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MANDADO DE SEGURANÇA

1- Previsão. Art. 5, LXIX da CR/88. Lei 12.016/09 e


aplicação subsidiária do CPC.

Art. 5º. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança


para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
poder público;

Lei 12.016/09 Art. 1o Conceder-se-á mandado de


segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre
que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for
e sejam quais forem as funções que exerça.

2- Conceito – Hely Lopes Meireilles –


“O meio constitucional posto à disposição de toda
pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual,
ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção de
direito individual ou coletivo, líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou
ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça”

3- Natureza Jurídica. Ação de índole constitucional


exercida em procedimento sumário especial de jurisdição
contenciosa e que traduz uma garantia constitucional
(como tal deve gerar uma interpretação ampliativa das
hipóteses de cabimento).

VEDAÇÕES AO CABIMENTO DO MANDADO DE


SEGURANÇA
a. Atos de gestão comercial.

Art. 1º § 2o Não cabe mandado de segurança contra os


atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de
economia mista e de concessionárias de serviço
público.

Consagra diretriz assente na doutrina e


jurisprudência.
O melhor entendimento é de que todas vezes que
empresas publicas, sociedades de economia mista e,
mesmo, as concessionárias de serviço publico praticar atos
regidos pelo direito público, no exercício de seus misteres
institucionais, seu contraste pode ser feito pela via do
Mandado de Segurança. Os §§1º e 2º são destarte, as duas
faces de uma mesma moeda. De outro lado sendo normas
de direito privado, não se sujeitará ao Mandado de
segurança.
STJ Súmula nº 333 - 13/12/2006 - DJ 14.02.2007
Cabe mandado de segurança contra ato praticado em
licitação promovida por sociedade de economia mista ou
empresa pública.

a. Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito


suspensivo.
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança
quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com
efeito suspensivo, independentemente de caução;

A norma não autoriza a interpretação de que haveria


contrariedade ao princípio da inafastabilidade do
controle jurisdicional (art. 5º, XXXV da CR).
De igual modo não exige da parte o esgotamento da via
administrativa cuja única previsão toca a Justiça
desportiva. Art. 217, §1º da CR.
Há entendimento de que a impetração do mandamus
importa em renúncia ao direito administrativo ou
desistência do recurso já interposto e pendente de
julgamento. (STF Tribunal Pleno, MS 27.772 AgR/DF, rel
Ministra Carmem Lúcia, j. em 15/04/2009). Crítica ao
posicionamento. Poderá o impetrante não reunir as
condições da ação mandamental, o que levará a
extinção do feito.
Lei 6.830/80. Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa
da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma
desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança,
ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato
declarativo da dívida, esta precedida do depósito
preparatório do valor do débito, monetariamente
corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais
encargos.
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da
ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder
de recorrer na esfera administrativa e desistência do
recurso acaso interposto.
a. Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo.
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança
quando se tratar:
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;

E a decisão judicial que caiba recurso sem efeito


suspensivo? Posso extrair de uma interpretação ao
contrario sensu a possibilidade do MS.?

A doutrina é pacífica quanto ao não cabimento.


Fundamento. A parte pode se valer do da regra do art.
558 e 527, III do CPC para requerer a atribuição do efeito
suspensivo ao recurso de apelação ou de agravo. (para
quem faz uma interpretação restritiva do recurso o
dispositivo apenas se aplica àqueles). Chein Jorge e
Araken de Assis.

Quanto ao R.E e R.esp. – Súmula 634 e 635 STF – Ação


cautelar.
No STF – súmula n. 267.
Não cabe mandado de segurança contra ato
judicial passível de recurso ou correição.

Exceção – Cabimento contra decisões teratológicas


(acarreta uma aberratio ictus) sempre que o recurso não
for suficiente para a efetiva tutela dos interesses da parte.
Decisão irrecorrível pode ser objeto de MS?
Aparentemente a doutrina parece tranquila quanto ao não
cabimento.
Nos tribunais- Situações polêmicas:
a) Decisões interlocutórias nos Juizados.
STJ- Posição pacificada pelo cabimento. – fundamento
o procedimento sumaríssimo adota o sistema da
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
Competência - Entendimento consolidado. Cabe ao
colégio recursal julgar o MS contra decisão do juiz
monocrático ou da própria turma recursal.
Mandado de segurança para o controle da
competência.
Decisão que determina a competência do juizado em
detrimento da competência da justiça comum estadual.
– Competência -Tribunal de de Justiça. (STJ., 2ª T.,
RMS 26.665/DF.)
Exceção – art. 5º da lei 10.259/2001 – Agravo contra
decisão interlocutória de tutela de urgência. Mesmo em
âmbito estadual pois uma vez que em conjunto com a lei
9.099/95, forma-se o microssistema do juizado especial.

