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Aula 01

Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Técnico Judiciário - Área


Administrativa)

Professor: Gabriel Borges

053.876.264-03 - Gidalte Lucio da Silva Brito


Direito Processual Civil TRF 3ª Região
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 01

DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF-3ª Região – TÉCNICO JUDICIÁRIO –


ÁREA ADMINISTRATIVA

AULA 01: Da Ação. Do Processo e Do Procedimento.

SUMÁRIO PÁGINA

1. Capítulo II: Da Ação


1. Teorias da ação
2. Elementos da Ação
2.1. Partes
2.2. Pedido
2.3. Causa de pedir
2.4. Condições da ação
2.4.1. A possibilidade jurídica do pedido
2.4.2. A legitimidade para agir em juízo
2.4.2.1. Legitimidade ordinária versus extraordinária
2.4.3. Interesse de agir
2.4.4. Carência de Ação
2.4.4.1. Diferença entre carência de ação e 02
improcedência de ação
2.5. Classificação (Ação)
2.5.1. Quanto à natureza da relação jurídica
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2.5.2. Quanto ao objeto do pedido mediato


2.5.3. Quanto à tutela jurisdicional
2.6. Classificação das ações de conhecimento
(certificação)
2.6.1. Ações de prestação
2.6.2. Ações Constitutivas
2.6.3. Ações Declaratórias
2.6.4. Ações dúplices
2.7. Concurso das ações

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3. Pressupostos Processuais
3.1. Pressupostos da existência
3.2. Requisitos de validade
2. Capítulo III: Do Processo e do Procedimento 27

3. Resumo 47

4. Questões comentadas 51

5. Lista das questões apresentadas 78

6. Gabarito 89

CAPÍTULO II: DA AÇÃO

A definição da ação pode ser analisada constitucional, processual e


materialmente. 1) Em sua definição constitucional, é direito fundamental,
abstrato e autônomo. 2) Na concepção processual, é o direito de ir a juízo. 3) Na
material, consiste no poder de pleitear um direito perante alguém.

Para nosso estudo consideraremos, sobretudo, a ótica processual (2), que


dissemos a princípio ser “o direito de ir a juízo”, mas aprofundaremos sua análise.
Não é tão fácil obter um conceito, na acepção processual de ação. É, na verdade,
uma definição polêmica de ser trabalhada na ciência processual, já que não há
consenso doutrinário. Há várias teorias sobre o tema e apesar das divergências, não
podemos negar que os estudos feitos e o progresso alcançado foram fundamentais
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para o Direito Processual.

Frisamos que qualquer que seja a concepção adotada, a ação é um dos


institutos mais relevantes do Direito Processual, já que, devido ao princípio da
inércia de jurisdição, o Estado somente se manifestará depois de ser provocado pela
parte interessada.

A provocação se dá pelo exercício da ação.

Pessoal, vamos trabalhar um assunto espinhoso, não vou mentir. Fiquem


atentos e tentem compreender ao final a resolução de uma questão do ano de 2012

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aplicada ao concurso de Procurador da Fazenda Nacional, carreira da PGFN.

1. TEORIAS DA AÇÃO

1 – Teoria imanentista (ou civilista): (Imanente é um adjetivo que descreve


o que existe sempre num objeto e é inseparável dele). Essa teoria, atualmente
superada, exerceu grande influência no século XIX. O direito de ação é o direito
material em movimento. Não existe um direito de ação autônomo, ele é o próprio
direito material. A ação, assim era entendida, como “elemento constitutivo do direito
subjetivo”, ou seja, mera manifestação do direito material; era a maneira como o
direito material se manifestava após a incidência de uma lesão.

Esclarecendo: o direito material refere-se ao conteúdo, descreve aquilo a


que se tem direito; ao passo que o direito formal refere-se à possibilidade de
perseguição deste direito.

2 – Teoria concreta da ação (ou teoria do direito concreto de agir):


primeira a distinguir os direitos material e de ação (formal).

O direito de ação pertence ao indivíduo contra o Estado, para que ele


obtenha uma sentença favorável e ao mesmo tempo contra a outra parte, que se
submeterá à decisão do Estado. Por essa corrente, há autonomia do direito de
ação em relação ao direito material, mas não independência; de modo que para que
haja o primeiro, o segundo deve existir. Afirma, assim, essa teoria que para a
existência do direito de agir há de existir o direito material.
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Em outras palavras, a ação é um direito autônomo do material, mas que só


existe nos casos em que a decisão judicial é favorável ao autor. De modo que o
direito de ação, posteriormente, torna-se dependente da existência real do direito
material – por isso se diz “concreto”: dependência posterior da real efetivação do
direito material, da concretude desse direito.

3 – Teoria Abstrata (Teoria do direito abstrato de


agir): considera autônomos e independentes direito de ação e direito material. O
direito de ação é o direito abstrato de obter prestação jurisdicional do Estado, ou

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seja, o direito de provocar a atuação do Estado-Juiz. Nas palavras de Alexandre


Freitas Câmara “para essa concepção da ação, este seria um direito inerente à
personalidade, sendo certo que todos seriam titulares do mesmo, o que significa
dizer que todos teriam o direito de provocar a atuação do Estado-Juiz, a fim de que
se exerça a função jurisdicional.” Dessa forma, mesmo que o magistrado negue a
pretensão ajuizada pelo autor, ou seja, negue o direito material levado a juízo, este
tem o direito de ação – o direito de levar à juízo a sua pretensão.

Reparem que nessa teoria há duas relações jurídicas diferentes: uma é a


relação processual entre o demandante (autor) e o Estado-Juiz, chamada de Direito
de ação; a outra é a relação processual material formada entre as partes (autor e
réu) na lide, de Direito Material.

4 – Teoria da Asserção: (Asserção significa afirmação, proposição tida


como verdadeira). Essa teoria está entre a abstrata e a eclética. Se o juiz perceber
por uma análise sumária, com base nos elementos oferecidos pelo próprio
autor, a ausência de alguma condição da ação, deve extinguir o processo sem
julgamento de mérito. Mas, se o julgamento é posterior, não se baseando no que foi
alegado pelo autor, a situação é de improcedência do pedido e não de carência de
ação.

Exemplo: ação de alimentos. Se em momento posterior ao pedido,


verifica-se a ausência de vínculo de filiação, será o pedido considerado
improcedente. 30462678350

Dúvida:
As teorias da asserção e da prospectação se tocam de alguma forma?
Na verdade elas são tidas como sinônimas, mas a Teoria da Prospectação
tem no direito italiano variações que não se comunicam com a Asserção. Para nosso
concurso podemos considerar como idênticas: Asserção ou Prospettazione.

Depois de vermos a teoria eclética (abaixo) faremos breve confrontação


entre essas duas últimas correntes, o que nos ajudará a entender melhor uma e
outra.
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5 – Teoria Eclética ou Mista: elaborada por Liebman, consiste em uma


espécie de teoria abstrata com certos elementos adicionais. O direito de ação não
depende do direito material, mas do preenchimento de requisitos
formais: condições da ação. O direito de ação existe quando o autor tem direito
a um julgamento de mérito.

“A teoria eclética da ação tem, também, natureza abstrata,


visto que não condiciona a existência do processo à do direito
material afirmado pelo autor. Em outras palavras, para a teoria
eclética, assim como para a teoria abstrata, ação existe ainda
que o demandante não seja titular do direito material que
afirma existir. Difere, porém, a teoria eclética da abstrata por
considerar a existência de uma categoria estranha ao mérito da
causa, denominada condições da ação, as quais seriam
requisitos de existência do direito de agir. Para a teoria que ora
examina, o direito de ação só existe se o autor preencher tais
“condições”, devendo o processo ser extinto, sem julgamento
do mérito, se alguma delas estiver ausente (hipótese em que
se tem o fenômeno que se costuma designar por “carência de
ação).” (Câmara, Alexandre Freitas, Lições de Direito
Processual Civil, pág. 119)

Essa teoria vem sofrendo críticas pela doutrina moderna, mas é a que está
consagrada no CPC. Em seu art. 267, VI: extingue-se o processo, sem resolução de
mérito: quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade
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jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual.

É exatamente por este entendimento: de que não se julga o mérito quando


ausente alguma das condições da ação, que a Teoria Eclética tem recebido críticas.

A distinção entre mérito e condições da ação, feita por esta teoria, só se


justifica porque o ordenamento pátrio distingue os efeitos jurídicos da sentença de
carência e de improcedência. Quando há julgamento de mérito, considera-se
prestada a tutela jurisdicional; enquanto ao ser considerada carente a ação, o
julgamento prestado é somente de forma.

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TEORIA DA ASSERÇÃO X ECLÉTICA

A crítica que fazem os teóricos da asserção em relação à eclética decorre


de que esta [eclética] somente reconhece a atividade jurisdicional quando há
apreciação do mérito. A teoria da asserção entende, ao contrário, que mesmo não
tendo sido observadas as condições da ação, terá havido sim atividade
jurisdicional.

A Teoria da Asserção tem sido cada vez mais adotada pelos tribunais. Veja
ementa de julgado recente do STJ:

PROCESSUAL CIVIL -ADMINISTRATIVO -RESPONSABILIDADE CIVIL DO


ESTADO -AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA NARRAÇÃO CONTIDA NA
PETIÇÃO VESTIBULAR -CONDIÇÕES DA AÇÃO -LIMITES RAZOÁVEIS E
PROPORCIONAIS PARA A APLICAÇÃO DA TEORIA DA ASSERÇÃO -
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ENTE ESTATAL.

1. A teoria da asserção estabelece direito potestativo [aquele direito que não


se pode contestar/ incontroverso] para o autor do recurso de que sejam
consideradas as suas alegações em abstrato para a verificação das condições da
ação, entretanto essa potestade deve ser limitada pela proporcionalidade e pela
razoabilidade, a fim de que seja evitado abuso do direito.

2. O momento de verificação das condições da ação, nos termos daquela


teoria, dar-se-á no primeiro contato que o julgador tem com a petição inicial, ou
seja, no instante da prolação do juízo de admissibilidade inicial do procedimento.
Logo, a verificação da legitimidade passiva ad causam independe de dilação
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probatória na instância de origem e de reexame fático-probatório na esfera


extraordinária.

3. Não se há falar em legitimidade passiva ad causam quando as alegações


da peça vestibular ilustrarem de maneira cristalina que o réu não figura na relação
jurídica de direito material nem em qualquer relação de causalidade. Agravo
regimental provido. (Processo: AgRg no REsp 1095276 MG 2008/0225287-8.
Relator(a): Ministro HUMBERTO MARTINS. Julgamento: 25/05/2010. Órgão
Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA. Publicação: DJe 11/06/2010)

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Vamos analisar item por item de uma questão de bom nível de dificuldade, para
Procurador da PGFN, que nos ajudará na abordagem do assunto:

(ESAF 2012 – PGFN) O direito de ação sempre foi um dos mais polêmicos temas
da ciência processual, proliferando-se, ao longo da história, inúmeras teorias para
explicá- lo. Sua importância se destaca, em especial, pois corresponde a um
iniludível ponto de contato entre a relação jurídica material e a relação jurídica
processual, sobretudo quando analisado sob a ótica do ato que dá início ao
processo e delimita seu objeto litigioso. No Brasil, o direito positivo sofreu nítida
influência da doutrina de Enrico Tullio Liebman, que, com sua teoria eclética da
ação, propôs a categoria das condições da ação, alocadas entre os pressupostos
processuais e o mérito da demanda.

Sobre o tema, identifique a opção correta.

a) O direito de ação pode ser atualmente identificado como um direito público


subjetivo, abstrato, autônomo da relação jurídica material, cuja existência
dependerá da procedência da demanda proposta em juízo.

Item errado. Este é o argumento é da Teoria Concreta, que liga a


procedência do pedido ao direito de ir à juízo. Ela está superada, não vinculamos
mais o direito de pedir ao direito material.

b) Friedrich Carl Von Savigny, notável jurista alemão que se dedicou ao estudo
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profundo do direito romano, é citado pela doutrina como um adepto da teoria


abstrativista, em decorrência da concepção de que se opera uma metamorfose no
direito material quando lesado, transformando-se, assim, na actio.

Item errado. O Savigny é um grande nome da Teoria Imanentista, que como


vimos é aquela que prega não haver ação sem direito; e não haver direito sem
ação; de maneira que a ação segue a natureza do direito.

c) É da famosa polêmica entre Windscheid e Muther que percebemos significativo


avanço na ciência processual. Associou-se a ideia da actio romana com a da

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pretensão de direito material, o que definiu a autonomia entre o direito material e o


direito de ação, consubstanciando, assim, definitiva passagem da teoria concreta
para a teoria abstrata da ação.
Item errado. Bom falarem deste caso. Muther se levantou contra o
pensamento de Windscheid. Para ele, ação consistiria no direito à tutela do Estado,
cabendo a quem fosse ofendido em seu direito. Desse modo, ação seria um direito
contra o Estado para invocar a tutela jurisdicional, distinto do direito material, o qual
se quer resgatar. Ainda que discordasse de algumas questões postas pelo
adversário, Windscheid admitiu a existência de um direito de agir face ao Estado e
outro contra o devedor, mas entendia que um fosse pressuposto do outro. A
discussão entre os dois juristas mostrou-se mais do que discordante, na verdade,
complementares. A banca considerou errado este item por seu final, quando se falou
em passagem da Teoria Concreta para a Abstrata, como se tivesse havido
superação da primeira. Isso não ocorreu, os concretistas continuaram influenciando
o debate sobre das teorias da ação e contribuindo para a criação de novas correntes
com elementos que empregavam.

d) Enrico Tullio Liebman propôs a categoria das condições da ação, afirmando que,
se não fossem preenchidas as três condições inicialmente formuladas, o autor seria
carecedor do direito de ação. Para Liebman, essa ideia deveria ser interpretada à luz
da teoria da asserção, segundo a qual as condições da ação são examinadas a
partir das alegações do autor (in status assertionem). Caso fosse necessária a
dilação probatória para aferir a presença das condições da ação, estaríamos diante
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de um julgamento de mérito e não mais de pura carência de ação.


