MAIS

VIAJE
Edição nº 200 – Janeiro de 2018
Ao leitor
Diretores
Aydano Roriz
A revista que você tem em mãos, caro leitor, é a edição 200 de
Viaje Mais. Desde a primeira edição, que entrou em banca
em junho de 2001, lá se vão 16 anos e meio. Não é qualquer
Luiz Siqueira
Tânia Roriz publicação que alcança uma marca assim. Para comemorar, a
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz
redação preparou uma edição com 200 páginas e produziu uma
Diretor Executivo: Luiz Siqueira matéria especial com o destino que está mais em alta do momento:
Diretor Editorial e jornalista responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 araujo@europanet.com.br Portugal. O país ganhou em dezembro, o prêmio de melhor
REDAÇÃO destino turístico do mundo, segundo o World Travel Awards, uma
Editor: Tales Azzi espécie de oscar do turismo. Esse prêmio é escolhido por consulta
Editora-assistente: Natália Manczyk
Editora de arte: Vera Grandisky Lerner DFHQWHQDVGHSURÀVVLRQDLVGHWXULVPRGHWRGRVRVFDQWRVGR
Revisão de texto: Denise R. Camargo
Foto de capa: Shutterstock planeta. A capital Lisboa também foi premiada na categoria City
Colaboraram nesta edição: Josiane Romera, Mário Fittipaldi, Paulo
Basso Júnior e Jefferson Silva (mapas)
Break, referente a estadias de curta duração; e a Ilha da Madeira
ganhou, pela terceira vez consecutiva, como melhor destino
PUBLICIDADE
publicidade@europanet.com.br insular. Para fazer a reportagem, estive em Portugal no início de
São Paulo
Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Elisângela Xavier, Ligia Caetano, dezembro. Durante duas semanas, explorei as ruas de Lisboa,
Renato Perón e Roberta Barricelli
Criação: Adriano Severo – (11) 3038-5067
bairro a bairro, em busca das últimas novidades gastronômicas
e culturais dessa cidade que passa por
OUTRAS REGIÕES
Head de Publicidade Regional: Mauricio Dias – (11) 98536 -1555 um alegre processo de revitalização. Na
Bahia: Aura Bahia – (71) 3345-5600/ 99965-8133 Ilha da Madeira, percorri suas inúmeras
Brasília: New Business – (61) 3326-0205
Pernambuco: Espaço de Mídia – (81) 99976-8544
estradas costeiras para descobrir o que,
Paraná: GRP – (41) 3023-8238 DÀQDOHVVDLOKDWHPGHWmRHVSHFLDOTXH
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 98146-1010
Santa Catarina: MC Representações – (48) 99983-2515 a faz desbancar até ilhas de sonho, como
EUA e Canadá: Global Media + 1 (650) 306-0880
Bora Bora, Bali ou Maldivas. Tudo o que
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eu descobri está relatado nas 48 páginas da
Coordenação: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br) robusta e superatualizada matéria de capa
Equipe: Gabriela Silva, Camila Brogio, Regiane Rocha, Bruna Alcântara,
Josi Montanari e Bia Moreira desta edição. Espero que aproveitem. Tales Azzi
Boa leitura. tales@europanet.com.br
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Karine Ferreira

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Tânia Roriz e Elisangela Harumi CEP 05510-900 – São Paulo – SP COM A EDITORA EUROPA
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10 VIAJE MAIS
 20
LISBOA E ILHA
DA MADEIRA

Sumário
SHUTTERSTOCK

20 LISBOA & MADEIRA

Um guia bairro a bairro atualizado

SHUTTERSTOCK
DIVULGAÇÃO

da capital portuguesa e todos os

encantos da belíssima ilha portuguesa

72 LOS ANGELES
Os 10 passeios mais legais
para fazer com as crianças

94 POLINÉSIA FRANCESA
Saiba como curtir as ilhas da
Polinésia sem torrar as economias

112 TORRES DEL PAINE

As paisagens e o luxo da região mais
72 94 incrível da Patagônia do Chile
LOS ANGELES
COM AS CRIANÇAS POLINÉSIA FRANCESA 132 CAMBOJA
Os templos e o exotismo desse país
asiático que está cada vez mais falado
SHUTTERSTOCK

150 MIAMI
Os shoppings, os bares e os melhores
restaurantes de Miami Beach

166 PANORAMA DO MUNDO

Uma viagem fotográfica pelas mais
incríveis piscinas naturais do Brasil

E AINDA
182 SERRA DO CIPÓ
112 192 RESORT TAUÁ ATIBAIA
201 NA BAGAGEM
TORRES DEL PAINE

12 VIAJEMAIS
 ÁLBUM DO LEITOR
Fotos da sua viagem
W Suely Tijon,
de São Paulo,
relembrou
a época em
que morou na
Inglaterra ao ler
a reportagem da
edição 199

SAndré Araújo, de Niterói (RJ), conheceu

as lindas praias do Algarve, em Portugal

WGenildo e Nancy de
Melo em Cartagena,
na Colômbia. “Graças
à revista conhecemos
um lugar maravilhoso”,
disse ele

WIgor Herkert
fez uma viagem
inesquecível
para a Disney
com Paula de
Freitas. Com
esta foto cheia
de magia, ele faz
uma homenagem
à esposa

W
Reinaldo
Sversuti foi com
MANDE AS FOTOS DA SUA VIAGEM
a família para
a Colômbia e
Informe o(s) nome(s) completo(s), a cidade
aproveitou para
onde mora e o lugar visitado e envie para
viajemais@europanet.com.br
mergulhar no
mar do Caribe

14 VIAJEMAIS
 FIQUE POR DENTRO
Informações e dicas para quem gosta de viajar
Machu Picchu: melhor atração
Portugal: melhor destino
Os melhores do turismo 2017
P ortugal foi nomeado o melhor destino tur stico
do mundo no World Travel Awards 2017. O país
desbancou 16 concorrentes, como Brasil, Maldivas,
Vietnã e Marrocos. Já o vencedor como melhor des-
tino de aventura foi o Chile e como o melhor destino

FOTOS: SHUTTERSTOCK
de praia foram as lhas alápagos, no quador. O
eru também foi contemplado, com o pr mio de
melhor destino gastronômico (que mantém desde
2012); e como endereço da me-
lhor atração turística: Machu
Chile: melhor destino de aventura Picchu. O Brasil não levou ne-
nhum pr mio.

Peru: melhor gastronomia Ilhas Galápagos: melhor destino de praia

Novos Four Seasons vêm ao mundo Uma praia em Roma

O ano de 2018 chega cheio de novidades para o Four
Seasons. Em novembro, a rede de hotéis de luxo
assumiu o Ocean Club, em Paradise Island, nas Baha- Q uem for a Roma durante o verão
europeu, de junho a agosto, vai
mas. Em dezembro, inaugurou o Four Seasons Hotel poder curtir praia na cidade, ainda que
Megève, nos Alpes Franceses, a tempo de receber os artificial. Ela será criada nas margens
hóspedes para esquiarem na temporada de inverno do Rio Tibre, justamente para levar vida
deste ano. Já para 10 de março está prevista a inau- à região.
guração do Four Seasons Resort Seychelles at O projeto abrangerá uma área de
Desroches Island, o segundo resort da rede 10 mil m2 perto da Ponte Marconi e
nas ilhas Seychelles, com bangalôs, villas e incluirá também quadras de esportes.
suítes, todas com piscina privativa. Depois,
entre março e junho, será inaugurado o
primeiro Four Seasons na Grécia, o Astir
Palace Hotel Athens. a 25 km de Atenas.
O Brasil não ficará de fora. No segundo
semestre de 2018, deve ser aberto o Four
Seasons Hotel São aulo at Naç es nidas,
que ocupará um prédio na Marginal Pinhei-
ros, Zona Sul da cidade.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

16 VIAJE MAIS
 FIQUE POR DENTRO

Passaporte mais fácil

P ara a solicitação de passaportes

comuns, não será mais necessário
apresentar comprovantes de quitação
eleitoral, de serviço militar e de paga-
mento de taxa. Essas informações vão
poder ser consultadas pelos agentes da
Polícia Federal em um banco de dados,
Noite dentro do AquaRio
que será implementado gradualmente.
A expectativa é que até o final de 2018
o sistema esteja disponível no país todo.
N o AquaRio, o aquário do Rio de Janeiro, os vi-
sitantes podem dormir perto dos peixes. É uma
espécie de acampamento por uma noite. Às sextas-

DIVULGAÇÃO
Ainda será preciso levar docu- feiras, adultos e crianças de 5 a 12 anos podem passar
mento de identidade, a noite no AquaRio, em um salão com vista para os
certificado de tubarões. Já as noites dos sábados são exclusivas para as crianças, de 6 a 12
naturalização, anos, acompanhadas por monitores. Os pais não passam vontade: na manhã
passaporte seguinte, a partir das 8h, até dois responsáveis por criança têm direito a uma
anterior e visita junto dos pequenos. O circuito Reencontro com Poseidon, alimentação,
o CPF. ÀOPHHREVHUYDomRGHWXEDU}HVVmRDVDWLYLGDGHV6DL5SRUFULDQoD
5SDUDXPDGXOWRHXPDFULDQoDH5SDUDGRLVDGXOWRVHXPD
criança ou um adulto e duas crianças.

FOTOS: SHUTTERSTOCK Seguro-viagem Visa

P oucos viajantes sabem que porta-

dores dos cartões Visa têm direito a
diversos seguros, como o seguro-viagem
(para clientes Visa Infinity) e o seguro no
aluguel de carros (para clientes Visa Pla-
tinum e Visa Infinity). A Visa simplificou
o processo e agora o turista só precisa
emitir cada tipo de bilhete de seguro uma
vez ao ano no Portal de Benefícios (www.
O site Pruvo avisa visa.com.br/portaldebeneficios). O se-
quando há diminuição guro de viagem é um dos que passaram
no preço da diária a ter validade de um ano. Já os seguros
para veículo de locadora ou para roubo
Site para você economizar na diária de hotel em ATM não necessitam mais da emis-
são prévia.
N ão faltam sites de reservas de hotéis. Mas há um bem diferente para
você economizar na hospedagem: o israelense Pruvo (www.pruvo.net),
TXHUDVWUHLDGLPLQXLo}HVGHSUHoRDSyVDUHVHUYDLQLFLDOHQRWLÀFDRXVXiULR
Lançado há um ano, agora o site inaugurou a plataforma em português.
Funciona da seguinte forma: o turista faz a reserva pela plataforma de sua
SUHIHUrQFLDFRPDRSomRGHFDQFHODPHQWRJUDWXLWRHHQYLDDFRQÀUPDomRSDUD
o e-mail poupar@pruvo.net. De forma automatizada, quando a plataforma
da Privo encontra uma oferta melhor, o usuário recebe um e-mail e pode ser
redirecionado para efetuar uma nova reserva. Depois, é importante que o
vajante cancele a reserva anterior mais cara.

18 VIAJEMAIS
 CAPA Lisboa

O MAAT, Museu de Arte,

Arquitetura e Tecnologia,
inaugurado em 2016, na
orla de Belém

20 VIAJE MAIS
 SHUTTERSTOCK
Lisboa
A capital portuguesa está na moda, caiu no
gosto de celebridades internacionais e vive uma
renovação cultural e gastronômica

POR TA L E S A Z Z I TEXTO E FOTOS

L
isboa está em alta. Foi a vencedora do World
Travel Awards, uma espécie de oscar do turis-
mo, na categoria City Break, que diz respeito a
viagens de turismo de curta duração, desbancando até
cidades consagradas, como Londres, Paris e Barcelona.
O prêmio é a consequência natural de um renascimen-
to urbanístico e cultural que transformou Lisboa, nos
últimos anos, de destino antiquado e ultrapassado para
a capital europeia mais cool do momento. Ir para Lis-
boa está na moda. Para os brasileiros, que nutrem um
carinho especial pela capital da terrinha, é bonito ver
a cidade das ladeiras, do fado e do bacalhau ganhar
tamanho prestígio.

VIAJE MAIS 21
 EUROPA República Checa
Lisboa surgiu sobre sete
colinas, e há muitos
mirantes para admirá-la
assim: do alto
22
A Lisboa de 2018 é uma curiosa
mistura de tradições e modernida-
des. Nas ruelas da Alfama ainda se
veem as viúvas vestidas de preto da
cabeça aos pés. Já na rua Nova de
Carvalho, no revitalizado Cais do
Sodré, são as jovens de cabelos co-
loridos que frequentam os muitos
bares de música eletrônica. Às oi-
to da manhã, quando os elétricos
circulam pelos trilhos do centro de
/LVERDWHPJHQWHQDÀODSDUDHQWUDU
na danceteria Europa Sunrise, que só
VIAJEMAIS
abre de manhã, depois que as outras
baladas da cidade já fecharam. Essa
é a nova cara de Lisboa, um lugar
onde passado e futuro aprenderam
a conviver harmoniosamente.
A cidade passou, nos últimos vin-
te anos, por uma renovação como
nenhuma outra cidade europeia. Tu-
do começou em 1998, com o Parque
das Nações, uma área com shoppings
e prédios futuristas que surgiu ao
lado da estação Oriente, a 10 km do
centro. O movimento seguiu-se com

a abertura de diversas casas noturnas
na região das docas à margem do
Tejo e a reestruturação do Cais do
Sodré, uma área antes degradada
próximo ao porto, onde pipocaram
bares e restaurantes transados. A ca-
da mês há um novo estabelecimen-
to abrindo as portas. Em 2016, foi
inaugurado o belíssimo MAAT, o
Museu de Arte, Arquitetura e Tec-
nologia, em Belém. A onda agora é
a ampliação da rede de metrô.
Nos últimos tempos, Lisboa caiu
até no gosto de celebridades. A di-
va pop Madonna mudou-se para lá
FRPRVÀOKRV0RUDHPXPKRWHOGH
luxo, o Pestana Palace, em Alcântara.
A cantora é apenas a mais ilustre de
uma lista crescente de estrangeiros
que se mudaram para Lisboa. É o
caso também do ator alemão Mi-
chael Fassbender (o Magneto, dos
ÀOPHVX-Men), que comprou um
apartamento duplex na região de
Alfama por dois milhões de euros.
Convém explicar, porém, que a
VIAJEMAIS
SHUTTERSTOCK
SHUTTERSTOCK
Lisboa clássica, dos azulejos, do fado
e do bacalhau, ainda está lá. Mas a
ela se juntou uma outra Lisboa, mais
festeira, com uma noite intensa e que
impressiona pelo cenário de novos
bares, restaurantes e altas baladas.
Para os brasileiros, há outros mo-
tivos que fazem Lisboa estar sempre
no radar. É uma das capitais mais em
conta da Europa. É perfeitamente
possível aproveitar muito bem a ci-
dade gastando pouco. Nada choca
REROVR8PFDVDOSRGHÀFDUPXLWR
23
 EUROPA República Checa
bem hospedado em um hotel quatro
estrelas no centro antigo da cidade
pagando € 100 a diária. Os táxis são
mais baratos do que no Brasil, e um
prato de bacalhau, mesmo nas áreas
turísticas, custa cerca de € 10. A taxa
de serviço, aliás, não é cobrada, cada
um deixa a gorjeta que quiser.
Há de se considerar também
a familiaridade do idioma, o que,
convenhamos, é bastante confortá-
vel. A sensação é a de estar em casa
em Lisboa. E tudo lembra, mais ou
menos, a sua rua, a sua cidade, o seu
bairro. Tem até o canal da Globo
na televisão, ainda que com uma
programação bem antiga. Está pas-
sando agora a novela Mulheres de
Areia, de 1993.
A ampla oferta de voos entre
Brasil e Portugal também favore-
24
ce. A TAP dispõe de voos diretos
para Lisboa a partir de dez cidades
brasileiras, de Belém a Porto Alegre.
São 70 voos semanais, informou a
companhia aérea, que, para 2018,
pretende aumentar a frequência pa-
ra 80 voos. Serão três voos diários
de São Paulo para Lisboa.
Para atrair ainda mais passagei-
ros, a companhia lançou o programa
TAP Stopover. Funciona assim: você
compra uma passagem para qual-
quer cidade da Europa ou de outro
continente e pode fazer uma parada
de até 5 dias em Lisboa para curtir
a cidade pagando o preço de uma
única passagem. É tentador, com a
vantagem extra dos tours gratuitos
aos passageiros e promoções em ho-
téis e restaurantes parceiros da TAP.
Por tudo isso, os brasileiros têm
VIAJEMAIS

invadido Lisboa de uma forma pou-
co antes vista. Nossos conterrâneos
estão em toda parte: na praça, na
rua, no restaurante, no ponto do
ônibus… Você viaja dez horas de
avião, atravessa o Atlântico e tem a
impressão de ter desembarcado no
Brasil. Não é exagero. Você vai ver
quando chegar lá e percorrer as
ruas da Cidade Baixa, da
Alfama e do Chiado, ou
SHUTTERSTOCK
subir a qualquer um dos 32 mi- Os elétricos
rantes dessa cidade de sete coli- e a Praça do
Comércio,
QDV$ÀQDOWRGRVTXHUHPDGPLUDU símbolos da
essa Lisboa tão bela, acolhedora, Lisboa clássica
simpática e segura. Se você é um
deles, siga nosso roteiro bairro a
bairro, que está perfeito para quem
pretende explorar a cidade sem
perder nadinha do que a Lisboa,
tanto clássica quanto a moderna,
tem a oferecer.
VIAJEMAIS 25
 CAPA Lisboa

Baixa
A Lisboa tradicional

A Cidade Baixa é a região mais

central da capital portuguesa. É
onde está a Lisboa tradicional, com
as tascas para tomar uma bica (café),
as chapelarias que vendem boinas e
os simpáticos bondinhos amarelos
– os elétricos –, que são a cara da
cidade. Embarque no elétrico 28 e
irá rodar pelos trilhos da nostalgia
em um delicioso, e barato, tour his-
tórico pela capital portuguesa.
A região da Baixa foi destruída
por um devastador terremoto que
atingiu a cidade em 1755 e mudou
a história de Lisboa. Sob o comando
dos arquitetos de Marquês de Pom-
bal, diversas inovações urbanísticas,
como as ruas largas e os quarteirões
simétricos, foram aplicados na re-
construção, exemplos que outras
capitais europeias seguiriam quase
um século depois.
O coração da Cidade Baixa é a
Praça do Comércio, também co-
nhecida como Terreiro do Paço,
à margem do Rio Tejo. É o palco
principal da história da cidade e do
país. A Praça do Comércio já abri-
gou o Paço Imperial, a casa dos reis
de Portugal. Ali foi assassinado a
tiros o rei D. Carlos em 1908, epi-
VyGLRTXHS{VÀPjPRQDUTXLDHP
3RUWXJDO1DSUDoDGHVÀODUDPRV
militares de Salazar. Nela, o povo
FRPHPRURXRÀPGDGLWDGXUDHP
$RFHQWURÀFDDHVWiWXDHTXHV-
tre do rei D. José e, sob os arcos que
circundam os prédios, um dos cafés
mais antigos de Lisboa, o Martinho
da Arcada, aberto desde 1782, cuja
maior curiosidade é acreditar em

26 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK

Embarque no
elétrico 28 para
fazer um tour
histórico baratinho
pelas ruas da
Baixa e Alfama

VIAJEMAIS 27
 CAPA Lisboa
SHUTTERSTOCK
A Praça do Comércio, o coração de Lisboa; ao lado, o simpático elevador da Santa Justa
SHUTTERSTOCK
fantasmas. A casa mantém reservada
a mesa que o poeta Fernando Pessoa,
um velho habituè, costumava usar.
A mesa no canto do salão tem fotos
e livros do escritor. O dono do café,
Seu Antônio, está sempre ao balcão
e adora uma boa prosa. Orgulha-se
de ter atendido ali muitos brasileiros
célebres, de Jorge Amado a Fernan-
do Henrique Cardoso.
Quem gosta de história não pode
deixar de conhecer o Lisbon His-
tory Center, um museu que conta
a história da cidade desde os fení-
cios, que ali estiveram oito século
antes de Cristo. O museu tem salas
decoradas com peças de época – há
até uma réplica em miniatura de
uma caravela – e o visitante caminha
por elas enquanto escuta a narração
em um áudioguia. O mais legal é o
28 VIAJEMAIS
cinema, com um curta-metragem
sobre o terremoto de 1755. A entra-
da custa € 8 e dá direito a subir ao
terraço do Arco da Augusta. É um
ponto privilegiado para ver a Cida-
GH%DL[DGRDOWRGHXPODGRÀFDD
Praça do Comércio, do outro, a Rua
Augusta, a principal do bairro. Tra-
ta-se de um calçadão para pedestres
onde os restaurantes colocam mesas
nas calçadas, artistas fazem perfor-
mances de rua, ambulantes vendem
castanhas assadas e turistas babam
nas vitrines das pastelarias, que em
Lisboa não vendem pastéis, mas sim
doces, os famosos doces conventuais
portugueses, preparados com muito
açúcar e gema de ovos. Nenhum
é mais tradicional do que o pastel
de nata. Um certo ritual em Lisboa
manda comer essa delícia no bairro
 À esq., restaurante em
rua da Baixa e o Café
Martinho da Arcada,
na Praça do Comércio;
à dir., a Ginjinha, onde
se prova a ginja, licor
típico português

de Belém, mas como ninguém é de
ferro para esperar tanto, mate logo
a vontade na Fábrica da Nata, ali
na Rua Augusta mesmo, que serve
o doce recém-saído do forno. As
pastelarias e os doces conventuais
foram a maneira que os portugueses
descobriram para tornar a vida um
pouco mais interessante.
Já no Largo de Santo Domingo
está um dos lugares mais curiosos da
Cidade Baixa, o Ginjinha, um mi-
núsculo boteco, com uma portinha
e um balcão de um metro e meio
de comprimento. O lugar não tem
mesa, nem cadeiras e vende apenas
uma única bebida. Mesmo assim,
ORWD7HPVHPSUHÀODQDSRUWD$À-
nal, todo mundo que vai a Lisboa
quer experimentar a tal bebida que é
considerada a mais típica da cidade
e tem o mesmo nome do boteco,
ginjinha. É o licor de uma fruta cha-
mada ginja. Custa € 1,40 a dose, que
vem precedida por uma pergunta
feita pelo homem do balcão: “com
ou sem?”. “Com ou sem o quê?”,
quase todo mundo responde sem
saber do se trata. “Ginja, oras”. E
o tal sujeito nem espera a resposta
para entornar no copo um líquido
vermelho com umas bolinhas den-
tro, as tais ginjas, que são uma espé-
cie de cereja banhada por um licor
muito doce. É gostoso. Peça outro
e vai ouvir novamente a pergunta:
“com ou sem?”. A Cidade Baixa é
para quem dá valor às tradições.
ONDE COMER
João do Grão – Muito conhecido,
tem ambiente simples, sem frescu-
ras, com porções fartas e preço em
conta. O carro-chefe é o bacalhau
(em postas) com grão-de-bico
(€ 13,90).
Aura – Ambiente sofisticado, car-
dápio gourmet, com mesas sobre
os arcos da bela Praça do Comércio.
Museu da Cerveja – Serve bolinho
de bacalhau com recheio cremoso
do célebre queijinho da Serra da
Estrela (€ 4,90). Só em Portugal
mesmo para comer algo assim.
Não perca por nada! Fica na Praça
do Comércio.

VIAJEMAIS 29
SHUTTERSTOCK

PASSEIO CLÁSSICO
PELO CENTRO ANTIGO

E mbarque no elétrico 12, ao lado da

Praça da Figueira, e desça perto do
Castelo de São Jorge. Visite o castelo
e desça pelas ruas da Alfama até a
Praça do Comércio. Tome um café no
Martinho da Arcada (e tire uma foto

da mesa do Fernando Pessoa). Para
conhecer a história da cidade, visite o
Lisboa History Center, cujo ingresso dá
direito a subir no arco da Rua Augusta.
Siga até a Praça do Rossio e vire no
Largo de Santo Domingo para beber
uma dose da ginja, o licor típico por-
tuguês. Almoce um prato de bacalhau
no restaurante João do Grão (Rua dos
Correeiros, 222). Suba o elevador de
Santa Justa para curtir a vista e caminhe
pelas ruas do Chiado, sem esquecer de
parar no café A Brasileira para tirar foto
ao lado da estátua de Fernando Pessoa.
À noite, vá a um show de fado no Bairro
Alto (Luso ou Tasca do Chico).
Alfama
A herança dos mouros para a cidade
A Alfama é o legado dos mouros
à Lisboa, que ocuparam a cida-
de por quatro séculos até a retoma-
da pelo Rei D. Afonso Henriques
em 1147. Com suas escadarias, la-
deiras e vielas tortuosas de traçados
aleatórios, a Alfama assemelha-se a
uma medina árabe. A dica é come-
çar a visita por cima. No topo do
morro da Alfama estão as ruínas
do Castelo de São Jorge, a antiga
IRUWLÀFDomRGRVPRXURV
As muralhas do terraço do caste-
lo servem de mirante para entender
a cidade. Lá de cima, se vê o Tejo, o
rio que liga Lisboa ao oceano e ao
passado glorioso das Grandes Na-
vegações. À frente estão as casas da
Cidade Baixa e, no morro do outro
lado, o Bairro Alto, reduto boêmio
e das casas de fado. Caminhar pelo
alto das muralhas e visitar o museu

30 VIAJEMAIS
 A Alfama é um
emaranhado de ruelas
estreitas e tortuosas

de arqueologia, com peças de cerâ-

mica de romanos e mouros, são par-
te do protocolo de visita ao Castelo
de São Jorge.
Cumprido o protocolo, o negó-
cio é caminhar pelas ruas da Alfama,
que têm nomes evocativos, como
Rua da Saudade ou Voz do Operá-
rio. Perder-se é quase inevitável no
labirinto de vielas, mas para baixo
todo santo ajuda. Tente encontrar o
caminho para a Praça Porta do Sol e
ao Mirador de Santa Luzia, enquan-
to observa a atmosfera doméstica e
provinciana do bairro com os varais
nas janelas, os senhores de boina e
as viúvas vestidas de roupas pretas.