Informativo n. 0508
Período: 5 a 14 de novembro de 2012.
Corte Especial

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. MS IMPETRADO CONTRA ATO


JUDICIAL. EXISTÊNCIA DE TERATOLOGIA OU PREJUÍZO
IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.
Admite-se a impetração de mandado de segurança contra
ato judicial em situações teratológicas, abusivas que
possam gerar dano irreparável ou nos casos em que o
recurso previsto não tenha obtido ou não possa obter
efeito suspensivo. Precedentes citados: AgRg no MS
10.252-DF, DJ 26/9/2005; AgRg no MS 10.029-DF, DJ
28/2/2005; AgRg no MS 15.777-SP, DJe 18/4/2011, e MS
15.941-DF, DJe 1º/7/2011. AgRg no MS 17.857-DF, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 7/11/2012.

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança


quando se tratar:
III - de decisão judicial transitada em julgado.
Não continha previsão na lei anterior, embora já
externasse posicionamento pacificado na doutrina e
jurisprudência.
O entendimento que evita a utilização do MS como
sucedâneo de ação rescisória.
Há entendimento doutrinário no sentido do cabimento
do mandado de segurança contra a sentença transitada em
julgado no âmbito do juizado, como forma de evitar a
perpetuação de graves vícios e injustiças. (Palharini Jr.).
c.1. STJ – Cabimento do MS perante o tribunal de justiça
para o controle da competência do juizado especial mesmo
contra decisão transitada em julgado. (informativo 392,
STJ: 3ª Turma, MC 15.465-SC) e RMS 30.170/SC.
4- Sujeitos processuais.

4.1. Legitimidade ativa. Pessoa física, jurídica, órgão


público e pessoal formal.
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
as funções que exerça.
A despeito do silêncio da lei é irrecusável que A
NACIONALIDADE do impetrante seja INDIFERENTE para
impetração, garantida indistintamente, pelos incisos LXIX e
LXX do art. 5º da CR/88.
4.2. Órgãos Públicos.
Órgãos públicos despersonalizados, mas dotados
de capacidade processual: Chefias do executivo, Mesas
do legislativo etc. (ativa e passiva), legitimidade restrita a
atuação funcional e em defesa de suas atribuições
institucionais. Direitos-função
4.3. Possibilidade de impetração de mandado de
segurança por pessoa jurídica de direito público contra
ato de autoridade.

4.4. Possibilidade de MS (e também qualquer demanda


ordinária) por um ente público contra outro, visando
discutir supostas irregularidades perpetradas entre os
poderes da federação.
4.5. Pessoas formais.
4.6. Litisconsórcio ativo.

Art. 10 § 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será


admitido após o despacho da petição inicial.
O litisconsórcio facultativo ativo no mandado de
segurança apenas deve ser admitido na modalidade
inicial, evitando-se escolha de juiz e violação aos
princípios do juiz natural e do devido processo legal. Ex.
de mandado de segurança individual plúrimo nos casos
de concurso público por candidatos reprovados que
pretendem discutir a mesma questão ou em casos de
matéria tributária por vários contribuintes.
Já em outra decisão, entendeu que: "a admissão de
litisconsorte ativo após o deferimento da medida liminar
contraria o princípio do Juiz natural, convertido em norma
legal pelo art. 251 do CPC; a regra evita que a parte escolha
o Juiz da causa, bem assim os inconvenientes daí
decorrentes, até de ordem moral. Recurso especial
conhecido e provido" (Trecho da ementa do Acórdão REsp
87641 / RS - 23 Turma - ReI. Min. Ministro Ari Pargendler -
J. em 17/03/1998OJ de OJ 06.04.1998 p. 75).
5. Sucessão processual
No caso específico do MS é possível sucessão processual,
como nos casos de falecimento do impetrante originário
(na fase de cumprimento e apenas no que respeita aos
aspectos patrimoniais), além das hipóteses de fusão e
incorporação envolvendo a pessoa jurídica impetrante.
6. Substituição processual no âmbito do MS
individual.
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de
direito, em condições idênticas, de terceiro poderá
impetrar mandado de segurança a favor do direito
originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30
(trinta) dias, quando notificado judicialmente.
Parágrafo único. O exercício do direito previsto
no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art.
23 desta Lei, contado da notificação.
O art. 3° da LMS é o fundamento legal para a substituição
processual, permitindo que o impetrante utilize a via do
MS não para defender imediato direito líquido e certo
seu, mas sim daquele que teve o direito violado em pri-
meiro lugar, desde que este não o faça no prazo de 30
dias.
QUEM É O SUJEITO PASSIVO NO MS ?

Hely Lopes Meirelles: ( é a autoridade coatora)


"O impetrado é a autoridade coatora, e não a pessoa
jurídica ou o órgão a que pertence e ao qual seu ato é
imputado em razão do oficio. Nada impede, entretanto,
que a entidade interessada ingresse no mandado a
qualquer tempo, como simples assistente do coator,
recebendo a causa no estado em que se encontra, ou,
dentro do prazo para as informações, entre como
litisconsorte do impetrado, nos termos do art. 19 da Lei n.
1.533/51"18.
Sérgio Ferraz e Lúcia Valle Figueiredo, esta última assim
se manifesta:
"O sujeito passivo do mandado de segurança será, sempre,
a pessoa jurídica que deverá suportar os encargos da
decisão do mandado de segurança. Destarte, sujeitos
passivos serão sempre União, Estados, Municípios ou
delegados de serviço público, sejam dirigentes de estatais
ou concessionárias de serviço”
STF e STJ têm esse posicionamento
A questão na nova lei.
Cássio Scarpinella Bueno e Rodrigo Klipel – Sustentam
que pela conjugação dos artigos . 6º, caput, 7º, I e II,
11, 14. §2º, o legislador optou pelo litisconsórcio
passivo necessário entre a autoridade coatora e a
pessoa jurídica.

Ministério Público
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do
caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante
do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo
improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério
Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a
decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida
em 30 (trinta) dias.

6. Direito Líquido e certo.


6.1. Conceitos na doutrina.
Cassio Scarpinella Bueno: "Direito líquido e certo há
quando a ilegalidade ou a abusividade forem passíveis
de demonstração documental, independentemente de
sua complexidade ou densidade" (Mandado de
Segurança. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 13).
Hely Lopes Meirelles:
"É o que se apresenta manifesto na sua existência,
delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no
momento da impetração. Por outras palavras, o direito
invocado, para ser amparável por mandado de
segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer
em si todos os requisitos e condições de sua aplicação
ao impetrante
6.2. Questão de fato complexa ou de direito
controvertida:

a) “Se os fatos estão comprovados, não pode o juiz


deixar de examinar a questão de fundo sob a assertiva
de ser complexa a questão de direito. STJ, 220174/CE,
1ª Turma, Rel. MIn. Garcia Vieira. 11/10/99.
b) Súmula 625

Controvérsia sobre matéria de direito não impede


concessão de mandado de segurança.
6.3. O direito liquido e certo é condição da ação,
pressuposto processual ou o próprio mérito da demanda
mandamental?
Vejamos três hipóteses envolvendo o MS:
a) denegação da segurança por falta de provas do direito
líquido e certo;
b) inexistência de direito líquido e certo em decorrência da
legalidade do ato impugnado e
c) decadência do prazo para impetração do mandamus.
Antes de se enfrentar a solução de cada uma das
hipóteses, cumpre destacar o que a doutrina e
jurisprudência pensam a respeito do assunto.
Cassio Scarpinella Bueno leciona que: CONDIÇÃO DA
AÇÃO
"Direito líquido e certo não deve ser entendido como
'mérito' do mandado de segurança, isto é, como sinônimo
do conflito de interesses retratado pelo impetrante em sua
petição inicial e levado para solução definitiva ao Estado-
juiz. Direito líquido e certo é apenas uma condição da ação
do mandado de segurança,
Teresa Arruda Alvim Wambier CONDIÇÃO ESPECIFICA DA
AÇÃO a exemplo do direito líquido e certo, provável de
plano, em relação ao mandado de segurança (Lei
12.016/09); a notificação em relação à ação de rescisão do
compromisso de compra e venda (Dec.-lei 745/69)
Leonardo Greco afirma que o direito líquido e certo é
PRESSUPOSTO PROCESSUAL OBJETIVO (ADEQUAÇÃO AO
PROCEDIMENTO), ao aduzir que:
“Trata-se de pressuposto processual objetivo (adequação
ao procedimento) que não subtrai do autor o direito à
jurisdição sobre o litígio, mas apenas invalida a busca
através da via do mandado de segurança”

Entendimento predominante na doutrina:


Deve-se ressaltar que, dependendo do momento
processual analisado, o direito líquido e certo poderá ser
condição da ação ou mérito do mandado de segurança.
O direito líquido e certo existirá quando os fatos não
dependerem de instrução probatória. Assim, se o caso
concreto ensejar tal fase processual, estar-se-á diante
de condição da ação, razão pela qual deverá ser extinto
o processo sem julgamento do mérito
STF Súmula nº 304 “ Decisão denegatória de mandado
de segurança, não fazendo coisa julgada contra o
impetrante, não impede o uso da ação própria”

Por essa razão é o artigo 6º §6º da Lei 12.016/09


Art. 6º § 6o O pedido de mandado de segurança poderá
ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão
denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Lei 12.016 Art. 19. A sentença ou o acórdão que


denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito,
não impedirá que o requerente, por ação própria,
pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos
patrimoniais.
b) Toda vez que o juiz afirmar a existência ou não em
cognição exauriente do direito afirmado pelo autor,
forma-se a coisa julgada material. Assim, a existência,
ou não, da ilegalidade ou do abusividade do ato coator,
em sentença fica imunizada pela coisa julgada material.
"O exame da legalidade dos atos administrativos ou
jurisdicionais em mandado de segurança é,
induvidosamente, de mérito, pois não há direito líquido e
certo se não houver decretação judicial da invalidade do
ato impugnado. Assim, considerado inexistente direito
líquido e certo em favor do impetrante, impõe-se a dene-
gação da segurança, e não a carência por falta de condição
da ação, que só ocorre quando se tratar de impetração
contra órgão ou pessoa manifestamente ilegítima" (I °
TACivSP. MS 369.370-4. TP, m.v.,j. 7-5-87, ReI. Juiz Luciano
Leite. RT 62lI12'P)
c) Denegação da segurança em face da decadência.

Súmula 632. É constitucional lei que fixa o prazo de


decadência para a impetração do mandado de segurança"
A decadência e a conseqüente extinção do processo
com julgamento de mérito irá alcançar o direito material
discutido no MS? O direito líquido e certo engloba o direito
subjetivo? A denegação da segurança permitirá o
ajuizamento de demanda ordinária, aplicando-se a Súmula
304 do STF e o art. 19 da Lei 12.016/09?
A decadência alcança apenas o direito líquido e
certo, não ultrapassando os seus limites para atingir o
direito subjetivo. Mais ainda, a coisa julgada
decorrente desta sentença denegatória do
mandamus, não ultrapassa os limites do direito liquido
e certo para atingir o fundo do direito. Não poderá,
portanto, ser impetrada nova demanda mandamental
(já que atingida pela coisa julgada material), mas tal
fato não impedirá a utilização das vias ordinárias.

"Nos atos de trato sucessivo, como no pagamento de


vencimentos ou outras prestações periódicas, o prazo
renova-se a cada ato e também não corre durante a
omissão ou inércia da Administração em despachar o
requerido pelo interessado"., p. 54. Na jurisprudência,
indicam-se os seguintes precedentes: a) STJ - ROMS 13792,
Relatora Min. Eliana Calmon. Dl de 05/05/2003 PÁGINA:
237); b) STJ - RESP 49960 - RS, Relator. Min Sálvio de
Figueiredo Teixeira. Dl de:23/06/2003).
6.4 Durante a omissão administrativa não há curso do
prazo decadencial:
EMENTA: Recurso ordinário em mandado de
segurança . - Enquanto há omissão continuada da
Administração Pública, não corre o prazo de
decadência para a impetração do mandado de
segurança, sendo certo, porém, que essa omissão
cessa no momento em que há situação jurídica de que
decorre inequivocamente a recusa, por parte da
Administração Pública, do pretendido direito, fluindo a
partir daí o prazo de 120 (cento e vinte) dias para a
impetração da segurança contra essa recusa. - Em se
tratando de concurso público, a abertura de novo
concurso pela Administração Pública traduz situação
jurídica de evidente recusa de aproveitamento dos
candidatos do concurso anterior, pondo termo, assim,
à omissão continuada pela falta desse aproveitamento,
começando a correr o prazo de decadência para a
impetração da segurança. - Ocorrência, no caso, da
decadência. Recurso ordinário a que se nega
provimento. RMS 23987/DF, Relator(a): Min.
MOREIRA ALVES, Julgamento: 25/03/2003, Órgão
Julgador: Primeira Turma
A COISA JULGADA ALCANÇARÁ PERÍODO PRETÉRITO;
OU SEJA, PERÍODO ANTERIOR À DATA DA IMPETRAÇÃO?
Aliás, exemplo interessante é mencionado por Sérgio
Ferraz:
"A decisão em mandado de segurança concedida a
funcionário para reintegrar-se no cargo do qual fora
afastado contém implícita a ordem para a percepção do
estipêndio e das demais vantagens inerentes ao cargo,
perdidos com o afastamento"
Quanto as parcelas retroativas entre a data da
impetração e a do recebimento do oficio de
cumprimento, a sentença no mandado de segurança
poderá ensejar duplo efeito: o mandamental (ligado
ao fazer ou não fazer, cujo cumprimento deve ser
efetivado nos moldes estabelecidos em lei), eventual-
mente o condenatório (como nos casos em que
existem parcelas retroativas entre a data da
impetração e a do recebimento do oficio de
cumprimento) que será objeto CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA, nos moldes do art. 534 do NCPC e 100 da
CF/88, inclusive com pagamento através de precatório
requisitório.
Não se está, com isso, afirmando que o mandado de
segurança poderá ser utilizado visando à cobrança de
valores. Contudo, se o reconhecimento do direito líquido e
certo ocasionar reflexo patrimonial, este será satisfeito
mediante execução judicial, inclusive com expedição de
precatório requisitório, ex vi art. 100 da CF/88• Aliás, a
própria Súmula 269 deixa claro que o mandado de
segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
STF Súmula nº 269 - 13/12/1963 - Mandado de Segurança
- Substituição - Ação de Cobrança
O mandado de segurança não é substitutivo de ação de
cobrança.

