Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliação Final
Macapá, AP
2018
Elabore um balanço da segurança internacional no momento pós-guerra fria, focando
especificamente na relação entre os Estados Unidos e a China, oferecendo argumentos
embasados, exemplos precisos e citando autores pertinentes da área de Relações
Internacionais e Estudos Estratégicos.
Desde o fim da Guerra Fria, a trajetória das relações entre esses países é marcada por
avanços e retrocessos, visto que os dois vem trabalhando para diminuir suas discordâncias,
mas o desacordo quanto suas prioridades marcam as divergências entre eles. Antes do
colapso da URSS, China e Estados Unidos, apesar das divergências ideológicas, se
aproximaram com o propósito de deteriorar o poder da União Soviética (KISSINGER, 1994).
Contudo, o cenário muda com o fim da guerra fria em 1991, como aponta novamente
Kissinger em sua obra Sobre a China, o fim da União soviética criou um novo contexto
geopolítico, com a hegemonia soviética deixando a cena “as diferenças entre valores e visões
de mundo passaram a ocupar o centro do palco” (KISSINGER, 2011. p. 288)
As relações entre os dois países já estavam afetadas por causa da violenta resposta
chinesa às manifestações de Tiananmen em 1989, onde estudantes chineses reivindicavam
uma reforma democrática na China. Como resposta, o governo chinês enviou tropas militares
para suprimir a mobilização, matando centenas de manifestantes. Esse evento foi duramente
criticado pelo governo norte-americano e o então presidente, George H. W. Bush reagiu com
sanções econômicas e a suspensão de vendas de equipamentos militares para a China (CFR,
2018).
Nos anos 90, os líderes Jiang Zemin, na China e Bill Clinton, nos Estados Unidos
difundiram uma política de engajamento, perpetuada por uma parceria estratégica ressaltando
a importância de estreitar laços entre os países. Ressaltou-se os dividendos de uma grande
interdependência nas relações sino-americanas (SHU, 2005) e foi nessa década que ficaram
cada vez mais claras a relações econômicas dos dois. Segundo Kissinger (2011) o comércio
americano que no início da década de 90 era mais expressivo com Taiwan, foi dando espaço
ao comércio EUA-China que ao final da década quadruplicou, com as exportações chinesas
para os Estados Unidos crescendo (em 2006, a China superou o México e se tornou o segundo
maior parceiro comercial dos EUA). As grandes empresas norte-americanas viam a China
como componente essencial para a difusão de seus negócios devido ao seu grande
contingente populacional e a flexibilização na produção. Já a China usava as reservas
cambiais cada vez maiores para investir em títulos do tesouro americano, em 2008 se
tornando a maior detentora estrangeira de dívidas americanas (Kissinger, 2011, p. 211).
Ainda no plano econômico, foi por meio da política de engajamento, quando houve
um processo de formatação de novas regras e ajustes que visavam institucionalizar a presença
da China no cenário internacional no campo do comércio, investimentos e fluxos financeiros
(SHU, 2005, p.61). Por meio dessa política foi possibilitada a admissão da China na
Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.