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CEETEPS

CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Disciplina:
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS – PCI

Professor:
Flávio Amorim Gomes de Araújo

VERSÃO 02

JANEIRO / 2008
INTRODUÇÃO

Observamos no decurso da história que quatro elementos constantemente estão se interagindo: a TERRA, o FOGO,
o AR e a ÁGUA. Sabemos também que foi com auxílio do fogo que o homem conseguiu sair das cavernas e
dominar as feras à sua volta, reinando assim sobre os demais animais. O fogo é, portanto, um elemento importante
e hoje em dia essencial para nossa sobrevivência na vida moderna, no entanto quando foge ao controle torna-se
também um elemento muito perigoso para a vida humana.

Nos dias atuais, o homem tem utilizado, principalmente, outro elemento, no caso a água, para evitar que o fogo fuja
do seu controle, destrua a terra e contamine o ar. Aliás, a contaminação do ar de um incêndio, gerando a chamada
fumaça, é sem dúvida a principal causa das mortes das pessoas num incêndio. São raros os casos de mortes por
pessoas queimadas, pois normalmente antes de sofrerem queimaduras fatais, as pessoas morrem por asfixia ou
pelos males provocados pela fumaça. Já assistimos diversos casos, principalmente, em edifícios altos, onde
tamanho era o desespero das pessoas, vindo a saltarem do alto do edifício.

O desenvolvimento de um programa de prevenção, proteção e combate a incêndio constituem em uma das mais
importantes missões de um Técnico em Segurança do Trabalho dentro das empresas. Vemos algumas vezes a
preocupação da empresa, apenas com o treinamento e formação da brigada de incêndio e manutenção de
extintores, que são atividades das mais importantes, mas insuficientes para evitar a ocorrência e a propagação dum
incêndio.

Claro que o desenvolvimento de um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios vai depender muito do
tipo de empresa e de seus riscos, mas como regra geral, podemos afirmar que evitar um incêndio é o melhor
caminho, para isto é preciso focar nas ações de PREVENÇÃO, que incluem ações de manutenção e controle sobre
as instalações elétricas, por serem uma das maiores causas de incêndios nas empresas; condições adequadas de
armazenamento de materiais, principalmente inflamáveis e combustíveis; cumprimento de um bom sistema de
sinalização de segurança; entre outras ações. Mesmo assim é importante frisarmos que as ações de prevenção nem
sempre são suficientes e não podem vir a evitar um incêndio, pois elas visam reduzir a probabilidade de ocorrência,
mas dificilmente irão garantir que nunca falhem e não haja o incêndio.

Portanto quando falha a prevenção devemos buscar ou dimensionar corretamente os esforços para as ações de
PROTEÇÃO, que incluem um sistema de paredes e portas corta-fogo; sistema de proteção de pára-raios; entre
outros. No caso de pára-raios muitos acham ser uma ação preventiva, mas na verdade o sistema não impede a
queda do raio, mas sim protege a edificação dum incêndio, por isso sua classificação mais correta é a de proteção.

Por último, mas não menos importante, pelo menos quando nos referimos ao risco real de um incêndio, precisamos
definir e dimensionar corretamente as ações de COMBATE. Como o próprio nome diz é uma ação reativa, precisa
acontecer algo de errado, para haver a reação. Mas em se tratando de incêndio, devemos estar preparado para o
erro ou falha de algum sistema, pois segundo a Lei de Murphy: se algo pode dar errado, certamente dará. Não
querendo ser pessimista, mas devemos estar sempre adequadamente preparados. Devido a isso é extremamente
importante e obrigatório instalações de extintores, hidrantes, sprinklers, etc, ou mesmo um treinamento da brigada,
que pode parecer para muitos como ação de prevenção, mas a finalidade de sua existência é puramente reativa.

É importante frisarmos que o conceito de PREVENÇÃO, PROTEÇÃO ou COMBATE é o que menos importa. O
importante é o aluno e futuro Técnico em Segurança saber identificar o risco e o melhor sistema para PREVENIR,
PROTEGER ou COMBATER.

O objetivo do curso é proporcionar ao aluno a oportunidade de conhecer o maior número possível de recursos
existentes, e quando digo recursos, não falo apenas dos recursos materiais, mas também dos recursos humanos.
Além disso, temos o objetivo de dar ao aluno a oportunidade de interpretar corretamente a legislação e normas;
saber dimensionar corretamente um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios; entre outras.

Em suma podemos dizer que a missão do Técnico em Segurança do Trabalho numa empresa para a Prevenção,
Proteção e Combate a Emergências consiste basicamente em:
 fazer a correta distribuição dos equipamentos pela área a proteger;
 garantir a manutenção adequada dos equipamentos de prevenção, proteção e combate;
 organizar treinamento do pessoal que irá utilizar estes equipamentos.

A concepção moderna de combate a incêndio exige grande soma de conhecimentos profissionais e habilidades para
aplicá-los. E não se pode esperar que esses conhecimentos e habilidades sejam adquiridos unicamente através da
experiência. Ela é muito importante como complemento de estudos sistemáticos e apropriados, mas insuficientes,
por isso a importância dos estudos acadêmicos, principalmente em cursos, mesmo que sejam teóricos.

Americana, 10 de janeiro de 2008.

Flávio Amorim Gomes de Araújo


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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 02

ÍNDICE 03

CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 04


1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO 04
2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS 05
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 07
4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO 08
5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO 08
6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA 10
7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO 13
8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO 18
9. CLASSES DE INCÊNDIO 19
10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO 20
11. AGENTES EXTINTORES 21
12. APARELHOS EXTINTORES 23
13. EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇAO AUTÔNOMA 33
14. SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO 34
15. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA 35
16. SISTEMA HIDRÁULICO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 39
17. SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 54
18. ACESSO DE VIATURAS DO CORPO DE BOMBEIROS 57
19. PRINCIPAIS VIATURAS DE COMBATE A INCÊNDIO DO CORPO DE BOMBEIROS 58
20. BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIO 61
21. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO 67

CAPÍTULO II – ACIDENTES AMBIENTAIS 68


1. DEFINIÇÃO E TIPOS DE ACIDENTES AMBIENTAIS 68
2. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS 68
3. PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA PARA ATENDIMENTO DE ACIDENTES AMBIENTAIS
DE ORIGEM TECNOLÓGICA 69
4. ACIDENTES AMBIENTAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS 70
5. RISCOS ASSOCIADOS ÀS CLASSES DE PRODUTOS QUÍMICOS 74

BIBLIOGRAFIA 78

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CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO

Nos confins da antiguidade, o homem lutou para conseguir a técnica da combustão. O fogo, então, foi um dos
maiores aliados do ser humano. Por isso desde o início o homem deu ao fogo um caráter superior, conferido aos
deuses, como manifestação do sagrado.
Uma vez dominada as tecnologias de sua produção, segundo a vontade humana, o fogo tem sido o mais importante
e permanente instrumento do processo civilizador. Participa de toda a evolução cultural da humanidade, o fogo tem
sido um dos fundamentos de todo o progresso do homem contribuindo nos diferentes momentos de sua trajetória,
desde o primitivo aquecimento, nas cavernas do paleolítico superior, à produção de armas que permitiram ampliar
suas provisões alimentares, promover sua defesa e, simultaneamente, acelerar o processo de agressão e do
domínio do meio ambiente, na mais antiga e contínua luta do homem: a da sobrevivência.
Exercendo fascínio e sedução, talvez como um dos mais primitivos arquétipos do homem, o fogo, contudo, ao
mesmo tempo em que é amigo e vital, pode se transformar no mais insidioso, inesperado e quase invencível
inimigo.
Perde-se na memória do tempo, a origem do combate ao fogo, das mais remotas lembranças, sabe-se que no ano
27 A.C.(Antes de Cristo), em Roma, já existiam os "Triunviri Nocturni", grupos organizados com o objetivo de
combater incêndios.
Durante o reinado de Júlio César Octávio, entre 63 a.C. e 14 d.C., foram criadas as "Coohortes Vigilium",em número
de 7, cada uma integrada por 1.000 homens, aos quais estava reservada a responsabilidade de proteger contra o
fogo em 14 bairros de Roma.
Na Roma daqueles tempos uma lei obrigava a cada proprietário de casa a dispor de uma cisterna, com água
reservada para casos de incêndio. A legislação dispunha de uma série de regras para construções, desde
afastamento regular até a proibição de produtos mais inflamáveis. Também a altura dos prédios deveria se limitar a
100 pés, ou seja, 30 metros.
Na Pérsia antiga, conta a história, o incendiário que queimasse sua casa, fosse ou não involuntariamente, era
condenado ao apedrejamento vivo, permitindo-se à mulher acompanhar o marido, caso fosse sua vontade.
Marco Polo relatava de sua viagem à China, que os bombeiros sufocavam os incêndios de uma forma eficaz e
surpreendente. Não utilizavam água contra o fogo, mais se dedicavam a demolir as construções vizinhas, deixando
que apenas a casa incendiada acabasse destruída, impedindo a propagação do fogo.
Na Grécia antiga, os bombeiros usavam as quadrigas (carros de corridas com quatro cavalos, ou seja, bigas com 4
cavalos) para alcançar o local do incêndio com maior rapidez. Os soldados mais experientes sabiam de memória os
locais de Atenas em que se podia encontrar água com facilidade, poços, riachos, cisternas e baixios e de lá, em
processo de revezamento, os baldes eram deslocados de mão em mão, às vezes de distância de até um quilômetro
ou mais, o que exigia a mobilização de grande número de escravos.
O mesmo processo continuou sendo utilizado pelo homem em quase toda parte do mundo, até o fim da Idade
Média. Com a evolução da economia, nos fins da idade média, a burguesia foi se instalando em pequenos burgos,
reinstalando-se o processo de vida urbana. Com ele, por volta de fins do século XVI e início do XVII, começaram a
surgir os primeiros bombeiros da era moderna. Na França, isto ocorreu com Luiz XIV, o Rei-Sol, que reinou de 1638
a 1715, com os "Corps des Pompiers", que já utilizavam a bomba Van Der Heydens, de 1699. Na Inglaterra, pouco
adiante, surgem os "Fireman", os "homens do fogo". Na Alemanha, desde 17 de julho de 1841, em Meissen, existem
Corpos Voluntários de Bombeiros. Em Durlach, em 1846, surge a segunda corporação e nasce em Berlim, no ano
de 1851, o primeiro Corpo de Bombeiro profissional.
Rapidamente, em razão da evolução cada vez mais acelerada das cidades, foram surgindo corporações de combate
ao fogo em muitos países do mundo. Nos Estados Unidos, a iniciativa coube ao grande Benjamin Franklin,em 1736,
que criou, na Filadélfia, o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários da América. Em Portugal, a história dos
Bombeiros na era moderna começa no ano de 1794, com a destacada participação de um brasileiro nascido na
Bahia, Guilherme Gomes Fernandes, que juntamente com outros idealistas criou a associação dos Bombeiros
Voluntários do Porto. O brasileiro Gomes Fernandes, um abnegado da causa, foi considerado o "maior bombeiro do
mundo", criando as bases do sólido movimento português de defesa civil, com base na multiplicação pelo território
português de grupamentos voluntários de combate ao fogo.
No Chile, o primeiro corpo de bombeiros, também de caráter voluntário, foi criado em 1851, na cidade de
Valparaíso. Em 1863, foi criada a Corporação de Santiago.
No Brasil, o primeiro Corpo de Bombeiros foi criado oficialmente pelo decreto 1.775, assinado por D. Pedro II, em 02
de Julho de 1856, instala-se no Rio de Janeiro, então, o Corpo de Bombeiros da Corte. Antes, porém, desde 1763,
os incêndios no Rio de Janeiro eram combatidos pelo pessoal do Arsenal da Marinha, de forma provisória.
A evolução técnica, o aperfeiçoamento dos equipamentos, a utilização de bombas mecânicas, manuais e
motorizadas, a substituição dos baldes de pano por mangueiras de tecido, os caminhões tanque, os autobombas, as
escadas Magirus, as bombas Metz, até os macacos hidráulicos e as roupas especiais que permitem o acesso de
bombeiros a locais em chamas, tudo isto se deve às maravilhas da revolução industrial, de 1760 aos nossos dias.

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2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS

1850: ocorre um incêndio na Rua do Rosário (atual Rua XV de Novembro), o incêndio é extinto por uma
bomba manual emprestada por um francês chamado Marcelino Gerard.

1852: em decorrência de tal incêndio, é apresentado na Assembléia Provincial, pelo então Brigadeiro
Machado de Oliveira um Projeto de Lei de um Código sobre Prevenção de Incêndios, ficando o povo, por lei,
obrigado a cooperar com a Polícia nos dias de incêndio.

1856: surge o Corpo de Bombeiros da Corte (atual Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro).

Entre 1860 e 1870: registro de diversas ocorrências de incêndios: livraria na Rua do Carmo em SP; loja de
ferragens; barril de pólvora explode no centro da cidade de São Paulo; etc.

1880: depois de um incêndio na Faculdade de Direito em SP é determinada à criação Oficial do Corpo de


Bombeiros (10 de março de 1880). O então Alferes José Severino Dias é designado em 24 de julho Comandante da
Seção de Bombeiros com 20 homens (praças).

1890: elevação à categoria de "Companhia de Bombeiros". O efetivo aumenta para 60 homens. O Comandante
passa a ser um Capitão.

1900: unem-se todas as forças policiais em uma só "FORÇA PÚBLICA". É criado o Corpo Municipal de Bombeiros
de Campinas, seu efetivo inicial era de oito homens.

1911: são colocadas em todos os bairros da cidade de São Paulo, 160 novas caixas de avisos de incêndio.

1942: primeiro convênio entre o Estado e a Prefeitura de São Paulo. O Corpo de Bombeiros passa a ser Estadual.

1964: grande compra de Auto-Bombas (o famoso “Volta ao Mundo").

1972: em 24 de fevereiro, ocorre o incêndio do Edifício Andraus de 31 andares, teve seu início no 4º andar, 16
pessoas morrem e 375 ficam feridas, o Corpo de Bombeiros envia 31 viaturas e dezenas de carros pipas. O
Incêndio provoca o surgimento de um Grupo de Trabalho para estudar e propor reforma dos Serviços de Bombeiros.
Incêndio no Edifício Joelma

1974: em 01/fevereiro ocorre incêndio no Edifício Joelma de 23 andares, 189


pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros envia 26 viaturas e 318 bombeiros.

1975: ocorre a preconizada reestruturação dos serviços de bombeiros. Em razão


do incêndio do Joelma, é publicado o novo Código de Obras de São Paulo.

1979: entra em funcionamento o telefone 193. É firmado novo convênio entre o


Estado e a Prefeitura.

1981: em 14 de fevereiro, ocorre um incêndio na Av.Paulista, no edifício Grande


Avenida de 23 andares, foto ao lado. O Corpo de Bombeiros envia ao local 20 viaturas e
300 bombeiros, 17 pessoas morrem e 53 são feridas, entre elas 11 bombeiros e 10 do
efetivo do Comando de Operações Especiais da PM.

1983: incêndio na Vila Socó, em Cubatão, deixou 93 mortos.

1984: vazamento de gás na fábrica da Union Carbide, em Bhopal, na Índia, matou 3.700
pessoas.

1986: O reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, teve um acidente no


dia 26 de abril. Oficialmente, os mortos foram 31, entre bombeiros e técnicos da usina. Sete anos depois, o governo
ucraniano reconheceu a morte de 7 mil a 10 mil pessoas. O incêndio do reator durou dez dias e houve duas
explosões. Cerca de 500 mil pessoas foram retiradas de 170 cidades depois do acidente. Pripiat, a 3 quilômetros da
usina, tinha 55 mil habitantes. Hoje, é uma cidade-fantasma. Os prejuízos da catástrofe são calculados em 400
bilhões de dólares e 7 milhões de pessoas ainda vivem em regiões que sofreram radiação.

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1987: incêndio no edifício CESP em SP, no dia 21 de Maio. O conjunto tinha 2 blocos, um com 21 e outro com 27
pavimentos. Houve desabamento parcial da estrutura.

1995: em 29 de janeiro, ocorre uma explosão em uma loja de fogos no bairro de Pirituba na capital paulista, 33
casas são atingidas e 15 pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros enviou ao local 15 viaturas e 62 bombeiros.

1996: ocorre em 11 de junho uma explosão no Shopping Center Plaza de Osasco causada por vazamento de GLP
sob o piso da área de restaurantes, 41 pessoas morrem e mais de 480 pessoas são feridas, o Corpo de Bombeiros
envia para o local 38 viaturas e 167 bombeiros.

1997: é lançado o Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros, com mais de 360 páginas e mais de 880
ilustrações, o manual aborda 18 temas ligados às principais áreas de atuação dos serviços de bombeiros. A Sirene,
popularmente conhecida como Bitonal (dois tons lá-lá/ré-ré), com quatro cornetas, freqüência de 435/450 Hz e
580/600 Hz, com alcance audível a 7 m, passa a ser destinada, para uso exclusivo do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo. É apresentada a nova viatura de Comando de Operações, destinada a ser
empregada em grandes ocorrências servindo sempre como Posto de Comando.

2001: a explosão da plataforma submarina P-36, da Petrobrás, em 15 de março, na Bacia de Campos, no Rio de
Janeiro, matou 11 pessoas que trabalhavam no local. Quatro aviões foram seqüestrados nos Estados Unidos por
membros da organização terrorista Al Qaeda, sendo dois deles foram lançados contra as torres que formavam o
complexo empresarial World Trade Center (WTC), em Nova York e um contra o Pentágono, em Washington. No
total de 2.752 pessoas morreram vítimas do atentado.

2003: Incêndio provoca morte de 2 crianças, de 7 e 3 anos, na casa em que moravam, no Jardim São Gerônimo, em
Americana-SP, na madrugada de ontem. Carla Fernandes de Oliveira, de 3 anos, e Jonhny Fernandes de Oliveira
de 7, chegaram a ser levados por um vizinho ao hospital Municipal de Americana, mas morreram quando recebiam
atendimento. A casa teve a energia elétrica cortada por falta de pagamento, segundo Polícia Militar. Para que os
filhos não dormissem no escuro, a mãe, Juliana Fernandes Cruz, de 25 anos, acendeu uma vela no quarto e foi se
deitar. A vela caiu em um colchão e deu início ao incêndio, acredita a polícia.

2005: Incêndio causa morte de uma pessoa em Lisboa, Portugal, no dia 20 de julho - mais de 3.000 bombeiros
estão mobilizados no combate a incêndios causados pela pior seca que já atingiu Portugal em mais de seis décadas
e que, nesta quarta-feira, causaram a morte de uma pessoa idosa e forçaram a desocupação de quatro vilarejos,
disseram oficiais. O corpo carbonizado de um idoso de cerca de 60 anos foi encontrado perto de sua casa nas
proximidades de Alvaiazere, a 160 quilômetros a nordeste de Lisboa, contou um vereador da localidade.
"Encontramos o corpo já queimado. Ele devia estar tentando apagar o fogo mas não conseguiu," disse Abel Reias à
agência local de notícias Lusa. Um incêndio próximo à cidade central de Pombal ameaça dois vilarejos e levou ao
fechamento temporário pelo segundo dia seguido de uma das mais movimentadas estradas do país que liga Lisboa
à Cidade do Porto.

2006: cinco crianças, com idades entre 1 e 7 anos, morreram na madrugada do dia 22/05/06, em conseqüência de
um incêndio no bairro Cristal, em Vacaria (RS). Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas --todas da mesma
família-- estavam sob os cuidados de uma menina de 13 anos, que conseguiu escapar quando percebeu o fogo. Os
bombeiros dizem que a mãe, de 28 anos, havia saído para trabalhar. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido
causado por velas. Além do frio que atingia a região, a casa estava sem energia elétrica. O fogo começou por volta
da 1h30. Os bombeiros foram acionados, mas, quando chegaram, a casa já havia sido destruída.

2007: um incêndio atingiu na manhã do dia 18/12 num galpão de uma indústria
farmacêutica, próximo à rodovia Castelo Branco, em Barueri (SP). O fogo começou por
volta das 6h e as chamas foram controladas entre 8h e 8h30 pelos bombeiros. Parte do
teto do prédio desabou. O Corpo de Bombeiros de Barueri teve de chamar reforço dos
batalhões da capital para conter as chamas. Um total de 20 viaturas foi deslocado para o
local. As labaredas chegaram a atingir uma altura de quase 10 m. As ruas próximas ao
local foram interditadas.

2007: incêndio no Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, ocorrido no dia 24/12,
provocou correria e obrigou a remoção dos pacientes internados. Um deles, Raimundo Nonato de Azevedo, 56,
morreu poucas horas depois. Para o HC, a morte não tem relação com a remoção. Investigações preliminares
indicam que o incêndio começou com um curto-circuito em uma subestação do prédio, e que a fumaça se espalhou
por todos os andares pela tubulação de ar-condicionado.

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3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

3.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL


Capítulo III – Da Segurança
Artigo 24 – Inciso I: O Estado pode legislar concorrentemente com a União a respeito do Direito Urbanístico,
na área de prevenção de incêndio.
Artigo 144 - Parágrafo Quinto: Às Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos Corpos de Bombeiros Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

3.2. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT


Capítulo V do Título II – Artigo 200 – Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições
complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade
ou setor de trabalho, especialmente: ... IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas
adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-
fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e
saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.

3.3. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL


Capítulo III – Da Segurança Pública – Artigo 142 – Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas
em lei, incumbe a execução de atividade de defesa civil, ...
Lei Estadual nº 616, de 17 de Dezembro de 1974 – Organização Básica da PM - Título I – Capítulo Único –
Artigo 2º - Inciso V – Compete a Polícia Militar realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios,
simultaneamente como de proteção e salvamento de vidas humanas e materiais, no local do sinistro, bem
como o de busca e salvamento, prestando socorros em casos de afogamento, inundações, desabamentos,
acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas.

3.4. LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO


Lei Estadual nº 684/75 – Lei de Convênio – Artigo 3º – Os municípios obrigarão a autorizar o órgão
competente do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, a pronunciar-se nos processos referentes à
aprovação de projetos e à concessão de alvarás para construção de projetos e à concessão de alvarás para
construção, reforma ou conservação de imóveis, somente serão aprovados ou expedidos se verificada pelo
órgão, a fiel observância das normas técnicas de prevenção e segurança contra incêndios. Parágrafo Único
– A autorização de que trata este artigo é extensiva à vistoria para concessão de avara de “habite-se” e de
funcionamento...
Portaria 3.214/78 aprova as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho dentre elas a
NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndios, revisada pela Portaria.
Decreto Estadual nº 46.076/01 – Institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndio no Estado de SP.
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de SP – são no total de 38 Instruções Técnicas (IT).
Normas Técnicas da ABNT: dentre todas destacamos algumas relativas ao curso
NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas (02/2001);
NBR 6135 – Chuveiros Automáticos para Extinção de Incêndio (04/1992);
NBR 7532 – Identificadores de Extintores de Incêndio – Dimensões e Cores (04/2000);
NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios (05/1993);
NBR 9441 – Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio (03/1998);
NBR 5410 – Sistema Elétrico;
NBR 5414 – Sistema de Pára-raios;
NBR 10897 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático (01/1990);
NBR 10898 – Sistema de Iluminação de Emergência (09/1999);
NBR 11711 – Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira para isolamento de riscos em
ambientes comerciais e industriais (04/1992);
NBR 11742 – Porta Corta-Fogo para Saída de Emergência – Especificação (01/1997);
NBR 11785 – Barra Antipânico – Requisitos (05/1997);
NBR 12615 – Sistema de Combate a Incêndio por Espuma;
NBR 12962 – Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio (02/1998);
NBR 13435 – Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico;
NBR 13437 – Símbolos Gráficos para Sinalização Contra Incêndio e Pânico;
NBR 13714 – Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando;
NBR 13932 – Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Projeto e Execução (08/1997);
NBR 13933 – Instalações Internas de Gás Natural (GN) – Projeto e Execução (08/1997);
NBR 13523 – Central Predial de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e Execução (10/1995);
NBR 14024 – Centrais Prediais e Industriais de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Sistema de
Abastecimento a Granel (12/1997);
NBR 14276 – Programa de Brigada de Incêndio.

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4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO
O fogo é uma das principais e mais antigas fontes de energia. Desde a antiguidade,
vem sendo um auxiliar inestimável ao homem. Quando o homem primitivo conseguiu
o controle sobre as chamas iniciou-se um processo de desenvolvimento que se
prolonga e se moderniza em nossos dias. O calor produzido pelo fogo, quer seja o
aconchegante, na lareira, ou o com força violenta de um alto forno, capaz de fundir o
mais duro dos metais, sempre está presente na vida do homem, principalmente nos
dias de hoje. No entanto esse mesmo fogo, que tanto tem contribuído para o
desenvolvimento da humanidade, quando fora de controle, transforma-se num dos mais cruéis inimigos,
ceifando vidas e causando prejuízos incalculáveis.

4.1. DEFINIÇÃO DE FOGO


Alguns autores fazem uma separação entre os conceitos de FOGO e INCÊNDIO, a maioria deles definem
que o primeiro ocorre de forma controlada, objetivando, normalmente, o benefício do próprio homem, e o
segundo tem sua ocorrência fora de controle e com prejuízos materiais e humanos incalculáveis.
Mas fogo e incêndio apresentam a mesma definição lingüística; sob ponto de vista químico, são definidos
como uma reação química exotérmica, isto é, libera energia. Esta reação, normalmente, denominada de
combustão envolve a oxidação rápida de um combustível resultando em subprodutos e calor.
Por exemplo, quando uma vela queima, ocorre o derretimento da cera, isto permite o aparecimento do pavio
que manterá a chama acessa e fará com que a cera continue derretendo e a gerar vapor inflamável. Este
vapor é o que queima, formando a chama.
O fogo é, portanto, um processo químico de transformação e para que se inicie é necessário existir a
presença de três elementos: combustível, comburente e calor.

5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO

5.1. TRIÂNGULO DO FOGO


Embora seja um conceito antigo, o Triângulo do Fogo é ainda muito
aceito e também se torna mais fácil começarmos o estudo por ele.
No Triângulo do Fogo três fatores são necessários para que haja fogo:
combustível, comburente e calor.

5.1.1. COMBUSTÍVEL
É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão,
permitindo a propagação do fogo. Pode ser sólido (papel, madeira,
tecidos, borracha, etc), líquido (álcool, gasolina, éter, etc) ou gasoso
(acetileno, butano, propano, etc). É um elemento essencial para o fogo,
porque o alimenta. Não existindo o que queimar, não há fogo.
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator muito importante para
determinar a razão de queima, ou seja, a quantidade do material
queimando na unidade de tempo, que está associado à quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação
da temperatura do ambiente. Um material sólido com igual massa e com área específica diferente, por
2 2
exemplo, de 1m e 10m , queima em tempos inversamente proporcionais; porém, libera a mesma
quantidade de calor. No entanto, a temperatura atingida no segundo caso será bem maior.
É importante observar que no caso de um combustível que está no estado sólido ou líquido, haverá a
necessidade de ser aquecido, para a liberação de vapores ou gases, só assim poderá ocorrer à combustão.
Outro fator importante para a combustão em combustível é a forma física que se apresenta o combustível,
por exemplo, a velocidade de propagação de um incêndio na serragem de madeira é muito maior do que
numa madeira maciça, mesmo que a composição seja a mesma.

5.1.2. COMBURENTE
Elemento ativador do fogo, o comburente possibilita vida às chamas, e intensifica a combustão. Alguns
autores o definem como a mistura que contém o oxidante em concentração suficiente para que em seu meio
se desenvolva a reação de combustão. O principal comburente existente em praticamente todos os
ambientes, já na concentração necessária para combustão, é o oxigênio. Normalmente o ar atmosférico é
composto de 20,99% de oxigênio, 78,03% de nitrogênio, 0,88% de gases nobres (Ar, H2, He, Ne, Kr) e 0,1%
de carbono. Abaixo de 14% de oxigênio, a maioria dos materiais combustíveis não mantém a chama, já em
concentrações menores de 8%, é certo que já não mais existe fogo. Sem o comburente não poderá haver
fogo. Ambiente pobre de oxigênio o fogo quase não produz chamas, enquanto que, no ambiente rico de
oxigênio elas são intensas, brilhantes e de elevadas temperaturas. É de se ressaltar, todavia, que existem
substâncias que possuem na sua estrutura grandes quantidades de oxigênio (agentes oxidantes), liberando-
o durante a queima. Estas substâncias, conseqüentemente, podem manter combustão em ambientes, onde
não existia oxigênio em proporções adequadas, para que possa ocorrer o fogo, como é o caso da pólvora,
que pode queimar-se em qualquer lugar com ou sem a presença do ar.

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5.1.3. CALOR
Elemento que dá início ao fogo. É a energia de ativação do fogo. É responsável pela propagação pelo
combustível o suficiente
iente para elevar a temperatura de um material até atingir o ponto de combustão ou de
ignição.
Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição,
constatamos que a ciência de prevenção de incêndios repousa no controle das fontes de calor.
Sabemos que o calor é gerado da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.
FONTES DE IGNIÇÃO:
 TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta;
 QUÍMICA:
ICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição,
decomposição, etc.;
 MECÂNICA: quando a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais como
compressão, fricção, atrito, etc.;
 NUCLEAR: quando
uando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de
átomos radioativos.

5.2. TETRAEDRO DO FOGO


A presença dos três elementos do Triângulo do
Fogo
ogo não indica necessariamente que teremos
uma combustão, pois há necessidade de
condições
es propícias para que haja a combustão.
As abordagens mais modernas tratam o fogo
como uma reação de oxidação, que ocorre no
princípio do Tetraedro do Fogo,
ogo, ou seja, além do
combustível, comburente e calor, aparece, um
quarto elemento, a reação química em cadeia, ou
simplesmente reação química ou ainda reação em
cadeia, ocorrendo quando o fogo se auto-alimenta.
auto
REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA
Ocorre quando o combustível,
ombustível, o oxigênio e o calor
atingem condições favoráveis, misturando-se
misturando em
proporções ideais, ocorrendodo assim a reação em
cadeia e surgindo o fogo.
De outra forma podemos conceituar: quando
quando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é
decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez
calor para
ra o combustível, formando um ciclo constante.

5.3. COMBUSTÃO
É uma reação química de oxidação, auto-sustentável,
auto com liberação de luz,
calor, fumaça e gases. Existem basicamente três formas de combustão.

5.3.1. COMBUSTÃO COMPLETA


É aquela em que a queima produz calor
cal e chamas e se processa em ambiente
rico em comburente, sem deixar resíduos.

5.3.2. COMBUSTÃO INCOMPLETA


A queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente,
deixando resíduos, principalmente gasosos, como exemplo a fumaça
fumaça preta do cano de escape dos veículos.

5.3.3. COMBUSTÃO ESPONTÂNEA


É aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que
fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor e libera gases,
ou seja, podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo
branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que entram em ignição espontaneamente
quando em contato com o ar. Outros os exemplos: carvão, amedoim, feno, óleo de peixe, óleo de linhaça,
roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de
pinho, sabão em pó, serragem de madeira, etc.
Um bom exemplo de combustão espontânea
espontânea pode ocorrer em materiais fibrosos, quando umedecidos com
óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso
país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de oxigênio no
ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia liberada
libera vai
aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição.
Este processo é normalmente muito lento
lento e pode levar, dias, semanas e até meses.
Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e
armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo
de calor
or gerado nas reações, evitando que atinja a sua temperatura de ignição.
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6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA
Tanto no combate a incêndios, como na sua prevenção, devemos conhecer as propriedades dos diversos
corpos, ou seja, como estes corpos se comportam em relação ao calor.

6.1. PONTO DE FULGOR (FLASH POINT)


É a temperatura mínima, na qual os corpos combustíveis começam a desprender vapores, que se
incendeiam em contato com uma fonte externa de calor, entretanto a chama não se mantém devido à
insuficiência na quantidade de vapores. De outra forma podemos definir como sendo a maior temperatura na
qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para que a mistura de vapor e ar, logo acima
da sua superfície, propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição. Considerando a
temperatura ambiente numa região de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor
de 15ºC, significa que o produto nessas condições já está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas
uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o
ponto de fulgor do produto for de 30ºC, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis. Então,
conforme acima descrito, o conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente.
Alguns combustíveis têm seu ponto de fulgor abaixo da temperatura ambiente. Estes, logicamente, não
necessitam ser aquecidos para poderem estar em condições de queimar, são os combustíveis voláteis, ou
seja, que desprendem gases inflamáveis a uma temperatura ambiente e mesmo abaixo dela.

6.2. PONTO DE COMBUSTÃO


É a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, quando em contato
com uma chama ou uma centelha, entram em combustão e continuam a queimar. Ou seja, o corpo
combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região
imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato com uma chama,
mantendo a combustão após a retirada da chama.
A diferença entre o ponto de fulgor e o ponto de combustão para o mesmo combustível, normalmente é
cerca de 3 a 4 graus centígrados, isto é, muito pequena.

6.3. PONTO DE IGNIÇÃO


Também chamado de ponto de auto-ignição, é a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos
corpos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de
qualquer fonte de calor, ou seja, o corpo combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar
com o ar uma mistura inflamável.
Raros combustíveis têm o ponto de ignição tão baixo que se inflamam espontaneamente à temperatura
ambiente, como por exemplo, o fósforo amarelo, que tem o ponto de ignição aos 30 ºC.

6.4. PONTO DE EBULIÇÃO


Temperatura na qual a pressão de vapor de um líquido excede ligeiramente a pressão da atmosfera logo
acima do líquido. Em temperaturas abaixo do ponto de ebulição a evaporação ocorre apenas na superfície
do líquido. Durante a ebulição o vapor se forma dentro do líquido, subindo na forma de bolhas. O exemplo
mais típico é o da água fervendo. Se aumentarmos a pressão sobre o líquido, a temperatura que define o
Ponto de Ebulição também aumenta até um valor máximo chamado Temperatura Crítica. Para a água, a
Temperatura Crítica é de 374°C, para 217 atmosferas.
Quando a pressão diminui, o ponto de ebulição também cai. A uma pressão de 0,006 atm a água entra em
ebulição a 0 °C.

6.5. OXIDAÇÃO LENTA


É a energia desprendida na reação, é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na
área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o
papel, quando fica amarelo, que são oxidações (ou queimas) muito lentas. A propagação ocorre lentamente,
com velocidade praticamente nula. Chama-se oxidação, pois é o oxigênio que entra em transformação,
ajudando a queima das substâncias.

6.6. PIRÓLISE
Também chamada de carbonização, é uma decomposição química por calor na ausência de oxigênio,
produzindo mais energia do que é consumida. É um processo muito usado no tratamento de resíduos.

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6.7. LIMITES DE INFLAMABILIDADE
Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura
chamada “ideal” entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível, portanto Mistura Ideal (MI) define-se
como a concentração de combustível em relação ao ar mais eficiente, que produz uma temperatura mais
alta, com uma reação maior e mais rápida.
A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21% em volume. Já a quantidade de
gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas
constantes: o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e o Limite Superior de Explosividade (LSE).
LIMITE INFERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a mínima concentração do gás ou vapor que, misturada ao ar
atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição.
Concentrações de gás abaixo do LIE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de
oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de “mistura pobre”.
LIMITE SUPERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar
atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações
de gás acima do LSE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena
quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada “mistura rica”.
Para cada gás ou vapor há uma concentração específica, onde o teor de Gás(ou Vapor)/Oxigênio que
definirá os Limites de Inflamabilidade para que ocorra uma queima. Para um melhor desempenho de
combustão de um gás, devem-se conhecer as misturas ideais, que é a porcentagem exata da quantidade de
cada material para haver uma melhor queima. A seguir alguns Limites de Inflamabilidade:

PROPANO
0% 2% 10% 100%
mistura faixa de
mistura rica
pobre inflamabilidade
LII LSI
Este exemplo mostra que a Faixa de Inflamabilidade para o propano é pequena,
sendo que a maioria das misturas propano/oxigênio não é inflamável.
Em uma Mistura Ideal, um gás ou um vapor se queima rapidamente, sendo que
num limite desfavorável (LII ou LSI) o gás apenas se inflama. Abaixo, o gráfico
mostra o desenvolvimento de acordo com os Limites de Inflamabilidade:

MONÓXIDO DE CARBONO
0% 12% 74% 100%
mistura
faixa de inflamabilidade mistura rica
pobre
LII LSI

ACETILENO
0% 2% 80% 100%
mistura
pobre
faixa de inflamabilidade mistura rica
LII LSI

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PROPRIEDADES DE DIVERSOS GASES (à 15 ºC e 1 atm)

a – À temperatura de 0 ºC e 1 atm; b – Ar Teórico; c – Ver tabela a seguir;


Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE

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6.8. EXPLOSÃO
É um processo onde ocorre uma rápida e violenta liberação de energia, associado a uma expansão de
gases acarretando o aumento da pressão acima da pressão atmosférica. É a queima de gases ou partículas
sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados. É um fenômeno onde ondas de pressão que
provocam efeitos destrutivos, capaz de provocar a liberação repentina de uma força ou grande volume de
energia, deslocamento violento de ar ou gás causando um estrondo.
Devemos ter um cuidado muito grande com combustíveis líquidos armazenados em tanques, pois acima da
temperatura de fulgor, liberam vapores que podem explodir (num ambiente fechado) na presença de uma
fonte de calor.
Outra forma de explosão é a reação química violenta e instantânea que pode ocorre entre dois produtos
químicos incompatíveis, pois esta reação provoca uma pressão anormal, ocasionando a explosão.
A deflagração e a detonação podem ser classificadas como dois tipos de explosão, pois nestes dois casos
podem ocorrer efeitos destrutivos, quando o ambiente não consegue suportar a pressão gerada.
A velocidade que ocorre a explosão é característica de cada formulação e é influenciada pelo diâmetro do
recipiente, grau de confinamento, tipo de iniciação, presença de água e outros fatores.

6.9. DEFLAGRAÇÃO
A velocidade da propagação é superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s, no entanto há uma elevação na
pressão com valores limitados entre 1 a 10 vezes a pressão inicial. Podem ocorrer à deflagração com a
pólvora, algumas poeiras combustíveis e vapores líquidos.

6.10. DETONAÇÃO
A velocidade de detonação comum em gases estão entre os 1.800 m/s e os 3.000 m/s e em sólidos estão
entre os 6.000 m/s e os 8.000 m/s. Portanto a velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela
descontinuidade das ondas de pressão gerada, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 10 vezes a
pressão inicial. Pode ocorrer com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e em circunstâncias especiais,
com a mistura de gases e vapores em espaços confinados.

6.11. ELETRICIDADE ESTÁTICA


Todo corpo em atrito com outro produz uma quantidade de eletricidade estática. Por exemplo: um
automóvel, ao correr por uma estrada, acumula essa eletricidade pelo próprio atrito com o ar. No caso de um
caminhão, transportando líquido inflamável, haverá o perigo de uma centelha provocar incêndio. Isto será
evitada com a conexão de um fio terra, que descarregue no chão a eletricidade acumulada, motivo pelo qual
os caminhões tanques dispõem de uma corrente que se arrasta pelo chão. Da mesma forma, em uma
indústria, líquidos inflamáveis conduzidos no interior de uma tubulação, ou passando de um recipiente para
outro, acumularão eletricidade estática, requerendo sistema de aterramento e cuidados especiais no seu
manuseio.

7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO
A possibilidade de um foco ou princípio de incêndio extinguir ou
evoluir para um grande incêndio depende basicamente dos
seguintes fatores:
a) quantidade, volume e espaçamento dos materiais
combustíveis no local;
b) tipo de combustível da queima;
c) tipo de ambiente e dimensão do local (fechado, aberto, pé
direito, paredes, etc.);
d) velocidade e direção do vento.

7.1. FASES DE UM INCÊNDIO


Nos edifícios ou construções, contendo incêndio confinado, o fogo passará por três fases: inicial ou
incipiente; de produção de chamas ou fase da queima livre; e a fase de combustão lenta.

i) FASE INICIAL
A primeira fase inicia-se quando se atinge o Ponto de Combustão inicial do material combustível e
caracteriza-se por grandes variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação
sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a alimentação de ar.
A combustão não reduziu o oxigênio do ambiente significativamente, há em torno de 20% de oxigênio, e o
fogo está produzindo vapor de água, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros gases. O fogo
progride lentamente, uma vez que a maioria do calor que gera está sendo consumido para aquecer o
ambiente, que tem a sua temperatura nesta fase em torno de 38ºC, no entanto produz uma chama com
temperatura acima de 537ºC. Nesta fase, não há um risco muito grande ainda, porém, dependendo do
combustível que está queimando, podem existir fumaça e gases nocivos.
Nesta frase é muito importante uma ação rápida e eficaz de combate para evitar a propagação do fogo,
sendo os primeiros minutos e até segundos muito importantes para o controle.

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ii) FASE DA QUEIMA LIVRE
É uma fase de grande extensão, vai da fase inicial até a fase da queima lenta, normalmente há necessidade
de combate por profissionais (bombeiros) e os prejuízos causados podem ser catastróficos.
O ar rico em oxigênio é atraído pelas chamas, enquanto os gases quentes levam o calor até o teto, formando
uma camada de fumaça. Esta fumaça se deposita lateralmente do topo para baixo forçando o ar fresco a
procurar níveis mais baixos e entrar em contato com a chama, participando da reação química.
A temperatura do ambiente irá aumentar paulatinamente, até o ponto que, na etapa mais adiantada, a parte
superior do ambiente tenha temperatura acima de 700 ºC. À medida que o fogo progride, continua a aquecer
o ambiente e a consumir o oxigênio, e se não houver ventilação, os gases da combustão não terão como
reagir e permanecerão no recinto. O fogo é então levado à fase da queima lenta e uma ventilação
inadequada fará com que o fogo volte a arder com grande intensidade ou, até mesmo, explodir o ambiente.

iii) FASE DE QUEIMA LENTA


Nesta fase a porcentagem de oxigênio no ambiente é pequena, o que levará a combustão a ter pouca ou
nenhuma chama. O ambiente está repleto de produtos da combustão que não se queimaram devido ao
baixo nível de O2, porém estão superaquecidos em decorrência do calor que foi gerado na fase da queima
livre. Os produtos da combustão estão acima de 537ºC. Com uma ventilação inadequada, estes produtos
poderão explodir quando entrarem em reação com o oxigênio, o que se chama de “Backdraft”.

7.2. FENÔMENOS DECORRENTES DE UM INCÊNDIO

7.2.1. BACKDRAFT

i) REDUÇÃO DO SUPRIMENTO DE OXIGÊNIO NO INCÊNDIO


Em geral, os gases quentes gerados no fogo aumentarão rapidamente e
haverá o arraste de ar para o fogo. Havendo um suprimento de ar
adequado, o fogo continuará queimando e crescerá de acordo com o
combustível disponível. Se houver restrição do suprimento de ar no
compartimento, o oxigênio do ar será utilizado mais rapidamente do que a
sua substituição. O próximo efeito será a progressiva diminuição da
concentração de oxigênio dos gases no compartimento. Possivelmente,
combinado com o crescimento da temperatura. Com a redução da
concentração de oxigênio no compartimento, as chamas começarão a
diminuir, mas isto não resultará de imediato na redução da produção de gases inflamáveis.
Talvez ainda haja chamas, ou elas acabaram totalmente. Neste estágio, dependendo do tamanho relativo do
fogo e do compartimento, o gás inflamável poderá ser gerado para a propagação do fogo no local confinado.
Isto requer apenas um novo suprimento de O2, causado, por exemplo, pela abertura de uma porta, para
formar uma mistura explosiva e letal conseqüência de “backdraf”’.

ii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “BACKDRAFT”

a) LOGO APÓS A ABERTURA DE UMA PORTA


Se o fogo continua queimando no compartimento quando o bombeiro abre a porta, principalmente se os
gases da combustão não estão escapando. O ar que entra pela porta, provavelmente, se mistura com os
gases inflamáveis formando uma mistura explosiva.
Se os gases do compartimento estão suficientemente quentes, eles então irão gerar uma auto-ignição na
entrada da porta, e a chama irá se propagar para dentro do compartimento, juntamente com o suprimento de
ar fresco. Isto resultará um rápido crescimento do fogo, mas não necessariamente um “Backdraft”.
Se os gases no compartimento não estão suficientemente quentes, eles poderão iniciar a queima quando o
oxigênio atingir os gases que circundam o fogo. A chama percorrerá ao longo do compartimento em direção
a porta, resultando a chama lançada em direção a porta, dirigida pela expansão dos gases atrás dela. Isto
não é fácil de ser previsto quando pode ocorrer ou quanto irá durar, uma vez que a porta tenha sido aberta.
Isto dependerá onde o fogo está no compartimento, da taxa da vazão de ar que entra pela porta e se os
gases quentes podem escapar sem a mistura com o ar que entra.

b) APÓS ADENTRAR NO RECINTO


A situação mais perigosa pode ocorrer quando o fogo no compartimento estiver praticamente extinto.
Quando a porta é aberta, a vazão de ar que entra e a mistura explosiva será gerada, mas nada acontece
porque neste momento não há imediata fonte de ignição. Se o bombeiro entra no compartimento, suas
atividades, por exemplo, podem gerar uma fonte de ignição, iniciando um “Backdraft” retardado, porém,
nesta situação os bombeiros estarão dentro do compartimento e cercados pelas chamas.

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iii) SINAIS E SINTOMAS DE UM “BACKDRAFT”
O primeiro sinal para a possibilidade de um “Backdraft” é a história do fogo, se o fogo esta queimando por
algum tempo, e tem gerado muita fumaça que passa a sair da edificação, e aparentemente está morto,
apagado sem grandes áreas com chamas visível do lado de fora, a possibilidade é que está sem oxigênio.
 alta temperatura no interior do ambiente;
 fumaça escura e densa, mudando de cor para cinza-amarelada, saindo das frestas do ambiente em
forma de lufadas;
 pouca ou nenhuma chama;
 ruído anormal; e
 rápido movimento de ar para dentro do ambiente pelas frestas ou por aberturas realizadas (sinais de
consumo de oxigênio).

iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO


Uma vez que a porta do compartimento com fogo tenha sido aberta com deficiência de oxigênio e ar fresco
passou a entrar, há pouca coisa para fazer e prevenir o “Backdraft”, muito melhor é tomar a correta decisão
antes de abrir a porta.
Quando você encontra uma porta fechada, e não sabe o que está do lado de dentro, deveremos checar os
sinais e sintomas descritos antes de abrir, cobrindo a porta com um esguicho pressurizado, para decidir abrir
ou não. Se houver saída de fumaça para parte externa da edificação, a possibilidade de “Backdraft” pode ser
reduzida espalhando esses gases com o esguicho antes de abrir a porta. Caso se abra a porta devemos
estar em posição de poder fechar a porta rapidamente, se o “Backdraft” estiver evidente sua eminência de
ocorrer. Isto talvez não evite o “Backdraft”, mas direcionara sua força para o lado oposto ao bombeiro.
De qualquer forma o compartimento deverá ser inspecionado eventualmente. A prioridade é agir
seguramente para os bombeiros entrar. Como já foi dito o “Backdraft” ocorrera somente quando ar fresco
entrar no ambiente. É possível o bombeiro combater o fogo em uma atmosfera inflamável desde que seja
assegurado que não haverá oportunidade para mudança do cenário e entrada de ar fresco no local enquanto
o bombeiro estiver dentro. É difícil estar seguro, os vidros poderão quebrar, alguém desvairado poderá abrir
outra porta do compartimento. Seguramente e decisão mais eficaz é remover os gases inflamáveis do
ambiente executando a ventilação.
Importante lembrar que para isto a ventilação requer que ar fresco entre dentro do compartimento. Sendo
assim pode ocorrer o “Backdraft” durante a ventilação, por isto decisões apropriadas devem ser observadas.

7.2.2. O FENÔMENO “FLASHOVER”


Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e
janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos
por convecção e radiação acarretando um momento denominado de
“inflamação generalizada – Flash Over”, que se caracteriza pelo envolvimento
total do ambiente pelo fogo e pela emissão de gases inflamáveis através de
portas e janelas, que se queimam no exterior do edifício. Neste momento
torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente. O tempo gasto
para o incêndio alcançar o ponto de Inflamação Generalizada é relativamente
curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos
utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em que o fogo
comece a se desenvolver exerçam grande influência.
Fase anterior ao Flashover: grande desenvolvimento
de fumaça e gases, acumulando-se no nível do teto

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i) FORMAÇÃO DO “FLASHOVER”
Uma camada de fumaça subirá até o teto quando a mesma ficará confinada em um compartimento, na
mesma velocidade com que ela é gerada. Contudo, se houver combustível que ainda não estiver queimando
no compartimento, haverá um ambiente instável. Inicialmente, as chamas não alcançarão o teto e a
propagação do fogo estará limitada a materiais inflamáveis próximos a sua base, que entrarão em ignição
pela radiação do calor da nuvem de fumaça.
A altura da chama aumentará até alcançar o teto. Ela agora começará a se propagar pelo compartimento.
Na camada de gás quente com as chamas queimando, junto ao teto, acima da camada de fumaça, onde o ar
estiver sendo arrastado e no limite entre a camada de gás quente e ar que não está envolvido na
combustão, fazendo com que os gases inflamáveis possam reagir com o oxigênio.
Uma vez que a chama começou a se propagar no compartimento no nível do limite entre os gases quentes e
o ar do ambiente, isto aumentará a radiação térmica dos produtos quentes da combustão que estiverem ali.
Os outros materiais inflamáveis no compartimento aumentarão de temperatura rapidamente. Eles não
somente serão aquecidos ao lado da nuvem de fumaça, mas também serão aquecidos pela parte superior,
onde as chamas e os produtos quentes de combustão poderiam estar muito próximos, dependendo da altura
do limite (entre o ar e teto).
Em grandes compartimentos com tetos mais altos, a chama e os produtos
quentes da combustão podem propagar ao nível do teto sem chegar perto o
suficiente de materiais combustíveis para iniciar a emanação de gases
inflamáveis.
Contudo, pode ser que, a certa distância do fogo, com a descontinuidade do
teto poderá ocorrer que os gases quentes entre em movimentos giratórios a um
nível mais baixo, ou poderá haver um acúmulo grande de materiais inflamáveis.
Em qualquer um desses casos, a fonte de radiação térmica tem sido trazida
mais próxima do combustível, o que pode resultar em ignição. Por este
mecanismo, a propagação do fogo pode obstruir a rota de fuga.
Com a descida da camada de fumaça quente, principalmente se o teto for
baixo, todo o material restante contido no compartimento será aquecido para o
estágio que eles começarão a emanar gases inflamáveis. É uma questão de
tempo para que haja uma súbita mudança na dimensão do fogo, caso nenhuma
ação seja tomada para prevenir isto, quanto menor o compartimento, mais cedo
estas condições serão encontradas com maior facilmente.
Uma vez que os gases inflamáveis estão sendo emanados pela maioria dos
materiais do compartimento, a propagação de um fogo localizado para todo
ambiente, pode provocar um fenômeno conhecido como “Flashover”.

ii) DEFINIÇÃO DE “FLASHOVER”


Em um incêndio compartimentado quando o fogo atingir a fase de queima livre
pode haver uma propagação através da radiação térmica da nuvem de fumaça,
gases quentes e o interior do compartimento aquecido causam a geração de
produtos da pirólise, inflamáveis de toda superfície exposta de combustível
dentro do compartimento. Dada uma, fonte de ignição, esta resultará em súbita
e contínua propagação do fogo, crescimento do fogo completamente
desenvolvido. Isso é chamado “Flashover”.
Diante desta definição, um “Backdraft” pode ser um caso especial de “Flashover”. Se o “Backdraft” resulta
em um fogo completamente desenvolvido, um “Flashover” ocorreu. Contudo, é importante sermos capazes
de fazer uma distinção entre os dois fenômenos devido as implicações para bombeiros, que são muito
diferentes.
De uma forma mais objetiva, Flashover é um fenômeno apresentado quando, na fase de queima livre de um
incêndio, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando determinados
combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea desses
produtos, o que poderá acarretar uma explosão ambiental.

iii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “FLASHOVER”


O primeiro requisito para um “Flashover” ocorrer é que deverá ter um significante aumento da radiação
térmica por cima. Isto será sentido pelo rápido aumento na temperatura do compartimento, e a elevação do
calor dos gases quentes ao nível do teto, forçando as pessoas dentro do recinto a ficarem abaixados, caso
eles consigam ver a cima deles, eles serão capazes de ver “línguas de fogo” ocorrendo através da camada
de gás. Em adição, outros materiais combustíveis dentro do compartimento emanarão, fumaça visível e
gases inflamáveis.

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iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO
A principal razão de um “Flashover” é a radiação dos gases quentes e chamas acima deles, a solução lógica
é resfriar esta área. Isto terá efeito de redução das chamas e calor radiado, e forçando a subida da camada
de fumaça. Direcionando o jato neblina para o teto terá este efeito. Contudo, muita água causará a geração
de grande quantidade de vapor de água. Muito resfriamento trará a camada de fumaça para baixo,
encobrindo tudo.
Nestas circunstâncias, será mais efetivo para os bombeiros atacar os gases quentes com jatos intermitentes
de neblina, observando seus efeitos, e então julgando o quanto de água será suficiente.
Uma vez que o perigo imediato de um “Flashover” tenha sido eliminado, o próximo passo depende se as
condições de “Flashover” podem ocorrer novamente, antes que o fogo possa ser extinto. Se isto for possível,
é importante ventilar o fogo tão logo quanto possível.
Se os gases quentes são liberados mais rápidos do que são gerados a camada de fumaça, também,
reduzirá e o risco de “Flashover”. Aberturas no telhado são designadas para fazer exatamente isto,
automaticamente ou quando operado pelo bombeiro. Contudo é importante que as aberturas corretas sejam
feitas. Quanto mais longe do fogo a abertura estiver mais rápido os gases quentes devem percorrer e haverá
maior chance do fogo se alastrar.
Onde não houver aberturas preexistentes, os bombeiros têm a opção de fazê-las. Deve ser lembrado,
contudo, que o uso incorreto de ventilação pode resultar em aumento da propagação do fogo pela parte
superior, assim como os gases quentes estão direcionados nas áreas, eles podem de outro modo levar mais
tempo para alcançá-las.

7.2.3. FLASHFIRE (INCÊNDIO EM NUVEM)


Incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa envolvida e o seu grau de confinamento, não são
suficientes para atingir o estado de explosão.

7.2.4. INCÊNDIO DE POÇA (POOL FIRE)


Fenômeno que ocorre quando há a combustão do produto evaporado da camada de líquido inflamável junto
à base do fogo.

7.2.5. JET FIRE (JATO DE FOGO)


Fenômeno que ocorre quando um gás inflamável escoa a alta velocidade e encontra uma fonte de ignição
próxima ao ponto de vazamento. Ocorre normalmente em algum recipiente pressurizado com gás inflamável.

7.2.6. BLEVE
Original do inglês Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion (explosão do vapor do líquido em expansão).
Bleve é um fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele
contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica com
projeção de fragmentos e de expansão adiabática.
Num Bleve ocorre a ruptura de um tanque em duas ou mais partes, que acontece no momento em que o
líquido do tanque encontra-se a uma temperatura superior ao seu Ponto de Ebulição a uma pressão
atmosférica normal. Se o referido líquido for inflamável, poderá produzir uma grande explosão.
Ou numa definição mais simples: é a combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa de
calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.
Um Bleve gera uma "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros
de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida.
Exemplo: num tanque no qual um gás liquefeito, como o GLP, é mantido sobre pressão abaixo de seu ponto
de ebulição atmosférico. Se houver um vazamento instantâneo, devido a uma falha estrutural, todo, ou a
maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido, que se
expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A ignição dessa nuvem gera uma "Bola
de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros de distância, dependendo
da quantidade de gás liquefeito envolvida é uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão
intensa de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.

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7.2.7. BOIL OVER
Traduzindo do inglês podemos dizer que Boil Over significa: ferver até derramar fora.
É a expulsão total ou parcial de petróleo ou outros líquidos, em forma de espuma, de um tanque em chamas,
quando o calor atinge a água acumulada no fundo do tanque.
É um fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob combustíveis
inflamáveis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante um incêndio, espalhando-o
e arremessando-o a grandes distâncias.
Também conhecido como expulsão do líquido em ebulição, acontece quando um recipiente está em volta
com chamas, e em seu interior existem ondas convectivas de calor. Caso este calor chegue à água contida
na parte inferior do tanque, pode causar uma rápida e generalizada evaporação desta água, aumentando
assim demasiadamente o volume e a pressão dentro do tanque.
Conseqüentemente todo o conteúdo do tanque ainda flamejante é expulso para fora do mesmo, atingindo
uma área grande ao seu redor. Exemplo: panela de pressão.
A adoção de tanques de película flutuante para o armazenamento de petróleo faz com que a possibilidade
de fogo seja restrita ao espaço anular entre o teto flutuante e o costado do tanque. Essa reduzida área de
fogo, aliada à facilidade que se tem para extingui-lo, faz com que seja mínima a possibilidade de ocorrer “boil
over” em tanques de petróleo que possuam teto flutuante.

8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO


A propagação do fogo acontece normalmente por contato direto da chama com os materiais combustíveis
através do deslocamento de partículas incandescentes, as quais se desprendem de outros materiais já em
combustão e pela ação do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do
atrito dos corpos e se propaga por três processos de transmissão: condução, convecção e irradiação.

8.1. CONDUÇÃO
É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a
molécula ou de corpo a corpo. Quando dois ou mais corpos estão em
contato, o calor é conduzido através deles como se fosse um só corpo.
Ex.: uma viga de metal é usada como suporte de telhado de um
compartimento, onde é mantido estoque de um material, a ocorrência de
um incêndio (primário) próximo a uma das extremidades da viga pode
provocar nesta um aquecimento capaz de, por condução, transmitir o
incêndio (secundário) para os materiais que estiverem próximos dela.

8.2. CONVECÇÃO
É a transferência de calor pelo próprio movimento
ascendente e, às vezes, descendente, de massas de
gases ou líquido, ou seja, é um processo de transmissão
de calor que se faz através da circulação dum meio
transmissor: gás ou líquido. A massa de ar aquecida que
se deslocam de um ambiente para outro, levando calor suficiente para incendiar
corpos combustíveis com os quais entra em contato noutro ambiente. Durante
um incêndio, a convecção é responsável pelo seu alastramento muitas vezes a
compartimentos distantes do local de origem do fogo. As aberturas verticais,
tais como: poços de elevadores, dutos de ar condicionado e lixeiras, funcionam
como uma verdadeira chaminé, onde se propaga a massa de ar aquecida.
Exemplos: o ar quente projetado pelo secador de cabelo; um incêndio
localizado nos andares baixos (ou porão) de um prédio: os gases aquecidos
sobem pelas aberturas verticais e, atingindo combustíveis dos locais elevados
do prédio, irão provocar seu aquecimento conseqüente focos de incêndio.

8.3. IRRADIAÇÃO
É a transmissão de calor de um corpo para o outro por meio de raios ou ondas caloríficas através de
espaços intermediários, da mesma forma que a luz é transmitida pelos raios solares. É dessa forma que o
calor do sol chega até nós. A exemplo da luz, o calor irradiado caminha através do espaço em uma linha reta
até se encontrar com um objeto opaco, onde é absorvido e prossegue através do objeto por condução. Um
exemplo desse método de transmissão de calor é quando nos aproximamos de um incêndio; o calor que
sentimos a distância é o calor radiante. É a forma de transmissão de calor por raios, sem auxílio de
substância material. O calor irradiado não é percebido a olho nu.
Exemplos: a sensação quente que sentimos, quando nos aproximamos de um fogo; a sensação de calor
produzida por uma lâmpada elétrica acesa.
Assim sendo podemos exemplificar as três forma com o exemplo da barra metálica:
Uma barra metálica aquecida diretamente pela chama transmite calor em direção às suas extremidades por
Condução. A outra barra localizada na direção dos gases aquecidos, acima da chama recebe calor por
Convecção desses gases e uma parte também por Radiação. As superfícies localizadas junto às laterais da
chama, por sua vez, recebem calor inteiramente por Radiação.
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9. CLASSES DE INCÊNDIO
Normalmente os incêndios são classificados em: A, B, C e D.
Essa Classificação foi
elaborada pela NFPA –
Associação Nacional de
Proteção a Incêndios /
EUA, e adotada pelas:
IFSTA – Associação
Internacional para o
Treinamento de
Bombeiros / EUA, ABNT
– Associação Brasileira
de Normas Técnicas /
BR e Corpos de
Bombeiros / BR. Esta
classificação vai de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram e
determina a necessidade do agente extintor adequado.

9.1. CLASSE “A”


São os incêndios em combustíveis que queimam em razão de seu volume, isto é, queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos, como cinzas e brasas, normalmente são os materiais sólidos. Ex:.
madeira, papel, borracha, tecido, algodão, etc. A sua extinção dá-se por resfriamento, ou seja, a eliminação
ou redução do calor, que é feito normalmente com o uso de água ou espuma.

9.2. CLASSE “B”


São os incêndios em líquidos ou gases inflamáveis, queimam somente na superfície e não deixam resíduos
ou cinzas. A extinção normalmente dá-se por abafamento: retirada do oxigênio, ou seja, o agente extintor
cobre a superfície inflamada, com uma camada que isola o oxigênio, abafando o fogo.

9.3. CLASSE “C”


São os incêndios em equipamentos ou instalações elétricas energizadas. A extinção dá-se por abafamento.
É importante observar que um incêndio num equipamento elétrico desenergizado. Ou seja, sem nenhuma
fonte de alimentação elétrica ou sem a haver a menor possibilidade de passar corrente elétrica, pode ser
considerado como incêndio de classe A, pois neste caso, pode-se usar um extintor de água sem haver risco
de choque elétrico. No entanto deve-se levar em conta que o uso da água num equipamento ou instalação
elétrica, mesmo desenergizado, pode danificar permanentemente o equipamento ou instalação, por isso o
uso de água num equipamento/instalação elétrica nunca é recomendado.

9.4. CLASSE “D”


Alguns metais têm características combustíveis e exigem o emprego de técnicas especiais de combate.
A Classe “D” são os que envolvem os metais pirofóricos, metais que queimam. Normalmente alcalinos e
alcalinos terrosos. São caracterizados pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes
extintores comuns principalmente os de água. Ex.: magnésio, potássio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio.

9.5. CLASSE “E”


Consiste de materiais radioativos e requerem técnicas especiais para o combate, a depender do tipo de
material radioativo. Há uma necessidade toda especial para a proteção do combatente. Para ser feita a
extinção deste fogo deve ser aplicado um pó químico especial. A proteção do combatente deste incêndio
deve ser feita com EPI especiais para radioatividade. Exemplos: urânio, cobalto, césio, rádio, etc.

9.6. CLASSE “K”


Ultimamente os fabricantes de extintores têm referenciado a Classe de Incêndio “K”, para fogo em óleo e
gordura em cozinhas. Os agentes extintores desta classe possuem efeito de resfriamento por vapor d’água e
de inertização resultante da formação de vapor. Estes agentes extinguem o fogo interrompendo a reação
química e a combustão. Ex.: gorduras, óleos lubrificantes, óleo preto, etc.

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10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO
Partindo do princípio que para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, que
formam o triângulo do fogo, então, para o extinguirmos, basta eliminarmos um desses elementos, a partir de
uma das seguintes técnicas.

10.1. RESFRIAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO CALOR


É o método mais utilizado, consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando
até um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais gases ou vapores inflamáveis.
Este processo não se mostra eficiente em líquidos e gases com ponto de fulgor abaixo de 38ºC ou quando a
temperatura da água é maior que o seu ponto de fulgor.
A técnica de resfriamento é altamente utilizada e eficaz, por termos a água como principal agente extintor
para uso e ter excelentes propriedades de resfriamento.

10.2. ABAFAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO COMBURENTE


Consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível, evitando-se que o
oxigênio contido no ar se misture com os vapores gerados pelo combustível formando uma mistura
inflamável. A eliminação do oxigênio para a extinção da combustão não precisa ser total, basta diminuir sua
porcentagem na atmosfera, visto que para a combustão ser sustentada é necessário uma atmosfera com
porcentagem superior 13% de oxigênio, e, no mínimo, 8% para que a chama se mantenha. O abafamento é
um processo muito eficiente se corretamente utilizado. Quando a água evapora, o vapor
d’água gerado desloca o ar da superfície do material em chamas. Sendo assim o processo de
abafamento é muito eficaz em líquidos, cujo ponto de fulgor é menor que 38ºC, não solúveis
3
em água, com densidade específica não maior que 1,1 g/cm . Exemplo: quando colocamos um
copo emborcado, de modo que o oxigênio não penetre no seu interior e tivermos uma vela
acesa dentro dele, notaremos após alguns segundos quando o fogo consumir todo o oxigênio
dentro do copo, que ele se apagará por falta de comburente.
Regra básica para extinção por retirada do O2: 18% a 21% o fogo se mantém;
8% a 17% o fogo quase se apaga;
0% a 7% o fogo não se mantém.

10.3. ISOLAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL


É a retirada do combustível, evitando que o fogo seja alimentado e tenha um campo de propagação, não
tendo o que queimar não haverá mais fogo. Ex.: ao encontrar um fardo de algodão queimando e outro
próximo, mas ainda não atingido, você pode afastar este outro fardo e controlar o fogo até sua extinção, ou
seja, isolar o combustível e eliminar.
É o método de extinção mais simples, pois é executado com a força física e com os meios disponíveis, não
exigindo aparelhos especializados, pois consiste na retirada, diminuição ou interrupção, com suficiente
margem de segurança do campo de propagação do fogo, do material ainda não atingido pelo incêndio.
Na técnica de isolamento é muito importante o conceito de distância segura, principalmente no caso de
líquidos inflamáveis.

10.4. EXTINÇÃO QUÍMICA: EXTINÇÃO POR EVITAR A REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA


Consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação
em cadeia. Sabemos que o combustível sob a ação do calor gera gases ou vapores que ao se combinarem
com o comburente, formam uma mistura inflamável, quando lançamos determinados agentes extintores ao
fogo, suas moléculas se dissociam, pela ação do calor, e se combinam com a mistura inflamável (gás ou
vapor mais comburente), formando outra mistura não-inflamável.
Alguns produtos químicos secos extinguem efetivamente o fogo por essa combinação de métodos.

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11. AGENTES EXTINTORES
São certas substâncias sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas na extinção de incêndios quer por
abafamento, resfriamento ou ainda usando os dois processos.
Os agentes extintores devem ser aplicados conforme a classe de incêndio, pois em alguns casos, sérias
conseqüências poderão ocorrer, quando utilizados inadequadamente.
Normalmente os agentes extintores estão dispostos em aparelhos portáteis de utilização imediata
(extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers, sistemas fixos de CO2, etc).
Em suma podemos dizer que agentes extintores são todas as substâncias capazes de interromper uma
combustão, quer por resfriamento, abafamento, extinção química ou utilização simultânea desses processos.
A seguir alguns dos principais agentes extintores utilizados.

11.1. ÁGUA
É o principal agente extintor muito em função de sua disponibilidade e compatibilidade com os produtos
envolvidos num incêndio. Uma das razões técnicas é o volume de vapor gerado pela água, que aumenta em
torno de 1.700 vezes, quando ocorre sua vaporização, proporcionando um grande deslocamento do ar
ambiente, impedindo que o oxigênio entre em contato com os materiais e inibindo o processo de combustão.
No entanto, em edificações o uso da água para combate a incêndios deve ser feito com o cuidado de
desligamento da corrente elétrica, que normalmente já é a primeira ação a ser feita.
Sua ação de extinção é o resfriamento, nas formas de jato compacto e chuveiro, mas na forma de neblina,
sua ação também é a de abafamento. A água ainda pode ser utilizada no estado gasoso, em forma de
vapor. Um cuidado muito importante que se deve tomar com o uso da água, como agente extintor, é pelo
fato da água ser condutora de corrente elétrica e gerar um risco, às vezes, maior que o próprio sinistro que é
o de choque elétrico.
Não deve ser lançada sob forma de jato pleno em incêndios que envolvam líquidos combustíveis, pois pode
transformar um incêndio de pequenas proporções em incêndio de grandes proporções. Somente deverá ser
aplicada na forma de neblina ou vapor.
É bastante eficiente na extinção de incêndio de derivados de petróleo de alto ponto de fulgor (tais como óleo
combustível, óleo lubrificante), pois reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a extinguir o
incêndio.
Para incêndios em líquidos inflamáveis (baixo ponto de fulgor), tem sua capacidade extintora limitada, sendo
eficaz apenas para pequenos focos de fogo. Em incêndios deste tipo o agente extintor mais adequado é a
espuma mecânica. A água é também de importância fundamental para resfriamento dos equipamentos
próximos ao incêndio, evitando a sua propagação.
Em suma a água é normalmente utilizada nos incêndios de Classe A e tem o efeito principal de resfriamento
e secundário de abafamento. A água também pode ser utilizada em incêndios de Classe B, na ação de
resfriamento de um recipiente contendo um líquido em chamas, por exemplo, mas não deve ser utilizada
diretamente neste líquido, salvo numa técnica especial de saturação, mas que requer um conhecimento
apurado do seu uso.

11.2. ESPUMA
Sua principal ação de extinção é de abafamento e, secundariamente, de resfriamento. Por utilizar razoável
quantidade de água na sua formação, conduz corrente elétrica, portanto nunca deve ser utilizada em
incêndios de Classe “C”, normalmente utilizado em combate a incêndios de Classes “A” e “B”.
Existem dois tipos básicos de formação de espuma. A espuma química que pode ser obtida através de uma
reação química de sulfato de alumínio com bicarbonato de sódio mais um agente estabilizador da espuma. E
a espuma mecânica que pode ser obtida por um processo de batimento de uma mistura de água com um
agente espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar atmosférico em um esguicho próprio. A espuma
mecânica pode ser de baixa, média ou alta expansão.
A espuma mecânica para combate a incêndios é um agregado de bolhas cheias de ar, gerada por meios
puramente mecânicos que incorporam o ar, a uma solução de água com pequena proporção de extrato
(líquido gerador de espuma).
A espuma é o agente extintor indicado para combate a incêndios em líquidos combustíveis ou inflamáveis,
devendo ser aplicada preferencialmente em um anteparo junto ao fogo ou suavemente nas superfícies
inflamadas. Como sua densidade é menor que a dos líquidos combustíveis ou inflamáveis forma um lençol
de espuma sobre o líquido extinguindo o fogo por abafamento. Secundariamente age por resfriamento,
devido à grande quantidade de água que contém.
A espuma por ser uma solução aquosa é condutora de eletricidade, portanto não deve ser usada para
combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados.

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11.3. GASES INERTES
São os casos de alguns gases, tais como: dióxido de carbono, nitrogênio e os hidrocarbonetos halogenados,
que não conduzem correntes elétricas e extinguem o fogo por abafamento, devido, principalmente, a sua
ação de expulsar o oxigênio da atmosfera a níveis menores de 18%, devendo, por isso, ter muito cuidado
com o uso desta técnica em ambientes fechados, pois pode causar asfixia aos ocupantes ou mesmo aos
combatentes.
O mais comum deles é o dióxido de carbono (CO2), que além de ser um gás incombustível, inodoro, incolor,
não é tóxico e não conduz corrente elétrica, sendo, portanto o agente extintor mais utilizado para combate a
incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. O CO2 é mais pesado que o ar, impedindo que o
oxigênio alimente a combustão, agindo por abafamento. Em virtude de sua baixa temperatura ao vaporizar-
se age, secundariamente, por resfriamento. Pode também ser utilizado no combate a incêndios em líquidos
combustíveis ou inflamáveis. Embora não seja tóxico o CO2 é asfixiante, e não devemos aplicá-lo em recinto
fechado, sem ventilação com pessoas no seu interior.

11.4. PÓ QUÍMICO SECO


Constituído basicamente por bicarbonato de sódio ou sulfato de potássio. Sua principal ação extintora é por
quebra da reação em cadeia e secundariamente por abafamento. Tem a característica de não ser condutor
de eletricidade. Normalmente utilizado nos incêndios de Classes “B” e “C”, no caso de seu uso na Classe
“D”, deve-se utilizar um tipo de pó químico especial, com uma composição química diferente da apresentada.

11.5. OUTROS AGENTES


Também podemos considerar como agentes extintores terra, areia, cal, talco, etc, que podem ser usados
dependendo do fogo, das características do combustível e do ambiente.
Ainda em situações especiais de ação de combate podem ser usados como agentes extintores alguns
líquidos voláteis: tetracloreteno de carbono, clorobromometrano, brometo de metila.

11.6. TABELAS DE USO DO AGENTE EXTINTOR CONFORME A CLASSE DE INCÊNDIO


CLASSES DE INCÊNDIO ÁGUA ESPUMA PQS CO2
Materiais Sólidos SIM SIM Só na Só na
A Excelente Regular superfície superfície
Líquidos Inflamáveis SIM SIM SIM
B NÃO
Excelente Excelente Bom
Equipamentos Elétricos SIM SIM
C NÃO NÃO
Bom Excelente
Metais Pirofóricos PQS
D NÃO NÃO
Especial
NÃO

UNIDADE EXTINTORA 10 litros 9 litros 4 kg 6 kg


ALCANCE MÉDIO DO JATO 10 m 5m 5m 1 a 2,5 m
TEMPO DE DESCARGA 60 seg 60 seg 15 seg 25 seg
TÉCNICA DE EXTINÇÃO Resfria Resfria e Abafa Abafa Abafa e Resfria

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12. APARELHOS EXTINTORES DE INCÊNDIO
O extintor de incêndio ou simplesmente de extintor, como é popularmente
chamado, deve ser utilizado para combater o fogo, quando ainda em sua fase
inicial, evitando um incêndio em grandes proporções. Por serem feitos para
utilização rápida, sua eficácia ficará condicionada ao fácil acesso, perfeito serviço
de manutenção e conhecimento do operador das técnicas de extinção do fogo e
da própria operação dos extintores.
As previsões desses equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o combate ao
princípio de incêndio, logo após a sua detecção, ainda em sua origem, enquanto são pequenos focos. Esses
equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por homens e mulheres,
contando unicamente com um treinamento básico. Além disso, os preparativos necessários para o seu
manuseio não consomem um tempo significativo e, conseqüentemente, não inviabilizam sua eficácia em
função do crescimento do incêndio.
De um modo geral, os extintores são constituídos por um recipiente de aço, cobre, latão ou material metálico
equivalente, contendo em seu interior o agente extintor. Quanto à sua nomenclatura, normalmente recebem
o nome do agente que acondicionam em seu interior. Exemplos: extintores de água, extintores de dióxido de
carbono (CO2), extintores de espuma, extintores de pó químico seco (PQS).
Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água
pressurizada, até 06 kg para CO2 e até 12 kg para PQS) e rebocáveis (carretas) para tamanhos maiores.
Os extintores não devem ser considerados como substitutos de sistemas de extinção mais complexos, mas
sim como equipamento adicional ou para um primeiro combate.
Para a operação do extintor é necessária apenas uma pessoa e seu tempo de utilização, varia de acordo
com o agente extintor e a capacidade do recipiente, mas pode passar até de um minuto. Para cada classe
de incêndio existem um ou mais extintores próprios para combatê-la.
Todos os extintores possuem em seu corpo um rótulo de acordo com o sistema internacional de
identificação, no qual constarão as classes de incêndio para as quais são indicados.
No Brasil, o sistema de classificação é baseado em estudos e normas elaborados pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), reconhecida em todo o território nacional como fórum nacional de
normalização e membro do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial do
Ministério da Indústria e Comércio.
O manômetro que acompanha alguns extintores, além de indicar a pressão do aparelho (quantidade de gás
existente), serve também como válvula de segurança, que se rompe automaticamente com o excesso de
pressão, fora dos limites de segurança, garantindo assim a segurança do usuário. Para isto é importante,
durante a operação manter sempre livre do rosto e outras partes do corpo acima desta válvula.
Para a sua melhor utilização os extintores devem:
 estar dimensionados ao risco existente no local;
 possuir condições operacionais de uso;
 estar estrategicamente localizado;
 possuir pessoas treinadas no seu manuseio.
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de
gases inflamáveis e caldeiras, devem ser protegidos por extintores,
independentemente de outros sistemas de proteção, que cubram a área onde se
encontram os demais riscos.
Os extintores que ficarem expostos a intempéries deverão ficar guardados em armários (ou cabines)
especiais.

12.1. TIPOS DE EXTINTORES

12.1.1. EXTINTORES DE ÁGUA


CAPACIDADE: 10 e 75 litros (neste último usado em extintor sobre rodas).
APLICAÇÃO: Classe “A”.
MÉTODO DE EXTINÇÃO: resfriamento.
TIPOS: pressurizado e pressão injetada.
FUNCIONAMENTO: a água é expelida pela mangueira, através de um gás inerte.
VANTAGENS e RESTRIÇÕES: a água tem inúmeras vantagens sobre a espuma, dado o seu poder de
penetração nos combustíveis sólidos com combustão lenta. No entanto é contra-indicado em incêndios de
classe “B” e “C”. No primeiro caso, por aumentar o volume do líquido em combustão, além de, com a força
do jato, espalhar mais fogo. No caso de fogo em eletricidade, pelo fato de conduzir corrente elétrica e por
em risco à vida do operador, além de danos irreparáveis nas instalações elétricas. Também não devem ser
utilizados em incêndios de classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio, carbonato
de potássio, pós metálicos, ou metais alcalinos, pois em contato com a água eles reagem de forma violenta.

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i) EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA – AP
O agente extintor, neste caso a água pressurizada – AP é contido em seu cilindro de aço e mantido sob
pressão durante o tempo todo. Essa pressão, que pode ser ar comprimido ou CO2, é controlada através de
manômetros. O aparelho é operado mediante a retirada do pino de proteção e acionamento da válvula,
sendo o jato guiado por mangueira nele contida. Dentro do cilindro existe um gás junto com a água sob
pressão, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material em combustão, tornando a
temperatura inferior ao ponto de ignição.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – dirija-se a um local seguro;
3 – solte a trava de segurança;
4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira;
5 – faça o teste de funcionamento, acionando o gatilho para um local seguro;
6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
7 – coloque-se a uma distância segura;
8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo.

ii) EXTINTOR DE ÁGUA A GÁS – AG


Também chamado de Extintor de Água de Pressão Injetada ou de Extintor de Água a Pressurizar.
Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se apenas externamente pelo pequeno cilindro
contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no ato de sua utilização, a fim de pressurizar o
recipiente que contém o agente extintor, permitindo o seu funcionamento. O agente propulsor (propelente)
normalmente é o dióxido de carbônico (CO2).
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – dirija-se a um local seguro;
3 – solte a trava de segurança;
4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira;
5 – faça o teste de funcionamento, abrindo a válvula do cilindro (ampola) do gás propelente;
6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
7 – coloque-se a uma distância segura;
8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo.

12.1.2. EXTINTORES DE ESPUMA

i) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO – EP


A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido gerador de espuma e ar (a mistura da água e do
líquido gerador de espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gatilho, juntando-se então
ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem pelo esguicho).
Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP.

ii) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA A GÁS – EG


Também chamado de extintor de espuma mecânica a pressurizar. Tem as mesmas características do
pressurizado, mas mantendo a ampola externa para a pressurização no instante do uso.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG.

iii) EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA


Embora não seja mais fabricado, ainda é possível encontrá-lo em algumas edificações. Seu funcionamento
é possível devido à colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de soluções aquosas
de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a
interrupção da descarga. Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
PROCEDIMENTOS PARA OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – não deite ou vire o extintor antes de chegar ao local do fogo;
3 – próximo do local, num local seguro, inverter a posição do cilindro, e ir se aproximando rapidamente;
4 – direcione a espuma sobre o fogo.

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12.1.3. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) – TIPO BC
Os compostos químicos mais utilizados, como
agentes extintores, são bicarbonato de sódio (o
mais utilizado), bicarbonato de potássio e
cloreto de potássio, mas também são
encontrados agentes extintores a base de
bicarbonato de potássio com uréia e fosfato de
monoamonia. Já o agente propulsor mais
empregado nos extintores é o dióxido de
carbono e o nitrogênio, sendo este último mais
utilizado nos pressurizados. O bicarbonato de
sódio recebe um devido tratamento, a fim de
circular livremente no interior do aparelho. Ao
entrar em contato com as chamas, o pó se decompõe, isolando rapidamente o oxigênio indispensável à
combustão e extinguindo o fogo por abafamento.
Portanto a principal ação do pó, no fogo, é fazer sobre a superfície em chamas, uma nuvem de pó para
isolar o oxigênio.
Além desta ação do pó no estado normal, ainda há a produção de CO2 e vapor d’água em conseqüência de
queima do bicarbonato, que auxiliam no abafamento. A ação do extintor de pó demonstra mais eficiência que
o CO2, pois sendo sólida, a nuvem cai e tem ação de permanência, pois o fogo, antes de tornar a avivar, tem
de queimar o bicarbonato. O extintor de PQS é o mais indicado para ação de combate em materiais da
classe “B” (líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado na classe “C” (equipamentos elétricos).
Também para fogos superficiais pode ser utilizado na classe “A”, desde que haja a disposição um extintor
que atue por resfriamento que auxilie a extinção do material, em combustão lenta e braseiros.
A norma NBR 10.721 trata de extintores de incêndio com carga de pó químico.
CAPACIDADE: 1, 2, 4, 6, 12 e 50 kg – sendo mais usual de 6 kg; o de 50kg é utilizado sobre rodas (carreta).
COMPOSIÇÃO DO AGENTE EXTINTOR: bicarbonato de sódio e potássio.
APLICAÇÃO: Classes “B” e “C”; em fogos superficiais na classe “A”.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: o pó químico seco é expelido pela mangueira através de um gás inerte.
MÉTODO DE EXTINÇÃO: quebra da reação em cadeia e faz o abafamento.
TIPOS: pressurizado e injetado (pressurização indireta).
VANTAGENS e RESTRIÇÕES: o extintor de PQS oferece uma vantagem muito grande para o usuário, em
relação ao de CO2, pois, devido ao seu alcance, permite ao usuário manter-se numa distância maior e mais
segura, no entanto sua ação corrosiva e destrutiva sobre o material é uma característica que deve ser levada
em consideração, principalmente em equipamentos eletrônicos e sensíveis, muito comum, hoje em dia, nas
máquinas e equipamentos.

i) EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO PRESSURIZADO


O pó já se encontra pressurizado no cilindro. Consta de uma única
peça, onde o pó é pressurizado com CO2 ou nitrogênio, tendo um
manômetro para controle de pressão interna.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP.

ii) EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL


Neste tipo de extintor há uma ampola de gás para a pressurização
do aparelho no instante do uso.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG.
Atenção: ao abrir a válvula da ampola do extintor ter o cuidado de
inclinar o extintor afastando o seu rosto da válvula de segurança,
pois ela pode vir a romper, podendo acidentar ao usuário ou ainda
a outras pessoas, portanto dirija a válvula de segurança sempre
para uma área livre.

iii) EXTINTORES DE PÓ QUIMICO ESPECIAL (CLASSE D)


São recomendados para incêndios em metais combustíveis, assim como: magnésio, pó de alumínio, zinco,
zircônio, sódio ou potássio.
Sua operação é idêntica a um extintor de Pó Químico Seco normal, pois a única coisa que muda é a
composição química do agente extintor, sendo mais comuns os extintores pressurizados.

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12.1.4. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) – TIPO ABC
O novo tipo de extintor, com pó ABC apaga os três tipos de incêndio. Com ele, você não precisa identificar a
classe do fogo antes de utilizar o equipamento.
a) Segurança ao operador. O pó ABC apaga todos os tipos de incêndio em carros com mais eficiência. Ele é
capaz de apagar chamas de até 2 metros (1-A) em sólidos, e 4 metros (5-B) em líquidos inflamáveis.
b) Validade de 5 anos.
c) Garantia de qualidade por parte dos fabricantes
d) Comodidade para o usuário, que passa um grande período sem preocupações.
O pó ABC, largamente utilizado na Europa e nos EUA, não é nocivo à saúde. Seu principal componente, o
fosfato monoamônico, é um produto muito utilizado na produção de fertilizante agrícola. Após a utilização de
um extintor ABC, recomenda-se apenas ventilar o local e as áreas atingidas.
Hoje no Brasil é obrigatório em todos os veículos, visto que 90% dos incêndios que se iniciam no
compartimento do motor (classes B e C) passam para o painel, o carpete e o estofamento (classe A) onde
estão os passageiros do veículo.

12.1.5. EXTINTOR DE DIÓXIDO DE CARBÔNICO (CO2)


O agente extintor, dióxido de carbono é mantido num cilindro de
alta pressão, no estado líquido, sob pressão de 50 a 60 bar
2
(61,18 kgf/cm ou 611,85 mca) à temperatura ambiente.
Quando o extintor é utilizado, o CO2 expande-se, formando
uma nuvem de gás que abafa e resfria.
O dióxido de carbono é um gás incolor e como agente extintor é
não tóxico, não venenoso, não condutor de eletricidade, de
baixíssima temperatura, que recobre o fogo em forma de uma
camada gasosa, expulsando o oxigênio, indispensável à
combustão, extinguindo o fogo por abafamento, no entanto
quando inalado em grande quantidade, pode provocar asfixia.
É o mais indicado para a extinção de princípio de incêndio em
materiais da classe “C” (elétricos energizados), podendo ser usado também na classe “B” e com menos
eficiência, na classe “A”, quando sua aplicação for na superfície do fogo. Sua eficiência na classe “C”, se dá,
principalmente, pela sua ação de abafar o fogo e não ser condutor de eletricidade, não danificando os
equipamentos elétricos, pois age expulsando o oxigênio do ambiente, não entrando em contato direto com o
equipamento. Quando liberado no ambiente, há uma rápida expansão do CO2, que está comprimido a baixa
a temperatura, sendo parte do gás solidificado em partículas (gelo seco).
A norma ABNT NBR 11.716, trata de extintores de incêndio com carga de dióxido de carbônico.
A cada 06 meses, deverá ser verificado o peso de gás. Caso esse peso tenha caído cerca de 10%, o
aparelho deverá ser recarregado imediatamente, por empresa ou pessoal habilitado.
CAPACIDADE: 2, 4 e 6 kg, sendo mais comum o de 6kg.
APLICAÇÃO: Classe “B” e “C” e em fogos superficiais na classe “A”.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: o aparelho expele um gás inerte mais pesado do que o ar.
MÉTODO DE EXTINÇÃO: abafamento – o CO2 expulsa o oxigênio da atmosfera e podemos considerar
também como propriedade secundária à de resfriamento – devido à baixa temperatura do gás.
VANTAGENS e RESTRIÇÕES: a maior vantagem do CO2 consiste no princípio de sua ação extintora, que é
a de expulsar o oxigênio da atmosfera, deixando, mesmo após o combate, o ambiente limpo e organizando,
principalmente em incêndios de Classe “C”, onde o CO2, diferente do PQS não acarreta danos ao material
em combustão, que não seja o do próprio fogo. No entanto não se deve usar em equipamentos elétricos de
alta voltagem, como transformadores de energia, principalmente em subestações elétricas, pois o CO2 é um
gás refrigerado, dentro do recipiente, a uma temperatura muito baixa e quando expelido e em contato com o
ambiente externo causar a condensação, próximo ao seu difusor. Também não é eficiente em fogo de classe
“A”, pois age somente sobre a chama, até apagando o fogo, mas não impedindo sua re-ignição, pois seu
poder de penetração é quase nulo.

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Deve ser evitado o jato sobre qualquer parte do corpo, pois poderá provocar queimaduras. Outra
característica restritiva do extintor de CO2 é por serem bem pesados, em relação ao demais extintores,
dificultando a sua operação, além do fato de requerer do usuário maior habilidade no seu uso para vencer o
fogo usando o CO2 para expulsar o O2. Dentro de escritórios, podem estar dentro de um suporte adequado
no chão. Apesar de todas as restrições e dificuldades o extintor de CO2 é considerado por muitos, como o
melhor dos extintores de incêndio, pois se usado corretamente num foco ou princípio de incêndio, permite
um controle muito eficiente do fogo e não deixar resíduos por sua ação extintora.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – dirija-se a um local seguro;
3 – solte a trava de segurança;
4 – empunhe o gatilho e a pega do difusor (cuidado para não deixar a mão diretamente no difusor, sob o
risco de queimaduras);
5 – faça o teste de funcionamento, acionando o gatilho para um local seguro;
6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
7 – coloque-se a uma distância segura;
8 – acione o gatilho e ataque o fogo, fazendo movimento circulares com o punho procurando acalçar toda
área coberta pelo fogo para expulsar o oxigênio.

12.1.6. EXTINTORES DE HALON


Os extintores halogenados foram muito utilizados, principalmente em ambientes de informática, devido à alta
eficiência de sua ação extintora. Vários tipos foram fabricados, no entanto descobriu-se que possuem alto
poder destrutivo da camada de ozônio, motivo pelo qual foi decretado, no acordo de Montreal (1988), as
reduções gradativas destes produtos, sendo hoje proibida a sua comercialização.

12.1.7. EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS)


O extintor sobre rodas do tipo carreta, como é mais conhecido, nada mais é do
que um extintor com maior capacidade de armazenamento do agente extintor,
que normalmente lhe dá nome, e que para facilitar seu manejo e deslocamento
são montados sobre rodas. Devido ao seu tamanho e forma de funcionamento a
sua operação requer duas pessoas. As carretas podem ser de: água; espuma
mecânica; pó químico seco; dióxido de carbônico. As carretas devem estar
posicionadas em locais onde haja grande quantidade de materiais estocados e
substituem o número de extintores correspondente à sua capacidade. De um
modo geral, a aplicação e o manejo dos extintores sobre rodas são similares à
aplicação e ao manejo dos tipos manuais equivalentes, diferindo quanto à área
de riscos que cobrem, à distância que podem ser deslocados, ao número de
pessoas que os operam e alguns procedimentos específicos. Os extintores
sobre rodas podem substituir até a metade da capacidade dos extintores em um pavimento, mas não
podem, serem previstos como proteção única para uma edificação ou pavimento. Tanto os extintores
portáteis como os extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca de conformidade do órgão
competente e credenciado, além de serem submetidos ao mesmo processo de inspeções e manutenções
periódicas.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – segure com as duas mãos no suporte de transporte e com um dos pés, dê um leve empurrão na base do
extintor (uma pessoa);
2 – transporte o extintor a um local seguro (uma pessoa);
3 – pegue o esguicho da mangueira e dirija o jato para um local seguro, tarefa feita por uma pessoa,
enquanto a outra pessoa deve fazer: abra a válvula do gás propelente, fazendo o teste de
funcionamento, um cuidado adicional deve-se ter com o extintor de PQS sobre carretas, no momento
da abertura da válvula do gás propelente, para que, antes da abertura da válvula, deve-se manter o
esguicho acionado, evitando assim, o entupimento do pó no bico do esguicho e mangueira do extintor;
4 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
5 – fique a uma distância segura;
6 – pegue a mangueira e ataque o fogo, dirigindo o jato para a base do fogo.
Obs.: um usuário deve ficar no esguicho, na linha de ataque, enquanto o outro fica no extintor, segurando-o
pelo suporte, em sintonia e sob o comando da pessoa que está na linha de ataque, para movimentar o
extintor, conforme a necessidade de combate.

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12.2. QUANTIDADE DE EXTINTORES
A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas devem ser dimensionados para cada ocupação
em função: 1) da área a ser protegida;
2) das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor;
3) os riscos a proteger.
A quantidade de extintores é determinada pelas condições estabelecidas para uma unidade extintora.
CLASSE DE OCUPAÇÃO
ÁREA COBERTA PARA RISCO DE DISTÂNCIA MÁXIMA A
Segundo Tarifa de Seguro Incêndio do
UNIDADE DE EXTINTORES FOGO SER PERCORRIDA
Brasil – IRB
500 m² pequeno "A" - 01 e 02 20 metros
250 m² médio "B" - 02, 04, 05 e 06 10 metros
150 m² grande "C" - 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13 10 metros
Deverão ser previstas, no mínimo, independente da área, risco a proteger e distância a percorrer, duas
unidades extintoras, para cada pavimento, sendo destinadas para proteção de incêndio em sólidos e
equipamentos elétricos energizados, no entanto em alguns ambientes menores, sem armazenamentos de
materiais e produtos químicos, pode ser dimensionado um único extintor.

12.2.1. NÚMERO DE UNIDADES EXTINTORAS POR AGENTE EXTINTOR E EXTINTOR DE INCÊNDIO


NÚMERO DE EXTINTORES QUE
AGENTE EXTINTOR CAPACIDADE DOS EXTINTORES
CONSTITUEM UNIDADE EXTINTORA
10 litros 1
Espuma
5 litros 2
Água Pressurizada (AP) ou 10 litros 1
Água Gás (AG) 5 litros 2
6 kg 1
4 kg 2
Gás Carbônico (CO2)
2 kg 3
1 kg 4
4 kg 1
Pó Químico Seco (PQS) 2 kg 2
1 kg 3

12.3. LOCALIZAÇÃO E SINALIZAÇÃO DE EXTINTORES


Os extintores portáteis devem ser instalados, de tal forma
que sua parte superior não ultrapasse a 1,60 m de altura
em relação ao piso acabado.
A sinalização do local do extintor deverá ser por círculos
vermelhos ou seta em vermelho com bordas amarelas. Em
baixo de cada extintor deverá existir uma larga área do
piso, com no mínimo, 1m x 1m, pintada de vermelho, que
não poderá ser obstruída em hipótese alguma, além de ser
exigido, pelo menos, um corredor de acesso livre.
Os extintores deverão ser colocados em locais de fácil
visualização e acesso e onde haja menos probabilidade do
fogo bloquear seu acesso. Não devendo ser localizados
nas paredes das escadas e os sobre rodas (carretas)
deverão ter garantido sempre o livre acesso (transporte) a
qualquer ponto de sua área de cobertura.
Quando o extintor encontra-se instalado num pilar, devem
ser sinalizadas todas as faces do pilar.

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12.4. INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DOS EXTINTORES

12.4.1. INSPEÇÃO
Exame periódico, efetuado por pessoal habilitado, que se realiza no extintor de
incêndio, com a finalidade de verificar se este permanece em condições originais
de operação. A inspeção é uma verificação sistemática dos extintores, no próprio
local de sua permanência e tem objetivo de verificar se estão em perfeitas
condições operacionais e principalmente se estão devidamente carregados,
desobstruídos, sinalizados e adequados ao risco. Cada extintor deve ser
inspecionado visualmente a cada mês, conforme determina a NR-23, analisando
seu aspecto externo, os lacres, os manômetros. Quando pressurizado, ver
possíveis entupimentos nos bicos e válvulas de alívio, etc.
A inspeção pode ser semanal ou diária, a depender do risco do local, ou mesmo da possibilidade de furto,
vandalismo ou exposição a intempéries. Toda e qualquer irregularidade observada na inspeção e que possa
comprometer o perfeito funcionamento do extintor deve ser sanada de imediato.
Todo o extintor deve possuir uma ficha de controle para registro das inspeções, conforme modelo abaixo.
Cada extintor deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu aspecto externo, os
lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio
não estão entupidos, devendo ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com data em que foi
carregado, data para recarga e número de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida
convenientemente a fim de evitar que esses dados sejam danificados.
MODELO DA FICHA DE CONTROLE DE INSPEÇÃO EM EXTINTORESMARCA
: TIPO: EXTINTOR N.º:
ATIVO FIXO: LOCAL: ABNT N.º:
HISTÓRICO
Código e reparos
Data Recebido Inspecionado Reparado Instrução Incêndio
1. Substituição de Gatilho
2. Substituição de Difusor
3. Mangote
4. Válvula de Segurança
5. Válvula Completa
6. Válvula Cilindro Adicional
7. Pintura
8. Manômetro
9. Teste Hidrostático
10. Recarregado
11. Usado em Incêndio
12. Usado em Instrução
13. Diversos
CONTROLE DE EXTINTORES

12.4.2. MANUTENÇÃO
Serviço efetuado no extintor de incêndio com a finalidade de manter suas condições originais de operação,
após sua utilização ou quando for requerido por uma inspeção. A manutenção é uma operação que envolve
descarga, desmontagem, reparos, substituições de peças danificadas, pinturas, marcação, testes
hidrostáticos, recarga, etc. Existem basicamente três tipos de manutenção.

i) MANUTENÇÃO DE PRIMEIRO NÍVEL


A manutenção é efetuada no ato da inspeção no próprio local de permanência do extintor por pessoal
habilitado, não havendo necessidade de removê-lo para oficina especializada.
A freqüência de inspeção é de seis meses, para extintores de incêndio com carga de gás carbônico e
cilindros para o gás propelente, e de 12 meses, para os demais extintores, mas pode ser reduzida pelo
usuário, de acordo com as necessidades de cada extintor. Recomenda-se maior freqüência aos extintores
que estejam sujeitos a intempéries e/ou condições especialmente agressivas, porém nunca superior a
recomendada nas respectivas normas de fabricação. A manutenção de primeiro nível consiste em:
a) limpeza dos componentes aparentes;
b) re-aperto de componentes roscados que não estejam submetidos à pressão;
c) colocação do quadro de instrução;
d) substituição ou colocação de componentes, não submetidos à pressão, por componentes originais;
e) conferência, por pesagem, da carga de cilindros carregados com dióxido de carbono.