VIAJEMAIS 31
 EUROPA República Checa
SHUTTERSTOCK
As muralha do Castelo
ONDE COMER
Santo Antônio de Alfama – Pe-
queno, com mesas sobre um ca-
ramanchão em um pátio adorável.
O interior evoca temas do cinema
e o cardápio traz pratos da culinária
portuguesa.
Pois – É um café de ambiente des-
colado, com sofás e Wi Fi grátis, para
relaxar um pouco as pernas depois
de caminhar nas ladeiras da Alfama.
Casa do Leão – Fica no Castelo de
São Jorge, dividido entre um
elegante salão e um deque ex-
terno bem ao lado da muralha.
A localização é a melhor pos-
sível e os pratos são gourmet.
A cataplana de peixe com ma-
riscos (tipo de um ensopado)
custa 28,50 euros.
32
de São Jorge, em
Alfama: o grande
mirante de Lisboa
A Alfama não foi a única herança
que os mouros deixaram para Lis-
boa. A cidade deve seus famosos
azulejos aos muçulmanos. Foram
eles que levaram as coloridas peças
usadas em pisos e ambientes internos
para as fachadas das arquiteturas, o
TXHÀFRXWmRERQLWRTXHQHQKXP
rei católico teve coragem de man-
dar arrancar depois. Pelas ruas do
bairro há muitas casas decoradas de
VIAJEMAIS
FOTOS: SHUTTERSTOCK
azulejos e a região guarda o Museu
Nacional dos Azulejo, instalado em
um convento do século 16, onde o
destaque é um imenso painel de 36
metros que retrata a Lisboa antes do
terremoto de 1755.
Além do elétrico 28, que circula
por algumas ruas da Alfama, é pos-
sível explorar o bairro a bordo dos
tuc-tucs. Os veículos chegaram em
Lisboa há cerca de 4 anos e hoje
há quase 500 deles circulando. Em
frente a Igreja da Sé está um ponto
de tuc-tucs, que fazem um tour pela
Alfama com quatro paradas. Custa €
45 por uma hora para três pessoas.
O guia é o próprio motorista. Em
meio a tantas ladeiras, o tuc-tuc é
uma maneira confortável e prática
para conhecer os principais pontos
da Alfama.
 Antigas vielas, A ponte Cliff Walk e o
azulejos nas bondinho giratório: duas
fachadas; a diversões no Monte Titlis
Alfama tem um
charme todo
especial

SHUTTERSTOCK

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Um programa legal é
dormir na Igloo Village,
aos pés do Titlis, em
iglus de teto transparente

VIAJEMAIS 33
 CAPA Lisboa

A Tasca do Chico: para

entrar no espírito do
autêntico fado português

34 VIAJEMAIS

"
 
!ŷ
O reduto das casas de fado e da boa gastronomia
A o lado da Baixa está o Chia-
do, uma região de comércio
chique e bons restaurantes. A for-
ma mais divertida para chegar lá é
pelo elevador da Santa Justa, que
também cumpre uma função de
mirante, ou então pelo elevador
da Glória, um funicular que ven-
ce a ladeira íngreme até pertinho
dos arcos do Convento do Car-
mo. Outra alternativa é subir ca-
minhando pela Rua Garret, que o
levará direto ao café A Brasileira,
aberto desde 1905 e célebre pela
estátua do poeta Fernando Pessoa.
Tirar uma foto ao lado da estátua
é outro ritual dessa cidade cheia
de adoráveis clichês.
O Chiado é “o” lugar para se
comer bem em Lisboa. Tudo bem
que qualquer tasquinha portugue-
sa serve boa comida a preços módi-
cos. Mas nenhum outro bairro da
cidade concentra tantos bons res-
taurantes quanto o Chiado. Tanto
que as duas principais novidades
gastronômicas da capital portugue-
sa estão lá: o Palácio Chiado e o
VIAJEMAIS
Os azulejos no salão
da Cervejaria Trindade
Bairro do Avillez (veja box).
Colado ao Chiado está o Bairro
Alto, que talvez seja o mais querido
entre os lisboetas, que o chamam
apenas de “o Bairro”. É onde co-
meça a vida boêmia da cidade, em-
bora boa parte dela tenha migrado
para a região do Cais do Sodré.
Mas o Bairro Alto ainda não per-
deu o charme de suas vielas ilu-
minadas com antigas luminárias
onde os jornalistas de um velho
diário local juntavam-se, depois do
expediente, nos bares da Rua do
Diário de Notícias, o que deu ori-
gem à tradição boêmia da região.
Percorrer as ruas do Bairro Alto à
noite é deparar-se com bares de
rock, jazz e, claro, de fado, a mú-
sica que está para Portugal assim
como o samba está para o Brasil.
O Bairro Alto é o principal re-
duto do fado. Lá estão casas bem
tradicionais, como a Luso (que
acabou de completar 90 anos) e a
Adega do Machado, que são as du-
as maiores e, justamente por isso,
têm os melhores músicos e canto-
35
 CAPA Lisboa
O Pavilhão Chinês é uma mistura de bar e museu decorado com curiosas coleções
res. Os shows acontecem durante
o jantar e nenhuma das casas cobra
pelo couvert artístico.
Já a Tasca do Chico é uma casa
de fado bem mais pequenina, que
consegue trazer um pouco da alma
autêntica e intimista do fado. O bar
tem apenas oito mesas e paredes
forradas de fotos de fadistas portu-
gueses. Lota todas as noites, pode
ser até segunda-feira com frio e
chuva. O show começa por volta
das onze. Nessa hora, os músicos
se acomodam num banquinho no
canto do bar, o garçom apaga a
luz, encosta a porta da rua e dá
início a uma noite de puro fado.
O cantor, de expressão sofrida e
YR]DÀQDGDSDUHFHHVWDUQDVDODGH
casa cantando para poucos con-
vidados. Os fregueses fazem um
silêncio respeitoso e os acordes dos
36 VIAJEMAIS
violões ecoam lindamente pelo bo-
teco. Impossível não se emocionar.
Enquanto isso, no balcão saem cal-
dos verdes, tábuas de frios e taças
de vinho português para as mesas.
Não vá a Lisboa sem assistir a um
show de fado.
No Bairro Alto, um bar deve
ser considerado como parada obri-
gatória: o Pavilhão Chinês. É uma
mistura de bar e museu, fruto da
mente criativa de seu ex-dono, Luís
Pinto Coelho, já falecido, que com-
prou uma velha mercearia na Rua
Dom Pedro e, em 1985, a refor-
mou. Os antigos armários foram
aproveitados e neles Luís Coelho
colocou as coleções que juntou
desde a infância, de soldadinhos
de chumbo a capacetes da Primeira
Guerra Mundial. No fundo do bar,
estão as mesas de sinuca. O Pavi-

lhão Chinês é um show, e o menu
de drinques, quase interminável,
dividido em shots, longos ou com
champagne. Há invencionices co-
mo o “Los Angeles”, que leva uís-
que, suco de limão, gema de ovo,
Vermouth e Contreau (€ 9,5).
O único problema do Bairro
Alto é que, por lei, os bares de-
vem fechar às duas da madruga-
da, para não incomodar os vizi-
nhos. Mas os boêmios burlam a
lei; mesmo depois que os bares
fecham, ninguém arreda o pé, e
as ruas seguem cheias, já que as
mercearias permanecem abertas
vendendo bebidas.
Palácio Chiado
Bairro do Avillez
ONDE COMER
Bairro do Avillez – É a grande novidade
gastronômica de Lisboa. Inaugurado em
outubro de 2017, o restaurante do bada-
lado chef português José Avillez, na reali-
dade, une quatro estabelecimentos em um
mesmo casarão na Rua Nova da Trindade,
18, no Chiado. Na entrada fica o Taberna,
com presuntos ibéricos pendurados sobre
o balcão. Serve tapas espanholas e tem
um ótimo menu de queijos portugueses,
incluindo o queijo da Serra da Estrela. Ao
fundo, em um pátio interno, funciona O
Páteo, de comida portuguesa. No mezani-
VIAJEMAIS
Palácio Chiado
no, está a Cantina Peruana, com ceviches
bem invocados. Ao fundo, escondidinho,
fica o Beco Cabaret, com poucas mesas e
palquinho para show de can-can. O jan-
tar acontece em esquema de degustação
com 14 pratos (!). A estrela do cardápio é
a azeitona explosiva, uma criação do chef
Avillez, que deixa a azeitona crocante por
fora e derretida por dentro. Duas unidades
custa € 2,5.
Palácio Chiado – O palácio do Barão
de Quintela, construído nos anos 1700,
com vitrais, escadarias de mármore e
afrescos originais nas paredes, abriga
sete restaurantes, um com cada especia-
lidade: tapas, sushis, comida portuguesa,
vegetariana… Destaque para os drinques
inventados pelo barman Fernando Silva,
como a “caipirinha portuguesa”, com li-
mão, manjericão e ginja (€ 6,5).
Cervejaria Trindade – É a mais antiga
cervejaria de Portugal, instalado onde an-
tes funcionou o Convento da Santíssima
Trindade, de 1294. Os garçons vestem
roupa de monge e as paredes são cheias
de belos painéis de azulejos originais,
onde era o refeitório do convento. Os pre-
ços são inflados e a qualidade da comida
não impressiona, vale mais pelo ambiente
da casa, que é realmente bárbaro.
Tavares Rico – Tem uma placa de bronze
na fachada com os dizeres: “fundado em
1784”. É um restaurante pomposo. Tem
paredes com entalhes barrocos, lustres de
cristal e cadeiras acolchoadas vermelhas.
Serve comida portuguesa com receitas
mais inventivas, como a lula com feijão
branco e maçã. Pratos em torno de € 25
por pessoa.
37
 Arquiteturas com muito
aço e vidro, como o
Shopping Vasco da Gama,
tomam conta do Parque
das Nações

A Arena Romana, construída

no século 10, está mais bem
conservada do que o Coliseu

FOTOS: SHUTTERSTOCK
NATÁLIA MANCZYK

O teleférico sobre o Tejo

e o Aquário de Lisboa são
as principais atrações do
Parque das Nações

38 VIAJEMAIS
 A Ponte Vasco da
SHUTTERSTOCK
Gama, com 17,2 km de
extensão, liga as duas
margens do Tejo
Parque das Nações
O bairro futurístico é o preferido das crianças
O Parque das Nações é o sím-
bolo da Lisboa do século 21
e marcou o início do renascimento
da capital portuguesa. A região, a
10 km do centro de Lisboa, ao
lado da estação Oriente, era uma
área industrial decadente à beira
do Tejo quando deu lugar a um
conjunto de prédios futuristas,
com estruturas de aço e vidro,
saídos da prancheta de arquite-
tos vanguardistas, como Nick Ja-
cobs e Santiago Calatrava. Um
passeio pelo bairro o levará em
meio a construções espelhadas,
arquiteturas ovaladas, chafariz-
es, um shopping center – o Cen-
tro Comercial Vasco da Gama –,
além de um calçadão à margem
do Tejo com restaurantes. Tem
até um teleférico que leva para
uma torre de observação.
Chama a atenção a colossal
Ponte Vasco da Gama, com in-
críveis 17,2 km de extensão, é
a maior ponte da Europa. Tem
VIAJEMAIS
seis pistas e conecta as duas mar-
gens do Tejo. Sua estrutura está
enterrada a 85 metros de pro-
IXQGLGDGHVXÀFLHQWHSDUDTXHD
ponte possa suportar terremotos
e ventos de até 250 km/h.
Toda a região do Parque das
Nações foi construída para a Ex-
posição Mundial de 1998, cujo
tema era “Os oceanos: um pa-
trimônio para o futuro”. Justa-
mente por isso, a principal atra-
ção é o Oceanário de Lisboa. Tra-
ta-se de um aquário gigantesco,
com oito mil espécies nadando
em sete milhões de litros de água
salgada. Nele, todos os ecossiste-
mas dos mares estão conectados
(Pacífico, Índico, Atlântico, a
Antártida…). Tubarões e arraias
mantas passeiam vagarosamente
nos tanques que envolvem os visi-
tantes. Há pinguins e muitos ani-
mais exóticos, como os dragões
do mar. É o melhor lugar de Lis-
boa para levar as crianças.
39
 Belém
Grandes Navegações e pastéis de nata quentinhos
B elém faz parte do roteiro da
Lisboa clássica. Fica a 6 km do
centro da cidade. Para chegar até lá,
embarque no elétrico 15 na Praça
do Comércio ou então alugue uma
bicicleta no Cais do Sodré e vá peda-
lando pela ciclovia que traz trechos
de poemas de Fernando Pessoa gra-
vados no chão.
Qualquer visita a Belém implica
relembrar o passado glorioso das
grandes navegações portuguesas dos
séculos 14 e 15. Na margem do Rio
Tejo, estão os dois principais monu-
mentos que lembram as aventuras
de Vasco da Gama e Pedro Álvares
Cabral, como a Torre de Belém,
construída pelo rei D. Manuel. A
NATÁLIA MANCZYK
40
torre, parcialmente mergulhada no
Tejo, foi construída em 1515 para
defender o porto de Lisboa. Dela
partiam as caravelas para desbravara
os sete mares.
No mesmo calçadão está Pa-
drão dos Descobrimentos, um mo-
numento de pedra em formato de
caravela com 52 metros de altura
que homenageia os navegadores. Na
rocha estão esculpidos 28 deles, a
começar por Dom Henrique em
destaque na proa. Cabral é apenas
RTXLQWRQDÀODMiTXHHQWUHRVSRU-
tugueses, Vasco da Gama e Fernão
de Magalhães gozam de muito mais
prestígio do que o descobridor do
Brasil. Um elevador conduz ao ter-
VIAJEMAIS
 O Padrão dos
Descobrimentos
homenageia os grandes
navegadores
portugueses: Cabral
é o quinto da fila

VIAJEMAIS 41

CAPA Lisboa
raço no topo da obra, onde há um
mirante para ver o Tejo.
Do outro lado da rua, está a
maior obra arquitetônica do perí-
odo manuelino, o belíssimo Mos-
teiro dos Jerônimos, construído
graças à riqueza farta gerada pelas
colônias portuguesas. O mosteiro
IRLHUJXLGRQRORFDORQGHDQWHVÀ-
cava a Igreja de Santa Maria, onde
os navegantes iam pedir proteção
à véspera das longas viagens. Tem
estilo gótico, esbanja opulência e
criatividade nos detalhes em pedra
42
esculpidos no forro. Grandes per-
sonalidades da história de Portugal
estão sepultadas no Mosteiro dos
Jerônimos, como o próprio Vasco
da Gama e o poeta Luís Vaz de Ca-
mões. Mas o prédio está em obras
de restauração e fechado para vi-
sitação. Ainda não se sabe quan-
do será a reabertura para visitação
turística, mas as obras devem se
estender até 2022.
Para muita gente, porém, ne-
nhuma dessas atrações históricas se
compara a um pit stop na famosa
O pastel de nata vendido na Fábrica dos
Pastéis de Belém é o melhor de Lisboa
VIAJEMAIS
Selfie ao lado da Torre
de Belém, de 1515; dali
partiam as caravelas para
desbravar os sete mares
Fábrica dos Pastéis de Belém, que
desde 1837 faz o melhor pastel de
nata de Portugal. Ir até lá e de-
vorar meia dúzia do célebre doce
de creme de baunilha sobre uma
PDVVDIROKDGDÀQLQKDHSROYLOKDGD
de açúcar e canela é uma das me-
lhores coisas a se fazer em Lisboa.
Tanto que a casa vive lotada e os
garçons não param de zanzar pra
lá e pra cá carregando pratinhos
com o quitute quentinho. Cerca
de 40 mil deles são vendidos em
um único dia, informou o gerente.
SHUTTERSTOCK

MUSEUS GUARDAM O PASSADO E O FUTURO
N ão é todo dia que se pode entrar na
casa de um rei. Mas isso é possível
no Palácio Nacional da Ajuda, um pa-
lacete branco neoclássico construído
em 1761 e que foi a casa dos últimos
reis de Portugal. Lá dentro do palácio,
longos corredores de tábua corrida,
cobertos por tapetes vermelhos, le-
vam aos aposentos reais. A sala de
jantar, a sala do trono e até os quartos
e banheiros estão decorados com os
móveis originais da época. É lindíssi-
mo. Poucos turistas vão até lá, o que
é incompreensível. Do Mosteiro dos
Jerônimos suba a ladeira do Galvão.
São cerca de 15 minutos de caminhada.
Ou pegue um táxi, não vai custar nem
cinco euros.
Outro museu legal para visitar em
Belém é o Museu Nacional dos Coches,
com uma incrível coleção de carrua-
SHUTTERSTOCK
Presente e futuro estão no MAAT (Museu de
Arte, Arquitetura e Tecnologia); enquanto o
passado preserva-se no Palácio Nacional da
Ajuda, a antiga casa dos reis de Portugal
gens antigas, incluindo às usadas pelos
reis de Portugal. Destaque para a car-
ruagem usada pelo Rei D. Carlos, no
momento em que foi assassinado em
1908, episódio que pôs fim à monar-
quia no país. É possível ver as marcas
de bala.
A maior novidade entre os museus
de Lisboa fica em Belém. É o MAAT,
Museu de Arte, Arquitetura e Tecno-
logia, que foi inaugurado em outubro
de 2016. Está instalado em um prédio
branco, de arquitetura horizontal, cheio
de curvas ousadas, à beira do Tejo. É o
mais novo cartão-postal da cidade, e
foi projetado pelo escritório da arqui-
tera britânica Amanda Levete. O MAAT
tem três mil metros quadrados de área
interna reservadas para exposições que
abordam a relação entre a arte e as no-
vas tecnologias.
VIAJEMAIS 43
 CAPA Lisboa

Cais do Sodré
O nova boemia de Lisboa

O Cais do Sodré, na beira do Rio

Tejo, é o bairro do momento
em Lisboa. Antes um reduto de má
reputação, frequentado por mari-
nheiros e prostitutas, passou por
uma revitalização e se transformou
na principal zona baladeira da cida-
de. São incontáveis os bares de mú-
sica ao vivo e altas baladas, inclusive
com casas after hours, onde a festa
começa de manhã e só termina às
duas da tarde. Sair à noite pelo Cais
do Sodré hoje é coisa para baladeiros
avançados.
O epicentro do agito é a Rua No-
va de Carvalho, mais conhecida co-
mo Rua Cor-de-Rosa. O jornal The
New York Times a escolheu entre as
12 mais legais da Europa. A rua é
um calçadão, fechado para carros,
pintada com cores alegres e tomada
por bares, que colocam mesas nas
FDOoDGDV1RVÀQVGHVHPDQDORWDGH
gente e, na falta de cadeira, o pessoal
bebe em pé, na rua mesmo. O mais
famoso desses bares, símbolo dessa
renovação do Cais do Sodré, é o
Pensão do Amor, um antigo bordel,
com desenhos de mulheres nuas nas
paredes, pole dance no salão, so-
fazinhos coloridos e antiguidades.
No fundo do bar funciona um sex
shop. A decoração é bárbara e o bar
vive cheio.
Outro bar bastante disputado é
o Sol e Pesca, cuja decoração tem
boias, redes e varas de pescaria pen-
duradas no teto. O bar tem cheiro
de maresia e há muitas opções de
petiscos de peixes e frutos do mar,

44 VIAJEMAIS
 A rua Nova de Carvalho,
conhecida como Rua
Cor-de-Rosa, é o epicentro
dos bares no revitalizado
A adorável Cais do Sodré
Cesky Krumlov,
na região da
Boêmia, é
uma espécie
de Praga em
miniatura

ONDE COMER
Timeout Market – O renascimento
do Cais do Sodré inclui a renova-
ção do antigo mercado da Ribeira,
que vendia frutas e peixes até dar
vez a uma praça de alimentação
chamada Timeout Market. Lá es-
tão wine bars e cozinhas de bons
restaurantes da cidade, como o
Monte Mar (de peixes na brasa).
As mesas são coletivas como
convém a tendência do turismo
compartilhado.

VIAJEMAIS 45
 CAPA Lisboa

Ao lado, o bar Pensão do Amor,

instalado onde antes era um
bordel; e o bar Sol e Pesca,
ambos na rua Cor-de-Rosa

todos em conservas. O carro-chefe é
a sardinha, mas há outras bem exóti-
cas, como as ovas de ouriço (€ 14).
Quer dançar? Opção tem de
sobra nos bares-discotecas como o
Music Box, Sabotage, Tokyo, Viking,
5RWHUGmRH/LYHUSRRO-iSDUDHQÀDU
o pé na jaca como se não houvesse
amanhã siga para as pistas de dan-
ça das discotecas que surgiram nos
antigos armazéns à beira do Tejo,
onde não há vizinhos para reclamar
do barulho. A casa noturna mais co-
nhecida é a Lux Frágil, sempre com
O Timeout
Market, no
Mercado da
Ribeira: parte
da renovação do
Cais do Sodré
uma programação intensa de festas
e com um bar no terraço bem legal
de frente para o rio. Na região das
Docas de Alcântara, perto da Ponte
25 de Abril, há outras três delas, uma
ao lado da outra: a Doch’s, a Kristal
Club e a Bolero Club. E a balada
lisboeta não tem hora para acabar,
pois quando a música em todas essas
boates termina é a hora de começar
o som eletrônico do Europa Sunrise,
que só termina lá pelas duas da tarde.
É preciso fôlego e muito combustível
etílico para encarar uma maratona
de baladas assim. Não é à toa que a
noite de Lisboa está sendo conside-
rada uma das melhores da Europa,
comparável às de Madri e Barcelona.
Lisboa está em alta.

O repórter viajou com o apoio da companhia

aérea TAP (www.flytap.com) e da Travel Ace
Assistance (www.travelace.com.br)

46 VIAJEMAIS
 EL-X FACTORY

N a área de Alcântara, aos pés da

bela Ponte 25 de Abril, antigos
galpões de fábrica do século 19 se
transformaram em um complexo de
bares, restaurantes, galerias de arte
e lojas transadas, com grafites nas
paredes, conhecido como El X-Fac-
tory. O lugar é bastante frequentado,
sobretudo por turistas. Lá está o bar
mais descolado do momento em
Lisboa, o Rio Maravilha. O bar tem
diversos ambientes divididos entre
um salão interno e um terraço, que
fica aos pés da ponte. Nos finais de
semana, há sunsets parties com mú-
sica de Djs. Prove o Ginfizz – drinque
de gim, com framboesa, manjericão,
limão e clara de ovo (8 euros) – e
curta a vista para o Tejo e a Ponte
25 de Abril, que, aliás, é igual a
Golden Gate Bridge. Foi construída
pela mesma empresa, em 1966, e
é quase tão longa quanto: a ponte
pênsil portuguesa tem 2.270 metros
de comprimento.

VIAJEMAIS 47
 CAPA Ilha da Madeira

A Ilha da Saiba por que essa ilha

portuguesa ganhou pela
terceira vez seguida o
prêmio de melhor ilha
turística do mundo pelo
World Travel Awards
POR TA L E S A Z Z I

48 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
A vila de Câmera de
Lobos, erguida sobre
as falésias da ilha

Madeira
J
á faz tempo que os europeus descobriram os prazeres da Ilha da
0DGHLUDHÀ]HUDPGHODXPGHVHXVSULQFLSDLVEDOQHiULRVGHIpULDV
$LOKDSRUWXJXHVDUHFHEHFHUFDGHXPPLOKmRHPHLRGHYLVLWDQWHV
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SRQWRGHSDUDGDGHWUDQVDWOkQWLFRV+iVHPSUHXPGHVVHVJLJDQWHVGRV
PDUHVDQFRUDGRQRSRUWRGH)XQFKDODFDSLWDO7DOVXFHVVRGHS~EOLFR
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VIAJEMAIS 49
50 VIAJEMAIS
 DIVULGAÇÃO
Boa parte do litoral da Ilha da
Madeira é de falésias rochosas,
como a do Cabo Girão, a maior
delas, com 589 metros de altura
VIAJEMAIS
A ILHA DA MADEIRA
é pequena em
tamanho, mas IMENSA
EM BELEZAS
NATURAIS; de Lisboa,
leva pouco mais de
uma hora de voo
$,OKDGD0DGHLUDpDPDLRU
LOKDGRDUTXLSpODJRGHPHVPRQR-
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PDPFDFKRHLUDVjVFHQWHQDV'RLV
WHUoRVGDLOKDVmRUHVHUYDVQDWXUDLV
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a umidade das matas fazem brotar
ÁRUHVGXUDQWHWRGDVDVHVWDo}HVGR
51
 DQReFRPRVHDLOKDYLYHVVHHP LOKDGHPRQWDQKDVYHUGHMDQWHVHP
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HVWUHOLW]DWDPEpPFRQKHFLGDFRPR VLPSiWLFDVYLODVRUDjEHLUDGRPDU
´DYHGRSDUDtVRµ RUDHTXLOLEUDGDVVREUHDVIDOpVLDV2V
-iRPDUDRUHGRUGDLOKDpWmR SRUWXJXHVHVORJRDSUHQGHUDPD
SURIXQGRTXHEDOHLDVFDFKDORWHV GRPLQDURVWHUUHQRVHVFDUSDGRV
YH]RXRXWUDSRGHPVHUYLVWDVQD- FULDQGRWHUUDoRVGHFXOWLYRRQGH
GDQGRMXQWRDRVFRVW}HVHRVWUDQ- HVSDOKDUDPGHVGHRVpFXORDV
VDWOkQWLFRVHQFRVWDPQRSRUWRGH parreiras que produzem uvas para
)XQFKDOEHPDRODGRGDDYHQLGD RFpOHEUHYLQKR0DGHLUDXPYLQKR
%HLUDPDU OLFRURVRGHVDERUDGRFLFDGRTXH
2VSRUWXJXHVHVTXHGHERERV HVSDOKRXRQRPHGDLOKDSDUDR
QmRWHPQDGDWRPDUDPFRQWDGHVVD PXQGRLQWHLUR

52 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
O charme histórico das vilas
ao longo da costa é um dos
muitos encantos da Madeira

VIAJEMAIS 53
 FUNCHAL
A maior parte das cidades da
0DGHLUDHVWmRQDSRUomRVXOGD
LOKDRQGHRVSDUHG}HVFRVWHLURV
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SRUWkQFLDKLVWyULFD)XQFKDOIRLR
FHQWURGRFRPpUFLRGR$WOkQWLFR
HQWUHRVDQRVHHSRQWR
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FHVHyUJmRVS~EOLFRVHDOIkQGHJD
3DUDSURWHJrODGRVDWDTXHVGH
SLUDWDVRVSRUWXJXHVHVFRQVWUXt-
UDPD)RUWDOH]DGH6mR/RXUHQoR$
HGLÀFDomRIRLUHIRUPDGDQRVDQRV
HJDQKRXXPOXJDUGHGHVWD-
TXHQRFHQWURKLVWyULFRGH)XQFKDO
+RMHpDFDVDGR3UHVLGHQWHMiTXH

Os transatlânticos fazem parte

da paisagem da baía de Funchal,
a capital da Madeira, tradicional
ponto de parada dos cruzeiros
que viajam pelas belas cidades
litorâneas da Europa

54 VIAJEMAIS
VIAJEMAIS
55
SHUTTERSTOCK
 CAPA Ilha da Madeira
FOTOS: NATÁLIA MANCZYK
A rua de Santa Maria, que concentra muitos restaurantes, na parte mais antiga de Funchal; e o jantar no Hotel Belmond Reids
D,OKDGD0DGHLUDpXPDUHJLmRDX-
W{QRPDGH3RUWXJDO
)XQFKDODLQGDUHFHEHPXLWRV
QDYLRVPDVDJRUDVmRRVFUX]HLURV
que levam turistas pelas mais belas
FLGDGHVFRVWHLUDVGD(XURSD)XQFKDO
QRFDVRpXPDGHODV7RGRGLDKi
DOJXPWUDQVDWOkQWLFRDQFRUDGRQR
SRUWRPLVWXUDQGRVHDRDOWRDVWUDO
GD3URPHQDGHRFDOoDGmRjEHLUD
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WXULVWDVHPWRGDSDUWH2DXJHGR
PRYLPHQWRDFRQWHFHQR5pYHLOORQ
TXDQGRWRGDD)XQFKDOpHQYROWDSRU
56
FOTOS: SHUTTERSTOCK
DIVULGAÇÃO
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&RSDFDEDQD(VWiOiQR*XLQQHVV OHYDDWpDSDUWHDOWDGDFLGDGHRQGH
:RUOG5HFRUGVSDUDFRPSURYDU HVWmRRMDUGLPERWkQLFRHDLJUHMDGH
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DQWLJROHYDDR0HUFDGRGRV/DYUD- FKHLDGHWXULVWDV$RODGRGDLJUHMD
GRUHVRQGHVLPSiWLFDVVHQKRUDVGH ÀFDDHVWiWXDGRUHL&DUORV,GH+D-
URXSDVWtSLFDVYHQGHPDVÁRUHVGD EVEXUJRR~OWLPRUHLGDÉXVWULDTXH
LOKD1RVHJXQGRSLVRHVWmRDVORMDV DGRUDYDSDVVDUIpULDVQD0DGHLUD2
FRPDVWUDGLFLRQDLVIUXWDVFULVWDOL- UHL&DUORV,PRURXHP)XQFKDODWp
]DGDVGD0DGHLUD9iOiSURYDUH RQGHIDOHFHX(OHQmRIRLR
GHSRLVVLJDSDUDR&DIp*ROGHQ*DWH ~QLFRGDQREUH]DHXURSHLDTXHVH
RPDLVDQWLJRDEHUWRGHVGH-i HQFDQWRXSHOD0DGHLUD$3ULQFHVD
EHPDFRPRGDGRREVHUYHTXHQmR 6LVVLYHLRSDUDDLOKDHPSDUD
KiSRVWHVHÀRVHOpWULFRVjPRVWUDQDV UHVSLUDURDUSXURGDVPRQWDQKDVH
UXDVGH)XQFKDOSRLVWRGDDÀDomR FXUDUVHGHXPDWXEHUFXORVH6LVVL
pVXEWHUUkQHDMXVWDPHQWHSDUDQmR WDPEpPJDQKRXXPDHVWiWXDQD
GHVFDUDFWHUL]DURFKDUPHKLVWyULFR $YHQLGDGR,QIDQWHDRODGRGR3HV-
GDFLGDGH WDQD&DVLQR3DUN
VIAJEMAIS
A Fortaleza de São Tiago,
construída nos anos 1600, no
centro antigo de Funchal

O Jardim Botânico, na região

do Monte, é um bom lugar
para conhecer as flores
típicas da Ilha da Madeira

VIAJEMAIS 57
 CAPA Ilha da Madeira
As frutas, as flores e o atum fresco vendido em gigantescas postas no Mercado dos Lavradores, no centro de Funchal
O INUSITADO
CARRO DE CESTO
O carro de cesto é um dos símbolos
mais simpáticos da Ilha da Madei-
ra. É uma espécie de trenó artesanal,
feito de vime e madeira, que desliza
pelas ladeiras da cidade. É conduzi-
do pelos carreiros, que vestem roupa
NOTÍCIAS NO JORNAL
(PERUDVHMDXPDFDSLWDO)XQ-
FKDOpXPDFLGDGHEHPWUDQTXLODH
SHTXHQDFRPFHUFDGHPLOKD-
ELWDQWHV7UkQVLWRQmRKi$VVDOWRV"
1XQFDVHRXYLXIDODU2HVFkQGDOR
PDLVUHFHQWHGDLOKDIRLSURYRFDGR
FOTOS: TALES AZZI
SHORSDGUHGDSDUyTXLDGR0RQWH
TXHDQXQFLRXGXUDQWHDPLVVDEHP
QDKRUDGD3DODYUDGH'HXVTXHLD
VHUSDL(PDLVLDUHJLVWUDUDFULDQoD
2FRPHQWiULRIRLJHUDOHDQRWtFLD
IRLSDUDUQDVSiJLQDVGRMRUQDOORFDO
o 'LiULRGD0DGHLUDXPWDEORLGH
TXHRVPDGHLUHQVHVDGRUDPOHUGH-
PRUDGDPHQWHjVPHVDVGRVFDIpV
branca, chapéu de palha e botas com WRPDQGRXPDbicaH[SUHVVReXP
grossas solas de borracha, que eles KiELWRTXHVHLQWHJUDEHPjURWLQD
usam para frear. Inventado por volta de SDFDWDGDYLGDGRVLOKpXV
1850, era o meio de transporte usado 2XWURWUDoRPDUFDQWHGDSHUVR-
pelos moradores do bairro do Monte. QDOLGDGHGRPDGHLUHQVHpRJRVWR
Atualmente, o carro de cesto só leva SRUIHVWD3DUDHOHVWXGRpPRWLYR
turistas, que se divertem bastante e SDUDHQWRUQDUWDoDVGHYLQKR0DGHL-
soltam boas risadas durante os dez UDRXGRVHVGDIDPRVDSRQFKDXPD
minutos de descida que começa ao EHELGDORFDOIHLWDGHDJXDUGHQWHGH
lado da Igreja de Nossa Senhora do FDQDFRPPDUDFXMiHOLPmR7DOYH]
Monte e termina no Livramento. VHMDSRULVVRTXHFDGDYLODWHQKDHV-
SHUTTERSTOCK

FROKLGRXPSDGURHLURGLIHUHQWH6mR
PDLVPRWLYRVSDUDFRPHPRUDUQRV

58 VIAJEMAIS

Cataplana de mariscos
Refrigerante típico da Madeira
Bolo de mel de cana
SHUTTERSTOCK
A COMIDA DA MADEIRA Bolo do Caco
A gastronomia da Madeira é uma atração à parte. A ilha
não abre mão do bacalhau, mas tem suas próprias es-
pecialidades. A principal delas é o peixe-espada. Outra é a
espetada, carne grelhada com alho em espeto de galhos de
louro.Para a entrada, nada é mais típico do que o bolo do
caco, que, na realidade, é um pão feito de trigo sarraceno
sem nenhum fermento. No preparo, a massa descansa três
dias antes de assar no forno a lenha. Fica achatado e re-
dondo, e vem à mesa sempre quentinho, partido ao meio,
com recheio de manteiga d’água. É delicioso.
Para beber, prove o refrigerente local, o Brisa, em sabor
maracujá, maçã ou limão. Muito popular é a poncha, batida
de cachaça com maracujá e limão, além, é claro, do vinho
Madeira. Nos mercados, há garrafas de vinho Madeira a
partir de 4 euros.
Entre os doces, há o bolo de mel de cana, que leva
castanhas e frutas cristalizadas. O sabor lembra um pão de
mel. Manda a tradição local preparar a iguaria para comê-la
só no ano seguinte e na noite de Natal. É que o tal bolo de
mel de cana pode ser mantido fora da geladeira por mais de
um ano sem estragar. Como? A receita original leva banha A poncha
de porco, que funciona como conservante.
Para provar tudo isso, siga para a simpática Rua de Santa
Maria, no centro antigo de Funchal. É uma viela, pertinho do
Mercado dos Lavradores, inacessível para carros, tomada
por bares e restaurantes que colocam mesas ao ar livre. Lá
estão alguns dos melhores restaurantes da cidade, como
a Taberna Ruel.
Kiwi cristalizado
VIAJEMAIS 59
 CAPA Ilha da Madeira
SHUTTERSTOCK
O elegante chá da tarde do Hotel
Belmond Reid’s, um hábito trazi-
do pelos ingleses que faz o maior
sucesso na Madeira
GLDVGHVDQWRV
%RDSDUWHGDSROXomRpSROLJOR-
WD$ÀQDOVmRWDQWRVWXULVWDVHXUR-
SHXVTXHRVPDGHLUHQVHVVHYLUDP
REULJDGRVDIDODUQRPtQLPRWUrV
RXTXDWURLGLRPDVHVSHFLDOPHQWH
TXHPWUDEDOKDQRWXULVPRRTXHp
FOTOS: TALES AZZI
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%HOPRQG5HLG·VRPDLVOX[XRVRGH
)XQFKDOTXHVHUYHRFKiGDWDUGH
FRPHOHJkQFLDORXoDVÀQDVHWDOKHUHV
GHSUDWDeXPDFHULP{QLDJDVWUR-
Q{PLFDTXHPHUHFHVHUGHJXVWDGD
GHYDJDUFRPHoDFRPVDQGXtFKHV
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GRVUHVWDXUDQWHVRVFDUGiSLRVVmR
H[LELGRVHPDWpRLWRLGLRPDV7HP
ÀQODQGrVVXHFRDOHPmRKRODQGrV«
2LQJOrVQRHQWDQWRSUHYDOHFHMi
TXHDPDLRUSDUWHGRVYLVLWDQWHVH
GRVPRUDGRUHVWDPEpPVmREULWk-
QLFRV+iPXLWRVYRRVGLUHWRVHQWUH
a Ilha de Madeira e diversas cidades
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%ULVWRO/LYHUSRRO
$LQÁXrQFLDLQJOHVDUHÁHWHVHQR
KiELWRGRFKiGDWDUGH2VPDGHL-
UHQVHVDGRUDP(QmRWHPQDGDPH-
OKRUGRTXHVHMXQWDUDHOHVHHQWUDU
60 VIAJEMAIS
DWXPFDPDUmRTXHLMR«VHJXH
FRPSmHVTXHQWLQKRVSDUDFRPHU
FRPJHOHLDVHWHUPLQDQRVGRFHV(
WRGDVHVVDVGHOtFLDVVmRVDERUHDGDV
HPXPDEHODYDUDQGDFRPXPDOLQGD
YLVWDSDUDDEDtDGH)XQFKDO$OLYRFr
WHUiXPDVtQWHVHGD,OKDGD0DGHLUD
9HUiRVQDYLRVDQFRUDGRVQRSRUWR
RPDUD]XOHDRVHXODGRQDVPHVDV
RVWXULVWDVHVWUDQJHLURVGHVIUXWDQGR
RTXHRVEUDVLOHLURVDLQGDQmRGHVFR-
EULUDPPDVRPXQGRLQWHLURMiVDEH
ID]WHPSRTXHD,OKDGD0DGHLUDp
PXLWR´JLURµRXHPSRUWXJXrVGR
%UDVLOpXPOXJDUEHPOHJDO
 TALES AZZI CAPA Ilha da Madeira

RODANDO PELA MADEIRA

A Ilha da Madeira conta com
XPHÀFLHQWHVLVWHPDGHWUDQVSRU-
WHS~EOLFRGH{QLEXV2VYHtFXORV
VmRPRGHUQRVFRP:L)LJUiWLVRV
SRQWRVWrPRVKRUiULRVDÀ[DGRVH
QmRKiDWUDVRV2XWUDRSomRVmRRV
{QLEXVWXUtVWLFRVKRSRQRIIGHGRLV
DQGDUHVTXHID]HPGLYHUVRVSHUFXU-
VRVHFRPRSUHoRGHXPELOKHWH
YRFrSRGHHPEDUFDUHGHVHPEDUFDU
TXDQWDVYH]HVTXLVHUSHORGLDWRGR
$IRUPDPDLVSUD]HURVDGHH[-
SORUDUDLOKDSRUpPpDOXJDUXP
FDUUR$SDUWLUGHHXURVGiSD-
UDDOXJDUXPYHtFXORFRPVHJXURH
TXLORPHWUDJHPOLYUHHFXUWLUWRGRR
SUD]HUGHSHUFRUUHUDVHVWUDGDVTXH
FRQWRUQDPDFRVWDHOHYDPDGLYHU-
VRVPLUDQWHVSHORFDPLQKRFRPRR
´PLUDGRUµGR&DER*LUmRQDSRQWD
GDPDLRUIDOpVLDGD,OKDGD0DGHLUD
$SODWDIRUPDDPHWURVGHDOWXUD
WHPSLVRGHYLGURHGiDWpFHUWRIULR
QDEDUULJDROKDURPDUOiHPEDL[R
DRVVHXVSpV
$OpPGLVVRDVHVWUDGDVGD,OKD
GD0DGHLUDVmRIRUPLGiYHLVSRU
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WHUUHQRYHUWLFDORXWUDVFUX]DQGR
GHVSHQKDGHLURVHPSRQWHVTXDVH
VXUUHDLVHVHJXHPDWpSRUEDL[RGD
WHUUDHPW~QHLVTXDVHLQWHUPLQiYHLV
6mRPXLWRVW~QHLVDOLiVNPGH-
OHVQRWRWDORTXHpVXUSUHHQGHQWH

62 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
Alugar um carro é a melhor forma
de explorar a ilha e conhecer as
vilas, como a Ribeira Brava

VIAJEMAIS 63
 FOTOS: TALES AZZI CAPA Ilha da Madeira
AS LEVADAS
A o longo dos séculos, os ma-
deirenses construíram uma
extensa rede de canais para levar
a água das nascentes no alto das
montanhas até as vilas. Por toda a
ilha, escavados nas encostas, há
2.165 km desses canais, lá cha-
mados de “levadas”. Ao longo
deles, há caminhos que os turis-
tas aproveitam para andar pelas
matas e chegar às cachoeiras. Os
europeus adoram caminhar pelas
levadas, e muitos viajam para a
Madeira com intuito exclusivo de
passar os dias por estes circuitos
de trekking nas montanhas.
64
SDUDXPDLOKDWmRSHTXHQD2VSUL-
PHLURVGHVVHVW~QHLVIRUDPDEHUWRV
DSLFDUHWDKiPXLWDVGpFDGDVPDV
DLPHQVDPDLRULDGRVQRYRVW~QHLV
IRLFRQVWUXtGDQRV~OWLPRVDQRV
DSyVDHQWUDGDGH3RUWXJDODREORFR
GD8QLmR(XURSHLDGHRQGHYHLRR
ÀQDQFLDPHQWRSDUDDVREUDVPR-
QXPHQWDLVTXHLQFOXLDLQGDRDH-
URSRUWRGD0DGHLUD3DUWHGDSLVWD
pVXVSHQVDSRUFROXQDVUREXVWDVH
HPEDL[RGHODVKiTXDGUDVHVSRUWL-
YDVHDWpXPDPDULQD
(PXPGLDLQWHLURpSRVVtYHOGDU
XPDYROWDQDLOKDGHFDUURSRLVVmR
DSHQDVNPGHFRVWD0DVSRXFD
JHQWHID]LVVRePHOKRUVHSDUDUR
URWHLURHPGRLVRXWUrVGLDVSDUDQGR
QRVSULQFLSDLVSRQWRV8PGHOHVp
3RUWR0XQL]XPSHTXHQRYLODUHMR
RQGHRPDUpUHSUHVDGRSHODVSHGUDV
IRUPDQGRSLVFLQDVQDWXUDLV$iJXD
pXPSRXFRIULDSDUDRVSDGU}HV
EUDVLOHLURVPDVRVDOHPmHVHRVHV-
VIAJEMAIS
 Há diversos clubes públicos
de praia pela costa da ilha,
com estrutura de restaurantes
e piscinas de água do mar

SHUTTERSTOCK
FDQGLQDYRVQHPOLJDP UHVWDXUDQWHSLVFLQDFRPDiJXDGR
'H3RUWR0XQL]DWp6mR9L-
FHQWHQDSDUWHRHVWHGDLOKDHVWi
XPGRVWUHFKRVPDLVERQLWRVFRP
DHVWUDGDSDVVDQGRUHQWHjFRVWD
3DUHSDUDDOPRoDUQRUHVWDXUDQ-
WH4XHEUD0DUHP6mR9LFHQWH
TXHÀFDGHEUXoDGRVREUHDSUDLD
0DVQmRKiDUHLDRFKmRpWRGRGH
SHGULQKDVYXOFkQLFDVDUUHGRQGDV
SRLVTXDVHWRGRROLWRUDOGD,OKDGD
0DGHLUDpURFKRVR$VGXDV~QL-
FDVSUDLDVGHDUHLDHP&DOKHWDVH
0DFKLFRVmRDUWLÀFLDLVIHLWDVFRP
DUHLDWUD]LGDGR'HVHUWRGR6DDUD
QR0DUURFRV
1mRLPSRUWD$LOKDpWmRER-
QLWDHDiJXDWmRD]XOHFULVWDOLQD
TXHQLQJXpPSRUDOLVHSULYDGHXP
EDQKRGHPDU(KiPXLWRVSRQWRV
SDUDLVVRVHMDQDIUHQWHGRVUHVRUWV
VHMDQRVFKDPDGRVFOXEHVGHSUDLD
TXHH[LVWHPHPGLYHUVRVSRQWRVGD
0DGHLUD6mRFOXEHVS~EOLFRVFRP
PDUUHSUHVDGDH FKDLVHORQJXHV
SDUDDOXJDU3DJDVHDOJRHPWRUQR
GHHXURVSDUDHQWUDUHPXPFOXEH
GHSUDLDHPDLVHXURSDUDDOXJDU
uma FKDLVHSHORWHPSRTXHTXLVHU
1RYHUmRÀFDPORWDGRV
$PHOKRUSUDLDSRUpPHVWiQD
YL]LQKD,OKDGH3RUWR6DQWRTXHp
WRPDGDSRUXPDIDL[DGHDUHLDIRID
GHNPGHH[WHQVmRFRQVLGHUDGD
XPDGDVVHWHPDUDYLOKDVQDWXUDLV
GH3RUWXJDO8PIHUU\ERDWVDLGR
SRUWRGH)XQFKDOjVKGDPDQKm
UXPRD3RUWR6DQWR'iSDUDLU
SDVVDURGLDHYROWDU3RUWR6DQWR
WHPXPFHQWULQKRGLYHUVRVUHVRUWV
HDWpXPDHURSRUWR$FRPSDQKLD
DpUHDSRUWXJXHVD6$7$RIHUHFH
YRRVGLiULRVHQWUH)XQFKDOH3RUWR
6DQWR2YRROHYDDSHQDVPLQX-
WRV$VRXWUDVLOKDVGRDUTXLSpODJR Banho nas piscinas
VmRDV,OKDV'HVHUWDVH6HOYDJHQV naturais de Porto Muniz
TXHHVWDVVLPVmRGHVDELWDGDV
VIAJEMAIS 65
 FOTOS: TALES AZZI CAPA Ilha da Madeira

A visita ao armazén da
Blandy´s , no centro de
Funchal é um mergulho
no mundo do famoso
vinho Madeira

O VINHO MADEIRA JOHVHVTXHPLVWXUDUDPDJXDUGHQWH RXHXURVXP~QLFRGHGLQKRGH

2YLQKRpXPDWUDGLomRDQWLJD SDUDDEHELGDQmRHVWUDJDUGXUDQWH SURYD
QD0DGHLUDHRSULQFLSDOUHVSRQ- DORQJDYLDJHPGHQDYLR4XDQGR $RORQJRGRVVpFXORVRYLQKR
ViYHOSHODIDPDPXQGLDOGDLOKD$ ÀQDOPHQWHSURYDUDPDEHELGDMiQD 0DGHLUDJDQKRXPXLWRSUHVWtJLR
KLVWyULDGRYLQKR0DGHLUDFRPHoRX ,QJODWHUUDRVDERUGRYLQKRWLQKD QDKLVWyULDHQDVDUWHV6DEHVHTXH
QRVDQRVTXDQGRRVSULPHLURV PXGDGR2KLVWRULDGRUSRUWXJXrV *HRUJH:DVKLQJWRQH7KRPDV-HI-
YLQKHGRVIRUDPLQWURGX]LGRVSHORV &DUORV'LRJR3HUHLUDTXHPRUDHP IHUVRQEULQGDUDPDLQGHSHQGrQFLD
SRUWXJXHVHV2VLQJOHVHVDFDEDUDP )XQFKDOGHVPHQWHDKLVWyULD´2 DPHULFDQDFRPFiOLFHVGDEHELGD(P
WRPDQGRFRQWDGRFRPpUFLRGDEH- PpWRGRGHSURGXomRGRYLQKR0D- 1DSROHmR%RQDSDUWHHVWHYH
ELGDHFRPSUDUDPDVSULQFLSDLVYL- GHLUDMiHUDSUDWLFDGRQDLOKDDQWHV GHSDVVDJHPSHOD,OKDGD0DGHLUDH
QtFRODVHQWUHHODVD%ODQG\·VXPD GDFKHJDGDGRVLQJOHVHVµJDUDQWH JDQKRXGHSUHVHQWHXPEDUULOGR
GDVPDLRUHVTXHWHPVHXDUPD]pP 6mRFLQFRWLSRVGHXYDVXVDGDVQD YLQKR'L]HPSRUpPTXHHOHQmR
QRFHQWURGH)XQFKDO SURGXomRGRYLQKR0DOYDVLD9HUGH- EHEHXDFKDQGRTXHSXGHVVHHVWDU
eSRVVtYHOFRQKHFHUD%ODQG\·V OKR%XDO7LQWD1HJUDHR7RUURQWH] HQYHQHQDGR6KDNHVSHDUHID]UHIH-
HPXPDYLVLWDJXLDGDQDTXDOVH 2SUHoRGDVJDUUDIDVYDULDPXLWR1D UrQFLDDRYLQKR0DGHLUDHPVXDSHoD
DSUHQGHVREUHRSURFHVVRGHIDEUL- %ODQG\·VTXHSURGX]YLQKRVEDVWDQ- +HQULTXH,9QDTXDORSHUVRQDJHP
FDomRGROLFRURVRHDGRFLFDGRYL- WHVRÀVWLFDGRVKiUyWXORVFRPRR GR'XTXHGH&ODUHQFHFXPSUHVXD
QKR0DGHLUDTXHIHUPHQWDHPDOWD ´)UDVTXHLUDµQDTXDODEHELGDSDV- VHQWHQoDGHPRUWHVHQGRDIRJDGR
WHPSHUDWXUD8PGHVWLODGRGHXYDp VDDQRVHQYHOKHFHQGRHPEDU- QXPWRQHOGHYLQKR2XVHMDMiID]
DFUHVFHQWDGRDRVWRQpLVRTXHLQWHU- ULVFRPSURGXomRGHDSHQDV PXLWRWHPSRTXHRVVDERUHVHQmR
URPSHRSURFHVVRGHIHUPHQWDomR JDUUDIDVDRDQR&DGDJDUUDIDSRGH DSHQDVDVEHOH]DVQDWXUDLVGD0DGHL-
HHOHYDRJUDXDOFRyOLFRGRYLQKR FXVWDUPXLWDVFHQWHQDVGHHXURV2 UDWrPVLGRDSUHFLDGRVSHORPXQGR
SDUDFHUFDGHo'L]DOHQGDTXH YLQKR%ODQG\·VPDLVFDURpR%XDO $JRUDpDVXDYH]GHSURYDUDVGHOtFLDV
RPpWRGRIRLGHVFREHUWRSHORVLQ- TXHFXVWDPLOHXURVDJDUUDID GHVVDLOKDFKHLDGHHQFDQWRV

66 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
FOTOS: SHUTTERSTOCK

Os parreirais nos típicos

terraços agrícolas usados
para cultivar os terrenos
íngremes da ilha

VIAJEMAIS 67
 PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM

INFORMAÇÕES GERAIS para a queima de fogos da virada de

Documentos exigidos para entrada ano. Tem academia, spa, sauna e dois
em Portugal: Passaporte com vali- restaurantes de categoria gourmet. A
dade mínima de seis meses e segu- partir de € 165. www.belavistamadei
ro-saúde que cubra pelo menos € 30 ra.com.
mil em despesas médico-hospitalares. Belmond Reid’s – É o mais
Moeda: Euro. luxuoso de Funchal. Um cinco etrelas
Cotação: € 1 vale R$ 4,06 (melhor grandão no alto de uma falésia, com
cotação em dezembro de 2017) vista para a Baía de Funchal. Tem pis-
Fuso horário: Duas horas a mais do cina. € 315. www.belmond.com.
que Brasília durante o horário de verão Hotel Savoy Saccharum – É
brasileiro. novo e fica em frente à praia artificial
das Calhetas. Tem uma bela piscina
QUANDO IR de borda infinita. € 95.www.savoyre
Convém evitar apenas julho e sorts.com.
agosto, auge do verão, quando o calor Vila Porto Mare Resort – Tem
é demais e, por ser alta temporada, apartamentos num grande complexo,
os preços das diárias nos hotéis estão com piscina e jardim em frente a Pro-
classuda, camas onde você não deita, menade de Funchal. € 145.www.
mais caros. Mesmo no inverno, o frio
são feitas pelo aplicativo TAP Stopo- afunda, e banheiros espaçosos. Serve portobay.com.
em Portugal não é tão intenso, lembra
ver, que também serve como guia bom café da manhã. Costuma ser fre-
o do sul do Brasil.
para desbravar a cidade, com mapa quentado mais por executivos do que ONDE COMER
que marca as principais atrações, por turistas. Tem spa e piscina interna. ILHA DA MADEIRA
TAP STOPOVER -
mirantes e restaurantes. O aplicativo Fica ao lado do Amoreiras Shopping, Il Basilico – Restaurante italia-
CONHEÇA O PROGRAMA
funciona offline. Mais informações: a 20 minutos de caminhada da Praça no na Promenade, na região do Lido.
Uma boa alternativa para conhecer a
www.portugalstopover.flytap.com. do Rossio. A partir de €120. www. Prove o risoto mari monti (€ 15,90).
capital portuguesa e a Ilha da Madeira
dompedro.com. www.ilbasilicorestaurant.com.
em uma única viagem é utilizar o Pro-
grama Tap Stopover, que permite fazer
COMO CHEGAR Pousada de Lisboa – Um Taberna Ruel – O cardápio
A TAP (www.flytap.com) oferece cerca dos hotéis da celébre rede Pousa- é a bandeja que o garçom traz com
uma parada de 1 a 5 dias em Lisboa na
de 70 voos diretos e semanais para das de Portugal, do grupo Pestana, os peixes frescos do dia. Nela está o
compra de uma passagem aérea para
Lisboa saindo de dez cidades brasilei- de padrão cinco estrelas, charmoso camarão tigre, do tamanho de uma
outro destino da Europa, ou mesmo
ras de Norte a Sul do Brasil (de Belém e luxuoso,instalado em um casarão lagosta, importado da Nigéria, que
de outro continente. O programa ainda
a Porto Alegre). Há passagens de São histórico na Praça do Comércio. Tem vai preparado na brasa. Serve um
inclui descontos em hotéis, um pas-
Paulo para Lisboa a partir de US$ 848 piscina e spa. A partir de € 210. www. ótimo bolo do caco, o pão quente
seio gratuito (há opções para conhe-
e para Funchal, na Ilha da Madeira, a pousadas.pt. que é servido como entrada em todo
cer Sintra ou visitar uma vinícola nos
partir de US$ 1.010. Miraparque – Hotel três restaurante da Ilha da Madeira. Fica na
arredores de Lisboa) e uma garrafa de
estrelas. Quartos pequenos, mas rua de Santa Maria, na Cidade Velha.
vinho grátis nos restaurantes parceiros.
ATENÇÃO NA CHEGADA confortáveis, limpos e bem cuida- www.tabernaruel.com.
As reservas dessas promoções extras
Não é raro o SEF (Serviço de Estran- dos. Fica perto da Praça Marquês Chalet Vicente – É um casarão
geiros e Fronteiras), que faz a con- de Pombal, há 15 minutos de cami- simpático em forma de chalé alpino,
ferência de passaportes na chegada nhada do centro. A partir de € 70. a especialidade é a espetada: espetos
a Portugal, realizar operação padrão www.miraparque.com. de carne ou peixe feitos na brasa como
e até tratarem brasileiros de forma churrasco. www.chaletvicente.com.
pouco gentil. Fica a recomendação FUNCHAL Belmond Reid’s – Vá provar o
de paciência. E ao governo português Quinta da Bela Vista – É chá da tarde no hotel mais chique de
fica a sugestão de cuidar com mais uma antiga e rica fazenda do sécu- Funchal. Os doces são uma delícia e
*Preço para duas pessoas em acomodação dupla

apreço do atendimento aos turistas do
“melhor destino turístico do mundo”.
ONDE FICAR*
LISBOA
Hotel Dom Pedro Palace –
Para quem gosta de conforto é ideal. É
um hotel cinco estrelas muito elegante,
com quartos acarpetados de mobília
lo 19 que foi transformada em um
sofisticado hotel. É decorado com
móveis de antiquário e obras de arte,
que trazem a atmosfera de mansão de
magnata. É muito procurado por turis-
tas ingleses. Tem piscina externa em
um terraço com uma bela vista para a
Baía de Funchal, que fica disputada
no Réveillon pois oferece bom ângulo
servido em uma linda varanda com vis-
ta para Funchal. Os ingleses adoram.
Custa € 35 por pessoa.
Hostel Santa Maria – Serve
peixes e frutos do mar, como a catapla-
na de peixe e mariscos, uma espécie
de ensopado (€ 17). Fica na Rua de
Santa Maria (n. 143), na Cidade Velha,
em Funchal.