STF Súmula nº 271 - 13/12/1963 - Concessão de Mandado


de Segurança - Efeitos Patrimoniais em Período Pretérito
Concessão de mandado de segurança não produz efeitos
patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais
devem ser reclamados administrativamente ou pela via
judicial própria.
Art. 14...
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens
pecuniárias assegurados em sentença concessiva de
mandado de segurança a servidor público da
administração direta ou autárquica federal, estadual e
municipal somente será efetuado relativamente às
prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial.
Posição atual do STJ

Informativo nº 0578
Período: 3 a 16 de março de 2016.
Corte Especial
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.
EFEITOS FINANCEIROS DA CONCESSÃO DE ORDEM
MANDAMENTAL CONTRA ATO DE REDUÇÃO DE
VANTAGEM DE SERVIDOR PÚBLICO.
Em mandado de segurança impetrado contra redução
do valor de vantagem integrante de proventos ou de
remuneração de servidor público, os efeitos financeiros
da concessão da ordem retroagem à data do ato
impugnado. Não se desconhece a orientação das
Súmulas n. 269 e 271 do STF, à luz das quais caberia à
parte impetrante, após o trânsito em julgado da
sentença mandamental concessiva, ajuizar nova
demanda de natureza condenatória para reivindicar os
valores vencidos em data anterior à impetração do
mandado de segurança. Essa exigência, contudo, não
apresenta nenhuma utilidade prática e atenta contra os
princípios da justiça, da efetividade processual, da
celeridade e da razoável duração do processo. Ademais,
essa imposição estimula demandas desnecessárias e
que movimentam a máquina judiciária, de modo a
consumir tempo e recursos de forma completamente
inútil, e enseja inclusive a fixação de honorários
sucumbenciais, em ação que já se sabe destinada à
procedência. Corroborando esse entendimento, o STJ
firmou a orientação de que, nas hipóteses em que o
servidor público deixa de auferir seus vencimentos ou
parte deles em razão de ato ilegal ou abusivo do Poder
Público, os efeitos financeiros da concessão de ordem
mandamental devem retroagir à data do ato
impugnado, violador do direito líquido e certo do
impetrante. Isso porque os efeitos patrimoniais são
mera consequência da anulação do ato impugnado que
reduz o valor de vantagem nos proventos ou
remuneração do impetrante (MS 12.397-DF, Terceira
Seção, DJe 16/6/2008). Precedentes citados: EDcl no
REsp 1.236.588-SP, Segunda Turma, DJe 10/5/2011; e
AgRg no REsp 1.090.572-DF, Quinta Turma, DJe
1º/6/2009. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015, DJe
25/2/2016.
7. Petição inicial do MS e requisição de documentos

7.1. requisitos
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os
requisitos estabelecidos pela lei processual, será
apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que
instruírem a primeira reproduzidos na segunda e
indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica
que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual
exerce atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova
do alegado se ache em repartição ou estabelecimento
público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,
preliminarmente, por ofício, a exibição desse
documento em original ou em cópia autêntica e
marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10
(dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento
para juntá-las à segunda via da petição.
a) Requisitos do art. 319 e 320 do CPC.
b) A autenticação dos documentos poderá ser feita
com fincas no art. 425, IV
c) Deve ser apresentada em duas vias- a melhor
interpretação é a de que devem ser apresentadas em
tantas vias quanto forem as autoridades coatoras
d) NOVIDADE- Além da autoridade coatora deverá
indicar a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha
vinculada ou da qual exerce atribuições.
7.2. Requisição de documentos
Art. 6º. § 1o No caso em que o documento necessário
à prova do alegado se ache em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro,
o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição
desse documento em original ou em cópia autêntica e
marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10
(dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento
para juntá-las à segunda via da petição.
a) É desnecessário, portanto, impetrar novo MS para
essa finalidade
b) Não há necessidade de se vale do incidente de
exibição de documentos previsto nos arts. 396 a 404 do
NCPC.

7.2. Indeferimento da petição inicial.


Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão
motivada, quando não for o caso de mandado de
segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou
quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro
grau caberá apelação e, quando a competência para o
julgamento do mandado de segurança couber
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator
caberá agravo para o órgão competente do tribunal que
integre.

A melhor doutrina sustenta que o dispositivo deve


ser interpretado de forma a abrandar o rigor textual da
lei. Tova vez que for possível emendar inicial do MS,
suprindo os seus defeitos ou falhas, a inicial deve ser
acolhida.
a) aplica-se a regra do art. 321 do NCPC.
b) aplica-se a regra do art. 332 do CPC
c) Aplica-se subsidiariamente a regra do art. 331 do
CPC,
d) se o indeferimento da petição inicial ocorrer pelo
relator (competência originária do tribunal) com fincas
no art. 932 do CPC, será cabível agravo interno (art.
1021).
e) caso a rejeição da inicial ocorra pelo órgão colegiado
quando do julgamento do MS, caberá recurso ordinário
(art. 105, II e 102, II da CR) PARA O STJ OU PARA O STF.
8. Autoridade Coatora.

Art. 6º § 3o Considera-se autoridade coatora aquela


que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane
a ordem para a sua prática.
Art. 1º § 1o Equiparam-se às autoridades, para os
efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de
partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas
jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos
de gestão comercial praticados pelos administradores
de empresas públicas, de sociedade de economia mista
e de concessionárias de serviço público.
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a
várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o
mandado de segurança.
Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se
as consequências de ordem patrimonial do ato contra o
qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou entidade por ela controlada.

a) Novidade que não constava no ordenamento


anterior
b) O conceito não se restringe às autoridades públicas
propriamente ditas, mas também a administradores e
dirigentes de autarquias e entidades paraestatais;
c) Pessoas naturais ou jurídicas em funções delegadas
(concessões e delegações);
d) Atividades permitidas não se enquadram nessa
previsão (bancos, consórcios, etc.)
8.1. Autoridade Federal.

Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se


as consequências de ordem patrimonial do ato contra o
qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou entidade por ela controlada.
Obs. Não obstante o silêncio, o mesmo raciocínio se
aplica as demais entidades federativas.

8.3. Indicação errada da autoridade coatora.


Impossibilidade de correção de ofício pelo Juiz. Solução:
Emenda da petição inicial.
 Predomina no STJ o entendimento de que a
errônea indicação da autoridade coatora leva à
extinção do processo sem julgamento do mérito por
ilegitimidade passiva. STJ 2ª T. RMS n. 20.471/RJ.
(flexibilizando o entendimento o STJ entende que se a
autoridade coatora apontada equivocadamente e
aquela que deveria ser apontada pertençam a mesma
pessoa jurídica) .
O STJ entende que a errônea indicação da autoridade
coatora não pode ser corrigida de ofício pelo
magistrado:

8.4. Teoria da encampação - Se a autoridade indicada for


hierarquicamente superior a que praticou o ato e assumir
a defesa do ato impugnado, o STJ adota a chamada teoria
da encampação: “Aplica-se a teoria da encampação
quando a autoridade apontada como coatora, ao prestar
suas informações, não se limita a alegar sua ilegitimidade,
mas defende o mérito do ato impugnado, requerendo a
denegação da segurança, assumindo a legitimatio ad
causam passiva”.
Não se aplica a teoria da encampação que houver
alteração da competência levando-se em consideração a
autoridade equivocadamente indicada.

Obs.1 Em qualquer dos entendimentos acima expostos,


as informações serão sempre prestadas pela autoridade
coatora que, ao ser notificada para tal, gerará o efeito da
citação para o mandado de segurança.
Obs2. No Estado do Rio de Janeiro o art. 228 do código
de Organização Judiciária exige que a procuradoria do
estado seja intimada de todos os mandados de segurança
impetrados contra autoridade estadual, sob pena de
nulidade.

