Guia do Investimento

Imobiliário em Moçambique
Guide to Property
Investment in Mozambique

Consultadoria e Avaliação Imobiliária

Índice Index

Prefácio 1
Foreword 1
1. Enquadramento Económico 2
1. Economic Overview 4
2. Análise do Sector Imobiliário em Moçambique 6
2. Property Market in Mozambique 8
2.1 Introdução 8
2.1 Introduction 10
2.2 Habitação 9
2.2 Residential 11
2.3 Escritórios 10
2.3 Offices 12
2.4 Turismo 11
2.5 Tourism 16
2.5 Retalho 12
2.7 Retail 18
2.6 Conclusões 13
2.8 Conclusion 19
3. Enquadramento Legal do Investimento
Imobiliário em Moçambique 14
3. Legal Framework of Real Estate Sector
in Mozambique

20
Prefácio
Dada a sua excelente localização, os abundantes recursos naturais
e humanos e as políticas de atracção do investimento estrangeiro,
Moçambique posicionou-se como um dos países que proporciona
as melhores oportunidades de negócio nos mais variados sectores
económicos, com especial destaque para o mercado imobiliário.
A procura de novos espaços de habitação, escritórios, lojas e oferta
hoteleira é um movimento em crescimento para o qual é necessário
encontrar respostas em produtos imobiliários, num contexto
impulsionado por uma economia que cresce em média 8% ao ano e
que tem resultado na emergência de uma nova classe média com
um poder de compra reforçado, bem como no reforço do tecido
empresarial, quer interno quer internacional.
Com oportunidades transversais a todos os segmentos – habitação,
escritórios, turismo ou retalho – e com o foco geográfico alargar-se
a novas regiões para além de Maputo, o imobiliário é uma das áreas
mais promissoras para quem deseja investir em Moçambique,
sendo o reflexo mais óbvio das necessidades que emergiram em
vários quadrantes face ao desenvolvimento económico, social e
demográfico que se tem vindo a registar nos últimos tempos.
É neste contexto que surge este Guia do Investimento Imobiliário
em Moçambique, que agrega, de forma simples e sintética, uma
análise ao mercado imobiliário e um enquadramento jurídico-legal
para o investimento imobiliário e para a gestão de activos imobiliários
em Moçambique.
Com este Guia Imobiliário pretendemos dar a conhecer informação
necessária para uma melhor percepção do sector imobiliário
moçambicano, capítulo desenvolvido pela Prime Yield, e apoiar
os actuais operadores imobiliários e os potenciais investidores,
abordando os pontos mais relevantes do mercado imobiliário
e do respectivo enquadramento legal, este último a cargo do
ECA – Advogados | Moçambique.
Foi neste contexto que a ECA – Advogados | Moçambique aceitou a
proposta da Prime Yield para colaborar na elaboração deste Guia.
Uma nota final para chamar a atenção para o facto da informação
contida neste Guia ter carácter genérico e abstracto e que pode ser
objecto de alterações a qualquer momento, pelo que, para
necessidades mais concretas, aconselhamos o recurso a
informação mais específica e detalhada.
Foreword
Given its excellent location, the abundant natural and human
resources and policies for attracting foreign investment,
Mozambique has positioned itself as a country that can offer the
most attractive business opportunities in several economic areas,
with a special focus on what concerns the property market.
Demand for new housing, offices, stores and hotels is gaining
momentum and the market and it players now have to be able to
answer this demand with new products. All this in an economic
environment marked by an 8% annual growth and that has resulted
in the emergency of a new middle class with higher purchase
power, as well as a reinforced national and international corporate
environment.
With opportunities common to all property sectors – residential,
office, tourism or retail – and a geographic scope that extending to
new regions beyond Maputo, the property market is one of the
most promising areas for those who seek to invest in Mozambique.
This market reflects, in an almost direct way, the needs that
emerged as a result from the economic, social and demographic
development taking place in the country over the last few years.
With this backdrop, we present you this“Guide for Property Investment
in Mozambique”, a document that combines, in a very simple and
concise way, an analysis to the property market with the presentation
of the legal framework to invest in and manage property assets in
Mozambique.
The Guide for Property Investment in Mozambique aims to provide
relevant information and data for a better understanding of
Mozambique's property sector, with the input of Prime Yield, and
support property players already present in the market as well as
potential investors, by approaching the crucial issues of this market
and the correspondent legal framework, the latter presented by
ECA – Advogados Moçambique.
It was in this context that the ECA-Lawyers | Mozambique accepted
Prime Yield's invitation to contribute to this Guide.
A final note to draw attention to the fact that the information
contained in this Guide has a generic and abstract nature, and can
be subject to changes at any time, thus being necessary and
advisable, the use of more specific and detailed information in case
of other specific needs.
1 Enquadramento Económico
Economic Overview
1. Enquadramento Económico
O desenvolvimento económico e social que Moçambique tem
conhecido nos últimos anos e as perspectivas futuras de crescimento
permitem posicionar este país não só como um dos mais promissores
do Continente Africano, como do mundo. Com base nos números e
indicadores positivos que são conhecidos, em que haverá que
sublinhar o reforço da actividade dos projectos de exploração
mineira e as expectativas em torno das vastas reservas de gás natural,
o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Moçambique seja,
nos próximos cinco anos, um dos países com maiores taxas de
crescimento a nível mundial, situando-se numa média de 8% ao ano.
Nos últimos 10 anos, Moçambique registou uma das melhores
performances em termos de crescimento económico em África,
com uma média anual que ronda precisamente os 8%. Em 2012, a
economia moçambicana observou um crescimento de 7,4% da sua
economia, impulsionado especialmente pelo desempenho positivo
dos sectores da agricultura, indústria, transportes e serviços.
Destaca-se ainda o sector mineiro, que depois de um período de
estagnação, tem assistido a um crescimento muito significativo,
impulsionado pela vinda de produtores de expressão mundial.
Para 2013, as previsões da economia foram revistas em alta,
esperando-se que, este ano, o PIB Moçambicano cresça cerca de
7,8%, em grande medida resultado do desempenho dos
megaprojetos, essencialmente ao nível da exploração de recursos
naturais e da construção de infraestruturas básicas. De acordo com
o FMI, este crescimento deverá ainda basear-se na recuperação e
estabilização do desempenho da economia mundial e na tendência
crescente dos fluxos de investimento directo estrangeiro, sobretudo
nos sectores dos transportes e infraestruturas.
É expectável que o foco internacional sobre Moçambique se
intensifique, com o país a posicionar-se como o 3º país africano
mais atractivo para investimento estrangeiro.
Além disso, em paralelo aos indicadores económicos positivos,
incluindo uma descida da taxa de inflação, há a destacar a estabilidade
política e uma gestão macroeconómica e financeira cautelosa, esta
última com o objectivo de manter a estabilidade macroeconómica,
considerada essencial para garantir um crescimento económico
robusto e alcançar progressos assinaláveis nas condições de vida
das populações. Este esforço tem sido amplamente reconhecido
pelas instituições financeiras internacionais.
1. Economic Overview
The social and economic development experienced by Mozambique
in recent years and the positive growth outlook, place this country
not only as one of the most promising in Africa, but also worldwide.
Based in recently released positive figures and indicators, in which
one must highlight the reinforcement of mining activity and
expectations concerning the wide natural gas reserves, International
Monetary Fund (IMF) forecasts that Mozambique will be, in a 5 year
horizon, one of the countries recording some of the highest growth
rates globally, with an average annual economic growth of 8%.
Over the last 10 years, Mozambique has had one of Africa's best
performances in terms of economic growth, recording an average
annual rate of about 8%. In 2012, Mozambican economy expanded
approximately 7,4%, a growth boosted by positive performances of
areas such as agriculture, industry, transportation and services. The
mining sector also stood out, and after a period of stagnation is now
experiencing a strong growth, driven by the arrival of worldwide
mining producers.
Economic forecasts for 2013 were revised upwards and Mozambican
GDP is expected to grow about 7,8%, mainly due to the performance
of large scale projects, essentially in terms of natural resources
exploitation and the construction of basic infrastructures. According
to IMF, this growth should also be based on the recovery and
5
stabilization of the global economy performance and in growing
Guide to Property Investment in Mozambique
foreign direct investment, the latter mainly in the areas of
transportation and infrastructure.
The international focus on Mozambique is expected to intensify,
seeing that the country is placed as the third most attractive African
destination for foreign investment.
Moreover - additionally to positive economic indicators, which
include a declining inflation - political stability and a cautious
financial and macroeconomic management, the latter aiming to
assure a macroeconomic stability, are in order. These are conditions
considered to be crucial for a sustained and robust economic growth
and for achieving remarkable progress in what concerns the living
conditions of all Mozambicans. These efforts have been widely
recognized by international financial institutions.
2 Análise do Sector Imobiliário em Moçambique
Property Market in Mozambique
 2.1 Introdução
O mercado imobiliário de Moçambique apresenta actualmente um
enorme potencial de crescimento, com oportunidades em todos os
segmentos, destacando-se ainda a emergência de novas zonas
geográficas como destino do investimento e promoção imobiliária.
O crescimento médio da economia moçambicana tem sido de 8%
nos últimos anos, prevendo-se que este ritmo se mantenha e até
acelere nos próximos anos. Este desenvolvimento económico,
associado ao aumento do poder de compra da classe média, à chegada
de expatriados e à concretização dos projectos estruturantes previstos
para o país, têm vindo a aumentar a procura de produtos imobiliários
e o investimento neste sector.
Face ao cenário atual, em que a oferta é, na generalidade dos sectores
imobiliários, insuficiente para responder a esta procura que se está
a gerar, o mercado imobiliário moçambicano tem um enorme
potencial de crescimento em todos os sectores.
Destaca-se ainda a maior amplitude do mercado a nível geográfico.
O investimento imobiliário começa agora a olhar para outras zonas
além de Maputo, quer era até à data o foco central deste mercado
no país. As regiões de Tete, Pemba ou Inhassoro, com uma enorme
riqueza de recursos e um potencial turístico vasto por explorar,
começam a despertar a atenção dos investidores e promotores
8
imobiliários, sobretudo devido à forte aposta na melhoria das
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
infraestruturas, acessibilidades e transportes. Associados a esta
conjuntura favorável, a estabilidade política e legal, um alargamento
dos meios e acesso ao financiamento bancário e a operacionalização
de instrumentos diversos serão factores que permitirão impulsionar
ainda mais o mercado imobiliário moçambicano.
2.1 Introduction
Property Market in Mozambique has a strong growth potential,
offering opportunities in all market segments and currently started
to experience the emergence of new geographies as destinations
for property development and investment.
Mozambican economy has been growing at an annual average rate
of 8% in recent years and this pace is expected to continue and even
to accelerate in coming years. In addition to this economic expansion,
the growing purchasing power of an emerging middle class, the
arrival of new expatriates and the completion of structural national
projects, have been increasing the demand for property products
and, therefore, property investment.
Considering the present scenario, in which existing supply (in all
sectors) is not able to meet these new demand needs, Mozambican
property market displays a significant growth potential for all
segments.
Also to highlight is the geographic widening of the property market.
Property investment is now starting to look to other areas beyond
Maputo, which was the exclusive focus of the property market in
Mozambique. Areas such as Tete, Pemba or Inhassoro, which are
very rich in terms of natural resources, present a still unexploited
tourism potential and are being targeted for infrastructures,
accessibilities and transportation improvements, are now drawing
the attention of property investors and developers. In addition
to this favourable environment, a legal and political stability, a
widening access and means to debt, and the operationalization
of several tools, will all contribute to boost even more the Mozambican
property market.
 Maputo 10

6
9

Apartamentos / Apartments T1 T2 T3 T4 Valor unitário médio / Average price (USD/m2/sq.m)

Guide to Property Investment in Mozambique

VM / AP (USD) 334.697 421.919
4 - Polana Cimento B AM / AA (m2/sq.m) 128 172
VUM / AP (USD/m2/sq.m) 2.615 2.449
VM / AP (USD) 257.500 352.793 561.368 795.584
5 - Polana Cimento A AM / AA (m2/sq.m) 78 115 186 257
VUM / AP (USD/m2/sq.m) 3.323 3.068 3.014 3.100
VM / AP (USD) 802.714 1.122.076
6 - Sommerschield AM / AA (m2/sq.m) 271 423
VUM / AP (USD/m2/sq.m) 2.962 2.653
VM / AP (USD) 153.000 270.000 378.000
9 - Coop AM / AA (m2/sq.m) 68 120 180
VUM / AP (USD/m2/sq.m) 2.250 2.250 2.100
VM / AP (USD) 290.000 390.000
10 - Costa do Sol AM / AA (m2/sq.m) 130 160
VUM / AP (USD/m2/sq.m) 2.231 2.438
VM / AP - Valor médio / Average prices AM / AA - Área média / Average area VUM / AP - Valor unitário médio / Average price 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

2.2 Habitação 2.2 Residential

Em Maputo, a oferta de projetos imobiliários residenciais dirige-se, In Maputo, residential supply is mainly focused in the mid/high-end of
essencialmente, ao segmento médio/alto e para um nicho com um peso the market and also into a representative market niche, namely the
significativo – nomeadamente o mercado internacional (quadros de international segment, thus reflecting and unbalanced relation between
expatriados) –, refletindo um desajuste da oferta face à realidade da procura. demand and supply.

A oferta está localizada nas principais avenidas das zonas de Polana Cimento A e
B, Costa do Sol e Sommerschield. A Avenida Julius Nyerere destaca-se como a
localização de referência em termos de valores prime no segmento residencial.
O arrendamento encontra-se bastante ativo, face à opção de compra dos
imóveis, uma realidade que se deve sobretudo a uma das principais restrições
no país, que é o recurso limitado ao financiamento bancário. Uma maior
abertura do sistema bancário no financiamento ao setor imobiliário residencial,
especialmente na vertente de aquisição, será um fator decisivo para dar um
novo impulso ao mercado imobiliário moçambicano.
The housing stock is located in the most important avenues of Polana
Cimento A and B, Costa do Sol and Sommerschield areas. Julius Nyerere
Avenue stands out as the most important location in terms of residential
prime values.
The lettings market is now very dynamic comparing to the sales market,
mainly due to restrictions in accessing mortgage finance. Allowing more
households to access mortgage finance to buy houses is expected to boost
the real estate Mozambican market.
 Maputo

2
4
1

10

Escritórios / Offices Renda média / Unit rent (USD/m2/sq.m)

Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique

VM / AP (USD/m2/sq.m) 2.500
1 - Bairro Central C
RM / UR (USD/m2/sq.m) 30
VM / AP (USD/m2/sq.m) 2.000
2 - Bairro Central B
RM / UR (USD/m2/sq.m) 22
VM / AP (USD/m2/sq.m) 2.000
4 - Polana Cimento B
RM / UR (USD/m2/sq.m) 22
VM / AP (USD/m2/sq.m) 2.200
5 - Polana Cimento A
RM / UR (USD/m2/sq.m) 25
VM / AP (USD/m2/sq.m) 3.200
6 - Sommerschield
RM / UR (USD/m2/sq.m) 28
VM / AP - Valor médio / Average prices RM / UR - Renda média / Unit rent 0 5 10 15 20 25 30

2.3 Escritórios 2.3 Offices

A zona da baixa, principalmente a Avenida 25 de Setembro, é onde se localiza The downtown area, mainly 25 de Setembro Avenue, is the Central Business
o Central Business District (CBD) da cidade e se concentram as principais District (CBD) in Maputo and home of the most important office locations.
localizações de escritórios. A Avenida 24 de Julho regista valores ligeiramente 24 de Julho Avenue records slightly lower values comparing to Prime zone,
inferiores face a esta zona prime, mas ainda acima do restante mercado. but the rents are still above the market's average.

Em fase de conclusão encontram-se os edifícios JAT 5.2 e 5.3, localizados na Buildings JAT 5.2 and 5.3, located in Bairro Central C area at Presidente
zona do Bairro Central C, na Avenida Presidente Carmona. Está previsto o Carmona Avenue, are now to be concluded. JAT VI scheme is in the pipeline
desenvolvimento do empreendimento JAT VI, composto por 3 edifícios de to be developed and includes a 3 office buildings, 1 hotel and 1 residential
escritórios, 1 hotel e torre de habitação; entre outros projetos. building.

A procura elevada de espaços de escritórios, face ao interesse económico que
este país está a despertar em players nacionais e internacionais, traduz-se
numa taxa desocupação muito baixa. Contudo, tendo em conta a oferta de
escritórios que se encontra em construção e em pipeline, torna-se fundamental
que os players que pretendam entrar no mercado avancem para uma análise
da viabilidade económico-financeira do ativo, por forma a rentabilizá-lo.
The country has a growing economic interest for both national and
international players, a trend that boosted the demand for office spaces,
and, thus, resulting in a very low vacancy rate. However, considering the
new office supply under construction and the pipeline, it is advised that
players, who wish to approach this market, choose to develop an analysis of
the asset's economic and financial feasibility, in order to increase its returns.
 Maputo
Hotéis / Hotels
3* 144
Preços médios (USD/quarto)
Maputo 4* 242
Average room rate (USD/room)
5* 312
2.4 Turismo
A entrada de turistas em Maputo tem vindo a registar uma tendência positiva,
que segundo as últimas previsões deverá manter-se nos próximos anos. O
segmento corporate – isto é, de turistas que viajam por motivos de
negócios/profissionais – é o principal nicho de mercado, mas uma das metas
traçadas pelo Ministério do Turismo é aumentar a captação de turistas no
segmento de lazer.
Relativamente à oferta hoteleira, a Avenida Julius Nyerere concentra os
principais hotéis de referência da cidade. Encontram-se em funcionamento
cinco hotéis de 5 estrelas, seis de 4 estrelas, conjuntamente com diversos
hotéis de três estrelas, guest houses e aparthotel. As taxas de ocupação, nos
hotéis de cinco e quatro estrelas, fixaram-se em 73% e 82%, respetivamente.
O desenvolvimento do país, dos seus recursos naturais, culturais e históricos;
as taxas de ocupação que, em alguns casos, chegam a atingir os 100%; e as
previsões positivas dos principais indicadores turísticos; demonstram a
potencialidade de investimento que este segmento oferece.
11
Preços médios (USD/quarto) / Average room rate (USD/room)
Guide to Property Investment in Mozambique
0 50 100 150 200 250 300
2.4 Tourism
The number of tourists visiting Maputo has been growing in the last few years,
a trend that according to the latest forecasts should continue in the coming
years. The business tourism – meaning, tourists who travel for business/
professional reasons – is the main niche market, but one of the goals set by
the Ministry of Tourism is to increase the number of tourists in the leisure
segment.
Regarding the existing hotel supply, Julius Nyerere Avenue concentrates
the main landmark hotels of the city. There are five 5-star hotels, six 4-star,
along with several 3-star hotels, guesthouses and tourism apartments.
Occupancy rates in 5 and 4- star hotels were of 73% and 82%, respectively.
The country’s development, its natural, cultural and historic resources; as well as
healthy occupancy rates, that in same cases reach 100%; and the positive
forecasts for the main tourism indicators; show the opportunities this segment
can offer and its investment potential.
 Maputo

12

Retalho / Retail Renda Média (USD/m2) / Unit Rent (USD/sq.m)

Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique

Shopping Center 40
Renda Média (USD/m2)
Maputo Retail Park 20
Unit Rent (USD/sq.m)
Lojas de Rua/High Street Retail 30
0 10 20 30 40 50 60

2.5 Retalho 2.5 Retail

O mercado de retalho em Maputo caracteriza-se por uma oferta ainda
muito incipiente, nomeadamente a nível da qualidade, tendo em conta os
padrões internacionais. O comércio de rua é um segmento muito marcante e
dominante e encontra-se disperso por várias zonas da cidade. Maputo conta
com um total de onze conjuntos comerciais, dos quais quatro centros
comerciais, quatro retail parks e três galerias comerciais. Os valores médios
praticados resultam da escassez de oferta deste tipo de produto imobiliário.
O crescimento económico do país, o aumento do poder de compra, o
crescimento populacional, o aumento do número de expatriados e a reduzida
qualidade da oferta atual; são alguns dos indicadores que demonstram
o potencial de crescimento e o espaço para o desenvolvimento do conceito
Shopping Center e de outros espaços comerciais em Maputo.
Supply in Maputo's retail market is still undeveloped, particularly in terms
of quality when comparing to international standards. High Street retail is
a very striking and dominant segment, and scattered through several areas
of the city. Maputo totals 11 retail schemes, of which 4 shopping centers,
4 retail parks and 3 smaller retail complexes. Average rents for retail reflect
the shortage of supply.
The country's economic growth, rising purchasing power, demographic
growth, the increasing number of expatriates and reduced quality of
existing supply, prove that the country has a growth potential in this market
segment, with space for the development of shopping centers and other
retail schemes in Maputo.
2.6 Conclusões
Habitação
Em Maputo existe uma necessidade de reduzir o deficit habitacional e
atenuar o desajuste da oferta face à procura. O problema do acesso ao
financiamento bancário, face às altas taxas de juro, ainda é uma realidade,
sendo o arrendamento uma opção muito procurada.
Verifica-se a existência de vários empreendimentos em construção, com
especial incidência nas zonas de Polana Cimento A e B, Sommerschield e
Costa do Sol. A Avenida Julius Nyerere destaca-se com os valores prime.
Em termos médios, o valor unitário da habitação em Maputo regista-se
em 2.600 USD/m2. Na zona de Polana Cimento A, o valor unitário médio
nos apartamentos regista-se em 3.100 USD/m2.
Escritórios
Moçambique tem vindo atrair muitas empresas nacionais e estrangeiras,
sendo a oferta de escritórios fortemente dominada por projetos stand alone,
desenvolvidos à medida do cliente. A Prime Yield MZ estima que o stock de
escritórios em Maputo seja de aproximadamente 337.000 m2.
A zona da baixa, principalmente a Avenida 25 de Setembro, bem como
a Avenida 24 de Julho (esta última com valores ligeiramente inferiores)
destacam-se como os principais eixos para o segmento de escritórios.
O valor unitário médio por m2 no mercado de escritórios situa-se em
2.400 USD/m2, com uma renda prime em torno dos 30 USD/m2.
Turismo
O turismo é considerado um dos setores estratégicos para Moçambique. Ao
longo dos últimos anos, vários indicadores turísticos têm vindo a refletir
uma tendência de crescimento, sustentado pelo interesse económico do
país e pela aposta no melhoramento das infraestruturas.
Nas unidades hoteleiras de Maputo, o segmento corporate assume um peso
de destaque, sendo, até ao momento, o principal perfil de turista que visita
Maputo. A permanência média registou-se em 8 dias, comparando com
apenas 3 dias em 2008. África do Sul, Portugal e Brasil são os principais
mercados internacionais emissores de turistas neste segmento.
Os preços médios praticados nos estabelecimentos hoteleiros em Maputo
variam de 144 USD nos de 3 estrelas a 312 USD nos de 5 estrelas.
Retalho
Em Maputo, a oferta de espaços comerciais de grande dimensão é muito
reduzida. Existe espaço para o desenvolvimento do conceito Shopping Center
e outros espaços comerciais.
Muitos dos projetos imobiliários que estão a surgir neste segmento
consistem em edifícios mistos, que além da vertente comercial, conjugam
ainda habitação, e escritórios. A cidade de Maputo conta, atualmente, com
três centros comerciais – Maputo Shopping Center (MBS), localizado na Av.
Mártires de Inhaminga; o Marés Shopping Center, localizado na Av. Marginal,
na zona da Costa do Sol; e o Polana Shopping, localizado na Av. Julius Nyerere.
A África do Sul perfila-se ainda como uma das principais alternativas para
os consumidores com maior poder de compra de Maputo, já que oferece
espaços comerciais com qualidade, diversidade de produtos e preços inferiores
face à capital de Moçambique.
2.6 Conclusion
Residential
In Maputo, the residential deficit must be reduced and the relationship
between supply and demand must be balanced. Restricted access to
mortgage finance, mainly due to high interest rates, is still resulting in the
fallout of the sales market, thus benefiting the lettings market.
The future supply includes several building now under construction, mainly
in Polana Cimenta A e B, Sommerschield and Costa do Sol areas. Julius
Nyerere Avenue stands out in terms of prime values.
In average terms, housing values for Mozambique lies in 2.600 USD/sq.m.
In Polana Cimento A zone, average value for apartments is around 3.100
USD/sq.m.
Offices
Mozambique is increasingly attracting both national and international
companies, comprising an office supply where stand-alones, developed in
build-to-suit schemes, are the dominating projects. Prime Yield MZ forecasts
that office stock in Maputo totals about 337.000 sq.m.
Downtown area, mainly 25 de Setembro Avenue and 24 de Julho Avenue
(the latter with slightly lower rental values), stands out as the most
important office location.
Average value of office market is placed around 2.400 USD/sq.m, presenting
a prime rent of 30 USD/sq.m.
Tourism
13
Tourism is one of Mozambique economic strategic sectors. Over the last few
Guide to Property Investment in Mozambique
years, some tourism indicators reflect a growth trend, boosted by the
country’s economic interest and by a wide infrastructural improvement
programme.
In Maputo’s existing hotels, the business tourism stands out as the most
important segment, dominating the number of tourists visiting the city.
Tourists now stay in average 8 days, comparing to a 3 day stay recorded in
2008. South Africa, Portugal and Brazil are the most important source
markets for tourism in Mozambique.
Average prices in existing hotels range from 144 USD in a 3-star to 312 USD
in a 5-star hotel.
Retail
In Maputo, the supply of large retail schemes is very low, and, therefore
many opportunities can present to players for the development of shopping
center concept and other retail formats.
Many of the retail schemes now emerging in this market result from mixed-
use developments, which combine retail, residential and offices. Maputo
has 3 shopping centers: Maputo Shopping Center (MBS), located in Mártires
de Inhaminga Avenue; Marés Shopping Center, located in Marginal Avenue,
in Costa do Sol area; and Polana Shopping, located in Julius Nyerere Avenue.
South Africa is still a consistent alternative for Mozambican consumers with
higher purchasing power, offering quality retail spaces, interesting commercial
mix and a lower price range, comparing to Maputo.
3 Enquadramento Legal do Investimento
Imobiliário em Moçambique
Legal Framework of Real Estate Sector
in Mozambique
 De acordo com a lei em vigor na República de Moçambique, toda a terra é According to the law in force in the Republic of Mozambique, all lands are
propriedade do Estado e não pode ser vendida ou, por qualquer outra property of the State and may not be sold or otherwise alienated,
forma alienada, hipotecada ou penhorada. mortgaged or attached.