68 VIAJEMAIS
 LOS ANGELES Estados Unidos

Pacific Park, diversão no Pier de Santa Monica

72 VIAJEMAIS
 Área do Simpsons na Universal

LOS
ANGELES
com as crianças
Pode ir com os filhos, sim. Conheça dez passeios
que divertem a família toda na cidade
POR LU I Z S I Q U E I RA

E
ntre os destinos mais desejados dos Estados Uni-
dos pelos brasileiros, Los Angeles sempre pare-
ceu uma cidade perfeita para viagens “adultas”.
Há o sol e a praia da Califórnia logo ali, passeios pe-
los estúdios, o clima hollywoodiano, as compras mais
VRÀVWLFDGDVGRSODQHWDHP%HYHUO\+LOOVVHPFRQWDU
uma noite agitada com baladas e restaurantes dispu-
tados. Por isso, para a maioria, considerar a cidade
XPDRSomRGHIpULDVFRPDIDPtOLDVHPSUHÀFRXHP
segundo plano. Mas o repórter Luiz Siqueira foi a LA
FRPDPXOKHUHDÀOKDGHRLWRDQRVHFRQVWDWRXTXH
Los Angeles está cheia de passeios para serem feitos
com crianças. Tem parques temáticos, baleias no oce-
ano, naves espaciais, árvores gigantes, supercarros,
porta-aviões...
SHUTTERSTOCK

VIAJEMAIS 73
 LOS ANGELES Estados Unidos

O Midway se tornou um museu da aviação

SHUTTERSTOCK
Atividade interativa dentro do porta-avião
FOTOS: DIVULGAÇÃO

1 a chance de acessar um porta-avi-

ões. Mas o acervo de aviões que
inclui um F/A-18 Hornet e outras
USS MIDWAY E SEAWORLD EM SAN DIEGO DHURQDYHVpXPDWUDWLYRDGLFLR-
nal. Mais uma atividade: em um

A cidade de San Diego está ao

sul de Los Angeles, mais pre-
cisamente a 190 km. De carro leva
aproximadamente duas horas, ao
longo da bela estrada I-5, que segue
PDUJHDGDSHOR2FHDQR3DFtÀFRHP
grande parte do trajeto.
San Diego por si só já renderia
mais dez dias de diversão. Mas, para
quem está em LA e quer aproveitar
apenas um dia por lá, a dica é passar
a manhã no USS Midway, um por-
ta-aviões desativado que se trans-
formou em uma espécie de museu
da aviação ao exibir os porta-aviões
que carrega.
O Midway, hoje estaciona-
do na baía de San Diego, deteve
até 1955 o título de maior porta-
-aviões do mundo. Foi bastante usa-
do nas guerras do Vietnã e do Ira-
TXHHÀFRXHPDWLYLGDGHDWp
Conhecer a embarcação é uma ex-
periência única, já que poucos têm
dos andares internos do Midway
ainda é possível experimentar di-
versos simuladores de voos (pagos
à parte). Quando você estiver do
SAIBA MAIS
Site: www.midway.org
Horário: das 10h às 16h
Endereço: 910 North Harbor Drive
– San Diego
Valores: Entre US$ 8 e US$ 18,
conforme a idade

74 VIAJEMAIS

lado de fora, próximo da entrada do
porta-aviões, vai entender o quanto
R0LGZD\pLPSRQHQWHHMXVWLÀFD
a visita.
SEAWORLD: COM OS BICHOS À TARDE
A tarde e o começo da noite po-
dem ser dedicados ao SeaWorld. É
o parque temático focado na vida
marinha que ficou famoso pelos
shows com as baleias Orcas.
Apesar de todas as polêmicas
envolvendo os cuidados com os
animais, as unidades do SeaWorld
têm se reinventado e continuam a
ser um passeio muito agradável para
a família, já que dá para se divertir
Porta-aviões USS Midway
SHUTTERSTOCK
com os animais e várias atrações a
um preço honesto. Uma das que Crianças podem ver os tratadores de perto
vale a visita é a Cirque Electrique.
Trata-se de um show de acrobacias
aéreas com atletas que voam sobre a
água usando propulsores especiais.
O show é noturno, cheio de efeitos
luminosos. Por isso, programe-se
SDUDÀFDUSRUOiDWpDKRUDHPTXH
o parque encerra as atividades.
SAIBA MAIS
Site: www.seaworld.com/san-diego
Horário: Das 11h às 19h
Endereço: 500 Sea World Drive –
San Diego
Valores: A partir de US$ 70
VIAJEMAIS 75
 LOS ANGELES

2
SANTA MONICA PIER

U m dos píeres mais famosos

do mundo, o Píer de Santa
Mônica se tornou ícone e inclu-
sive referência para outras praias
que construíram instalações seme-
lhantes. Com mais de 100 anos de
história, é excelente para um pas-
VHLRQRÀPGRGLDDÀQDORS{UGR
sol vislumbrado junto do Oceano
3DFtÀFRpHVSHWDFXODU
2StHUDEULJDR3DFLÀF3DUNXP
parque temático com montanha-
-russa, brinquedos para as crianças
e uma roda-gigante à beira mar. Se
você for sortudo, pode até conse-
guir ver o pôr do sol de dentro da
roda-gigante. Outras atrações do
píer são um carrossel clássico da
GpFDGDGHTXHDWpKRMHVHGX]
crianças e adultos, e um aquário
no subsolo.
Um plano de passeio por San-
ta Mônica pode começar com
uma caminhada ao sul por Venice
%HDFKRQGHHVWiDIDPRVD0XVFOH
%HDFKDSUDLDGRVPXVFXORVRVHP
que Arnold Schwarzenegger fez
fama. Depois, vale se programar
para chegar ao píer próximo do Muscle Beach, a praia com academia
horário do pôr do sol, e terminar
a noite circulando pelas alamedas
da região do Santa Monica Place,
um shopping parte ao ar livre, par-
te fechado, com dezenas de lojas
e opções de restaurantes. Impor-
tante: só faça este roteiro em dia
garantido de sol. Com chuva é
um desastre, já que costuma ven-
tar muito. Para chegar em Santa
FOTOS: SHUTTERSTOCK

Mônica a partir do centro de LA,

YRFrOHYDUiHQWUHHPLQXWRV
fora do horário de pico.

76 VIAJEMAIS
ENGLISH CAMP
A
Praia de Santa Mônica vista do píer

Pacific Park

Píer de Santa Mônica

SAIBA MAIS
Site: www.santamonicapier.org
Horário: Aberto 24 horas
Endereço: 200 Santa Monica Pier – Santa
Monica
Valores: Espaço público: entrada gratuita.
Algumas atrações são pagas

VIAJEMAIS 77
 LOS ANGELES Estados Unidos

Área do Harry Potter

3 City Walk, a rua dos restaurantes

UNIVERSAL STUDIOS HOLLYWOOD

S e você já visitou a Universal Stu-

dios de Orlando, este passeio
poderia parecer dispensável. Não
é. O parque temático da Universal,
localizado nas redondezas de LA,
é o original: começou a funcionar
em 1964, mas a origem remonta
ao “Studio Tour” de 1915 que na-
da mais era que um tour por den-
WURGDVORFDo}HVSDUDÀOPDJHQVGD
Universal. O Studio Tour é até hoje
uma das mais disputadas atrações do
parque, já que os turistas visitam os
UHDLVJDOS}HVHiUHDVGHÀOPDJHPGH
ÀOPHVHVpULHV
Na entrada da Universal Studios
é possível conferir quais
são as gravações do dia,
e se você der sorte po-
de até ver algum artista
ou gravação. Outra área
bastante querida pelos
visitantes é a do Harry
Potter, onde os “brin-
quedos” valem o sacri-
ItFLRGDVÀODV3RUFRQWD sal Studios e depois jantar em um
das atrações focadas no cinema, dos restaurantes do City Walk é
crianças muito pequenas costumam um programa perfeito para dia de
não aproveitar tanto o parque – é semana, quando a quantidade de
mais recomendado para os maiores YLVLWDQWHVpPHQRU)XMDGRVÀQVGH
de 8 anos. semana, quando há uma enxurrada
Passar o dia todo na Univer- de moradores de LA.

78 VIAJEMAIS
 A bela fachada do Petersen
Ferrari 125 S de 1947
4
PETERSEN MUSEU DO CARRO
U m dos mais importantes mu-
seus de automóveis do planeta
está no centro de LA: é o Petersen,
FOTOS: SHUTTERSTOCK
no bairro de Wilshire. O acervo
conta com cerca de 100 veículos,
entre automóveis e motocicletas
TXHHVWmRHPH[SRVLomRHPJD-
lerias diferentes. O fundador, Ro-
bert Petersen, era editor de revistas
especializadas em carros e criou
o museu em 1994 a partir do seu
acervo de máquinas a motor.
A visita é uma viagem à história
dos automóveis, já que é possível
YHUGHSHUWRXP%HQ]RSUL-
Crianças podem encontrar os Simpsons meiro carro motorizado a funcio-
nar sem tração animal, ou uma
SAIBA MAIS Maserati Quattroporte S Q4 V6,
Site: www.universalstudioshollywood.com um dos modelos esportivos urbanos
Horário: Das 10h às 17h mais desejados. Outro destaque é a
Endereço: 100 Universal City Plaza, galeria Hollywood, com máquinas
Universal City RULJLQDLVHUpSOLFDVXVDGDVHPÀOPHV
Valores: Entre US$ 105 e US$ 116, de sucesso, como o “adorável” fus-
conforme a idade FD+HUELHD'H/RUHDQ'0&D
VIAJEMAIS
O carro do De Volta para o Futuro
“Máquina do Tempo”, de De Volta
para o FuturoDOpPGR%DWPyYHOGR
ÀOPHGRKRPHPPRUFHJRGH
Se você gosta do assunto, uma
dica importante: antes de ir, visite
RVLWHFRQÀUDRDFHUYRHIDoDXPD
lista do que deseja ver para não per-
der nada. Além disso, reserve entre
três e quatro horas para o museu.
(OHIRLUHLQDXJXUDGRHPFRP
uma fachada de design futurista que
chama a atenção. Só por isso já va-
le passear pelo bairro para vê-lo de
vários ângulos.
SAIBA MAIS
Site: www.petersen.org
Horário: Das 10h às 18h
Endereço: 6060 Wilshire Blvd – Los
Angeles
Valores: De US$ 8 a US$ 16, conforme
a idade
79
 LOS ANGELES Estados Unidos
5
DISNEYLAND – ANAHEIM
M uitos acreditam que a Disney
original é a de Orlando. Mas
o parque onde tudo começou es-
tá na Califórnia, próximo de Los
Angeles, na cidade de Anaheim.
Foi ali que em 1955 Walt Disney
inaugurou seu projeto de parques
temáticos. Portanto, conhecer essa
unidade da Disney tem um gostinho
especial: é a “verdadeira” Disney.
Atualmente são dois os parques
do complexo: Disneyland e Cali-
fornia Adventure Park. O primei-
ro tem atrações mais voltadas para
crianças até 11 anos, enquanto o se-
gundo é mais atraente para os mais
velhos, apesar de ambos entreterem
a família toda.
Alguns dos brinquedos são idên-
ticos aos da Flórida, mas há os ex-
clusivos, como o Radiator Springs
Radiator Springs Racers
80
O clássico castelo da Bela Adormecida
Racers, em que os visitan-
tes passeiam em veículos
idênticos aos personagens
GRÀOPHCarros. Em junho
GHDLQGDGHYHDEULUD
área Pixar Pier, com quatro
“vizinhanças”, uma delas
dedicada a Os Incríveis.
Se a sua família for or-
ganizada e unida, dá para
aproveitar os dois parques em um
SAIBA MAIS
Site: www.disneyland.disney.go.com
dia, já que o acesso de um para ou-
Horário: Das 8h às 21h
tro é rápido, feito a pé. Já se estiver
Endereço: I-5 South, saída para
com crianças pequenas, não vale o Disneyland Drive
sacrifício. O complexo oferece ho- Valores:
téis e uma área com restaurantes e O ingresso para um parque sai entre
lojas que seduz para uma estadia de US$ 118 e US$ 124, conforme a idade.
dois ou três dias. Contudo, fazer um Para dois parques, custa entre US$ 187 e
bate-volta é prático: De LA, são 50 US$ 199, conforme a idade
km em boas estradas, o que leva só
35 minutos.
Na Disneyland também há os desfiles
SHUTTERSTOCK
FOTOS: DIVULGAÇÃO
VIAJEMAIS
 As crianças se divertem vendo
mergulhadores em túnel
6
AQUÁRIO DO PACÍFICO
O $TXDULXPRIWKH3DFLÀFPDQ-
WpPFHUFDGHPLODQLPDLV
GHHVSpFLHVGLIHUHQWHVeXPD
área de 20 mil m2 que tem como
IRFRDIDXQDGR2FHDQR3DFtÀFR
6mRYiULDVH[LELo}HVHPWDQTXHV
LPHQVRVRQGHYRFrSRGHYHUHVSp-
FLHVGHFRUHVHIRUPDVEHPGLIHUHQ-
WHVFRPRHVWUHODVGRPDUURVDVH
GUDJ}HVPDULQKRV'HVWDTXHSDUD
D6KDUN/DJRRQ/DJRDGRV7XED-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Um dos tanques do aquário
DTXiULR3RXFRVLQVWUXWRUHVHQWUH-
WDQWRIDODPSRUWXJXrV6HTXLVHUID-
]HUXPSDVVHLRPDLVFRPSOHWRFKH-
JXHFHGRYLVLWHRDTXiULRHGHSRLV
SURJUDPHVHSDUDLUDERUGRGHXP
GRVEDUFRVGHREVHUYDomRGHEDOHLDV
HJROÀQKRVHPDOWRPDUQDUHJLmR
GH/RQJ%HDFK2VEDUFRVVDHPGD
IUHQWHGRDTXiULRHFRVWXPDPFR-
EUDUSRUYROWDGH86SRUSHVVRD
$VDtGDpJHUDOPHQWHDRPHLR
U}HVXPWDQTXHRQGHHVWmR
WXEDU}HVHGH]HQDVGHDUUDLDVSDUD
YRFrROKDURXDWpFRORFDUDPmRVH
WLYHUFRUDJHP
(PFDGDiUHDKiYiULRVLQVWUXWR-
UHVGLVSRVWRVDGDUH[SOLFDo}HVGHWD-
OKDGDVVREUHFDGDDQLPDOHVREUHRV
HFRVVLVWHPDVSUHVHUYDGRVGHQWURGR
82
GLDHRSDVVHLRGXUDGHGXDVDWUrV
KRUDV6HYRFrpGRWLSRTXHHQMRD
HPEDUFRVÀTXHORQJHGHVVDDWLYL-
GDGHSRLVpFRPXPWHUGHHQIUHQWDU
RQGDVHQRUPHVDWpDiUHDGHREVHU-
YDomR$GLVWkQFLDGRFHQWURGH/$
DRDTXiULRpGHNP&RVWXPDVH
OHYDUPHQRVGHXPDKRUDDWpOi
VIAJEMAIS
SAIBA MAIS
Site: www.aquariumofpacific.org
Horário: Das 9h às 18h
Endereço: 100 Aquarium Way – Long Beach
Valores: Entre US$ 18 e US$ 30, conforme
a idade
 LOS ANGELES Estados Unidos

FOTOS: SHUTTERSTOCK
A aeronave espacial Endeavour

7
CALIFORNIA SCIENCE CENTER
ÔNIBUS ESPACIAL ENDEAVOUR

N o coração de LA, o Centro

de Ciências da Califórnia é
um museu interativo onde você
aprende e conhece mais sobre
todas as áreas da ciência com
experimentos interativos, que
as crianças adoram. Há ainda
um cinema IMAX (aquele com
projeções em telas gigantescas),
TXHH[LEHÀOPHVH[FOXVLYRVTXH
variam conforme a época do ano.
O destaque é o fato de o Cen-
tro de Ciências ser o estaciona-
mento permanente de uma das
quatro aeronaves espaciais desa-
tivadas: a Endeavour. Ela
parou de voar em 2011 e
então foi preparada para
ÀFDUHPH[LELomRHPXP
Há várias partes da Endeavour em exibição
dos pavilhões do Califor-
nia Science Center.
Além de poder conferir SAIBA MAIS
de perto partes separadas do ôni- Site: www.californiasciencecenter.org
bus espacial, também é possível Horário: Das 10h às 17h
ver um tanque externo da nave Endereço: 700 Exposition Park Drive – LA
que era usado nas decolagens. Valores:
Você irá chegar muito perto de Visita somente ao ônibus espacial: US$ 2
um objeto que já voou para o (é realmente barato)
espaço e permaneceu 299 dias Visita completa ao Science Center (com
fora da Terra em órbita. MAX) US$ 26

84 VIAJEMAIS
 LOS ANGELES Estados Unidos
8
OBSERVATÓRIO GRIFFITH
S ó o passeio para chegar ao Ob-
VHUYDWyULR*ULIÀWKMiYDOHRGLD
9RFrWHUiGHSDVVDUSHODVVLQXRVDV
HVWUDGDVQDVPRQWDQKDVDRQRUWH
GH/$RQGHHVWiRIDPRVROHWUHL-
UR´+ROO\ZRRGµ'HSHQGHQGRGD
FRQGLomRGRWHPSRMiLUiUHQGHU
ERDVIRWRV
6LWXDGRGHQWURGHXPSDUTXH
SAIBA MAIS ÁRUHVWDOGHPHVPRQRPH*ULIÀ-
O observatório astronômico Griffith
FOTOS: SHUTTERSTOCK
SRUWDQWRpSUHFLVRSODQHMDUEHP
DYLVLWDSUHIHUHQFLDOPHQWHSDUD
RÀQDOGRGLD2SUpGLRWDPEpP
DEULJDYiULDVH[SRVLo}HVJUDWXLWDV
WRGDVUHODFLRQDGDVDRHVSDoRHj
DWPRVIHUD
8PSRQWRDOWRpYHUXPD%R-
ELQDGH7HVODHPIXQFLRQDPHQWR
7UDWDVHGHXPH[SHULPHQWRTXH
FRQVHJXHVLPXODUDGHVFDUJDHOp-
Site: www.griffithobservatory.org
Horário: Das 12h às 22h
Endereço: 2800 East Observatory Road
– Los Angeles
Valores:
Entrada grátis no observatório e
telescópios
Apresentação do Planetário: entre US$ 3
e US$ 7, conforme a idade
86
WKRREVHUYDWyULRRIHUHFHXPD
YLVWDSDQRUkPLFDLQFUtYHOGH/$
PDVQmRpSRULVVRTXHYRFrGHYH
LUDWpOi$UD]mRpDDWUDomRUDUD
GHH[SHULPHQWDUHPRXWURVOXJD-
UHVQR*ULIÀWKpSRVVtYHOREVHU-
YDUSODQHWDVHHVWUHODVXVDQGRXP
VXSHUWHOHVFySLR$DWLYLGDGHpXP
VXFHVVRQDVQRLWHVGHFpXOLPSR
VIAJEMAIS
WULFDGHXPUDLRDSRXFRVFHQWt-
PHWURVGRVVHXVROKRV2VRP
HRYLVXDOVmRPDUFDQWHV(VH
YRFrTXLVHUID]HUXPPHUJXOKR
FRPSOHWRQRHVSDoRQmRGHL[H
GHHQWUDUHPXPDGDVVHVV}HVGR
SODQHWiULR$SHVDUGHQDUUDGDHP
LQJOrVDH[SHULrQFLDpGLYHUWLGDDWp
SDUDFULDQoDV
 LOS ANGELES Estados Unidos

9
A árvore General Sherman,
uma das mais altas do mundo

O PARQUE
DAS SEQUOIAS GIGANTES

N a Califórnia, há vários parques

naturais com vegetação prati-
camente selvagem. Um deles, o mais
próximo de LA, é o Sequoia Natio-
nal Forest, ou a Floresta Nacional
das Sequoias. Passear por esse par-
que é especial, já que as sequoias são
árvores gigantes (muitas com mais
de 70 metros de altura) que só cres-
cem em montanhas em determina-
da temperatura. Não perca a árvore
batizada de General Sherman (em
homenagem ao general do exército
norte-americano que teve destaque
na Guerra Civil Americana).
A Sherman tem 83m de altura,
está entre as 15 árvores mais altas
do mundo, mas é a mais volumo-
sa e portentosa árvore do plane-
ta. Em outras palavras, nenhuma
outra árvore tem um tronco com
mais madeira do que a Sherman.
Para entender esse tamanho, dar a
volta completa na base dela exige
31 metros de caminhada. Se quiser
fotografar essa gigante inteira, irá
precisar da função “panorâmica”
SHUTTERSTOCK

da câmera do seu celular.

A Sherman está a 350 km do
DIVULGAÇÃO

centro de LA, sendo os últimos

50 km percorridos em uma estra-
da bastante sinuosa. A viagem leva
SAIBA MAIS quatro horas e meia, mas vale o sa-
Site: www.nps.gov/seki/learn/ crifício. Apesar de o parque funcio-
nature/sherman.htm nar 24 horas, planeje sair cedo de
Horário: é um parque público, LA para chegar antes do almoço na
aberto 24 horas ÁRUHVWDSRLVGHSRLVGHHVWDFLRQDUR
Endereço: 47050 Generals carro você terá de caminhar cerca de
Highway– Three Rivers 30 minutos até a árvore.
Valores: US$ 30 por carro Vá, pois não tem família ou
Parque das sequoias criança que não guarde uma foto
ao lado da General Sherman.

88 VIAJEMAIS

O navio RMS Queen Mary, dos anos de 1930
10
RMS QUEEN MARY
D esde 1967, quando deixou de
transportar passageiros pelo
Atlântico, o navio RMS Queen
Mary estacionou na costa de Long
Beach, a 45 km de Los Angeles,
e se tornou uma atração turística
GLIHUHQWHXPKRWHOPXVHXÁXWXDQ-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
te. O transatlântico navegou pelo
Atlântico Norte entre 1936 e 1967
e durante a Segunda Guerra trans-
portou soldados norte-americanos
para a Europa em diversas viagens.
Nunca foi interceptado pelos inimi-
gos e, por conta disso, ganhou uma
aura lendária entre tantas da guerra.
Muitas das cabines, áreas de co-
mando e até sala de motores estão
preservadas exatamente como na
época da desativação, portanto, é
possível ver e praticamente viven-
ciar as viagens intercontinentais do
século passado. Quem tiver vontade
de passar uma noite em uma cabine
de luxo pode se hospedar e dormir
por lá. Com o café da manhã inclu-
so, uma família gasta por volta de
US$ 300.
Mas o mais comum é um pas-
seio com audioguia por todos os
pavimentos. É impossível não lem-
brar do Titanic. A conexão entre
os dois é tão grande que dentro do
navio há uma exposição permanen-
Mostra sobre a Princesa Diana
te com mais de 100 fotos de época
e artefatos recuperados do próprio
navio. Quem gosta de mais emo-
ção e suspense pode se aventurar no
“Haunted Encounters”( Encontros
Assombrados), tours que revelam
histórias macabras que teriam acon-
tecido dentro do Queen Mary. Se
tiver mais tempo, não deixe de ver
a réplica do navio construída em
peças de Lego e a mostra Diana –
Legacy of a Princess, com o maior
acervo de itens da Princesa Diana
em exposição fora do Reino Unido.
SAIBA MAIS
Site: www.queenmary.com
Horários: Das 10h às 19h
Endereço: 1126 Queens Highway – Long
Beach
Valores:
Entre US$ 21 e US$ 28, conforme a idade
e pacote de atrações
VIAJEMAIS
5 DICAS
PARA VIAJAR A L.A
FOTOS: DIVULGAÇÃO
SEM SURPRESAS
1 Apesar de a cidade contar com
um sistema de transporte público
razoável, o recomendado é que você
alugue um carro, principalmente se a
viagem for em família. Nada é rela-
tivamente perto e se você decidir usar
bastante o táxi irá gastar bem mais.
2 Ande com dinheiro em espécie,
pois muitos passeios ao ar livre não
oferecem pagamento em cartão. Além
disso, se você estiver de carro, lem-
bre-se de que terá de pagar por esta-
cionamento em praticamente todos
os locais (geralmente em dinheiro).
3
Los Angeles tem muitas opções de
hospedagem, algumas realmente
baratas. Tome cuidado, pois muitos
desses hotéis econômicos estão em
bairros mais isolados ou não tão bem
frequentados. Se for sua primeira
viagem, é recomendável pedir ajuda
para um amigo ou agente de turismo
para evitar furadas.
4 Assim como é conhecida pelo seu
glamour e celebridades, graças a
Hollywood e Beverly Hills, Los Ange-
les também tem um lado “oculto” e
perigoso. Fique longe dos bairros ao
sul do centro, onde há ocorrências
policiais mais frequentes. Em outras
palavras, evite fazer compras em lojas
e supermercados dessa região, por
exemplo, o subúrbio de Compton.
5 Para passear na Hollywood Blvd.,
conhecida como a “Calçada da
Fama”, opte por horários da manhã e
antes do almoço, pois a concentração
de gente é menor. E, se resolver fo-
tografar um dos “artistas” vestidos
de heróis dos filmes que ficam nas
calçadas, saiba que eles vão exigir
gorjeta ou cobrar uma taxa pela foto.
Na dúvida, resista e não fotografe.
89
 Um sonho possível
POLINÉSIA FRANCESA

PFrancesa olinésia
Não é preciso nenhuma extravagância de lua de mel para conhecer o Taiti e
mergulhar nas águas mais cristalinas do mundo. Saiba como viajar para lá
gastando pouco mais do que uma viagem para a Europa

POR PAU LO B A S S O J R.

S
aí de casa com a singela (mas nada desagradável) missão de
visitar com economia, sem abrir mão de confortos básicos, a
Polinésia Francesa, o lugar mais desejado por quase todos os
viajantes do mundo. Pois bem, anote este valor: US$ 3.700. É isso
que um brasileiro precisa, em média, para passar uma semana por lá
boiando em águas azuis repletas de peixes coloridos e fazendo altos
passeios embalados pelo som do ukulele (o instrumento de cordas
SROLQpVLRHSHORSHUIXPHGDWLDUrDÁRUWtSLFDGDUHJLmR&RPXP
pouco mais, cerca de US$ 4.400 por pessoa, dá até para se hospedar
em pousadas de charme com gastronomia de alto nível.