Art. 228 - Nos mandados de segurança impetrados


contra autoridades administrativas estaduais, o juiz
ou, nos casos de competência originária do Tribunal, o
relator, abrirá vista dos autos, por cinco dias, à
Procuradoria-Geral do Estado, logo após a juntada
das informações prestadas pela autoridade coatora.
Em seguida, ou autos serão encaminhados à
Procuradoria-Geral da Justiça para, em igual prazo,
emitir o respectivo parecer.
LITISPENÊNCIA
Informativo n. 0422
Período: 8 a 12 de fevereiro de 2010.
Segunda Turma
MS. LITISPENDÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA.
No mandado de segurança, alega-se o direito adquirido e a
conivência da legislação local para buscar a anulação de
edital elaborado pela unidade federada de alienação do
imóvel funcional ocupado pelo ora recorrente e, com isso,
permitir sua venda direta sem qualquer procedimento
licitatório. Sucede que esse pedido já foi deduzido, de igual
modo, em ação ordinária da qual justamente decorre o
citado edital, visto que nela se rejeitou o pleito e se cassou
a liminar, o que possibilitou ao ente federado praticar os
atos relativos à licitação. Daí a razão de o Tribunal a quo
corretamente reconhecer a litispendência, que, conforme
a jurisprudência do STJ, não é descaracterizada pela
circunstância de o polo passivo do MS ser ocupado pela
autoridade indicada como coatora e, na ação ordinária,
figurar como réu a própria pessoa jurídica de direito
público à qual pertence o impetrado no writ. Precedentes
citados: REsp 866.841-RJ, DJe 7/11/2008; RMS 11.905-PI,
DJ 23/8/2007, e AgRg no REsp 932.363-RJ, DJ 30/8/2007.
RMS 29.729-DF, Rel. Min. Castro Meira, julgado em
9/2/2010.
CIÊNCIA DA PESSOA JURÍDICA, PRAZO PARA
MANIFESTACAO DA PESSOA JURÍDICA, LIMINAR,
RESTRIÇÕES A MEDIDA LIMINAR
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as
cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação
judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia
da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse
no feito;
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar,
remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem
tiver a representação judicial da União, do Estado, do
Município ou da entidade apontada como coatora cópia
autenticada do mandado notificatório, assim como
indicações e elementos outros necessários às providências
a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e
defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de
poder. III - que se suspenda o ato que deu motivo ao
pedido, quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica.

PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÕES PELA PESSOA


JURIDICA – 10 dias.
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as
cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste as informações;

LIMINAR
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder
ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento,
observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil.
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por
objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de
mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a
concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza.
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou
cassada, persistirão até a prolação da sentença.
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá
prioridade para julgamento.
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de
liminares previstas neste artigo se estendem à tutela
antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no
5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

III – “que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido,


quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso
seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo
de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica”.

NATUREZA JURÍDICA.
Hely Lopes Meirelles Maria Fátima Vaquero Ramalho
Leyser e Francisco Antônio de Oliveira Há quem
entende tratar-se de medida cautelar-
ZAVASCKl, Teori Albino. e Fredie Didier Júnior - Tutela
antecipada
Cassio Scarpinella Bueno - Posicionamento
intermediário, concluindo que a natureza jurídica irá
depender do conteúdo da liminar e do mandamus. "Se a
liminar tiver em mira apenas assegurar a plena eficácia
do pedido de mérito, será cautelar. Se, inversamente, o
pedido de liminar coincidir com o pedido de mérito, sua
natureza será antecipatória" tutela antecipada,p. ex.,
para impedir o protesto de um título objeto de demanda
declaratória de inexistência.

Portanto, a liminar no mandado de segurança


determinando um fazer, não fazer ou mesmo
suspender, como quer o art. 7°,III, da Lei 12.016/09, tem
natureza antecipatória. No mandamus preventivo, a
medida tutela antecipada será inibitória - preventiva,
mas não cautelar.
CONTRA-CAUTELA - INOVAÇÃO
A regra inova ao facultar ao magistrado que exija do
impetrante “caução, fiança ou depósito, com o objetivo
de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica”.
Restrições à medida liminar
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha
por objeto a compensação de créditos tributários,(ar. 1º
§5º da Lei 8.437/92) a entrega de mercadorias e bens
provenientes do exterior (Lei 2.770/56, art. 1º) ,a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e
a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza. (Lei 4.348/64 – Art.
5º) e 5.021/66
De outro lado o art. 170-A do Código Tributário
Nacional veda a compensação tributária do crédito em
discussão judicial antes do transito em julgado.
Agrupamento de vedações em normas cujas leis
foram revogadas pelo art. 29 da Lei 1.533/51.
A corrente amplamente dominante da doutrina
sustenta a inconstitucionalidade de todas as normas
agora agrupadas no parágrafo.
Fundamentos. Efetividade do direito líquido e certo
tutelado pelo MS e violação ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
RESTABELECIMENTO DE VALOR IRREGULARMENTE
SUBTRAÍDO (benefício reduzido por ato ilegal) – O
restabelecimento de valor irregularmente subtraído
não se trata, a rigor, de aumento ou adição de
vencimento. Por outro lado, já há previsão
orçamentária.

