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A tradição de juntar as palmas das mãos e fazer uma reverência quando encontramos alguém é muito bonita. Na
Ásia, milhões de homens e mulheres cumprimentam-se desta maneira, diariamente. Quando uma pessoa me
oferece uma xícara de chá, sempre faço uma reverência respeitosa.
Juntando as palmas de minhas mãos, inspiro e digo mentalmente "Um lótus para você". Enquanto inclino a
cabeça para reverenciar, expiro acrescentando "Deus a vir a ser". Juntar as palmas das mãos em forma de um
botão de lótus é como oferecer uma flor à pessoa que está diante de nós.
Contudo, devemos lembrar de não fazê-lo mecanicamente. Temos que estar conscientes da pessoa que estamos
cumprimentando. Quando nosso respeito é sincero, lembramos que ela tem a natureza de Deus, a natureza do
despertar.
É necessário que vejamos Deus na pessoa que está à nossa frente. Se praticarmos assim regularmente, veremos
uma mudança se operar em nós mesmos. Desenvolveremos a humildade e também nos daremos conta de que
nossas habilidades são ilimitadas. Quando sabemos respeitar os outros, sabemos também respeitar a nós
mesmos.
Quando faço uma reverência, a plena atenção torna-se real em mim. Vendo a minha profunda reverência, a
pessoa a quem estou saudando também torna-se desperta e, por sua vez, pode querer retribuir meu cumprimento
oferecendo-me também uma flor de lótus, inspirando e expirando.
Com a saudação, a plena consciência se faz presente em nós dois enquanto tocamos Deus com nossos corações e
não somente com as mãos. Ao nos pôr inteiros no momento presente, Deus começa a brilhar em cada um de nós.
Às vezes pensamos que somos superiores aos outros - talvez mais educados ou inteligentes. Ao ver uma pessoa
sem educação um sentimento de desdém pode surgir em nós, mas esta atitude não ajuda ninguém. Nosso
conhecimento é relativamente limitado.
Uma orquídea, por exemplo, sabe como produzir flores nobres e simétricas, um caracol sabe como fazer uma
linda e bem proporcionada concha. Comparando os nossos conhecimentos a esses, sentimos que não vale a pena
propalarmos as nossas habilidades, mesmo que tenhamos um Ph.D.
Deveríamos é fazer uma profunda reverência perante a orquídea e o caracol, assim como juntar as palmas das
mãos reverentemente diante da majestade de uma borboleta e de uma árvore de magnólias.
Sentir respeito por todas as espécies de seres vivos nos ajudará a reconhecer uma parte da natureza divina em
nós mesmos.
No Ocidente, talvez você prefira o aperto de mãos. Desde que você reverencie os outros com plena atenção e
respeito, qualquer que seja a forma usada, Deus se fará presente.
Formar uma flor de lótus em botão ao juntar as palmas das mãos nos dá grande prazer. Espero que você procure
faze-lo de vez em quando.
Se lhe for mais familiar visualizar o florir de uma tulipa, poderá mentalmente dizer "Uma tulipa para você, Deus
a vir a ser".