94 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK

Os bangalôs sobre as
águas são a cara da
Polinésia Francesa, mas
são eles que encarecem
uma viagem para lá

VIAJEMAIS 95
 Se é caro ou barato, tudo depen-
de do seu bolso, mas o fato é que é
muito menos do que a maioria das
pessoas imagina. Basta fazer as con-
tas e ver que o montante é pouco
superior ao que se gasta para fazer
uma viagem com hospedagem em
bons hotéis em Londres ou Paris,
por exemplo.
De cara, no entanto, é preci-
so se recuperar de um susto. A
96
passagem mínima partindo de
São Paulo, com uma longa jorna-
da que passa por Santiago e Ilha
GH3iVFRDQR&KLOHFXVWDGHVGH
US$ 1.250. Isso com sorte e pes-
quisa antecipada. A partir daí,
coloque na conta diária cerca de
US$ 100 a US$ 150 de hospedagem,
US$ 150 para alimentação e trans-
porte (contando os transfers e voos
entre as ilhas) e mais US$ 100 para
VIAJEMAIS
os passeios. Você só gastará mais ca-
VRTXHLUDÀFDUQRVFDUpVLPRVEDQJD-
lôs overwater (sobre as águas), cujas
diárias com café da manhã por casal
partem de US$ 650. Mas se esse de-
sejo for incontrolável, nada impede
que você passe uma noite neles para
matar a vontade e não onere tan-
to a viagem. Acredite: é mais que
VXÀFLHQWHSRLVRPHOKRUGD3R-
linésia está do lado de fora
dos quartos.
Eis então que a aula tensa de ma-
temática dá lugar a uma divertida
OLomRGHJHRJUDÀDQDTXDODWDUHIDp
HVFROKHUQRPHLRGR2FHDQR3DFtÀ-
co, ao menos três entre as 118 ilhas
espalhadas pelos cinco arquipélagos
que compõem a região. Quanto me-
QRVSLQJDSLQJDÀ]HUPHQRUVHUi
o gasto, já que o transporte por
lá é caríssimo, tanto aéreo
quanto terrestre.
Viajar tanto para visitar menos que
três ilhas, porém, não vale a pena,
pois muitas delas têm características
distintas.
A dica é comprar na Air Tahiti,
companhia aérea que realiza voos
pela região, o Moana Pass, passe que
permite fazer voos para três ou mais
ilhas em um período preestabeleci-
do, como dez dias. O valor varia de
acordo com o pacote escolhido, mas
em geral é pouco superior ao que se
gastaria para fazer apenas uma via-
VIAJEMAIS
gem de ida e volta entre duas ilhas
(cerca de € 400).
A partir daí, os melhores senti-
dos começam a se despertar apenas
de ouvir nomes como Taiti, Moo-
rea, Bora Bora, Tahaa, Tikehau...
Isso é o que existe de mais lindo no
mundo tropical, com paisagens de
propaganda de bronzeador e uma
cultura contagiante.
E a boa notícia é que, seja qual
for sua escolha, você com certeza
ÀFDUiRXQXPOXJDUIDVFLQDQWHRX
num espetacular, ou num inesque-
cível. Ou, ainda, tudo isso ao mes-
mo tempo.
Moorea é a ilha mais
bonita do arquipélago:
recifes separam as águas
claras das escuras
DIVULGAÇÃO
97
FOTOS: SHUTTERSTOCK

EUROPA AoNoruega
longo da Aker Brygge, estão uma
série de restaurantes, lojas e lounges
ao ar livre; abaixo, a Ópera de Oslo

As águas cristalinas do mar são a melhor parte da Polinésia Francesa e estão disponíveis para todos, não apenas para os hóspedes dos bangalôs

TAITI
Surfe, cachoeiras e cavernas

O Taiti, que acabou se tornando

sinônimo de toda essa maravi-
lha chamada Polinésia Francesa, é
apenas a ilha que abriga a capital,
Papeete, aonde chegam os voos
LQWHUQDFLRQDLV&XULRVDPHQWHHOD
nem passa perto de ser a mais bo-
nita, embora venha atraindo cada
vez mais brasileiros graças a um
nome que faz mais sucesso por
lá do que Pelé: Gabriel Medina.
O paulista campeão mundial de
surfe é um dos maiores ídolos de
7HDKXSRRRX&KRSRFRPRpFD-
rinhosamente chamado um vilarejo
com trecho de praia feio, mas com
ondas tão perfeitas entre junho e
outubro que o transformaram em
point turístico. “Acredito que, em
DQRV&KRSRVHUiWmREDGDODGR
WD&KULV2·&DOODJKDQH[VXUÀVWD
SURÀVVLRQDOHDWXDOGLUHWRUGDHWDSD
local do campeonato mundial da
modalidade.
&RPRVXUIDUQmRpPLQKDSUDLD
confesso que não sabia muito bem
se iria curtir um passeio realizado
por lá chamado de Surfari, organi-
zado pela agência Teahupoo Tahiti
por US$ 80, com direito a almoço.
Mas, quando vi, estava fazendo a
todo instante o tradicional sinal
com os dedos medianos fechados
e o polegar e o mindinho abertos.
Primeiramente ao visitar uma pen- ro que acha o brasileiro superior ao
são familiar, onde Medina costu- norte-americano Kelly Slater, lenda
PDÀFDUTXDQGRYDLDRSDtVHFXMR viva do esporte. “Mas é fato que
SURSULHWiULRpXPDÀJXUDFKDPDGD ele só surfa bem no Taiti por conta
Didier Park. Entre um grito entu- da receita secreta que eu uso no
siasmado e outro de “Go, Medina” peixe servido no almoço”, brinca
quanto Pipeline, no Havaí”, con- YDL0HGLQDRDQÀWULmRGHL[DFOD- o sorridente Didier.

98 VIAJEMAIS
 DIVULGAÇÃO
n mpasseio
No nmn m nm nm nm nm
Teahupoo nm nm
Tahiti, nm nmn veem
os turistas nmnmsurfistas
nm nm nmn emnmnmnm
ondonas, as canoas polinésias va’a, cachoeiras e cavernas
DIVULGAÇÃO

entretanto, há opções melhores aplausos de todos que estavam no

Muitos brasileiros reservam
quartos em pousadas como essa
SDUDÀFDUSHUWRGDVRQGDVHWDP-
bém pelo preço, já que as diárias
com pensão completa ali não pas-
sam de US$ 100. Para quem viaja
em casal e busca mais privacidade,
por algumas dezenas de dólares a
mais por pessoa, como a simpática
Vanira Lodge, mas sem refeições
inclusas no valor da diária.
De volta ao Surfari, lá estava eu
HPXPEDUFRQDPDURODGH&KRSR
no exato lugar em que os fotógra-
fos se posicionam para registrar as
imagens dos surfistas. Pegar on-
da ali não é para qualquer um, já
que elas quebram próximas a um
banco de corais, longe da praia, e
ajudam a alimentar a alcunha de
´$OWDUGRV&UkQLRVµGDGDjUHJLmR
– embora esse nome venha de um
FRQÁLWRKLVWyULFRHQDGDWHPDYHU
com surfe. Do barco, avistei apenas
XPVXUÀVWDQRPDU(DGLYLQKDGH
onde ele era? “Já surfei na Indo-
nésia e na Austrália, mas isso aqui
é alucinante.”, gritou o advogado
Sandro Araújo, depois de fazer al-
gumas manobras que arrancaram
barco.
O passeio segue por pontos do
Taiti inacessíveis por terra, como
cachoeiras e uma caverna onde é
possível mergulhar em águas crista-
linas. De quebra, por diversas vezes
se cruza com nativos remando em
VXDVYD·DFDQRDVWtSLFDVSROLQpVLDV
que colorem ainda mais a região.
Basta um aceno para ganhar um
sorriso em troca.
&RPR&KRSRÀFDDFHUFDGH
uma hora do aeroporto, vale a pena
alugar um carro para ir até lá (a
corrida de táxi sai mais cara do que
a diária). Assim também dá para
dirigir no dia seguinte até o ferry-
boat (US$ 12 o tíquete) que liga o
Taiti a Moorea. Guarde bem esse
nome, pois essa ilha é a grande sa-
cada de um roteiro econômico pela
Polinésia Francesa, já que é a única
que dispensa o acesso de avião.

VIAJEMAIS 99
 POLINÉSIA FRANCESA

MOOREA
A mais bela do arquipélago
“
P ara mim, Moorea é a mais bonita
de todas”, conta o piloto de avião
francês Jean Stambier, que, há 25
anos trabalhando na Air Tahiti, já
sobrevoou todas as 118 ilhas poli-
nésias. De fato, o lugar é lindo, com
escarpas verdes e praias circundadas
por lagoas azuis protegidas por re-
cifes, com o mar escuro de um lado
e águas claras do outro. Ali há um
centrinho, pousadas bacanas e casas
de aluguel que valem a pena para
quem viaja em grupo.
Para explorar a ilha, o ideal é alu-
gar um carro (de US$ 50 a US$ 80).
Ou então focar apenas nos passeios
no mar, que custam cerca de US$ 80
e incluem almoço em motus (peque-
nas ilhas) e pit stops para mergulhos
com arraias e tubarões. Isso mesmo.
Na Polinésia há diversos tubarões
de recifes, que são mansinhos e pa-
recem posar para fotos. As arraias
vão além e vêm comer na mão os
peixinhos oferecidos pelos guias.
Para quem viaja entre agosto e
outubro há um plus: ver baleias.
Enormes jubartes migram da An-
WiUWLFDSDUDDVLOKDVGR3DFtÀFRQHVVD
época do ano e, de barco, é possível
VHDSUR[LPDUGHODV&RPsnorkel e
pé de pato dá para mergulhar e fo-
tografá-las a cerca de dois metros de
GLVWkQFLDQXPPRPHQWR~QLFRTXH
mistura medo e emoção. Tudo rola
com o maior respeito aos animais,
tanto que não é permitido bater as
pernas na água ou soltar gritinhos
entusiasmados. O silêncio deixa a
aventura ainda mais impactante.
-iTXDQGRDSDUHFHPRVJROÀQKRV
a história é outra. Saltitantes, eles
parecem gostar quando a galera vi-
bra. É um tal de “oooooh” para cá e
clique para lá que não é fácil se con-
centrar no movimento dos animais.

100 VIAJEMAIS
Em Moorea, quem dá show são
os tubarões, as arraias e as
baleias, que interagem
pacificamente com as pessoas
FOTOS: SHUTTERSTOCK

VIAJEMAIS 101
 Para conhecer Bora
Bora, a dica é se
hospedar na ilha
vizinha Tahaa, que
tem pousadas e
hotéis mais em conta
FOTOS: SHUTTERSTOCK

BORA BORA E TAHAA

Um passeio entre peixes e corais
Quase todos os brasileiros que
YmRj3ROLQpVLD)UDQFHVDSDVVDPDO-
gumas noites em Bora Bora. Pude-
ra: o lugar simboliza o que a região
tem de mais esplendoroso. O pico
de montanha verdejante é envolvi-
do por águas tão azuis que nem o
Photoshop conseguiria reproduzir.
É ali que estão os bangalôs overwa-
ter mais desejados. E também os
preços mais proibitivos.

102 VIAJEMAIS
 8PDERDDOWHUQDWLYDpÀFDUQD
vizinha Tahaa, que tem condições
JHRJUiÀFDVVHPHOKDQWHVHpDEUDoD-
da por uma cintilante lagoa azul que
não hesita em envolver também a
LOKDGH5DLDWHDRQGHÀFDRDHUR-
porto local e os altares de sacrifícios
mais sagrados das antigas tribos po-
linésias, tombados como Patrimônio
da Humanidade pela Unesco. Tahaa
WHPXPKRWHO5HODLV &KDWHDX[
(Le Tahaa) com bangalôs overwa-
ter e ótimas pousadas, com preços
mais acessíveis, como a Fare Pea Iti,
RQGHÀFDRPHOKRUUHVWDXUDQWHGD
ilha, ou a Le Perle de Tahaa, cujo
mérito é estar diante daquilo que o
GRQR5REHUWR'L0DVFLRFODVVLÀFD
como o melhor jardim de corais
da Polinésia.
E lá fui eu de caiaque conferir se
o italiano não tinha me enrolado.
Minha expectativa era baixa, mas,
assim que coloquei o snorkel e a ca-
beça na água, a tirei para fora num
susto. Um aquário perfeito revelou-
VHjPLQKDIUHQWH0HUJXOKHLGHQR-
vo e, estupefato, deixei a corrente
de água me levar em meio a corais
HSHL[HVFRORULGRV&RQWHLPDLVGH
VIAJEMAIS
15 espécies, de todas as cores, que
chegavam a me envolver. Tudo isso
de graça. É só mergulhar no rasi-
nho e pronto. De tão fascinado,
não queria ir embora, mas surgiu a
oportunidade de assistir ao pôr do
sol em um catamarã. Achei o preço
do tour salgado: US$ 90, apesar de
oferecer drinques e petiscos. Mas
quando o astro-rei começou a se pôr
entre Tahaa e Bora Bora, nem queria
saber mais de dinheiro. Deu von-
tade de morar naquele barco pelo
resto da vida, navegando pelas ilhas
da Polinésia.
103
 POLINÉSIA FRANCESA Oceania

Tikehau, a verdadeira
lagoa azul

FOTOS: SHUTTERSTOCK
TIKEHAU
AS PÉROLAS NEGRAS
T aiti, Moorea, Bora Bora e Tahaa
ÀFDPQRDUTXLSpODJRGD6RFLH-
dos maiores do mundo), Fakarava
(Patrimônio Mundial da Unesco
A lém do mar cintilante e dos banga-
lôs sobre as águas, a Polinésia tem
como símbolo as pérolas negras, que só
dade, mas vale a pena visitar ao
menos outro conjunto de ilhas po-
pela farta vida marinha) e Tikehau,
“a ilha dos 50 tons de azul”.
linésias durante uma viagem pela re- 'HYROWDjDXODGHJHRJUDÀDXP
podem ser encontradas por lá. A origem
das pérolas acontece quando um mate-
gião: Tuamotu. É ali, a uma hora de atol é uma espécie de anel formado
rial orgânico é inserido dentro das ostras, YRRGR7DLWLTXHÀFDPRVSULQFLSDLV por corais ao redor das ilhas. Do
que, para se protegerem, acabam dando atóis da região, como Rangiroa (um lado de fora está o mar azul-escu-
origem às joias. As principais lojas para
adquiri-las estão no Taiti, como a Robert
Wan, que também funciona como um
pequeno museu sobre a história da ex-
tração das pérolas na Polinésia.

DIVULGAÇÃO

104 VIAJEMAIS
 Nada é mais lindo que a
vista aérea dos atóis do
arquipélago de Tuamotu

DIVULGAÇÃO
ro. Dentro, águas represadas que mudar de vez, dormindo em rede
O QUE SE COME formam lagoas cristalinas. Visto do e pescando o próprio peixe. Não
alto, não há paisagem mais bonita consegui contar os tons de azul

A alimentação na Polinésia tem como

base o peixe, servido fresco e muitas
vezes cru, como no prato típico poisson
cru, que leva leite de coco. Atum e mahi
mahi são os pescados mais usados,
mas há outras opções e muitos frutos do
mar. Frutas exóticas também
fazem parte do menu,
como um abacaxi
superdoce; a
SHUTTERSTOCK
GRTXHXPDWROGR3DFtÀFR6XO,VVR
compensa o preço salgado da passa-
gem aérea para a ilha de Tikehau, já
que o voo acaba sendo uma atração.
Foi assim que desembarquei em
Tikehau, onde fui recebido por lo-
cais tocando ukulele e mulheres de
pele morena com tiarés nas orelhas
distribuindo colares de conchas. Co-
no passeio de barco, mas vi o su-
ÀFLHQWHSDUDPHHQFDQWDU2tour
pela lagoa dura o dia inteiro, custa
US$ 80 e inclui diversas paradas,
como a cênica Ilha dos Pássaros,
onde vivem quatro espécies de
aves que pouco se importam com
RVYLVLWDQWHV2JUDQGHPRPHQWRp
o mergulho com arraias manta, as

mo já tinha passado por Taiti, Moo- maiores do mundo.

pomme etoile,
rea, Bora Bora e Tahaa, entre outras A última parada é em uma ilhota
com formato
ilhas, não imaginei que poderia me deserta, onde é servido o almoço.
de estrela, e o
corossol, cujo
surpreender. Ledo engano. 2EDUFRÀFDDWUDFDGRSRUFHUFDGH
sabor lembra o Tikehau é mais um daqueles três horas, tempo suficiente para
da fruta do conde. lugares da Polinésia que faz vo- mergulhar, boiar, fazer fotos e, por
cê ter vontade de largar tudo e se que não, contar os tons de azul que
se multiplicam feito grãos de areia.
Aqui e ali, peixinhos aparecem em
A Ilha dos Pássaros,
parada do passeio de busca de alimentos, bem como pe-
barco em Tikehau quenos tubarões. Algumas meninas
europeias arriscam o topless.
Há quem vá caminhar, aprender
a abrir cocos ou nadar até o motu
(ilhota) em frente para se estender
na areia. Não lembro quanto tempo
ÀTXHLDOLTXLHWRVHQWDGRDSHQDVRE-
servando aquele lugar maravilhoso.
PAULO BASSO JR

A Polinésia Francesa não era mais

um sonho.

106 VIAJE MAIS

 PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM
INFORMAÇÕES GERAIS
Documentos exigidos para entrada
em Polinésia Francesa: Passaporte
com validade mínima de seis meses
Moeda: Franco polinésio
Cotação: R$ 1 vale 32 francos poli-
nésios (em dezembro de 2017)
Fuso horário: Sete horas a menos em
relação a Brasília
QUANDO IR
A temperatura permanece entre
24ºC e 30ºC o ano todo na Poliné-
sia Francesa, mas entre dezembro e
fevereiro chove bastante. De agosto a
outubro é possível ver baleias na re-
gião. A etapa do campeonato mundial
de surfe em Tehuapoo rola em agosto.
Evite viajar em junho e julho, quando é
férias no Hemisfério Norte e diversos
turistas chegam da Europa e dos Esta-
dos Unidos, inflacionando os preços.
COMO CHEGAR
A Aerolíneas Argentinas (www.aeroli-
neas.com.ar) tem voos para Papeete,
com escalas em Buenos Aires e Au-
ckland, na Nova Zelândia, a partir de
R$ 6.500, ida e volta. A Latam (www.
latam.com) cobra a partir de R$ 8.500
pelas passagens, com escalas em
Santiago e em Auckland. A American
Airlines (www.aa.com) também vai a
Papeete, com paradas em Nova York
e Los Angeles, a partir de R$ 7.750.
ONDE FICAR*
TAITI
Vanira Lodge – Tem chalés
grandes, que parecem casas de árvore.
Alguns contam com jacuzzi. O único
inconveniente é que a maioria dos fun-
cionários fala francês, mas não inglês.
Diárias desde US$ 180 sem refeições.
www.vaniralodge.com.
MOOREA
Moorea Beach Lodge – Pou-
Mais destinos estão em outras edições
da Viaje Mais. Compre direto
na Editora Europa, o frete é grátis
108
sada simples bem localizada e com
ambientes charmosos. Sai desde US$
190, sem refeições. www.mooreabea
chlodge.com.
TAHAA
Le Perle de Tahha – Os chalés
de madeira são bonitos e espaçosos,
mas o ar-condicionado faz falta. Custa
a partir de US$ 240. Quem quiser in-
cluir meia-pensão tem que desembol-
sar mais US$ 68. www.perledetahaa.
com.
Fare Pea Iti – Pousada de
charme com seis bangalôs a preços
que partem de US$ 300, sem refei-
ções. Em algumas épocas do ano é
possível ver baleias e golfinhos a partir
da praia privativa. www.farepeaiti.pf.
TIKEHAU
Ninamu – Tem oito bangalôs
amplos com vista para o mar e uma
hospedagem acolhedora do ex-surfista
profissional Chris O’Callaghan. As diá-
rias custam desde US$ 370 por pes-
soa, mas incluem refeições, transfer
desde o aeroporto e todos os passeios
em Tikehau.www.motuninamu.com.
CASAS DE ALUGUEL
Para quem viaja em grupo, uma
VIAJE MAIS
boa dica é alugar uma casa com a Tahi-
ti Homes (www.tahiti-homes.com).
Eles contam com opções luxuosas,
com três ou mais quartos, em Moorea
e no Taiti. Por US$ 1.800, por exemplo,
é possível reservar duas noites em uma
residência em Moorea que comporta
confortavelmente nove pessoas, com
estrutura luxuosa, cozinha completa e
bangalôs pé na areia. Sai US$ 100 por
dia para cada um.
ONDE COMER
TAITI
Blue Banana – Com uma bela
vista para o mar, serve peixes, vieiras,
camarões e risotos. Os preços variam
de 20 a 30 euros.
Snack Tavania – Frequentado
por locais e surfistas, faz excelentes
atuns e outros pratos que custam de
15 a 20 euros. De sobremesa, peça o
creme inglês com chantilly para sabo-
rear a típica baunilha polinésia.
MOOREA
Moorea Beach Cafe – Pa-
trocinado pela Veuve Clicquot, fica à
beira-mar e tem ambiente descolado.
Os frutos do mar se destacam, mas
também há pizzas no cardápio.
TAHAA
Fare Pea Iti – O restaurante
desta pousada de charme fica ao lado
da piscina. Os peixes são saborosos e
servidos com boa apresentação.
TIKEHAU
Ninamu – O chef francês Jean
Françoie adota cozinha espontânea e
adora conversar sobre suas técnicas
com os hóspedes. A especialidade são
os peixes e frutos do mar.
COMO CIRCULAR
As ilhas que compõem a Po-
linésia se espalham por uma área de
mar gigantesca. Assim, é possível
tanto circular de barco entre as ilhas
próximas, como Taiti e Moorea, como
vencer distâncias maiores de avião,
caso dos trajetos entre Moorea e Bora
Bora, cujo voo dura cerca de 50 minu-
tos, e de Bora Bora a Raiatea, que leva
em torno de 20 minutos. Operando em
46 ilhas locais, a Air Tahiti (www.air-
tahiti.com) oferece voos entre Moorea
e Bora Bora por US$ 465.
*Preço para duas pessoas em acomodação dupla
 TORRES DEL PAINE Chile

A base das torres, os três

picos de granito que dão
nome ao parque nacional

112 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
Torres
DelPaine
Aventura com luxo POR N AT Á L I A M A N C Z YK

A
cordar cedo e com o despertador não combina
com férias. Mas no Parque Nacional Torres del Paine
você não vai querer perder um amanhecer. Aconteceu co-
migo. Eu programava o alarme para tocar ainda de madrugada só
para contemplar de novo o momento que eu sabia que viria: subir
as persianas e assistir ao sol iluminar aos poucos, com o tom rosa-
claro, as montanhas de granito nevadas.
Eu estava em uma das regiões mais inóspitas do mundo e ideal
para o trekking, mas isso não quer dizer que ela seja dedicada só a
trekkers e mochileiros. Assistia a esse espetáculo de uma janelona
diante da cama, no conforto de um hotel cinco estrelas. Ali, fosse da
piscina ou das estilosas poltronas do hall, eu avistava as montanhas
nevadas todo o tempo através das paredes, todas elas envidraçadas.

VIAJEMAIS 113
 TORRES DEL PAINE

EXPLORAÇÃO COM LUXO

Os lagos de um azul-turquesa
absurdo, os montes pintados de
branco, os paredões de geleiras
e os bosques continuam naquela
região do mesmo jeito de quando
chegaram Fernão de Magalhães, lá
no século 15, e Charles Darwin,
no século 19. Nesses tempos, eles
eram dois malucos que ousaram
descobrir os rincões da América
do Sul. Agora, só o que mudou
foi a forma de conhecer essa vas-
tidão toda.
Os dois exploradores não eram
recebidos com tábua de queijos,
parma, azeitonas e alcachofras ao
ÀPGHFDGDWULOKD7DPEpPQmR
ganhavam long necks de cervejas
patagônicas para abri-las de fren-
WHSDUDODJRVHJODFLDUHVHQRÀP
do dia não tinham direito a mas-
sagem em jacuzzis olhando para
os picos rochosos. Essas eram só
algumas das mordomias do hotel
em que me hospedei, o Tierra Pa-
tagonia. A maioria dos hotéis está
em Puerto Natales, a 112 km da
entrada. Já dentro do parque, há
quatro hospedagens privilegiadas:
os elegantes Las Torres e Explora;
a icônica Hosteria Pehoé, primeiro
hotel da região e que enfeita uma
ilhota no meio do lago; e os cha-
lés sustentáveis de teto redondo
do Ecocamp Patagonia. O Tierra
Patagonia está nos limites do par-
que, mas isso não muda em na-
da o conforto e as distâncias para
as atrações.
No Tierra, os hóspedes pagam
US$ 2.300 para três noites, mas
têm direito às três refeições, be-
bidas, drinques à vontade (leia-se
pisco sour, gin com frutas, marga-

114 VIAJEMAIS
 NATÁLIA MANCZYK
O mirante Nordenskjöld
é um dos pontos mais
bonitos de Torres del Paine

VIAJEMAIS 115
 TORRES DEL PAINE Chile
DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

A estrutura
de madeira
e as paredes
envidraçadas até
na piscina são a
marca do Tierra
Patagonia

ritas, vinhos chilenos…) e todos
os passeios, que são tão variados
quanto o tamanho do parque na-
cional, de 2.420 km2. Podem ser
desde rotas de carro com paradas
em mirantes até cavalgadas, caia-
que e trilhas que vão de 1 km a
18 km. Fica ao gosto do freguês.
No check-in, um guia recebe o tu-
rista, mostra um mapa que enfeita
a parede, abre mais mapas em uma
PHVDHQWHQGHRQtYHOGHGLÀFXOGD-
de a ser enfrentado pelo visitante
e propõe a agenda de passeios. A
partir daí, não é preciso se preo-
cupar com nada mais.
ESTADOS DA ÁGUA NA PATAGÔNIA
Independentemente do seu
passeio, você sempre vai avistar a
estrela de Torres del Paine: o Ma-
ciço Paine, uma colossal formação
rochosa nevada de idade avança-
da: tem 12,5 milhões de anos e
viu inclusive se desenvolverem os
primeiros seres humanos. Dessa
testemunha dos tempos remotos,
despontam três picos de granito – o
conjunto Las Torres – que batizam
a região e servem de pano de fundo
para quase todos os pontos do par-
que. “Olha lá as torres” é uma das
frases mais ouvidas por quem faz
as excursões. A outra é um “Ai, que
vento”, já que as rajadas fortes e
geladíssimas que vêm diretamente
do glaciar tornam obrigatório um
bom casaco corta-vento, mesmo
no verão.
Comecei meu desbravamen-
to da Patagônia levada de van à
Laguna Amarga, com suas águas
verde-esmeralda; à cascata Paine e
à Laguna Azul, de nome autoexpli-
cativo. As três mostraram-me ime-
diatamente que dentro do parque
nacional a água ganha forma ora de
geleiras, ora de lagoas e cascatas, e
todos os tons possíveis entre o azul

116 VIAJEMAIS
 FOTOS: NATÁLIA MANCZYK
No fim do dia, os
hóspedes do Tierra
podem relaxar nesta
jacuzzi ou no delicioso
hall (abaixo)

VIAJEMAIS 117
 A cachoeira Salto Grande, com suas
águas azuis, é coisa rara na natureza:
por isso é um dos points de turistas
e o verde. Diante da Laguna Azul,
com suas ondas à frente das mon-
tanhas nevadas, Patrick, meu guia,
deu-me uma difícil decisão. Sacou
da van chocolate quente, cerveja,
tábuas de frios e de brownies e bo-
los e perguntou-me: “você prefere
comer na van abrigada do vento ou
aqui fora olhando para a lagoa?”
São só essas as decisões a serem
tomadas quando se visita Torres
del Paine com mordomia.
118
DESTAQUES DE TORRES DEL PAINE
No dia seguinte, foi tarefa ár-
dua deixar para trás o bufê de café
da manhã servido com vista para o
Lago Sarmiento e o Maciço Paine.
Além de uma seleção de pães, frios
e cereais, havia ali itens chilenos,
como os sucos das frutas pomelo
e chirimoya e oito potes de geleia,
como a de ruibarbo e a de calafate,
uma das poucas frutas da região
já que o frio não contribui para a
VIAJEMAIS
agricultura. Despedir-me do café
da manhã, entretanto, tinha um
bom motivo: era dia de fazer um
passeio pelos destaques de Torres
del Paine.
É o tour que menos exige es-
forço físico, já que uma van deixa
o pessoal nos mais lindos mirantes
do parque. Os sobe-e-desce por
estradas são sempre cercados por
lagos e montanhas nevadas, além
dos animais da Patagônia. Passeiam
 SHUTTERSTOCK

As estradas
por ali milhares de ovelhas, sim- pelo Parque
páticos guanacos (uma espécie de Nacional de
lhama selvagem) e os ñandus, um Torres del
Paine são
parente das emas. Já o puma fe- assim, sempre
lizmente não o encontrei – apenas cênicas
alguns rastros deixados por ele.
Depois de tantas curvas cênicas,
ainda consegue ser impactante a
chegada em um dos mais belos mi-
rantes: o Nordenskjöld Lookout,
DIVULGAÇÃO

que deixa cara a cara com o Maciço

Paine. Tem potencial para ser im-

VIAJEMAIS 119
 batível, mas aí vem mais um cená-
rio impressionante: uma cascata de
águas azul-royal, a Salto Grande,
artigo raro na natureza. Point de
Torres del Paine, é ali o zunzun-
zum dos turistas, os celulares em
punhos e as poses por todo lado.
$ÀQDORSRQWRFRQFHQWUDWDQWRR
pessoal que está hospedado nos
hotéis quanto os trekkers que ini-
ciam a dez minutos dali o Circuito
120
W, trilha de 71 km (feita em qua-
tro dias) que é a mais conhecida
de Torres del Paine (veja box na
pág. 94).
A originalidade daquelas terras
remotas não para. Depois da Salto
Grande, a parada foi em mais um
ponto onde a vontade era passar o
dia todo: uma praiona que deveria
ter uns 100 metros de areia até
a água. Sentei naquele terreno, o
sol brilhava e a cerveja chamava,
VIAJEMAIS
tudo normal. Mas à minha frente,
em vez do mar, o que surgia era
um lago formado pelas águas ge-
ladas do gigantesco Glaciar Grey,
que enfeitava o horizonte. Entre
as marolas dessa pretensa praia,
boiavam imensos blocos de gelo
recém-desprendidos, com idade de
alguns milhares de anos. Quando
o vento trouxe um desses blocos
mais próximo da beirada do lago,
me aventurei: coloquei a mão por
alguns segundos na água a quase
 SHUTTERSTOCK
NATÁLIA MANCZYK
O Glaciar Grey
pode ser alcançado
de barco ou só
contemplado de uma
“praia” em frente

VIAJEMAIS 121
 TORRES DEL PAINE Chile

SHUTTERSTOCK
Os animais que você provavelmente
vai ver: ovelhas, cavalos, guanacos
(acima, à dir.) e condors

0 ºC e levantei aquele pedaço de

gelo apenas para sentir a vibração
de ter nas mãos um fragmento tão
antigo do planeta.
Para chegar ainda mais próxi-
mo do glaciar de 19 km de exten-
são, existe um jeito. É só subir a
bordo do barco Grey III, que na-
vega pelo lago, e em um passeio de
três horas (por 75 mil pesos ida e

volta, ou cerca de US$ 114) leva até
a beirada do glaciar. O trajeto é en-
tre icebergsD]XLVTXHÁXWXDPSHOD
água e o silêncio é grande como
mandam aquelas terras remotas.
Vez ou outra, ele é interrompido
por estrondos generosos graças aos
blocos de gelo que resolvem des-
prender-se do glaciar. É aí que os
passageiros têm a chance de ver ao
vivo a natureza se transformando.
ENFIM, AS TORRES DEL PAINE
O circuito em van já vale toda
a viagem, mas não faz perder as
calorias dos excelentes jantares no
7LHUUDTXHLQFOXHPSUDWRVVRÀVWL-
cados como risoto de caranguejo,
ceviche de camarão, strudel de ra-
WDWRXLOOHHÀOpGHJXDQDFRHQYRO-
to em jamón serrano. Assim, para
quem gosta de caminhar (e para
aqueles que não querem voltar pa-
ra casa com sobrepeso), a excursão
mais esperada é a trilha até a base
das Torres, um trekking de 18 km,
percorridos em oito horas contan-
do a ida e volta.
Os passos são em uma área pla-
na às margens do Rio Ascencio e
depois exigem 5 km de caminha-
da por uma trilha íngreme entre
pedregulhos empilhados e com
o vento gelado que faz colocar
as mãos no rosto na tentativa de
EDUUiOR1mRpIiFLOPDVHQÀP
avistar aqueles monumentais picos
de granito despontarem à frente
FOTOS: DIVULGAÇÃO
do lago verde-esmeralda faz todo
o esforço valer a pena.
Olhei para aquelas formações,
que alcançam os três mil metros de
altura, e imaginei o visual do alto
daquela montanha. Não é aventura
para qualquer um. Nestes 12,5 mi-
lhões de anos, apenas duas expedi-
ções conseguiram alcançar o topo
das formações. Melhor mesmo se
contentar com o esforço até a base.
PELO PARQUE A CAVALO
A paisagem de Torres del Paine
é marcada não só pelos glaciares,
lagos e pelo Maciço Paine. Os pam-
pas, campos verdes, são também

122 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
Chegar à base das
torres exige uma
caminhada de pelo
menos oito horas,
mas o esforço
compensa

VIAJEMAIS 123
 TORRES DEL PAINE Chile
CIRCUITOS DE TREKKING PARA EXPERTS
O Parque Nacional Torres del Paine é
dos melhores lugares para trekking.
O circuito mais popular é o W, de
71 km, que vai do Glaciar Grey até a base
DIVULGAÇAO
124
das Torres, passando pelo Vale Francês. É
feito em quatro ou cinco dias e, por isso,
ao longo do caminho há vários refúgios
de montanha para o pessoal tomar um
banho quente, comer e dormir em quar-
tos coletivos.
As operadoras chilenas Fantástico
Sur (www.fantasticosur.com) e Vertice
(www.verticepatagoniatours.com) têm
redes próprias de alojamentos. O pacote
express do Circuito W, com três noites em
refúgios, guia, refeições e traslados, custa
US$ 870 com a Fantastico Sur e US$ 795
com a Vertice.
Para quem é do trekking nivel hard, a
opção é o Circuito O (105 km, sete a 11
dias), que dá a volta completa pela Cor-
dilheira Paine. Nesse caso, nos trechos
remotos não há alojamentos: só acampa-
mentos. O pacote de sete noites com a
Vertice sai desde US$ 1.450 por pessoa.
VIAJE MAIS
A expedição
fotográfica
mistura turismo
com curso de
fotografia
FOTOS: NATÁLIA MANCZYK
O passeio de cavalo na Hosteria Mirador del
Paine é guiado pelo gaucho Ruben: hóspedes
do Tierra ganham cerveja ao fim
um belo emblema da região. Lem-
bra o cenário aqui do sul do Brasil –
inclusive por conta dos moradores,
os gauchos, vestidos a caráter com
suas bombachas e lenços verme-
lhos no pescoço – mas com uma
baita diferença: ali, as montanhas
nevadas pontilham o horizonte.
Não tem como dissociar os pampas
dos cavalos, e coisa típica então
é circular por esse panorama em
uma cavalgada.
A minha foi na Hosteria Mi-
rador del Paine, uma fazenda que
conseguiu concentrar em 130 km2
as mais variadas paisagens de Tor-
res del Paine: estão por lá bosques,
a vista do Maciço Paine e os lagos
verde-turquesa Sarmiento e Toro.
Emoldurada por essa beleza toda ca-
valguei por duas horas e, extasiada
 TORRES DEL PAINE Chile
Atrações da trilha Paso de Agostini:
um dos muitos lagos cercados por
montanhas e o belo bosque do trajeto
126
que estava em olhar as Torres del
Paine, acabei, literalmente, esque-
cendo do cavalo e soltando as rédeas.
Bom que os 60 cavalos mansinhos
que têm a sorte de morar na estan-
cia estão acostumados com turistas
desajeitados como eu. Vivem livres
pelo campo, fora dos estábulos, e
são treinados para lidar com todos
os níveis de visitantes: levam tanto
quem nunca andou a cavalo quanto
os que adoram sair por aí galopando.
TEM AINDA MAIS TRILHAS
Na Hosteria Mirador del Paine
começa também mais uma trilha pa-
ra quem gosta de caminhada, o Paso
de Agostini. Não é light em exten-
são: são 11 km de caminhada, mas
passando por paisagens tão arreba-
tadoras que, pode acreditar, nem se
sente a distância. Depois de atraves-
sar um bosque fenomenal de tron-
cos caídos, deparar-me com lagoas
VIAJEMAIS
FOTOS: NATÁLIA MANCZYK
cercadas pelas montanhas brancas
e afundar o pé em riachos, cheguei
ao esperado mirante que descorti-
na o Rio Paine e o Lago del Toro,
azulzinhos, até onde a vista alcança.
Com a ajuda de bastões e ener-
gizada do piquenique com sandu-
íche de salmão, nuts e brownies,
enfrentei uma descida pela escarpa
da montanha. Não é difícil, mas pa-
ra quem tem um certo desconforto
com altura é melhor não olhar para
baixo. Já os outros avistam a van do
Tierra estacionada lá embaixo, na
beira do lago, dando uma baita força
SDUDWHUPLQDUDWULOKD$ÀQDOGHVVD
vez, eu já sabia. Patrick, de novo, me
esperava com tábua de queijos, par-
ma, cervejas e várias opções de barras
de chocolate. São os privilégios de
quem explora Torres del Paine com
aventura, pero no mucho.
A repórter viajou com o apoio da Travel
Ace Assistance
 PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM
INFORMAÇÕES GERAIS
Documentos exigidos para entra-
da no Chile: o Chile não exige visto
para brasileiros. Basta o passaporte ou
o RG.
Idioma: espanhol
Moeda: peso chileno
Cotação: R$ 1 vale 190 pesos chile-
nos (cotação em dezembro de 2017)
Fuso horário: uma hora a menos
que Brasília, considerando o horário
de verão no Brasil.
QUANDO IR
A alta temporada é no verão, de
novembro a janeiro, quando a tempera-
tura é agradável e a luz do dia dura até
as 22h, aumentando as possibilidades
de atividades outdoor. No entanto, esse
é o período que mais venta e é quando
o parque está mais cheio. Por isso, a
melhor época é em março e abril. Fuja
do inverno. Faz muito frio, chove e os
dias são curtos e cinzentos. Por causa
da neve, os circuitos de trekking W e
O podem ser fechados.
COMO CHEGAR
Se fosse fácil chegar, Torres
del Paine não seria tão bonito. São
cerca de 16 horas de viagem, so-
mando o tempo dos voos e a espera
na conexão. Uma opção é voar para
Puerto Natales, a cidade mais próxi-
ma do parque nacional, a 112 km da
entrada. A Latam (www.latam.com)
opera voos para Puerto Natales durante
a alta temporada, até fevereiro, a partir
de R$ 4.500, com conexão rápida em
128
Santiago, ou a partir de R$ 3.200, com
pernoite em Santiago e conexão em
Punta Arenas. Os preços costumam
ser mais baixos para quem voa para
Punta Arenas, a 360 km do parque,
e de lá pega um transfer ao hotel.
Com a Latam, a viagem sai a partir de
R$ 1.128, com conexão em Santiago.
ONDE FICAR*
Tierra Patagonia – O hotel nas
margens do Lago Sarmiento tem uma
arquitetura surpreendente: horizontal,
de madeira, completamente integra-
do à paisagem. Os hóspedes têm vista
para a água e para o Maciço Paine de
qualquer um dos 40 quartos. Tem spa,
piscina aquecida e jacuzzi. O pacote
sai a partir de US$ 2.300 por pessoa,
VIAJEMAIS
para três noites, com tudo incluído:
passeios, refeições, bebidas alcoóli-
cas e não alcóolicas e transfer entre o
hotel e os aeroportos de Punta Arenas e
Puerto Natales. www.tierrahotels.com.
Hotel Las Torres – Os quartos
têm uma vista incrível para as torres
e a gastronomia é de alto padrão. A
hospedagem inclui traslados, pensão
completa e passeios. Os hóspedes
podem também desfrutar do spa e do
bar. Diária desde US$ 200 por pessoa.
www.lastorres.com.
Hotel Rio Serrano – Não está
dentro dos limites do parque, mas é
mais próximo do que os hotéis de
Puerto Natales. Conta com vista para
o Maciço Paine e refeições incluídas,
já os passeios são à parte. A partir de
US$ 260. www.hotelrioserrano.cl.
Hosteria Pehoé – O primeiro
hotel de Torres del Paine é icônico:
ocupa as margens do Lago Pehoé, à
frente do Maciço Paine. Conta com um
restaurante com uma bela vista que
pode ser aproveitada também por não
hóspedes. Diárias desde US$ 155.
www.hosteriapehoe.cl.
Hotel Lago Grey – Embora
tenha 60 quartos, o clima é de pou-
sada elegante. Fica na margem do
Lago Grey, ao lado do cais de onde
partem os barcos para o passeio ao
Glaciar Grey. A diária custa US$ 150
por pessoa. www.lagogrey.com.
SHUTTERSTOCK
*Preço para duas pessoas em acomodação dupla
 CAMBOJA Ásia

Camboja
um
tesouro notável
Descubra Angkor, a cidade antiga onde despontam ruínas
de mil templos e o maior monumento religioso do mundo

POR N ATÁL I A M A N C Z YK

C onhecer o Camboja e suas ruínas de templos monumen-

tais é comparável a poucos lugares do mundo. Provoca
um encantamento apenas como Machu Picchu, Petra e as
SLUkPLGHVGR(JLWR$ÀQDO$QJNRUDDQWLJDFDSLWDOpRPDLV
importante sítio arqueológico de todo o Sudeste Asiático.

132 VIAJE MAIS

 SHUTTERSTOCK

Em Angkor, mil
templos erguidos
do século 9 ao
14 brotam do
meio da floresta

VIAJE MAIS 133

 Monges também
visitam o Angkor Wat,
o maior monumento
religioso do mundo

134 VIAJE MAIS

 SHUTTERSTOCK
'RPHLRGHXPDÁRUHVWDEURWDP
mil ruínas de templos erguidos desde
os anos 800 até meados de 1300.
Uns conservam a pintura daqueles
tempos, outros são lotados de dese-
nhos em baixo-relevo, mais alguns
mantêm intactas as grandes escultu-
ras de deuses e de imperadores feitas
mil anos atrás e outros foram sendo
engolidos pela natureza e abraçados
SRUUDt]HVGHÀJXHLUDV
Os monumentos irrompem no
norte do país, próximo de Siem
Reap, a cidade usada como base e
onde a noite vai longe por conta dos
tantos cafés, mercados, bares, res-
taurantes e baladas, tudo lotado de
gringos. A região é rota dos turistas
que viajam pelo Sudeste Asiático, es-
pecialmente os vindos da Tailândia.
O motivo é simples: são só 55 mi-
nutos de voo da cosmopolita Bang-
NRND6LHP5HDSRDFHVVRDHVVD
grandiosa obra humana.

PASSADO ILUSTRE
O Camboja vive de seu glorioso
passado, quando ocupava territórios
que hoje correspondem a Camboja,
Laos, Tailândia e sul do Vietnã, e
WLQKD$QJNRUFRPRDFDSLWDO7DQ-
to que ícones como a bandeira e as
notas de riel são estampados com
ÀJXUDVGRVPRQXPHQWRVGH$QJNRU
Talvez seja para escancarar que a
grande atração do país é mesmo vi-
sitar os antigos templos, cercados
por sistemas de canais e até arrozais.
Eles são tão numerosos que de-
mandam pelo menos dois dias intei-
ros. Além disso, estão tão espalhados
²HPXPDiUHDYHUGHGHNP2 –
que não existe jeito de ir entre um
e outro a pé. Há quem pegue uma
ELNHem Siem Reap para explorar
a área. Mas o jeito mais comum, e

VIAJE MAIS 135

 mais gostoso, é a bordo de um tuc- se preocupar. Os tiranos do regime tas de uniforme e tranças no cabelo
tuc, os triciclos asiáticos.
O preço é praticamente tabe-
lado: US$ 18 (por tuc-tuc) para o
circuito maior, feito em um dia, e
US$ 15 para o circuito menor, que
pode ser percorrido no segundo dia.
Como tudo nesse pedaço da Ásia, o
valor é justo: os turistas têm direito a
um dia todo de passeio, explicações
do motorista, e podem ter a sorte de
ser mimados com lencinhos umede-
cidos para se refrescar do calorão.
O caminho de 40 minutos de
6LHP5HDSD$QJNRUpFRPVHJX-
rança, mesmo que você vá ou volte
de noite. Hoje, o Camboja é um país
com economia pobre, mas em ques-
tão de violência não há com o que
136
.KPHU9HUPHOKRÀFD-
ram apenas na história e na memória
do povo. Converse com um garçom,
um recepcionista do hotel ou um
motorista de tuc-tuc, e todos terão
um causo familiar sobre o longínquo
tempo da ditadura para contar.
$RORQJRGRWUDMHWRDWp$QJNRU
além dos muitos tuc-tucs carregan-
do os turistas, cruzam as estradas
de terra homens puxando o gado,
macacos selvagens saltitantes, motos
que levam pilhas com quilos e mais
quilos de legumes na garupa e garo-
VIAJE MAIS
dirigindo suas bicicletas, o principal
meio de transporte dos cambojanos.
ANGKORWAT : OTEMPLO DOSTEMPLOS
O templo mais instigante de todo
o Camboja, e entre os mais curiosos
GRPXQGRp$QJNRU:DW7HPXP
título que não é para qualquer um:
é o maior monumento religioso do
mundo. Erguido no século 12, é o
único templo do país que está vira-
 SHUTTERSTOCK
do para o sol poente, simbolizando A marcante
fachada do
a morte. Por isso, todas as manhãs, Angkor Wat
antes de o sol raiar, uma multidão e o painel de
falando todos os idiomas possíveis 600 metros
com figuras em
SHJDXPOXJDUGLDQWHGR$QJNRU
baixo-relevo
:DWSDUDDVVLVWLUDRVROVXUJLUORJR
DWUiVGDVFLQFRPDJQtÀFDVWRUUHVGD
construção. O pessoal se concentra
especialmente ao redor de um lago
que serve como um sereno espe-

NATÁLIA MANCZYK
lho. Só não espere facilidade para
encontrar um lugar para o espetá-
culo. Você não terá sido o único que
acordou às 3h30 da manhã para isso.
A multidão de japoneses e de co-
reanos também.
Depois de ver o sol do Oriente

VIAJE MAIS 137

 Uma das entradas para a cidade
murada de Angkor Thom, do século 12
pintar de laranja a estrutura de pedra
GH$QJNRU:DWTXDVHFRPRXPD
peregrinação todos seguem caminho
para a entrada. Aí, desligue a câmera
e preste atenção nos detalhes. No
primeiro corredor do templo, um
painel de 600 metros mostra lado a
ODGRÀJXUDVHPEDL[RUHOHYRFRP-
pletamente conservadas de deuses,
monarcas, brigas de soldados e festas
animadas, em desenhos tão artísticos
quanto os gravados no Taj Mahal.
138
Além disso, corredores simétricos,
portas falsas e colunas completa-
mente esculpidas são os elementos
que poderiam render dias de obser-
vação. Mas há mais templos para
serem explorados.
ROSTOS POR TODO LADO
6H$QJNRU:DWpRWHPSORQ~PH-
ro 1, disputam a segunda colocação
R$QJNRU7KRPR%D\RQHR7D
Phrom. O primeiro é extravagância
VIAJE MAIS
SXUDGRUHL-D\DYDUPDQ9,,TXHJR-
vernou de 1181 a 1219. Ele foi con-
siderado o rei dos reis, já que foi nessa
pSRFDTXHRJRYHUQRNKPHUDEUDQ-
gia a Tailândia, Laos e Vietnã. Para
honrar a história, esse todo-podero-
so construiu a cidade murada de An-
JNRU7KRPTXHIRLDVHGHGR,PSp
rio Khmer.
Só os portais de acesso já são fe-
nomenais, com blocos altíssimos de
pedra totalmente talhados. Quando
 Guardiões esculpidos
estiver caminhando em direção à en- em pedra feitos há
trada, você será observado pelo seu 900 anos ainda vigiam
ODGRGLUHLWRHHVTXHUGRSRUÀOHLUDV a entrada de
Angkor Thom
de míticos guardiões gigantes escul-
pidos em pedra. Alguns têm olhos,
nariz e boca tão conservados que
parecem ter sido feitos há 90 anos
– e não há 900 anos.
Contudo, faces impressionantes
FOTOS: SHUTTERSTOCK

mesmo ( e hipnotizantes) dominam

outro templo, no coração da cidade
murada: o Bayon, onde o rei de-

VIAJEMAIS 139
 CAMBOJA Ásia
A expedição
fotográfica
mistura turismo
com curso de
fotografia

No templo Bayon (ao lado

e acima), 216 rostos do rei
Jayavarman VII olham os turistas

monstrou toda a sua megalomania

e seu ego inflado. Em cada uma
das 54 torres do templo, estão es-
culpidos em todos os quatro lados

SHUTTERSTOCK
o rosto monumental do rei. Para
você não ter de fazer contas, lá vai:
216 rostos, literalmente por todos
os lados, vigiam os visitantes, sem-
VILA FLUTUANTE: O CAMBOJA ATUAL pre com o semblante de um sarcás-
tico supervisor.

A s crianças que vivem no Lago Tonlé

chegam à escola de barco. Elas mo-
ram em casas flutuantes e frequentam uma
escola flutuante. Os mais velhos jogam
basquete em uma quadra e vão a uma
igreja, tudo sobre as águas. É assim a vida
na vila flutuante, que pode ser conhecida
pelos turistas que queiram dar um tempo
na visita aos templos.
As casas boiam na água escura
do lago, que, ao se conectarem ao Rio
Mekong, seguem até o Laos, Vietnã, Tai-
lândia e China. É o endereço de 170 vilas,
de gente que construiu moradias flutuan-
tes como forma de driblar a época das
FOTOS: NATÁLIA MANCZIK
chuvas, quando o nível da água chega a
subir 7 metros.
Garotos da comunidade levam os turistas
para um passeio de barco de quatro horas
pelo lago, apresentando a rotina dos vizinhos.
Como qualquer criança do mundo, as da vila
flutuante adoram mostrar as habilidades na
leitura ou nas piruetas no intervalo das aulas.
Na fazenda flutuante de criação de crocodilos,
mulheres vendem artesanato e oferecem a
carne do animal para os viajantes mais cora-
josos. Além do passeio de barco, o tour inclui
a ida e a volta em tuc-tuc entre o lago e o
hotel em Siem Reap, um trajeto de apenas
5 km até esse outro modo de vida.
A MÃO DA NATUREZA E DO HOMEM
Parte do fascínio dos templos de
Angkor vem de eles brotarem do
PHLRGDÁRUHVWDHRPDLRUH[HPSOR
dessa junção da mão humana com a
mão da natureza está no Ta Prohm,
um antigo mosteiro. Como manda o
correr do tempo, as ruínas de pedra
foram sendo engolidas pela selva e
hoje estão abraçadas por troncos de
ÀJXHLUDV*URVVDVUDt]HVGHVSHQFDP
ao longo de muros, e árvores que
chegam a 25 metros crescem sobre
o mosteiro, mostrando que com o
passar dos anos a natureza tomou de
volta o verde que o homem destruiu.

No Ta Prohm, retirar uma raiz

poderia desmoronar o templo, as-
sim como retirar uma pedra poderia
destruir árvores seculares. Por isso,
IRLGHL[DGRGHVVDIRUPDGDQGRDRV
visitantes uma noção do estado dos
outros templos quando foram en-
contrados pelos europeus no século
19. A atmosfera surreal fez com que
o Ta Prohm fosse escolhido para ser
FHQiULRGRÀOPHTomb Raider, lan-

140 VIAJEMAIS
 CAMBOJA Ásia
No antigo Mosteiro Ta Prohm, raízes abraçaram as pedras e árvores cresceram sobre a construção; abaixo, uma das formas de passear em Angkor
çado em 2001. Desde então, não
tem quem não queira seguir os pas-
sos da bela Angelina Jolie naquele
santuário de simbioses.
SIEM REAP : O PONTO DE ENCONTRO
Depois de um dia típico em Ang-
kor, resumido a subir e descer es-
cadarias, entrar e sair de tuc-tucs e
circular entre pedras de centenas de
anos, os turistas voltam para Siem
Reap, cidade que vai se agitando
conforme a noite vai caindo. Na área
da Pub Street, pode ser segunda ou
sábado, a animação é a mesma. A
música techno – a mesma que você
escuta nas rádios do Brasil – vem es-
pecialmente dos bares Temple Club
e Angkor What?. Quem não é da ba-
SHUTTERSTOCK
lada, entretanto, também lota a Pub
Street à noite, já que até as 23h as
142 VIAJEMAIS
NATÁLIA MANCZYK
barraquinhas do Night Market ven-
dem esculturas de budas, pulseiras,
calças confortáveis, bolsas, carteiras
e camisetas a preços que costumam
girar em torno dos US$ 5.
Tanto quanto o artesanato, em
questão de restaurantes, Siem Reap
é uma fartura de opções. Um dos
melhores é o Haven, onde os gar-
çons são jovens vindos de orfanatos
e treinados ali para ingressarem no
mercado de trabalho. Eles servem
os deliciosos pratos típicos lok lak
(tiras de bife ou frango, sob um ovo
frito com molho de pimenta e ar-
roz) e amok (peixe, frango ou tofu
ao molho de tamarindo, servido em
uma folha de Noni com curry com
coco e arroz). Diferentemente da
Tailândia, eles não levam tanta pi-
menta nem frituras, agradando até
 CAMBOJA Ásia
SHUTTERSTOCK
Pratos típicos: o
amok (à esq.) e o
doce de arroz
A CAPITAL DE HOJE EM DIA
P hnom Penh, a capital, é tudo o que
Siem Reap não é: tem 1,5 milhão de
habitantes, arranha-céus e um trânsito
com motos, buzina e gente para todo
lado. Não são tantas atrações, mas vale
a pena conhecer o templo Wat Phnom,
construído no alto de uma colina; o Palá-
cio Real, com seus marcantes telhados
dourados; e o espetacular Museu Nacio-
nal. A pomposa estrutura em terracota é
endereço de 5 mil artefatos do Império
Khmer, como uma imensa estátua de
Vishnu encontrada perto do Angkor Wat,
estatuetas de Shiva do século 9 e cerâ-
micas desse tempo usadas em Angkor.
Conhecer os objetos que faziam parte
de Angkor é um excelente complemento
para a viagem.
144
SHUTTERSTOCK
Atrações de Siem Reap: a Pub
Street, a rua do agito; as casas de
massagem e o restaurante Viva!,
de comida mexicana e khmer
o pessoal de paladar infantil. O
Haven é um dos restaurantes mais
caros e disputados. Exige reserva,
mas não exige um planejamento
ÀQDQFHLURRSUHoRGRVSUDWRVpGH
US$ 6,50. Outras recomendações
são o Khmer Kitchen e o Viva!,
que embora seja um restauran-
te mexicano em pleno Camboja
serve pratos fartos de comida kh-
mer e é ponto de encontro para
uma cerveja local, a Angkor ou
a Cambodia.
Quando estiver batendo per-
na pelos arredores da Pub Street,
você vai ver as casas de massa-
gem – onde uma hora costuma
sair em torno de US$ 5 com di-
reito a colchões, roupa especial
e até chá – e as agências ofere-
cendo tours, como o de dança
típica com jantar por cerca de
US$ 15 (isso sem o tradicional
costume de pechinchar).
Em um deles, no restaurante
VIAJEMAIS
FOTOS: NATÁLIA MANCZYK
Koulen, a atração é um bufê com
cerca de 40 pratos, que incluem
opções de comida ocidental, chi-
nesa e khmer. É a chance de pro-
var muito da culinária oriental,
como panquecas de arroz, sopa
de peixe com tomate e com aba-
caxi e rolinhos primavera dire-
to da fonte. As sobremesas são
exóticas: há, por exemplo, a de
feijão verde com xarope de açú-
car, a gelatina de alga agar agar,
o feijão amarelo e o sagu com
leite de coco e jaca.
Enquanto os turistas se de-
liciam no bufê, a dança khmer
é encenada por moças vestindo
fgurinos reluzentes em um pal-
co à frente das mesas. A partir
da terceira música, a atenção do
público não é a mais a mesma. É
compreensível. Todos já se im-
pressionaram ao longo do dia
com vestígios culturais mais gran-
diosos e ainda mais brilhantes.
 PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM
INFORMAÇÕES GERAIS
Documentos exigidos para entra-
da no Camboja: passaporte com
validade mínima de seis meses,
certificado internacional de vacina
contra febre amarela e visto. Pode ser
solicitado online pelo site www.evisa.
gov.kh e custa US$ 36. Para conhe-
cer Angkor, é preciso fazer um passe
na entrada da atração: custa US$ 37
para um dia, US$ 62 para três dias e
US$ 72 para sete dias.
Idioma: língua khmer
Moeda: riel, mas o dólar é ampla-
mento aceito. Tanto que em cardápios,
tours e mercados os preços estarão
escritos em dólar.
Cotação: 1 riel vale 0,00025 (cotação
em dezembro de 2017)
Fuso horário: nove horas a mais que
Brasília durante o horário de verão no
Brasil.
QUANDO IR
No Camboja é quente o ano
inteiro, mas há duas estações bem
definidas: a seca e a chuvosa. De no-
vembro a fevereiro, é a época seca e
fresca, e o melhor período para visitar
o país. Portanto, é importante reservar
hotéis com antecedência. De março a
maio, continua seco, mas a temperatu-
ra sobe, o que faz com que desça o ní-
vel de rios e lagos. A época das chuvas
é de junho a agosto, o que atrapalha
Mais destinos da Ásia estão em outras
edições da Viaje Mais. Compre direto
na Editora Europa, o frete é grátis
146
os passeios, mas deixa a selva mais
exuberante e os preços mais baixos.
COMO CHEGAR
Não há voos diretos do Brasil
para Siem Reap. É preciso fazer duas
escalas. A opção mais barata é ir com
a Swiss (www.swiss.com), com co-
nexão em Zurique e Bangkok, a partir
de R$ 5.630. Muita gente, entretanto,
vai ao Camboja depois de visitar a Tai-
lândia. Nesse caso, há voos com a Air
Asia (www.airasia.com), a low cost
asiática, a partir de R$ 377, ou com a
Bangkok Airways (www.bangkokair.
com), a partir de R$ 732.
ONDE FICAR
Angkor Heart Bungalow – Os
VIAJE MAIS
bangalôs que cercam a piscina formam
o charme desse quatro estrelas. Está
a 1,2 km da Pub Street e conta com
aluguel de bicicletas. Tem excelente
custo-benefício, já que pelo preço os
quartos têm bela decoração, são novos
e aconchegantes. A diária custa desde
R$ 183. www.angkorheartbunga
low.com.
Golden Temple Villa – Neste
quatro estrelas, os quartos são ele-
gantes tanto quanto a área externa,
onde há uma piscina iluminada com
luzes coloridas. O restaurante serve
pratos de comida asiática e ameri-
cana, para quem está com saudade
da comida ocidental. A diária custa
a partir de R$ 138. https://golden-
temple.asia.
Mony Suite Boutique Hotel
– O ambiente é agradável, já que as
acomodações estão ao redor de uma
bela piscina. Os quartos são espaço-
sos, oferece transfer entre o aeroporto
e o hotel, um bom restaurante e bar.
A diária sai a partir de R$ 129. www.
monysuite.com.
Central Blanc d’Angkor –
Além do estilo clean e elegante, do bo-
nito jardim e da piscina, este hotel tem
mais uma vantagem: está a dez minu-
tos a pé da Pub Street. Diária a partir de
R$ 118, com direito a acomodar uma
criança de até 12 anos. www.central-
blancdangkor.com.
Po Residence – O hotel com
36 quartos é para quem não quer ficar
no meio do agito da Pub Street, mas ao
mesmo tempo está próximo dela. Tem
uma bonita piscina externa cercada de
verde e oferece transfer entre o hotel e
o aeroporto. Diárias a partir de R$ 99.
www.poresidence.com.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
*Preço para duas pessoas em acomodação dupla
 MIAMI
MIAMI BEACHEstados
BEACH EstadosUnidos
Unidos

VIVE LA VIDA LOCA!