Liminar no tribunal -
Art. 16. Nos casos de competência originária dos
tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo
assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou
denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão
competente do tribunal que integre.
A SÚMULA 622 DO STF foi superada, conforme a melhor
doutrina. (Cássio Scarpinella Bueno): “ Não cabe agravo
regimental contra decisão do relator que concede ou
indefere liminar em mandado de segurança”.

SÚMULA N. 460-STJ.
É incabível o mandado de segurança para convalidar a
compensação tributária realizada pelo contribuinte. Rel.
Min. Eliana Calmon, em 25/8/2010.
Revogação e cassação da liminar

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou


cassada, persistirão até a prolação da sentença.
Uma vez proferida a medida liminar seus efeitos
perduram até a sentença, momento em que estabelecido
o contraditório pleno, a sentença qualquer que seja o seu
conteúdo, passa a normatizar a espécie, substituindo a
anterior liminar (SCARPINELLA)

Assim, fica superada a lição clássica de Hely Lopes


Meirelles no sentido de que a anterior liminar não
revogada expressamente pela sentença deveria
prevalecer.

O que importa para a revogação ou cassação da liminar é


que haja novos elementos aportados ao processo que de
suporte a nova decisão a ser proferida, motivadamente
pelo juiz do caso
LIMINAR DEFERIDA E POSTERIOR SENTENÇA
DENEGATÓRIA

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou


cassada, persistirão até a prolação da sentença

Súmula 405 do STF: "denegado o mandado de segurança


pela sentença, ou no julgamento do agravo dela
interposto, fica sem efeito a liminar concedida,
retroagindo os efeitos da decisão contrária".
Interpretando-se referida súmula, que vem sendo
aplicada também pelo STJ18, a sentença denegatória de
segurança automaticamente cassa a liminar concedida,
com efeitos ex tunc.
Com a cassação retroativa da liminar anteriormente
concedida três conseqüências devem ser observadas:
i) a necessidade de retorno ao status quo ante,
inclusive com eventual devolução de quantia
percebida pelo impetrante por força da liminar;
ii) o recebimento da apelação a ser interposta pelo
autor apenas no efeito devolutivo, mantendo a
imediata eficácia da decisão denegatória de
segurança (de natureza declaratória negativa);
a perda de objeto do recurso de agravo de instrumento
eventualmente interposto pela PJDP contra a liminar.
PEREMPEÇÃO OU CADUCIDADE DA MEDIDA

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da


medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério
Público quando, concedida a medida, o impetrante criar
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as
diligências que lhe cumprirem.
Corrente majoritária da doutrina sustenta a
inconstitucionalidade do dispositivo ao fundamneto de
que não existe qualquer correlação entre a manutenção
dos efeitos de uma medida liminar anteriormente
concedida e o “bom comportamento” processual do
impetrante.
O legislador não fez a distinção entre perempção e
caducidade no que a doutrina entende como expressões
sinônimas.

Reexame necessário
Art. 14. § 1o Concedida a segurança, a sentença estará
sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição
A) Não se aplicam as exceções contidas no art. 496,
§3º NCPC
B) Fica sujeita ao reexame necessário independente
do valor da causa ou da fundamentação se afinar-se ou
não com a jurisprudência sumulada ou não do STF ou
de Tribunal Superior
Legitimidade recursal da autoridade coatora.
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer
a) A doutrina e a jurisprudência caminhava no sentido
de reconhecer a legitimidade para recorrer como
terceiro interessado. (996 do CPC)
b) Seguindo o entendimento da melhor doutrina,
considerando a existência de um litisconsórcio passivo
necessário agora poderá recorrer na condição de parte.
c) A legitimidade para recorrer é ampla, não se
restringindo a apelação.
Efeitos da apelação
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança
pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em
que for vedada a concessão da medida liminar.
A) Tem apenas efeito devolutivo o recurso de apelação
interposto contra sentença concessiva.
B) B) Na hipótese de denegação da segurança aplica-se
integralmente a regra do art. 1.012, caput, do NCPC.
Desistência do mandado de segurança

É entendimento pacificado nos tribunais superiores que


no mandado de segurança se dispensa a anuência do
réu diante do pedido de desistência do impetrante,
tornando inaplicável a regra do art. 485 §4º do NCPC. O
fundamento, ensina a melhor doutrina é de que o réu,
seja a autoridade coatora ou a pessoa jurídica ou
ambos, não busca propriamente a tutela jurisdicional,
tão somente se limitando a defender a manutenção dos
status quo.

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