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Erros

na
transição
O que não devo fazer no
momento da transição

Pr. Bruno Monteiro


1 - Achar que o crescimento virá fácil e rápido demais

Você já parou para se perguntar o por quê que se pensa isso?


Na verdade, quando as pessoas ouvem os testemunhos de Igrejas que transicionaram e estão vivendo o
crescimento, elas geram grandes expectativas com relação ao crescimento e criam a ilusão de que a transição,
por si só, trará o crescimento esperado e de forma rápida. Afinal, é estratégia fantástica.

Porém, o problema de se pensar assim é que quando a transição é feita e o crescimento não acontece de acordo
com as expectativas, a frustração vem.

Sim, existem alguns casos em que o crescimento se deu de forma explosiva, fato. No entanto, este resultado não
é regra e, na verdade, corresponde a uma minoria dos casos de transição.

O normal é passar por um processo para, então, viver o crescimento. Que processo?

Fazer uma transição bem sucedida;


Aceitação do povo conforme ele vai entendendo a mudança, seus propósitos e benefícios;
O repasse do “DNA” de uma Igreja em células e que vive o discipulado ir acontecendo de forma natural e
suave.

Quando este processo é respeitado, o crescimento começa a acontecer de forma progressiva. Agora, quando o
processo não é observado diligentemente, a frustração pode acabar paralisando de vez o crescimento, inclusive,
colocando o processo de transição em risco.

O crescimento da Igreja que decide trabalhar com células e discipulados acontece de fato. No entanto, ele não
acontece como um “passe de mágica”. O crescimento dá trabalho e leva tempo.

Outro pensamento errado, mas muito comum, é o pastor pensar que, por delegar os discipulados, o seu trabalho
pastoral será diminuído. Veja, isso não é verdade! Muito pelo contrário, o pastor de uma igreja que trabalha com
células e discipulados terá que trabalhar e muito. Porém, é um trabalho recompensador, pois ele trabalha e vê os
resultados, os frutos chegando, as pessoas amadurecendo, se envolvendo a cada dia mais com o Reino de Deus
e alcançando o seu propósito de vida.

Uma das perguntas mais comuns aqui é: “Qual é o tempo para que se viva o crescimento após a transição?”

O tempo vai depender de cada realidade e de cada ministério. Por exemplo, quando a Igreja é próxima e tem o
mesmo coração do seu pastor, eles trabalham unidos por uma transição rápida e começam a colher os frutos
rápido também, pois eles estão todos em um só propósito.

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Já algumas Igrejas que são um pouco mais distantes do pastor, que não têm uma conexão tão próxima com o
coração dele, provavelmente, a transição será mais vagarosa, pois a liderança deste pastor para com a igreja já
não é tão próxima, então, o povo vai precisar de um tempo maior para absorver a visão e entender seus
benefícios.

O importante aqui é saber que cada casa é um caso para que você nunca fique medindo os resultados com os
de outra Igreja.

Por isso, fica a sugestão para o pastor da Igreja que está transicionando, que fale a respeito desta verdade para a
sua equipe, de forma que ela não gere expectativas quanto ao resultado e entenda que o crescimento é um
processo.

Os extremos

É muito comum vermos dois extremos acontecerem em uma transição de um modelo de igreja tradicional para
um trabalho com células e discipulado.

O primeiro extremo é quando o pastor decide que quer transicionar e faz tudo rápido demais, atropela os
processos e acaba perdendo o controle de tudo, pois o “DNA” não foi implantado como deveria e tudo o que ele
acreditava que havia conquistado como crescimento rápido, também retrocede com a mesma rapidez.

O outro extremo é quando o pastor vai devagar demais, ou seja, ele aprendeu o que precisava aprender, já está
com o “DNA” estabelecido em seu coração, alguns líderes já estão com o “DNA” estabelecido em seus corações
e apaixonados por liderar células e discipular, mas o pastor fica “segurando” o crescimento por insegurança. Os
anos passam e eles não conseguem dar prosseguimento a esta parte do crescimento.

Por isso, é preciso que se traga o equilíbrio no processo de transição. O pastor vai precisar descobrir qual o ponto
de equilíbrio que Deus deseja dele neste processo.

2 – Depositar a responsabilidade da transição em um discipulador

Muitos pastores se dizem “travados” em sua transição porque estão distantes de seus discipuladores.

O pastor precisa entender que a transição é uma responsabilidade que Deus colocou em suas mãos e na vida de
outros, afinal, foi em suas mãos que Deus confiou este ministério, não é verdade?

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Ter um discipulador ajuda e, de fato, é ótimo. Mas o pastor precisa “colocar a mão na massa” e fazer acontecer.
Transferir a responsabilidade a respeito da transição não vai te ajudar. É preciso que você entenda que o
discipulador até vai te ajudar, mas você vai precisar ler livros, ver vídeos, ir a conferências, se envolver em tudo o
que diz respeito à transição, fazer cursos e o que mais for preciso para que a transição aconteça e seja bem
sucedida.