No entanto, é reconhecida a essencialidade do uso e do aproveitamento da However, it is recognized the importance of the use and exploitation of the
terra, como meio universal de criação de riqueza e do bem-estar social. land, as universal means of creating wealth and social welfare.

Não existe, pois, um direito de propriedade privada sobre a terra, assistindo Therefore, there is no right of private ownership of land, assisting the
aos interessados a possibilidade de serem titulares de direitos de gozo e interested parties the possibility of being holders of the rights of use and
fruição sobre a mesma, nas modalidades a seguir identificadas. exploitation upon the same, in the modalities identified below.

16
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
I. O direito de uso e aproveitamento
da terra
O uso e o aproveitamento da terra é, nos termos da Lei de Terras, um
direito de todo o povo moçambicano.
Este direito, embora sujeito à verificação de algumas condições,
também pode ser assegurado a cidadãos e entidades estrangeiras,
que pretendam desenvolver os seus projectos em Moçambique.
O direito de uso e aproveitamento da terra é um direito que as
pessoas singulares ou colectivas e as comunidades locais adquirem
sobre a terra, embora com exigências e limitações.
As entidades, nacionais ou estrangeiras, que pretendam desenvolver
projectos imobiliários em Moçambique devem apresentar um pedido
de uso e aproveitamento da terra.
São identificadas na Lei de Terras duas formas de aquisição do
direito de uso e aproveitamento da terra, designadamente:
a) Por ocupação: meio de aquisição do direito de uso e
aproveitamento da terra por pessoas singulares e por
comunidades locais, segundo as normas e as práticas
costumeiras no que não contrariem a Constituição da República
de Moçambique, ou por pessoas singulares nacionais que, de
boa-fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos;
b) Por autorização: mecanismo de aquisição do direito de uso e
aproveitamento da terra por pessoas singulares ou colectivas,
nacionais (que não reúnam as condições para adquirir por
ocupação) ou estrangeiras, desde que titulares de um projecto
de investimento aprovado ao abrigo da legislação sobre
investimento e, cumulativamente, residam, no mínimo, há 5
anos em Moçambique se forem pessoas singulares ou estejam
constituídas ou registadas em Moçambique, se forem pessoas
colectivas (são pessoas colectivas estrangeiras aquelas cujo
capital seja detido em mais de 50% por entidades estrangeiras).
O direito de uso e aproveitamento da terra constitui-se sobre a
superfície do terreno delimitada por marcos e sobre o espaço aéreo
correspondente, desde que não integrado no domínio público.
Os titulares de direitos de uso e aproveitamento da terra podem
defender-se contra qualquer intrusão de terceiros que não tenham
direitos sobre a terra. Podem ainda ter acesso às parcelas sobre as
quais incida o direito de uso e aproveitamento através das parcelas
vizinhas, constituindo as servidões que se revelem necessárias para
o efeito.
Acrescem ainda os direitos de acesso à via pública e aos serviços
públicos de água, electricidade, telefones e outros, bem como o
direito de constituir hipoteca sobre os bens imóveis e as benfeitorias
que, licitamente, tenham edificado nos terrenos que são objecto de
direitos de uso e aproveitamento da terra ou sobre os quais tenham
adquirido o direito de propriedade.
Por sua vez, são deveres dos titulares de direito de uso e
aproveitamento da terra:
a) Utilizar a terra respeitando os princípios definidos na
Constituição da República de Moçambique e demais legislação
em vigor e, no âmbito do exercício de uma actividade
económica, em conformidade com o plano de exploração e
de acordo com a legislação relativa à actividade desenvolvida;
b) Dar acesso através da sua parcela aos vizinhos que não tenham
comunicação com a via pública ou com os recursos hídricos
de uso público, permitindo a constituição de servidões;
c) Respeitar as servidões constituídas e os direitos delas
decorrentes;
d) Permitir a execução de operações e/ou a instalação de
acessórios e equipamentos ao abrigo do exercício de
actividades mineiras, mediante justa indemnização;
e) Manter os marcos de fronteiras, de triangulação e de
demarcação cadastral ou similares;
f ) Colaborar com os Serviços de Cadastro.
Os titulares de direitos de uso e aproveitamento da terra podem
ainda ver os seus direitos restringidos em função da necessidade de
constituição de servidões de interesse público, caso em que serão
indemnizados em quantia equivalente ao efectivo prejuízo sofrido
pela não utilização da parte afectada pela constituição da servidão.
A realização de projectos de investimento privados que impliquem
17
a aquisição de um direito de uso e aproveitamento da terra será
Guide to Property Investment in Mozambique
precedida de trabalhos de identificação prévia do terreno,
envolvendo os Serviços de Cadastro, as autoridades administrativas
locais e as comunidades locais. Estão excluídos deste procedimento
os pedidos de terra destinados à construção de habitação própria.
O processo de autorização do direito de uso e aproveitamento da
terra está sujeito às seguintes fases:
a) Fase de autorização provisória, que é emitida na sequência
de um pedido e tem a duração de 2 anos para estrangeiros
e 5 anos para nacionais;
b) Fase de autorização definitiva, que é emitida após constatado
o cumprimento do plano de exploração ou do projecto de
investimento.
A autorização provisória contém os seguintes elementos:
a) Identificação da entidade que autorizou o pedido e data do
despacho de autorização;
b) Número da autorização;
c) Identificação do requerente;
d) Esboço, área, localização e número de identificação da parcela
no registo cadastral;
e) Prazo da autorização provisória;
f ) Tipo ou tipos de exploração para os quais foi concedida
a autorização;
g) Taxas devidas;
h) Data e local da emissão;
i) Assinatura do responsável pelos serviços que emitem a
autorização e respectiva chancela.
 Após a notificação da autorização provisória, o requerente deverá,
no prazo de um ano, proceder à demarcação da terra, seja com
recurso aos serviços de cadastro, seja solicitando a aprovação de
um contrato com um agrimensor ajuramentado, sob pena de, não
o fazendo sem justificado motivo, o requerente ser notificado do
iminente cancelamento da autorização e podendo, neste caso,
solicitar a prorrogação do prazo por mais 90 dias, improrrogáveis.
No termo da autorização provisória o interessado pode solicitar a
redução da área inicialmente autorizada.
Verificando-se que, no termo do prazo da autorização provisória,
não foi cumprido o plano de exploração ou não foi realizado o
investimento proposto sem motivos justificados, a autorização pode
ser revogada, não tendo o investidor direito a qualquer indemnização
ou compensação pelos investimentos não removíveis já realizados.
Após o termo do período da autorização provisória, ou mesmo
antes do termo desse período se o interessado assim o entender,
pode ser requerida a realização de uma vistoria para certificar a
realização do investimento proposto ou o cumprimento do plano
de exploração, de acordo com a calendarização aprovada.
Confirmando-se a realização do investimento proposto ou o
18
cumprimento do plano de exploração, será dada a autorização
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
definitiva do uso e aproveitamento da terra e emitido o respectivo
título.
O título da autorização definitiva contém os seguintes elementos:
a) Identificação da entidade que autorizou o pedido de emissão
do título e data do despacho de autorização;
b) Número do título e identificação do titular;
c) Área e sua definição geométrica, com as respectivas
coordenadas, localização, número de identificação da parcela
no registo cadastra e números de identificação das parcelas
confinantes;
d) Prazo do direito de uso e aproveitamento da terra;
e) Tipo ou tipos de exploração para os quais foi concedido o direito
de uso e aproveitamento da terra;
f ) Descrição das benfeitorias existentes;
g) Taxas devidas;
h) Data e local da emissão;
i) Assinatura do responsável pelos serviços que emitem o título
e respectiva chancela.
A atribuição do direito de uso e aproveitamento da terra realiza-se
pelo prazo correspondente ao período fixado pela Autorização de
Investimento, não podendo exceder os 50 anos e sendo renovável
igual período.
Não está sujeito a prazo o direito de uso e aproveitamento da terra
que tenha sido adquirido por ocupação pelas comunidades locais,
destinado à habitação própria, ou destinado à exploração familiar
exercida por pessoas singulares nacionais.
O pedido de renovação do direito de uso e aproveitamento da terra
deve ser apresentado nos doze meses antes do termo do prazo
fixado no título de autorização definitiva, demonstrando o titular
que continua a exercer a actividade económica no âmbito da qual o
pedido foi inicialmente formulado. Sendo o pedido apresentado
depois de decorrido o referido prazo, o requerente fica sujeito ao
pagamento de uma multa.
Caso, no termo do período de renovação, o titular do direito pretenda
ainda dar continuidade ao seu projecto, deverá apresentar um novo
pedido de concessão de direito de uso e aproveitamento da terra.
Nas cidades e vilas e nos assentamentos humanos ou aglomerados
populacionais organizados por plano de urbanização, o requerente
do direito de uso e aproveitamento da terra tem o prazo máximo de
dois anos para iniciar as obras indispensáveis à utilização do terreno,
podendo este prazo ser prorrogado por mais seis meses, mediante
apresentação de justo motivo. O prazo para início da exploração da
terra não poderá exceder dez anos, contando-se este prazo da data
de aquisição do direito de uso e aproveitamento da terra.
Os titulares do direito de uso e aproveitamento da terra estão sujeitos
ao pagamento de taxas, cujo valor é determinado considerando
a localização dos terrenos, a sua dimensão e a finalidade do seu uso
e aproveitamento, nomeadamente:
a) Taxas de autorização;
b) Taxa anual progressiva ou regressiva, de acordo com os
investimentos realizados.
Os cidadãos nacionais beneficiam de taxas preferenciais.
A taxa relativa à autorização provisória é devida no início do processo,
sendo a taxa atinente à autorização definitiva devida no prazo de
três meses após a notificação ao requerente da respectiva emissão.
As taxas anuais são devidas a partir da notificação ao requerente da
emissão da autorização provisória e são pagas nos primeiros três
meses do ano ou em duas prestações, a primeira até final de Março
e a segunda até final de Junho.
O titular do direito de uso e aproveitamento da terra que, por motivos
que não lhe sejam imputáveis, não puder cumprir com as condições
do plano de exploração, pode requerer à entidade concedente a
isenção do pagamento da taxa anual até um período de 3 anos.
Nos termos da tabela actualmente em vigor, as taxas têm os seguintes
valores:
Meticais USD1 EURO2
Autorização provisória 600.000,00 ≅ 20.230,00 ≅15.430,00
Autorização definitiva ½ do valor da autorização provisória
Taxa anual (por hectare) 300.000,00 ≅ 10.115,00 ≅ 7.715,00
1
Utilizada a seguinte taxa de câmbio vigente em dezembro de 2012 (Banco de Moçambique): 1 USD = 29,66 Mzn
2
Utilizada a seguinte taxa de câmbio vigente em dezembro de 2012 (Banco de Moçambique): 1 Euro = 38,88 Mzn
As taxas anuais sofrem ajustamentos em função de coeficientes,
considerando a localização e a dimensão dos terrenos cujo direito
de uso e aproveitamento da terra é cedido e a finalidade do seu uso.
O uso e aproveitamento da terra são gratuitos quando se destinam:
a) Ao Estado e suas instituições;
b) Às associações de utilidade pública reconhecidas pelo Conselho
de Ministros;
c) Às explorações familiares, às comunidades locais e pessoas
singulares que as integram;
d) Às cooperativas e associações agro-pecuárias nacionais de
pequena escala.
O direito de uso e aproveitamento da terra pode ser transmitido
por herança.
Os titulares do direito de uso e aproveitamento da terra podem
transmitir, por acto entre vivos, as infra-estruturas, construções e
benfeitorias nela existentes, através de escritura pública precedida
da autorização da entidade estatal concedente do direito de uso e
aproveitamento da terra.
No caso dos prédios urbanos, com a transmissão do imóvel também
se transmite o direito de uso e aproveitamento do respectivo terreno,
sem necessidade de prévia autorização da entidade concedente.
A celebração de contratos de cessão de exploração deverá ser
efectuada por escritura pública e está sujeita à aprovação prévia da
entidade concedente do direito de uso e aproveitamento da terra e,
no caso das comunidades locais, depende do consentimento dos
respectivos membros.
A constituição, modificação, transmissão e extinção do direito de uso
e aproveitamento da terra está sujeita a registo na Conservatória do
Registo Predial e no Cadastro Nacional de Terras.
Não obstante, a comprovação do direito de uso e aproveitamento
da terra, para além de efectuada mediante apresentação do respectivo
título, pode ser efectuada por prova testemunhal ou por peritagem.
Em determinadas circunstâncias, o registo não tem eficácia
constitutiva, pois a sua ausência não prejudica o direito de uso e
aproveitamento da terra adquirido por ocupação, desde que
devidamente comprovado.
A Lei de Terras prevê as formas possíveis de extinção do direito
de uso e aproveitamento da terra.
Pode ser determinada a extinção do direito de uso e aproveitamento
da terra em caso de não cumprimento do plano de exploração ou
do projecto de investimento, sem motivo justificado, nas condições
e no calendário que tenha sido estabelecido na aprovação do pedido,
mesmo que as obrigações fiscais estejam a ser cumpridas.
O direito de uso e aproveitamento da terra também se pode
extinguir por revogação por motivos de interesse público, sendo
essa revogação compensada com o pagamento de justa
indemnização e/ou compensação.
Aquele direito pode ainda extinguir-se pelo decurso do respectivo
prazo de duração inicial ou da renovação e pela renúncia do seu titular.
No caso de extinção do direito de uso e aproveitamento da terra,
as benfeitorias não removíveis revertem a favor do Estado.
O Regulamento do Solo Urbano prevê, para aplicação nas zonas
urbanas, a criação de novos mecanismos de atribuição de direito
de uso e aproveitamento da terra, que não se encontram em
conformidade com a Lei de Terras, nomeadamente por:
a) Sorteio: meio que tem por objecto a atribuição de direito de
uso e aproveitamento da terra em terrenos localizados em zonas
de urbanização básicas e destina-se apenas a cidadãos nacionais;
b) Hasta pública: meio que tem por objecto a atribuição de direito
de uso e aproveitamento da terra em talhões ou parcelas
localizadas em zonas de urbanização completa ou intermédia
destinadas à construção de edifícios para habitação, comércio
e serviços;
c) Negociação particular: mecanismo que tem por objecto a
19
atribuição de direito de uso e aproveitamento da terra em
Guide to Property Investment in Mozambique
terrenos destinados à construção de habitação por iniciativa
directa das cooperativas de habitação ou associações;
instalação de unidades industriais e agro-pecuárias, instalação