Item errado. O maior erro da questão está em atribuir a Liebman a análise
segundo a Teoria da Asserção, sendo que suas ideias remetiam à Teoria Eclética;
mas mesmo este erro pode ser contestado já que Liebman revisou sua teoria e
aproximou-a dos pensadores da asserção. Depois há uma fundamentação que se
liga à Teoria da Asserção e não à Eclética.

e) Um dos maiores expoentes da teoria do direito concreto de agir foi Adolf Wach,
desenvolvendo suas ideias a partir da teorização da ação declaratória. Para nosso

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autor, o direito de ação efetivamente é autônomo em relação ao direito material,


porém só existirá se a sentença ao final for de procedência.
Item correto. Wach foi quem desenvolveu a Teoria do Direito Concreto de
Agir, segundo a qual somente a decisão que reconhece caber ao autor o direito
material alegado legitimaria o exercício do direito de ação.

Bela questão, não é mesmo?! Vamos tratar dos elementos da ação e das
condições da ação, nas próximas páginas. São coisas distintas, fiquem atentos a
isso! As condições da ação, que falaremos mais à frente, constituem a figura sobre a
qual discorremos nas linhas anteriores, tão importante para trabalhar as teorias da
ação.
1) Ainda restou dúvida em relação à Teoria Eclética e à Teoria da Asserção?!
Vamos ver um conceito mais objetivo acerca das Teorias.

A Teoria Eclética, que se adota no CPC, prevê o preenchimento de


condições da ação para que ela seja levada adiante. As condições da ação são
abstração jurídica, mas sem elas não se admite levar adiante a ação. Seria como
se, a partir de uma análise prévia, o autor tivesse que demonstrar estarem
presentes os elementos condicionantes da procedência de seu pedido, um pré-
julgamento com análise das alegações do autor, com o problema de que esse
julgamento é formal, somente, não gera análise de mérito.

Na Teoria da Asserção esse julgamento será a princípio formal se houver


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indeferimento com base nas alegações do autor; mas se tomando como certas as
alegações, vem-se verificar posteriormente que eram imprecisas as alegações do
autor relativamente às condições da ação, ter-se-á decisão de mérito. Distinção que
aí se faz entre a Teoria Eclética e a da Asserção. A Teoria Eclética faculta a dilação
probatória das condições da ação, mas recusa o entendimento de que isso dê
mediante exame de mérito.

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2. ELEMENTOS DA AÇÃO

São três os elementos da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. Eles


fixam limites à relação processual, verificando quem será atingido e quem será
beneficiado pelos efeitos do processo. Além disso, os elementos impedem a
propositura de ações repetidas, o que caracterizaria litispendência, e servem
igualmente para indicar ações marcadas pela conexão [que estão ligadas, conexas].

2.1. PARTES

Seu conceito distingue-se em duas linhas: uma aberta, que considera parte
todo sujeito que atua na relação processual, defendendo seu direito ou de terceiro;
outra estrita, que considera parte somente o demandante da tutela jurisdicional ou
contra quem se demanda.

A parte classifica-se em processual ou material. A parte processual se inclui


na relação jurídica processual; integra o contraditório; assume qualquer das
situações processuais; atua com parcialidade e pode sofrer consequências da
sentença. Ela pode ser tanto da demanda (autor ou réu) como parte auxiliar, que,
embora não formule ou não tenha contra si pedido formulado, é sujeito do
contraditório. (Ex: o assistente simples). Dessarte, existem as partes principais,
demandante e demandado, e as partes de demandas incidentais, que podem ou
não ser as mesmas da demanda principal.

A parte material ou do litígio é a parte da relação jurídica discutida em juízo;


pode ou não ser parte da ação. Há casos de legitimação, para defesa em nome
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próprio, de interesses de outrem. É o que acontece com o Ministério Público na


defesa de hipossuficientes: defende interesses de um terceiro, mas atua em nome
próprio. A parte será considerada legítima quando tiver a devida autorização para
estar em juízo; ou ilegítima quando, apesar de estar em juízo, não tiver a
autorização necessária para estar presente.

Há também a parte complexa, que é o conjunto formado pelo incapaz e seu


representante ou pessoa jurídica e o seu órgão presente. Em suma, constitui-se pela
comunhão entre parte ilegítima e seu representante.

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2.2. PEDIDO

O pedido é aquilo que se pretende com a ação, a providência jurisdicional.


Costuma-se classificar o pedido em imediato (processual) e mediato (material). Ele
deve ser certo e determinado, diferente do que diz o art. 286 do CPC, que utiliza a
conjunção alternativa [ou] em lugar da aditiva [e].

2.3. CAUSA DE PEDIR

O Brasil adota para a causa de pedir a teoria da substanciação, criada pelo


Direito alemão, no qual a causa de pedir independe da natureza da ação, sendo
criada somente pelos fatos jurídicos descritos pela autoria.

Dúvida:

A teoria da substanciação da causa de pedir independe da natureza da


ação?

A causa de pedir não se define pelo que alega o autor, mas pelos fatos por
ele alegados e resistidos pela outra parte. Não importa, assim, os dispositivos legais
mencionados pelo autor, o juiz poderá decidir a causa com base em outros
dispositivos, levando em conta os fatos narrados na demanda.

Art. 3o: Para propor ou contestar ação é necessário


ter interesse e legitimidade.
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Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se à


declaração:
I – da existência ou da inexistência de relação
jurídica;
II – da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória,
ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
Art. 5o: Se, no curso do processo, se tornar litigiosa

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relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o


julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que
o juiz a declare por sentença.
Art. 6o: Ninguém poderá pleitear, em nome próprio,
direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

2.4. CONDIÇÕES DA AÇÃO

O processo civil brasileiro adotou uma visão eclética sobre o direito da ação:
é a garantia do julgamento do mérito da causa. Para que ocorra o julgamento, é
necessário preencher certas condições que serão aferidas sob o guarda-chuva da
relação jurídica material deduzida em juízo.

São condições para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de


agir e a possibilidade jurídica do pedido.

2.4.1. A POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

Não se confunde com a previsão, in abstracto, na lei. Pelo contrário, a


possibilidade jurídica do pedido pode ser analisada pela falta de previsão que a
torne inviável.

Em outras palavras, há impossibilidade do pedido quando a lei assim


determinar. Exemplo: Pedir a separação do Estado de São Paulo da federação.
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2.4.2. A LEGITIMIDADE PARA AGIR EM JUÍZO

Parte legítima é a que está em posição processual equivalente com a


situação legitimadora, derivada de previsão legal. Exemplo fictício: se Alfeu pretende
obter uma indenização de Beto, é necessário que Alfeu seja quem está na posição
jurídica de vantagem e Beto seja o potencial responsável pelo dever de indenizar.

2.4.2.1. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA VERSUS EXTRAORDINÁRIA

A legitimação ad causam pode ser dividida em ordinária e extraordinária. Na


legitimidade ordinária, há identidade entre a situação legitimante e as situações

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jurídicas sob a apreciação do magistrado. Desse modo, as figuras das partes são
correspondentes com os polos da relação jurídica. O legitimado ordinário defende
em juízo interesse próprio.

Na legitimidade extraordinária (substituição processual), não há conexão


total entre a situação legitimante e as situações jurídicas sob apreciação do
magistrado. O legitimado extraordinário é o sujeito que defende em nome próprio
interesse alheio.

(TJ ES 2011) Os sujeitos da relação processual são, em regra, as partes e o


juiz. O autor deve ser o titular do direito por ele reclamado em juízo, sob pena
de não ter o seu pedido examinado; entretanto, de acordo com a sistemática
processual, o autor pode postular em nome próprio direito de terceiro, sempre
que isso representar um benefício para o terceiro em defesa de quem postule.

a) Certo

b) Errado

“Art. 6° Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo


quando autorizado por lei.”

Gabarito: Errado

É dividida em espécies de legitimação extraordinária autônoma ou


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subordinada. Nesta, o legitimado assume posição acessória no processo, de modo


que o titular da relação jurídica em questão deve estar presente. Geralmente, atribui-
se a legitimação subordinada a titular de outra relação jurídica, mas que tenha nexo
com a principal. Naquela, de modo independente da atuação do titular do direito em
litígio, o legitimado extraordinário pode conduzir o processo.

Professor, o que vem a ser o conceito de Legitimidade extraordinária


autônoma?

A legitimidade extraordinária autônoma nomeia a participação de um

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legitimado a atuar no processo, diferente do titular do direito material – ele passa a


ter o condão de movimentar o processo de forma autônoma, diminuindo a
importância da participação do titular do direito material. Diz-se extraordinária
porque é uma legitimidade conferida a outrem, não titular do direito pleiteado.
Ocorre mediante previsão legal.

2.4.3. INTERESSE DE AGIR

O interesse de agir constitui-se no binômio: adequação, necessidade. Fala-


se em adequação relativamente à opção pelo meio processual que possa vir
a produzir resultado útil. De modo que, se alguém tem consigo título executivo, não
terá interesse em processo de conhecimento, porque não há pendenga a ser
resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execução do título.

Fala-se em necessidade do provimento judicial quando, somente por meio


dele, o sujeito poderá obter o bem almejado. Uma vez que possa ser alcançado o
resultado sem a prestação judicial, não existirá interesse de agir (exemplo: a
cobrança de dívida que sequer tenha vencido).

Legitimidade das partes;


Condições da
possibilidade jurídica do pedido e
Ação
interesse de agir.

2.4.4. CARÊNCIA DE AÇÃO


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Reconhecida de ofício, a carência de ação é matéria de ordem pública. As


condições da ação devem estar presentes no processo tanto no momento da
propositura como ao longo do julgamento. Na ausência de uma das condições de
modo superveniente, o juiz conhecerá o autor como carecedor da ação.

Alguns doutrinadores entendem que a análise das condições da ação deve


ser feita no início do processo, para evitar seu prosseguimento desnecessário.
Contudo, há duas teorias que versam sobre a ausência das condições da ação
quando aferida somente depois da produção de prova: a teoria da apresentação,

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defendida majoritariamente pelos doutrinadores, na qual a decisão da sentença será


de carência da ação; e a teoria da prospectação, em que a sentença será de
mérito diante do aprofundamento da cognição.

2.4.4.1. DIFERENÇA ENTRE CARÊNCIA DE AÇÃO E IMPROCEDÊNCIA DE


AÇÃO

Na carência da ação, o magistrado declara que há falta de condição da


ação, sem apreciar o mérito. Posteriormente, poderá ser repetida ou renovada a
demanda (o autor deverá pagar as custas e despesas processuais, bem como os
honorários advocatícios a que foi condenado).

Por sua vez, na improcedência da ação, o magistrado decidirá acerca do


mérito da demanda e declarará que o autor, segundo o direito material aplicável, não
faz jus à providência pleiteada. Nesse caso, pelo fenômeno da coisa julgada, a
sentença torna-se imutável, não havendo possibilidade de posterior renovação ou
repetição.

2.5. CLASSIFICAÇÃO (AÇÃO)

2.5.1. QUANTO À NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA

Classificam-se de acordo com a relação jurídica estabelecida em juízo:

a) Relação jurídica real: ação real;

b) Relação jurídica pessoal: ação pessoal.


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A ação real visa a tutelar direito real, aquele que recai sobre a coisa. É o
direito sobre a coisa. Ex: a propalada ação de usucapião.

O Código Civil elenca no art. 1.225 modalidades de direitos reais:

Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as


servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente
comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a
concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de
uso.

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As ações possessórias, a despeito de terem regramento jurídico muito


próximo ao das ações reais, com elas não se confundem. As ações possessórias
seguem uma estrutura própria, em que não se questiona a propriedade da coisa
(característica da real).

Quanto ao direito pessoal, sua natureza envolve os negócios jurídicos, as


obrigações, os contratos, pressupõe relação jurídica entre sujeitos.

Real Pessoal

Relação jurídica real Demanda Pessoal

2.5.2. QUANTO AO OBJETO DO PEDIDO MEDIATO

As demandas classificam-se em mobiliárias (bem móvel) e imobiliárias (bem


imóvel) quanto ao objeto do pedido mediato. Deve-se atentar para não classificar
toda ação imobiliária como real nem toda ação mobiliária em pessoal.

Exemplos:

1) A ação de despejo é classificada como pessoal e imobiliária, já que tem


como fundamento o direito pessoal.

2) Poder-se-á propor uma reivindicatória de um carro, nesse caso a ação


mobiliária não terá natureza de pessoal, mas de real.

Mobiliária Imobiliária
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Relativa a bem móvel Relativa a bem imóvel

2.5.3. QUANTO À TUTELA JURISDICIONAL

De acordo com a função jurisdicional que se visa, podemos classificar as


demandas em: conhecimento, cautelar e execução.

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Conhecimento Cautelar Execução

Relativa ao processo de Relativa ao processo Relativa ao processo de


conhecimento. cautelar execução.

Esse critério tem perdido importância, por conta do caráter sincrético (pela
mistura das características de vários tipos dessas ações), cada vez mais comum,
que reveste as ações.

De outro modo:

Classificação das ações

Leva em consideração o direito.


Real/ Pessoal

Leva em consideração o objeto.


Mobiliária/ Imobiliária

Conhecimento/Cautelar/ Execução Leva em consideração a tutela que se


– ações Sincréticas. busca.

2.6. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONHECIMENTO (CERTIFICAÇÃO)

2.6.1. AÇÕES DE PRESTAÇÃO

Tradicionalmente, os doutrinadores fazem distinção dos direitos entre: os


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direitos a uma prestação, ou seja, os que se relacionam com as ações de prestação


– como mandamentais; e direitos potestativos, que se relacionam com as ações
constitutivas.

O direito a uma prestação é o poder jurídico conferido a um sujeito de exigir


de outro o cumprimento de uma prestação de fazer ou não fazer algo e de dar a
coisa, em dinheiro ou não. A concretização do direito a uma prestação efetiva-se
com a realização da prestação devida. Quando não ocorre essa prestação, ocorre
inadimplemento ou lesão. Exemplo de direitos a uma prestação: direitos absolutos e
obrigações.

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2.6.2. AÇÕES CONSTITUTIVAS

A ação constitutiva relaciona-se aos direitos potestativos. O direito


potestativo, por seu turno, é o poder jurídico dado a um determinado indivíduo para
submeter outro direito à alteração, criação ou extinção de situações jurídicas. Ao
contrário do direito a uma prestação, que ocorre no campo dos fatos, o direito
potestativo efetiva-se no campo jurídico, das normas.

Exemplo: anular um negócio jurídico é um direito potestativo; essa anulação


se dá com a simples decisão judicial transitada em julgado, não é necessária
nenhuma outra providência material, como destruir o contrato.

Quando houver uma situação jurídica nova, modificativa ou de extinção


gerada do resultado do processo, há uma demanda constitutiva. São exemplos de
demanda constitutiva: ação de revisão ou resolução de contrato, separação judicial,
ação de falência, exclusão de herdeiro.

Os efeitos da decisão constitutiva são ex nunc. Porém, em certos casos,


haverá o reconhecimento das decisões constitutivas-negativas com efeitos
retroativos – ex tunc. (art. 182 do CC-2002)

2.6.3. AÇÕES DECLARATÓRIAS

A ação declaratória pode ter caráter principal ou incidental. Na definição


legal, no art. 325 do CPC, o autor poderá requerer, no prazo de 10 dias, que o juiz
profira sentença incidente sobre o direito em que se funda a ação, se da declaração
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da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o


julgamento da lide. Portanto, a ação declaratória versa sobre a existência ou não de
um direito. É incidental quando proposta no curso do processo, devendo relacionar-
se com ele.

Tem como objetivo verificar a existência ou não de uma situação jurídica. A


situação jurídica é o gênero do qual a relação jurídica é a espécie. Portanto, não se
resume a sua função ao que descreve o inciso I do art. 4 o do CPC.

Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I – da existência ou da inexistência de relação jurídica;

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II – da autenticidade ou falsidade de documento.

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido


a violação do direito.

As ações declaratórias são demandas meramente certificativas, ou seja, de


certificação. Por não ser uma demanda que tem como objetivo a efetivação de um
direito, as ações declaratórias são imprescritíveis.

Assim, diz-se que a ação declaratória pura é imprescritível porque tem


somente este objetivo: declarar a existência de uma relação jurídica, ou, se relativa a
fatos, eventos, a autenticidade ou falsidade de documento. Somente em relação à
autenticidade de um documento a ação declaratória poderá ser usada para certificar
um fato.

Não é possível, por essa modalidade de ação, a efetivação de um direito,


demonstrar a ocorrência de outros fatos, que não seja o mencionado da
autenticidade. O Poder Judiciário não é órgão consultivo ou opinativo, daí a
restrição.

Dúvida:

Professor, na ação declaratória não há contagem de prazo prescricional?


Exemplo: numa ação declaratória de inexistência de vínculo com a união federal
para pagamento de tributos não haveria contagem de prazo?

Boa questão. Mas perceba, no seu exemplo, que a declaração de


inexistência de vínculo com a União é meramente declaratória, e não prescreve.
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Mas deixa de ser meramente declaratória se presente o pedido de restituição de


tributos pagos quando, erroneamente, se entendia existir o vínculo.

Vale mencionar a interpretação do STJ sobre o assunto, que sumulou o


entendimento de que é possível ação declaratória em dois outros casos não
prescritos no CPC: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ).

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Vejamos uma questão da FCC/2010:

(TCE RO – FCC 2010) Em matéria de ação declaratória, considere:

I. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do


direito.
II. Os únicos fatos que podem ser objeto da ação declaratória são a
autenticidade e a falsidade documental.

III. A ação declaratória está sujeita a prazos prescricionais.

IV. É inadmissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata


interpretação de cláusula contratual.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Gabarito: A

Reparem que o item I repete o conteúdo do parágrafo único, segundo o qual


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é possível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Assim,
não visará a restituir o direito violado, mas apenas declarar sua existência. Ex:
imaginem que um herdeiro de pessoa que teve direito lesado há 50 anos vá a juízo
pedir o reconhecimento de que seu ancestral foi injustiçado, poderá fazê-lo, ainda
que esteja prescrito o direito de indenização.

Voltando a nossa questão: o item II da questão traz o exato conteúdo do


inciso II do art. 4°, CPC, em que a ação declaratória de fato somente será admitida
em relação à autenticidade documental. É possível que se requeira pela via judicial a
declaração de existência de relação jurídica que emergiu de um fato, mas jamais

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para pedir a simples certidão de que ocorreu ou não um evento. O Poder Judiciário
(exceção da Justiça Eleitoral) não é órgão consultivo.

Sobre o item IV, ele está errado porque O STJ tem sumulado o
entendimento de que é possível, sendo admissível, portanto, ação declaratória em
dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ).

Desse modo, a letra “a” é a correta.

Dúvida:

É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata


interpretação de cláusula contratual? Sim é admissível. Vejamos a Súmula do STJ.

STJ Súmula nº 181 - 05/02/1997 - DJ 17.02.1997 Ação Declaratória -


Interpretação de Cláusula Contratual

É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata


interpretação de cláusula contratual.

(TJ DF – TJ DFT 2011) Assinale a alternativa correta, considerando as


disposições legais, bem como a doutrina e a jurisprudência prevalentes, nas
questões a seguir:

Visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual:

a) não é admissível ação declaratória; 30462678350

b) é admissível ação declaratória

c) deve ser ajuizado mandado de injunção;

d) nenhuma das alternativas anteriores (a, b, c) é correta.

Gabarito: B

2.6.4. AÇÕES DÚPLICES

Essas ações podem ser compreendidas sob o aspecto material ou


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processual. As ações dúplices, sob o aspecto processual, podem ser entendidas


como sinônimo de pedido contraposto. Exemplo: a demanda feita pelo réu contra o
autor na contestação. Essa interpretação, porém, não é a mais correta, mas é muito
utilizada na prática.

As ações dúplices (sob o aspecto material) são ações em que as partes da


lide possuem as mesmas condições no processo. Assim, não se pode falar de
demandante e demandado, pois os dois assumem as duas posições. Isso ocorre
pelo simples fato de essa situação decorrer da pretensão deduzida em juízo. Ou
seja, no processo, o bem atribuído a uma das partes independe da posição
processual das partes. Um exemplo de ações dúplices são as ações de divisórias,
as ações de acertamento.

Exemplo de ação dúplice.

Citemos um exemplo de ação dúplice: a divisória de terra particular. Perceba


que autor e réu estão em situação de virtual paridade, em que o indeferimento do
alegado pelo autor, independentemente de reivindicação de tutela pelo réu, irá
beneficiar o réu. Os dois duelam por um bem único, em que o réu está em relação
simétrica com o autor. As duas partes podem distinguir-se formalmente pelo fato de
que um é demandado e o outro demandante, mas o julgamento beneficiará um ou
outro invariavelmente.

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2.7. CONCURSO DAS AÇÕES

O concurso de ações (rectius: direitos) ocorre em seu aspecto objetivo de


duas maneiras: no concurso impróprio, em que existe mais de uma prestação
concorrente, que se origina de um mesmo fato gerador; e no concurso próprio, em
que uma pluralidade de causas de pedir autoriza a formulação de um mesmo
pedido.

Quando os direitos são concorrentes o juiz só poderá atender a um deles,


assim é possível o concurso objetivo de pedidos que sejam incompatíveis, mas o
atendimento simultâneo a todos eles é que não será possível.

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Inclusive a situação de pretensões subsidiárias é bastante útil ao direito.


Seria na Justiça Trabalhista, o caso de pedido de readmissão de quem foi demitido,
ou subsidiariamente a indenização, mas o segundo somente seria atendido se o
primeiro não pudesse ser contemplado. Mas percebam que o atendimento às duas
pretensões seria inaceitável, pois não seria possível conceder indenização pela
demissão de alguém que tenha sido readmitido. Há entre as pretensões
concorrentes uma relação de prejudicialidade, em que o atendimento a uma delas
prejudica o atendimento à outra.

Quando ocorrer concurso de ações, somente será possível a satisfação de


um dos direitos concorrentes, de maneira que o juiz não poderá proferir decisão que
acolha direitos simultaneamente concorrentes.

Um exemplo de concurso impróprio - mesmo fato gerador para dois pedidos


- é o de contrato que se torna demasiadamente oneroso, por motivo imprevisível, e o
autor pede invalidação do contrato ou redução do valor das prestações.

Exemplo de concurso próprio - pluralidade de causas de pedir para um


mesmo pedido - temos o consagrado exemplo de Candido Dinamarco, em que um
passageiro sofre lesão no transporte ferroviário, passando a ter o direito de
indenização por culpa do funcionário da empresa de transporte, ou, de modo
objetivo, da empresa que deveria te lhe garantido uma condução segura.

3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Pressupostos processuais são elementos, requisitos necessários para a


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existência e desenvolvimento do processo. “Pressupostos processuais são todos os


elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do
procedimento, aspecto formal do processo, que é ato- complexo de formação
sucessiva.” (Didier Jr., 2010, pág. 230)

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3.1. PRESSUPOSTOS DA EXISTÊNCIA

Pressupostos é tudo que precede a formação do ato e que é essencial para


a sua existência no mundo jurídico. Didier relata que o processo pode ser analisado
sob o aspecto interno e externo. Do ponto de vista interno, o processo é uma relação
jurídica; do externo, é considerado um procedimento.

Pressupostos da existência subjetivos e objetivos: são essenciais à


formação da relação jurídica processual; a ausência dos pressupostos importa na
inexistência da relação processual. Para que ocorra a relação jurídica deve existir a
coexistência dos elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (fato jurídico e objeto) do
processo.

a) Subjetivos: as partes e o Estado-juiz são os sujeitos processuais


principais da relação jurídica.

Obs.: Capacidade processual: é a aptidão, daqueles que têm capacidade civil, de


assumir uma situação jurídica processual como demandante ou como demandado
numa relação processual. As pessoas naturais, jurídicas e os entes
despersonalizados são dotados de capacidade processual.

Obs.: Para a existência do ato é necessário que o órgão esteja investido de


jurisdição.

b) Objetivos: são dois: o fato jurídico e o objeto. O fato jurídico é


responsável por instalar a relação jurídica – ato postulatório –, enquanto o objeto é a
prestação jurisdicional solicitada pelo ato inaugural, ou seja, pelo fato jurídico. O
objeto é sinônimo de demanda. 30462678350

3.2. REQUISITOS DE VALIDADE

Uma vez preenchidos os pressupostos processuais, a relação jurídica


processual passa a existir e torna-se possível analisar a validade da relação jurídica
processual. Os requisitos de validade também são classificados em subjetivos e
objetivos. Eles são os elementos relacionados ao desenvolvimento regular do
processo, como os sujeitos e as formalidades.

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a) Subjetivos: em relação às partes, o que é analisado é à capacidade


de agir em juízo (autor ou réu), realizando atos processuais de forma autônoma,
sem o apoio de assistente ou representante legal (capacidade processual), ou, por
pessoas indicadas pela lei, como no caso do administrador de condomínio.

As pessoas jurídicas também têm capacidade de agir, a qual é atribuída a


um órgão que a representará em juízo. Outros requisitos subjetivos são a
competência e a imparcialidade, ambos ligados à figura do juiz.

b) Objetivos: dividem-se em requisitos intrínsecos e requisitos


extrínsecos (negativos). Os intrínsecos relacionam-se ao próprio processo, ao
formalismo processual, aos vários atos a serem praticados no desenvolver da
relação jurídica, aos deveres e faculdades das partes, à coordenação de suas
atividades, como a comunicação dos atos processuais.

Os extrínsecos são condições que estão fora do processo, mas que têm o
poder de impedir o seu normal prosseguimento, subordinando sua validade e a
eficácia da sua constituição, bem como sua extinção. Assim, em principio são vícios
insanáveis, que extinguem o processo. Podem ser citados como exemplos: a
litispendência, a coisa julgada, a perempção e a convenção de arbitragem.

Quando um dos requisitos não é preenchido na sua integralidade,


a princípio, não será invalidado, pois é permitido que se anule somente o
ato processual defeituoso. Como o processo é composto por uma
sucessão de atos é possível que o ato inicial esteja válido e que não seja
admitido o procedimento. Isso porque só comprometerão o procedimento
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os fatos relacionados à demanda originária, como os relacionados às


partes. Além disso, é necessário que o defeito não permita que o objeto da
lide seja apreciado, o que só ocorre dentro da cadeia de atos do
procedimento processual.
Quando o ato processual defeituoso não impede a apreciação do
mérito poderá ocorrer uma das três consequências: não será considerado
um requisito de validade do processo; será um requisito de validade do
ato, considerado de modo isolado ou poderá ser requisito de validade de
um procedimento incidental ou recursal.

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Dúvida:

Professor, não sei qual é a diferença entre ausência de pressupostos


processuais e ausência de condições da ação?

Ótima pergunta, porque a despeito de serem coisas distintas,


conceitualmente há similaridade entre os institutos.

Didaticamente, entenda-os de forma distinta. As condições da ação são


verificadas pelo órgão judicial ao analisar se deve ou não as admitir no processo.
Sem as condições da ação, o autor será carecedor. As condições são requisitos
necessários para o direito de ação. Se presentes, o autor terá seu direito de ação
assegurado.

Os pressupostos processuais englobam elementos indispensáveis à


existência do processo e requisitos de validade do processo. O vício do primeiro
(existência) leva a que o processo seja considerado inexistente e o vício do segundo
(validade), a que o processo seja considerado nulo.

Somente se preenchidos, nessa ordem, os pressupostos processuais e as


condições da ação é que o órgão deverá julgar o mérito. Os pressupostos
processuais permeiam todo o CPC. Ex.: julgamento por indivíduo que não esteja
investido de jurisdição - nessa situação, não há julgamento de mérito e o ato
praticado é inexistente.

CAPÍTULO III – DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO 30462678350

PROCESSO

Uma vez compreendido os temas jurisdição e ação, vamos estudar o


fenômeno relativo ao processo, que se unem àqueles para formar a tríade:
jurisdição-ação-processo.

De acordo com Misael Montenegro, quando o Estado assume a função de


pacificar os conflitos de interesses (por meio do exercício da função jurisdicional),

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conferindo ao interessado o direito de requerer a intervenção estatal (direito de


ação), percebemos que essa solução só é possível por meio do PROCESSO, que
consiste na operação destinada a obter a composição de um litígio.

Assim, o processo é o instrumento utilizado pela parte que exerceu o direito


de ação na busca de uma resposta judicial que coloque fim ao conflito de interesses
instaurado ou em vias de sê-lo.

Lembrem-se que o processo é o meio de solução de conflitos, de litígios.

 Processo pode ser entendido como: relação que se estabelece entre as


partes conflitantes, denominada relação jurídica processual.

Para solucionar os conflitos de interesses, o Estado dispõe de três opções


de tutela jurisdicional: a espécie de cognição, de execução e de cautela.

1. Processo cautelar:

É o processo utilizado para acautelar direito, quando presentes os requisitos


do fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e o periculum in mora (perigo de
demora). Ex.: medida cautelar de produção antecipada de provas.

2. Processo de execução:

Pressupõe a existência de um título executivo. Ex.: duplicata. A pessoa,


assim, ingressa diretamente no processo de execução.

3. Processo de conhecimento:

Busca-se uma sentença que, depois, servirá à execução. Por esse meio
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tenta-se solucionar a lide. É o modo encontrado para que aquele que se sentiu
lesado busque a satisfação do seu direito.

PROCEDIMENTO

1. Distinção entre Processo e procedimento

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O processo se desenvolve por meio de uma série de atos processuais que


se originam, em regra, das partes. Alguns são praticados pelo juízes e outros pelos
auxiliares da justiça. Assim, a sucessão de atos processuais representa a forma
como o processo se desenvolve e a qual damos o nome de procedimento.

Complexo Simples

Quanto mais complexo for o procedimento, Quanto mais simples for o procedimento,
maior será a duração do processo. Essa é mais curta será a duração do processo.
uma característica marcante nos Essa é uma característica marcante nos
procedimentos comum e ordinário. procedimentos sumários e sumaríssimos.

Prática de múltiplos atos. Prática de poucos atos.

CONCLUSÃO

Pretende-se chegar a um mesmo fim: a solução do conflito. O que se altera é a


dinâmica, a forma de se alcançar a solução.

Desse modo, temos o seguinte: a parte provoca o Estado por meio do exercício do
direito de ação, o que faz gerar um processo, que se desenvolve por meio de um
procedimento (sucessão de atos processuais) até a prolação da sentença.

Obs.: As expressões rito e procedimento são sinônimas.

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1.1. Espécies de procedimentos

A Lei de Ritos prevê dois tipos de procedimento para a solução dos conflitos
de interesses: Procedimento comum e especial.

1. Procedimento Comum: Aplica-se a todas as causas para as


quais a lei processual não haja instituído um rito próprio ou específico (art.
272, CPC).

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A maioria das demandas segue o procedimento comum; ademais, sempre


que uma lei for omissa, aplica-se, supletivamente e de modo automático, o disposto
para o procedimento comum.

Assim, as normas do procedimento comum são observadas, em regra, na


tramitação de toda e qualquer ação judicial.

O procedimento comum é um rito, que se subdivide em rito sumário e rito


ordinário.

RITO SUMÁRIO
PROCEDIMENTO COMUM

RITO ORDINÁRIO

2. Procedimento Especial

Ritos próprios para o processamento de determinadas causas selecionadas


pelo legislador no Livro IV (DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS) do Código de
Processo Civil ou em leis esparsas. (Não é objeto de nosso estudo, neste capítulo).

3. Procedimento Comum Ordinário

É o procedimento mais complexo e longo de todos, uma vez que no seu


curso são admitidos inúmeros atos processuais. Caracteriza-se pela cognição ampla
e pela produção de todo tipo de provas (lícitas), respeitando, assim, o princípio do
30462678350

contraditório e da ampla defesa.

Dessa forma, podemos concluir que o procedimento ordinário é o mais


adequado à realização do processo de conhecimento, pela amplitude com que
permite às partes e ao juiz pesquisar a verdade real.

3.1. Dinâmica do procedimento comum ordinário

O procedimento ordinário divide-se em quatro etapas: postulatória,


saneadora, instrutória e decisória.

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1. Fase postulatória: da propositura da ação à resposta do réu, sendo


possível, em algumas situações, penetrar nas providências preliminares pelo juiz,
como preâmbulo do saneamento.

Lembrem-se que a resposta do réu pode consistir em contestação,


reconvenção ou exceção, art. 297, CPC.

O réu poderá oferecer, no prazo de 15 dias, em petição escrita, dirigida ao


juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

2. Fase Saneadora: O magistrado verificará a regularidade do processo,


desde o recebimento da inicial até o início da fase de instrução, podendo decretar as
nulidades insanáveis ou suprir as nulidades que forem sanáveis.

Esta fase compreende as diligências de emenda ou complementação da


inicial (art. 284, CPC), as providências preliminares (arts. 323 a 328, CPC) e o
saneamento do processo (art. 331, CPC).

Pode conduzir ao reconhecimento de estar o processo em ordem, ou pode


levar à sua extinção sem julgamento do mérito. Nessa última opção, o juiz conclui
que o caso não contém os requisitos necessários para uma decisão da lide.

3. Fase Instrutória: Destina-se à coleta do material probatório, que servirá


de suporte à decisão de mérito.

Em casos de revelia ou naqueles em que juiz entender pela suficiência da


prova documental e de questões meramente de direito, a fase instrutória é eliminada
e ocorre, assim, julgamento antecipado da lide – logo após a fase postulatória, no
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momento normalmente reservado ao saneamento do processo.

4. Fase Decisória: Destina-se à prolação da sentença de mérito. A


sentença pode ser proferida oralmente, ao final da audiência de instrução e
julgamento, ou ser elaborada por escrito nos dez dias seguintes, art. 456, CPC.

Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferirá a sentença


desde logo ou no prazo de 10 dias.

A sentença, todavia, só assume a feição de ato processual com sua


publicação, ou seja, com sua integração efetiva ao processo. A publicação pode ser
feita por ato do escrivão, quando proferida fora da audiência, ou pela leitura da

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sentença pelo próprio juiz, quando divulgada na audiência de instrução e


julgamento, ou em outra especialmente designada para a publicação.

Etapas do procedimento ordinário

1. Ocorre a propositura da ação e o despacho do juiz ordenando a citação.

2. O réu pode se defender por meio da apresentação de ampla defesa, que se desdobra nas
formas de: contestação, reconvenção e exceção.

3. A defesa é apresentada EXCLUSIVAMENTE por ESCRITO, fora do âmbito de qualquer


audiência, no prazo de 15 dias, podendo esse prazo ser prolongado nos casos previstos em
Lei (Fazenda Pública, Ministério Público, o pobre na forma da lei).

4. Após a defesa o autor poderá manifestar-se sobre a contestação ( por meio da “réplica”),
referindo-se a documentos ou sobre preliminares que tenham sido sucitadas pelo réu. Essa
manifestação deve ser apresentada no prazo de 5 dias e por escrito se impugnar somente a
documentação, ou em 10 dias se impugna preliminares arguidas pelo réu.

5. É designada a audiência preliminar ( art. 331 do CPC), se não for um caso de extinção de
processo sem a resolução do mérito ou de julgamento antecipado da lide.

6. Frustrada a tentativa de conciliação ou havendo necessidade de produção de prova pericial


ou oral, será desiganada a audiência de instrução e julgamento.

7. Uma vez produzida as provas, enseja-se a apresentação das razões finais, na forma oral
ou escrita, para que seja dada a sentença. Esta deve ser prolatada nos de 10 dias seguintes
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(inciso II, art. 180, CPC).

Obs: Em regra esse prazo de 10 dias não é observado devido aos acúmulos de serviços
foremses. A inobservancia não acarreta nenhuma penalidade processual ao magistrado.

4. Procedimento Sumário

O procedimento sumário é uma subespécie do procedimento comum que


está previsto no art. 275 ss, CPC.

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Tem como objetivo a simplificação dos atos processuais com o intuito de


obter, em um menor intervalo de tempo, uma solução para a lide.

Devemos ressaltar que o autor não pode, nem mesmo com consentimento
do réu, substituir o procedimento sumário pelo ordinário nos casos em que a lei
determina a observância do primeiro. Excetuam-se as hipóteses de pedidos
cumulados, art. 292, § 2.

No entanto, o emprego do procedimento ordinário, em vez do sumário, não é


causa de nulidade do processo. De acordo com o art. 250:

O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que


não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim
de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que


não resulte prejuízo à defesa.

Quando se trata apenas de erro de forma, o magistrado aproveita os atos


úteis e manda que o feito tome o rito adequado.

Ao converter a causa ordinária em sumária, o juiz dá prazo ao autor para


que ele complete a inicial, juntando rol de testemunhas, para evitar prejuízo, uma
vez que, além dessa, não haverá, em regra, mais oportunidade.

Na hipótese de a causa não ser convertida por descuido do juiz e chegar a


ser julgada no rito ordinário, o Tribunal não poderá anular o processo, salvo se
houver gerado dano ao réu (arts. 250 e 244 do CPC).
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Há hipóteses em que o processo ajuizado como sumário pode, por motivo


superveniente, converte-se em ordinário. Isso se dá quando o juiz acolhe a
impugnação ao valor da causa, ou sobre a natureza da demanda (art. 277, §4,
CPC), e quando durante a instrução da causa, torna-se necessário prova de maior
complexidade técnica (art. 277, §5, CPC).

São princípios orientadores do procedimento sumário: oralidade,


concentração dos atos processuais, celeridade. Vejamos cada um deles.

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1. Princípio da oralidade: Admite que a defesa do réu seja feita de modo oral na
própria audiência de conciliação. Lembramos que esse princípio não afasta a forma
escrita. Este princípio encontra-se, de modo implícito, no art. 278, CPC.

2. Princípio da concentração dos atos processuais: Garante que os atos do


processo sumário não sejam praticados de maneira dispersa. Essa concentração
permite que o fim do processo seja alcançado mais rapidamente. Podemos
encontrar esse princípio nos arts. 276, 277 e 278 do CPC.

3. Princípio da celeridade: Decorre da observância dos dois princípios anteriores e


da proibição de que determinados atos sejam praticados no procedimento sumário,
como exemplo a vedação do exercício da intervenção de terceiros, exceto a
assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato
de seguro (art. 280).

4.1. Dinâmica do Procedimento Sumário

Etapas do procedimento sumário

1. Após ingressar com a petição inicial, o juiz determinará o aperfeiçoamento da


citação do réu para que compareça à audiência de conciliação, art. 277, CPC,
ficando advertido de que deve apresentar a defesa no desdobrar do ato, sob pena
de revelia.

2. Na audiência de conciliação, realizada no mínimo dez dias após a juntada do


mandado de citação aos autos, o réu terá a oportunidade de apresentar sua defesa,
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escrita ou oral, nas espécies: contestação, exceção de impedimento, incompetência,


de suspeição, além da impugnação ao valor da causa. Não se admite a formulação
de reconvenção.

3. O magistrado examina as questões pendentes na audiência de conciliação;


saneamento do processo; fixação dos pontos controvertidos; designação da data da
audiência de instrução e julgamento, quando for necessária a produção de prova
oral.

4. Ao autor e ao réu é determinado que se apresente o rol de testemunhas nas

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peças de ataque e defesa, sob pena de preclusão consumativa.

PETIÇÃO INICIAL

É importante começarmos esclarecendo a diferença entre petição inicial e


demanda. Didier relata que “a relação entre petição inicial e demanda é a mesma
que se estabelece entre a forma e o seu conteúdo. Do mesmo modo que o
instrumento de um contrato não é o contrato, a petição inicial não é a demanda”.

“a demanda é um ato jurídico que requer forma especial. A


petição inicial é a forma da demanda, o seu instrumento; a
demanda é o conteúdo da petição inicial” (Didier).

Bem, uma vez estabelecida essa diferença, vamos analisar a petição inicial.

O processo se inicia por meio da manifestação da parte interessada. Assim,


a materialização da tutela jurisdicional é a petição inicial.

PETIÇÃO INICIAL: materialização da tutela jurisdicional

A petição inicial tem duas funções: provocar a instauração do processo e


identificar a demanda.

Ela deve seguir alguns requisitos formais, ou seja, a petição é um ato


processual solene. Quando os requisitos de formalidade não são preenchidos
podemos ter uma nulidade sanável ou insanável. Aquela pode ser suprida pela
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emenda da petição inicial e esta causará indeferimento liminar da petição.

1. Requisitos

Os requisitos estruturais estão elencados no art. 282 do CPC e no art. 39, I,


do CPC. Este determina a indicação do endereço do patrono que a subscreve.

Art. 282. A petição inicial indicará:

I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;

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II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do


autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido, com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos


alegados;

VII - o requerimento para a citação do réu.

Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa


própria:

I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que


receberá intimação;

II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço.

Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no nº I deste artigo,


o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no
prazo de 48 horas, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no n°
II, reputar-se-ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o
endereço constante dos autos.

O art. 282 do CPC determina que na primeira página da petição inicial, em


seu topo, deverá conter o "juiz ou tribunal" a que se dirige. Essa indicação é
necessária para a remessa da petição inicial e formação dos autos perante o órgão
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competente.

Lembrem-se que a indicação nunca será de caráter pessoal. Indicará


sempre o juízo, mesmo nos casos em que haja, somente, um juiz. Vale ressaltar que
o descumprimento desse requisito acarretará uma irregularidade, mas não produzirá
efeitos significativos nos processos.

Além disso, a petição inicial deverá conter a qualificação das partes. Esses
elementos exercem duas funções precípuas: permitir a citação do réu e a
individuação dos sujeitos processuais parciais.

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Os elementos são importantes para verificar se existe a inobservância de


algum requisito que possa gerar prejuízo ao réu ou ao processo. Além disso,
verificar se existem irregularidades.

Sem a efetiva comprovação do prejuízo, o processo não será nulo, pois


nesses casos aplica-se o princípio da instrumentalidade das formas.

Obs.: Caso o autor tenha informações que possam auxiliar na localização do réu,
como RG, CPF, CNPJ, local onde exerce a profissão ou desfruta das horas de lazer,
deverá indicá-las na petição inicial.

Obs.: A indicação do estado civil é importante, pois em certas causas poderá ser
exigida a presença de ambos os cônjuges.

Obs.: O litisconsórcio passivo multitudinário é uma exceção aos requisitos de


identificação. Nesse caso, o autor deverá identificar apenas algumas pessoas.

Obs.: A petição inicial poderá conter mais de um fato e mais de um fundamento


jurídico.

Também é requisito da petição inicial a indicação da pretensão jurisdicional,


pois o pedido pode ser analisado tendo uma visão processual (pedido imediato) ou
uma visão material (pedido mediato).

Requisitos formais da petição inicial

1) Forma: deve ser escrita, datada e assinada. Há casos em que se admite a


petição inicial oral, como nos Juizados Especiais, procedimento especial da
ação de alimentos.
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2) Assinatura de quem tem capacidade postulatória. Regra geral pelo


Advogado regularmente inscrito na OAB, o Defensor Público e o Ministério
Público.

3) Indicação do juízo a que é dirigida a demanda. Cabe ao autor indicar o


juízo – singular ou colegiado – fazendo o endereçamento no cabeçalho da
petição inicial.

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4) Qualificação das partes. É dever, do demandante, qualificar as partes,


explicitando: o nome, o estado civil, profissão, domicílio e residência do autor
e do réu.

5) O fato e o fundamento jurídico do pedido: Esses dois elementos formam a


causa de pedir.

6) O pedido: É um requisito elementar da demanda. Toda petição inicial deve


ter pelo menos um pedido.

7) Valor da Causa: Toda petição deve conter o valor da causa, que deverá ser
certo e fixado em moeda nacional.

8) A indicação dos meios de prova: O demandante deverá apresentar os


meios de prova que irá usar para demonstrar a verdade das suas alegações.

9) Requerimento para a citação do réu: O demandante deverá formular o


requerimento de citação do réu.

10)Documentos indispensáveis à propositura da demanda.

2. Pedido

Pode ser definido sob duas óticas: material e processual.

Na material, considera-se o resultado prático pretendido – pedido mediato,


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que traga vantagem no plano dos fatos.

Na processual, considera-se a tutela pleiteada – pedido imediato, que


representa a própria providencia jurisdicional solicitada. Pode ser condenação,
constituição, declaração, satisfação etc.

Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular
pedido genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens


demandados;

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II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as


consequências do ato ou do fato ilícito;

III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que


deva ser praticado pelo réu.

No caput desse artigo usa-se a conjunção alternativa “ou”, mas


ocorreu falha na redação. O certo seria a conjunção aditiva “e”. O
pedido deve ser certo, uma vez que a tutela jurisdicional precisa estar
clara, expressa; mas também deve ser determinado, ou seja, a
quantidade e a qualidade do bem material estarem definidas.

2.1. Espécies de pedidos

Ainda que não esteja explícito na demanda, integra o objeto do


processo por determinação da lei. Exemplo: Juros legais;
PEDIDO IMPLÍCITO
despesas processuais; honorários advocatícios.

Admite-se em três situações:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na


petição os bens demandados
PEDIDO GENÉRICO
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as
consequências do ato ou do fato ilícito;

III - quando a determinação do valor da condenação depender de


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ato que deva ser praticado pelo réu.

O direito pode ser satisfeito por prestações autônomas e


excludentes.

O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o


PEDIDO
devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo (art.288
ALTERNATIVO
do CPC).

Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o

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juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de


outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido
alternativo (parágrafo único).

Possibilita ao autor formular pedido ao juiz para que este pena


pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da
PEDIDO
decisão antecipatória de tutela.
COMINATÓRIO

Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que


não participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as
PEDIDO EM
despesas na proporção de seu crédito (art.291 do CPC).
OBRIGAÇÃO
INDIVISÍVEL

2.2. Cumulação de pedidos

2.2.1. Cumulação própria

Ocorre cumulação própria quando se formulam vários pedidos no intuito de


todos serem acolhidos simultaneamente. Há duas espécies de cumulação própria: a
simples e a sucessiva.

1) Simples: não há relação de precedência lógica entre os pedidos. A


pretensão pode ser analisada de modo independente; acolhida total ou
parcialmente; rejeitada, sem que o resultado do outro pedido seja perquirido.
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2) Sucessiva: Existe entre os pedidos precedência lógica, ou seja o


acolhimento de um pressupõe o acolhimento do anterior. Essa dependência poderá
ocorrer de duas maneiras:

a) o primeiro pedido é prejudicial ao segundo; o não acolhimento do primeiro


implicará a rejeição do segundo.

b) o primeiro pedido é preliminar ao segundo; o não acolhimento do primeiro


implicará a impossibilidade de análise do segundo.

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2.2.2. Cumulação imprópria

É a formulação de vários pedidos ao mesmo tempo. No entanto, somente


um pedido será analisado. A cumulação imprópria pode ser eventual ou alternativa.

1) Eventual: Também chamada de subsidiária, consiste no estabelecimento,


pelo autor, de uma hierarquia entre os pedidos a serem analisados. O magistrado
deverá analisar os pedidos de acordo com a hierarquia estabelecida pelo autor.

2) Alternativa: É importante lembrarmos que não há previsão expressa


dessa hipótese de cumulação. No entanto, a doutrina e a jurisprudência têm-na
aceitado. A cumulação alternativa é a formulação, pelo demandante, de mais de um
pedido sem, porém, determinar uma hierarquia entre eles.

2.2.3. Cumulação inicial e ulterior

1) inicial: ligada ao ato que originariamente contém a demanda.

2) ulterior: a parte pode agregar novo pedido à demanda inicial, como o


aditamento permitido da petição inicial.

2.2.4. Requisitos para a cumulação

COMPETÊNCIA O juízo deverá ter competência


absoluta para reconhecer os pedidos.

COMPATIBILIDADE DE PEDIDOS 30462678350

Deverão os pedidos ser compatíveis


entre si. Caso isso não ocorra, haverá
inépcia da petição inicial.

IDENTIDADE DO PROCEDIMENTO É necessária a compatibilidade


procedimental das postulações.

3. Valor da causa

O CPC versa sobre o valor da causa.

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Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico imediato.

Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros


vencidos até a propositura da ação;

II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos


valores de todos eles;

III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;

IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;

V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento,


modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato;

VI - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais,


pedidas pelo autor;

VII - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa


oficial para lançamento do imposto.

Caso não possa aplicar os critérios legais para estipular o valor da causa, o
autor apresentará o valor da vantagem econômica pleiteada. Se não houver valor
econômico do bem perseguido, caberá o autor dar qualquer valor à causa.

Lembrem-se, caso haja cumulação de pedidos, sendo um determinado pelo


critério legal e o outro por estimativa, prevalecerá aquele na definição do valor.
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4. Citação

Esse tópico é detalhado na Aula sobre atos processuais. Agora, destacamos


uma questão:

O art. 282 do CPC traz a exigência do requerimento da citação do réu.

O autor indicará a forma que ocorrerá a citação sempre que a lei lhe
autorizar. Essa indicação é relevante quando o autor opta pela citação por edital.

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5. Indeferimento da petição inicial

Quando o juiz deparar com vícios insanáveis terá que indeferir a petição
inicial. Deverá indeferir, também, nos casos em que a emenda não tiver sanado o
vício, a irregularidade ou não tenha sido feita a apresentação da emenda, no prazo
de dez dias, pelo autor.

Art. 295. A petição inicial será indeferida:

I - quando for inepta;

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III - quando o autor carecer de interesse processual;

IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art.


219, § 5º);

V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à


natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se
puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

VI - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único,


primeira parte, e 284.

Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

III - o pedido for juridicamente impossível;


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IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Existem dois tipos de indeferimento da petição inicial:

a) total: o pronunciamento será uma sentença recorrível por apelação.

b) parcial: decisão interlocutória recorrível por agravo de instrumento.

DICA:

Indeferimento da petição inicial no Tribunal:

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a) Competência originária: o recurso cabível dependerá do número de


julgadores.

b) Julgamento monocrático: recorrível por agravo interno para o órgão


colegiado.

c) Decisão colegiada: recurso especial ou extraordinário e embargos


infringentes.

Obs.: No Tribunal, como no primeiro grau, somente haverá indeferimento da petição


inicial antes da citação do réu.

Obs.: O art. 296 do CPC trata da possibilidade de o juiz se retratar, em 48 horas,


sobre o indeferimento da petição inicial.

Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo


de 48 horas, reformar sua decisão.

Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão


imediatamente encaminhados ao tribunal competente.

5.1. Hipóteses de indeferimento

5.1.1. Inépcia da petição inicial

O parágrafo único do art. 295 do CPC (supracitado), elencou as situações


em que ocorrerá inépcia da petição inicial. Vamos relembrá-las: falta de pedido ou
causa de pedir, da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão, pedido
juridicamente impossível, pedidos incompatíveis entre si.
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Já sabemos que a petição deve conter os seguintes elementos: o pedido, a


causa de pedir e as partes. Ademais, é essencial a narração dos dois primeiros
elementos, porque viabiliza a fixação dos limites objetivos da ação e da pretensão
do autor.

A falta de descrição da causa de pedir e do pedido prejudica o exercício do


direito de defesa do réu (o contraditório) e a decisão juiz.

Também é necessária na petição inicial a ordem lógica entre os argumentos


e a conclusão do autor.

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Outra causa de inépcia da petição inicial é o pedido juridicamente


impossível, ou seja, aquele vedado pelo ordenamento jurídico. Dessa forma, por
tratar de expressa previsão legal, deverá o juiz, de ofício, indeferir o pedido inicial.