Outros pastores costumam delegar esta responsabilidade afirmando que não têm um discipulador. O pastor
pode até não ter um discipulador pessoal, mas ele tem acesso a pessoas do seu relacionamento que podem te
ajudar com conselhos ou estar mentoreando você. Mas isso não pode ser um fator de atraso na sua transição.

3 – A falta de unidade entre os pastores principais

E isso desde o casal de pastores presidentes. Não é incomum encontrarmos em um Igreja que vem tentando
transicionar e que estão com dificuldades, um dos cônjuges apaixonado pela visão e outro querendo dar para
trás. Então, como é que a Igreja vai pegar fogo se o casal de pastores da Igreja não estão unidos na mesma
visão?

Se o casal de pastores presidentes não conseguirem trabalhar juntos, em um único propósito, não terão forças
para transicionar a Igreja de maneira bem sucedida. É preciso ter o apoio dentro da própria casa! Quando os
pastores têm o apoio da sua casa, tudo fica muito mais fácil.

Agora, a questão da unidade “dentro de casa” também fala a respeito dos pastores auxiliares e os líderes. Os
pastores e líderes que já estão caminhando com a liderança há algum tempo, precisam estar em unidade para
com a visão que Deus ministrou no coração do pastor presidente. Eles precisam estar unidos para que a
transição se realize com sucesso.

4 – Dividir a Igreja em grupos

Muitos, na pressa de fazer com que as células funcionem, “dividem” as pessoas em grupos e “distribuem” para
alguns líderes. Então, em uma igreja de 100 pessoas, o pastor levanta 10 líderes e divide o povo entre eles. E, isso,
não vai dar certo.

A célula precisa ser multiplicada. Por isso a importância da célula protótipo na casa do pastor presidente. Para
que se comece, ali, dentro desta célula, o trabalho de cuidado de vidas e de consolidação. Aí, sim, a multiplicação
acontecerá de forma saudável. Pois ela se reproduzirá com um líder com “DNA” formado, um anfitrião com
“DNA” formado e com um grupo que entendeu o que é, de fato, uma célula.

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5 – Forçar as pessoas a participarem de células e discipulados

É fato que no período da transição, as expectativas de que todos estejam abraçando o projeto são enormes, mas
forçar as pessoas, pregar a obrigatoriedade de altar, não vai ajudar.

Nada proibido dá certo. O pastor não pode obrigar as pessoas a estarem em uma célula ou a serem discipuladas.
Existem aqueles que levam tão a sério este ponto que a pessoa só pode participar de alguma coisa na Igreja se
for assídua em uma célula e se estiver com discipulado semanal em dia.

No período da transição, as pessoas estão na expectativa do que vai acontecer e muitas estão com o coração
duvidoso se vai ser bom ou não e, quando o pastor força, ele cria, imediatamente, uma resistência nelas.

Células e discipulado são excelentes estratégias para abençoar vidas, mas as pessoas precisam receber esta
revelação no coração. Quando o pastor decide por obrigar, ele acaba perdendo pessoas, inclusive bons líderes.

6 – Colocar pessoas despreparadas para liderar uma célula.

Este é um erro que não é só cometido na fase de transição. É um erro comum durante o processo do
crescimento também.

Muitas vezes, pelo desejo de multiplicar e viver o crescimento, muitos pastores cometem o erro de levantar
líderes que não estavam preparados para a responsabilidade que vem junto com a liderança.

Geralmente, a célula cresceu e está com muita gente e o pastor, então, visualiza a multiplicação e levanta alguém
que ainda não está preparado. O pastor não pode cair neste erro, pois se ele multiplicar nestas condições, ele vai
perder o líder e depois as pessoas da célula.

Por isso, se você está transicionando agora ou se já transicionou e está com as células cheias, mas ainda não
tem um líder preparado para que a multiplicação se faça de forma saudável, não multiplique!

Um líder preparado é aquele que está caminhando lado a lado com o pastor, absorveu a visão e que entende a
respeito das responsabilidades de uma liderança.

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7 – Aplicar vários projetos ao mesmo tempo

Existem pastores que estão estudando sobre a visão e, nas diversas conferências e reuniões que eles vão, tudo o
que eles ouvem, eles querem colocar em prática, ao mesmo tempo.

Porém, isso confunde a cabeça do povo. Aliás, isso confunde até o próprio pastor presidente, pois são muitas
coisas para organizar e prestar contas. Não se sabe qual projeto focar, o que, exatamente, é para ser feito, pois é
um trabalho atrás do outro.

Sem dúvida, para o pastor que está apaixonado pela visão, é muito tentador colocar todos os projetos em prática.
Afinal, todos parecem tão fantásticos... mas isso confunde a cabeça do povo e, o povo confuso e sem foco, não
produz resultados.

Conclusão:

Quando a transição é feita de maneira equilibrada, os resultados virão. É questão de tempo. Mas se a transição já
ocorreu e os resultados não chegaram ou começaram a declinar, o pastor vai precisar identificar o que está
dando errado e fazer os ajustes necessários para que volte a crescer de forma saudável e constante.

Pr. Bruno Monteiro


Liderança de Sucesso

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