de unidades de comércio de grandes superfícies, terminais
e entrepostos comerciais ou serviços que pelas suas
características necessitem de superfícies de dimensão
apreciável; construção de projectos de habitação associada
a grandes projectos de investimento, nomeadamente os
anteriormente referidos.
Actualmente, discute-se a eficácia jurídica dos mecanismos de
atribuição do direito de uso e aproveitamento da terra nos termos
previstos no Regulamento do Solo Urbano, face à sua compatibilidade
com o disposto na Lei de Terras, sendo esta um instrumento legal
de força superior ao referido Regulamento.
Por último, cumpre ainda salientar que o deferimento dos direitos
de uso e aproveitamento da terra não preclude a necessidade de
obtenção das licenças ou autorizações exigidas pela legislação
aplicável para o exercício da actividade pretendida pelo investidor.
O prazo de duração destas licenças será definido de acordo com a
legislação aplicável e não está sujeito ou limitado ao prazo autorizado
para o exercício do direito de uso e aproveitamento da terra.
 II. As licenças especiais
As zonas de domínio público são áreas destinadas à satisfação do
interesse público. Nestas zonas não podem ser adquiridos direitos
de uso e aproveitamento da terra, com excepção do direito de uso e
aproveitamento da terra adquirido por pessoas singulares nacionais
nos aglomerados urbanos nas zonas fronteiriças.
As zonas de domínio público podem ser qualificadas de uma das
seguintes formas:
(i) zonas de protecção total: tratam-se das áreas destinadas a
actividades de conservação ou preservação da natureza e de
defesa e segurança do Estado;
(ii) zonas de protecção parcial: como sejam, por exemplo, a faixa
de terreno no contorno de barragens e albufeiras até 250 metros
ou a faixa de dois quilómetros ao longo da fronteira terrestre.
Tanto nas zonas de protecção total como nas zonas de protecção
parcial poderão ser emitidas licenças especiais para o exercício de
determinadas actividades económicas.
Por outro lado, as zonas que, em conformidade com o disposto no
Regulamento das Zonas de Interesse Turístico, sejam declaradas zonas
de interesse turístico não podem ser objecto de licenças especiais
ou de qualquer outro direito de ocupação, incluindo direitos de uso
e aproveitamento da terra.
20
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
A legislação vigente é omissa quanto à possibilidade de transmissão
das licenças especiais. Perante esta lacuna legal, e por forma a defender
a possibilidade da respectiva transmissão, poderá recorrer-se à
interpretação analógica das normas relativas à transmissão do direito
de uso e aproveitamento da terra, caso em que se poderá admitir a
transmissão.
III. O arrendamento
Em 1976 foi determinada a reversão a favor do Estado de todos os
prédios de rendimento e dos prédios abandonados, com o que o
Estado passou a deter o monopólio de arrendamento de imóveis.
Em 1979 foi criado o regime jurídico do arrendamento dos imóveis
para habitação, industria, comércio e serviços.
A. Arrendamento pelo Estado
No âmbito deste regime, foram criadas regras específicas em
conformidade com os fins do arrendamento.
1. Arrendamento pelo Estado de Imóveis para Habitação
Os contratos de arrendamento para habitação são celebrados por
tempo indeterminado.
A renda é fixada pelo Senhorio, de acordo com os seguintes factores:
a) Área de pavimento ocupada pela habitação;
b) Preço estabelecido por metro quadrado de habitação;
c) Qualidade da habitação;
d) Idade da habitação;
e) Localização da habitação;
f ) Instalações especiais da habitação.
A falta de pagamento da renda implica uma penalização que poderá
ascender ao dobro do valor da renda. Na falta de pagamento desta
penalização, quando devida, o contrato cessa os seus efeitos.
A responsabilidade pelo cumprimento das obrigações decorrentes
do contrato de arrendamento cabe, solidariamente, a todos os
moradores do imóvel com capacidade jurídica.
Em caso de interesse, o Governador da Província pode ordenar a
mudança do Arrendatário para outro imóvel que se revele adequado
às suas necessidades. Esta mudança poderá ainda ser ordenada em
virtude do seguinte:
a) Inadequada utilização do imóvel;
b) Impossibilidade de pagamento da renda.
É expressamente proibida a sublocação dos imóveis arrendados.
No entanto, é permitido ao Arrendatário receber hóspedes. Se a
hospedagem for remunerada, necessita de prévia autorização do
Senhorio.
O Arrendatário tem a obrigação de conservar o interior e as partes
exteriores do imóvel, assim como os demais espaços e serviços
comuns.
Caso o Arrendatário pretenda realizar quaisquer benfeitorias, deverá
obter a prévia autorização do Senhorio. As benfeitorias serão
suportadas pelo Senhorio na respectiva proporção do aumento
que representem no valor da renda. O Arrendatário apenas poderá
remover as benfeitorias cujo custo tenha sido por si integralmente
suportado e desde que tal não provoque danos no imóvel.
As causas de extinção do contrato de arrendamento têm que ser
declaradas judicialmente. O Senhorio pode requerer a extinção do
contrato de arrendamento quando se verifique um dos seguintes
factos:
a) Utilização do imóvel para fins diversos dos estipulados no
contrato;
b) Não pagamento da renda;
c) Abandono do imóvel (ausência não autorizada de todos os
moradores do imóvel por um período superior a 90 dias);
d) Falsas declarações sobre elementos essenciais do contrato;
e) Sublocação;
f ) Hospedagem paga não autorizada;
g) Danos graves ou repetidos por culpa do Arrendatário;
h) Utilização do imóvel para a prática de actos criminosos.
Em caso de morte ou incapacidade do Arrendatário o contrato de
arrendamento para habitação apenas pode ser transmitido ao
cônjuge sobrevivo ou aos membros do agregado familiar que estejam
identificados no contrato.
De notar ainda que o Senhorio pode exercer o direito de retenção
dos bens do Arrendatário até ao integral pagamento de valores que
sejam devidos ao abrigo e em execução do contrato de arrendamento.
2. Arrendamento pelo Estado de Imóveis para Indústria, Comércio
e Serviços
Os contratos de arrendamento para indústria, comércio ou serviços
só podem ter como Arrendatários as pessoas ou entidades que
estejam devidamente autorizadas a exercer as respectivas actividades.
O prazo deste tipo de contratos é determinado por acordo das partes.
A renda é fixada pelo Senhorio, de acordo com os seguintes factores:
g) Área de pavimento ocupada pelo imóvel;
h) Preço estabelecido por metro quadrado do imóvel;
i) Localização do imóvel;
j) Tipo de actividade a ser exercida no imóvel.
O contrato extingue-se por uma das seguintes formas:
a) Acordo das Partes;
b) Termo do prazo;
c) Dissolução da sociedade arrendatária;
d) Proibição do exercício da actividade;
e) Não pagamento da renda;
f ) Falsas declarações sobre elementos essenciais do contrato;
g) Encerramento não autorizado do locado;
h) Violação grave ou repetida das disposições legais e contratuais
aplicáveis.
A conservação e a reparação do imóvel ficam a cargo do Arrendatário,
salvo as reparações de natureza estrutural que resultem de defeitos
de construção, as quais ficam a cargo do Senhorio.
Existindo um estabelecimento comercial, a sua transmissão inclui a
transmissão do direito ao arrendamento.
No caso de cessão de exploração de imóveis arrendados para indústria,
comércio ou serviços, os respectivos Contraentes (o cedente e o
cessionário) deverão informar o Senhorio, no prazo de 15 dias, para
efeito de actualização da renda. A não comunicação implica o
pagamento de uma multa que poderá atingir o décuplo do valor da
renda.
Supletivamente, são aplicáveis aos arrendamentos para indústria,
comércio ou serviços as normas aplicáveis ao arrendamento para
habitação.
B. Arrendamento por Outras Entidades
Em 1991 constatou-se que o desenvolvimento político-económico
não era compatível com a manutenção do monopólio do Estado no
sector do arrendamento urbano.
Por força disto, foi aprovada a Lei que permite que, para além das
instituições do Estado e das empresas estatais, também as pessoas
singulares e colectivas possa construir imóveis para venda ou
arrendamento ou exercer outras actividades relativas a direitos
imobiliários, desde que devidamente autorizadas.
21
Guide to Property Investment in Mozambique
No entanto, é entendimento da jurisprudência maioritária que se
mantém vigente a Lei do Inquilinato de 1961.
Nos termos desta Lei, o arrendamento tem o prazo máximo 30 anos,
considerando-se reduzido a este limite se for fixado prazo superior
ou perpétuo. No termo do prazo, e salvo se o Arrendatário manifestar
a sua intenção de não manter o contrato em vigor, o arrendamento
renova-se, sucessivamente, por períodos iguais ao período de
duração inicial. No entanto, os períodos de renovação são limitados
ao prazo de um ano se o prazo de duração inicial for superior.
A Lei do Inquilinato estabelece, ainda, um importante princípio de
renovação tácita do contrato de arrendamento. Nos casos em que
se tenha verificado cessação do contrato, por revogação, resolução
ou caducidade, o contrato mantém-se em vigor (como se não tivesse
cessado) se o Arrendatário, ou quem lhe suceda nesta posição, mantiver
o gozo do imóvel pelo período de um ano sem oposição do Senhorio.
O subarrendamento apenas é permitido quando autorizado por lei,
pelo contrato ou consentido pelo Senhorio. Nos casos de sublocação
total, assiste ao Senhorio a faculdade de, por meio de notificação
judicial, se substituir ao Arrendatário, considerando-se resolvido o
primitivo arrendamento e convertendo-se o subarrendamento em
arrendamento.
A resolução do contrato por incumprimento tem de ser decretada
judicialmente, e, quando fundada em incumprimento do
Arrendatário, tem de ter por base um dos fundamentos previstos
na lei, com destaque para os seguintes:
 a) Não pagamento da renda;
b) Utilização do imóvel para fim diverso daquele a que o locado
se destina;
c) Conservar o locado encerrado por mais de um ano.
O regime apresenta também algumas especificidades em função
dos fins do arrendamento.
1. Arrendamento por Outras Entidades de Imóveis para Habitação
Salvo os casos de incumprimento contratual do Arrendatário, a
cessação do contrato de arrendamento por iniciativa do Senhorio
está bastante limitada. Regra geral, o Senhorio tem que, mantendo-se
o Arrendatário a cumprir com as suas obrigações, se conformar com a
vigência do arrendamento, não o podendo fazer cessar por sua iniciativa.
Porém, o Senhorio pode fazer cessar o contrato com efeitos para a
data do termo do prazo de duração inicial ou do termo do prazo da
respectiva renovação se:
a) Necessitar do imóvel para sua própria ocupação, quer para
habitação quer para nele instalar actividade económica que
exerça efectivamente a título profissional exclusivo e desde que
cumpridos, cumulativamente, todos os requisitos previstos na Lei;
b) For titular de um projecto aprovado pela câmara ou comissão
municipal competente para ampliação ou substituição do imóvel.
22
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
Em qualquer destes casos de cessação do contrato por iniciativa do
Senhorio, o Arrendatário tem direito a receber uma indemnização
ou compensação pela cessação do contrato de arrendamento.
Nos arrendamentos para habitação, o Senhorio pode ainda fazer
cessar o contrato de arrendamento se, no termo do prazo de duração
inicial ou de qualquer das renovações, o Arrendatário não mantiver
no locado a sua residência permanente ou se o conservar desabitado
há mais de um ano, consecutivamente. Excepcionam-se as seguintes
situações:
a) Doença ou ausência por motivo de férias, licença graciosa ou
cumprimento de serviço público não superior a 2 anos;
b) Permanência no locado de membros do agregado familiar
do Arrendatário.
O arrendamento para habitação não caduca por morte do primitivo
Arrendatário se lhe sobreviverem cônjuge ou descendente ou
ascendente que com o Arrendatário convivesse há pelo menos um ano.
A partir de 1973 e nas localidades em que se registasse um significativo
aumento dos valores de rendas (na expressão da Lei, uma anormal
elevação das rendas de casa que o justifique), não poderia ser
celebrado qualquer novo contrato de arrendamento sem que, a
requerimento dos Senhorios, fosse fixada a renda máxima a pagar
pelos futuros Arrendatários. As rendas fixadas nestes termos podem
ser actualizadas de cinco em cinco anos, a requerimento de qualquer
dos interessados.
Os Arrendatários em situação contratual regular podem adquirir os
imóveis ao Estado, a título oneroso. Por causa disto e face à
necessidade de alargar o universo de cidadãos com possibilidade
de adquirirem imóveis ao Estado, em 1995 foi consagrada a
possibilidade de se proceder à cessão (à transmissão) da posição
contratual de Arrendatários, entre cidadãos moçambicanos, a
título oneroso e sempre que o cessionário (quem toma a posição de
Arrendatário) manifeste a vontade de adquirir o imóvel ao Estado.
Esta cessão apenas é válida se reduzida a escrito e cumpridas as
obrigações fiscais a que está sujeita. O cessionário (quem toma a
posição de Arrendatário) fica obrigado a requerer a aquisição do
imóvel no prazo de noventa dias a contar da data da celebração da
cessão.
2. Arrendamento por Outras Entidades de Imóveis para
Indústria, Comércio e Serviços
Quando o arrendamento cesse por caducidade ou por o Senhorio
impedir a sua renovação, o Arrendatário poderá ter direito a uma
compensação em dinheiro se, por facto que lhe seja imputável, em
virtude de clientela por ele angariada, o locado tiver a
susceptibilidade de ter um valor superior ao valor que apresentava à
data da celebração do contrato de arrendamento, ainda que não
volte a ser arrendado. O valor desta indemnização será fixado
judicialmente mas não pode exceder o quíntuplo da renda anual.
Assiste ao Senhorio a faculdade de, em cada período de cinco anos
de vigência do contrato, proceder à actualização da renda.
Os Arrendatários de imóveis destinados a comércio ou indústria,
com contratos vigentes há mais de um ano, gozam do direito de
preferência na venda ou dação em cumprimento do locado.
O trespasse é a única forma permitida de transmissão inter vivos da
posição jurídica do Arrendatário comercial ou industrial, assistindo
ao Senhorio o direito de preferência neste negócio.
No arrendamento para o exercício de profissão liberal, o Arrendatário
pode transmitir a sua posição jurídica por ato inter vivos,
independentemente de autorização do Senhorio, desde que no
locado se continue a exercer a mesma profissão.
Nos arrendamentos para comércio ou indústria o arrendamento
não caduca por morte do Arrendatário, transmitindo-se a sua
posição jurídica aos herdeiros, salvo se estes a ela renunciarem.
A Lei do Inquilinato qualifica como crime de especulação a violação
de determinadas disposições legais relativas às relações de
arrendamento, designadamente:
a) A recusa de emitir o recibo da renda paga;
b) O recebimento pelo Senhorio ou pelo Arrendatário sublocador
de imóvel destinado à habitação de qualquer recompensa
ou remuneração para além da renda, a título de cedência da
chave ou a qualquer outro título;
c) O recebimento pelo Arrendatário de qualquer quantia que
não constitua indemnização ou compensação legal pela