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ii) MANUTENÇÃO DE SEGUNDO NÍVEL
Manutenção que requer execução de serviços com equipamento e local apropriados e por pessoal
habilitado. A manutenção de segundo nível consiste em:
a) desmontagem completa do extintor;
b) verificação da carga;
c) limpeza de todos os componentes;
d) controle de roscas;
e) verificação das partes internas e externas, quanto à existência de danos ou corrosão;
f) substituição de componentes, quando necessários, por outros originais;
g) regulagem das válvulas de alivio e/ou reguladora de pressão, quando houver;
h) ensaio de indicador de pressão, conforme NBR 9654;
i) fixação dos componentes roscados com torque recomendado pelo fabricante, quando aplicável;
j) pintura conforme NBR7195 e colocação do quadro de instruções, quando necessário;
k) verificação da existência de vazamento;
l) colocação do lacre, identificando o executor.

i RECARGA
Reposição ou substituição da carga nominal de agente extintor e/ou gás expelente.
A recarga deve ser efetuada conforme a NBR12962 – Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de
Incêndio, considerando-se as condições de preservação e manuseio do agente extintor recomendadas pelo
fabricante. Não são permitidas a substituição do tipo de agente ou do gás expelente nem a alteração das
pressões ou quantidades indicadas pelo fabricante. O agente extintor utilizado numa recarga deve ser
certificado de acordo com normas pertinentes.
A recarga deve ocorrer: a) no vencimento do prazo de validade do produto;
b) quando o extintor estiver parcialmente ou totalmente descarregado;
c) na ausência de inspeções anuais, conforme NBR 12.962.
A empresa responsável pela recarga deve possuir certificação do INMETRO e deverão manter registros que
garantam a rastreabilidade de todos os componentes utilizados, conforme Portaria INMETRO 111/99.
Além disso, é importante que o contratante faça avaliações e inspeções periódicas no fornecedor.
Os cilindros dos extintores de pressão injetada (com ampola) deverão ser pesados semestralmente. Se a
perda de peso for além de 10% do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga.

i.1. EXTINTORES DE INCÊNDIO A BASE DE ESPUMA QUÍMICA


 estes agentes extintores devem ser substituídos anualmente e conforme a requisitos da NBR 11863;
 a câmara interna, antes de ser carregada, deve ser verificada quanto à sua capacidade de conter a
respectiva solução, sem apresentar vazamentos quando na posição vertical. No caso de extintores
sobre rodas, os vazamentos devem ser verificados também com a câmara na posição horizontal,
utilizando-se seu respectivo mecanismo de fechamento;
 a manipulação de carga deve ser efetuada conforme as instruções do seu fabricante;
 a preparações das soluções deve ser efetuada utilizando-se água potável;
 verificar se a tampa do extintor está provida de dois orifícios diametralmente opostos ou outro dispositivo
que permita o alívio da pressão, quando num entupimento do bico. Estes orifícios estão localizados de
forma que fiquem livres e aliviem a pressão entre a primeira e a segunda volta completa dada para
desatarraxar a tampa. O diâmetro deste orifício deve ser de, no mínimo, 3 mm; deve também possuir
arruela de elastômero em boas condições e a lubrificação deve ser feita unicamente com vaselina.

i.2. EXTINTORES DE INCÊNDIO À BASE DE ÁGUA E ESPUMA MECÂNICA:


 extintores de incêndio à base de água, devem obedecer a NBR 11715, e os de espuma mecânica,
devem estar conforme NBR 11751
 os extintores à base de água devem sofrer recarga num intervalo máximo de cinco anos;
 quando utilizada a espuma mecânica, a freqüência de substituição do agente extintor deve cumprir as
recomendações do fabricante.
 extintores com carga de espuma mecânica possuidores de revestimento interno devem ser
inspecionados conforme recomendações específicas de seu fabricante;
 devem ser seguidos todos os procedimentos recomendados pelo fabricante, para preparação de carga;
 a água utilizada na recarga deve ser potável;
 carregar somente com seu volume nominal de agente extintor, com tolerância de mais ou menos 2,0%;
 para extintores de pressurização indireta, utilizar somente cilindros, tipo de gás e pressão
recomendados pelo fabricante;
 para extintores de pressurização direta, pressurizá-los até que eles atinjam a pressão de operação com
agente expelente recomendado pelo fabricante;
 a válvula de alívio, quando houver, deve ser pneumaticamente calibra, para entrar em funcionamento a
1,5 vez a pressão normal de carregamento do extintor de incêndio.

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i.3. EXTINTORES DE INCÊNDIO À BASE DE PÓ PARA EXTINÇÃO DE INCÊNDIO
 a NBR 10721 trata de extintores de incêndio com carga de pó químico;
 estes agentes extintores devem ser substituídos no período máximo definido pelo fabricante, certificado
de acordo com a NBR 9695. Em caso de dúvida, deve retirar-se a amostra a ser analisada em
laboratório, para verificar o cumprimento das características previstas na NBR 9695;
 antes do carregamento, certificar-se de que o recipiente esteja limpo e seco;
 carregar o extintor com sua massa nominal de agente extintor, respeitando-se as seguintes tolerâncias:
- mais ou menos 5% para extintores com carga nominal de até 2 kg, inclusive;
- mais ou menos 3% para extintores com carga nominal acima de 2 kg até 6 kg, inclusive;
- mais ou menos 2% para extintores com carga nominal acima de 6 kg;
 o pó para extinção de incêndio não pode ser secado, pois é termo-degradável, nem peneirado pois é
importante a manutenção da distribuição granulométrica original. Caso ele apresente grumos ou turrões,
ou qualquer evidência de absorção de umidade, deve ser substituído;
 o pó para extinção de incêndio não pode ser reutilizado. Entretanto, pode ser descarregado no mesmo
extintor, sem sofrer nenhum outro tipo de manipulação além da retirada da amostra para análise de
laboratório, desde que:
- exista certificado do fabricante, de acordo com a NBR 9695, que comprove a data de fabricação do
produto, de modo que esteja no prazo de validade;
- exista equipamento adequado para carga / descarga de pó para extinção, com recipientes individuais
que garantam o retorno do mesmo produto ao mesmo extintor.
 sempre que o extintor for aberto, devem ser observadas as condições ideais de temperatura ambiente
(mínimo de 18ºC; máximo 30ºC), umidade relativa do ar (máximo 55%), bem como a ausência de
correntes de ar que provoquem perda de partículas finas;
 os pós para extinção de incêndio não podem ser misturados quanto à sua origem, tipo e composição;
 a válvula de alívio, quando houver, deve ser pneumaticamente calibrada, para entrar em funcionamento
com 1,5 vez a pressão normal de carregamento do extintor de incêndio;
 a válvula redutora de pressão, quando houver, deve ser pneumaticamente calibrada à pressão normal
de carregamento do extintor de incêndio;
 o gás expelente nos extintores pressurizados deve ser introduzido no extintor com 0,2% de umidade, no
máximo. O gás carbônico dos extintores com cilindro de gás deve ser de grau comercial, livre de água e
com pureza mínima de 99,5% na fase vapor.

i.4. EXTINTORES DE INCÊNDIO À BASE DE DIÓXIDO DE CARBONO


 este agente extintor deve ser substituído somente quando houver perda superior a 10% da carga
nominal declarada, ou conforme previsto na NBR 11716;
 o CO2 utilizado deve ser de grau comercial, livre de água e com pureza mínima de 99,5% na fase vapor;
 carregar o extintor somente com sua massa nominal de agente extintor, com uma tolerância de carga de
5% para menos;
 no ato de recarga, deve ser atendida a taxa de enchimento do cilindro, conforme o tipo de carga definido
na NBR 11716;
 todo extintor deve ser ensaiado para detecção de eventuais vazamentos;
 antes do carregamento do agente extintor, deve ser verificado o dispositivo de segurança do tipo ruptura
de válvula, de acordo com instruções do fabricante;
 verificar a colocação correta do dispositivo anti-recuo “quebra-jato”, principalmente no caso de
substituição de mangueira, ou quanto ao seu dimensionamento em relação ao alojamento da conexão.

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12.4.3. MANUTENÇÃO DE TERCEIRO NÍVEL OU VISTORIA
Processo de revisão total do extintor, incluindo-se a execução de ensaios hidrostáticos.

i) ENSAIO HIDROSTÁTICO
Aquele executado em alguns componentes do extintor de incêndio, sujeitos a pressão permanente ou
momentânea, utilizando-se normalmente a água como fluído, que tem como principal objetivo avaliar a
resistência dos componentes a pressões normal de carregamento ou de funcionamento do extintor, definidas
em suas respectivas normas de fabricação.
O objetivo é verificar a resistência do recipiente (carcaça do extintor) e deve ser realizada a cada 5 anos,
conforme a NBR 12962.
Normalmente é aplicada uma pressão de 1,5 vezes a pressão de operação. Para os cilindros de baixa
2
pressão o teste hidrostático varia de entre 28 a 30 kgf/cm , onde a pressão de trabalho é de 10,5 a 11,5
2 2
kgf/cm , já para os cilindros de alta pressão varia de 200 a 230 kgf/cm , cuja pressão de trabalho é de
2
aproximadamente 133 kgf/cm .

ii) SELO ABNT


Todo extintor deve possuir o selo de certificação do organismo credenciado pelo
INMETRO, que a nível nacional é o selo da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), que registra a data de vencimento do teste hidrostático e da recarga do
equipamento. O selo é nas cores verde e amarela. A Portaria INMETRO 111/99 obriga
a todos os fabricantes e importadores de extintores a certificação no âmbito do SBC –
Sistema Brasileiro de Certificação. A fiscalização desta Portaria cabe ao próprio
INMETRO e o não cumprimento acarretará as penalidades previstas na lei 8.078/90.

12.5. TABELA DE NÍVEIS DE MANUTENÇÃO

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13. EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMA – ERA
O objetivo do equipamento é fornecer ar respirável ao usuário para que ele
possa adentrar em áreas cuja presença de oxigênio no ambiente esteja
deficiente ou quando existe a presença de gases tóxicos. Este ar é fornecido
ao usuário por demanda do cilindro preso ao corpo para o respirador facial
através de pressão positiva. O ar que foi exalado é depois expelido para a
atmosfera sem reaproveitamento, por isso é conhecido como circuito aberto.

13.1. PRESSÃO POSITIVA


Na pressão positiva (+), o ar respirável do cilindro é fornecido continuamente para a respiração do usuário.
Não estando perfeita a vedação do respirador facial no rosto, haverá perda do ar respirável, mas a pressão
impedirá a penetração de gases tóxicos. O mesmo acontecerá em caso de desmaio, o respirador continuará
recebendo ar, possibilitando a respiração do usuário. É exigido por lei que todos os respiradores autônomos
tenham pressão positiva, sendo proibidos os de pressão negativa. É importante salientar que na falha de
vedação haverá perda de ar respirável, diminuindo significativamente o tempo de duração do ar no cilindro.

13.2. PRESSÃO NEGATIVA


Na pressão negativa (-), o usuário é forçado a puxar pelo ar respirável. Haverá a penetração de gases
tóxicos, em casos de falhas na vedação do respirador, colocando em risco a saúde do usuário.

13.3. COMPONENTES DO APARELHO


RESPIRADOR FACIAL: equipada basicamente com tirantes de cabeça,
válvula de exalação e traquéia e visor transparente.
VÁLVULA DE DEMANDA: regula a pressão do ar para positiva
(presente ainda em alguns aparelhos mais antigos).
MANGUEIRA DE ALTA PRESSÃO: liga o regulador ao suprimento de
ar.
CILINDRO DE ALTA PRESSÃO: armazena suprimento de ar.
MANÔMETRO: indica a quantidade de ar respirável disponível.
ALARME SONORO: avisa quando baixa a pressão e conseqüentemente
está acabamento o ar respirável. É um dispositivo automático de curso
audível que funciona quando a pressão do cilindro cai abaixo do nível
pré-determinado. Ao ser acionado o usuário normalmente tem de 3 a 6
minutos para abandonar o local, no entanto este tempo pode variar
muito devido à forma e ao esforço para respiração do usuário, além das
condições de vedação do respirador no rosto.

13.4. INSTRUÇÕES PARA USO DO E.R.A.


ANTES DO USO
2
 verificar pressão – abaixo de 100 bar (102kg/cm )– não use;
 colocar tirante do respirador sobre o pescoço;
 colocar suporte do cilindro nas costas;
 fechar cinto;
 colocar respirador no rosto – primeiro o queixo;
 abrir válvula do cilindro – não usar força excessiva;
 fazer teste da demanda do ar, em local seguro;
 pronto para ação de combate – ficar atento para alarme sonoro.
DURANTE O USO:
 respirar normalmente – evitar respiração ofegante, que irá reduzir
bastante o tempo de duração do cilindro;
 tempo de duração do ar no cilindro: 15 a 60 minutos (variando muito
conforme a capacidade de armazenamento e condições de uso);
 ao fechar e abrir a válvula do cilindro não use força excessiva;
 após o uso, higienize o respirador e guarde-a no estojo;
 substituir imediatamente cilindros descarregados;
 ao ouvir o alarme sonoro sair imediatamente do local – tempo restante, aproximado, 3 a 6 minutos.

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14. SISTEMA DE ALARME DE EMERGÊNCIA
Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deve haver um sistema de alarme capaz de dar sinais
perceptíveis em todos os locais da construção, com número de pontos suficiente em todos os pavimentos.
As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto, em tonalidade e altura, de todos os
outros dispositivos acústicos do estabelecimento.
A norma que define os requisitos do sistema é a NBR 9.441/98.
Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos
e devem ser colocados em lugar visível, devidamente sinalizado, e no interior de caixas lacradas com tampa
de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição: "Quebrar em caso de
emergência".
O painel de comando do alarme deve estar instalado na portaria ou numa central de plantão 24h, indicando
com o máximo de precisão, o local onde foi acionado o alarme.
O sistema de alarme deve permitir o seu acionamento de duas formas, basicamente:
 manualmente, através de botoeiras devidamente dispostas e sinalizadas;
 automático, ligado ao sistema de funcionamento da bomba de incêndio e do acionamento do sistema de
sprinklers ou ainda de outro tipo de sistema instalado.
Além da central ou painel de comando, conforme o tamanho e o risco da organização, deve também existir,
devidamente distribuídos, painéis repetidores, que são equipamentos comandados pelo painel central,
destinado a sinalizar, de forma visual e/ou sonora, as informações do painel central, ou seja, o local de
acionamento do alarme.

14.1. SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE EMERGÊNCIA


O sistema de detecção e alarme pode ser dividido basicamente em cinco partes:

14.1.1. DETECTOR DE INCÊNDIO


Os detectores podem ser divididos de acordo com o fenômeno que detectar:
a) térmicos: respondem a aumentos da temperatura;
b) de fumaça: sensíveis a produtos de combustíveis e/ou pirólise suspensos
na atmosfera;
c) de gás: sensíveis aos produtos gasosos de combustão e/ou pirólise;
d) de chama: que respondem as radiações emitidas pelas chamas;
e) termovelocimétrico: aumento ou diferença de temperatura no ambiente. DETECTOR DE INCÊNDIO
O sistema de detecção automática deve ser instalado em edifícios quando
as seguintes condições sejam simultaneamente preenchidas:
1) início do incêndio não pode ser prontamente percebido de qualquer parte do edifício pelos seus
ocupantes;
2) grande número de pessoas para evacuar o edifício;
3) tempo de evacuação excessivo;
4) risco acentuado de início e propagação do incêndio;
5) estado de inconsciência dos ocupantes (sono em hotel, hospitais, etc);
6) incapacitação dos ocupantes por motivos de saúde (hospitais, clínicas com internação).

14.1.2. ACIONADOR MANUAL


Constitui parte do sistema destinado ao acionamento do sistema de
ACIONADOR MANUAL E SIRENE
detecção.
Os acionadores manuais devem ser instalados mesmo em edificações
dotadas de sistema de detecção automática e/ou extinção automática, já
que o incêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes de seus efeitos
sensibilizarem os detectores ou os chuveiros automáticos.
O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos
materiais do local e do risco de incêndio ali existente. A posição dos
detectores também é um fator importante e a localização escolhida
(normalmente junto à superfície inferior do forro) deve ser apropriada à
concentração de fumaça e dos gases quentes.
Os acionadores manuais devem ser instalados em todos os tipos de edifício, SIRENE
exceto nos de pequeno porte onde o reconhecimento de um princípio de
incêndio pode ser feito simultaneamente por todos os ocupantes, não
comprometendo a fuga dos mesmos ou possíveis tentativas de extensão.
Os acionadores manuais devem ser instalados nas rotas de fuga, de preferência
nas proximidades das saídas (nas proximidades das escadas de segurança, no
caso de edifícios de múltiplos pavimentos). Tais dispositivos devem transmitir
um sinal de uma estação de controle, que faz parte integrante do sistema, a
partir do qual as necessárias providências devem ser tomadas.

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14.1.3. CENTRAL DE CONTROLE DO SISTEMA DE ALARME
Pela qual o detector é alimentado eletricamente a ter função de:
 receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector;
 transmitir o sinal recebido por meio de equipamento de envio de
alarme de incêndio;
 dar o alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;
 dar o alarme temporizado para todo o edifício; acionar uma
instalação automática de extinção de incêndio; fechar portas; etc;
CENTRAL DE ALARME
 controlar o funcionamento do sistema;
 possibilitar testes no sistema.

14.1.4. AVISADORES SONOROS E/OU VISUAIS


Não incorporados ao painel de alarme, com função de, por decisão humana, dar o alarme para os
ocupantes de determinados setores ou de todo o edifício;

14.1.5. FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA


Deve garantir em quaisquer circunstâncias o funcionamento do sistema.

15. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA


Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número
suficiente e dispostas, de modo que aqueles que se encontrem
nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança,
em caso de emergência, conforme exige NBR 9.077.
A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m.
O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do
local de trabalho.
Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída,
deverão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou
corredores, com largura mínima de 1,20m, sempre rigorosamente
desobstruídos.
As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais
luminosos, indicando a direção da saída.
As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se tenha de
percorrer distância maior que 15,00m nos de risco grande e 30,00m de risco médio ou pequeno, podendo
serem alteradas, para mais ou menos, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho, se
houver instalações de chuveiros automáticos, sprinklers, e segundo a natureza do risco.
As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas e as passagens serem bem iluminadas,
prevendo iluminação de emergência, no caso de falta.
Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser
colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido da descida.
Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão consideradas partes de uma saída.

15.1. CONCEITOS IMPORTANTES


ROTA DE FUGA: também chama de rota de saída. É o caminho contínuo, devidamente protegido e
sinalizado, proporcionado por portas, corredores, “halls”, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas,
rampas, conexões entre túneis paralelos ou outros dispositivos de saída, ou combinações desses, a ser
percorrido pelo usuário em caso de emergência, de qualquer ponto da edificação, recinto de evento ou túnel,
até atingir a via pública ou espaço aberto (área de refúgio), com garantia de integridade física. É o melhor
caminho a ser seguido para abandono de área numa emergência conduzindo as pessoas a um ponto de
encontro pré-determinado. As rotas de saída devem ter iluminação natural e/ou artificial em nível suficiente,
de acordo com a NBR5413. Mesmo nos casos de edificações destinadas a uso unicamente durante o dia, é
indispensável à iluminação artificial noturna.
PONTO DE ENCONTRO: é o local estabelecido para encontro, a fim de que a população em fuga possa ser
orientada. Também pode ser definido ou servir como local de encontro da Brigada para definição de
estratégias de combate.
UNIDADE DE PASSAGEM: largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas, fixada em 0,55 m.
Capacidade de uma unidade de passagem é determinada pelo número de pessoas que passa por esta
unidade em 1 min.

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15.2. DIMENSIONAMENTO DA SAÍDA DE EMERGÊNCIA

15.2.1. CÁLCULO DA POPULAÇÃO


As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da edificação.
A população de cada pavimento da edificação é calculada pelos coeficientes da tabela de Dimensionamento
das Saídas de Emergência, considerando sua ocupação dada na Tabela de Classificação das Edificações e
Áreas de Risco quanto à Ocupação do Decreto Estadual nº 46.076/01.

15.2.2. CÁLCULO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA


A largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas deva transitar,
observados os seguintes critérios:
a) Os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que sirvam à população;
b) As escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento de maior população, o qual
determina as larguras mínimas para os lanços correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o
sentido da saída.
A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas, descargas, é dada pela seguinte fórmula: N = P / C
Onde: N = Número de unidades de passagem, arredondado para número inteiro.
P = População, conforme coeficiente da tabela abaixo.
C = Capacidade da unidade de passagem conforme tabela abaixo.

TABELA DE DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

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15.2.3. EXEMPLO
Um determinado ambiente de uma indústria metalúrgica de alto risco de incêndio, conforme desenho abaixo.
Qual deverão ser a quantidade e a largura das portas de saídas?
30m

5m

Resposta: conforme tabela de classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação as
2
indústrias = “I”, que na tabela acima define para 1 pessoa por 10m de área.
2
A = b x h = 30m x 5m = 150m
2 2
P = 150m / 10m = 15 C = 100
N = P / C = 15 / 100 = 0,15
N = 1 (o arredondamento é sempre para saída)
Sabemos que N = 0,55m e que a largura mínima de uma saída deve ser 1,20m, que corresponde a duas
unidades de passagem. Portanto é necessária apenas uma saída de emergência, no entanto sabemos
também que a distância máxima a ser percorrida para a saída de emergência deve ser de 15m, no caso de
risco grande.
Conclusão: será necessária a instalação de, pelo menos, duas saídas de emergência com 1,20m cada. Uma
em cada parede de 30m, não podendo ficar de frente uma da outra, conforme abaixo.

14,10m ou pouco menos 15,90m ou um pouco mais

5m 15m 5m

Idem acima
Observação: frisamos que é importante que o conceito de distância a ser percorrida deve ser levada em
conta, as instalações de máquinas, equipamentos e locais de armazenameto, portanto distância a ser
percorrida é a distância livre que pode seguida pela pessoa numa emergência e está ligada diretamente ao
conceito de rota de fuga.

15.2.4. LARGURAS MÍNIMAS A SEREM ADOTADAS


As larguras mínimas das saídas de emergência, em qualquer caso, devem ser as seguintes:
a) 1,20 m, para as ocupações em geral, ressalvando o disposto a seguir;
b) 1,65 m, correspondente a três unidades de passagem de 55 cm, para as escadas, os acessos (corredores
e passagens) e descarga, nas ocupações do grupo H, divisão H-2 e H-3;
c) 1,65 m, correspondente a três unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos (corredores e
passagens) e descarga, nas ocupações do grupo H, divisão H-2;
d) 2,20 m, correspondente a quatro unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos às rampas
(corredores e passagens) e descarga das rampas, nas ocupações do grupo H, divisão H-3.

15.2.5. ACESSOS
Os acessos devem satisfazer às seguintes condições:
a) Permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes da edificação;
b) Permanecer desobstruídos em todos os pavimentos;
c) Ter pé-direito mínimo de 2,5 m, com exceção de obstáculos representados por vigas, vergas de portas e
outros, cuja altura mínima livre deve ser de 2,0 m;
e) Ser devidamente sinalizados e iluminados com indicação clara do sentido da saída.

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15.2.6. DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS
As distâncias máximas a serem percorridas para atingir um local seguro, tendo em vista o risco à vida
humana decorrente do fogo e da fumaça, devem considerar:
a) O acréscimo de risco quando a fuga é possível em apenas um sentido;
b) O acréscimo de risco em função das características construtivas da edificação;
c) A redução de risco em caso de proteção por chuveiros automáticos ou detectores;
d) A redução de risco pela facilidade de saídas em edificações térreas.
As distâncias máximas a serem percorridas para atingir as portas de acesso às saídas das edificações e o
acesso às escadas ou às portas das escadas (nos pavimentos) constam da tabela abaixo e devem ser
consideradas a partir da porta de acesso da unidade autônoma mais distante, desde que o seu
caminhamento interno não ultrapasse 10 m.

X (risco grande) – Edificações em que o crescimento e a propagação do incêndio podem ser fáceis e onde a
estabilidade pode ser ameaçada pelo incêndio.
Y (risco médio) – Edificações onde um dos três eventos é provável: a) rápido crescimento do incêndio; b) propagação
vertical do incêndio; c) colapso estrutural.
Z (risco pequeno) – Edificações concebidas para limitar: a) o rápido crescimento do incêndio; b) a propagação vertical do
incêndio; c) colapso estrutural.

15.3. PORTA CORTA-FOGO (PCF)


Dispositivo móvel que, vedando aberturas em paredes, retarda a propagação do incêndio de um ambiente
para outro. A NBR 11742 trata sobre Porta Corta-fogo para Saídas de Emergência.
As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo
ser abertas facilmente pelos dois lados.
As portas das antecâmaras das escadas à prova de fumaça e das paredes corta-fogo devem ser do tipo
corta-fogo (PCF). Além disso, devem ser providas de dispositivos mecânicos e automáticos, de modo a
permanecerem fechadas, mas destrancadas no sentido do fluxo de saída, sendo admissível que se
mantenham abertas desde que disponham de dispositivo de fechamento, quando necessário, conforme
estabelecido na NBR11742.

15.4. PORTAS DE SAÍDAS


As portas das rotas de saídas não devem ser de enrolar ou correr. Aquelas das salas com capacidade acima
de 50 pessoas, devem abrir no sentido do trânsito de saída e situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não
impeçam as vias de passagem. Devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente
proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista.
Devem ter as dimensões mínimas: a) 80 cm, valendo por uma unidade de passagem;
b) 1 m, valendo por duas unidades de passagem;
c) 1,5 m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem;
d) 2 m, em duas folhas, valendo por quatro unidades de passagem.
Portas maiores que 1,2 m deverão ter duas folhas e sendo maior ou igual a 2,2 m deve existir coluna central.
Se as portas dividem corredores que constituem rotas de saída, devem:
a) Reter a fumaça, ou seja, devem ser corta-fogo e a prova de fumaça conforme estabelecido na NBR11742
e ser providas de visor transparente de área mínima de 0,07 m² e altura mínima de 25 cm;
b) Abrir no sentido do fluxo de saída;
c) Abrir nos dois sentidos, caso o corredor possibilite saída nos dois sentidos.
Para os locais de reuniões de público, com capacidade acima de 100 pessoas, será obrigatória a instalação
de barra antipânico nas portas de saídas de emergência, conforme NBR 11785.
Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá
ser fechada à chave, aferrolhada, ou presa durante as horas de trabalho, salvo se for com dispositivos de
segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do estabelecimento, ou do local
de trabalho. Em hipótese alguma, as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo
fora do horário de trabalho. A colocação de fechaduras com chave nas portas de acesso e descargas é
permitida, desde que seja possível a abertura pelo lado interno, sem necessidade de chave, admitindo-se
que a abertura pelo lado externo seja feita apenas por meio de chave, dispensando-se maçanetas etc.

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15.5. SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
A falta de iluminação por falta de energia elétrica ou desligamento devido a um incêndio. No caso de falta de
energia elétrica devem entrar, automaticamente, em operação um gerador de emergência, com
funcionamento por um combustível, normalmente óleo diesel, para manter acesa algumas luminárias,
chamadas de lâmpadas vigias.
Nas portas das saídas de emergência devem, sempre que possível, serem instaladas luminárias de energia
autônoma, que funciona por bateria recarregável de chumbo/ácido selada, que dispensa manutenção.
Fixada sobre a porta com a inscrição: “SAÍDA”, na cor verde, ficando ligada a rede elétrica de energia, que
entra em funcionamento após o desligamento da energia, facilitando desta forma o abandono da área.
Algumas luminárias têm baterias com autonomia superior a 6 horas de funcionamento.

15.6. ISOLAMENTO DE RISCO POR PAREDE CORTA-FOGO


É um tipo de proteção passiva, mas também muito importante
para o controle da propagação dum incêndio.
Com a previsão das paredes corta-fogo, uma edificação é
considerada totalmente estanque em relação à edificação
contígua.

15.7. PAREDE CORTA-FOGO


Elemento construtivo que, sob a ação do fogo, conserva suas
características de resistência mecânica mantendo sua integridade
e as características de vedação contra gases e fumaça, por um
determinado período de tempo. Pode possuir aberturas, desde
que providas de portas corta-fogo. É estanque à propagação da
chama e proporciona um isolamento térmico, de acordo com sua
característica tal que a temperatura medida sobre a superfície, não
exposta, não ultrapasse 140ºC durante um tempo especificado.
Não possui abertura(s) e deve ultrapassar 1,00m acima de toda a
cobertura dos riscos a serem isolados.
A espessura da parede corta-fogo deve ser dimensionada em
função do material empregado e de acordo com os ensaios
realizados, em laboratórios técnicos oficiais ou normas técnicas, e
deve apresentar as características de isolamento térmico,
estanqueidade e estabilidade.
A estrutura da parede corta-fogo deve ser desvinculada da
estrutura das edificações adjacentes (incluindo lajes e telhados ou
qualquer outro elemento estrutural).
O tempo mínimo de resistência ao fogo de 240 minutos e não
inferior a 120 min.

16. SISTEMA HIDRÁULICO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

16.1. COMPONENTES DO SISTEMA


Os componentes de um sistema hidráulico são:
1) RESERVATÓRIO DE ÁGUA;
2) SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO: consiste normalmente em uma bomba de incêndio, dimensionada a
propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráulico de que o sistema
necessitar. Quando os desníveis geométricos entre o reservatório e os hidrantes são suficientes para
propiciar a pressão e vazão mínima requeridas ao sistema, as bombas hidráulicas podem ser
dispensadas. Seu volume deve permitir uma autonomia para o funcionamento do sistema, que varia
conforme o risco e a área total coberta.
3) TUBULAÇÃO: responsável pela condução da água, cujos diâmetros são determinados, por cálculo
hidráulico;
4) VÁLVULAS DE CONTROLE: são compostos por registros (gaveta, ângulo aberto e recalque) e válvulas
responsáveis pela retenção, bloqueio e controle do sistema;
5) HIDRANTE (propriamente dito): ponto de tomada de água onde há uma (simples) ou duas (duplo) saídas
contendo válvulas angulares;
6) ABRIGO DE MANGUEIRAS: compartimento destinado a proteger as mangueiras e demais componentes.
7) CONJUNTO DE PEÇAS HIDRÁULICAS E ACESSÓRIOS:
 mangueiras de incêndio: tubos flexíveis, constituídos internamente de borracha e protegidos
externamente com lona;
 esguichos: dispositivo destinado a formar e orientar o jato de água;
 requinte: bocal rosqueado ao esguicho, destinado a dar forma ao jato;
 chaves de união: chaves destinadas a fazer a conexão (união) entre duas mangueiras ou entre a
mangueira e o hidrante/derivante;
 redutores, derivantes, etc.
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16.2. RESERVA D’ÁGUA DE INCÊNDIO
A reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o
combate durante um determinado tempo. O volume de água
da reserva de incêndio encontra-se na tabela abaixo.
As águas provenientes de fontes naturais tais como: lagos,
rios, açudes etc devem ser captadas e armazenadas em
reservatórios construídos conforme o Anexo B da IT22 do CB.
O reservatório que também acumula água para consumo
normal da edificação deve ser adequado para preservar a
qualidade da água, conforme a NBR 5626 e pode ser
subdividido desde que todas unidades estejam ligadas
diretamente a tubulação de sucção da bomba de incêndio e
tenham unidades mínimas de 3 m³ (3.000 litros)

16.2.1. RESERVATÓRIOS D’ÁGUA DE INCÊNDIO


Recipientes apoiados no solo, elevados ou subterrâneos que contém certa quantidade de água
inviolável, específica para o uso em incêndios, denominada Reserva de Incêndio.
RESERVA DE INCÊNDIO: volume de água destinado exclusivamente ao combate a incêndio.
RESERVATÓRIO AO NÍVEL DO SOLO: reserva de incêndio cujo fundo se encontra instalado no mesmo
nível do terreno natural.
RESERVATÓRIO ELEVADO: reserva de incêndio cujo fundo se encontra instalado acima do nível do
terreno natural com a tubulação formando uma coluna d’água.
RESERVATÓRIO ENTERRADO OU SUBTERRÂNEO: reserva de incêndio cuja parte superior encontra-se
instalada abaixo do nível do terreno natural.
RESERVATÓRIO SEMI-ENTERRADO: reserva de incêndio cujo fundo se encontra instalado abaixo do nível
do terreno natural e com a parte superior acima do nível do terreno natural.
RESERVATÓRIO DE ESCORVA: reservatório de água com volume necessário para manter a tubulação de
sucção da bomba de incêndio sempre cheia d’água.

16.2.2. CÁLCULO DA RESERVA D’ÁGUA DE INCÊNDIO

i) ÁREA DAS PRINCIPAIS FIGURAS GEOMÉTRICAS

i ÁREA DO QUADRADO

ii ÁREA DO RETÂNGULO

iii ÁREA DO
PARALELOGRAMO

iv ÁREA DO LOSANGO

D=
d=

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v ÁREA DO TRAPÉZIO

vi ÁREA DO TRIÂNGULO

vii CÍRCULO

A A

ii) CÁLCULO DO VOLUME DOS TANQUES

i TANQUE QUADRADO EM FORMA DE PARALELEPÍPEDO

h h

ii TANQUE CILINDRO VERTICAL PLANO

iii TANQUE ESFÉRICO

SEÇÃO ESFÉRICA

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iii) CÁLCULO DA CAPACIDADE DO RESERVATÓRIO
O reservatório deve ter a capacidade para suprir minha necessidade de uso d’água de incêndio durante,
pelo menos 30 minutos, prevendo a utilização de todos os hidrantes existentes na empresa.
Para dimensionamento do meu sistema, eu devo fazer isto na fase do projeto, por isso, eu preciso saber
qual será vazão do meu hidrante mais desfavorável, ou seja, o que sofre mais perda de pressão, e a
quantidade de hidrantes que terei na minha empresa.
Exemplo: num projeto de instalação industrial de uma nova empresa, está previsto a instalação de 10
hidrantes, com um sistema de bomba de incêndio que deve me dar a vazão mínima, no hidrante mais
desfavorável, de 500 litros por minuto. Qual deverá ser a capacidade do meu reservatório d’água de
incêndio? Fórmulas do cálculo: q = V x 30 minutos
c=qxh
sendo: q = capacidade d’água para um hidrante
V = vazão no hidrante mais desfavorável
h = número de hidrantes
c = capacidade d’água do meu reservatório
então: q = 500 l/min x 30 min = 15000 l
c = 15000 litros x 10 = 150.000 litros.