Beach
As compras, os bares e os passeios da badalada
região da cidade que os brasileiros mais amam

150 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
POR J OS I A N E RO M E RA

M iami Beach é a parte mais conhecida de Miami. É a

região que guarda os principais ícones da cidade, a
começar pela praia com os postos salva-vidas coloridos e um
pessoal sarado fazendo jogging no calçadão. Ali está a Ocean
'ULYHDDYHQLGDjEHLUDPDUSRURQGHGHVÀODP)HUUDULVH
Rolls Royces (mesmo que sejam veículos de pura ostentação,
alugados por hora). É a região das simpáticas casas em estilo
art décoTXHWDQWRDSDUHFHPQRVÀOPHVHVmRFRQVLGHUDGDV
patrimônio histórico da cidade. Isso sem contar as marinas,
as mansões, os shoppings... Miami Beach é a Miami com a
qual os brasileiros sonham.

VIAJEMAIS 151
 Miami Beach é uma cidade-ilha,
conectada, por pontes, ao continen-
WHHD0LDPLTXHRÀFLDOPHQWHp
outra cidade, com prefeitura e admi-
nistração separadas. Entendeu? Não
importa. Para os brasileiros, tudo é
uma coisa só, tudo é “Miami”. O
que importa é que Miami Beach tem
o que os turistas mais desejam em
uma visita a “Miami” .
É em Miami Beach que está a
praia e os lugares mais prazerosos
para se hospedar: dezenas de hotéis
que seguem a linha “resort”, mas em
proporções menores, com piscinas a
poucos passos da areia, espreguiça-
deiras e serviço de bar. É um lugar
para relaxar.
A dica para iniciar-se pela região
é fazer uma caminhada pela orla.
Também há opção das bikes, já que
há diversas estações de aluguel de
bicicletas “Citi”. Se você não estiver
hospedado em um hotel de praia,
siga para a Collins Ave com a 65th
Street e comece o passeio pelo Alli-
son Park (6500 Collins Ave). Siga
na direção ao sul da ilha, onde estão
os bares e o principal burburinho.
Você irá reparar que, a partir da
rua 24th Street, o calçadão pavimen-
tado vira uma passarela de madei-
ra, um dos cartões-postais de Miami
Beach que, no entanto, está com os
dias contados. Um projeto vai acabar
com a passarela e estender o calça-
dão para interligar todas as diferen-
tes áreas da orla com o mesmo tipo
de pavimento, mais apropriado para
ciclistas e pedestres, desde o South
Pointe Park, no extremo sul da ilha,
até a 87th Terrace, ao norte.
Para entrar na “vibe”, dedique
Pouca gente se
algum tempo para o South Pointe
lembra, mas a praia
Park. Aqui tem praças com fontes de de Miami Beach é
água que fazem a alegria da crian- quase tão bonita
çada, calçadão para bicicleta, skate quanto uma praia
caribenha
ou caminhada, esculturas, mesas e
quiosques para piquenique e um píer

152 VIAJEMAIS
 SHUTTERSTOCK
O mirante Nordenskjöld
é um dos pontos mais
bonitos de Torres del Paine

VIAJEMAIS 153
 MIAMI BEACH Estados Unidos
Bikes para alugar e
bares legais, como
o Madero, na orla
de Miami Beach
onde se pode até pescar. Bem ali ao
lado está o acesso à praia de areia
branquinha e mar verde-esmeralda.
1RÀQDOGDWDUGHRORFDOYLUDXPD
espécie de Arpoador, onde o públi-
co vem assistir ao pôr do sol. Muita
gente se esquece, talvez por conta da
alucinação das compras, mas a praia
de Miami Beach é quase tão bonita
quanto uma praia do Caribe.
JOSIANE ROMERA
154
SOUTH BEACH
O pedaço mais famoso da praia é
South Beach. Não há dúvida de que
as luzes neon dos hotéis art-déco,
os nightclubs badalados e a Ocean
Drive com suas palmeiras são ima-
gens gravadas na memória de todo o
PXQGRDÀQDOWXGRLVVRIRLPRVWUD-
GRHPLQ~PHURVÀOPHVHVHULDGRVGH
TV americanos. Mas nada melhor
DIVULGAÇÃO
A Coronarita, um drinque de marguerita
com cerveja corona, oferecido nos
bares de South Beach; e o hambúrguer
gourmet do restaurante Madero
VIAJEMAIS
JOSIANE ROMERA
do que curtir esta paisagem ao vivo
e em cores. Na Ocean Drive, deze-
nas de restaurantes com pátios nas
calçadas são um convite irresistível
ao people watching. Sente-se ali e
ÀTXHREVHUYDQGRRYDLYpPGHJHQWH
e carros. Uma boa pedida é o Car-
lyle Café, que serve um delicioso e
curioso mojito numa taça gigante, ou
um coquetel sem álcool, ideal para as
crianças, que segue o mesmo estilo
exótico e divertido como o próprio
EDLUUR2XWURHQGHUHoRSDUDÀFDU
sentado na calçada vendo o movi-
mento é o Madero, um restaurante
brasileiro que faz hamburguer com
carne de primeira.
­QRLWHRVEDUHVÀFDPDEHUWRV
madrugada adentro e alguns têm
shows que variam de dança latina a
cover de cantores famosos. O Man-
gos Tropical Café é um deles, ideal
para você começar a noite ou ter-
miná-la. Mas South Beach não é só
badalação dia e noite. Os edifícios
de arquitetura art déco também são
 FOTOS: SHUTTERSTOCK
A Ocean Drive e os típicos
prédios art déco; abaixo, show
no Mango’s bar, em South Beach

JOSIANE ROMERA

VIAJE MAIS 155

 MIAMI BEACH Estados Unidos
uma grande atração do lugar, e você
pode fazer um tour para curtir a
história do pedaço. Visite o Art Deco
Welcome Center (1001 Ocean Dri-
ve) para saber mais sobre a história
ORFDOSHJDUPDSDVHSDQÁHWRVHDWp
fazer um tour guiado.
Na Collins Ave, paralela a Ocean
Drive, muitos destes edifícios foram
156
ocupados por lojas, o que faz do pas-
seio uma mistura de compras com
história. Este pedaço de South Be-
DFKFRQKHFLGRFRPR)DVKLRQ'LV-
trict, tem lojas como Ralph Lauren,
Intermix, Armani e Versace, além
de muitas outras americanas como
GAP e American Eagle.
Não deixe de visitar a mansão
FOTOS: SHUTTERSTOCK
VIAJEMAIS
O calçadão de compras
da Lincoln Road; abaixo, a
mansão do estilista Versace
onde morava o designer italiano
Gianni Versace, assassinado em
1997 em frente ao portão do casa-
rão histórico construído em 1930
SHORDUTXLWHWR$OGHQ)UHHPDQ+RMH
funciona no local um chiquérrimo
hotel boutique, “The Villa Casa Ca-
suarina”, e também um restaurante,
o Gianni’s, que serve comida italia-
na com toda a pompa e luxo. Mais
VLPSOHVPDVDLQGDVRÀVWLFDGRHEHP
aconchegante, o Jezebel Bar + Ki-
tchen é um bar lounge com ótima
freguesia até de madrugada.
Ainda em South Beach, siga pa-
ra o Lincoln Road Mall, um calça-
dão com lojas variadas onde cafés
e restaurantes enfeitam as calçadas
com suas mesas decoradas e sofás.
O calçadão de oito quarteirões co-
meça do lado leste na Alton Court
e termina no lado oeste na Washin-
gton Avenue. Curta o passeio para
fazer umas comprinhas e comer num
dos restaurantes, como o tradicional
FXEDQR+DYDQDRXRH[yWLFR
 A ROTA DAS COMPRAS
N ão é à toa a fama que Miami tem, entre os
brasileiros, de ser o paraíso das compras.
São dezenas de shoppings, ruas e avenidas
espalhadas pela cidade que fazem dela o des-
tino número um para as compras nos Estados
Unidos. Para começar a diversão, que tal uma
olhadinha nos outlets? Afinal, grande parte da
fama da cidade deve-se a eles.
Pertinho do aeroporto, o Dolphin Mall é
perfeito para o dia da chegada ou para o último
dia de viagem. Se você chegou de manhã e só
pode fazer o check-in às 3 da tarde, comece a
viagem com um banho de lojas neste outlet.
A apenas 8 km de distância do Aeroporto In-
ternacional de Miami, na saída 27 da Florida
Turnpike, este outlet tem mais de 240 lojas,
entre elas Michael Kors, Calvin Klein, Polo Ralph
Lauren, Gap, as mais recentes Juicy Couture
e Versace, e lojas de departamento como a
Saks Fifh Avenue, Bloomingdales e Burlington.
Quase cem por cento das lojas têm promoções
especiais, além do preço já reduzido de outlet.
Outro bom momento para ir ao Dolphin Mall
é no último dia de viagem, especialmente se
o seu vôo sai depois das 3 da tarde. O lugar é
ótimo para comprar aquelas encomendas que
foram esquecidas, assim como os presentinhos
de última hora para a família e amigos. Tenha
sempre um mapa do local na mão e um relógio.
Não é nada difícil se perder nos corredores deste
imenso shopping e muito menos se esquecer
da hora com tanta coisa bonita e barata.
Mais elegante, com ótimos restaurantes
e jardins, e ainda com um número maior de
lojas, são 350 no total, o Sawgrass Mills é um
programa para um dia inteiro, ou pelo menos
Aventura Mall
para 6 horas de andanças e compras. Pense em
algum produto ou no nome de uma loja e lá
você vai encontrá-lo. Apesar de ser um pouco
longe de Miami, aproximadamente 50 km, vale
a pena a viagem. As rodovias são largas e bem
cuidadas, o que torna o percurso mais rápido.
No shopping, sobram corredores com lojas de
departamento, perfumaria, roupas e sapatos.
Portas abrem-se para jardins com mais lojas
e restaurantes, um verdadeiro emaranhado do
mundo consumista. É bom planejar a visita com
antecedência, tendo em mente as lojas que
quer visitar e já começar por elas, porque as
tentações estão por todos os lados. Aqui tem
tudo mesmo, desde Nike, Timberland e Victo-
ria’s Secret, até Burberry, Giorgio Armani, Hugo
Boss e a mais recente Prada. Quando se cansar
do entra e sai de lojas, vá para a parte externa do
Sawgrass chamada de The Colonnade Outlets
onde ficam as lojas de griffe como a Prada e
JOSIANE ROMERA
JOSIANE ROMERA
Dolphin Mall
VIAJEMAIS
vários restaurantes rodeados por jardins. Tome
um café com cheesecake no restaurante The
Cheesecake Factory ou, se for hora do almoço
ou jantar, uma massa com carne no Villagio.
Tão famoso como estes dois outlets, o
Aventura Mall é parada obrigatória na rota das
compras e fica no subúrbio de Miami. Nomes
como Abercrombie, Hollister, Anthropologie e
até Louis Vuitton que ainda resistem aos outlets
podem ser encontrados aqui. E não pense que
as lojas não oferecem descontos. É só passear
pelos corredores para ver as promoções nas vi-
trines e mesmo aquelas lojas que não anunciam
abertamente, sempre reservam um cantinho
para o “sale”. A loja de departamento Macy’s
é outra atração do Aventura, com sua sessão
de sapatos que nunca sai da promoção e as
inúmeras marcas de perfumes e cosméticos.
Há dezenas de opções de restaurantes e cafés.
Para relaxar longe do burburinho das praças de
alimentação vá ao 59th & Lex Café, dentro da
Bloomingdale’s. No fim de semana tem Brunch
e mimosa (champagne com suco de laranja)
no estilo tradicional de Nova York.
Sawgrass Mills
157
 MIAMI BEACH Estados Unidos
JOSIANE ROMERA
À esq., o restaurante Sushi Samba, que fica na Lincoln Road; à dir., o principal calçadão de compras de Miami Beach
Sushisamba, uma mistura da culiná-
ria brasileira, japonesa e peruana que
fez sucesso no seriado de TV Sex and
the City. O famosíssimo artista bra-
sileiro Romero Britto, que começou
a sua carreira aqui, tem uma galeria
de arte no meio do Lincoln Mall.
158
Para ver mais arte, caminhe para da Segunda Guerra Mundial, e para
o norte na Meridian Ave passando chegar lá passa-se por um paredão
pelo Miami Beach Botanical Garden, onde estão o nome de milhares de
que também vale a visita, e vá ver judeus que morreram nos campos.
R+RORFDXVW0HPRULDO$HVWUXWXUD As esculturas são tão reais que não
do lugar se parece com as câmaras KiFRPRQmRÀFDULPSUHVVLRQDGR
de gás dos campos de concentração
BAL HARBOUR
FOTOS: SHUTTERSTOCK
Para conhecer o norte da ilha de
O Memorial do Miami Beach, pegue o carro e suba
Holocausto é de
emocionar WRGDD&ROOLQV$YHDWp%DO+DUERXU
no extremo norte da ilha, um bair-
ro mais tranquilo e com prédios de
apartamento superluxuosos onde
vivem os endinheirados que cos-
tumam habitar o local nos meses
GHLQYHUQR9L]LQKRGHOHVÀFDP
os tradicionais hotéis The Ritz-
Carlton e St. Regis, assim como o
shopping mais chique de Miami
%HDFKR%DO+DUERXU6KRSV$V
lojas de grife como Chanel, Louis
Vuitton, Céline, Dior, Prada, Ro-
lex, Tiffany & Co e por aí afora
são rodeadas por jardins tropicais
com fontes e esculturas – e também
tem Romero Britto. O shopping
oferece opções para comer, como
VIAJEMAIS
 MIAMI BEACH Estados Unidos

DOWNTOWN

E
SHUTTERSTOCK

m Downtown Miami, comece o pas-

seio pelo Bayside Marketplace, uma
área com lojas e restaurantes à beira da
água, ao lado do Bayfront Park. Daqui
saem vários passeios panorâmicos de
barco diurnos e noturnos. Termine a
noite na badalada região do pequeno
shopping Mary Brickell Village. Aqui
os engravatados dos edifícios comer-
Do outro lado da ciais começam a happy hour por volta
ponte: Downtown, ao
das seis e entram na madrugada com
longo do Miami River,
e o bairro de Little muita música e animação dos bares e
Havana, com suas restaurantes. Aqui pertinho fica o fa-
charutarias cubanas moso bairro Cubano Little Havana, mas
deixe este passeio para uma sexta-feira
quando acontece o chamado Viernes
Culturales, uma espécie de feira de
rua que tenta resgatar a arte e cultura
cubanas na Calle Ocho (8th Street), a
FOTOS: SHUTTERSTOCK

mais histórica do bairro.

DIVULGAÇÃO
o bistrô Le Zoo, mas você pode
curtir um cenário bem mais relax
no restaurante Mister Collins, no
One Bal Harbour Resort & Spa,
que serve comida norte-americana
com preço acessível. Quando qui-
ser parar de bancar o ricaço, desça
a Collins até a 72th para jantar no
delicioso restaurante italiano Ca-
fe Prima Pasta, e caminhar pelas
redondezas. Só assim vai ter uma
ideia completa do que é Miami
Beach: uma mistura cultural com
gente de todas as idades e poder
O Bal Harbour Shopping,
aquisitivo. E todo mundo se diver- o mais chique da cidade
te dentro da sua tribo.

160 VIAJEMAIS
 PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM
INFORMAÇÕES GERAIS
Documentos exigidos para entrada
nos Estados Unidos: Passaporte com
validade mínima de seis meses. Bra-
sileiros precisam de visto de entrada.
Idioma: Inglês
Moeda: Dólar
Cotação: US$ 1 vale
R$ 3,44 (em dezembro de 2017)
Fuso horário: Três horas a menos em
relação a Brasília (durante o horário de
verão brasileiro)
QUANDO IR
Miami rende uma boa viagem
em qualquer época do ano. Mas tenha
em mente que, de agosto a novembro,
é a época de furacões e o tempo pode
mudar dramaticamente. No verão, de
junho a agosto, quando a temperatura
não baixa dos 30ºC e é baixa tempo-
rada, os hotéis oferecem descontos
imperdíveis. De janeiro a abril, quando
é inverno no hemisfério norte e a Fló-
rida continua com sol e temperaturas
amenas, é alta temporada, o que signi-
fica preços elevados e muitos turistas.
COMO CHEGAR
Diversas companhias aére-
as oferecem voos diretos do Brasil
para Miami, entre elas Latam, Delta,
American Airlines, Azul e Avianca. A
Latam (www.latam.com.br) e a Ameri-
can Airlines (www.aa.com) têm as me-
lhores tarifas, com preços a partir de
R$ 2.950, ida e volta, desde São Paulo.
ONDE FICAR*
The Betsy – Um hotel sim-
pático, na orla da Ocean Drive, com
excelente localização. Tem as paredes
decoradas com fotos dos Beatles e dos
Rollings Stones. Com piscina interna,
rooftop bar e serviço de praia. A partir
de US$ 476. www.thebetsyhotel.com
Hilton Cabana Bay – Fica em
North Miami Beach, na Collins Avenue
com a 63th Street. É ótima opção para
Mais destinos da América do Norte estão
em outras edições da Viaje Mais. Compre
direto na Editora Europa, o frete é grátis
162
descansar já que está longe do agito.
O hotel tem serviço de piscina e praia
e restaurante no local. A partir de US$
360. www3.hilton.com.
Design Suites – Um conjunto
de apartamentos onde funcionava o
hotel Playboy. Foi todo renovado e ofe-
rece a experiência de vivenciar Miami
como um morador. As suites, todas
com cozinha completa, têm vista para
o mar ou para o canal de Miami Bea-
ch. A praia é particular, usada apenas
pelos moradores dos edifícios vizinhos
e hóspedes do Design. A piscina fica
numa área extensa com um bar ao lado
e dá acesso a praia. No subsolo do
prédio há um mini Mercado com um
café, lojas que vendem roupas, sapatos
e artigos de praia. O estacionamento
é valet e, apesar de sempre lotado, é
eficiente. A localização do edifício é
excelente, na Collins com a rua 54,
longe do burburinho de South Beach
mas ainda perto de tudo. US$ 272.
www.designsuitesmiami.com.
Congress Hotel – Para quem
quer ficar perto das baladas de South
Beach. Bem em frente à praia, tem
piscina na cobertura e, por dentro, é
todo modernoso. Diárias a partir de
US$ 160. www.congresshotelshou
VIAJEMAIS
thbeach.com.
One Bal Harbour Resort &
Spa – Sofisticado, tem elevador para
cada dois apartamentos. Os quartos
e banheiros têm janelas de vidro do
chão ao teto com vista para o mar. Na
área da piscina você pode ter a sua
própria cabana e jacuzzi particular.
A praia é quase exclusiva (você vai
dividi-la apenas com hóspedes de
outros hotéis e moradores da área)
e há uma pista de caminhada bem
arborizada beirando o mar. Diária a
partir de US$ 450. www.onebalhar
bourresort.com.
Hotel Victor – Super bem
localizado na Ocean Drive em South
Beach, ao lado da mansão Versace e
a apenas algumas quadras das lojas
da Collins Ave e da Lincoln Road. Tem
piscina no rooftop, vista para o mar e
oferece aluguel de bicicleta para os
hóspedes. O restaurante Bice serve
ótima comida Mediterrânea. Diária a
partir de US$ 279. www.thompsonho
tels.com.
Hotel Best Western Beach
Resort – Fica de frente para o mar,
tem piscina, academia e quartos am-
plos. O melhor de tudo é o preço: a
partir de US$ 110. Para ficar bem sem
gastar demais. www.bestwesternflo-
rida.com.
ONDE COMER
Madero – Restaurante brasilei-
ro especializado em carnes e hambur-
guer. 1412 Ocean Drive, South Beach.
www.madero.com.br
Giannis – Italiano super luxuoso
e carérrimo que funciona na mansão
Villa Casuarina, antiga residência de
Versage. 116 Ocean Drive, Miami Be-
ach. www.vmmiamibeach.com.
Jezebel Bar & Kitchen – Am-
biente sofisticado e aconchegante, de-
corado com pinturas de artistas locais,
é ótima opção para curtir a madrugada
em South Beach. 1625 Michigan Ave,
South Beach. www.jezebelmiami.com.
Carlyle Café - Ótimo endere-
ço para coquetéis em South Beach. Na
1250, Ocean Drive.
JOSIANE ROMERA
Havana 1957 – Restaurante
cubano com vários endereços na cida-
de. Um deles fica no 819 Lincoln Road,
South Beach. www.havana1957.com.
Sushisamba – Uma combina-
ção da culinária brasileira, japonesa e
peruana, esta rede de restaurante-lou-
*Preço para duas pessoas em acomodação dupla
nge ficou conhecida no seriado de TV
“Sex and the City”. Em South Beach
fica na Lincoln Road, número 600. www.
sushisamba.com.
Café Prima Pasta – Italiano-
toscano com massa caseira, serviço
excelente e ótimos preços. 414 71st
Street, Miami Beach. www.cafeprima-
pasta.com.
 PANORAMA DO MUNDO

As mais belas
piscinas
naturais
do Brasil
Conheça alguns dos aquários
naturais brasileiros que brilham
na costa do Nordeste e dão um
show quando a maré está baixa

166 VIAJEMAIS
 POR TA L E S A Z Z I TEXTO E FOTOS

P or um capricho da natureza, o mar às vezes vira

piscina. No Brasil, esse é um fenômeno exclu-
sivo do litoral do Nordeste, cujas águas quentes
favorecem o surgimento de recifes de corais. E
essas formações, quando emergem na maré bai-
xa, represam a água do mar desenhando poços
HPWRQVYHUGHHD]XOTXHÀFDPFKHLRVGHSHL[HV
coloridos. São as chamadas piscinas naturais. A
nossa seleção está de arrasar!

VIAJEMAIS 167
168 VIAJEMAIS
 AS GALÉS DE MARAGOGI
Os alagoanos batizaram as piscinas
naturais de Maragogi, a 140 km
de Maceió, com o nome de galés.
É uma referência aos antigos na-
vios naufragados na região, que,
no passado, foram surpreendidos
pela grande bancada de corais que
se forma a 6 km da costa. Quando
a maré baixa, os catamarãs partem
com os turistas em direção às galés,
RQGHÀFDPDQFRUDGRVSRUFHUFDGH
duas horas.

VIAJEMAIS 169
 ESPELHO E CURUÍPE: PISCINAS E FALÉSIAS
$NPGH7UDQFRVRÀFDPGXDVGDVSUDLDV
mais bonitas do Brasil: Espelho e Curuípe.
Ambas são emolduradas por falésias e repletas
de piscinas naturais de água transparente, que
só podem ser vistas em plenitude nas sema-
nas de lua cheia e nova, quando a maré seca
EDVWDQWHHRVUHFLIHVÀFDPH[SRVWRV

170 VIAJEMAIS
VIAJEMAIS 171
172 VIAJEMAIS
 JOÃO PESSOA E AS PISCINAS DO PICÃOZINHO
O melhor banho de mar de João Pessoa não
está nas tranquilas praias de sua orla, mas sim
em alto-mar, a 2 km da costa, onde o mar
YROWDDÀFDUUDVRFRPRQXPDEDQKHLUDFRP
a água batendo na altura do umbigo. São as
piscinas naturais do Picãozinho. Os barcos
para lá saem da Praia do Tambaú e não levam
mais do que dez minutos para chegar e exibir
aos turistas um verdadeiro espetáculo natural.

VIAJEMAIS 173
 NA BAIANA MARAÚ, TODOS QUEREM TAIPU DE FORA
A Península de Maraú, na Bahia, tem cerca de 40 km
de praias semidesertas. Mas todo mundo só quer saber
de uma delas: Taipu de Fora, que ocupa um pequeno
trecho com piscinas naturais que surgem bem na fren-
te da faixa de areia. Muitos turistas saem da vizinha
,WDFDUpVRPHQWHSDUDSDVVDURGLDDOLÁXWXDQGRHQWUH
os peixinhos e tomando umas e outras nas barracas
da praia, que é realmente belíssima.

174 VIAJEMAIS
VIAJEMAIS 175
 OS PARRACHOS DE MARACAJAÚ
Na Praia de Maracajaú, 60 km ao norte de
Natal (RN), os recifes surgem a 7 km da costa
e formam uma enorme piscina natural, que se
espalha por cerca de 13 km2 de área. No lito-
ral potiguar, tais formações são chamadas de
parrachos. O mar ali é morno e, no verão, a
visibilidade da água pode chegar a 20 metros. O
passeio inclui máscara e snorkel para mergulhar
no labirinto formado pelos corais. E quem qui-
ser ir mais fundo pode fazer um mergulho de
batismo com equipamento de cilindro.

176 VIAJEMAIS
VIAJEMAIS 177
178 VIAJEMAIS
 A PRAIA DE MORERÉ EM BOIPEBA
A Praia de Moreré é uma das mais isoladas da ilha de
Boipeba, na Bahia. Para chegar até ela é preciso cami-
nhar cerca de uma hora pela praia desde o centro da
vila ou pegar as jardineiras que percorrem as estradas
de terra desta ilha ainda bastante preservada. Quem
vem da vizinha ilha de Morro de São Paulo chega nos
passeios de lancha, para passar o dia e voltar. Os bar-
queiros são espertos e programam a saída sempre na
hora estratégica, quando os recifes emergem e surgem
as lindas piscinas naturais de Moreré.

VIAJEMAIS 179
 PORTO DE GALINHAS
As mais famosas do País são as de Porto de
Galinhas, a 69 km de Recife. Talvez sejam as
mais encantadoras também, e por dois mo-
WLYRVÀFDPEHPSHUWLQKRGDSUDLDHSRUTXH
só se chega até elas da forma mais gostosa
possível, deslizando em prosaicas jangadinhas
de madeira.