Por fim, os pedidos incompatíveis são causa de inépcia da petição inicial.

Os pedidos incompatíveis, somente, geram indeferimento da


petição inicial na cumulação própria. Nos casos de cumulação
subsidiária ou cumulação alternativa pode haver a coexistência de
pedidos incompatíveis, uma vez que o juiz só atenderá a um dos
pedidos cumulados.

5.1.2. Manifesta ilegitimidade de parte

Essa possibilidade de indeferimento dependerá da apreciação e do


convencimento do juiz. Podemos concluir que esse dispositivo existe meramente
para evitar, em casos de dúvida do juiz acerca do tema, o indeferimento.

5.1.3. Falta de interesse de agir

Falta do interesse de agir também é motivo para o indeferimento da petição


inicial e nada mais é do que a ausência do interesse processual.

5.1.4. Prescrição e decadência 30462678350

Essa hipótese de indeferimento está prevista no inciso IV, do art. 269 do


CPC, a sentença de mérito, geradora da coisa julgada material, que reconhece a
prescrição e decadência.

Haverá resolução de mérito:

I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;

III - quando as partes transigirem;

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IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;

V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

O juiz poderá de ofício reconhecer a prescrição independentemente dos


sujeitos ou do direito material tutelado. Isso está previsto no § 5° do art. 219, CPC.

§ 5°: O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

5.1.5. Procedimento inadequado

Essa causa de indeferimento da petição inicial está relacionada à escolha


inadequada do autor, em razão da natureza da causa ou do seu valor. No entanto, o
indeferimento só ocorrerá em casos em que não seja possível a adaptação ao
procedimento adequado.

Caso seja possível a correção do procedimento, ao autor será dada a


oportunidade de sanar o vício por meio de emenda à petição inicial.

5.1.6. Ausência de indicação do nome do patrono e não realização de emenda

Por fim, podemos expor a ausência de indicação do nome do patrono do


autor e a realização da emenda como causas de indeferimento da petição inicial.
Estas possibilidades estão previstas nos arts. 39, parágrafo único, e 284 do CPC.

6. Julgamento de Improcedência Liminar 30462678350

A possibilidade de julgamento de improcedência do pedido do autor antes da


citação está prevista na Lei 11.277/2006, que modificou o CPC, introduzindo:

Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no


juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos
idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
teor da anteriormente prolatada.

§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias,


não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.

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§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para


responder ao recurso.

O dispositivo tem como objetivo o encerramento de demandas repetitivas.


Vale ressaltar que dois princípios basilares para essa previsão são, novamente, os
onipresentes princípios da economia processual e da celeridade do processo.

Para o julgamento de improcedência são exigidos dois requisitos:

1) Na demanda, a matéria controvertida deve ser de direito. Contudo, se a


matéria for de fato não controvertido, os requisitos legais também estarão
preenchidos.

2) Existência de sentença de total improcedência anteriormente proferida em


casos idênticos.

RESUMO DA AULA

- a ação é o ato jurídico que se chama demanda.


- a demanda é o nome processual dado à relação jurídica substancial quando posta
à apreciação do poder judiciário.
- Elementos da ação: São três os elementos da ação: as partes (pessoas), o
pedido (objeto) e a causa de pedir (fato jurídico).
- São condições para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de agir
30462678350

e a possibilidade jurídica do pedido.


- O processo civil brasileiro adotou uma visão eclética sobre o direito da ação: é a
garantia do julgamento do mérito da causa.
Teoria imanentista: a ação é imanente ao direito, ou seja, a todo direito
corresponde uma ação, que o assegura.

Teoria Concreta da Ação: a ação só existe quando existir o direito material; direito
potestativo: a ação é direito autônomo e concreto, porém se dirige contra o
adversário, não contra o Estado.

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Teoria Abstrata: a ação não tem relação alguma de dependência com o direito
material controvertido.

Teoria Eclética: a ação é o direito público subjetivo a um pronunciamento sobre a


situação jurídica controvertida deduzida no processo; para surgir tal direito, devem
estar presentes as denominadas condições da ação.

Elementos da Ação

Subjetivo Objetivos

Partes: quem pede ou em face de Causa de


Pedido: Imediato: a condenação, a
quem é pedida uma providência pedir
declaração ou a constituição do direito;
jurisdicional. Pode ou não coincidir
Mediato: o bem jurídico almejado; Remota:
com as partes da relação de
o fato jurídico; Próxima: as consequências
direito material. jurídicas (indicação do fato e da relação
jurídica dele decorrente.

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Classificações da Ação

Ação de conhecimento: Ação de Execução: visa à Ação Cautelar: visa ao


visam ao acertamento do satisfação do devedor. acautelamento do processo.
direito.

Condenatória; Declaratória; Constitutiva;


Mandamental.

Condições da Ação

Possibilidade jurídica do Interesse de Agir: Legitimidade para a causa:


pedido: inexistência de necessidade da providência pertinência subjetiva abstrata
vedação de análise do jurisdicional solicitada e com o direito material (ativa e
pedido no plano hipotético. adequação do procedimento passiva).
escolhido.

Exame das Condições da Ação

Teoria da comprovação: a parte deve provar as condições da ação.

Teoria da asserção: as condições da ação são verificadas apenas


pelas afirmações ou assertivas das partes.
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- O processo é o meio de solução de conflitos, de litígios. Assim, processo pode ser


entendido como: relação que se estabelece entre as partes conflitantes, denominada
relação jurídica processual.

- O procedimento é a exteriorização da relação processual que pode assumir várias


feições. Procedimento é sinônimo de rito do processo: formas externas diferentes de
movimentação do processo.

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- Procedimento Ordinário: O procedimento ordinário está estruturado em fases


lógicas, desdobrando-se em: fase postulatória, fase saneadora, fase instrutória e
fase decisória.

- Petição Inicial: “a demanda é um ato jurídico que requer forma especial. A petição
inicial é a forma da demanda, o seu instrumento; a demanda é o conteúdo da
petição inicial” (Didier).

- O processo se inicia por meio da manifestação da parte interessada. Assim, a


materialização da tutela jurisdicional é a petição inicial.

- Funções: provocar a instauração do processo e identificar a demanda.

- Elementos da petição inicial: pedido, causa de pedir e partes.

- Requisitos da petição inicial: forma, assinatura de quem tem capacidade


postulatória, indicação do juízo a quem é dirigida a demanda,qualificação das partes,
o fato e o fundamento jurídico do pedido,o pedido, o valor da causa, a indicação dos
meios de prova, requerimento para a citação do réu, documentos indispensáveis à
propositura da demanda.

- Pedido: Pode ser definido sob duas óticas: material e processual: Na material,
considera-se o resultado prático pretendido – pedido mediato, que traga vantagem
no plano dos fatos; Já na processual, considera-se a tutela pleiteada – pedido
imediato, que representa a própria providencia jurisdicional solicitada. Pode ser
condenação, constituição, declaração, satisfação etc.

- Espécies de pedidos: pedido implícito, genérico, alternativo, cominatório, em


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obrigação indivisível.

- Cumulação de pedidos: Cumulação própria, Cumulação imprópria e Cumulação


inicial e ulterior.

- Indeferimento da petição inicial: Quando o juiz deparar com vícios insanáveis


terá que indeferir a petição inicial. Deverá indeferir, também, nos casos em que a
emenda não tiver sanado o vício, a irregularidade ou não tenha sido feita a
apresentação da emenda, no prazo de dez dias, pelo autor.

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QUESTÕES COMENTADAS AULA

01. (TCE RO – FCC 2010) Em matéria de ação declaratória, considere:

I. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do


direito.
II. Os únicos fatos que podem ser objeto da ação declaratória são a
autenticidade e a falsidade documental.

III. A ação declaratória está sujeita a prazos prescricionais.

IV. É inadmissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata


interpretação de cláusula contratual.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

COMENTÁRIO:

Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I – Art. 4º, Parágrafo único, CPC: é admissível a ação declaratória, ainda


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que tenha ocorrido a violação do direito.

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

A assertiva II traz o exato conteúdo do inciso II do art. 4°, CPC. A ação


declaratória de um fato, de um evento, somente será admitida em relação à
autenticidade documental.

É possível que se requeira pela via judicial a declaração de existência de


relação jurídica que emergiu de um fato, mas jamais para pedir a simples certidão de

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que ocorreu ou não um evento. O Poder Judiciário (exceção da Justiça Eleitoral) não
é órgão consultivo.

Sobre o item IV, ele está errado porque O STJ tem sumulado o
entendimento de que é possível, sendo admissível portanto, ação declaratória em
dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ).

Dúvida: Por que o item II da questão está correto se também pode ser objeto de
ação declaratória o que está no inciso I do art. 4º do CPC?

O item II está correto porque somente a questão relativa à autenticidade ou


não do documento, já que houve ou não a conduta para sua falsificação, é
considerada um fato possível de ser verificado por ação declaratória. As demais
ocorrências não ensejam um fato.

Gabarito: A

02. (TJ MS – FCC 2009) Fala-se que uma ação é idêntica à outra quando tiver
fundamentos e pedidos de mesma natureza.

a) a mesma natureza.

b) o mesmo pedido e as mesmas partes.

c) o mesmo pedido e as mesmas partes e a mesma causa de pedir.

d) o mesmo pedido e a mesma causa de pedir.


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COMENTÁRIO:

Para ser considerada idêntica, a ação deve conter os mesmos elementos: as


partes, o pedido e a causa de pedir.

Art. 301, § 2º, CPC: uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas
partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

Gabarito: C

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03. (TRT 4R – FCC 2006) A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar


que

a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de


documento.

b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do


direito.

c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a


ação.

d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou


inexistência de relação jurídica.

e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de


documento.

COMENTÁRIO:

Art. 4º do CPC: o interesse do autor pode limitar-se à declaração:

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido


a violação do direito.

Gabarito: B

04. (TRT 23R – FCC 2007) É totalmente correto afirmar que o direito de ação é
um direito 30462678350

a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.

b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.

c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo.

d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.

COMENTÁRIO:

O direito de ação é subjetivo porque depende de provocação para


concretizar-se. Está relacionado com o princípio da inércia de jurisdição, ou seja, o
indivíduo deve provocar o judiciário para que seu direito torne-se efetivado.; 2) É

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público porque o direito de ação é exigido contra o Estado para que a justiça seja
prestada; 3) Abstrato porque independe da razão das partes e do resultado final; 4)
O direito de ação é autônomo porque difere do direito material.

Gabarito: B

05. (TRT 7ª Região – FCC 2009) No que concerne à jurisdição e à ação, é


INCORRETO afirmar:

a) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando


autorizado por lei.

b) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da


inexistência de relação jurídica.

c) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.

d) para propor ou contestar a ação é necessário ter legitimidade e interesse.

e) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o


interessado a requerer, nos casos e forma legais.

COMENTÁRIO:

Percebam que o examinador recorreu novamente à redação de artigos do


CPC para elaborar a questão.

Os itens muito se assemelham ao da questão anterior, razão por que vamos


explicar somente a alínea que contém erro e que deve ser marcada.
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O item c está errado porque é admissível a ação declaratória, ainda que


tenha ocorrido a violação do direito (parágrafo único, art. 4°).

Gabarito: C

06. (TRE SE – FCC 2007) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu. Todavia

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a) sendo desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado no domicílio de


seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguíneo de grau mais
próximo.

b) havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados


no foro de qualquer deles, à escolha do autor.

c) tendo o réu mais de um domicílio, será demandado no foro do domicílio do


autor, por expressa disposição legal.

d) quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no domicílio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente
consanguíneo de grau mais próximo.

e) quando o réu e o autor não tiverem domicílio nem residência no Brasil, a


ação será proposta no foro do domicílio da embaixada do País em que reside o
réu.

COMENTÁRIO:

A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre


bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu, No entanto,
havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.

Gabarito: B

07. (TRE ES – 2011) No que concerne a competência e condições da ação,


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julgue os itens que se subseguem.

Se, no curso do processo, o juiz verificar a ausência de uma das condições da


ação, o processo deverá ser suspenso.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

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Quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade


jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o processo é extinto, no
atual sistema do CPC, sem resolução de mérito. Questão, portanto, errada.

Gabarito: Errado

08. (DPU – 2012) O interesse de agir

a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.

b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse


levado a juízo pela demanda.

c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da


tutela pretendida pelo demandante.

d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao


pedido deduzido na inicial.

e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao


autor.

COMENTÁRIO:

O interesse de agir constitui-se no binômio: adequação, necessidade. Fala-


se em adequação relativamente à opção pelo meio processual que possa vir
a produzir resultado útil. De modo que, se alguém tem consigo título executivo, não
terá interesse em processo de conhecimento, porque não há pendenga a ser
resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execução do título.
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Fala-se em necessidade do provimento judicial quando, somente por meio


dele, o sujeito poderá obter o bem almejado. Uma vez que possa ser alcançado o
resultado sem a prestação judicial, não existirá interesse de agir (exemplo: a
cobrança de dívida que sequer tenha vencido).