16.2.3. USO D’ÁGUA NO COMBATE A INCÊNDIOS


Os incêndios são em sua grande maioria combatidos com o emprego de água. Essa característica tem sua
causa principal no fato do agente extintor, água, ser o mais abundante e barato na natureza, o que torna
economicamente viável para a maioria dos incêndios, além do fato da maioria dos incêndios ter sua
propagação nos combustíveis de classe A, onde a água é muito eficiente. Essa verdade universal determina
a preocupação com o suprimento d’água, tornando-se muito importante nas organizações, pois os trabalhos
de combate a um incêndio pode ser “apenas” um “simples” processo de movimentação de água, da fonte
disponível, até o local do incêndio.
A extinção de um incêndio, por intermédio da água baseia-se nos princípios da calorimetria. Qualquer corpo
em combustão desprende uma certa quantidade de calor que pode ser determinada matematicamente. Para
se extinguir esse fogo, precisamos anular ou retirar todo esse calor desprendido, provocando assim um
resfriamento do corpo em ignição. Sabemos que, para elevar um grau, a temperatura de um litro de água,
necessitamos de uma determinada quantidade de calor (que na hipótese de um incêndio deve ser subtraída
ao fogo). Portanto, a água é a resposta natural para se combater um incêndio, devido a suas propriedades
científicas de absorção, além de ser, como já dissemos, o mais abundante e econômico para esse fim.
No caso da água salgada, somente deve ser usada em último caso, pois pode danificar os equipamentos de
combate devido ao alto poder corrosivo, e caso seja empregada, deve-se imediatamente após o uso, fazer
funcionar todo o equipamento com água doce e assim, eliminar todos os resíduos do agente corrosivo.

16.2.4. TABELAS DE CLASSIFICAÇÃO

i) CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À OCUPAÇÃO (TABELA 1)


Grup
Ocupação Divisão Descrição Exemplos
o
A-1 Habitação unifamiliar Casas térreas ou assobradadas (isoladas e não isoladas) e condomínios horizontais
A Residencial A-2 Habitação multifamiliar Edifícios de apartamento em geral
Pensionatos, internatos, alojamentos, mosteiros, conventos, residências geriátricas.
A-3 Habitação coletiva Capacidade máxima de 16 leitos
Hotéis, motéis, pensões, hospedarias, pousadas, albergues, casas de cômodos e divisão A3
Serviço de
B-1 Hotel e assemelhado com mais de 16 leitos. E assemelhados
B Hospedagem Hotéis e assemelhados com cozinha própria nos apartamentos (incluem-se apart-hotéis, hotéis
B-2 Hotel residencial residenciais) e assemelhados
Comércio com baixa carga
C-1 Armarinhos, artigos de metal, louças, artigos hospitalares e outros
de incêndio
C Comercial Comércio com média e alta Edifícios de lojas de departamentos, magazines, galerias comerciais, supermercados em geral,
C-2 mercados e outros
carga de incêndio
C-3 Shoppings centers Centro de compras em geral (shopping centers)
Local para prestação de
Escritórios administrativos ou técnicos, instituições financeiras (que não estejam incluídas em
D-1 serviço profissional ou D-2), repartições públicas, cabeleireiros, centros profissionais e assemelhados
condução de negócios
Serviço D-2 Agência bancária Agências bancárias e assemelhados
D
profissional Serviço de reparação Lavanderias, assistência técnica, reparação e manutenção de aparelhos eletrodomésticos,
D-3 chaveiros, pintura de letreiros e outros
(exceto os G-4)
Laboratórios de análises clínicas sem internação, laboratórios químicos, fotográficos e
D-4 Laboratório assemelhados
Escolas de primeiro, segundo e terceiro graus, cursos supletivos e pré-universitário e
E-1 Escola em geral assemelhados
Escolas de artes e artesanato, de línguas, de cultura geral, de cultura estrangeira, escolas
E-2 Escola especial religiosas e assemelhados
Educacional e
E cultura física Locais de ensino e/ou práticas de artes marciais, ginástica (artística, dança, musculação e
E-3 Espaço para cultura física outros) esportes coletivos (tênis, futebol e outros que não estejam incluídos em F-3), sauna,
casas de fisioterapia e assemelhados
E-4 Centro treinamento profissional Escolas profissionais em geral

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E-5 Pré-escola Creches, escolas maternais, jardins-de-infância
Escola para portadores de
E-6 Escolas para excepcionais, deficientes visuais e auditivos e assemelhados
deficiências
Local onde há objeto de
F-1 Museus, centro de documentos históricos, bibliotecas e assemelhados
valor inestimável
Igrejas, capelas, sinagogas, mesquitas, templos, cemitérios, crematórios, necrotérios, salas de
F-2 Local religioso e velório funerais e assemelhados
Centro esportivo e de Estádios, ginásios e piscinas com arquibancadas, rodeios, autódromos, sambódromos, arenas
F-3 em geral, academias, pista de patinação e similares
exibição
Estação e terminal de Estações rodoferroviárias e marítimas, portos, metrô, aeroportos, heliponto, estações de
F-4 transbordo em geral e assemelhados
passageiro
Local de Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de estúdios de rádio e televisão, auditórios em
F Reunião de F-5 Arte cênica e auditório geral e assemelhados
Público Boates, clubes em geral, salões de baile, restaurantes dançantes, clubes sociais, bingo,
F-6 Clubes social e Diversão bilhares, tiro ao alvo, boliche e assemelhados
F-7 Construção provisória Circos e assemelhados
F-8 Local para refeição Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios, cantinas e similares
F-9 Recreação pública Jardim zoológico, parques recreativos e similares. Edificações permanentes
Exposição de objetos e Salões e salas de exposição de objetos e animais, show-room, galerias de arte, aquários,
F-10 planetários, e assemelhados. Edificações permanentes
animais
Garagem sem acesso de
G-1 Garagens automáticas
público e s/ abastecimento
Garagem com acesso de Garagens coletivas sem automação, em geral, sem abastecimento (exceto veículos de carga e
G-2 coletivos)
Serviço público e s/ abastecimento
automotivo Local dotado de
G e G-3 abastecimento de Postos de abastecimento e serviço, garagens (exceto veículos de carga e coletivos)
assemelhad combustível
os Serviço de conservação, Oficinas de conserto de veículos, borracharia (sem recauchutagem). Oficinas e garagens de
G-4 veículos de carga e coletivos, máquinas agrícolas e rodoviárias, retificadoras de motores
manutenção e reparos

G-5 Hangares Abrigos para aeronaves com ou sem abastecimento

Hospital veterinário e Hospitais, clínicas e consultórios veterinários e assemelhados (inclui-se alojamento com ou sem
H-1 adestramento)
assemelhados
Local onde pessoas requerem
Asilos, orfanatos, abrigos geriátricos, hospitais psiquiátricos, reformatórios, tratamento de
H-2 cuidados especiais por
dependentes de drogas, álcool. E assemelhados. Todos sem celas
limitações físicas ou mentais

Hospitais, casa de saúde, prontos-socorros, clínicas com internação, ambulatórios e postos de


Serviço de H-3 Hospital e assemelhado atendimento de urgência, postos de saúde e puericultura e assemelhados com internação
H saúde e
institucional Repartição pública,
Edificações do Executivo, Legislativo e Judiciário, tribunais, cartórios, quartéis, centrais de
H-4 edificações das forças polícia, delegacias, postos policiais e assemelhados
armadas e policiais
Local onde a liberdade das Hospitais psiquiátricos, manicômios, reformatórios, prisões em geral (casa de detenção,
H-5 penitenciárias, presídios) e instituições assemelhadas. Todos com celas
pessoas sofre restrições
Clínica e consultório Clínicas médicas, consultórios em geral, unidades de hemodiálise, ambulatórios e
H-6 assemelhados. Todos sem internação
médico e odontológico
Locais onde as atividades
exercidas e os materiais Atividades que manipulam materiais com baixo risco de incêndio, tais como fábricas em geral,
utilizados apresentam baixo onde os processos não envolvem a utilização intensiva de materiais combustíveis (aço;
I-1 potencial de incêndio. Locais aparelhos de rádio e som; armas; artigos de metal; gesso; esculturas de pedra; ferramentas;
onde a carga de incêndio não fotogravuras; jóias; relógios; sabão; serralheria; suco de frutas; louças; metais; máquinas)
chega a 300MJ/m2

Locais onde as atividades


exercidas e os materiais
I Indústria Atividades que manipulam materiais com médio risco de incêndio, tais como: artigos de vidro;
utilizados apresentam médio
I-2 potencial de incêndio. Locais
automóveis, bebidas destiladas; instrumentos musicais; móveis; alimentos marcenarias,
fábricas de caixas e assemelhados
com carga de incêndio entre
300 a 1.200MJ/m2

Locais onde há alto risco de


Fabricação de explosivos, atividades industriais que envolvam líquidos e gases inflamáveis,
incêndio. Locais com carga de
I-3 incêndio superior a 1.200
materiais oxidantes, destilarias, refinarias, ceras, espuma sintética, elevadores de grãos, tintas,
borracha e assemelhados
MJ/m²

Depósitos de material Edificações sem processo industrial que armazenam tijolos, pedras, areias, cimentos, metais e
J-1 outros materiais incombustíveis. Todos sem embalagem
incombustível

2
J-2 Todo tipo de Depósito Depósitos com carga de incêndio até 300MJ/m
J Depósito
2
J-3 Todo tipo de Depósito Depósitos com carga de incêndio entre 300 a 1.200MJ/m

J-4 Todo tipo de Depósito Depósitos onde a carga de incêndio ultrapassa a 1.200MJ/m²

L-1 Comércio Comércio em geral de fogos de artifício e assemelhados


L Explosivos
L-2 Indústria Indústria de material explosivo

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L-3 Depósito Depósito de material explosivo

M-1 Túnel Túnel rodoferroviário e marítimo, destinados a transporte de passageiros ou cargas

Tanques ou Parque de Edificação destinada a produção, manipulação, armazenamento e distribuição de líquidos ou


M-2 gases combustíveis e inflamáveis
Tanques

Central de comunicação e Central telefônica, centros de comunicação, centrais de transmissão ou de distribuição de


M-3 energia e assemelhados
energia

M Especial Propriedade em
M-4 Locais em construção ou demolição e assemelhados
transformação

Propriedade destinada ao processamento, reciclagem ou armazenamento de material


M-5 Processamento de lixo recusado/descartado

M-6 Terra selvagem Floresta, reserva ecológica, parque florestal e assemelhados

M-7 Pátio de Containers Área aberta destinada a armazenamento de containers

ii) TIPOS DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO POR HIDRANTE OU MANGOTINHO (TABELA 2)


Mangueiras de incêndio
Número de Vazão minima no hidrante
Esguicho Comprimento
Tipo Diâmetro (mm) expedições mais desfavorável (l/min)
máximo (m)
80 (grupos A, E, F-2 e F-3) ou
jato regulável 25 ou 32 45 simples
1 100 (demais ocupações)
Jato compacto & 13 mm
40 30 simples 130
2 ou regulável
jato compacto & 16 mm
40 30 simples 200
3 ou regulável
jato compacto & 19 mm
40 ou 65 30 simples 400
4 ou regulável
jato compacto & 25 mm
65 30 duplo 600
5 ou regulável

iii) TIPO DE SISTEMAS E VOLUME DE RESERVA DE INCÊNDIO MÍNIMA (M³) (TABELA 3)


CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO
CONFORME TABELA 1 DO DECRETO ESTADUAL 46.076/01

D-1 (acima de 300 MJ/ m 2 ), -2 (acima de 800


2
Área das edificações A-2, A-3, C-1, D-1(até 300 MJ/M ), D- D-3 (acima de 300 MJ/ m 2 ), MJ/m 2 ), F-1 (acima
e áreas de risco 2, D-3 (até 300 MJ/M2), D-4 (até 300 D-4 (acima de 300 MJ/ m 2 ); de 300 MJ/m²); F-
MJ/M2), E-1, E-2, E-3, E-4, E-5, E-6, F- B-1; B-2; C-2 (acima de 300 10, G-5, I-2 I-3, J-4, L-2 e L-
1 (até 300 MJ/M2), F-2, F-3, F-4, F-8, até 800 MJ/m 2 ), C-3, F-5, F- (acima de 800 3
G-1, G-2, G-3, G-4, H1, H-2, H-3, H- 6, F-7, F-9, H-4, I-2 (acima de MJ/m 2 ), J-3 (acima
5, H-6; I-1, J-1, J-2 e M-3 300 até 800 MJ/m 2 ), J-2 e J-3 de 800 MJ/m²), L-1
(acima de 300 até 800 MJ/m²) e M-1

Até 2.500 m² Tipo 1 – RI 5m³ Tipo 2 – RI 8m³ Tipo 3 – RI 12 m³ Tipo 3 – RI 16 m³ Tipo 3 – RI 20m³

Acima de 2.500 até


Tipo 1 – RI 8 m³ Tipo 2 – RI 12m³ Tipo 3 – RI 18 m³ Tipo 4 – RI 25 m³ Tipo 4 – RI 35m³
5.000 m²
Acima de 5.000 até
Tipo 1 – RI 12m³ Tipo 2 – RI 18m³ Tipo 3 – RI 25m³ Tipo 4 – RI 35m³ Tipo 5 – RI 55m³
10.000 m²
Acima de 10.000 até
Tipo 1 – RI 18m³ Tipo 2 – RI 25m³ Tipo 3 – RI 35m³ Tipo 5 – RI 48 m³ Tipo 5 – RI 80 m³
20.000 m²
Acima de 20.000 até Tipo 5 – RI
Tipo 1 – RI 25m³ Tipo 2 – RI 35m³ Tipo 3 – RI 48m³ Tipo 5 – RI 70m³
50.000 m² 110m³
Tipo 5 – RI
Acima de 50.000 m² Tipo 1 – RI 35m³ Tipo 2 – RI 47m³ Tipo 3 – RI 70m³ Tipo 5 – RI 100m³
140m³

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16.3. REDE DE DISTRIBUIÇÃO D’ÁGUA DE INCÊNDIO
Parte do sistema de abastecimento, formado de tubulações e acessórios, destinada a colocar água de
incêndio nas tomadas d’água, de forma contínua, em quantidade e pressão calculadas.
As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo angulares de diâmetro DN65 (2½”), já as válvulas para
mangotinhos devem ser do tipo abertura rápida, de passagem plena e diâmetro mínimo DN25 (1”). As
instalações, em conjunto, de hidrantes e mangotinhos com o sistema de chuveiros automáticos, devem ter
garantidas as vazões e pressões mínimas exigidas, sendo somadas as reservas efetivas de água para o
combate a incêndios, e que atendam aos requisitos técnicos previstos nas normas técnicas oficiais.
As tubulações para hidrantes e mangotinhos devem ser conectadas às tubulações principais, antes das
válvulas de governo e alarme, de forma que estejam em condições de operar quando o sistema de sprinkler
estiver em manutenção; podem ser conectadas após a válvula de governo e alarme, se protegerem área
diferente daquela que os chuveiros estejam dando coberturas.

16.3.1. TUBULAÇÃO PRINCIPAL


Deve ser de aço carbono ou material similar, resistente. Pode ser subterrânea ou aparente, neste último
caso toda ela deve ser pintada de vermelho. Na tubulação principal da rede de incêndio normalmente são
utilizados diâmetros de 4”, 6”, 8”, 10” e 12”.

16.3.2. VÁLVULA DE GOVERNO


É instalada na alimentação de água do sistema de sprinkler e/ou
mangotinho de tubo molhado. A válvula contém uma válvula de retenção
e um sistema de alarme hidráulico, que funciona com a abertura da
válvula de retenção, devido a passagem de água, por ocasião de
utilização de um sprinkler ou mangotinho.
É instalada verticalmente, normalmente junto a uma parede, pintada em
esmalte sintético vermelho e dispõe de dreno para abertura manual de
saída da água, utilizado nos testes e manutenção do sistema de
sprinkler.
As válvulas de governo e seus acessórios devem ser examinados e
testados pelo menos a cada três meses.
O gongo hidráulico, normalmente presente nas válvulas de governo e alarme, pode ser substituído pelo
alarme elétrico, interligando a mesma ao sistema de alarme principal da edificação, de forma a avisar
quando passar água no sistema a partir do seu funcionamento, ou seja, o uso da água da rede interna de
incêndio, como, por exemplo, o rompimento de um único sprinkler.
Quando for necessária a redução de pressão, em sistemas conjugados ou não, deverão ser utilizadas
válvulas redutoras de pressão, aprovadas para o uso em instalações de proteção contra incêndios.

16.3.3. VÁLVULA ISOLADORA


O equipamento é utilizado em rede de incêndio subterrânea com acionamento
direto na superfície pela coluna indicadora, é recomendado para isolar trechos
da rede para manutenção. O registro visa regular ou bloquear a alimentação
de água. Normalmente é utilizada a válvula do tipo gaveta em ferro fundido
com visor acrílico com a indicação de aberto ou fechado e pintura em esmalte
sintético vermelho.
A válvula isoladora deve ser mantida aberta e garantida a sua abertura com
um lacre ou cadeado.

16.4. BOMBA DE INCÊNDIO


As motos-bomba são constituídas de bomba hidráulica, acionada de
forma independentemente por motor propulsionado a reação, a
combustão interna ou energia elétrica. São dos mais diversos
modelos, capacidade de vazão e pressão.
A bomba de incêndio deve ser do tipo centrífuga e acionada por
motor elétrico ou a combustão, neste último caso, normalmente
usado o diesel. O seu funcionamento deve ser feito por um sistema
automático, sempre que houver perda de pressão na rede d’água
de incêndio. Para se evitar o desgaste desnecessário da bomba de
incêndio deve ser instalada uma bomba de recalque, conhecida
como bomba jockey, para garantir a pressão do sistema em pequenas perdas. A altura manométrica total da
bomba deve ser calculada para o hidrante mais desfavorável do sistema. No sistema de malha ou anel
fechado, devem existir válvulas de paragem ou válvulas de bloqueio, localizadas de tal maneira que, pelo
menos dois lados em uma malha que envolva quadras de processamento ou armazenamento, possam ficar
em operação, no caso de rompimento ou bloqueio dos outros dois.
Para efeito de equilíbrio de pressão nos pontos de cálculos é admitida a variação máxima de, para mais ou
2
para menos, 0,50 mca (5,0 kPa ou 0,05 kg/cm ).

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16.5. SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES
É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas
de água, com determinada pressão e vazão em uma edificação,
assegurando seu funcionamento por determinado tempo.
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio
de combate para os incêndios no qual os extintores manuais se tornam
insuficiente.
Os hidrantes são internacionalmente reconhecidos como o mais eficiente
sistema de abastecimento de água em incêndios, o sistema que usa o
hidrante pode mais detalhadamente definido como sendo o conjunto de
canalização, abastecimento de água, válvulas ou registros, colunas
(tomadas de água), mangueira de incêndio, esguichos e meios de aviso e alarme, utilizados para o combate
a incêndios, quer dizer, conduzem a água desde os reservatórios (elevados ou subterrâneos) até os seus
terminais simples ou duplos, onde são acoplados seus acessórios, no diâmetro de 2½”.
2
É importante salientar que toda construção acima de 750m de área construída deve ter o seu projeto
hidráulico devidamente aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
A coluna de hidrante normalmente é construída em tubo de aço carbono, conforme normas ANSI, pintada
em esmalte sintético vermelho.
HIDRANTE DE
PAREDE
16.5.1. TIPOS DE HIDRANTES
A classificação pode ser definida como simples de
coluna, duplo de coluna, simples de parede e duplo de
parede e subterrâneos. E ainda serem internos ou
externos. Já os bombeiros os classificam também
como sendo públicos e particulares.
HIDRANTE DE COLUNA: normalmente utilizado na
rede pública, mas também muito comum nas
industrias. São emergentes, sendo dotados de meios
de conexão direta às mangueiras. Os hidrantes de
coluna possuem uma, duas ou três expedições, ou tomadas d’água, para a conexão de mangueiras.
HIDRANTES DE PAREDE: são aqueles embutidos em paredes ou encostados a elas, a cerca de um metro
do piso, podendo ser disposto em abrigo especial, onde também se acham os lances de mangueiras,
esguichos e chaves de mangueiras.
HIDRANTES SUBTERRÂNEOS: são aqueles que estão situados abaixo do nível do solo, com suas partes
construtivas (expedição e comando de registro) colocadas em uma caixa de alvenaria, fechada por uma
tampa de ferro fundido.

16.5.2. REGISTRO DE RECALQUE – CORPO DE BOMBEIRO


Terminal de tubulação metálica, destinado a receber água sob pressão
externa à rede de incêndio, para utilização em casos de emergência. Pode ser
encontrado na calçada ou na parede no interior das empresas, geralmente
próximo à Portaria ou entrada da organização.
O registro de recalque pode ser utilizado para pressurizar um sistema de
hidrantes ou de chuveiros automáticos, provido de registro igual ao utilizado
nos hidrantes, de 63 mm de diâmetro, e uma introdução de igual medida, com tampão de engate rápido.
Quando o registro de recalque estiver situado no passeio, deverá ser encerrado em uma caixa de alvenaria,
com tampa metálica com medidas de (40 x 60 cm), identificada pela palavra INCÊNDIO, com o fundo
constituído de material permeável, que possibilite o escoamento da água para o solo.
A introdução, ou tomada d’água, colocada a 0,15m de profundidade em relação ao passeio, deve estar
voltada para cima em ângulo de 45 graus e permitir acoplamento fácil das mangueiras.
É vedada a instalação do registro de recalque em local que tenha circulação ou passagem de veículos.
Um hidrante simples de coluna instalado na portaria ou na entrada da edificação, com facilidade de acesso
dos veículos do Corpo de Bombeiros, poderá substituir o registro de recalque.

16.5.3. CANHÃO MONITOR


Deve ser acoplado diretamente na coluna de hidrantes, normalmente
utilizado com duas tomadas d’água para acoplar mangueiras, além de sua
própria tomada d’água.
É recomendado especialmente para o combate em florestas, indústrias
químicas e outras que necessitam obter um longo alcance.
Pode ser utilizado no sistema de espuma mecânica.
Alguns modelos podem obter vazões superiores a 3.000 litros por minuto.
Normalmente são produzidos em três modelos: canhão monitor fixo, portátil
e sobre rodas.

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16.5.4. MANGOTINHO

São mangueiras de borracha de diâmetro menor do que


os das mangueiras de incêndio (¾ ou 1”). São utilizadas em instalações leves, em carros de bombeiros ou
ainda podem ser utilizados como sistema complementar as instalações de hidrantes. Especialmente
indicados para trabalhos em princípios de incêndio, pois possuem boa capacidade extintora e permitirem um
fácil manuseio, podendo ser operado de maneira rápida por uma única pessoa, além disso, podem se
manuseados por pessoas não habilitadas (ex.: uma dona de casa em um edifício residencial), que tenha
recebido um treinamento básico, com apoio de um uma instrução escrita junto ao equipamento. O
dimensionamento do sistema de mangotinhos obedece as mesmas regras de um sistema de hidrantes.

16.5.5. DISTRIBUIÇÃO DOS HIDRANTES E MANGOTINHOS


Os pontos de tomada de água devem ser posicionados:
a) próximos às portas externas, escadas ou acesso principal a serem protegidos, a não mais de 5m;
b) em posições centrais nas áreas protegidas, dimensionados a cobrir certo raio de alcance;
c) de 1,0 m a 1,5 m do piso.
No caso de projetos utilizando hidrantes externos, deverá atender ao afastamento de, no mínimo, uma vez e
meia a altura da parede externa da edificação a ser protegida, devem ser utilizados 60m de mangueira de
incêndio (preferencialmente em lances de 15m), devidamente dimensionados por cálculo hidráulico.
Recomenda-se que sejam utilizadas mangueiras de incêndio de 65mm de diâmetro para redução da perda
de carga e o último lance pode ser de 40mm para facilitar seu manuseio, nesse caso deve haver uma
redução de mangueira de 2½” para 1½”.

16.5.6. PRESSÃO D’ÁGUA NUM HIDRANTE


A pressão que verificamos em um hidrante, é obtida normalmente pela diferença de nível entre o hidrante e
o reservatório que o abastece ou através de uma bomba de incêndio.

16.5.7. MEDIÇÃO DE VAZÃO DO SUPRIMENTO D’ÁGUA


A vazão de um hidrante será obtida a partir da medição da pressão dinâmica dessa fonte, que será um dado
fundamental na fórmula que apresentaremos a seguir, a qual apontará a vazão disponível no hidrante ou
através de consulta à tabela de vazões, a partir da pressão verificada no aparelho Pitot.

i) EQUIPAMENTO PARA MEDIÇÃO DA VAZÃO D’ÁGUA NUM HIDRANTE


O equipamento apropriado destinado a medir a
pressão dinâmica num hidrante é o Pitot, que deve
ser utilizado após abertura da água num hidrante.
O manômetro pode ser calibrado:
a) em libra por polegada quadrada (psi);
2
b) em quilograma por centímetro quadrado (kg/cm );
b) em metros de coluna de água (mca);
c) em atmosferas (atm);
e) simultaneamente em duas ou mais dessas
medidas em escalas correspondentes.
A agulha do tubo Pitot deve ser colocada
diretamente na linha central do jato, distante da face
do bocal, não mais do que uma vez e meia o
diâmetro do bocal.
A pressão ideal na saída do esguicho, após superar as perdas de carga, é de 80 psi.

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ii) CÁLCULO DA VAZÃO
Proceder inicialmente à medição da pressão dinâmica através do aparelho pitot.
Em seguida, aplica-se a fórmula adiante:
Q = 0,0034 . d² . Pv . 60, onde:
Q = vazão em litros por minuto
Pv = pressão de velocidade ou dinâmica no bocal do esguicho, expressa em mca
d = diâmetro em mm
0,0034 = constante que depende das unidades adotadas
EXEMPLO: calcular a vazão d’água num hidrante com requinte de 1” e com pressão, medida no pitot, de
75psi, sabendo-se que 1” = 25,4 mm e 14,7 psi = 10 mca
Resposta: substituindo na fórmula dada:
Q = 0,0034 x (25,4)² x Pv x 60
Para continuar precisamos calcular a pressão dinâmica em mca:
psi mca
14,7  10
75  x
x = 75 . 10 ⇒ x = 750 ⇒ x = 51,02
14,7 14,7
Então: Q = 0,0034 x 645,16 x 51,02 x 60
3 3
Q = 6.714,93 l/min = 6715 m /min = 402,90 m /h = 402.897,41 l/h
Q = 1.773,91 g/min

iii) CÁLCULO DA PERDA DE CARGA


1,85
Calculada através da fórmula: J = K x Q , onde:
J = perda de carga unitária
K = constante igual a 0,0000011
Q = vazão em litros por minuto
EXEMPLO: calcular a perda de carga num ambiente com pé direito de 2,8 metros, considerando-se uma
vazão de 500 gpm, equivalente ao trabalho de ataque ao fogo com duas linhas de 2½. Sabendo que 1
Galão americano = 3,785 litros e que 1mca = 1,42 psi ou 1 psi = 0,7 mca
Resposta:
Q = 3,785 l/g/min x 500 gpm = 1892,5 l/min
1,85
Então: J = 0,0000011 x (1892,5)
J = 1,27 m por m
Num andar com o pé direito equivale-se a 2,8 metros de altura, tem-se a seguinte perda de carga:
∆ H = 1,27 m/m x 2,8 m
∆ H = 3,5 mca = 3,5 x 1,42 = 4,97 psi.

iv) QUADRO DE PRESSÕES E VAZÕES CORRESPONDENTES EM ESGUICHOS LEVES

v) CÁLCULO DA VELOCIDADE DA ÁGUA


A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não devem ser superior a 5 m/s.
Q
Calculada pela equação: V = , no cálculo da área deve ser considerado o diâmetro interno da tubulação.
A
Onde: V é a velocidade da água, em metros por segundo;
Q é a vazão de água, em metros cúbicos por segundo;
A é a área interna da tubulação, em metros quadrados.
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16.5.8. ABRIGO DE MANGUEIRAS DE INCÊNDIO
Compartimento destinado exclusivamente para guardar e proteger o
hidrante e os demais componentes. Podem de alvenaria ou fibra de
vidro ou outro material especial, que resista a intempéries.
Existem três processos básicos de acondicionamento: espiral,
aduchada e zig-zag.
As mangueiras de incêndio devem ser acondicionadas dentro dos
abrigos em zig-zag ou aduchadas, conforme especificado na NBR
12779, sendo que as semi-rígidas podem ser acondicionadas
enroladas, com ou sem o uso de carretéis axiais ou em forma de oito,
permitindo sua utilização com facilidade e rapidez.
No interior do abrigo pode ser instalada a válvula angular, desde que o
seu manuseio e manutenção estejam garantidos. Os abrigos podem ser
construídos de materiais metálicos, de madeira, de fibra de vidro,
devendo ser pintados na cor vermelho, preferencialmente na mesma
tonalidade da rede de incêndio e devem possuir apoio ou fixação
própria, independente da tubulação que abastece o hidrante ou
mangotinho.
Os abrigos não devem ser instalados a mais de 5 m da expedição da
tubulação, devendo estar em local visível e de fácil acesso e a porta do
abrigo não pode ser trancada.
As mangueiras de incêndio, a tomada de água e a botoeira de acionamento da bomba de incêndio podem
ser instaladas dentro do abrigo, desde que não impeçam a manobra ou a substituição de qualquer peça.
Uma boa recomendação, para as medidas de um abrigo, para um hidrante duplo, é: 1,00m(comprimento) x
0,90m(altura) x 0,30m(profundidade).

16.5.9. MANGUEIRAS DE INCÊNDIO


Mangueira de incêndio é o nome dado ao condutor flexível, dotado de uniões, utilizada para conduzir a água
sob pressão da fonte de suprimento (tomada d’água), ao lugar onde deve ser lançada (hidrante).
A norma a ser seguida é a NBR 11.781.
Normalmente utilizam-se mangueiras de 2½” de diâmetro como linhas adutoras, ou seja, para transportar a
água até as imediações do incêndio, e para linhas de ataque são utilizadas mangueiras de 1½”.
As mangueiras de incêndio mais usadas são as de diâmetro 38 milímetros (ou 1 ½ polegadas), 63 milímetros
(ou 2 1/2 polegadas) e 75 milímetros (3 polegadas), este último tipo é muito raro encontra nas organizações
e podem ser encontradas. O diâmetro refere-se à medida interna das mangueiras.
Por conveniência de transporte e manuseio, as mangueiras de incêndio são utilizadas em comprimentos de
15 metros, sendo este o ideal pela facilidade de transporte e manuseio, mas podem ser também de 20, 25 e
30 metros.

i) MATERIAIS USADOS NAS MANGUEIRAS


As mangueiras de incêndio podem ser de fibras de tecido vegetal (algodão, rami, linho, etc.) ou de tecido
sintético (poliéster), todas revestidas internamente de borracha. São flexíveis porque permite o manuseio da
mangueira para todos os lados, resistindo a pressões relativamente altas.
As mangueiras sintéticas são as indicadas para os locais onde exista a ação de ácidos, solventes, etc.

ii) SELEÇÃO DA MANGUEIRA


A escolha do tipo de mangueira é fundamental, para um desempenho adequado e maior durabilidade do
produto. Para isso deve-se, primeiramente, verificar se a pressão na linha é compatível com a pressão de
trabalho da mangueira. O tipo da mangueira deve estar marcado nas duas extremidades do duto flexível.
TIPO 1 – construída com um reforço têxtil tipo capa simples dotada de tubo interno de borracha sintética.
2
Destina-se a edifícios de ocupação residencial. Pressão de trabalho máxima de 980kPa (10kgf/cm ).
TIPO 2 – construída com um reforço têxtil tipo capa simples dotada de tubo interno de borracha sintética.
Destina-se a edifícios comerciais e industriais ou Corpo de Bombeiros. Pressão de trabalho máxima de
2
1.370 kPa (14 kgf/cm ).
TIPO 3 – construída com um reforço têxtil tipo capa simples dotada de tubo interno de borracha sintética.
Destina-se à área naval e industrial ou Corpo de Bombeiros, onde é indispensável maior resistência à
2
abrasão. Pressão de trabalho máxima de 1.470 kPa (15 kgf/cm ).
TIPO 4 – construída com um reforço têxtil acrescida de uma película externa de plástico, dotada de tubo
interno de borracha sintética. Destina-se à área industrial, onde é desejável maior resistência à abrasão e a
2
agentes químicos. Pressão de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm ).
TIPO 5 – construída com um reforço têxtil tipo capa simples dotada de tubo interno de borracha sintética.
Destina-se à área industrial, onde é desejável uma alta resistência à abrasão e agentes químicos. Pressão
2
de trabalho máxima de 1.370 kPa (14 kgf/cm ).

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iii) INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DAS MANGUEIRAS
Toda mangueira, quando em uso (em prontidão para combate a incêndio), deve ser inspecionada a cada 3
meses e ensaiada hidrostaticamente a cada 12 meses, conforme a norma NBR 12779. Estes serviços
devem ser realizados por profissional ou empresa especializada.
O ensaio hidrostático em mangueira de incêndio deve ser executado utilizando-se equipamento apropriado,
sendo totalmente desaconselhável o ensaio efetuado por meio da expedição de bomba da viatura, hidrante
ou ar comprimido, a fim de evitar acidente.

iv) CUIDADOS BÁSICOS COM AS MANGUEIRAS


Os danos causados às mangueiras, normalmente são ocasionados pelo arrastamento, calor, mofo,
ferrugem, produtos químicos, em especial alguns ácidos, gasolina, óleos, etc. O arrastamento das
mangueiras em superfícies abrasivas desgasta o seu tecido, enfraquecendo-as.
 abrigue-as em locais suficientemente arejados e sempre secas;
 não deixá-las expostas a raios solares e gases ou vapores de produtos químicos;
 evite arrastá-las, principalmente sobre superfícies ásperas, entulhos, quinas de paredes, bordas de
janelas, telhados ou muros. Sejam secas, molhadas ou cheias de água, as mangueiras não devem ser
arrastadas;
 não devem ser colocadas sob vazamentos de óleo, ácidos e substâncias químicas, que possam atacar e
destruir as fibras do tecido ou o revestimento de borracha;
 evite deixar cair as uniões;
 não deve ser permitida a passagem de veículos sobre as mangueiras;
 com água sob pressão, as mangueiras nunca devem ser dispostas, de modo a formar ângulo, devendo
suas mudanças de direção serem curvas (“seios” de mangueiras);
 não devem ser colocadas sobre superfícies excessivamente aquecidas;
 não se deve permitir que elas recebam mudanças bruscas de pressão internamente, ocasionadas por
fechamento rápido de esguichos, expedições ou dobras;
 não utilizar a mangueira para nenhum outro fim (lavagem de garagens, pátios, etc.) que não seja o
combate a incêndio;
 utilize um conjunto de mangueiras separado, que não seja do abrigo, para os treinamentos de brigada.

v) PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO DAS MANGUEIRAS DE INCÊNDIO


As mangueiras novas devem ser retiradas das embalagens fornecidas pelo fabricante, inspecionadas,
verificado as inscrições de testes e conformidade com a norma da ABNT e armazenadas em local arejado
livre de mofo e umidade, protegido da incidência de raios solares.

vi) PROCEDIMENTO DE GUARDA E RETIRADA D’ÁGUA DAS MANGUEIRAS


Terminado o seu uso, os lances de mangueira são desengatados e colocados estendidos no solo plano.
Uma pessoa levanta uma das extremidades da mangueira e caminha sob as mangueiras, levantando-a
sucessivamente com as mãos estendidas, até provocar a total saída da água de seu interior.
Na necessidade de se fazer a lavagem da mangueira, utilizar água potável, sabão neutro e escova de fibras
longas e bem macias, secando-a sempre à sombra, utilizando um plano inclinado ou posicionando-a na
vertical estendida, mas nunca diretamente ao sol.
O forro quando de borracha deve ser conservado com talco industrial, depois de secas, e as uniões podem
ser lubrificadas com talco ou grafite, evitando-se o uso de óleo ou graxa.
É recomendado também fazer a redobra dos vincos, conforme a Norma NBR 12779.
O usuário deve identificar individualmente as mangueiras e manter registros históricos de sua vida útil.
Utilize uma Ficha de Controle Individual para Mangueira de Incêndio, conforme modelo da NBR 12779,
fazendo valer o Certificado de Garantia do produto.
Após o ensaio hidrostático ou uso, as mangueiras devem retornar, preferencialmente, para o mesmo
hidrante ou abrigo que se encontrava antes do ensaio.

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vii) ENROLAMENTO TO DE MANGUEIRAS E FORMAS DE ACONDICIONAMENTO
Estenda a mangueira de modo que a junta da dobra superior fique sobre a dobra inferior a uma distância de
90 cm. Essa forma é conhecida como tipo “marinha” ou aduchada. Enrole em seguida, começando pela
dobra, tendo-se
se o cuidado de manter a mangueira bem paralela e o rolo bem ajustado. Pare de enrolar
quando o rolo atingir a junta da dobra superior. A seguir, faça uma leve pressão sobre o rolo para encaixá-lo
encaixá
totalmente.

ADUCHADA

viii) TRANSPORTE
ANSPORTE DE MANGUEIRAS

PRIMEIRO MÉTODO: a mangueira fica sobre o


ombro e a sua junta de união deve estar sempre
voltada para quem vai transportá-la.
transportá

SEGUNDO MÉTODO: neste método apóie a


mangueira sobre a palma da mão, com o braço
estendido, próximo ao corpo,
rpo, mantendo a junta de
união voltada para baixo.

16.5.10. OUTROS ACESSÓRIOS


ESSÓRIOS E PEÇAS

i) UNIÕES E ENGATES DE MANGUEIRAS


Também chamados de adaptadores storz. São peças empatadas nas extremidades das mangueiras, do tipo
engate rápido, que servem para interligá-las,
interligá bem como conectá-las,
las, ao hidrante, ao esguicho ou outras
peças do conjunto hidráulico.

ii) TAMPÃO
É utilizado nos hidrantes e serve para fechamento da tomada d’água, a fim de evitar vazamentos.

iii) ESGUICHO
É uma peça metálica destinada a dirigir, dar forma e controlar a aplicação
da água, acoplada na saída das mangueiras de incêndio para lançamento
de água. Existem, basicamente, dois tipos de esguichos: agulheta ou de
jato sólido e regulável. Normalmente construído de alumínio ou latão.
ESGUICHO AGULHETA
É umm esguicho com o corpo cilindro cônico, em cuja
extremidade de diâmetro maior é incorporado uma
junta de união (engate rápido) e na extremidade
oposta, de menor diâmetro, podem ser adaptadas e
substituídas várias "bocas móveis" ou "requintes"
de diversos diâmetros.
ESGUICHO REGULÁVEL
Esse tipo de esguicho é utilizado quando se deseja jato em forma de chuveiro, jato em
forma de neblina e jato compacto. A mudança de ângulo é obtida girando-se se a parte
anterior do esguicho, que se movimenta para frente e para trás,
trás, à medida que é girado.

iv) REQUINTE
É a peça rosqueada à extremidade do esguicho tipo agulheta,, destinada a dar forma ao jato.

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v) REDUÇÃO
É uma peça metálica de engate rápido, utilizada para reduzir o diâmetro dos hidrantes ou mangueiras de
63mm (2½) para 38mm ou (1½).

vi) DERIVANTE
Aparelho metálico com registros, introdução de 63mm (2½”) e expedições de 38mm
(1½”) ou 63mm, todas de engate rápido. É utilizado no término da linha adutora,
possibilitando a armação de duas linhas de ataque, principalmente quando existe
uma certa distância entre o hidrante mais próximo e o local do incêndio. Permite o
controle de vazão d’água, através de comando com válvula esfera.
Quando em uso numa armação de linhas de mangueiras, deve-se permanecer uma
pessoa no comando do derivante, durante todo o tempo de combate.

vii) CHAVE DE MANGUEIRA OU CHAVE DE UNIÃO


Peça metálica utilizada para facilitar os acoplamentos e desacoplamentos das
mangueiras. Nos abrigos de mangueiras devem estar disponíveis, pelo menos, duas
peças iguais, que devem sempre utilizadas juntas.
Os modelos de chaves disponíveis já vêm com a opção para 1½” ou 2 ½”

16.6. ARMAÇÃO DE LINHAS DE MANGUEIRAS DE INCÊNDIO

16.6.1. LANÇAMENTO DE MANGUEIRAS


Lançar ou estender mangueiras de incêndio consiste em
colocá-la em condições de trabalho na ocorrência. Você
lança a mangueira aduchada e estende mangueira em
espiral.
a) segure com a mão direita à união que está por dentro, protegida pela última dobra, junto à união, contra o
solo; observe este procedimento na figura ao lado.
b) impulsiona-se vigorosamente para frente, de modo a imprimir movimento rotativo mantendo firme cada
extremidade (com a mão e o pé), que a mangueira se desenrolará por completo:
c) acopla-se a união que estava mantida pelo pé, e de posse da outra extremidade, caminha-se na direção
em que deva ser estendida a mangueira.

16.6.2. ACOPLAMENTO DE MANGUEIRAS DE INCÊNDIO


a) b)
As mangueiras podem vir acopladas em juntas de união
de rosca “macho-fêmea” (tipo americano) e de engate
rápido (tipo alemão), este último é o mais utilizado.
Os acoplamentos deveram ser feitos por duas pessoas,
cada pessoa segurando uma junta de união,
encaixando os pinos nas fendas e girando as mãos em
sentido contrário, até o encaixe completo, depois utilizar
a de chave de união, para garantir o completo
acoplamento para própria segurança do usuário e do
sistema de armação. Para desacoplar deve-se adotar o
procedimento inverso.
a) Método de acoplamento de mangueira de incêndio
por um homem sobre o joelho: c)
b) Método de acoplamento de mangueiras por um
homem usando os pés:
c) Método de acoplamento de mangueira por dois homens:
d) Método para descarga de mangueiras:
d)

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16.6.3. TIPOS DE ACOPLAMENTOS

16.6.4. TIPOS DE LINHA DE MANGUEIRA


Denomina-se “linha de mangueira” o conjunto de uma ou mais mangueiras
acopladas entre si, utilizadas nos trabalhos de extinção de incêndio. Existem dois
tipos básicos de “linhas de mangueiras”.

i) LINHA ADUTORA
Empregada unicamente para o transporte de água da fonte de abastecimento até as
imediações do incêndio. São utilizadas geralmente mangueiras de 63 mm (2½”).

ii) LINHA DE ATAQUE OU DE COMBATE


Utilizada para o ataque direto do fogo, normalmente utilizadas mangueiras de 38mm (1½”).

16.6.5. TIPOS DE JATO DE ÁGUA


JATO SÓLIDO: jato compacto de água, produzido por esguicho de orifício circular. Dessa forma, a água
atinge maior distância e penetra no material incendiado. Usado para extinção de incêndio da classe “A”.
JATO CHUVEIRO: formado com a utilização de esguichos reguláveis. Dessa maneira, a água atinge maior
área do fogo, com melhor aproveitamento de sua ação extintora. Usado melhor para extinção de incêndio da
classe “A”.
JATO NEBLINA: formado com a utilização de esguichos especiais, que fracionam a água em pequenas
gotículas. Dessa forma, a água atinge sua maior ação extintora, pois resfria o ambiente e ainda abafa.
Sistema usado para extinção de incêndios das classes “A” e “B”.
Os jatos de neblina ou chuveiro também são muito utilizados para proteção de uma equipe de combate,
numa linha de ataque, permitindo que esta equipe alcance uma proximidade ideal para o combate ao fogo.

16.7. SISTEMA DE SPRINKLERS


A palavra sprinklers é originário do inglês, que significa “chuveiros automáticos“. É um
sistema de proteção que utiliza o agente extintor água, sendo constituído por uma rede
de tubulação fixa onde são distribuídos os bicos, ligados ao sistema d’água de incêndio
e mantido pressurizados, por sistema de bomba de incêndio ou de gravidade, conforme
o tipo de reservatório.
O seu acionamento deve ser automático, conforme a temperatura do ambiente, quando
há o aumento de temperatura no ambiente, um pequeno bulbo de vidro (quartzo) cheio
de líquido de alta capacidade de dilatação, se rompe, dando passagem à água. O
sistema deve ser dotado de dispositivos de alarmes mecânicos ou elétricos, sempre
imediatamente após o seu funcionamento.
É considerado um dos mais confiáveis e completos meios de proteção contra incêndio,
principalmente quando se tem na água o melhor agente extintor, além disso,
normalmente as seguradoras oferecem descontos, nos prêmios de seguro incêndio.
Estes equipamentos são normatizados pelas NBR 6.125 – Chuveiros Automáticos para
Extinção de Incêndio e NBR 10.897 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro
Automático, além da NFPA 13 – Standart for the Installation of Sprinkler Systems.
O elemento termo sensível se rompe por ação do calor proveniente do foco de
incêndio, permitindo a descarga d’água sobre os materiais em chamas.
A instalação de chuveiros automáticos em casa de máquinas, subestações, casa de
bombas de incêndio, sala de gerador e similares, ou seja, onde haja equipamentos
2
elétricos energizados, desde que com área máxima de 200m , pode ser substituída,
por exemplo, pela instalação
de detectores de fumaça,
ligados ao sistema de alarme.
As empresas que têm o
sistema de sprinklers devem
fazer inspeções trimestrais, a
serem realizadas por um
profissional competente,
preferencialmente da própria
empresa responsável pela
instalação do sprinklers.
Normalmente é construído em
bronze fundido com vida útil de
50 anos, exceto os de alta
temperatura, que devem ser
substituídos a cada 5 anos.
Existem dois tipo de sprinkler o
pendente ou para cima (upright).
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16.7.1. TEMPERATURA DE ACIONAMENTO DE UM SPRINKLER
TEMPERATURA
COR DO LÍQUIDO
ACIONAMENTO AMBIENTE(máx)
VERMELHO 68ºC 38ºC
AMARELO 79ºC 49ºC
VERDE 93ºC 63ºC
CINZA 121ºC 91ºC
AZUL 141ºC 111ºC
MALVA OU VIOLETA 182ºC 152ºC

17. SISTEMAS FIXOS DE COMBATE A INCÊNDIOS

17.1. SISTEMA FIXO DE ESPUMA


INCÊNDIO EM PARQUE DE
17.1.1. USO DA ESPUMA NO COMBATE A INCÊNDIOS TANQUES
A espuma mecânica é amplamente aplicada para combate em incêndios em líquidos combustíveis e
inflamáveis. A espuma destinada à extinção dos incêndios é um agregado estável de bolhas, que tem a
propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis e inflamáveis, formando uma camada resistente e
contínua que isola o ar, e impede a saída dos vapores voláteis desses líquidos para a atmosfera. Portanto a
espuma tem a finalidade de:
1) separar combustível e comburente;
2) impedir e reduzir a liberação de vapores inflamáveis;
3) separar as chamas da superfície dos combustíveis;
4) esfriar o combustível e superfícies adjacentes.

17.1.2. APLICAÇÃO
Sua aplicação destina-se ao combate de fogos de grandes dimensões que envolvam locais que armazenem
líquido combustível e inflamável. Também se destina a:
1) extinção de fogos de líquidos de menor densidade que a água;
2) prevenção da ignição em locais onde ocorra o derrame de líquidos inflamáveis;
3) extinguir incêndios em superfície de combustíveis sólidos;
4) outras aplicações especiais, tais como derrame de gases na forma líquida, isolamento e proteção de
fogos externos, contenção de derrames tóxicos, etc;
A espuma não é eficaz em: 1) fogo em gases; 2) fogo em vazamento de líquidos sobre pressão;
3) fogo em materiais que reagem com a água.
Por ser condutor de eletricidade, não deve aplicar a espuma em locais com equipamentos elétricos com
tensão, salvo aplicações específicas.
Cuidado especial na aplicação de líquidos inflamáveis que se encontram ou podem alcançar temperatura
superior a ponto de ebulição da água; evitando-se a projeção do líquido durante o combate (slop-over).

17.1.3. TIPOS DE ESPUMA


1) SEGUNDO SUA ORIGEM:
a) química: obtida pela reação entre uma solução de sal básica (normalmente bicarbonato de sódio), e
outra de sal ácida (normalmente sulfato de alumínio), com a formação de gás carbônico na presença de
um agente espumante. Este tipo de espuma está obsoleto e seu emprego não está mais normatizado.
b) física ou mecânica: formada ao introduzir, por agitação mecânica, ar em uma solução aquosa (pré-
mistura), obtendo-se uma espuma adequada. Esta é o tipo de espuma mais empregada atualmente.
2) SEGUNDO A COMPOSIÇÃO:
a) base proteínica, que se dividem:
• Proteínicas, que são obtidas pela hidrólise de resíduos proteínicos naturais. Caracteriza-se por uma
excelente resistência à temperatura.
• Fluorproteínicas, que são obtidas mediante a adição de elementos fluorados ativos a concentração
proteínica, da qual se consegue uma melhora na fluidez e resistência a contaminação.
b) base sintética.
3) SEGUNDO O COEFICIENTE DE EXPANSÃO (relação entre o volume final de espuma e o volume inicial
da pré-mistura):
a) de baixa expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 3 e 30;
b) de média expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 30 e 250;
c) de alta expansão, cujo coeficiente de expansão está entre 250 e 1.000.
4) SEGUNDO AS CARACTERÍSTICAS DE EXTINÇÃO:
a) convencional, que extingue somente pela capa de cobertura de espuma aplicada;
b) aplicadora de película aquosa (AFFF), que forma uma fina película de água que se estende
rapidamente sobre a superfície do combustível;
c) anti-álcool, que forma uma película que protege a capa de cobertura de espuma frente à ação de
solventes polares.
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17.1.4. TIPOS DE SISTEMAS
1) CAPACIDADE DE MOBILIDADE
OBILIDADE EM:
a) fixos:: equipamentos para proteção de tanque de
armazenamento de combustível, cujos componentes são
fixos, permanentemente, desde a estação geradora de
espuma até à câmara aplicadora;
b) semifixos:: equipamentos destinados à proteção de tanque
tanq
de armazenamento de combustível, cujos componentes,
permanentemente fixos, são complementados por
equipamentos móveis para sua operação. São,
normalmente, móveis o reservatório de extrato e o
conjunto dosador (proporcionador);
c) móveis:: instalações tot
totalmente independentes,
normalmente veículos ou carretas, podendo se locomover e aplicar aonde forem necessários,
requerendo somente sua conexão a um abastecimento de água adequado.
2) A SUA FORMA DE FUNCIONAMENTO:
FUNCIONAMENTO a) automático;
b) semi-automático;
c) manual.
17.1.5. COMPONENTES DO SISTEMA
1) RESERVA (TANQUE) DE EXTRATO: EXTRATO: é uma determinada quantidade de extrato formador de espuma
necessária para o funcionamento do sistema.
O material com que é construído o tanque de extrato deve ser adequado ao líquido gerador que
armazena
rmazena (problemas de corrosão, etc).
2) ELEMENTO DOSADOR (PROPORCIONADOR):
(PROPORCIONADOR): responsáveis pela mistura do líquido gerador de espuma
e a água, na proporção adequada para formação da espuma que se deseja. Seu funcionamento se
baseia no efeito “venturi”, que é passagem da água proporcionando a sucção do líquido gerador de
espuma na dosagem preestabelecida.
3) BOMBAS HIDRÁULICAS PARA DOSAR A PRÉ-MISTURA.PRÉ
4) ESGUICHOS E CANHÕES LANÇADORES DE ESPUMA: ESPUMA: elementos portáteis e fixos, cuja função é dar
forma a espuma de baixa e média expansão e fazê-la
fazê la atingir ao tanque de combustível em chama. Os
esguichos lançadores (linhas manuais) podem ou não possuir um dosificador em seu corpo
(proporcionador). A diferença de emprego entre o esguicho lançador de espuma e os canhões de
espuma está na capacidade de lançar e alcançar os tanques no que tange sua altura. Os esguichos são
recomendados para tanques até 6m de altura, enquanto que os canhões atingem alturas mais elevadas.

17.1.6. LÍQUIDO GERADOR DE ESPUMA – LGE


O Líquido Gerador de Espuma, ou como alguns especialistas também preferem chamar Líquido
Concentrado Formador de Espuma, trata-se trata se de um detergente líquido e concentrado, especialmente
formulado para, em mistura com a água pura, do mar ou salobra, formar uma espuma com características
caracte
físico-químicas
químicas especiais de resistência química e a temperatura elevada.
Como a espuma química não é mais utilizada nos combate a incêndios, os LGE formadores de espuma
mecânica de baixa expansão, têm ótima aplicação como sistema de combate.
Os LGEGE formadores de espuma mecânica de baixa expansão classificam-se
classificam se em três grandes famílias:
A – LGE Proteínicos: desenvolvidos a partir de proteína animal;
B – LGE Fluoroproteínicos: trata-se
trata se de uma mistura de proteína (animal) e compostos fluorados, tendo o
concentrado ganho estabilidade em tempo de estocagem e a espuma fluidez e resistência térmica;
C – LGE Sintéticos-Fluorados:
Fluorados: última geração do desenvolvimento dos LGE, sendo totalmente sintéticos e
fluorados, com ganhos em performance: maior estabilidade
estabilidade do concentrado em estoque, maior fluidez da
espuma na superfície do líquido em chamas, possibilidade de uso com água doce do mar e salobra, melhor
selagem dos vapores devido a formação de filme aquoso, melhora a atuação da água em incêndios da
classe “A”.
PROCEDIMENTO DE USO DO LGE AFFF
LGE: (6 litros)+ Água (94 litros) + Ação Mecânica + Ar = Espuma (300 a 1500 litros)
2
Espuma: (300 a 1500 litros) lançada na superfície = Colchão de proteção (área de 10 a 50 m )

17.1.7. ESGUICHO LANÇADOR DE ESPUMA


É utilizado em sistema
istema de combate manual, ou através de canhões monitores. Deve ser acoplado na
extremidade da mangueira de incêndio ou do canhão monitor.
2
Para gerar espuma é necessária uma pressão mínima de 5kg/cm .

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17.2. SISTEMA FIXO DE CO2
O sistema fixo de baterias de cilindros
cil de CO2 consiste em um
sistema de tubulações, válvulas, difusores, rede de detecção,
sinalização, alarme, painel de comando e acessórios, destinado a
extinguir incêndio por abafamento, por meio da descarga do
agente extintor.
É recomendado normalmente e nos locais onde se buscam
economia e limpeza ou quando o uso da água é desaconselhável,
e ainda naqueles que o custo da instalação é inferior a outro
agente extintor empregado.
Possui uma efetiva extinção em:
1) FOGOS DE CLASSE “B” E “C” (líquidos inflamáveis e gases
combustíveis, e equipamentos elétricos energizados de alta tensão), em:
a) recintos fechados, por inundação total, onde o sistema extingue pelo abafamento, baixando-se
baixando a
concentração de oxigênio do local necessária para a combustão, criando uma
u atmosfera inerte.
b) recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.
2) FOGOS DE CLASSE “A” (combustíveis sólidos):
a) decorrente de seu efeito de resfriamento, nos incêndio em sólidos, em que o fogo é pouco
profundo e o calor gerado é baixo;
b) nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de evitar a formação de
brasas profundas;
c) nos usos de aplicação local, leva-se
leva se em conta o tipo e disposição do combustível, uma vez
que a descarga do CO 2 impedirá a extinção nas regiões não acessíveis diretamente pelo
sistema.
O sistema não é capaz de extinguir:
1) FOGOS EM COMBUSTÍVEIS (NÃO PIROFÓRICOS) QUE NÃO PRECISAM DE OXIGÊNIO PARA A
SUA COMBUSTÃO,, pois permitem uma combustão anaeróbia;
2) FOGOS EM COMBUSTÍVEIS DE CLASSE “D” “D (materiais pirofóricos).

17.3. SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIOS POR FM-200 FM


Quimicamente o FM-200 200 é o heptafluoropropano (CF3CHFCF3) que, nas condições normais, é um gás
incolor, inodoro, não condutor de eletricidade, e por não deixar resíduos é considerado um agente “limpo”. A
extinção se dá por uma combinação química e física agindo sobre a chama, na alterando significativamente
a concentração de oxigênio do ambiente, portanto o FM-200
FM 200 tem um nível de toxidade aceitável, podendo
ser usado em ambientes ocupadosados por pessoas, dentro das especificações.
O FM-200
200 é armazenado no estado líquido em cilindros de aço pressurizados com nitrogênio, a 360 psi (25,3
2
kgf/cm ).
O FM-200
200 é efetivo na extinção em:
 líquidos inflamáveis;
 equipamentos elétricos, tais como: geradores,
geradores, transformadores, disjuntores, etc.
 fitotecas;
 equipamentos eletrônicos de controle e processamento;
 combustíveis sólidos – classe “A”.

17.4. SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIOS POR ARGÓN


O argônio é um gás inerte, incolor, inodoro, não corrosivo, não condutor
condutor de eletricidade e não deixa resíduos
após o combate. Encontra-se se na atmosfera de forma natural, tem potencial de efeito estufa nulo e o seu
efeito destruidor da camada de ozônio é zero.
Tem aplicação similar ao FM-200,
200, podendo ser aplicado em áreas ocupadas, tais como museus, bibliotecas,
etc. O argônio é armazenado no estado gasoso em cilindros de aço pressurizados com nitrogênio, a 200 a
300 bar.

17.5. SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIOS POR NITROGÊNIO


A atmosfera normalmente tem 78% de nitrogênio – N2. O N2 é um gás inerte, incolor, inodoro, não
combustível, não condutor de eletricidade e não deixa resíduos após o combate. Não contém nenhum
material destruidor da camada de ozônio.
Ideal para líquidos inflamáveis, equipamentos elétricos e eletrônicos.
2
É armazenado no estado gasoso em cilindros de aço de alta pressão, a 150 a 200 kgf/cm .

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18. PRINCIPAIS VIATURAS DE COMBATE A INCÊNDIOS DO CORPO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros desempenha um papel de


fundamental importância no combate a incêndios e outros
tipos de emergência. Procure manter um diálogo sempre
aberto e transparente com o órgão e identifique, no seu plano
de emergência, as distâncias a serem percorridas e as
principais vias de acesso. Outro cuidado importante é com as
vias de acesso dos veículos do Corpo de Bombeiros, dentro
da sua empresa.

AB – Auto Bomba
O AB é a principal viatura empregada em operações de incêndios.
O AB mais encontrado tem o nome de TRIPLO, pois reúne três componentes principais:
bomba de incêndio, tanque d’água e berço de mangueiras. Equipado com mangueiras,
esguichos e diversos equipamentos hidráulicos além de materiais de sapa e arrombamento,
podendo ser adaptado para transporte de equipamentos de primeiros socorros e salvamento,
no entanto tem capacidade para um pequeno volume de água.

ABE – Auto Bomba Escada


Veículo similar ao AB, porém dotado de escada mecânica acionada por mecanismo
hidráulico controlado por sistema eletrônico. Presta-se ao combate a incêndios, bem como
operações de salvamento em locais elevados.

AT – Auto Tanque
A função principal do AT é o abastecimento de viaturas de ataque ao incêndio.
Sua principal característica é a capacidade de transporte de 4.000 a 10.000 litros de água.
Poderá, eventualmente, ser utilizado no combate a incêndios, desde que provido de bomba.
Os modernos Auto-Tanques são providos de bombas similares às dos Auto-Bombas.

SK – Plataforma Elevatória
Veículo dotado de plataforma elevatória com braços articulados e dimensão maior que a do
ABE, podendo alcançar, alturas de até 60 metros. Tem uma maior possibilidade de
aproximação da edificação.

UR – Unidade de Resgate
Veículo destinado ao atendimento de vítimas de acidentes que requeiram atendimento
emergencial na fase pré-hospitalar. É dotado de equipamentos que permitem prestar os
socorros de suporte básico da vida, de forma a estabilizar, imobilizar e transportar
adequadamente a vítima ao centro médico mais apropriado para a situação.

NV – Navio de Combate a Incêndios


Navio de combate a incêndios e salvamentos marítimos com 32,2 metros do comprimento.
Dotado de canhões e bomba de recalque de água salgada para combate a incêndios em
embarcações atracadas ou em alto mar. Possui também câmara hiperbárica, o que lhe
permite funcionar como base para operações de mergulho de maior dificuldade e mais
especializada.

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19. COMBATE A INCÊNDIOS EM AMBIENTES FECHADOS

19.1. A FUMAÇA
Associadas ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, aparecem, em geral, quatro causas
determinantes de uma situação perigosa: 1) calor;
2) chamas;
3) fumaça;
4) insuficiência de oxigênio.
Do ponto de vista de segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaça e conseqüente
falta de oxigênio indubitavelmente causa danos mais graves, sendo o principal fator de morte nos incêndios.
A fumaça é uma mistura complexa normalmente constituída de gases aquecidos, vapor d’água, partículas
sólidas em suspensão e outros produtos derivados da combustão imperfeita dos combustíveis, normalmente
devido a escassez de oxigênio ou da insuficiência de fonte de ignição, desenvolvidos quando um material
sofre o processo de pirólise (decomposição por efeito do calor) ou combustão incompleta.
Na maioria das vezes é tóxica e a quantidade gerada, depende basicamente do tamanho do incêndio e do
material da queima. O comportamento e o movimento dependem da temperatura e do vento. A fumaça, por
estar aquecida e ser mais leve do que o ar tende a subir rapidamente, localizando-se sempre nas partes
elevadas do ambiente. A fumaça, que já na fase anterior à inflamação generalizada, pode ter-se espalhado
no interior da edificação, se intensifica e se movimenta perigosamente no sentido ascendente,
estabelecendo em instantes uma mistura perigosa e condições críticas para a sobrevivência na edificação.
Os componentes desta mistura, associados ou não, influem diferentemente sobre as pessoas, ocasionando
diversos efeitos: 1) diminuição da visibilidade devido à atenuação luminosa do local;
2) lacrimejamento e irritações dos olhos;
3) modificação de atividade orgânica pela aceleração da respiração e batidas cardíacas;
4) vômitos e tosse;
5) desorientação;
6) intoxicação e asfixia.
A redução da visibilidade do local impede e locomoção das pessoas fazendo com que fiquem expostas por
tempo maior aos gases e vapores tóxicos. Estes, por sua vez, causam a morte se estiverem presentes em
quantidade suficiente e se as pessoas ficarem expostas durante o tempo que acarreta esta ação.
Daí decorre a importância em se entender o comportamento da fumaça em uma edificação.
A propagação da fumaça está diretamente relacionada com a taxa de elevação da temperatura; portanto, a
fumaça desprendida por qualquer material, desde que exposta à mesma taxa de elevação da temperatura,
gerará igual propagação.
Além dos problemas de saúde que causa as pessoas, a presença da fumaça prejudica consideravelmente o
ataque ao fogo, causando dificuldades quanto à localização do fogo principal, muitas vezes tornando
impossível a penetração de equipes de combate.

19.1.1. ASPECTO QUANTITATIVO DA FUMAÇA


Existe uma fórmula elaborada que tem por finalidade dimensionar a quantidade de fumaça em uma
edificação, porém as grandes variáveis que um incêndio nos apresenta, torna esta fórmula pouca útil para
uma aplicação tática, no entanto a fórmula é perfeitamente usual para os casos de dimensionamento do
sistema de ventilação e aberturas de saídas. Pode-se calcular a massa de ar arrastada pelo fogo com a
3/2
seguinte equação: M = 0,188 . P . Y
Onde: M = Vazão de fumaça produzida (kg/s);
P = Perímetro do fogo (m);
Y = Distância do piso até a capa inferior da fumaça (m).
A massa de ar arrastada pelo fogo e não consumida, é quase igual ao volume da fumaça produzida,
portanto, pode-se afirmar que o cálculo apresentado se presta a medir a vazão de fumaça produzida num
incêndio, num certo ambiente de trabalho.

19.1.2. OS EFEITOS DA FUMAÇA


Os gases encontrados na fumaça representam uma grave ameaça para a integridade física, tanto das
possíveis vítimas, como o profissional que a socorrerá, sendo que os seus efeitos podem variar dependendo
do produto que estiver sendo oxidado. Dentre as lesões, podemos citar a falta de ar, irritação do estômago
pela ingestão de partículas sólidas causando náuseas e vômitos, irritação pulmonar produzida pela inalação
de gases irritantes, intoxicação, exaustão pelo calor e ataques cardíacos, além do comprometimento da
visão, por partículas irritantes. Portanto é muito importante para o brigadista, nas ações de combate a
incêndios, a utilização de proteção respiratória e ocular.
Muitas vezes é difícil saber quais os contaminantes que se encontram naquela atmosfera sinistrada, razão
pela qual os equipamentos autônomos são os mais indicados para o combate a incêndio, até por serem
dotados de respiradores faciais completos e oferecerem uma proteção tanto para as vias respiratórias como
para os olhos. Segue abaixo alguns dos principais de gases gerados na maioria dos incêndios e os seus
efeitos para o organismo.

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19.1.3. MONÓXIDO DE CARBONO
Uma grande parte das mortes ocorridas em locais de incêndio é produzida pelo monóxido de carbono (CO).
É um gás incolor, inodoro e insípido (desagradável) e presente em toda combustão, incluindo-se o incêndio.
A pouca quantidade de oxigênio e a queima incompleta dos combustíveis provocam a liberação de grande
quantidade de CO no ambiente. Apesar de estar sujeita a muitas variações, uma boa regra para identificar a
presença de monóxido de carbono é observar a cor da fumaça produzida. Quanto mais escura a fumaça,
maior deve ser a concentração de CO. A fumaça escura é rica em partículas de carbono, devido à
combustão incompleta.
O monóxido de carbono não atua diretamente sobre o corpo humano, mas afeta diretamente a oxigenação
do sangue. A hemoglobina presente no sangue combina facilmente com o oxigênio, formando uma
combinação química instável chamada oxi-hemoglobina. Devido à afinidade da hemoglobina com o
monóxido de carbono, ela se combina com esta substância, 200 vezes mais rápido do que com o oxigênio.
Assim, cada molécula de CO irá reagir com uma hemoglobina presente no sangue, formando um composto
estável, o qual é chamado de carboxiemoglobina. Esta situação, a perdurar-se por determinado tempo,
levará a uma eventual hipoxia do cérebro e dos tecidos, seguindo-se a morte, caso o processo não seja
revertido.
Os efeitos do mónoxido de carbono sobre o corpo humano são apresentados na tabela abaixo, sendo que os
sintomas decorrentes dependem da concentração do gás no ambiente e do tempo em que o indivíduo fica
exposto a esta atmosfera contaminada.
EFEITOS DO MONÓXIDO DE CARBONO SOBRE O CORPO HUMANO

PORCENTAGEM NO AR SINTOMAS
0,01% Nenhum sintoma.