180 VIAJEMAIS
 SERRA DO CIPÓ

A
Serra
do Cipó
De beleza sem igual, a Serra do Cipó, em Minas,
é perfeita para relaxar em contato com a natureza
POR M ÁR I O F I T TI PAL DI TEXTO E FOTOS

É
fácil se encantar pela Serra do Cipó. Pode ser pela
exuberância de suas cachoeiras e córregos de água
FULVWDOLQDSHODVXDIDXQDHÁRUD~QLFDVRXDLQGDSHOD
diversidade de atrações. Com extensos trechos de cerrado,
na parte baixa da serra, e de campos rupestres, na parte alta,
DYDULHGDGHGHÁRUHVHSODQWDVOHYRXRFpOHEUHSDLVDJLVWD5R-
berto Burle Marx a batizá-la carinhosamente de “Jardim do
%UDVLOµ+RMHpXPGRVSULQFLSDLVGHVWLQRVGHHFRWXULVPR
GR3DtV(QFDQWHVHYRFrWDPEpP

Cânion Bandeirinhas,
a principal atração
do Parque Nacional
da Serra do Cipó

182 VIAJEMAIS
VIAJEMAIS 183
 IBITIPOCA Brasil
GABRIEL VALLIM
&ODURHXWDPEpPPHHQFDQWHL
pela Serra do Cipó. Parte da Serra
GR(VSLQKDoRGHFODUDGD5HVHUYD
da Biosfera pela Unesco em 2005,
pXPDHVSpFLHGHHVSLQKDGRUVDOTXH
FRUWD0LQDVHDYDQoDDWpD&KDSDGD
Diamantina, na Bahia. É composta
SRUPRQWDQKDVTXHXOWUDSDVVDPRV
1.500 metros de altitude, vales e
cânions de rara beleza. A área está
SURWHJLGDSHOR3DUTXH1DFLRQDOGD
mente o tamanho de São Bernardo
GR&DPSRQD5HJLmR0HWURSROL-
tana de São Paulo), abrangendo os
municípios de Jaboticatubas, San-
WDQDGR5LDFKR0RUURGR3LODUH
,WDPEpGR0DWR'HQWUR
É no distrito de Serra do Cipó,
TXHID]SDUWHGH6DQWDQDGR5LDFKR
RPHOKRUOXJDUSDUDÀFDUSRLVGi
DFHVVRIiFLODRSDUTXHHDRXWUDV
atrações, como a Cachoeira Gran-
apenas 100 km de Belo Horizonte
RXNPGR$HURSRUWRGH&RQÀQV
RTXHWRUQDDUHJLmRDFHVVtYHOQmR
só aos mineiros, mas a turistas de
WRGRR%UDVLOHDWpDHVWUDQJHLURV
TXHWDPEpPYrPVHHQFDQWDUSHODV
canelas-de-ema e sempre-vivas, típi-
FDVGDUHJLmRDOpPGHYiULDVHVSp-
FLHVGHEURPpOLDVRUTXtGHDVHRXWUDV
plantas – são mais de 1.700 catalo-
gadas, com alto grau de endemis-
6HUUDGR&LSyTXHRFXSDXPDiUHD
de 33.800 hectares (aproximada-
GHHDGLYHUVRVVtWLRVDUTXHROyJLFRV
FRPRR0RUURGR(OHIDQWH(ÀFDD
PRSODQWDVTXHVyRFRUUHPOi$
IDXQDWDPEpPpULFDFRPGHVWDTXH
para a paca, o tatu, os macacos, o
lobo-guará e a onça parda. Entre as
aves, há gaviões, codornas, tucanos

Nadar e tomar banho

na Cachoeira Grande
é uma delícia. E o
visual é encantador

184 VIAJEMAIS
HEHLMDÁRUHVHQWUHRXWURV²REHLMD
ÁRUGHJUDYDWDYHUGHpHQGrPLFR
CACHOEIRA SEM ESFORÇO
Um dos cartões-postais da Serra
do Cipó, a Cachoeira Grande, no
3DUTXH=DUHLDID]MX]DRQRPHDV
iJXDVGR5LR&LSyVHODQoDPSRU
um paredão de rochas de cerca de
50 metros de extensão e 9 metros
de altura, formando uma grande
SLVFLQDQDWXUDO3RULVVRpXPDGDV
atrações mais visitadas da região. Há
vários pontos onde se pode sentar e
relaxar sob a intensa ducha, e o local
FRQWDFRPVDOYDYLGDVTXHDOpPGH
garantir a segurança, orientam sobre
RVSRQWRVGHDFHVVRHRVTXHGHYHP
ser evitados.
3DUDFKHJDUOipSUHFLVRFDPL-
nhar por uma trilha de 1 km a partir
da entrada, no km 96 da rodovia
0*2SDUTXHSRVVXLDLQGDRX-
tras duas cachoeiras menores, a São
7RPpDPHWURVHD/DJHDGRD
500 metros. Há estacionamento no
ORFDOHRLQJUHVVRFXVWD5
SRUSHVVRD&RPRQmRKiTXDOTXHU
tipo de infraestrutura, como banhei-
URVYHVWLiULRVRXODQFKRQHWHVTXHP
pretende passar o dia precisa levar
VHXSUySULRODQFKHHEHELGDV1mR
VIAJEMAIS 185
 SERRA DO CIPÓ Minas Gerais

RODRIGO MELLO/BELA GERAES

Tour de caiaque pelas águas
tranquilas do Rio Cipó:
contato com a natureza

pSHUPLWLGDDHQWUDGDFRPEHELGDV GRSDUTXHHSRULVVRPHVPRRLQ- ODVGR5LR&LSyYRFrWHUiDRSRU-

alcoólicas nem de pets. JUHVVRMiHVWiLQFOXtGR5SRU tunidade de observar capivaras e
Eu combinei a visita à Cachoei- SHVVRD2VFDLDTXHVVmRSDUDGXDV RXWUDVHVSpFLHVGDIDXQDORFDO
UD*UDQGHFRPXPWRXUGHFDLDTXH pessoas, e são fornecidos coletes sal- DOpPGREHORYLVXDOTXHD6HUUD
SHOR5LR&LSyeTXHHVVHSDVVHLR va-vidas e um treinamento básico do Cipó proporciona.
oferecido pela Bela Geraes, sai justa- para aproveitar melhor as remadas.
mente de um braço do rio já dentro $RDYDQoDUQDViJXDVWUDQTXL- ENTRE VALES E CACHOEIRAS
23DUTXH1DFLRQDOGD6HUUDGR
Cipó oferece várias opções de tri-
lhas e caminhadas, desde as mais
OHYHVDWpDVPDLVH[LJHQWHV)L]D
trilha pelo Vale dos Mascates, a
A travessia do SDUWLUGDSRUWDULD$UHLDVDWpR&k-
Ribeirão dos
Mascates, na QLRQ%DQGHLULQKDVTXHpDDWUDomR
trilha do Cânion SULQFLSDO7UDWDVHGHXPGHVÀODGHL-
Bandeirinhas, ro de 80 metros de altura por onde
exige cuidado
o córrego de mesmo nome serpen-
WHLDDWpIRUPDUXPSHTXHQRODJR
SDUDGHSRLVHVFRUUHJDUSRULQ~PH-
ras corredeiras. É possível nadar e
deitar nas pedras para uma ducha
natural – gelada, mas deliciosa.
A trilha tem 22 km no total (ida e
YROWDPDVRFDPLQKRpSODQRHSRX-
FRDFLGHQWDGR3RGHDWpVHUSHUFRU-
rido de bicicleta (o aluguel de uma
mountain bike na portaria Areias

186 VIAJEMAIS
 SERRA DO CIPÓ Minas Gerais
YLVLWDGDGRSDUTXH)LQDOPHQWHR
&LUFXLWRGDV/DJRDVTXHWHPNP
QRWRWDOPDVSRGHVHUUHGX]LGRp
LGHDOSDUDSDVVHLRVHPIDPtOLDHp
DFHVVtYHODWpSDUDFDGHLUDQWHV7HP
área para piquenique e um miran-
WHDFHVVtYHOSRUUDPSDTXHSHUPLWH
YLVWDSULYLOHJLDGDGRYDOH

FAROFA DE CIMA
3DUDWULOKHLURVPDLVH[SHULHQ-
WHVKiDRSomRGHVHFKHJDUj&D-
FKRHLUDGD)DURIDGH&LPDXPD
GDVPDLVEHODVGRSDUTXHSRU
XPDWULOKDGHFHUFDGHNPLGD

RODRIGO MELLO/BELA GERAES

HYROWD2FDPLQKRFRPHoDQD
SRUWDULD5HWLURHVHJXHRYDOHGR
A Cachoeira Farofa de Cima oferece
vista para todo o Vale dos Mascates
&yUUHJR%RFDLQDFXMRWHUUHQRp
PDLVDFLGHQWDGRGRTXHDWULOKDGR
9DOHGRV0DVFDWHV$OpPGLVVRKi
sai por R$ 50 a diária) e é comum
ver crianças acompanhadas de pais
DYHQWXUHLURV$~QLFDGLÀFXOGDGHpD
travessia do Ribeirão dos Mascates,
num trecho de cerca de 20 metros
6HQmRTXLVHUDQGDURXSHGDODU
WDQWRSDUHQDEHOtVVLPD&DFKRHLUD
da Farofa, com seus exuberantes
PHWURVGHDOWXUDHPWUrVTXH-
das, e cujo poço também é próprio
XPDVXELGDtQJUHPHHGHFDPLQKD-
GDGLItFLOGHNP²UHFRPHQGR
FRQWUDWDUXPWRXUJXLDGR2HVIRU-
oRFRPSHQVDDOpPGREDQKRQD
)DURIDGH&LPDOiGRDOWRDYLVWD
GHODUJXUDFDPLQKDQGRVREUHSHGUDV SDUDEDQKRVmRNPLGDHYROWD DR9DOHGRV0DVFDWHVpVLPSOHV-
HVFRUUHJDGLDV 2FHQiULREHOtVVLPRDWRUQDDPDLV PHQWHLQFUtYHO

GABRIEL VALLIM

A Cachoeira da Farofa é uma

das melhores para banho

188 VIAJEMAIS
 BRASIL
PINTURAS RUPESTRES
A presença humana na Serra do
Cipó data de 10 mil anos atrás, e
os nossos antepassados deixaram
vários registros da sua presença.
Pinturas
rupestres de Os mais impressionantes estão no
10 mil anos distrito de Lapinha da Serra, a 40
no Morro do km da Serra do Cipó, na Gruta da
Elefante
Lapinha. Há passeios que incluem
caminhadas pelo Parque Estadual
do Sumidouro e a visita à gruta e
ao museu Peter Lund – sim, o céle-
bre paleontólogo dinamarquês fez
muitas pesquisas por lá.
Outra opção são as pinturas ru-
pestres do do Morro do Elefante,
numa região da serra chamada Al-
WRGR3DOiFLRHTXHÀFDDSRXFRV
quilômetros do distrito de Serra do
Cipó. A trilha é curta e o passeio po-
de ser feito em apenas um período.
E isso é apenas o começo. A re-
gião da Serra do Cipó ainda oferece
inúmeras atrações e trilhas, das con-
WHPSODWLYDVjVPDLVGHVDÀDGRUDVGH
beleza natural incrível. É impossível
não se encantar.

PROGRAME-SE SUAPROGRAME
VIAGEM SUA VIAGEM

QUANDO IR o Juju Gastrô (31) 99779-0432, de

A Serra do Cipó pode ser visi-
tada o ano todo. O clima é tropical de
altitude, com temperaturas que rara-
mente ultrapassam 30 0C no verão. No
entanto, nesta época é preciso atenção
ao volume de água dos córregos e rios.
Nas meias estações, o clima é mais
ameno, com os termômetros varian-
do entre 17 0C e 25 0C. No inverno, a
temperatura oscila entre 13 0C e 22 0C.
O QUE LEVAR
Prefira roupas leves. Nas trilhas
mais pesadas, use botas de trekking.
Boné (ou chapéu) é imprescindível,
assim como protetor solar e repelente.
A vacina contra febre amarela é
necessária, dez dias antes da viagem.
COMO CHEGAR
De avião – Voe para Belo Hori-
zonte com destino ao Aeroporto Inter-
nacional Tancredo Neves, em Confins
(MG). De lá, de carro, siga pela LGM-
800 até Lagoa Santa e, então, pela
MG-10 até Serra do Cipó. São 77 km.
A Kopa Turismo (31) 2552-9624,
(www.kopaturismo.com.br) oferece o
traslado (preço sob consulta).
De carro – Partindo de Belo
Horizonte (MG), são cerca de 100 km
pela rodovia MG-10 até o distrito de
Serra do Cipó.
De ônibus – As empresas
Saritur (31) 3479-4300, R$ 26,25
e Viação Serro, 0800 283-8502, R$
32,75 possuem ônibus diários que
passam pelo distrito da Serra do Cipó.
ONDE FICAR*
Pousada Flor de Pequi –
Rústica, mas confortável, oferece
quartos com TV, ar-condicionado,
frigobar e varanda com rede. Diárias
a partir de R$ 129 (domingo a quinta)
e R$ 195 (sexta a domingo) o casal.
www.pousadaflordepequi.com.br
Rancho Cipó – Possui pisci-
na, quadra de tênis e salão de jogos.
Diárias a partir de R$ 190 (R$ 250 no
fim de semana) para o casal na suíte
tipo 4, e R$ 420 (R$ 600 no fim de
semana) para o casal no bangalô luxo,
com banheira com hidromassagem.
www.ranchocipo.com.br
ONDE COMER
Na rodovia MG-10 há vários
restaurantes self-service por preços
de R$ 20 a R$ 30 por pessoa. O Beco
dos Sabores (Rodovia MG-10, 1267)
concentra bares e restaurantes como
cozinha mediterrânea com assinatura
mineira. O carro-chefe é a lasanha de
taioba e funghi (R$ 27).
PASSEIOS
Parque Nacional da Serra do
Cipó – A entrada, gratuita, é acessada
pela saída no Km 94 da rodovia MG-
10. São 3 km por estrada de terra. (31)
3718-7151, bit.ly/2k2sibn
Trilhas e caiaque – A Bela
Geraes oferece a visita giuada à Farofa
de Cima. Inclui guia, seguro e lanche de
trilha. R$ 120 por pessoa, mínimo de
duas pessoas. O tour de Caiaque no
Rio Cipó inclui equipamentos de se-
gurança, guia, seguro e ingresso à Ca-
choeira Grande. R$ 100,00 por pessoa.
www.serradocipogeraes.com.br
Sítios Arqueológicos – A
Kopa Turismo (31) 2552-9624,
www.kopaturismo.com.br, oferece
vistia guiada às pinturas rupestres do
sítio arqueológico do Morro do Ele-
fante. Duração: 3 horas. R$ 90,00 por
pessoa com mínimo de duas pessoas.
A visita ao Sítio Arqueológico da La-
pinha inculi caminhada e tem duração
de 9 horas. R$ 190,00 por pessoa.

190 VIAJEMAIS
 LONDRES É SÓ O
PONTO DE PARTIDA.
Uma edição
que mostra um
REINO UNIDO
inteiro para você
conquistar.
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Harry Potter, na
música dos Beatles,
nos cenários de
Game of Thrones
e descubra por que
quem vai sempre
quer voltar.

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 RESORTS DO BRASIL

O Tauá é desses resorts

imensos: conta com uma grande
piscina ao ar livre e vários
ambientes para as crianças

Fim de semana
192
em família VIAJEMAIS
 A piscina coberta
e, abaixo, a sala de
FOTOS: DIVULGAÇÃO
maquiagem para
NATÁLIA MANCZYK
a criançada

Q
XDQGRFKHJXHLQRUHVRUW7DXiHPXPÀPGHVHPDQD
comum, todos os 340 quartos estavam ocupados. Era
SUHFLVRHVSHUDURKRUiULRRÀFLDOGRcheck-in. Quando
saí no domingo, de novo as 340 habitações seriam ocupadas.
+iPRWLYRVSDUDRKRWHOQRLQWHULRUSDXOLVWDHP$WLEDLDVHU
SURFXUDGRDVVLP$FRPHoDUSHODORFDOL]DomRHVWiWmRSHUWR
GH6mR3DXORDNPTXHVHWUDQVIRUPDHPXPUHI~JLRSDUD
SDXOLVWDQRV H SDUD PRUDGRUHV GH FLGDGHV SUy[LPDV FRPR
Campinas e Sorocaba.
$OFDQoDGRHPFHUFDGHXPDKRUDGHVGHDFDSLWDOSDXOLVWD
pGDTXHOHVOXJDUHVSDUDHQWUHWHUDVFULDQoDVFRQHFWDUVHFRP
Grudado em São Paulo, DIDPtOLDHSRUDOJXQVGLDVPXGDUDURWLQD0HXDOPRoRGRV
o hotel em Atibaia dá a ViEDGRVJHUDOPHQWHQRPHVPRUHVWDXUDQWHGH6mR3DXORIRL
chance de as crianças e os VXEVWLWXtGRQR7DXiSRUXPDSURJUDPDomRPDLVHPSROJDQWH
HPIDPtOLD´3RGHPRVSUDWLFDUDUFRHÁHFKDLUjSLVFLQDj
adultos viverem um fim de WULOKDQDPDWDHGHSRLVDRDUYRULVPRµIRLDVXJHVWmRGRPHX
semana diferente SDLDOYRURoDGRSDUDH[SHULPHQWDUWXGR-ijQRLWHRSURJUD-
POR NATÁL I A M AN CZ Y K PDIRLXPFDPSHRQDWRLQIRUPDOGHSLQJXHSRQJXHXPMRJR

VIAJEMAIS 193
 RESORTS DO BRASIL Tauá Atibaia

Boliche, arco
e flecha, spa
e piscina são
algumas das
atividades para
sair da rotina
FOTOS: NATÁLIA MANCZYK

DIVULGAÇÃO

GHEROLFKHHRFLQHPDGRKRWHO
3DUDRVDGXOWRVHVVDTXHEUDQD
rotina é renovadora. Enquanto
LVVRDVFULDQoDVVHGLYHUWHPQDyWL-
PDHVWUXWXUDGHGLFDGDDHODVYLVWD
HPSRXFRVKRWpLVGR%UDVLO
$iUHD-RWD&LW\LQDXJXUDGDHP
pXPH[HPSORGHLQRYDomR XPDVLUHQHWRFDDOWRTXHUGL]HUTXH JDLR )DODPDQVD H DWLYLGDGHV SDUD
Trata-se de uma minicidade incrí- a energia está acabando e é aí que VHGLYHUWLUHPORQJHGRVSDLVFRPR
YHO WRGD VXVWHQWiYHO 3DUD WHUHP DJDURWDGDFRUUHDOYRURoDGDSDUDD QDFDoDDRWHVRXURRXQRVMRJRVGH
acesso aos brinquedos, as crianças VDODGDVELFLFOHWDVRQGHRVSHTXH- perguntas e respostas.
GHYHPOHYDUOL[RUHFLFOiYHOFRPR QRV VH GLYHUWHP SHGDODQGR SDUD
WDPSLQKDVGHJDUUDIDVHODWDVSDUD SURGX]LUPDLVHQHUJLDHFRQWLQXDU RESTAURANTES
WURFDUHPQR-RWD%DQNSHORVUHDOH- brincando. 1R7DXiHVWmRLQFOXtGRVRFDIp
JUHVDPRHGDGD-RWD&LW\TXHGi Outro ponto bacana é que as GD PDQKm R DOPRoR H R MDQWDU
GLUHLWRjVEULQFDGHLUDV1D´PHWUy- DWLYLGDGHV VmR GLYLGLGDV SRU LGD- DOpPGHVXFRVUHIULJHUDQWHVHiJXD
SROHµHODVWrPRÀFLQDVGHDUWHFRP
PDWHULDLVUHFLFOiYHLVRÀFLQDVGHDOL-
PHQWDomR VDXGiYHO PDTXLDJHP H
TXDGUDSDUDMRJRV²FDGDDWLYLGDGH
FRPVHXSUHoRHPUHDOHJUHV
$ HQHUJLD GD -RWD &LW\ p SUR-
GX]LGD SHOD SUySULD FULDQoDGD H
PRVWUDGD HP XPD WHOD 4XDQGR
194
GHV2VEHErVGH]HURDDQRVVmR
FXLGDGRVHPXPDVDORQDFRORULGD
HQTXDQWRRVSDLVSRGHPUHOD[DUQD
piscina aberta ou na aquecida, no
restaurante ou se divertir nas qua-
GUDVGHIXWHEROHWrQLV-iDWXUPD
GHDDQRVWHPPDLVXPDVDOD
GHEULQTXHGRVR.LGV&OXE3DSD-
VIAJEMAIS
GXUDQWHDVUHIHLo}HVTXHVmRXPD
IDUWXUD GH RSo}HV HVSHFLDOPHQWH
GHGRFHV1RPHQXID]HPSDUWH
SRU H[HPSOR GRXUDGR DR PROKR
PHGLWHUkQHR VDODGD GH FDPDUmR
ÀOp PLJQRQ FRP VKLPHML H ULVRWR
GHDOKRSRUyDOpPGHVREUHPHVDV
como pudim de brigadeiro e chee-

RESORTS DO BRASIL Tauá Atibaia
secake. Como tudo no resort é
pensado também para as crianças,
há ainda uma estação de comidas
infantis, com nuggets, batata-fri-
ta, fusilli e almôndegas, claro que
disponível também aos adultos
que adoram essas comidinhas.
Diferentemente de muitos bufês,
funcionários repõem as comidas
bem antes de acabarem para que
os hóspedes comam pratos sem-
pre frescos.
O Tauá já contava com dois
restaurantes com capacidade para
500 pessoas cada um, e provando
a procura que presenciei no check-
-in, a capacidade foi pouca. Em
novembro então o resort ganhou
o Terravista, restaurante que com-
porta até 1.200 pessoas.
Mousse e pudim de brigadeiro: alguns
dos doces deliciosos incluídos na diária
196
NATÁLIA MANCZYK
Brincadeiras
sustentáveis: no
alto, oficina de
artes com sucata e,
ao lado, a produção
de energia pelas
próprias crianças
EX-PEQUENO SÍTIO
Quando o senhor João Pinto
Ribeiro transformou seu pequeno
sítio em Caetés, em Minas Gerais,
no hotel Tauá Caetés, não imagi-
nava que ali nascia uma rede com
quatro hotéis (as unidades Caetés,
Araxá, Atibaia e Alegro Atibaia)
nem que se tornaria um complexo
grande assim. Por conta de tantos
PROGRAME SUA VIAGEM
COMO CHEGAR
O Tauá Resort Atibaia fica a 88 km de
São Paulo. Para chegar lá o caminho
é pela rodovia Fernão Dias, seguindo
pela Dom Pedro I sentido Campi-
nas (SP). No quilômetro 86 da rodovia,
você verá o Tauá. Da capital paulista leva
apenas uma hora de carro.
QUANTO CUSTA
A diária custa a partir de R$ 1.007 o
VIAJEMAIS
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
turistas, ele previa inaugurar em
janeiro de 2018 mais 200 quar-
tos. Animado, chama os funcioná-
rios e monitores de emocionado-
res. “Nós queremos ver gente fe-
liz”, explicou João. Ele consegue.
Deixa as crianças e as famílias
paulistas viverem dias especiais,
sem precisarem pegar voos ou ho-
ras de estrada.
casal, com direito a até duas crianças
de até 8 anos no mesmo quarto dos
pais. Crianças de 8 a 12 anos, em baixa
temporada, pagam R$ 234, e as com
13 anos ou mais pagam a tarifa adulto.
O preço inclui café da manhã, al-
moço, jantar, bebidas não alcoólicas
durante as refeições, estacionamento,
ótimo wi-fi e recreação. No site www.
tauaresorts.com.br, você pode fazer a
reserva e consultar promoções.

O cardápio e a língua portuguesa
U
ma das coisas mais
divertidas de qual-
quer viagem a Por-
WXJDOpDKRUDGDUHIHLomR
E não só por causa do ba-
calhau à brás, do polvo à
lagareiro, do pastel de nata
e das outras delícias da culi-
nária portuguesa. Mas tam-
EpPSRUTXHpjPHVDGRV
restaurantes que se tem
um curioso embate com a
língua portuguesa. Em um
restaurante lusitano você
pDWpFDSD]GHGXYLGDUVH
realmente entende o pró-
prio idioma.
2SULPHLURGHVDILRp
chamar o garçom, que lá
não se chama garçom, mas
“empregado de mesa”. Mas
não diante dizer, “Ô, psiu,
empregado de mesa!”. Soa
HVWUDQKRGHPDLVDWpSDUD
eles. Se observar com aten-
ção vai de descobrir a ma-
neira tipicamente lusitana
de chamar o garçom. Pri-
meiro ergue-se o dedo in-
GLFDGRUHFRPDYR]ÀUPH
GL]´VHID]IDYRUµ3URQXQ-
FLDVH´VHID]IDYRLUHµ(
assim o milagre acontece e
um cardápio se materializa
QDVXDIUHQWH0DVDtVXUJH
RXWUDWDUHIDFRPSOLFDGD
entendê-lo. O que seriam
gambas ao tamboril? Ou
então alheiras? Almêijoas?
Picapau? Sapateira?
202
NA BAGAGEM
As histórias vividas pela redação
POR TA L E S A Z Z I
Na minha primeira via-
gem à Lisboa, eu não con-
seguia entender quase nada
do cardápio. Tentei ignorá
ORTXDQGRIXLj&HUYHMDULD
Trindade, um tradicional
restaurante da cidade. Per-
guntei ao garçom qual era
a especialidade da casa. O
que ele me respondeu: “A
SHUTTERSTOCK
HVSHFLDOLGDGHpWXGRRTXH
está no cardápio, pois”. Não
teve jeito, tive que encarar
os cardápios lusitanos, mas
não sem recorrer à simpatia
dos garçons, que me expli-
caram cada um dos pratos.
Para não esquecer depois,
anotei tudo em um caderno
e criei, com os passar dos
GLDVXPDHVSpFLHGHGLFLR-
VIAJEMAIS
nário pessoal de comida
portuguesa. Foi assim que
descobri que “água lisa” sig-
QLÀFDVHPJiV´%LFDµpFDIp
H[SUHVVR´)LDPEUHµpSUH-
sunto. E que muitos pratos
têm apenas uma inversão de
palavras, como em “carnes
GHHQVRSDGRµTXHpQD-
turalmente, um ensopado
de carne; ou em “javali de
churrasco”, que quer dizer
churrasco de javali.
Na Rua Garret, no
Chiado, encontrei uma pas-
telaria, que não vendia pas-
WpLVPDVVLPGRFHVMiTXH
em Portugal, pastelarias são
docerias. Entrei no estabe-
lecimento e dei de cara com
uma vitrine que era uma es-
SpFLHGHPRVWUXiULRGDFRQ-
IHLWDULDOXVLWDQD/iHVWDYDP
a “encharcada”, o “touci-
QKRGRFpXµR´GLiULRGH
dona inês”, “ovo do paraí-
so”, “jesuíta”... Perguntei à
moça do balcão como seria
a “coroa da abadessa”, mas
ela, com a maior cara de
saco cheio já que deve ou-
vir perguntas semelhantes
o dia inteiro, resumiu: “os
GRFHVVmRIHLWRVGHRYRVH
açúcar”. Tudo bem, arris-
TXHLDVVLPPHVPRDÀQDO
a chance de ser delicioso
VHPSUHpHQRUPH
-iHP%HOpPIXLFRPHU
o pastel de nata conside-
rado o melhor da cidade.
6HQWHLHPXPDPHVDHÀ]R
SHGLGR´VHID]IDYRUWUrV
pasteis de nata”. O garçom
respondeu: “nós aqui não
vendemos pasteis de nata,
DSHQDVSDVWHOGHEHOpP
SRLVHVVDpD)iEULFDGRV
3DVWpLVGH%HOpPµ&ODUR
HXpTXHQmROLQDIDFKDGD
A casa patenteou o nome
do doce, que todo o resto
do país chama apenas de
pastel de nata.
A propósito: Picapau
pFDUQHFRUWDGDHPWLUDV
6DSDWHLUDpFDUDQJXHMR
Almêijoas são vôngole.
$OKHLUDVpXPDHVSpFLHGH
linguiça com recheio de
carne e pão.