cessação do arrendamento ou pela cessão do locado fora dos
casos de trespasse;
d) O recebimento pelo Arrendatário sublocador de renda superior
a 20% da renda devida ao Senhorio em caso de sublocação
total e superior a 10% em caso de sublocação parcial.
IV. Incentivos fiscais específicos
no sector imobiliário
O sector Imobiliário goza de alguns incentivos para os casos em
que o investidor estrangeiro pretenda investir nas áreas de Hotelaria
e Turismo, designadamente:
a) na construção, reabilitação, expansão ou modernização de
unidades hoteleiras e respectivas partes complementares ou
conexas, cuja finalidade principal seja a prestação de serviços
de turismo;
b) no desenvolvimento de infra-estruturas para o estabelecimento
de parques de campismo e de caravanas com classificação
mínima de três estrelas;
c) no equipamento para desenvolvimento e exploração de
marinas;
d) no desenvolvimento de reservas, parques nacionais e fazendas
de fauna bravia com finalidade turística.
Ficam excluídos do âmbito destes incentivos a reabilitação,
construção, expansão ou modernização de restaurantes, bares,
botequins, casa de pasto, discotecas e outras unidades similares
quando não agregados a nenhuma das unidades referidas no
parágrafo anterior.
De entre os benefícios fiscais que podem ser conferidos ao
investimento no sector de hotelaria e turismo, destaca-se a isenção
de direitos aduaneiros e a isenção do Imposto sobre Valor
23
Acrescentado (IVA).
Guide to Property Investment in Mozambique
Este tipo de isenções (direitos aduaneiros e IVA) recai sobre os bens
de equipamento classificados na classe “K” da pauta aduaneira.
Estes incentivos também recaem sobre certo tipo de bens,
considerados como indispensáveis à prossecução da actividade e
nas quantidades estritamente necessárias para a construção e
apetrechamento, designadamente, material de construção (excepto
o cimento, blocos, tijolos, tintas e vernizes), equipamentos sanitários,
de cozinha e de frio, ascensores, aparelhos de ar condicionado, etc.
Por outro lado, os investimentos realizados em Maputo, no âmbito
das áreas de hotelaria e turismo, beneficiam, durante cinco exercícios
fiscais, da possibilidade de dedução de 5% do total de investimento
efectivamente realizado, no valor determinado como matéria
colectável, para efeitos de aplicação do Imposto sobre o Rendimento
de Pessoas Colectivas (IRPC).
O Estado permite, ainda, aos investidores, a possibilidade de
reintegração acelerada de imóveis novos, veículos, automóveis e
demais equipamentos do imobilizado corpóreo se afectos à actividade
hoteleira e de turismo, isto é, incrementar, em 50%, as taxas
normalmente aplicáveis para efeitos de cálculo das amortizações e
reintegrações consideradas como custos imputáveis ao exercício,
na determinação da matéria colectável para efeitos de IRPC (Imposto
sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas) ou do IRPS (Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Singulares).
 V. Aspectos relevantes no âmbito
do investimento
O investimento privado, nacional e estrangeiro, realizado ao abrigo
da Lei de Investimentos (Lei n.º 3/93, de 24.06), beneficia do direito
à importação de capital, à exportação de lucros, à reexportação do
capital investido, bem como, o acesso a benefícios fiscais e aduaneiros.
1. Repatriamento de Lucros de Capitais
Para ter acesso à transferência para o exterior do capital investido e
dos lucros de capitais obtidos, o investidor terá que cumprir com,
pelo menos, um dos seguintes requisitos:
(i) o valor mínimo do investimento directo estrangeiro igual ou
superior a 2.500.000,00 Meticais (cerca de USD 93.000,00);
(ii) a partir do terceiro ano de actividade, a sociedade gerir um
volume de vendas anual superior a 7.500.000,00 Meticais
(cerca de USD 279.000,00);
(iii)as exportações anuais de bens ou serviços atinjam um valor
mínimo de 1.500.000,00 Meticais (cerca de USD 56.000,00);
(iv)consiga empregar directamente 25 trabalhadores nacionais
inscritos no sistema de segurança social a partir do segundo
ano de actividade.
As propostas de investimento deverão ser apresentadas ao Centro
de Promoção de Investimentos (CPI) ou ao Gabinete das Zonas
Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA).
Uma vez aprovada a proposta, o investidor deverá:
24
(i) dar início à implementação do projecto no prazo máximo
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
de 120 dias;
(ii) proceder ao registo do investimento directo estrangeiro junto
do Banco de Moçambique, no prazo máximo de 90 dias.
2. Benefícios Fiscais
O Código dos Benefícios Fiscais prevê um leque de benefícios fiscais
genéricos, que são aplicáveis a qualquer investidor estrangeiro, dos
quais destacamos os seguintes:
I. Possibilidade do valor investido em equipamento
especializado, utilizando novas tecnologias, para o
desenvolvimento das actividades do projecto de
investimento beneficie, durante os primeiros 5 (cinco) anos, a
contar da data do início de actividade, da possibilidade de
dedução à matéria colectável, para efeitos do cálculo do IRPC,
até ao limite máximo de 10% da mesma;
II. O montante dos custos de investimento realizado com a
formação profissional de trabalhadores moçambicanos poderá
ser deduzido à matéria colectável, para efeitos de cálculo do
IRPC, durante os primeiros 5 (cinco) anos a contar da data do
início da actividade, até ao limite máximo de 5% da matéria
colectável;
III. Durante um período de cinco exercícios fiscais, a contar da
data de início da exploração, os investimentos elegíveis para
efeitos de benefícios fiscais previstos na lei, podem ainda
considerar como custos para efeitos de determinação da matéria
colectável para a aplicação de IRPC, com os seguintes limites:
a) no caso de investimentos realizados na cidade de Maputo, é
considerado o valor correspondente a 110% dos valores
despendidos com todas as despesas realizadas na construção
e na reabilitação de estradas, caminhos de ferro, aeroportos,
correios, telecomunicações, abastecimento de água, energia
eléctrica, escolas, hospitais e outras obras desde que
consideradas de utilidade pública pelas entidades competentes;
b) nas condições do número anterior, os investimentos nas restantes
províncias podem ser deduzidos no montante correspondente
a 120% dos valores despendidos;
c) quando se trate de despesas realizadas na compra, para
património próprio de obras consideradas de arte e outros
objectos representativos da cultura moçambicana, bem como
as acções que contribuam para o desenvolvimento desta,
é possível a dedução, a título de custos para efeitos fiscais,
de 50% dos valores despendidos (nos termos da Lei de Defesa
do Património Cultural,).
Para aceder a benefícios fiscais os investidores deverão estar
devidamente registados, para efeitos fiscais, junto das autoridades
tributárias moçambicanas e dispor de contabilidade organizada (no
caso de pessoas colectivas), tendo como pressuposto a inexistência
da prática de qualquer infracção tributária, nos termos previstos na
legislação moçambicana.
Os benefícios apenas poderão ser atribuídos no âmbito da Lei de
Investimentos. Contudo, a lei ainda prevê a atribuição destes inventivos,
ainda que fora do âmbito da Lei de Investimentos, ao comércio e
indústria em zonas rurais, às actividades de comércio em infra-estruturas
novas e às actividades de indústria transformadora e de montagem.
Nos termos da lei, as autoridades moçambicanas competentes não
podem proceder à revogação ou à redução dos benefícios fiscais que
sejam atribuídos aos investidores.
O Código dos Benefícios Fiscais consagra ainda benefícios fiscais
específicos, que são directamente aplicáveis a certas áreas de
investimento, como é o caso da hotelaria e turismo, criação de
infra-estruturas básicas, indústria transformadora, agricultura e pescas,
entre outros.
3. Regime Cambial
A Lei Cambial moçambicana (Lei n.º 11/2009, de 11.03.) regula as
transacções cambiais realizadas dentro do território moçambicano
ou entre entidades residentes e não residentes, aplicando-se a
operações:
(a) realizadas entre residentes e não residentes e que resultem ou
possam resultar em pagamentos ou recebimentos do exterior; ou
(b) que sejam qualificadas pela lei como operações cambiais.
Para efeitos de aplicação da lei cambial, são considerados residentes
em território nacional:
(a) Os cidadãos nacionais que residam em Moçambique ou cuja
permanência no estrangeiro não exceda um ano;

(b) Todos os cidadãos estrangeiros que vivam em Moçambique
há mais de um ano, excepto os diplomatas, representantes
consulares ou equiparados, pessoal militar estrangeiro em
exercício de funções governamentais no País, bem como os
membros das respectivas famílias;
(c) As pessoas colectivas de direito privado, com sede em
Moçambique;
(d) Entidades públicas;
(e) Os cidadãos nacionais diplomatas, representantes consulares
ou equiparados, pessoal militar em exercício de funções
governamentais no estrangeiro, bem como os membros das
respectivas famílias; e
(f ) Agências, filiais e representações comerciais de entidades
empresariais privadas não residentes, representadas
legalmente em território moçambicano.
Todas as operações cambiais estão sujeitas a registo, mas nem
todas estão sujeitas a aprovação. É o caso das que são definidas
como transacções correntes, que não requerem a autorização prévia
do Banco de Moçambique, as quais ficam simplesmente sujeitas a
registo nos bancos comerciais.
Nas transacções correntes estão incluídas quaisquer remessas ou
recebimentos a partir do estrangeiro que não sejam classificadas
pela lei como transacção de capitais, como sejam os casos de
transacções genéricas de comércio estrangeiro e as remessas para
despesas familiares.
Por último, saliente-se o facto da abertura e da movimentação de
contas bancárias em moeda nacional por não residentes estar sujeita
à autorização prévia do Banco de Moçambique.
VI. Formas de estabelecimento
em Moçambique
A. Sociedades Comerciais
Nos termos previstos no Código Comercial Moçambicano, as pessoas,
nacionais e estrangeiras, podem constituir sociedades sob uma de
várias formas: Sociedades em Nome Colectivo; Sociedades em
Comandita; Sociedades de Capital e Indústria; Sociedades por Quotas;
Sociedades Unipessoais por Quotas, e Sociedades Anónimas.
Ganham especial destaque as Sociedades por Quotas e as Sociedades
Anónimas.
1. Sociedades por Quotas
a) Número de Sócios: pelo menos 2 sócios (com excepção das
Unipessoais).
b) Responsabilidade: responsabilidade dos sócios perante
terceiros limitada ao valor do capital social subscrito, sendo
o património da sociedade responsável perante os credores
sociais.
c) Capital Social: A lei não estipula um valor mínimo. Aos sócios
é facultada a possibilidade de fixar o capital adequado para a
prossecução da sua actividade, o qual deve corresponder ao
somatório dos valores nominais das quotas de cada um dos sócios
e deve ser sempre expresso em moeda nacional, o Metical.
d) Órgãos Sociais: A Assembleia-Geral e o Conselho de
25
Administração (opção na existência de Conselho Fiscal).
Guide to Property Investment in Mozambique
2. Sociedades Anónimas
a) Número de Accionistas: pelo menos 3 accionistas.
b) Responsabilidade: responsabilidade dos accionistas é limitada
ao valor das acções que subscrevem.
c) Capital Social: não existe um capital mínimo determinado. O
valor do capital social deverá ser adequado à realização do
objecto social e ser expresso em moeda nacional, o Metical.
d) Órgãos Sociais: A Assembleia-Geral, o Conselho de Administração
e o Conselho Fiscal.
B. Estabelecimento de representação comercial/
Sucursal
Para além da constituição de uma sociedade moçambicana, as
sociedades estrangeiras podem optar por outras formas de
estabelecimento, em especial através da constituição de uma, sucursal.
A Sucursal é considerada um estabelecimento permanente da
sociedade estrangeira, mas não detendo autonomia ou personalidade
jurídica próprias, sendo a empresa mãe responsável pela actividade
desenvolvida pela Sucursal.
C. Licenciamento de actividade comercial
Após a realização da escritura e respectivo registo comercial, será
necessário dar-se entrada de requerimento solicitando a emissão
de um Alvará Comercial, para efeitos de início de actividade comercial.

Para tal, é necessária a apresentação de uma planta e da memória
descritiva do imóvel onde a sociedade estará sediada, bem como o
respectivo contrato de arrendamento e/ou cedência de espaço que
titule a ocupação ou registo de propriedade.
26
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
VII. Sistema fiscal
De forma sintetizada apresentam-se os principais impostos
aplicáveis às sociedades comerciais.
1. Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC)
O IRPC incide sobre:
(i) as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, as
cooperativas, as empresas públicas e as demais pessoas
colectivas de direito público ou privado com sede ou direcção
efectiva em território Moçambicano;
(ii) as entidades desprovidas de personalidade jurídica com sede
ou direcção efectiva em território Moçambicano, cujos
rendimentos não sejam tributados em sede IRPS/ ou IRPC
na titularidade das pessoas singulares ou colectivas que as
integram;
(iii)as entidades com ou sem personalidade jurídica, que não
tenham sede nem direcção efectiva em território Moçambicano
e cujos rendimentos nele obtidos não estejam sujeitos ao IRPS.
A taxa geral de IRPC é de 32%, excepção feita aos casos em que as
empresas apresentem despesas não documentadas ou confidenciais,
as quais são taxadas a 35%.
2. Imposto de Selo
O Imposto de Selo incide sobre todos os documentos, livros, papéis
e actos designados em tabela própria, na qual constam as respectivas
taxas e se estabelecem as exclusões à tributação.
3. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
O IVA incide sobre o valor das transmissões de bens e prestações de
serviços realizados no território nacional, a título oneroso, bem como
sobre as importações de bens, sendo as mesmas sujeitas à taxa fixa
de 17%.
A prestação de serviços de obras públicas em construção e reabilitação
de estradas, pontes e infra-estruturas de abastecimento de água ou
electrificação rural, ao valor tributável determinado nos termos da
lei deduz-se 60%, para efeitos de liquidação do imposto.
4. Imposto sobre a transmissão de imóveis (SISA)
A SISA incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de
propriedade sobre imóveis ou de figuras parcelares desse direito.
A taxa geral da SISA é de 2% sobre o valor da transmissão, existindo
um agravamento da taxa em 8% nos casos em que o adquirente
seja residente num país com regime fiscal mais favorável.
I. The right to the use and exploitation
the land
The use and exploitation of the land is, under the Lands Act, a right
of the entire Mozambican people.
This right, although subject to the verification of certain conditions,
can also be granted to foreign citizens and entities wishing to develop
their projects in Mozambique.
The right to the use and exploitation of the land is one right which
the individuals, or the legal persons and the local communities acquire
upon the lands, although with requirements and limitations.
The entities, national or foreign, wishing to develop real estate projects
in Mozambique must submit an application for the use and
exploitation of the lands.
In the Lands Act are identified two ways of acquiring the right to the
use and exploitation of the land, namely:
a) By occupancy: means of acquiring the right to the use and
exploitation of the land by individuals and by local
communities, according to the norms and customary practices
in what do not contradict the Constitution of the Republic of
Mozambique, or by national individuals who, in good faith,
are using the land for at least ten years;
b) By authorization: mechanism of acquiring the right to the use
and exploitation of the land by individuals or legal persons,
national (who do not meet the conditions to acquire by
occupancy) or foreign, provided that holders of an investment
project approved under the Law of Investment and
cumulatively residing for, at least, 5 years in Mozambique if
individuals, or being incorporated or registered in Mozambique
if they are legal persons (are foreign legal persons those whose
capital is hold by more than 50% by foreign entities).
The right to the use and exploitation of the land is constituted upon
the surface of the land bounded by landmarks and the corresponding
airspace, provided that they are not integrated in the public domain.
The holders of rights to the use and exploitation of the land can
defend themselves against any third-party intruder, which do not
have rights over its land. They can still have access to the lands upon
which exists the right to the use and exploitation through the
neighboring plots, constituting the easements as may be necessary
for the effect.
Accrue further rights of access to public roads and public services of
water, electricity, telephones and other, as well as the right to form
mortgage on the real property and improvements that have been
licitly built on the land that is subject to rights of use and exploitation,
or upon which they have acquired the right to property.
In turn, are duties of the holders of the right of use and exploitation
of the lands:
a) To use the land respecting the principles defined in the
Constitution of the Republic of Mozambique and other
legislation in force and, within the exercise of an economic
activity in accordance with the exploitation plan and according
to the legislation relating the activity carried out;
b) To provide access through its land to neighbors who do not
have communication with public roads or water resources of
public use, allowing the constitution of easements;
c) To respect the constituted easements and the rights arising
therefrom;
d) To allow the execution of operations and/or installation of
accessories and equipment under the exercise of mining
activities, subject to fair compensation;
e) To keep the landmarks of boundaries, triangulation and
cadastral demarcation or similar;
f) To cooperate with the Cadastre Services.
The holders of rights to the use and exploitation of the lands can
still see their rights restricted by the need for constitution of public
interest, in which case they shall be compensated in an amount
equivalent to the effective loss suffered by not using the part
affected by the constitution of easement.
The implementation of private investment projects that requires
the acquisition of the right to the use and exploitation of the land
shall be preceded by works of previous identification of the land,
27
involving the Cadastre Services, the local administrative authorities
Guide to Property Investment in Mozambique
and the local communities. The applications for land for the
construction of private housing are excluded from this procedure.
The authorization process of the right to the use and exploitation of
the land is subject to the following phases:
a) Phase of provisional authorization which is issued following
an application and has the duration of 2 years for foreigners
and 5 years for nationals;
b) Phase of definitive authorization which is issued after verified
compliance with the exploitation plan or the investment project.
The provisional authorization contains the following elements:
a) Identification of the entity that authorized the application
and the authorization date;
b) Number of the authorization;
c) Identification of the applicant;
d) Sketch, area, location and identification number of the land
on cadastral register;
e) Term of the provisional authorization;
f ) Type or types of exploitation for which the authorization was
granted;
g) Fees owed;
h) Date and place of issue;
i) Signature of the person responsible for the services that issued
the authorization and its seal.
Upon notification of the provisional authorization, the applicant shall,
within one year, proceed to the demarcation of the land, either with
resource to the cadastral services, or requesting approval of a contract
 with a sworn land surveyor, under penalty of, not doing so with
justified reason, the applicant be notified of the impending cancellation
of the authorization, and having the possibility in this case to apply
for the extension of the deadline for another 90 days, unextendable.
On completion of the provisional authorization the applicant may
request the reduction of the initially authorized area.
Verifying that, by the deadline of the provisional authorization, was
not fulfilled the exploitation plan or was not carried out the
proposed investment without proper reasons, the authorization
may be revoked, not being the investor entitled to any indemnity or
compensation for the non-removable investments already made.
Upon expiry of the period of the provisional authorization, or even
before the expiry of that period if the person concerned so wishes,
may be required to carry out an inspection to certify the achievement
of the proposed investment or the compliance with the exploitation
plan, according to the approved schedule.
Being confirmed the achievement of the proposed investment or
the compliance with the exploitation plan, shall be granted the
definitive authorization to the use and exploitation of the land and
issued its title.
28
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
The title of the definitive authorization contains the following elements:
a) Identification of the entity that authorized the application
and the authorization date;
b) Number of the title and identification of its holder;
c) Area and its geometrical definition, with the respective
coordinates, location and identification number of the land
on cadastral register and identification numbers of the
confining plots;
d) Term of the right of use and exploitation of the land;
e) Type or types of exploitation for which the right to the use
and exploitation was granted;
f ) Description of the existing improvements;
g) Fees owed;
h) Date and place of issue;
i) Signature of the person responsible for the services that issued
the tittle and its seal.
The granting of the right to the use and exploitation of the land is
carried out for the period corresponding to the period fixed by the
Investment Authorization, not exceeding 50 years and renewable
for an equal period.
It is not subject to term the right to the use and exploitation of the
land that has been acquired by occupancy by the local communities,
destined to housing, or destined to family farming carried out by
national individuals.
The application for renewal of the right to the use and exploitation
of the land must be submitted within twelve months before the
expiry of the period prescribed in the title of definitive authorization,
demonstrating the holder that he continues to exercise the economic
activity within which the application was originally formulated.
Where the application submitted after expiry of the said period, the
applicant is liable to pay a fine.
Where at the end of the renewal period the holder of the right wishes
to still proceed with its project, he must submit a new application
for the granting of the right to the use and exploitation of the land.
In cities and villages, and in human settlements or population
agglomerates organized by an urban plan, the applicant to the
right to the use and exploitation of the land has the maximum
period of two years to start the works necessary for the use of the
land; this period may be extended for an additional six months
upon presentation of proper reasons. The deadline for the beginning
of the exploitation of the land shall not exceed ten years, counting
this deadline from the date of acquisition of the right to the use and
exploitation of the land.
The holders of rights to the use and exploitation of the lands are
subject to payment of fees, whose value is determined by considering
the location of the land, its size and the purpose of its use and
exploitation, namely:
a) Authorization fees;
b) Progressive or regressive annual fee, according to the
investments carried out.
National citizens benefit from preferential rates.
The fee for the provisional authorization is due at the beginning of
the process, being the fee regarding the permanent authorization
due within three months after the notice to the applicant of the
respective issue.
The annual fees are due starting from the applicant being notified
of the issuance of the provisional authorization and are paid in the
first three months of the year or in two installments, the first before
the end of March and the second before the end of June.
The holder of rights to the use and exploitation of the land who, for
reasons not attributable to him, is unable to comply with the
conditions of the exploitation plan, may apply to the granting entity
the exemption from payment of the annual fee until a period of 3 years.
Under the current table, rates have the following values:
Meticais USD1 EURO2
Provisional authorization 600.000,00 ≅ 20.230,00 ≅15.430,00
Definitive authorization ½ of the value of the provisional authorization
Annual fee (per hectare) 300.000,00 ≅ 10.115,00 ≅ 7.715,00
1
Used the following exchange rate in effect in December 2012 (Bank of Mozambique): 1 USD = 29,66 Mzn
2
Used the following exchange rate in effect in December 2012 (Bank of Mozambique): 1 Euro = 38,88 Mzn
The annual fees suffer adjustments in function of the coefficients,
considering the location and size of the land whose right to the use
and exploitation is granted and the purpose of its use.
The use and exploitation of the land is free when it is destined:
a) To the State and its institutions;
b) To the public utility associations recognized by the Council
of Ministers;
c) To the family farms, local communities and individuals who
integrate them;
d) To the national farming cooperatives and associations of small
scale.
The right to the use and exploitation of the land can be transmitted
by inheritance.
The holders of rights to the use and exploitation of the lands can
transfer by inter vivos action, the infrastructures, buildings and
improvements existing in it, through a public deed proceeded of
the authorization of the state entity grantor of the right to the use
and exploitation of the land.
In the case of urban buildings, with the transmission the building
also conveys the right to use and exploitation of the respective
land, without the need of prior authorization from the grantor.
The conclusion of the contracts of transfer of the holding must be
carried out by public deed and is subject to the prior grantor’s approval
of the right to the use and exploitation of the land and, in the case of
local communities; it depends on the consent of its members.
The constitution, modification, transfers and extinction of the right
to the use and exploitation of the land are subject to registration in
the Land Registry Office and in the National Land Cadastre.
Notwithstanding, the proof of the right to the use and exploitation
of the land may be made by testimony or expertise, in addition to
be made upon presentation of the respective title.
In certain circumstances, the registration has no constitutive efficacy,
since its absence does not affect the right to the use and exploitation
of the land acquired by occupancy, provided that duly proven.
The Lands Act provides for the possible forms of extinction of the
right to the use and exploitation of the land.
It may be determined the extinction of the use and exploitation of
the land in the event of non-compliance with the exploitation plan
or the investment project without a justified reason, under the
conditions and the calendar that has been established in approval
of the application, even if tax obligations are being fulfilled.
The right to the use and exploitation of the land can also extinguish
by revocation for reasons of public interest, being such revocation
compensated with the payment of fair indemnity and/or
compensation.
Such right may also become extinct through the course of its initial
duration period or renewal, and by the resignation of its holder.
In case of extinction of the right to the use and exploitation of the
land, the non-removable improvements revert to the State.
The Urban Soil Regulation, for application in urban areas, provides
for the creation of new mechanisms of granting of the right to the
use and exploitation of the land, which are not in accordance with
the Lands Act, namely by:
a) Raffle: its object is the attribution of the right to the use and
exploitation of the land in lands located in basic urbanization
areas, and is only intended for national citizens;
b) Auction: its object is the attribution of the right to the use and
exploitation of the land in plots or parcels located in full or
intermediate urbanization areas for the construction of
buildings for housing, commerce and services;
c) Private negotiation: the object of this mechanism is the
attribution of the right to the use and exploitation of the land
on lands intended for housing construction by direct initiative
of housing cooperatives or associations; installation of industrial
29
and agro-livestock units, installation of trade units of big
Guide to Property Investment in Mozambique
surfaces, terminals and commercial warehouses or services,
whose characteristics require sizeable surfaces; construction
of housing projects associated with large investment projects,
in particular the previously referred.
At present it is discussed the legal effectiveness of the mechanisms
of granting the right to the use and exploitation of the land in
accordance with the procedure laid down in the Urban Soil Regulation,
face to its compatibility with the provisions of the Lands Act, which
is a legally binding instrument superior to that Regulation.
Finally, it should also be noted that the deferral of rights to the use
and exploitation of the land does not preclude the need to obtaining
the licenses or permits required by the applicable legislation for
pursuit of the activity desired by the investor. The duration of these
licenses will be set in accordance with applicable law and is not
subject or limited to the period allowed for the exercise of the right
to the use and exploitation of the land.
 II. Special licenses
The zones of public domain are areas intended for the satisfaction
of the public interest. In these zones cannot be acquired any rights
to the use and exploitation of the land, with the exception of the
right to the use and exploitation of the land acquired by national
individuals at urban agglomerations in the border areas.
The zones of public domain can be qualified as follows:
(i) total protection zones: these are the areas designed for activities
of nature conservation or preservation, and for State defense
and security;
(ii) partial protection zones: such as, for example, a strip of land
on the boundary of dams and reservoirs up to 250 meters or
the strip of two kilometers along the land border.
Both in the total protection as in the partial protection zones may
be issued special licenses for the exercise of certain economic activities.
On the other hand, in accordance with the provisions of the Regulation
for Zones of Tourist Interest, the zones which are declared zones of
tourist interest may not be the subject of special licenses or any
other right of occupancy, including rights to the use and exploitation
of the land.
The legislation in force is silent on the possibility of transmission of
30
special licenses. Face to this legal lack, and in order to defend the
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
possibility of such transmission, we may have recourse to the
analogical interpretation of the rules on the transmission of the
right to the use and exploitation of the land, in which case such
transmission may be admitted.
III. The lease
In 1976, it was determined the reversion to the State of all income
buildings and abandoned buildings, with which the state became
the holder of the monopoly of real estate lease.
In 1979, it was created the legal framework for the lease of real
estate for housing, industry, commerce and services.
A. Lease by the State
Under this scheme, specific rules have been established in accordance
with the purposes of the lease.
1. Lease by the State of Real Estate for Housing
The lease contracts for housing are concluded for an indefinite period.
The rent is fixed by the Landlord, according to the following factors:
a) Floor area occupied by housing;
b) Established price per square meter of housing;
c) Quality of housing;
d) Age of housing;
e) Location of housing;
f ) Special housing facilities.
The default on payment of rent implies a penalty that may amount
to twice the value of the rent. The contract ceases its effects in case
of default on payment of such penalty, when due.
The responsibility for fulfilling the obligations under the lease is
jointly and severally to all residents of the property with legal
capacity.
In case of interest, the Provincial Governor may order the Lessee to
change to another property that is better suited to its needs. This
change may also be ordered as a result of the following:
a) Inappropriate use of the property;
b) Inability to pay the rent.
It is expressly forbidden to sublet the leased real estate. However,
the Lessee is allowed to receive guests. If the hosting is paid, requires
permission from the Landlord.
The Lessee is obliged to maintain the interior and exterior parts of
the property, as well as other common spaces and services.
If the Lessee wishes to make any improvements, he must obtain the
prior authorization of the Landlord. The improvements shall be
borne by the Landlord in its proportion of the increase in the
amount of income they represent. The Lessee may only remove the
improvements whose cost has been fully supported by him and
provided that this does not cause damage to the property.
The causes of termination of the lease have to be declared judicially.
The Landlord may require the termination of the lease if there is one
of the following facts:
 a) Use of the property for purposes other than those defined in
the contract;
b) Non-payment of rent;
c) Abandonment of the property (unauthorized absence of all
residents of the property for a period exceeding 90 days);
d) False statements about essential elements of the contract;
e) Sublease;
f ) Unauthorized paid hosting;
g) Serious or repeated damage by the Lessee's fault;
h) Use of the property for criminal acts.
In the event of the death or incapacity of the Lessee the lease to
housing can only be passed to the surviving spouse or to household
members that are identified in the contract.
Please note that the Landlord can exercise the right of retention of
the Lessee's goods until the full payment of amounts owed under
and pursuant to the lease.
2. Lease by the State of Real Estate for Industry, Commerce
and Services
The lease agreements for industry, commerce or services can only
have as Lessees persons or entities that are duly authorized to
exercise their activities.
The period of this type of contract is determined by agreement of
the parties.
The rent is fixed by the Landlord, according to the following factors:
a) Floor area occupied by the property;
b) Pricing per square meter of the property;
c) Location of property;
d) Type of activity to be carried out in the building.
The contract terminates by one of the following ways:
a) Agreement of the parties;
b) End of the period;
c) Dissolution of the lessee society;
d) Prohibition of the pursuit of the activity;
e) Non-payment of rent;
f ) False statements about essential elements of the contract;
g) Unauthorized closure of the leased property;
h) Serious or repeated violation of the applicable legal and
contractual provisions.
The conservation and repair of the property shall be borne by the
Lessee, unless structural repairs resulting from construction defects,
which shall be borne by the Landlord.
Where exists a commercial establishment, its transmission includes
transmitting the right to the lease.
In case of assignment of the exploitation of real estate leased for
industry, commerce or services, the respective Parties (the assignor
and the assignee) shall inform the Landlord, within 15 days, for the
purpose of updating the rent. The non-communication implies the
payment of a fine that could amount to the decuple of the value of
the rent.
Supplementarily, are applicable to the leases for industry, commerce
or services, the rules applicable to the lease for housing.
B.Lease by Other Entities
In 1991 it was found that the political and economic development
was not compatible with the maintenance of a state monopoly in
the sector of the urban lease.
By virtue of this, was passed the law that allows that, in addition to
the State institutions and State-owned enterprises, also the natural
and legal persons can build real estate for sale or lease, or perform
other activities related to real estate rights, provided that duly
authorized. However, it is the understanding of the majority
jurisprudence that it remains in force the Tenancy Act of 1961.
Under this Law, the lease has the maximum period of 30 years,
considering reduced to this limit if it is set higher or perpetual
period. At the end of the period, and unless the Lessee expresses its
31
intention not to keep the agreement in force, the lease renews,
Guide to Property Investment in Mozambique
successively, for periods equal to the period of initial duration.
However, the renewal periods are limited to a period of one year, if
the initial duration is higher.
The Tenancy Act also establishes an important principle of tacit
renewal of the lease. Where there has been termination of the
contract by revocation, resolution or forfeiture, the contract shall
remain in force (as if it had not ceased) if the Lessee, or a successor
to this position, keeps the enjoyment of the property for a period of
one year without the Landlord opposition.
The sublease is only permitted when authorized by Law, by
contract or consented to by the Landlord. In cases of total sublease,
assists the Landlord the faculty, through judicial notice, to replace
the Lessee, considering ceased the primitive lease and converting
the sublease into lease.
The termination of the contract for failure to fulfill obligations must
be declared judicially, and, when founded in default of the Lessee,
must be based on one of the grounds provided for by law, with
emphasis on the following:
a) Non-payment of rent;
b) Use of the property for a purpose different from that to which
the leased is designed;
c) To keep the leased closed for more than a year.
The legal regime also has some specifics in the light of the purposes
of the lease.
 1. Other Entities Lease of Real Estate for Housing
Except in cases of breach of contract by the Lessee, the termination
of the lease by the Landlord initiative is quite limited. As a general
rule, maintaining the Lessee, the Landlord must comply with its
obligations, conform itself to the duration of the lease, and may not
terminate it on its own initiative.
However, the Landlord can terminate the contract with effect to the
date of expiry of the initial duration or the closing date of the
renewal, if:
a) he needs the property for its own occupancy, either for housing
or to install in it the economic activity that he actually pursues
on an exclusive professional basis and provided that fulfilled
cumulatively all the requirements of the Act;
b) he is the holder of a project approved by the competent city
council or municipal commission for expansion or replacement
of the property.
In any such case of termination of contract by the Landlord, the Lessee
shall be entitled to an indemnity or compensation for lease termination.
In leases for housing, the Landlord may also terminate the lease if,
on the expiry of the initial term or any renewal, the Lessee fails to
maintain its permanent residence on the leased, or if he maintains it
32
uninhabited for over 1 (one) year, consecutively. The following
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
situations are excepted:
a) Illness or absence by reason of holidays, graceful license or
accomplishment of public service not exceeding 2 years;
b) Staying of the Lessee household members in the leased.
The lease to housing doesn’t forfeit with the death of the primitive
Lessee, if the spouse or a descending or ascending survives to him,
provided he lived together with the Lessee for at least one year.
From 1973 and in locations where was registered a significant
increase in the amounts of rents (in the expression of the Law, an
abnormal elevation of housing rents that justifies it), It could not be
concluded any new lease agreement unless, at the request of the
Landlords, it was fixed the maximum rent payable by future Lessees.
Rents set out in these terms may be updated every five years, at the
request of any interested.
Lessees in regular contractual situation can purchase real estate to
the State against payment. Because of this and due to the need to
expand the universe of citizens with the possibility to purchase real
estate to the State, in 1995 it was given the possibility to carry out
the assignment (transmission) of the contractual position of Lessees
between Mozambican citizens against payment, and whenever the
assignee (who takes the position of Lessee) express the desire to
purchase the real estate to the State. This assignment is only valid
unless reduced to writing and fulfilled the tax obligations it is subject
to. The assignee (who takes the position of Lessee) is obliged to
require the purchase of the property within ninety days from the
date of the conclusion of the assignment.
2. Lease by Other Entities of Real Estate for Industry, Commerce
and Services
When the lease is terminated by forfeiture or because the Landlord
prevents its renewal, the Lessee may be entitled to a compensation
in money if, by fact that may be imputable to him, by virtue of the
clientele recruited by him, the leased is likely to have a value greater
than the value that showed at the date of the conclusion of the
lease, even if it is not leased again. The amount of this compensation
shall be fixed judicially but may not exceed the quintuple of the
annual income.
The Landlord is entitled, in each five-year period of the contract, to
carry out the update of the rent.
Lessees of real estate for commercial or industrial, with existing
contracts for more than one year, shall be entitled to the right of
preference on the sale or accord and satisfaction of the leased.
The conveyance is the only allowed way of inter vivos transmission
of the legal position of the commercial or industrial Lessee, being
the Landlord entitled to the right of preference in this transaction.
At lease for the exercise of a liberal profession, the Lessee may
convey its legal position by inter vivos, regardless of authorization
of Landlord, provided that in the leased continue to be exercised
the same profession.
In commercial or industrial leases, the lease does not expire on the
death of the Lessee, transmitting its legal position to the heirs,
unless they renounce to it.
The Tenancy Act qualifies as a crime of speculation the violation of
certain statutory provisions relating to lease relations, in particular:
a) The refusal to issue the receipt of rent paid;
b) The receipt by the Landlord, or by the Lessee that subleases,
of real estate destined to housing of any reward or remuneration
in addition to the rent, under the key-providing title or any
other title;
c) The receipt by the Lessee of any amount that does not constitute
legal indemnity or compensation for termination of the lease,
or by the assignment of the leased out of conveyance cases;
d) The receipt by the Lessee that subleases of rent exceeding
20% of the rent due to the Landlord in case of total sublease,
and 10% in case of partial sublease.
IV. Tax incentives in the real estate
sector