0,02% Leve dor de cabeça.

0,04% Dor de cabeça, quando exposto de 1 a 2 horas.

Dor de cabeça depois de 45 minutos; náuseas; inconsciência depois


0,08%
de 2 horas.

0,10% Inconsciência depois de 1 hora.

0,16% Dor de cabeça, vertigem e náuseas depois de 20 minutos.

Dor de cabeça, vertigem e náuseas entre 5 a 10 minutos;


0,32%
inconsciência depois de 30 minutos.

Dor de cabeça e vertigem entre 1 a 2 minutos, inconsciência entre 10


0,64%
a 15 minutos.

1,28% Inconsciência imediata e perigo de morte dentro de 1 a 3 minutos.

Fonte: AFFONSO, L. A. M. Ventilação forçada por esguicho regulável. São Paulo: CAES-CAO-II, 1996, p. 20.
Como o monóxido de carbono é produzido em abundância nos incêndios em locais confinados, outra razão
para uma rápida e eficiente ventilação destes espaços é a sua inflamabilidade. Com um amplo limite de
inflamabilidade que vai dos 12,5% a 74% e um ponto de ignição a 609°C, o CO é um dos mais perigosos e
destrutivos gases com os quais podemos nos deparar num incêndio. O monóxido de carbono é o maior
agente proporcionador das condições da ocorrência do fenômeno conhecido por backdraft.
Mesmo depois de restabelecida a visibilidade na área confinada, onde tenha ocorrido um incêndio, muitos
produtos da combustão, embora invisíveis e sem odor, estão presentes em concentrações perigosas. Além
do monóxido de carbono, que sempre estará presente após um processo de combustão, outros gases,
também tóxicos, poderão estar no ambiente confinado, dependendo dos tipos de materiais que se
encontravam no local.
Caso haja disponibilidade, um detector de gases é de fundamental importância para verificar as condições
da atmosfera do recinto e detectar a presença de possíveis gases que possam trazer resultados maléficos.
Uma ventilação bem realizada poderá reduzir os níveis de monóxido de carbono e outros gases tóxicos na
atmosfera do local, minimizando os seus resultados nefastos.

19.1.4. ACROLEÍNA
É um poderoso irritante das vias respiratórias que é produzido quando se queimam materiais à base de
polietileno e também quando materiais que contenham celulose, como a madeira e outros produtos naturais.
Ele é comumente utilizado na indústria farmacêutica, de herbicidas e de gás lacrimogêneo.

19.1.5. GÁS CLORÍDRICO


É um gás irritante e incolor, proveniente da decomposição térmica de materiais que contenham cloro em sua
constituição, como é o caso do cloreto de polivinila (PVC).
Em baixas concentrações, como 0,0075%, produz irritação profunda nos olhos e nas vias aéreas superiores.
Na concentração de 1,7%, durante 5 minutos, pode provocar incapacidade física.

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19.1.6. DIÓXIDO DE CARBONO
É um gás incolor, inodoro e não inflamável produzido pela combustão do carbono quando há excesso de
oxigênio, como ocorre nas queimadas, queima de lenha, petróleo, etc.
É um gás asfixiante, pois exclui o oxigênio do espaço confinado, por isso também é um excelente agente
extintor. À medida que aumenta a proporção do dióxido de carbono no ambiente, uma pessoa que esteja
exposta diretamente à ação deste gás terá o seu sistema respiratório estimulado e sua freqüência
respiratória aumentada até que, em determinada concentração, a freqüência respiratória diminuirá e os
movimentos respiratórios cessarão, levando a vítima à morte.
Em ambientes de elevada concentração de CO2, a vítima, exposta à sua ação, terá um cansaço prematuro e
ficará propicia a sofrer danos provocados por outros gases tóxicos existentes no local.

19.1.7. GÁS CIANÍDRICO


Trata-se de um gás incolor com um odor característico de amêndoa. É vinte vezes mais tóxico do que o
monóxido de carbono. É um gás asfixiante e pode ser absorvido pela pele. O gás cianídrico (HCN) é
produzido pela combustão de produtos naturais, como a lã, a seda e outros sintéticos, como o náilon e a
espuma de poliuretano, que contenham nitrogênio em sua constituição.
A vítima, ao inalar este gás, terá a respiração entrecortada, espasmos musculares e aumento da freqüência
cardíaca. Se inspirado em concentração de 0,0135% em relação ao ar atmosférico, poderá causar a morte
da vítima em 30 minutos; se a concentração for de 0,027%, matará quase que imediatamente.

19.1.8. ÓXIDOS DE NITROGÊNIO


São gases altamente tóxicos, liberados durante a combustão de certos plásticos. O óxido nítrico (NO) pode
converter-se em dióxido de nitrogênio (NO2) na presença de oxigênio e pequena quantidade de água.
O dióxido de nitrogênio é uma das substâncias mais perigosas, pois é um gás irritante para as vias aéreas
superiores e pode ter um efeito retardado. Os vapores e a fumaça dos óxidos de nitrogênio têm uma cor
marrom avermelhada ou cor de cobre.

19.1.9. FOSGÊNIO
Trata-se de um gás incolor e altamente tóxico, com um odor desagradável que se assemelha ao cheiro de
feno mofado. Ele pode ser produzido quando gases refrigerantes, como o freon, entram em contato com o
fogo. A sua ocorrência pode ser esperada, normalmente, em incêndios em frigoríficos, bem como em
sistemas de ar condicionado.
O fosfogênio é um forte irritante do trato pulmonar e o seu efeito danoso pode ser evidenciado mesmo
depois de várias horas após a exposição.

19.2. VENTILAÇÃO
É o método mais simples para remover a fumaça e o calor do interior de um edifício em chamas. A
ventilação deve ser efetuada, tornando-se certas e necessárias precauções, pois o ar fresco ao penetrar no
recinto, poderá intensificar o fogo tornando-o fora de controle.
O objetivo da ventilação no incêndio é remover o ar quente, a fumaça e outras partículas em suspensão
oriundas da edificação e repor o espaço com ar fresco.
A ventilação pode ser usada como opção tática durante o combate e se usada adequadamente, pode gerar
grande beneficio no combate ao incêndio, preferencialmente deve ser utilizada por profissionais treinados,
no caso do Corpo de Bombeiros. A ventilação pode:
 auxiliar na rota de fuga, restringindo a propagação de fumaça nas rotas de escape, improvisando
visibilidade e aumentando o tempo de saída;
 auxiliar nas operações de resgate reduzindo a fumaça e gases tóxicos que dificulta a exploração e
coloca em risco ocupantes retidos;
 reduzir o risco de flashover, e facilitando o controle dos efeitos de um backdraft;
 remover o calor do ambiente, facilitando a entrada dos bombeiros;
 remover a fumaça e propiciar melhor visibilidade.
No entanto se usado incorretamente pode até iniciar um backdraft e causar a propagação do fogo,
colocando em risco os bombeiros.

19.2.1. PROCEDIMENTOS DE VENTILAÇÃO


 Identificar e utilizar a direção do vento, se a força do vento somente não for suficiente para ventilar, após
as aberturas feitas, considerar a possibilidade de ventilação forçada;
 Selecionar as localizações das aberturas de entrada e de saída e decidir qual deve ser feita;
 Considerar a situação cuidadosamente e selecionar a tática apropriada;
 Inicialmente fazer a abertura de saída do vento, sempre na parte superior do ambiente e do lado do
sentido vento;
 Cobrir abertura (s) de saída (s) com linha pressurizada;
 Começar a ventilação de entrada quase que imediatamente após a abertura de saída tenha sido feita;
 Assegurar efetiva comunicação entre o coordenador da operação e todos envolvidos;
 Monitorar constantemente os efeitos da ventilação.

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20. BRIGADA DE COMBATE A EMERGÊNCIAS
Sabemos que um dos fatores mais importantes na ocorrência de um incêndio é o seu combate no seu início,
pois a grande maioria dos incêndios, se identificado logo após o seu início, tem grandes possibilidades de
ser evitado. Para isto torna-se extremamente importante o elemento humano para o seu controle, ou melhor,
os recursos humanos que a organização tem disponível para o combate. É evidente que a ação do Corpo de
Bombeiro, por melhor e mais profissional que seja, torna-se extremamente comprometida para os combates
no início dos incêndios, pois a distância é um fator crucial. Algumas empresas, a depender do risco, têm
bombeiros industriais e até profissionais no seu quadro de funcionários, no entanto, mesmo assim, por outro
fator muito importante, há necessidade de uma maior quantidade de pessoas envolvidas nas ações de
combate, daí então que entra o papel da Brigada de Incêndio.
Nos dias atuais é muito mais comum vemos esta equipe receber o nome de Brigada de Emergência ou
Equipe de Atendimento a Situações de Emergência, pois incluem ações de controle e treinamentos não só
para incêndios, como também, a depender do risco da empresa, ações de combate para acidentes
ambientais e até na aplicação de primeiros socorros.
Além do treinamento da Brigada é importante que a empresa faça treinamentos, pelo menos do uso do
sistema de alarme e extintores, para todos os seus funcionários, preferencialmente, desde a integração de
novos funcionários, na esquecendo dos terceiros e de dar instruções mínimas necessárias aos visitantes.
A NR-23 determina que toda empresa deva possuir no seu quadro de funcionários pessoal devidamente
treinado para o primeiro combate a focos de incêndios. Já a Instrução Técnica nº 17 (IT17) do Corpo de
Bombeiros (CB) faz o devido dimensionamento mínimo da brigada, definindo também o seu programa de
treinamento mínimo para formação da equipe.

20.1. TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS

SALVAMENTO
É a primeira fase a ser executada, visto que a vida é o maior bem a ser preservado.
Todas as pessoas que não participam do combate direto ao fogo deverão ser retiradas das proximidades da
área incendiada.
A idade, o sexo, a condição física e outros fatores dos ocupantes do prédio influem, consideravelmente, nas
operações de salvamento.
Deve-se evitar que as pessoas salvas retornem ao prédio sob qualquer pretexto, assim como impedir que
elementos não treinados penetrem no prédio a fim de auxiliar no salvamento, expondo-se a situações
perigosas para as quais não estão preparados.
ISOLAMENTO
O Isolamento tem por finalidade impedir que o incêndio propague de uma edificação para outra. Neste caso
devemos atentar para as aberturas existentes entre a edificação incendiada e a edificação não atingida visto
que as mesmas facilitam a propagação tornando-se necessário resfriar através de linhas de mangueira. O
mesmo procedimento serve para tanques com combustível em chamas, onde devemos resfriar de imediato
os tanques vizinhos.
Um fogo no interior de um prédio que ainda não abriu caminho para a atmosfera externa pode apresentar
também um perigo de propagação aos prédios vizinhos.
No combate ao fogo é da maior importância que uma ação rápida e inteligente seja levada a efeito, para
prevenir a ignição de prédios expostos, cômodos ou materiais.
Imediatamente após o salvamento de vidas humanas, a missão mais importante da equipe de combate ao
incêndio é assegurar a não propagação aos prédios ou materiais expostos.
CONFINAMENTO
O confinamento visa impedir que o fogo se propague dentro de uma edificação, fazendo com que o mesmo
fique confinado em sua origem até que possa ser extinto. Trata-se de uma fase muito importante e que pode
determinar o sucesso das operações. No caso de depósitos, armazéns ou vastas áreas construídas, a não
observância desta fase pode resultar na destruição total.
São operações idênticas ao isolamento, porém com a finalidade de restringir o fogo a um recinto no interior
do prédio conflagrado; inclui as operações que são necessárias para prevenir a extensão de um fogo às
seções ainda não envolvidas.
fogo a um recinto no interior do prédio conflagrado; inclui as operações que são necessárias para prevenir a
extensão de um fogo às seções ainda não envolvidas.
Um fogo com início num porão ou andares inferiores é mais difícil de confinar que os que têm início em
andares superiores ou sótão. A propagação do fogo de cima para baixo é mais lenta e difícil que a horizontal
e, principalmente, que a de baixo para cima.
EXTINÇÃO
Trata-se do extermínio propriamente dito do fogo, utilizando-se das técnicas conhecidas e estudadas até
então, através do agente extintor mais adequado. Nesta fase podem ocorrer alguns excessos que devem ser
corrigidos diante da ânsia de debelar o sinistro, tais como extinção por inundação , aplicação inadequada de
jatos sólidos de água e outros que podem concorrer para destruição daquilo que não foi destruído pelo fogo.
O ataque ou extinção é o conjunto de operações com a finalidade de atacar e extinguir o foco principal de
um incêndio, havendo necessidade do chefe da equipe de incêndio conhecer bem os meios de que dispõe, a
fim de alcançar sucesso.
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Sob o ponto de vista de extinção, dividem-se os incêndios em dois tipos principais:
a - fogo em combustíveis sólidos comuns
b - fogo com gases e líquidos inflamáveis
Os incêndios em prédios envolvem normalmente combustível sólido comum, que exige o emprego de um
agente extintor com grande capacidade de absorção do calor. A água é o melhor deles não só por ser barata
e abundante, como por possuir um índice de absorção de calor maior que quase todas as substâncias
conhecidas.
Os incêndios em gases e líquidos inflamáveis exigem agentes extintores e técnica especial. Para
extinção eficiente, os bombeiros devem obedecer aos seguintes requisitos :
- conhecer perfeitamente as reações dos gases e líquidos inflamáveis em um incêndio;
- conhecer as características dos diferentes líquidos e gases em que tenham de trabalhar (densidade , ponto
de fulgor , combustão e ignição , toxicidade , reações com os diferentes agentes extintores).
- conhecer praticamente o treinamento para emprego dos agentes extintores especiais (espuma , CO2 , pó
químico , etc)
- possuir intenso treinamento prático no controle e extinção desse tipo de fogo por meio de neblina.
RESCALDO
Representa o conjunto de operações finais destinadas a evitar a reignição. As operações de rescaldo,
conforme o tipo de material, podem ser penosas e durar duas horas ou mesmo dias.

20.2. TABELAS DE FORMAÇÃO DE BRIGADA DE INCÊNDIO

20.2.1. TABELA DO IRB


BOMBEIRO PROFISSIONAL COMPONENTES DA BRIGADA
ÁREA CONSTRUÍDA
(24 h / dia) POR TURNO
até 40.000 m2 1 bombeiro profissional 8 para cada 10.000m2
cada 10.000 m2
1 bombeiro profissional 4 para cada 10.000m2
excedente a 40.000m2

20.2.2. TABELA DO CB-SP


NÚMERO DE INTEGRANTES DA BRIGADA
NÚMERO DE
CB a menos CB a mais de 15min
FUNCIONÁRIOS CHEFE AUXILIAR
de 15min Equip. manuais Equip. automáticos
0 - 500 1 1 7 14 7
501 - 2000 1 1 9 18 9
2001 ou mais 1 1 brigada profissional

20.3. CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DA BRIGADA

i) FÓRMULA DO CÁLCULO
NB = {10 x %C1} + {(PF-10) x %C2}
onde: NB = número de brigadistas;
%C1 ou %C2 = valor percentual da coluna 1 ou 2, da tabela abaixo;
PF = população fixa por pavimento = número de pessoas que permanecem regularmente na
edificação, considerando os turnos de trabalho.

ii) PASSOS PARA O CÁLCULO


1º PASSO: aplicar a porcentagem da coluna “1” (até 10) da tabela para as primeiras 10 pessoas;
2º PASSO: em seguida pegaremos a população fixa e subtraímos de 10 pessoas;
3º PASSO: com o resultado obtido no 2º passo, multiplicamos este valor pela porcentagem da coluna “2”
(acima de 10);
4º PASSO: portanto, o número de brigadistas será a soma do valor obtido no 1º e 3º passos.

iii) EXEMPLO
Monte a brigada de incêndio de uma agência bancária (D-2) tendo uma população fixa de 60 pessoas.
NB = [10 x 0,04] + [(60 - 10) x 0,1] = 4 + 5 = 9 brigadistas

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20.4. TREINAMENTO DE FORMAÇÃO DA BRIGADA
O profissional habilitado na formação de brigada de incêndio é toda pessoa com formação em Higiene,
Segurança e Medicina do Trabalho, devidamente registrado nos conselhos regionais competentes ou no
Ministério do Trabalho e os militares das Forças Armadas, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares, com ensino médio completo e que possua especialização em Prevenção e Combate a Incêndio
(carga horária mínima de 60 horas-aula) e técnicas de emergências médicas (carga horária mínima de 40
horas-aula).
Para as edificações enquadradas no risco alto, o profissional habilitado é toda pessoa com curso de
engenharia de segurança ou pessoa com curso de nível superior, devendo possuir também curso de no
mínimo 100 horas-aula de primeiros socorros e 400 horas-aula de prevenção e combate a incêndios.
O treinamento de formação da brigada deve seguir o currículo mínimo, conforme abaixo.
Além deste devem ser realizados treinamentos periódico de reciclagem, se possível, no máximo a cada três
meses.
Deve ser realizado, a cada seis meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local de
trabalho com participação de toda a população. Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma
reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas, chamada de reunião de análise crítica.

20.4.1. PROGRAMA MÍNIMO PARA TREINAMENTO DA BRIGADA

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20.4.2. IDENTIFICAÇÃO DA BRIGADA
Devem ser distribuídos em locais visíveis e de grande circulação quadros de aviso ou similar, sinalizando a
existência da brigada de incêndio e indicando seus integrantes com suas respectivas localizações.
O brigadista deve utilizar constantemente em lugar visível um crachá ou algo agregado ao uniforme, que o
identifique como componente da brigada.

20.5. COORDENAÇÃO DA BRIGADA


Nos dias atuais o conceito mais utilizado nas grandes empresas é a de formação de uma única equipe para
atendimento as mais diversas emergências, cujo coordenador também é único. No entanto é possível e
preferível, dependendo do tamanho da empresa e dos seus riscos, que haja diferentes líderes para os
diversos tipos de emergências, conforme organograma abaixo.
COORDENADOR DA EASE

LÍDER DA PREVENÇÃO LÍDER DA EMERGÊNCIA LÍDER DO SALVAMENTO EQUIPE DE APOIO

EQUIPE DA PREVENÇÃO EQUIPE DE EMERGÊNCIA EQUIPE DE EMERGÊNCIA

CIPA

20.5.1. PERFIL E PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES DA EASE

i) COORDENADOR DA EASE
PERFIL IDEAL
 Pessoa que conheça bem todas as instalações físicas e o processo e tenha livre acesso a todos os
locais e a estrutura gerencial da empresa.
 Tenha boa capacidade de organização e liderança.
 Detenha conhecimento dos recursos humanos e materiais disponíveis.
 Deverá ser prevista uma linha de sucessão para os casos de ausência do coordenador, de forma a
cobrir integralmente os turnos de trabalho incluindo as paradas em feriados e eventuais férias coletivas.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
 Definir a estratégia corporativa para o atendimento e controle de emergências;
 Assumir o controle da(s) área(s) afetada(s), sendo desta forma a maior autoridade sobre qualquer outra
posição na empresa, independente do cargo e nível hierárquico;
 Definir a estratégia geral necessária para o controle da emergência. Como exemplos: para parar a
produção, isolar área, cortar a energia, etc;
 Requisitar profissionais com funções específicas, necessárias ao controle da situação;
 Dar a ordem para chamar auxílio externo: Corpo de Bombeiros, PAM, unidade móvel hospitalar ou outro
órgão, entidade, empresa necessários ao controle da ocorrência;
 Dar a ordem de abandono do local, local ou geral;
 Dar suporte ao RH no processo de comunicação com imprensa, órgãos públicos;
 Manter o controle sobre o acesso de pessoas ao local da ocorrência.

ii) LÍDER DA PREVENÇÃO


PERFIL IDEAL: o Líder da Equipe da Prevenção deve ser o Presidente da CIPA.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
 Coordenar a equipe de salvamento nos primeiros socorros a possíveis vítimas de um sinistro;
 Levantar e discutir em reuniões da CIPA as oportunidades de melhorias no sistema de prevenção dos
riscos em geral e atendimento às situações de emergência.

iii) LÍDERES DA EMERGÊNCIA


PERFIL IDEAL
 Conhecer bem todas as instalações físicas e o processo produtivo da sua área de atuação.
 Ter boa capacidade de organização e liderança sobre as demais pessoas.
 Conhecer os recursos humanos e materiais disponíveis.
 Deverá ser prevista uma linha de sucessão para os casos de ausência do líder designado, de forma a
cobrir integralmente os turnos de trabalho incluindo as paradas em feriados e eventuais férias coletivas.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
 Coordenar distribuir atividade para a brigada e atuar na linha de frente no controle da situação;
 Solicitar o desligamento da corrente elétrica;
 Coordenar isolamento num raio de segurança, afastando funcionários/curiosos do local da emergência;
 Conhecer todas saídas e rotas de fuga da sua área de atuação e coordenar as ordens de abandono.
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iv) LÍDERES DO SALVAMENTO
PERFIL IDEAL: deve ser o Médico do Trabalho Coordenador do PCMSO ou outro profissional da área de
saúde, caso a empresa não tenham médico do trabalho.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
 Coordenar as atividades de socorro e salvamento para possíveis acidentados;
 Faz o encaminhamento das pessoas afetadas, quando for o caso, para o atendimento hospitalar;
 Acionar o auxílio externo para dar atendimento a acidentados;
 Responsabilizar-se pelo transporte de acidentados, caso necessitem atendimento hospitalar;
 Orientar uma equipe de busca para identificar possíveis desavisados e acidentados, que não
abandonaram o local;
 Orientar a condução, em caráter de prioridade, até o ponto de encontro todos as pessoas idosas,
menores de idades, gestantes e deficientes físicos;
 Caso necessário, a depender do estado de saúde de um possível acidentado, permanecer dando
assistência ao acidentado até o hospital.

v) EQUIPE DE APOIO
Devem fazer da equipe de apoio todos os gestores da empresa, além do SESMT, Vigilância Patrimonial,
Eletricistas, Operadores de Empilhadeiras, Mecânicos, etc.

vi) COMPONENTES DA EASE (BRIGADA DE EMERGÊNCIA OU DE INCÊNDIO)


PERFIL IDEAL
 Ser maior de 18 anos;
 Ter já passado pelo período de integração e treinamento inicial da função;
 Ser alfabetizado;
 Ser considerado fisicamente apto para o exercício das atividades de combate pelo Médico do Trabalho;
 Possuir bom conhecimento das instalações da empresa;
 Possuir senso de responsabilidade e trabalho em equipe;
 Caso seja do sexo feminino, não poderá atuar durante o período de gestação e aleitamento.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES
 Conhecer e utilizar corretamente os EPI ou outros equipamentos necessários a sua proteção;
 Conhecer e utilizar corretamente todos os equipamentos de combate ao sinistro;
 Conhecer todas saídas de emergência e rotas de fuga;
 Sua atuação se dará de acordo com cada tipo de ocorrência, conforme treinamento recebido, conforme
comando do Líder da Emergência e Coordenador da EASE.

20.6. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE EMERGÊNCIA


ALERTA: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, através dos meios de
comunicação disponíveis, normalmente sistema de alarme. Com a chegada do Corpo de Bombeiros, o seu
comandante, em conjunto com o coordenador da emergência devem definir as ações e estratégias.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO: após o alerta, a brigada deve analisar a situação e iniciar as ações de combate;
havendo necessidade, o coordenador da emergência deve acionar o Corpo de Bombeiros e apoio externo.
PRIMEIROS SOCORROS: prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou restabelecendo
suas funções vitais com SBV (Suporte Básico da Vida) e RCP (Reanimação Cardiopulmonar) até que se
obtenha o socorro especializado.
CORTE DE ENERGIA: cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos.
ABANDONO DE ÁREA: é a saída ordenada e rápida das pessoas de um determinado ambiente em
situação de emergência mediante um comando conhecido. A ordem de abando, parcial ou total, deve ser
dado pelo coordenador da emergência e deve ser executada por um sistema de alarme com sinal específico.
ISOLAMENTO DA ÁREA: uma das primeiras e mais importantes ações é a de evitar a propagação do
sinistro e suas conseqüências. Logo em seguida deve-se isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a
garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.
EXTINÇÃO: eliminar o sinistro, utilizando os recursos materiais disponíveis.
INVESTIGAÇÃO: levantar possíveis causas do sinistro e suas conseqüências, com o objetivo de propor
medidas corretivas para evitar a repetição da ocorrência.

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20.6.1. PORCENTUAL DE CÁLCULO PARA COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

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21. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
Mesmo que a sua empresa tenha um implantado sistema de proteção e combate a incêndio, prevenir é
sempre melhor do que remediar (combater). Abaixo algumas dicas importantes que devem ser respeitadas.
 Adote um programa rigoroso de conservação e limpeza, a ferramenta “5S” é uma das melhores, quando
corretamente utilizada traz benefícios para prevenir incêndios, pois reduz drasticamente a quantidade de
materiais combustíveis desnecessários estocados, além de evitar acúmulo de sujidades, etc.
 Evite o armazenamento de inflamáveis e materiais combustíveis em áreas industriais e almoxarifados.
 Mantenha sempre um depósito específico de inflamáveis, devidamente separado dos locais de trabalho.
 Estabeleça criteriosamente um programa de manutenção e lubrificação em máquinas e equipamentos,
para evitar atritos entre partes móveis e conseqüente aquecimento evitando incêndios.
 Procure substituir substâncias inflamáveis por outros, com menor ponto de fulgor.
 Implante um sistema de sinalização de proibido fumar. Algumas empresas não permitem o ato de fumar
dentro dos seus limites e outras projetam áreas específicas para fumantes.
 Instale um dispositivo corta faíscas, na entrada de veículos motorizados em áreas de riscos.
 Projete e instale sistemas a prova de explosão, em ambientes onde armazenem ou manipulem líquidos
ou gases inflamáveis, como exemplo, luminárias a prova de explosão. Neste mesmo ambiente procure
instalar pisos antifaísca.
 Tenha sob controle e manutenção um sistema de aterramento elétrico, nos termos da NR-10.
 Instale um sistema de pára-raios eficaz, mantendo um programa de manutenção sobre os mesmos.
 Mantenha um sistema de controle automático de temperatura, principalmente em ambientes com riscos
de combustão espontânea e reações exotérmicas.
 Estabeleça um sistema de permissão para trabalhos de aquecimento, principalmente corte e solda.

21.1. PREVENÇÃO DE RISCOS ELÉTRICOS


Como já dissemos, as instalações elétricas são as principais responsáveis pelos inícios dos incêndios.
Estabelecer um programa de manutenção elétrica eficaz pode evitar muitos incêndios. Dentre estes
destacamos:
 Adequação a nova NR-10, emitida no final do ano de 2004 e demais normas e legislações pertinentes;
 Eficiente sistema de pára-raios;
 Programa de manutenção PREDITIVA, PREVENTIVA e CORRETIVA das instalações elétricas;
 Adoção de normas e procedimentos de segurança.
Durante as ações de combate, sempre uma das primeiras ações é o desligamento da energia elétrica. Outro
fator que deve ser observado durante a exploração, são fios rompidos dentro da área de trabalho ou de
caminhamento; uma vez encontrados, devem ser neutralizados e/ou retirados da área de operação, a fim de
que durante as efetivas operações de combate a incêndio, salvamento ou rescaldo não venham a constituir
fatores de acidentes ou geradores de novos sinistros.
Geralmente, quando o sinistro se relaciona com riscos elétricos, disjuntores ou fusíveis, normalmente já se
desarmam automaticamente.
É extremamente importante que todos os eletricistas sejam treinados e capacidade em combate a incêndios,
pois a intervenção em sistemas elétricos é quase sempre necessária.

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CAPÍTULO II ACIDENTES AMBIENTAIS

1. DEFINIÇÃO E TIPOS DE ACIDENTES AMBIENTAIS


Os Acidentes Ambientais podem ser definidos como eventos inesperados que afetam, direta ou
indiretamente, a segurança e a saúde da comunidade envolvida, causando impactos ao meio ambiente. Os
Acidentes Ambientais podem ser caracterizados de duas formas distintas:
DESASTRES NATURAIS: ocorrências causadas por fenômenos da natureza, cuja maioria dos casos
independe das intervenções do homem. Inclui-se nesta categoria os terremotos, os maremotos, os furacões,
queda de raio, etc.
DESASTRES TECNOLÓGICOS: ocorrências geradas por atividades desenvolvidas pelo homem, tais como,
acidentes nucleares, vazamentos durante a manipulação de substâncias químicas, transporte, etc.
Embora estes dois tipos de ocorrência sejam independentes quanto às suas origens (causas), em
determinadas situações pode haver certa relação entre as mesmas, como por exemplo, uma forte tormenta
que acarrete danos em uma instalação industrial. Nesse caso, além de danos diretos causados pelo
fenômeno natural, podem-se ter outras implicações decorrentes de impactos causados nas instalações da
empresa atingida.
Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para a ocorrência de acidentes
naturais, como por exemplo, o uso e a ocupação do solo de forma desordenada que podem acelerar
processos de deslizamentos de terra, assoreamento de rios.
No entanto, os acidentes naturais, em sua grande maioria são de difícil prevenção, razão pela qual diversos
países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são mais constantes, tem investido em
sistemas para o atendimento à estas situações.
Já, no caso de acidentes com origem tecnológica, podemos dizer que a grande maioria é previsível, razão
pela qual se deve trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer obviamente da
preparação e intervenção na ocorrência dos mesmos.
Assim, pode-se observar que para os acidentes de origem tecnológica, aplica-se perfeitamente o conceito
básico de gerenciamento de riscos, ou seja, um risco pode ser diminuído atuando-se tanto na “probabilidade”
da ocorrência de um evento indesejado, como nas “conseqüências” geradas por este.
Na década de 80, a preocupação com os acidentes industriais ganhou grande ênfase, no tocante a
prevenção destas ocorrências, principalmente após os casos de Chernobyl, Cidade do México e Bhopal,
quando diferentes programas passaram a ser desenvolvidos, contemplando não só os aspectos preventivos,
mas também os de intervenção nas emergências. Dentre estes programas pode-se destacar “The
Emergency Response”; “APELL – Awareness and Preparedness for Emergency at Local Level e
International Metropolis Committee or Major Hazards”, entre outros.

2. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS


O primeiro passo, tanto para a prevenção, como para uma intervenção eficiente, deve ser a identificação e
avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo que ações possam ser desenvolvidas para a
redução destes riscos, seu gerenciamento e planejamento de intervenções emergenciais.

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3. PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA PARA ATENDIMENTO A ACIDENTES AMBIENTAIS DE ORIGEM
TECNOLÓGICA
O planejamento de um sistema para
atendimento a acidentes deve ser
desenvolvido por equipes
multidisciplinares, que contemple os
diversos segmentos da sociedade
envolvidos com o assunto, razão pela qual
a equipe deve contar com especialistas de
diferentes áreas.
Antes do início dos trabalhos para a
elaboração de um sistema para o
atendimento aos acidentes deverão ser
identificados os diferentes sistemas de
emergência existentes na região: Corpo de
bombeiros; Polícia; Assistência médica,
etc.
O sistema de emergência a ser elaborado e implantado deve contemplar as peculiaridades da região e dos
órgãos participantes, assim, deve-se procurar aproveitar ao máximo as estruturas já existentes.
O sistema para atendimento a acidentes ambientais deve contemplar os seguintes aspectos:
RECURSOS HUMANOS
Especialistas nas diferentes áreas envolvidas (defesa civil, médicos, órgãos ambientais, etc) e
disponibilidade de materiais e equipamentos para atender aos possíveis acidentes previamente estudados.
RECURSOS MATERIAIS
 INTERNOS: kit de emergência, viaturas especiais sistemas de combate, etc;
 EXTERNOS: Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Órgão Ambiental, PAM – Plano de Auxílio Mútuo, etc.
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Definindo o sistema para acionamento dos órgãos, de acordo com o tipo e porte do acidente, deve-se
implantar, ou mesmo adaptar os sistemas existentes, de modo que quando do acionamento, também
durante o atendimento aos acidentes, possam ser estabelecidas as comunicações necessárias de forma
rápida e com a confiabilidade necessária. O sistema de comunicação deve contemplar telefones (linhas
discadas e privadas), rádios, entre outros.
ROTINAS OPERACIONAIS
Para cada um dos possíveis acidentes estudados deverão ser definidas rotinas de procedimentos para o
combate aos sinistros prevendo sempre a organização hierárquica durante a emergência, bem como as
funções a serem desempenhadas pelos diferentes órgãos participantes e os recursos a serem mobilizados.
TREINAMENTOS
A implantação do sistema de atendimento deverá ser precedida por treinamentos para todos os níveis da
empresa, seja o básico de conhecimento de todos os funcionários do sistema de funcionamento do alarme
de emergência, incluindo abandono de área, passando por um treinamento específico para os gestores, até
o treinamento de formação da equipe de atendimento as emergências.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA (ANÁLISE CRÍTICA)
Periodicamente o sistema deverá ser reavaliado, atualizado e aperfeiçoado, com base nas experiências
vividas, de forma que o mesmo mantenha o nível desejado do ponto de vista de eficiência ao longo to
tempo. Da mesma forma, é importante lembrar que a realização de treinamentos periódicos contribui de
forma significativa para a manutenção de um sistema eficiente, razão pela qual deve-se prever programas
periódicos para a realização desses eventos.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Não se pode ignorar a possibilidade da ocorrência de acidentes ambientais envolvendo produtos químicos.
No entanto, deve-se procurar reduzir ao máximo possível a probabilidade de ocorrência destes episódios,
procurando, portanto desenvolver ações preventivas adequadas.
Da mesma forma, é necessário o desencadeamento de ações corretivas eficazes para a redução dos
impactos causados ao meio ambiente, quando da ocorrência dos acidentes.
Com base no anteriormente exposto, pode-se dizer que o gerenciamento de acidentes ambientais passa por
duas etapas distintas, para cada qual cabem ações diferenciadas, conforme mostrados no quadro abaixo:
A prevenção de acidentes ambientais, bem como a minimização dos seus impactos, só poderá ser realizada
de forma eficaz da elaboração de um sistema adequado, que deverá ser permanentemente atualizado e
aperfeiçoado, tendo sempre como objetivos: Preservar a vida humana;
Evitar impactos significativos ao meio ambiente;
Evitar ou minimizar as perdas de bens materiais.
Nas situações emergenciais deve-se procurar agir de forma coordenada com a participação de todos os
envolvidos, razão pela qual o estabelecimento de planos específicos, associados a treinamentos regulares,
é importante para o sucesso destas operações.