Gabarito: C

09. (TRT SE – FCC 2012) Paulo propõe demanda contra Pedro, visando à
cobrança de uma dívida em dinheiro, que no entanto não se encontrava ainda
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vencida. Nesse caso, a ação será julgada extinta, sem resolução de mérito,
porque

a) falta interesse processual a Paulo, extinguindo-se a demanda por ausência


de uma das condições da ação.

b) falta possibilidade jurídica a Paulo, condição da ação que, ausente, leva à


extinção processual.

c) alta condição de procedibilidade a Paulo, ou seja, uma das condições de


constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.

d) falta legitimidade ativa a Paulo, extinguindo-se a ação por falta de uma de


suas condições.

e) terá ocorrido perempção ou contumácia.

COMENTÁRIO:

Não existe conflito no caso apresentado pela banca – a dívida ainda não se
encontra vencida. Vejam a questão anterior, que versa sobre o interesse de agir. Foi
exatamente isso que faltou: interesse processual de Paulo.

Vimos, ademais, que quando não ocorrer qualquer das condições da ação,
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o
processo se extingue sem resolução de mérito. Portanto, a letra “a” está correta.

Gabarito: A

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10. (TRT PE – FCC 2012) São condições da ação:

a) citação do réu, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir.

b) competência do juiz, interesse de agir e legitimidade das partes.

c) interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurídica do pedido.

d) pagamento das custas iniciais do processo, achar-se a parte representada


por advogado e competência do juiz.

e) não achar-se prescrita a pretensão, existência do direito pleiteado e


legitimidade das partes.

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São condições da ação: interesse de agir, legitimidade das partes e


possibilidade jurídica do pedido.

Gabarito: C

11. (TRE PR – FCC 2012) São condições da ação:

a) capacidade postulatória, legitimidade das partes e interesse processual.

b) competência do juiz, inocorrência da prescrição e não terem as partes


celebrado convenção de arbitragem.

c) interesse de agir, inocorrência da prescrição ou de decadência e capacidade


de ser parte.

d) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse


processual.

e) possibilidade jurídica do pedido, não se achar perempta a ação e citação


válida do réu.

São condições da ação: interesse de agir, legitimidade das partes e


possibilidade jurídica do pedido.

Gabarito: D

12. (TJ RJ – FCC 2012) Se alguma das condições da ação não for atendida, o
processo 30462678350

a) é nulo, não havendo formação de coisa julgada de nenhuma espécie.

b) será julgado com resolução do mérito, formando coisa julgada material.

c) será julgado com resolução do mérito, acarretando coisa julgada formal.

d) será julgado extinto sem resolução do mérito, formando coisa julgada


material.

e) será julgado extinto sem resolução do mérito, acarretando coisa julgada


formal.

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Conforme CPC:

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: [...]

VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a


possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual [...]

Gabarito: E

13. (TJ RR – 2012) A jurisdição, que tem por finalidade compor os conflitos de
interesses, resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei, constitui uma
das funções de soberania do Estado. A respeito dessa função estatal, julgue
os itens subsequentes.

Segundo a doutrina, o juízo de conciliação configura uma das categorias dos


atos de jurisdição voluntária.

a) Certo
b) Errado

COMENTÁRIO:
Esta questão é polêmica. Há divergência sobre a natureza da
conciliação após citação do réu, em que a relação processual já foi estabelecida.

A banca considerou correta a questão. A favor dela está parcela da doutrina


cujo entendimento é de que a decisão não se deveu à atuação do Estado, mas à
vontade das partes. Esse pensamento, em tese, pode ser questionado, porque o
fato de levar a demanda à decisão judicial, independentemente de o julgador proferir
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sentença, impõe pressão às partes. A pressão é inquestionável, já que as partes


estão cientes de que se não houver conciliação, a discussão seguirá adiante, mas
em bases jurisdicionais.

Vale destacar que a conciliação, na verdade, deve ser realizada em qualquer


momento do processo, a despeito da existência da audiência de conciliação, não se
impõe um momento próprio, é, ao contrário, uma conduta a ser estimulada pelo
órgão julgador.

Gabarito: Certo

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O CPC adotou a teoria eclética sobre o direito de ação, segundo a qual o


direito de ação é o direito ao julgamento do mérito da causa, julgamento esse
que fica condicionado ao preenchimento de determinadas condições da ação
(Didier Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v1).

Com base no enunciado e nos seus conhecimentos sobre as condições da


ação, julgue os seguintes itens C ou E:

14. Ao mesmo tempo em que a Lei confere à parte a abertura da via judicial por
meio do exercício do direito de ação, para que o conflito de interesses possa
ser resolvido, ela condiciona o referido exercício à observância de regras
mínimas, que possam garantir a prolação de sentença de mérito, quando
estiverem presentes.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Certo. Reparem que o enunciado é um instrumento importante para o


candidato. A questão está tranquila, em conformidade com o enunciado.

Gabarito: Certo

15. Quando houver carência da ação, por falta de qualquer de suas condições,
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o juiz não poderá enfrentar a questão de ofício, sob risco de ferir o princípio da
imparcialidade do órgão jurisdicional.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Errado. O enunciado da questão contraria o disposto no § 3º do art. 267


(CPC): o juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto
não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl (...). Cujo
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inciso VI: quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual. Ademais,
constata-se que a questão é de ordem pública, do interesse do Estado.

Gabarito: Errado

16. Consistem em condições da ação a causa de pedir, as partes e o próprio


pedido, além da possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes, o
interesse processual.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Errado. Os três primeiros citados: a causa de pedir, as partes e o pedido são


elementos da ação. São comparados aos dados pessoais da demanda. Já a
possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes, o interesse processual
são realmente condições da ação.

Gabarito: Errado

17. (TRT 1ª Região – 2010) O réu de ação de cobrança alegou que não era
devedor, pois não tinha com o autor relação de cunho negocial capaz de
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justificar a demanda. Ao analisar a defesa, o juiz afastou a preliminar sob o


argumento de que, conforme narrativa do autor, era possível entender que o
réu fosse, em tese, devedor. Além disso, o juiz considerou que o exame detido
do tema demandava dilação probatória e que, portanto, seria atinente ao
mérito.

Com base na situação descrita, é correto afirmar que o juiz aplicou a teoria

a) abstrata da ação.

b) do direito potestativo de agir.

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c) concreta da ação.

d) imanentista.

e) da asserção.

COMENTÁRIO:

Ótima oportunidade de revisão dos conceitos de teorias da ação.

Teoria Abstrata: considera autônomos e independentes direito de ação e


direito material. O direito de ação é aquele abstrato de obter prestação jurisdicional
do Estado.

Teoria do direito potestativo de agir (Chiovenda): o sujeito se investe no


poder de adquirir, exercer ou alienar direitos como lhe assegura a lei. Exaure-se a
ação por seu próprio exercício e, como potestativa, a ação pertence sempre ao
autor, sendo um direito seu a ser alienado e usado.

Teoria concreta da ação: o direito de ação pertence ao indivíduo contra o


estado para que obtenha uma sentença favorável e ao mesmo tempo contra a outra
parte, que se submeterá à decisão do Estado.

Teoria imamentista: o direito de ação é o direito material em movimento. Não


existe um direito de ação autônomo, ele é o próprio direito material.

Teoria da Asserção: por essa teoria, se o juiz perceber por uma análise
sumária, com base nos elementos oferecidos pelo próprio autor, a ausência de
alguma condição da ação, deve extinguir o processo sem julgamento de mérito.

O juiz utilizou essa última teoria, uma vez que analisou as condições da
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ação.

Gabarito: E

18. (TRT 5ª Região – 2008) Acerca da jurisdição, da ação, das partes e


procuradores, do litisconsórcio e da assistência, julgue o item seguinte.

Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), adotada pelo CPC


brasileiro, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas
também não está completamente independente do direito material.
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a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO:

Perfeito. A Teoria Eclética, elaborada por Liebman, consiste em uma espécie


de teoria abstrata com elementos adicionais. O direito de ação não depende do
direito material, mas do preenchimento de requisitos formais: condições da ação. O
direito de ação existe quando o autor tem direito a um julgamento de mérito.

Gabarito: Certo

19. (PGE ME – 2008) Com relação à ação e aos pressupostos processuais,


assinale a opção correta.

a) Se aplicar o princípio da instrumentalidade do processo, o juiz pode apreciar


o mérito da ação mesmo que não estejam presentes as condições dessa ação.

b) Enquanto não proferida a sentença de mérito, o exame dos pressupostos


processuais pode ser feito, em qualquer tempo do processo, pelo juízo de
primeiro grau, mas não pelo de segundo grau, o que caracterizaria supressão
de instância.

c) Ocorre o concurso de ações quando, para fazer valer um mesmo direito em


juízo, se verifica a coexistência de ações à disposição e à escolha do autor.
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d) Será julgada improcedente a pretensão do autor quando não se encontrar


presente a possibilidade jurídica do pedido. Nesse caso, o pedido do autor é
juridicamente impossível porque o direito material não o ampara.

e) O interesse de agir, um dos pressupostos processuais, pode ser


corretamente definido como a necessidade da tutela jurisdicional para evitar
ameaça ou lesão do direito, ou, ainda, como a necessidade de invocar a
prestação jurisdicional.

COMENTÁRIO:

Letra “a” – Errada. Não existe ação, sem suas condições.


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Letra “b” – Errada. A qualquer tempo e pelo juízo de qualquer grau, pode-se
fazer exame de mérito.

Letra “c” – Correta. Se é possível ao autor acessar seu direito por mais de
uma ação, falamos em concurso de ação.

Letra “d” – Errada. Se não há possibilidade jurídica do pedido, não há ação,


já que ela é uma de suas condições de existência; assim, não se pode falar em
julgamento da pretensão do autor.

Letra “e” – Errada. O interesse de agir é condição da ação, não pressuposto.

As condições da ação são: a possibilidade jurídica do pedido, o interesse


processual e a legitimidade das partes.

Gabarito: C

20. (TRT 9ª Região – 2007) Em relação a jurisdição e a competência, sob o


enfoque do processo civil, julgue os itens a seguir.

Foro é a delimitação territorial para o exercício do poder jurisdicional, sendo


que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdição um ou mais órgãos
jurisdicionais.

a) Certo

b) Errado

COMENTÁRIO: 30462678350

Bacana essa questão. Traz uma boa definição para foro, que é exatamente
o que ela diz: delimitação territorial para o exercício jurisdicional. Além disso, não há
qualquer problema em haver vários órgãos jurisdicionais em um mesmo foro.

Em nosso poder judiciário, até mesmo o juiz de 1ª instância é um órgão,


classificado como monocrático ou unissubjetivo, já que consiste em um único
agente. Enquanto os órgãos de segunda instância são colegiados: os tribunais. Aos
órgãos jurisdicionais cabe a administração da justiça em nome do Estado.

Gabarito: Certo

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21. (DPE BA – 2010) O nome de Fernando foi incluído, sem prévia notificação,
em cadastro de inadimplentes, em razão de cobrança indevida realizada pela
escola de seu filho. Em decorrência desse fato, Fernando e seu sócio
Alexandre, que temia as possíveis consequências negativas da referida
cobrança, ajuizaram ação, sob o rito ordinário, contra a escola e a empresa
que administra o cadastro de inadimplentes. Considerando essa situação
hipotética, julgue o item a seguir.

A legitimidade ad causam fica evidenciada a partir da pertinência subjetiva da


ação, de modo que o fato de haver relação jurídica entre Fernando e as rés põe
à mostra a sua legitimidade para integrar o polo ativo da ação.

a) Certo
b) Errado
COMENTÁRIO:
Para propositura de uma ação deve-se comprovar legitimidade e interesse.
O interesse, conforme dispõe o art. 4° do CPC, pode, por exemplo, limitar-se à
declaração de existência de uma relação jurídica.

O interesse do sócio (Alexandre) está relacionado as consequências que a


inclusão do nome de Fernando no cadastro de inadimplentes pode trazer a empresa
do dois.

Gabarito: Certo

22. (TRT 5ª Região – 2008) Acerca da jurisdição, da ação, das partes e


procuradores, julgue o item seguinte.
30462678350

Para propor determinada ação judicial, é necessário que a parte autora


detenha legitimidade e interesse de agir e que o pedido deduzido seja
juridicamente possível.

a) Certo
b) Errado
COMENTÁRIO:
A questão versa sobre as condições da ação. O famoso LIP: legitimação ad
causam, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. As condições da ação

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são os elementos que permitem a parte legitimidade para exigir o provimento


jurisdicional.

Gabarito: Certo

23. (DETRAN DF – 2009) A respeito do direito processual civil, julgue o


seguinte item.

O direito de ação é exercido contra o Estado-juiz e não contra quem, na


perspectiva de quem o exercita, lesiona ou ameaça direito seu.

a) Certo
b) Errado
COMENTÁRIO:
O Estado tem o dever de prestar a tutela jurisdicional. O Estado torna-se o
sujeito passivo do direito de ação. É contra ele que a parte propõe uma ação.
Lembre-se a ação é de alguém contra o Estado.

Gabarito: Certo

24. (TRE MA – 2009) A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do


processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, assinale a
opção correta.

a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público


subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.

b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a
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jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.

c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o


autor a pleitear a tutela do Estado.

d) O CPC abriga três espécies de processos: ordinário, sumário e


sumaríssimo.

e) valor da causa é critério que não se presta à fixação da competência do foro,


mas as normas de organização judiciárias da União, dos estados e do DF
podem se valer desse critério para a fixação da competência do juízo.

