING, H. Y. Contabilidade Gerencial – Novas práticas contábeis para a gestão de negócios. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
Composto Mercadológico. Dsponível em: < Fonter: http://4.bp.blogspot.com/_Zzu1Mpm50kQ/
S9YR4jjNGNI/AAAAAAAAAKA/vvIu5x3m3rM/s1600/os-4-ps-do-mkt.jpg>. Acessado em março de
2016.
CREPALDI; S. A. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009.
Custo-meta. Disponível em: <Fonte: https://www.google.com.br/. Acessado em março de 2016.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e gestão. 3 ªed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.

GABARITO
Capítulo 1

01. A Principal característica da Contabilidade Gerencial que a diferencia da Contabilidade


Financeira: a Contabilidade Gerencial se baseia em demonstrativos e relatórios para usuá-
rios internos. A Contabilidade Financeira, por sua vez, concentra-se em demonstrativos para
grupos ex­ternos, ou seja, aqueles emitidos para investidores, governo, órgãos regu­ladores,
bancos e outros interessados externos à organização. Portanto, a Contabilidade Gerencial
possui objetivos distintos da Contabilidade Financeira ou societária; elas são destinadas a
diferentes públicos e apresentam diferentes necessidades, por consequência disso, elas
possuem outras diferenças.
Uma dessas diferenças se deve ao fato de a Contabilidade Gerencial mensurar e relatar
informações econômicas e financeiras (isso a Contabilidade Financeira também faz) mas
também informações não financeiras, também chamadas físicas ou operacionais, são exem-
plos: produtividade, satisfação do cliente, capacitação de funcionários, qualidade e tempo
de processamento etc., tudo isso para auxiliar os gestores em seu processo de tomada de
decisão para alcançar os objetivos da organização.
02. C
03. B

106 • capítulo 5
04.

CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL


Externa: acionistas, credores, autori- Interna: funcionários, gerentes,
AUDIÊNCIA dades tributárias executivos.

Informar as decisões internas toma-


Relatar o desempenho passado ao
das por funcionários e gerentes; dar
PROPÓSITO público externo; contratos com pro-
feedback e controlar o desempenho
prietários e credores.
operacional.

POSIÇÃO NO TEMPO Histórica; atrasada Atual, orientada para o futuro.

Desregulamentada; sistemas e infor-


Regulamentada; orientada por princí-
mações determinados pela adminis-
RESTRIÇÕES pios contábeis geralmente aceitos e
tração para atender às necessidades
por autoridades governamentais.
estratégicas e operacionais.

Mensurações financeiras, opera-


cionais e físicas sobre processos,
TIPO DE INFORMAÇÃO Apenas mensurações financeiras.
tecnologias, fornecedores, clientes e
concorrentes.

NATUREZA DA Objetiva, auditável, confiável, consis- Mais subjetiva e sujeita a juízo de


INFORMAÇÃO tente, precisa. valor; válida, relevante, precisa.

Altamente agregada; relatórios sobre Desagregada: informa decisões e


ESCOPO a organização total. ações locais.

07. No século XVIII, com a Revolução Industrial e o nascimento do capitalismo, surge a ne-
cessidade de compreender os custos dos recursos empregados, pois eles são, agora, fatores
de produção: matéria-prima, mão de obra e outros insumos, e não mais mercadorias.
Tornou-se mais complexa a função do contador, que, para levantamento do balanço e
apuração do resultado, não dispunha tão facilmente dos dados para poder atribuir valor aos
estoques: o seu valor de “compras” na empresa comercial era substituído por uma série de
valores pagos pelos fatores de produção utilizados.
Os autores Johnson e Kaplan optaram por delimitar o início do século XIX, mais precisa-
mente em 1812, como marco inicial da Contabilidade Gerencial: “ A Contabilidade Gerencial
surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, quando as organizações comerciais, em vez de
dependerem dos mercados externos para trocas econômicas diretas, passaram a conduzir
trocas econômicas internas. (JOHNSON e KAPLAN, 1996, p. 17-19).
Tecelagens, fábricas de armas, ferrovias e siderurgias demandavam informação e con-
trole. As indústrias têxteis no século XIX cresciam com a combinação de múltiplos proces-
sos na fabricação de tecidos, associando fiação, tingimento e tecelagem. Registros dessas

capítulo 5 • 107
tecelagens do início daquele século mostram que os administradores recebiam relatórios de
custo por hora de conversão de algodão (matéria prima) em fios (produtos intermediários) e
tecidos (produtos acabados). Eles utilizavam essas informações para definir mix de produto
e para controlar e melhorar a eficiência.
As estradas de ferro e telégrafo também foram pioneiras em diversas práticas de con-
trole e gestão. Além disso, permitiram a dispersão das atividades econômicas, a expansão
geográfica dos mercados e a globalização física. A Contabilidade Gerencial pôde continuar
se desenvolvendo no século XIX com o aumento da demanda, do tamanho e da complexida-
de das organizações. Afinal, uma consequência dessa nova realidade foi a necessidade de
descentralização e da avaliação por unidade de negócios ou por mercados, que facilitasse os
proprietários ou principais gestores a acompanharem o desempenho de todos os mercados
em que atuavam, mas que estavam fisicamente distantes. Daí o foco no usuário interno.

08.
•  Ajudar os engenheiros a projetarem produtos que possam ser fabricados com maior eficiência;
•  Apontar demandas de melhorias de qualidade, eficiência e rapidez na produção;
•  Orientar decisões relacionadas a mix de produto;
•  Escolher entre fornecedores alternativos;
•  Negociações sobre preços, especificações de produto, qualidade, entrega e serviços.

Capítulo 2

01. A
APURAÇÃO DO LUCRO MENSAL ABSORÇÃO VARIÁVEL
Receita Líquida de Vendas 400.000,00 400.000,00
(–) Custo dos Produtos
(160.000,00) -
Vendidos
(–) Custo Variável dos Produtos
- (120.000,00)
Vendidos
(–) Despesa Variável dos Produ-
- (40.000,00)
tos Vendidos
= Margem de Contribuição Total - 240.000,00
(–) Custo Fixo Total - (60.000,00)
= Lucro Bruto 240.000,00 180.000,00
(–) Despesas (40.000,00) -
= Lucro líquido mensal 200.000,00 180.000,00

108 • capítulo 5
02.

CUSTOS INCORRIDOS FIXO VARIÁVEL


Desgaste dos pneus dos ônibus de uma empresa de turismo. X

Salários e encargos sociais do pessoal da segurança de uma indústria


X
petroquímica.

Asfalto consumido em uma pavimentadora de vias públicas. X

Depreciação do prédio de uma fábrica de armas. X

Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios. X

03. D

capítulo 5 • 109
ANOTAÇÕES

110 • capítulo 5
ANOTAÇÕES

capítulo 5 • 111
ANOTAÇÕES

112 • capítulo 5

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