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4. ACIDENTES AMBIENTAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS

4.1. INTRODUÇÃO
Acidentes ambientais ocasionados por derrames, vazamentos ou emissões de produtos
químicos podem apresentar os mais diversos tipos de riscos às pessoas expostas e ao meio
ambiente, motivo pelo qual os aspectos de segurança são fundamentais durante a manipulação
destes produtos, seja no armazenamento, no transporte ou em processos industriais.
Independentemente das ações de prevenção, os acidentes podem ocorrer, razão pela qual
equipes de emergência devidamente treinadas e com disponibilidade dos recursos requeridos,
de acordo com o porte do evento, são os principais fatores que influenciam para o sucesso das
operações de atendimento a estes casos, de maneira que os impactos decorrentes dos mesmos possam ser
minimizados ao máximo.
Em muitas oportunidades, num acidente envolvendo produtos químicos, é necessária a colaboração de
técnicos e especialistas de diferentes áreas de atuação e com as mais diversificadas formações
profissionais, os quais deverão atuar de maneira coordenada e integrada, visando suprir eventuais
dificuldades observadas em campo, de modo a garantir a segurança da comunidade e evitar, ou minimizar,
os impactos ao meio ambiente. Dentre outras entidades, podemos citar algumas, que normalmente atuam no
atendimento a estes episódios, como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Órgãos de Controle Ambiental,
Indústrias Químicas, Empresas de Transporte, etc.
As formas e táticas de ação durante o atendimento a acidentes com produtos químicos podem variar
bastante, de acordo com o produto envolvido, porte do evento e local de ocorrência, porém, existem alguns
aspectos básicos que devem sempre nortear as ações durante o atendimento, dentre os quais poderíamos
destacar:
 os procedimentos de resposta devem ser periodicamente testados, avaliados e aprimorados;
 controle de um vazamento não pode nunca sacrificar os requisitos de segurança;
 todo o pessoal envolvido nas ações de campo deve estar capacitado em sua área de atuação, além de
possuir os conhecimentos mínimos necessários de segurança;
 as medidas de controle, como contenção, remoção ou neutralização dos produtos envolvidos só deverão
ser desencadeadas após o pleno conhecimento dos riscos envolvidos e quando os recursos básicos
estiverem disponíveis.

4.2. PROCEDIMENTOS BÁSICOS


O principal aspecto a ser considerado durante o atendimento a acidentes envolvendo produtos químicos diz
respeito à segurança das pessoas envolvidas, principalmente em relação àquelas que são as primeiras a
chegarem ao local da ocorrência. Portanto é importante:
 aproximar-se cuidadosamente;
 manter-se sempre de costas para o vento;
 evitar manter qualquer tipo de contato com o produto envolvido (tocar, pisar ou inalar);
 identificar o produto;
 isolar o local;
 solicitar auxílio de especialistas e autoridades.
O sucesso de uma operação de atendimento a acidentes envolvendo produtos químicos está associado aos
seguintes fatores:
 rapidez e eficiência no acionamento das equipes de atendimento;
 avaliação correta e desencadeamento de ações compatíveis com a situação apresentada;
 disponibilidade e capacidade de mobilização dos recursos necessários.

4.3. ETAPAS DE UM ATENDIMENTO EMERGENCIAL


Os acidentes envolvendo produtos químicos podem ocasionar situações bastante diferenciadas,
necessitando na maioria das vezes, do desencadeamento de ações específicas para cada caso. No entanto,
de uma maneira geral, podemos dividir os trabalhos de atendimento em quatro etapas, a saber:
 acionamento / comunicação;
 avaliação da situação;
 medidas de controle;
 ações de rescaldo.

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4.4. ACIONAMENTO / COMUNICAÇÃO
Um dos principais fatores que influenciam no sucesso de uma operação de atendimento a acidentes
envolvendo produtos químicos diz respeito ao acionamento das equipes de resposta, através de um sistema
de comunicação adequado, além do repasse das informações mínimas necessárias para que os
responsáveis pelas ações possam somar as decisões corretas. Deve-se lembrar que em muitos casos a
pessoa que dispara o processo de acionamento é um “leigo” no assunto, razão pela qual o atendente que
recebe a notícia deve estar devidamente treinado para, durante a conversar, procurar obter as informações
mínimas necessárias para adoção das providências cabíveis ao caso, além de orientar, na medida do
possível, a pessoa envolvida, de modo que a mesma proceda de acordo com os requisitos mínimos de
segurança. Desta forma, nesta etapa é importante que o atendente obtenha do informante, quando possível,
pelo menos as seguintes informações:
 local exato da ocorrência;
 formas de acesso ao local;
 produtos envolvidos: procurar orientar o informante os rótulos de riscos, painéis de segurança e rótulos
de embalagens, para que o mesmo possa repassar informações que levem à identificação do produto;
 porte do vazamento;
 horário da ocorrência;
 principais características da região, como: concentrações populacionais, corpos d’água, vias públicas;
 órgãos já acionados ou presentes no local;
 ocorrência de incêndios ou explosões;
 existência de vítimas;
 identificação do informante.

4.5. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO


Esta etapa tem por objetivo identificar o tipo de problema a ser resolvido, de forma que possam ser definidos
os procedimentos a serem adotados para o controle da situação. Assim, faz-se necessário que esta
atividade seja desenvolvida por pessoal técnico, devidamente capacitado para tal, uma vez que erros de
avaliação podem vir a agravar a situação, acarretando conseqüências inesperadas. Sendo assim, antes da
realização da avaliação em campo deverão ser adotadas as seguintes medidas:
 caracterização dos riscos potenciais ou efetivos devido à exposição ao(s) produto(s) envolvido(s),
através da identificação de suas características físicas, químicas e toxicológicas;
 definição dos equipamentos de proteção individual a serem utilizados;
 manutenção de equipe de apoio para intervenção imediata, caso necessário;
 à partir da realização desta avaliação, onde deverão ser analisados todos os aspectos envolvidos tais
como: topografia da região, áreas atingidas pelo vazamento, condições metereológicas e acessos para
equipamentos, entre outros, poderá então ser definida a estratégia de ação para o desenvolvimento dos
trabalhos e dimensionamento dos recursos humanos e materiais necessários.

4.6. MEDIDAS DE CONTROLE


De acordo com os resultados da avaliação realizada na etapa anterior, a qual serviu como base para o
planejamento das ações a serem desenvolvidas, estas deverão ser desencadeadas, levando-se em
consideração todos os aspectos relevantes, como segurança das pessoas, isolamento da área, segurança
de instalações, do patrimônio público e privado e impactos ambientais, entre outros.
As ações a serem desenvolvidas nesta etapa, têm por finalidade controlar a situação emergencial, e embora
os trabalhos possam variar caso a caso, os mesmos deverão contemplar medidas para:
 evacuação de pessoas;
 estanqueidade do vazamento;
 contenção do produto vazado;
 abatimento de vapores;
 neutralização e/ ou remoção do produto;
 prevenção e combate a incêndios;
 monitoramento ambiental;
 recolhimento ou transbordo de carga, no caso de acidentes durante o transporte.

4.7. AÇÕES DE COMBATE A VAZAMENTOS DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS


O desencadeamento das ações de combate ou para controle de vazamentos de substâncias químicas
dependem de três aspectos básicos: características da substância;
quantidade vazada;
cenário da ocorrência e condições de acesso ao local.
Assim é importante que as ações para o controle de um vazamento só sejam adotadas após minuciosa
avaliação em campo, realizada com base nestes três aspectos.
Cada ocorrência apresentará sua peculiaridade, o que acarretará o desenvolvimento de ações específicas
para controle da situação. No entanto, algumas situações típicas de atendimento sejam definidas,
possibilitando assim o treinamento de técnicos e uma maior eficiência nos trabalhos.

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4.7.1. RECURSOS MATERIAIS
Devem estar disponíveis em pontos estratégicos.

i) KIT DE EMERGÊNCIA
 EPI (botas de borracha, luvas impermeáveis, respiradores
semi-faciais ou faciais, óculos de proteção contra respingos
de produtos químicos, aventais impermeáveis, capacetes de
segurança).
 Saco Areia: para contenção dos vazamentos de produtos
químicos;
 Absorvente Químico: há diversos tipos utilizados, um dos
melhores são os sorbent, marca 3M, utilizados para absorção
e contenção química de vazamento, substituindo com
superior perfumasse a areia, além de ambientalmente ser
mais facilmente descartável;
 Cones de Sinalização: utilizado para isolamento e proteção do local;
 Batoques (nylon, madeira). utilizados para contenção de vazamentos de produtos químicos em
tambores, galões, bombonas, etc;
 Pá: analisar a necessidade de ser de fibra de vidro, plástico ou de outro material anti-faísca;
 Baldes, Rodos e Enxadas: usados para as atividade de rescaldo.

ii) CHUVEIROS E LAVA-OLHOS DE EMERGÊNCIA


É utilizado em caso de contaminação de uma pessoa com produtos
químicos, seja todo o corpo ou uniforme (chuveiro) ou apenas os olhos
(lava-olhos). No entanto antes da utilização do produto químico a pessoa
que o manipula deve conhecer bem procedimento de emergência para
descontaminação, conforme sua ficha de emergência.

4.7.2. F.I.S.P.Q. – FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS


QUÍMICOS
Deverá conter os itens abaixo, conforme NBR 14725: com informações sobre a composição dos produtos,
seus riscos para o homem e para o meio ambiente, informações sobre o transporte, manuseio,
armazenamento, característica técnicas, etc.

4.7.3. FICHA DE EMERGÊNCIA


Deve ser elaborada conforme a NBR 8285, e atender aos seguintes requisitos:
 disponíveis nos locais de armazenamento e manuseio do produto químico;
 elaboradas com base na F.I.S.P.Q.;
 identificação do produto da empresa;
 composição e informações sobre os ingredientes;
 identificação de perigos;
 medidas de primeiros socorros;
 medidas de prevenção e combate a incêndio;
 medidas de controle para derramamento ou vazamento;
 manuseio e armazenamento;
 controle de exposição e proteção individual;
 propriedades físico-químicas (pH, ponto de fulgor, etc);
 estabilidade e reatividade;
 informações toxicológicas (carcinogênico, mutagênico, etc);
 informações ecológicas;
 considerações sobre tratamento e disposição;
 informações sobre transporte;
 regulamentações e outras informações.

4.7.4. SOCORRO A ACIDENTADOS COM PRODUTOS QUÍMICOS


Para o atendimento de um acidentado envolvendo produtos químicos, o brigadista ou socorrista deve ter em
mente, primeiramente, identificar qual o produto e consultar a sua respectiva ficha de emergência, só assim
tomar as ações necessárias, descritas na ficha de emergência.
No caso de transporte de um acidentado com produtos químicos, para um hospital é indispensável, que siga
junto ao acidentado a ficha de emergência do produto, só assim o médico poderá tomar as ações cabíveis.

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4.7.5. UTILIZAÇÃO DA ÁGUA NO COMBATE AO FOGO COM PRODUTOS QUÍMICOS
Incêndios envolvendo produtos químicos podem resultar em conseqüências bastante diversificadas, em
função do comportamento de diferentes substâncias quando expostas ao fogo.
Embora a água seja o agente de extinção mais comumente empregado, a mesma pode ser ineficaz em
alguns casos, razão pela qual deve-se utilizar alguns critérios para a escolha do agente a ser empregado.
Tais informações deverão ser obtidas junto a especialistas ou em documentação técnica a respeito do(s)
produto(s) envolvido(s), como manuais de emergência, fichas de informações sobre produtos químicos, etc.
Nos casos em que ocorrerem a emanação de vapores, tóxicos ou inflamáveis, ou mesmo em situações de
derrames de produtos sólidos ou líquidos é comum o uso de água tanto para abatimento de vapores, como
para a lavagem ou diluição do produto vazado. No entanto, da mesma forma que nos casos de incêndio, há
que se considerar alguns fatores para o uso de água nestas situações, tais como:
 reações do produto quando em contato com a água;
 contaminação da água e carregamento desta para bueiros, galerias e corpos d’água.
“Nem sempre uma ação rápida traz uma resposta segura e eficiente”

4.7.6. DERRAMAMENTO PRODUTOS QUÍMICOS

i) NO SOLO
 isolar a área;
 estancar o vazamento;
 proteger as áreas com risco de contaminação: bueiros, cursos d’água, solo, etc.;
 cercar com dique de terra, areia, absorventes químicos, o local do derrame;
 em caso de ocorrência de ventos fortes ou chuva, cobrir com lona plástica ou material compatível com o
produto;
 recolher produto e remover os resíduos;
 neutralizar solo contaminado.

ii) EM CORPOS D’ÁGUA


 suspender a utilização da água, caso necessário;
 avaliar a espessura da lâmina d’água no loca do derramamento e se possível evitar que o produto se
espalhe, através da construção de diques de terra ou material absorvente;
 drenar/dragar a bacia de contenção;
 diluir/neutralizar/controlar a vazão;
 monitorar qualidade da água até recuperação do aqüífero.

4.7.7. VAZAMENTO DE GASES


 estancar o vazamento;
 isolar a área;
 abater vapores com neblina d’água, fora do local do vazamento e sem atingir eventuais
 poças do produto (para gases liquefeitos);
 monitorar a região e níveis de concentração do gás;
 desligar ou isolar fontes de ignição;
 identificar locais de possível confinamento, principalmente nos casos de gases pesados;
 se necessário, realizar transbordo do produto para outros reservatórios, desde que esta operação possa
ser feita de acordo com os requisitos mínimos de segurança.

4.8. AÇÕES DE RESCALDO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS


A última, porém não menos importante etapa dos trabalhos de campo, tem por finalidade o desenvolvimento
de atividades voltadas para o restabelecimento das condições normais das áreas afetadas pelo vazamento,
tanto do ponto de vista de segurança, como ambiental.
Desta maneira, embora as ações desta etapa, sejam normalmente desenvolvidas num período pós-
emergencial, as mesmas não podem ser esquecidas e devem contemplar:
 tratamento e disposição de resíduos;
 restauração das áreas atingidas;
 monitoramento da qualidade das águas afetadas;
 elaboração de relatório dos trabalhos de campo;
 avaliação da operação, visando analisar eventuais falhas e aperfeiçoar o sistema de atendimento.
Os resíduos de areia ou sorbent deverão ser incinerados.

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5. RISCOS ASSOCIADOS ÀS CLASSES DE PRODUTOS QUÍMICOS

5.1. INTRODUÇÃO
Incidentes envolvendo produtos químicos requerem sempre cuidados e medidas específicas a serem
desencadeadas para o controle das diferentes situações que podem ocorrer, razão pela qual a intervenção
de pessoas devidamente capacitadas e equipadas é fundamental para o sucesso destas operações.
Outro fator de suma importância é o conhecimento dos riscos e das características específicas dos produtos
envolvidos, razão pela qual a ONU – Organização das Nações Unidas agrupou os mesmos em nove classes
distintas, a saber:
Classe 1 – Explosivos
Classe 2 – Gases
Classe 3 – Líquidos Inflamáveis
Classe 4 – Sólidos Inflamáveis
Classe 5 – Oxidantes e Peróxidos Orgânicos
Classe 6 – Tóxicos
Classe 7 – Radioativos
Classe 8 – Corrosivos
Classe 9 – Diversos
A seguir, serão abordados os principais aspectos a serem observados nos acidentes de acordo com as
classes de risco dos produtos envolvidos.

5.2. CLASSES DE RISCO

CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
O explosivo é uma substância que é submetida a uma transformação química extremamente rápida produzindo
simultaneamente grandes quantidades de gases e calor. Devido ao calor, os gases liberados, por exemplo,
nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono e vapor d’água, expandem-se a altíssimas
velocidades provocando o deslocamento do ar circunvizinho, gerando um aumento de pressão acima da pressão
atmosférica normal (sobrepressão).
De acordo com a rapidez e a sensibilidade dos explosivos, podem ocorrer dois tipos de explosões:
DETONAÇÃO: a detonação é um tipo de explosão onde a transformação ocorre muito rapidamente sendo que a
velocidade de expansão dos gases é muito superior à velocidade do som naquele ambiente (da ordem de Km/s).
DEFLAGRAÇÃO: já a deflagração é um tipo de explosão onde a transformação química é bem mais lenta, sendo
que a velocidade de expansão dos gases é, no máximo, a velocidade do som naquele ambiente. Neste caso pode
surgir a combustão. A detonação é caracterizada por apresentar picos de pressão elevada num período
extremamente pequeno de tempo, enquanto que a deflagração comporta-se de maneira oposta.
A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode atingir valores elevados, provocando danos destrutivos a
edificações e pessoas. A sobrepressão é normalmente expressa em bar e a tabela abaixo apresenta alguns valores
característicos de danos às estruturas.

Danos catastróficos são aqueles onde ocorre seu colapso, deixando o local sem condições de uso.
Danos graves não comprometem a estrutura como um todo, ou seja, é a ocorrência de uma rachadura, queda de
telhado, porta danificada (arrancada), etc.
É importante notar que o valor de 0,3 bar representa 3 metros de coluna d’água, que e um valor que normalmente
não provoca “danos” às pessoas. Isso significa que as pessoas são mais resistentes a sobrepressão do que as
estruturas, uma vez que o homem não é uma estrutura rígida permitindo dessa forma que o impacto seja absorvido
pelo organismo.
O dano mais comum provocado por uma explosão ao homem é a ruptura de tímpano que ocorre a valores acima de
0,4 bar de sobrepressão.

CLASSE 2 – GASES COMPRIMIDOS LIQÜEFEITOS, DISSOLVIDOS SOB PRESSÃO OU ALTAMENTE


REFRIGERADOS
Gás é um dos estados da matéria. No estado gasoso a matéria tem forma e volume variáveis. A força de repulsão
entre as moléculas é maior que a da coesão. Os gases são caracterizados por apresentarem uma baixa densidade
e capacidade de se moverem livremente.
Diferentemente dos líquidos e sólidos, os gases expandem-se e contraem-se facilmente quando alteradas a pressão
e/ ou temperatura.

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Desta forma, esta classe contempla os gases nas mais diversas condições conforme abaixo:
GASES PERMANENTES: são aqueles que não podem ser liquefeitos à temperatura ambiente, ou seja, são
produtos com temperatura de ebulição bastante baixa. Exemplos: ar, argônio e dióxido de carbono.
GASES LIQUEFEITOS: são aqueles que podem se tornar líquidos sob pressão, à temperatura ambiente. Por
exemplo, GLP, cloro e amônia.
GASES DISSOLVIDOS: são aqueles que se encontram dissolvidos sob pressão em um solvente,
como é o caso do acetileno.
GASES PERMANENTES ALTAMENTE REFRIGERADOS: são os gases permanentes que se encontram
armazenados à sua temperatura de ebulição. Exemplos: oxigênio (temperatura de estocagem: -183ºC) e nitrogênio
(temperatura de estocagem: -196ºC).
Independente do risco apresentado pelo produto, seu estado físico representa por si só uma grande preocupação,
uma vez que os gases expandem-se indefinidamente até ocuparem todo o recipiente que os contém. Em caso de
vazamento, os gases tendem a ocupar o ambiente mesmo quando possuem densidades diferentes à do ar.
Além do risco inerente ao estado físico, os gases podem apresentar riscos adicionais, como por exemplo,
inflamabilidade, toxicidade, poder de oxidação e corrosividade, entre outros.
Quando liberados, os gases mantidos liquefeitos por ação da pressão e/ou temperatura, tenderão a passar para seu
estado natural nas condições ambientais, ou seja, estado gasoso.
Durante a mudança do estado líquido para o estado gasoso, ocorre uma alta expansão do produto gerando volumes
gasosos maiores do que o volume ocupado pelo liquido. A isto se denomina taxa de expansão. O cloro por exemplo,
tem uma taxa de expansão de 457 vezes, ou seja, um volume de cloro líquido gera 457 volumes de cloro gasoso.
Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, poderá ser aplicada uma camada de espuma sobre a
poça formada, desde que este material seja compatível com o produto vazado.
Em função do acima exposto, nos vazamentos de produtos liquefeitos devera ser adotada a preferência ao
vazamento na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida.
Em ambientes confinados, deve-se monitorar constantemente a concentração de oxigênio. Nas situações onde a
concentração de oxigênio estiver abaixo de 19,5% em volume, deverão ser adotadas medidas no sentido de
restabelecer o nível normal de oxigênio, ou seja, em torno de 21% em volume. Estas medidas consistem
basicamente em ventilação, natural ou forçada, do ambiente em questão.
Em função das características apresentadas pelo ambiente envolvido, a proteção respiratória utilizada deverá
obrigatoriamente ser do tipo autônoma. Nessas situações é de fundamental importância, o monitoramento freqüente
do nível de oxigênio e dos possíveis gases presentes na atmosfera.
Especial atenção deve ser dada, quando o gás envolvido for inflamável, principalmente se este estiver confinado.
Medições constantes dos índices da explosividade no ambiente, através da utilização de equipamentos seguros, e a
eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações prioritárias a serem adotadas.
De acordo com as características do produto envolvido, e em função do cenário da ocorrência, pode ser necessária
a aplicação de neblina d’água para abater os gases ou vapores emanados pelo produto.
A operação de abatimento dos gases será tanto mais eficiente, quanto maior for a solubilidade do produto em água,
como é o caso da amônia e do ácido clorídrico.
Vale lembrar que a água utilizada para o abatimento dos gases deverá ser contida, e recolhida posteriormente, para
que não cause poluição dos recursos hídricos existentes na região da ocorrência.
Para os produtos com baixa solubilidade em água, o abatimento através de neblina d’água também pode ser
utilizado, sendo que neste caso a mesma atuará com um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem.
Deve-se ressaltar que a neblina d’água deverá ser aplicada somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais
poças formadas pelo gás liquefeito, uma vez que a adição de água sobre as mesmas, provocará uma intensa
evaporação do produto, gerando um aumento dos vapores na atmosfera.
Após o vazamento de um gás liquefeito, a fase liquida do produto estará a uma temperatura próxima à temperatura
de ebulição do produto, ou seja, a um valor baixo suficiente para que, em caso de contato com a pele, provoque
queimaduras.
Outro aspecto relevante nos acidentes envolvendo produtos gasosos é a possibilidade da ocorrência de incêndios
ou explosões.
Mesmo os recipientes contendo gases não inflamáveis podem explodir em caso de incêndio. A radiação térmica
proveniente das chamas é, muitas vezes, suficientemente alta para provocar um aumento da pressão interna do
recipiente, podendo causar sua ruptura catastrófica e conseqüentemente, o seu lançamento a longas distâncias,
causando danos às pessoas, estruturas e equipamentos próximos.
Em muitos casos, dependendo da situação, a alternativa mais segura pode ser a não extinção do fogo, mas apenas
seu controle, principalmente se não houver possibilidade de eliminar a fonte do vazamento.
Certas ocorrências envolvendo produtos gasosos de elevada toxicidade ou inflamabilidade exigem
que seja efetuada a evacuação da população próxima ao local do acidente.
A necessidade ou não da evacuação da população dependerá de algumas variáveis, como por exemplo:
 risco apresentado pelo produto envolvido;
 quantidade do produto vazado;
 características físico-químicas do produto (densidade, taxa de expansão, etc);
 condições metereológicas na região;
 topografia do local;
 proximidade a áreas habitadas.

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CLASSE 3 – LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
São líquidos, misturas de líquidos ou líquidos contendo sólidos em solução ou em suspensão, que produzem
vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5ºC em testes de vaso fechado.
Via de regra, as substâncias pertencentes a esta classe são de origem orgânica, como por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outros.
Para uma resposta mais segura as ocorrências envolvendo líquidos inflamáveis faz-se necessário o pleno
conhecimento de algumas propriedades físico-químicas dos mesmos, antes de quaisquer ações.
Essas propriedades, assim como suas respectivas aplicações, estão descritas a seguir.
PONTO DE FULGOR (FLASH POINT)
É a maior temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mistura de
vapor e ar logo acima da sua superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.
Considerando a temperatura ambiente numa região de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto
de fulgor de 15ºC, significa que o produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas
uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o ponto de
fulgor do produto for de 30ºC, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis. Então, conforme acima
descrito, o conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente.
LIMITES DE INFLAMABILIDADE
Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada
“ideal” entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente
constante, em torno de 21% em volume. Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para
cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e o Limite
Superior de Explosividade (LSE).
O LIE é a mínima concentração do gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do
produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LIE não são combustíveis,
pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é
chamada de “mistura pobre”.
Já o LSE é a máxima concentração de gás que misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do
produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSE não são combustíveis, pois, nesta
condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a
chamada “mistura rica”.
Portanto o LIE é a concentração mínima, abaixo da qual a quantidade do vapor combustível é muito pequena
(mistura pobre) para queimar ou explodir e o LSE é a concentração máxima da qual a quantidade de vapor
combustível é muito grande (mistura rica) para queima ou explodir.

CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS


Esta classe abrange todas as substâncias sólidas que podem se inflamar na presença de uma fonte de ignição, em
contato com o ar ou com a água, e que não estão classificadas como explosivos.
De acordo com o estado físico dos produtos desta classe, a área atingida em decorrência de um acidente é,
normalmente, bastante restrita, uma vez que sua mobilidade no meio é muito pequena quando comparada à dos
gases ou líquidos, facilitando assim as operações a serem desencadeadas para o controle de emergência.
Em função da variedade das características dos produtos desta classe, os mesmos estão agrupados em três
subclasses distintas, a saber:
SUBCLASSE 4.1 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS
Os produtos desta subclasse podem se inflamar quando expostos ao calor, choque ou atrito, além é claro, de
chamas vivas. A facilidade de combustão será tanto maior, quanto mais “finamente” dividido o material estiver. Os
conceitos de ponto de fulgor e limites de inflamabilidade, também são aplicáveis aos produtos desta classe. Como
exemplos destes produtos podemos citar o nitrato de uréia e o enxofre.
SUBCLASSE 4.2 – COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
Nesta subclasse estão agrupados os produtos que podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença
de uma fonte de ignição. Devido a esta característica estes produtos são transportados, na sua maioria, em
recipientes com atmosferas inertes ou submersos em querosene ou água. Quando da ocorrência de um acidente
envolvendo estes produtos, a perda da fase liquida poderá propiciar o contato dos mesmos com o ar, motivo pelo
qual a estanqueidade do vazamento deverá ser adotada imediatamente. Outra ação a ser desencadeada em caso
de acidente é o lançamento de água sobre o produto de forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que o
mesmo seja compatível com água, evitando assim sua ignição espontânea. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto
de sódio são exemplos de produtos que se ignizam espontaneamente quando em contato com o ar.
SUBCLASSE 4.3 – PERIGOSO QUANDO MOLHADO
As substâncias pertencentes a esta classe por interação com a água podem tornar-se espontaneamente inflamáveis
ou produzir gases inflamáveis em quantidades perigosas. O sódio metálico, por exemplo, reage de maneira vigorosa
quando em contato como a água, liberando o gás hidrogênio que é altamente inflamável. Outro exemplo é o
carbureto de cálcio, que por interação com a água libera acetileno. De uma maneira geral, os produtos desta classe,
e principalmente os das subclasses 4.2 e 4.3, liberam gases tóxicos ou irritantes quando entram em combustão.
Pelo exposto, e associado à natureza dos eventos, as ações preventivas são de suma importância, pois quando as
reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de maneira rápida e praticamente incontrolável.

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CLASSE 5 – OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS.
A classe 5 está dividida nas subclasses:
SUBCLASSE 5.1 – OXIDANTES
Um oxidante é um material que libera oxigênio rapidamente para sustentar a combustão dos materiais orgânicos.
Outra definição semelhante afirma que o oxidante é uma material que gera oxigênio à temperatura ambiente, ou
quando levemente aquecido. Como exemplo de produto oxidante, podemos citar o peróxido de hidrogênio,
comercialmente chamado como água oxigenada. Este produto é um poderoso agente oxidante e, em altas
concentrações, reage com a maioria dos metais, como Cu, Co, Mg, Fe, Pb entre outros, o que acarretará sua
decomposição com risco de incêndio/ explosão. Mesmo sem a presença de uma fonte de ignição, soluções de
peróxido de hidrogênio, em concentrações acima de 50% em peso (200 volumes) em contato com materiais
combustíveis podem causar a ignição.
SUBCLASSE 5.2 – PERÓXIDOS ORGÂNICOS
Os peróxidos orgânicos são agentes de alto poder oxidante, sendo que destes a maioria é irritante para os olhos,
pele, mucosas e garganta. Devido ao risco de formação de peróxidos, para alguns compostos é sugerido um
período máximo de estocagem de 3 meses, como por exemplo, éter isopropílico, divinil acetileno, cloreto de
vinitilideno, potássio metálico e amideto de sódio entre outros. Já para outros produtos é sugerido um período
máximo de estocagem de 12 meses como por exemplo: eter etílico, tetrahidrofurano, dioxano, acetal,
metilisobutilcetona, éter dimetílico de etilenoglicol, éteres vinilicos.
Sinais da presença de peróxido no ambiente num recipiente:
 verifique se há corrosão, ferrugens ou ondulações na embalagem ou na tampa;
 verifique se há formação de cristais brancos ou pó;
 se o selo da tampa estiver rompido, considere o material potencialmente explosivo;
 se houver suspeita de formação de peróxidos não abra a embalagem - acione o fabricante;
 se for necessário abrir a embalagem, gire a tampa vagarosamente no sentido anti-horário, atentando para
minimizar o atrito;
 se a tampa resistir em abrir, pare, assuma que o material é explosivo.

CLASSE 6 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS


A classe 6 está dividida nas subclasses:
6.1-Substâncias Tóxicas;
SUBCLASSE 6.1 – SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
São substâncias capazes de provocar a morte ou danos à saúde humana se ingeridas, inaladas ou por contato com
a pele, mesmo em pequenas quantidades. As vias pelas quais os produtos químicos podem entrar em contato com
o nosso organismo são três: inalação; absorção cutânea; ingestão.
SUBCLASSE 6.2 – SUBSTÂNCIAS INFECTANTES
Exemplos: diciclopentadieno, metilacetileno, cumeno, tetrahidronaftaleno, ciclohexeno, metilciclopentano.

CLASSE 8 – CORROSIVOS
São substâncias que apresentam uma severa taxa de corrosão ao aço. Evidentemente, tais materiais são capazes
de provocar danos aos tecidos humanos.
Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentam essas propriedades, e são conhecidos
por ácidos e bases.
Ácidos são substâncias que em contato com a água liberam íons OH-, provocando alterações de pH para a faixa de
0 (zero) a 7 (sete).
As bases são substâncias que em contato com a água liberam íons OH -, provocando alterações de pH para a faixa
de 7 (sete) a 14 (quatorze).
Como exemplo de produtos desta classe, pode-se citar o ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico, hidróxido de
sódio e hidróxido de potássio, entre outros.
Muitos dos produtos pertencentes a esta classe reagem com a maioria dos metais gerando hidrogênio que é um gás
inflamável, acarretando assim um risco adicional.

CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS


Esta classe engloba os produtos que apresentam riscos não abrangidos pelas demais classes.
Para esses produtos são aplicados os procedimentos básicos de acordo com o tipo de produto e conforme seja o
local e condições do ambiente.

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