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Emanuel Sinatra
2. PALAVRAS BÍBLICAS DO AT
Não há uma única palavra para perdão em hebraico, mas
sim uma série de imagens.
2.1 – salach – perdão é prerrogativa de Deus
Salach – perdão, libertar do poder da culpa, reconciliação.
É o uso mais comum, muitas vezes traduzido "perdão", e
sempre tem Deus como o sujeito. Uma palavra proeminente
usada exclusivamente para expressar o perdão de Deus
contribui para a crença de que um Deus que perdoa é
essencialmente diferente de Um ser humano que perdoa.
Igreja Batista de Cachoeirinha Pr. Emanuel Sinatra
3. PERDÃO INTERPESSOAL NO AT
No AT tem Deus é o sujeito quase que exclusivo do
perdão. Retrata um Deus que não só é capaz, mas também
está disposto a perdoar.
O exemplo mais óbvio de perdão interpessoal no AT; é –
Jacó e Esaú em Gn. 33 - a frase usada é "achar mercê (graça) em
seus olhos". O vocábulo do perdão não é usado neste contexto
onde parece, de nossa perspectiva, totalmente apropriada.
Há três casos em que o vocabulário tradicional do perdão
é usado na interação humana.
A - José e seus Irmãos – Gn. 50, José diz: "... Estou eu no lugar
de Deus?" "os tranquilizou e falou-lhes amavelmente" (v.21).
"Perdoar", a única coisa a ser pedida está ausente.
José não "perdoou seus pecados" explicitamente porque
ele não está "no lugar de Deus".
B - Moisés e Faraó – Êx. 7-11, Faraó que Moisés ore por ele,
(9:28) e abençoá-lo, (12:32). Após a praga de gafanhotos
Faraó pediu a Moisés, "perdoe o meu pecado" – Ex. 10:17.
O arrependimento de Faraó (9:30). Moisés ora (9:29;
10:18), mas não pede perdão em nome de Faraó. Mesmo
que tivesse pedido, seria Deus quem estava perdoando.
Moisés chama pra si a responsabilidade de perdoar Faraó.
No ambiente religioso desta época se presumia que Faraó
não seria perdoado por Moisés, mas pelo Deus de Moisés.
Moisés age como um intermediário.
C - Samuel e Saul – 1Sm. 15. Ambos Saul e Faraó são
confrontados com a palavra de Deus através de um profeta
(Samuel, Moisés), e ambos fazem um tipo de confissão,
Igreja Batista de Cachoeirinha Pr. Emanuel Sinatra
CONCLUSÃO
Adotemos pelo menos dois princípios importantes:
1 - Primeiro, há uma diferença entre pecados contra Deus e
pecados ou ofensas contra nós. O primeiro só Deus pode
perdoar, este último somos chamados a não dar atenção, a
deixar passar (assim Esaú, e os Provérbios citados acima).
É Deus operando pelo Espírito Santo no crente e através
do crente que torna possível perdoar "como fomos perdoados ".
2 – Segundo, a expiação já foi consumada através de Cristo e
assim o perdão pode ser livremente oferecido por aqueles que
estão em Cristo. Não devemos exigir em nível humano pré-
condições que só se aplicam em relação ao relacionamento
divino-humano. Não devemos esperar pelo arrependimento
antes de perdoar. Fazer isso seria assumir o lugar de Deus.
O AT nos apresenta a incrível possibilidade de um Deus
que é Amor, e Misericórdia e Graça; Um Deus que perdoará
nosso pecado e iniquidade. É claro no NT que tal perdão se
aplica não apenas ao pecado acidental, mas também ao pecado
deliberado. Ele não requer mais rituais e sacrifícios complexos.
Em vez disso, exige fé no sacrifício completo do próprio Cristo,
que no momento da morte e sem esperar sinais de
arrependimento por parte de seus crucificadores, teve a graça
de orar "Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem." (Lc. 23:34).
DEUS não nos obriga a perdoar, Ele nos capacita a perdoar.
Bibliografia: