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Licenciatura em Matemática - LM17

Professoras: Ana Paula Amaral


Disciplina: Cálculo II

Análise da Função Custo pelo uso da Integral Definida

SILVA, Mauri Manoel.

Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú

INTRODUÇÃO

Em economia costuma-se expressar o custo total de produção como sendo a soma dos
custos fixos e custos variáveis. Uma expressão matemática seria como a representada abaixo:

CT = CF + CV

Onde temos:
CT = Custo Total
CF = Custo Fixo
CV = Custo Variável

A fórmula do custo total não expressa pequenas variações nos custos. Ela é obtida
como uma média geral de todos os custos em função da quantidade produzida. É uma fórmula
que representa a produção em um nível macro. Se desejássemos saber, por exemplo, o quanto
afetaria meu custo total pelo aumento de um único produto, ela não me expressaria
adequadamente. Vejamos um exemplo abaixo:
Suponhamos que C(x) seja o custo total de fabricação de x computadores, dado pela
equação C(x) = 110 + 4x + 0,02x2
Agora digamos que desejamos saber o seguinte: quanto variaria meu custo total ao
passar a produção de 50 unidades para 51 unidades?
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Professoras: Ana Paula Amaral
Disciplina: Cálculo II

Manualmente, teríamos de fazer o seguinte:


C(51) = 110 + 4.51 + 0,02.512
Custo final: 366,02
C(50) = 110 + 4.50 + 0,02.502
Custo inicial: 360,00
Neste caso, para acharmos o custo marginal, precisaríamos subtrair o custo final
menos o custo inicial, desta forma:
Custo Marginal = Custo Final – Custo Inicial = 6,02, ou seja, o aumento na produção
de uma unidade acarretaria o aumento nos custos em 6,02.
Um segundo modo seria a utilização da diferencial como uma taxa de variação nos
custos de produção. Deste modo precisaríamos derivar a função custo total como segue:
C’(x) = 4 + 0,02.2x
Agora, para sabermos o impacto nos custos ao se produzir um computador a mais,
numa produção de 50 computadores, bastaria substitui na função acima o valor de 50
unidades, assim:
C’(50) = 4 + 0,02.2.50
C’(50) = 6, ou seja, meu custo marginal seria igual a seis unidades monetárias.

E onde entra a Integral nesta análise?


Vejamos o mesmo exemplo. Digamos que se deseja saber o quanto variará o custo
total quando se aumenta a produção de 50 para 150 computadores. Se conhecemos a função
custo total C(x) = 110 + 4x + 0,02x 2 , basta substituir nesta função o valor final menos o valor
inicial, tal como:
C(150) = 110 + 4.150 + 0,02.1502 - C(50) = 110 + 4.50 + 0,02.502 = 1.160 – 360 = 800
unidades de custo.
Acontece que muitas vezes o analista de produção não tem em mãos a função custo
total. Na maioria das vezes o que se tem é uma função de custo marginal, muito mais fácil de
ser obtida, pois o universo de análise é menor.
Sendo assim, tendo-se apenas a função de custo marginal, para obtermos o custo total
ao passar a produção de 50 para 150 unidades, teríamos de utilizar a função marginal C’(x) =
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Disciplina: Cálculo II

4 + 0,02.2x para cada aumento de uma unidade, ou seja, utilizaríamos a função para 50, 51,
52, 53, 54, 55, 56, …, 149 unidades e, por fim, somaríamos todos os resultados obtidos.
Com toda certeza seria um cálculo muito trabalhoso. É aí que entra a Integral.
Para isso, integraremos a função marginal C’(x) = 4 + 0,02.2x dentro do intervalo de
produção entre 50 e 150 unidades:

150

50

Resolvendo essa integral, chegaremos a primitiva 4.x + 0,02.x 2

Sendo assim, basta substituirmos os intervalos de integração 150 e 50 nos valores de x como segue:

Custo Total = (4.150 + 0,02.1502) - (4.50 + 0,02.502) = 1.050 – 250 = 800 unidades de custo.

O valor encontrado corresponde ao cálculo efetuado quando se conhecia a função de custo total.

Desta forma, fica evidente a aplicação dentro das análises de custo efetuadas numa rotina de
produção.

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