The real estate sector enjoys some tax incentives which are granted
by the State, in case the foreign investor intends to invest in the
areas of Hospitality and Tourism, namely:
a) in the construction, rehabilitation, expansion or modernization
of hotel units and their complementary or related parts,
whose main purpose is the provision of tourism services;
b) in the development of infrastructure for the establishment of
campsites and caravan parks with minimum rating of three stars;
c) in the equipment for development and operation of marinas;
d) in the development of reserves, national parks and wildlife
farms with tourist purpose.
However, are excluded from the scope of State incentives:
a) the rehabilitation, construction, expansion or modernization
of restaurants, bars, taverns, eating houses, discos and other
similar units when not attached to any of the units mentioned
in the preceding;
b) the car rental activity;
c) the activity of travel agencies, tour operators and related.
of deduction of 5% of the total investment actually performed, on
the value determined as the taxable amount, for purposes of the
Income Tax of Legal Persons (ITLP).
The State also allows investors the possibility of accelerated
reintegration of new real estate, vehicles, cars and other equipment
of tangible fixed assets if allocated to the activity of hospitality and
tourism, this is, to increase in 50% the rate normally applicable for
the purposes of calculating the amortizations and reintegration’s
deemed costs attributable to the exercise, in determining the taxable
amount for purposes of the Income Tax of Legal Persons (ITLP) or of
the ITI (Income Tax of Individuals). In practice, this translates into a
reduction of the amount of tax payable.

Among the tax benefits that may be conferred on investment in

hospitality and tourism, we point out the following:
a) Exemption from customs duties;
b) Exemption from Value Added Tax (VAT).
33

Guide to Property Investment in Mozambique

This type of exemptions (customs duties and VAT) falls on capital
goods in Class "K" of the Customs Tariff.

The same incentives fall also on the following goods, regarded as

essential for the continuation of the activity, only in the quantities
strictly necessary for construction and equipping, in particular:
a) building material, except cement, blocks, bricks, paints and
varnishes;
b) carpets and rugs;
c) sanitary equipment;
d) miscellaneous furniture;
e) textile material;
f ) lifts;
h) air conditioners;
i) kitchen equipment;
j) cold equipment;
k) dishware and articles for restaurant and bar;
l) communication devices;
m) safes;
n) hardware and sound;
o) televisions;
p) pleasure boats, yachts and complementary and safety
equipment for the practice of water sports;
q) aircraft, airplanes, helicopters, hang glider, gliders, flight
simulators, and complementary and safety equipment intended
for tourist activity.

On the other hand, investments made in Maputo, in the areas of

hospitality and tourism, benefit for 5 (five) fiscal years of the possibility
 V. Relevant issues in the context
of investment
Private investment, both domestic and foreign, held under the Law
of Investment (Law No. 3/93, of 24.06), enjoys the right to import
capital, export earnings, re-export of invested capital, as well as
access to tax and customs benefits.
1. Repatriation of Capital Profits
To access the transfer abroad of invested capital and the profits of
capital raised, the investor will have to meet at least one of the
following requirements:
(i) the minimum value of foreign direct investment equal to or
greater than 2,500,000 .00 Meticais (about 93,000.00 USD);
(ii) from the third year of activity, the company manages a sales
volume exceeding annual 7,500,000.00 Meticais (about
279,000.00 USD);
(iii)annual exports of goods and services to reach a minimum
value of 1,500,000.00 Meticais (about 56,000.00 USD);
(iv)be able to directly employ 25 national workers enrolled in the
social security system from the second year of activity.
Investment proposals must be submitted to the Investment
Promotion Centre (CPI) or to the Office for Accelerated Development
Economic Areas (GAZEDA).
Once the proposal is approved, the investor should:
(i) to initiate the implementation of the project within 120 days;
34
(ii) to register the foreign direct investment with the Bank of
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
Mozambique, within 90 days.
2. Tax Benefits
The Tax Benefits Code provides a range of generic tax benefits,
which are applicable to any foreign investor, of which we highlight
the following:
I. Possibility of the value invested in specialized equipment,
using new technologies, to the development of the investment
project activities to benefit during the first 5 (five) years from
the date of commencement of business, of the possibility of
deduction to the taxable amount for purposes of calculating
the IRPC, up to a maximum of 10% of the same;
II. The amount of the costs of investment in the training of
Mozambican workers may be deducted from taxable amount
for purposes of calculating the IRPC, during the first 5 (five)
years from the date of the beginning of the activity, up to a
maximum of 5% of the taxable amount;
III. Over a period of five fiscal years, from the date of
commencement of operations, investments eligible for tax
benefits provided for by law, may still be considered as costs
for purposes of determining the taxable amount for the
application of IRPC, with the following limits:
a) in the case of investments made in Maputo city, is considered
the value corresponding to 110% of the amounts disbursed
with all the expenditure incurred in the construction and
rehabilitation of roads, railways, airports, postal services,
telecommunications, water supply, electricity, schools,
hospitals and other works, provided that considered of
public utility by the competent authorities;
b) under the conditions laid down in the preceding paragraph,
investments in other provinces can be deducted in the
value corresponding to 120% of the amounts disbursed;
c) in the case of expenditure incurred in the purchase to own
assets of works considered as art and other objects
representative of the Mozambican culture, as well as actions
that contribute to the development of this, it is possible
the deduction as a cost for tax purposes of 50% of amounts
disbursed (in accordance with the Law of Cultural Heritage
Protection).
To access the tax benefits investors must be properly registered for
tax purposes, with the Mozambican tax authorities and have organized
accounting (in the case of legal persons), having as a presupposition
the absence of the practice of any tax offense, under terms anticipated
by the Mozambican legislation.
The benefits can only be granted under the Law of Investments.
However, the law also provides for the granting of these incentives,
although outside the scope of the Law of Investments, to trade and
industry in rural areas, to trade activities in new infrastructure and
to the activities of manufacturing and assembly industry.
Under the law, the competent Mozambican authorities can not
proceed with the revocation or reduction of tax benefits that are
granted to investors.
The Tax Benefits Code also establishes specific tax benefits, which
are directly applicable to certain investment areas, as is the case of
hospitality and tourism, creation of basic infrastructures,
manufacturing industry, agriculture and fisheries, among others.
3. Foreign Exchange Regime
The Mozambican Foreign Exchange Law (Law No. 11/2009, of 11.03.)
regulates foreign exchange transactions carried out within
Mozambique or between resident and non-resident entities, applying
to operations:
(a) between residents and non-residents and that result or may
result in payments or receipts from abroad; or
(b) that are qualified by law as foreign exchange operations.
For purposes of the foreign exchange law are considered residents
in national territory:
(a) Nationals residing in Mozambique or whose stay abroad
does not exceed one year;
(b) All foreign citizens living in Mozambique for more than one year,
except diplomats, consular representatives or similar, foreign
military personnel in the exercise of governmental functions
in the country, as well as the members of their families;
(c) Legal persons of private law, established in Mozambique;
(d) Public entities;

(e) The national citizens diplomats, consular representatives or
similar, military personnel in the exercise of governmental
functions abroad, as well as the members of their families; and
(f ) Agencies, branches and commercial representations of
non-resident private business entities, legally represented
in Mozambique.
All foreign exchange transactions are subject to registration, but
not all are subject to approval. This is the case of those which are
defined as current transactions that do not require prior authorization
from the Bank of Mozambique, which are simply subject to registration
in the commercial banks.
In the current transactions are included any receipts or remittances
from abroad which are not classified by law as capital transactions,
such as are the cases of generic foreign trade transactions and
remittances to family expenses.
Finally, it should be noted that the opening and operation of bank
accounts in national currency for non-residents is subject to the
prior authorization of the Bank of Mozambique.
VI. Forms of establishment
in Mozambique
A. Commercial Partnerships
Pursuant to the Mozambican Commercial Code, domestic and
foreign people are able to incorporate companies under one of
various forms: General Partnerships; Partnership Associations; Capital
and Industry Companies; Limited Companies; Single Member Limited
Companies and Joint Stock Companies.
Gain special highlight the Limited Companies and the Joint Stock
Companies.
1. Limited Companies
a) Number of Members: at least 2 members (with the exception
of the Single Member).
b) Liability: liability of members to third parties limited to the
amount of the subscribed capital, the assets of the company
being liable to the creditors of the company.
c) Capital Stock: The law does not stipulate a minimum value. To
the partners is provided the possibility of fixing the appropriate
capital to pursue their activity, which must correspond to the
sum of the nominal values of shares of each of the partners
and must always be expressed in the national currency, the
Metical.
d) Statutory Bodies: The General Assembly and the Board of
35
Directors (option on the existence of the Statutory Audit
Guide to Property Investment in Mozambique
Committee).
2. Joint Stock Companies
a) Number of Shareholders: at least 3 shareholders.
b) Liability: liability of shareholders is limited to the value of the
shares they subscribe.
c) Capital Stock: there is no prescribed minimum capital. The
value of capital stock should be adequate to achieve its
object and be expressed in the national currency, the Metical.
d) Statutory Bodies: The General Assembly, the Board of Directors
and the Statutory Audit Committee.
B. Establishment of business representation /
Branch
In addition to the establishment of a Mozambican partnership,
foreign companies can opt for other forms of establishment, in
particular through the establishment of a branch.
The Branch is considered a permanent establishment of the foreign
company, but not holding own legal personality or autonomy, being
the parent company responsible for the activities undertaken by the
Branch.
C. Business activity licensing
Upon completion of the deed and respective registration, it will be
necessary to give entry to an application requesting the issuance of
a Business License, for the purposes of business activity beginning.

For this it is necessary to submit a plan and descriptive document of
the property where the company is headquartered, as well as their
lease and / or disposal of space contract that titrate the occupation,
or the property registration.
36
Guia do Investimento Imobiliário em Moçambique
VII. Tax system
In a synthesized way are shown the main taxes applicable to
companies.
1. Tax on Income of Legal Persons (IRPC)
The IRPC is levied on:
(i) the commercial companies or civil in the commercial form,
cooperatives, public companies and other legal persons
governed by public or private law with head office or effective
management in Mozambican territory;
(ii) the entities without legal personality with head office or
effective management in Mozambican territory, whose income
are not taxed in IRPS or IRPC in the ownership of natural or
legal persons which integrate them;
(iii)the entities with or without legal personality, which do not
have head office nor effective management in Mozambican
territory, and whose income there obtained are not subject
to IRPS.
The overall rate of IRPC is 32%, except for cases in which companies
submit confidential or undocumented expenses, which are taxed
at 35%.
2. Stamp Tax
The Stamp Tax is levied on all documents, books, papers and
instruments referred to in own table, where are set the respective
rates and are established the exclusions to taxation.
3. Value Added Tax (IVA)
The IVA is levied on the transmission value of goods and services
made for consideration in the national territory, as well as on
imports of goods being subject to the same flat rate of 17%.
To the provision of public works in construction and rehabilitation
of roads, bridges and water supply infrastructure or rural
electrification, to the taxable value determined under the law there
shall be deducted 60% for purposes of tax assessment.
4. Real Estate Transfer Tax (SISA)
The SISA is levied on the transmission for consideration of the
property right of real estate or partial figures of the right in rem.
The overall rate of SISA is 2% of the value of the transmission, and
there is a worsening rate at 8% in cases where the purchaser is
resident in a country with a more favorable tax regime.
Contactos
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