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COMENTÁRIO:
Essa questão é ideal para tratarmos de modo rápido o tópico: jurisdição e
ação, tamanha a sua abrangência. Entendamos a jurisdição como o ponto de
contato entre o direito positivo e o caso concreto. Ela representa o poder de o
Estado atuar no caso concreto dizendo o que é certo (direito). Gravem isso!

O item “a” está errado porque o meio de se provocar a jurisdição é a ação.


Podemos emendar a explicação desse item com o próximo.

O item “b” também contém erro. Vejamos: o CPC contempla, sim, a teoria
eclética. Essa teoria, formulada por Liebman, sustenta que a existência do direito de
ação não se vincula à existência de direito material, mas à realização de três
requisitos formais – as três condições da ação:

1- Possibilidade jurídica do pedido. O pedido deve ser resguardado por


tutela jurídica possível; de modo que, ele esteja apto a receber a proteção
jurisdicional. Não será possível a tutela quando houver expressa vedação na lei ao
pedido formulado. A hipótese de ausência de dispositivo legal para o que foi pedido
não o torna impossível.

2- Interesse de agir (ou interesse processual). O autor deve demonstrar que


a realização de seu pedido lhe trará uma melhoria real. Nessa condição deve-se
comprovar que o pedido adéqua-se à tutela jurisdicional e que necessita dela.

3- Legitimidade (legitimatio ad causam). Significa que a ação deve ser


proposta por quem é parte legítima, ou seja, por quem é titular de direito próprio
(legitimidade ordinária). Mas, quando a lei autorizar, a parte pode defender direito
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alheio, situação de legitimidade extraordinária.

O item “c” está também incorreto. Os pressupostos processuais em sentido


lato são os pressupostos de validade. Podem ser subjetivos, dizendo respeito ao
juízo e às partes; e objetivos, que verificam se a petição inicial é apta e se a citação
é válida.

O item “d” contém erro. Os procedimentos previstos no artigo 272 do CPC


são o ordinário e o sumário (derivados do procedimento comum). O procedimento
sumaríssimo é regido pela Lei 9.099 de 1995. Mas, o item fala de processos, e não

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de procedimentos, o que o deixa ainda mais errado. Os processos podem ser


cautelar, de execução e de conhecimento.

O item “e” está correto. Cuidado para não confundir competência do foro
com competência do juízo. E lembrem-se que o valor da causa não está entre os
critérios para definir a competência do foro (questão territorial); mas está entre os
critérios da competência do juízo.

Gabarito: E

25. (TRE SE – FCC 2007) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu. Todavia

a) sendo desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado no domicílio de


seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguíneo de grau mais
próximo.

b) havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados


no foro de qualquer deles, à escolha do autor.

c) tendo o réu mais de um domicílio, será demandado no foro do domicílio do


autor, por expressa disposição legal.

d) quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no domicílio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente
consanguíneo de grau mais próximo.
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e) quando o réu e o autor não tiverem domicílio nem residência no Brasil, a


ação será proposta no foro do domicílio da embaixada do País em que reside o
réu.

COMENTÁRIO:
Vejamos o que aduz o art. 94 do CPC: a ação fundada em direito pessoal e
a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no
foro do domicílio do réu.

§ 4° Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão


demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.

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Gabarito: B

26. (TRT 6ª Região – FCC 2006) Caso o juiz verifique que a petição inicial
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito,

a) declarará a ação perempta e extinguirá o processo sem julgamento de


mérito.

b) determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.

c) extinguirá o processo com julgamento do mérito.

d) a indeferirá desde logo, condenando o autor nas custas e honorários


advocatícios.

e) suspenderá o processo por 60 dias, após o que fará ele próprio as correções
cabíveis.

COMENTÁRIO:
A resposta está no art. 284 do CPC: verificando o juiz que a petição inicial
não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor
a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.

Gabarito: B

27. (TRT 17ª Região – 2009) Os pedidos devem ser certos e determinados, de
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modo que o bem jurídico pretendido esteja definido, inclusive, quanto a sua
qualidade e extensão. Contudo, a lei prevê exceção a essa exigência, deferindo
ao autor a possibilidade de efetuar pedido genérico quanto à extensão do bem,
em casos como os das ações universais nas quais for impossível individuar os
bens demandados.

COMENTÁRIO:
Nas ações universais não é possível ao autor precisar os bens demandados,
por razão fática, por exemplo, um rebanho; ou jurídica, por exemplo, a herança. O
artigo 286 do CPC trata dessa exceção:

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O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido


genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens


demandados;

II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as


consequências do ato ou do fato ilícito;

III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que


deva ser praticado pelo réu.

Gabarito: Certo

28. (EMBASA Advogado – 2010) Ainda que os sujeitos processuais, em regra,


não possam escolher rito diverso do que consta na lei processual civil para
fazer tramitar as demandas, o entendimento dominante do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) acolhe a tese de que não há nulidade na adoção do rito
comum ordinário em vez do sumário, salvo se demonstrado prejuízo para a
parte adversa.

Vamos ler o parágrafo único do art. 250, que dá base a nosso entendimento:

Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte


prejuízo à defesa.

Falamos disso nesta aula. Quando ocorre erro de forma – uso do


procedimento ordinário em vez do procedimento sumário – o juiz determinará que o
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feito siga o rito adequado. Quando isso ocorre, ao autor será concedido prazo para
completar a inicial e assim, evitar prejuízo à parte. Mas, se o juiz for omisso e a
causa não for convertida, o Tribunal não poderá anular o processo, caso o réu não
sofra prejuízo.

Gabarito: Certo

28. (TRT 22ª Região – FCC 2010) "Meio extrínseco pelo qual se instaura,
desenvolve e termina o processo" é conceito doutrinário de

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a) ação.

b) jurisdição.

c) procedimento.

d) lide.

e) relação processual.

COMENTÁRIO:
O procedimento é a exteriorização da relação processual que pode assumir
várias feições. Procedimento é sinônimo de rito do processo: formas externas
diferentes de movimentação do processo.

Nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco: “procedimento é o meio


extrínseco pelo qual se instaura, desenvolve-se e termina o processo; é a
manifestação extrínseca deste, a sua realidade fenomenológica perceptível".

Gabarito: C

29. (TJ PI– FCC 2009) É correto afirmar que

a) no procedimento sumário não cabe apelação.

b) o rol de testemunhas, no procedimento sumário, deve ser apresentado até


cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.

c) o agravo retido, no procedimento sumário, deve ser necessariamente oral.

d) a petição inicial, no procedimento sumário, pode ser apresentada oralmente.


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e) o procedimento comum é o gênero, de que constituem espécies o ordinário


e o sumário.

COMENTÁRIO:
O art. 272, CPC deixa explicito quem é o gênero e quem são as espécies:

O procedimento comum é ordinário ou sumário.

Lembrem-se: O procedimento comum é um rito, que se subdivide em rito


sumário e rito ordinário.

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Gabarito: E

30. (TJ PI– FCC 2009) Recebida a petição inicial, se a matéria arguida for
unicamente de direito, o Magistrado poderá dispensar a citação e proferir
imediatamente sentença se no juízo já houver sido proferida sentença de total

a) improcedência em outros casos idênticos, sendo possível a reconsideração


da decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.

b) procedência ou improcedência em outros casos idênticos, sendo possível a


reconsideração da decisão no caso de interposição de recuso de apelação.

c) improcedência em outros casos idênticos, sendo vedada a reconsideração


da decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.

d) procedência ou improcedência em outros casos idênticos, sendo vedada a


reconsideração da decisão no caso de interposição de recurso de apelação
pelo autor.

e) procedência em outros casos idênticos, sendo possível a reconsideração da


decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.

COMENTÁRIO:
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no
juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos
idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o
teor da anteriormente prolatada. 30462678350

Gabarito: A

31. (MPE CE – FCC 2008) É defesa a sentença ilíquida nos processos sob
procedimento comum sumário, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano,
a seu prudente critério, o valor devido, nas causas de

a) ressarcimento por danos em prédio urbano.

b) cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de


veículo.

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c) cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.

d) cobrança de honorários de profissionais liberais.

e) ressarcimento por danos em prédio rústico.

COMENTÁRIO:
Vejamos o § 3° do art. 475-A. O examinador o utilizou para elaborar o caput
da questão.

Nos processos sob procedimento comum sumário, é defesa a sentença


ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o
valor devido.

Logo depois, o examinador utilizou outro artigo para obter a resposta correta.

Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: e) de cobrança de seguro,


relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de
processo de execução.

Reparem como a banca cobra do candidato um vasto conhecimento do


Código Processual Civil.

Gabarito: B

32. (MPE CE – FCC 2008) No procedimento comum ordinário, sobre a ordem


em que as provas serão produzidas em audiência, aplica-se a seguinte regra:

a) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu,


30462678350

serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo réu e pelo autor, finalmente o


perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos.

b) o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de


esclarecimentos, o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e
depois do réu, finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo
autor e pelo réu.

c) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu,


serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, finalmente o
perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos.

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d) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu; o


perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos,
finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.

e) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do réu e depois do autor; o


perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos,
finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo réu e pelo autor.

COMENTÁRIO:
Segundo o art. 452 do CPC as provas serão produzidas na audiência nesta
ordem:

I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de


esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 435;

II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do


réu;

III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo


réu.

Gabarito: B

33. (TJ AP– FCC 2009) No que se refere ao pedido no procedimento ordinário,
de acordo com o Código de Processo Civil, é certo que

a) se tratando de obrigação de fazer, quando, pela lei ou pelo contrato, a


escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a
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prestação de um ou de outro modo, desde que o autor não tenha formulado


pedido alternativo.

b) é permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de


vários pedidos, desde que entre eles haja conexão.

c) após a citação, mas antes de decorrido o prazo para contestação, o autor


poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão
dessa iniciativa.

d) não é lícito formular pedido genérico, mesmo se a determinação do valor da

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condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

e) na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não


participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na
proporção de seu crédito.

COMENTÁRIO:
Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não
participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na proporção
de seu crédito (art. 291, CPC).

Gabarito: E

34. (TRT 12ª Região – FCC 2010) NÃO será observado o procedimento sumário,
dentre outras, nas causas

a) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.

b) cujo valor seja de 60 salários mínimos.

c) de arrendamento rural e de parceria agrícola.

d) relativas à capacidade das pessoas.

e) de ressarcimento por danos em prédio urbano.

COMENTÁRIO:
Segundo o art. 275 do CPC: Observar-se-á o procedimento sumário:

I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário
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mínimo;

II - nas causas, qualquer que seja o valor

a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;

b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;

c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via


terrestre;

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e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente


de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;

f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto


em legislação especial;

g) que versem sobre revogação de doação;

h) nos demais casos previstos em lei.

Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas
ao estado e à capacidade das pessoas.

Gabarito: D

35. (TJ ES – FCC 2009) A respeito do procedimento sumário, é correto afirmar


que

a) o réu, na contestação, não poderá apresentar pedido em seu favor, ainda


que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial.

b) poderá ser observado nas causas relativas ao estado e à capacidade das


pessoas,

c) o juiz não poderá converter o procedimento sumário em ordinário mesmo se


houver necessidade de prova técnica de maior complexidade.

d) a defesa deverá ser apresentada oralmente, não se admitindo defesa escrita.

e) as partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se


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representar por preposto com poderes para transigir.

COMENTÁRIO:
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no
prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob
advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das
partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.

§ 3º As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se


representar por preposto com poderes para transigir.

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Gabarito: E

36. (TRT 8ª Região – FCC 2010) Em uma ação ordinária de cobrança, o juiz
verificou que a ré, pessoa jurídica de direito privado, apresentou contestação
desacompanhada dos respectivos estatutos, impossibilitando a verificação de
quem tinha legitimidade para representá-la. Em vista disso, o juiz marcou o
prazo de dez dias para ser sanado o defeito. Caso o despacho não seja
cumprido dentro do prazo estabelecido, o juiz

a) extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

b) nomeará curador à lide.

c) decretará a revelia da ré.

d) destituirá o advogado da ré.

e) reconhecerá a nulidade do processo.

COMENTÁRIO:
De acordo com o art.13, II, CPC: verificando a incapacidade processual ou a
irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo,
marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprido o despacho
dentro do prazo, se a providência couber: (...) II - ao réu, reputar-se-á revel.

Gabarito: C

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37. (TCE- AP – FCC 2010) Em matéria de competência e exceções, é correto


afirmar:

a) A petição da exceção de incompetência relativa pode ser protocolizada no


juízo de domicílio do réu.

b) O processo ficará suspenso, recebida a alegação de incompetência


absoluta, até que esta seja definitivamente julgada

c) A decisão que rejeita a exceção de incompetência relativa, depois de


transitado em julgado, comporta ação rescisória.

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d) O autor não tem legitimidade para oferecer exceção de impedimento.

e) A produção de prova testemunhal não é admissível no procedimento da


exceção de incompetência relativa.

Mais uma vez a FCC utiliza do texto da Lei para elaborar suas questões.
Vejamos o parágrafo único do art. 305 do CPC:

Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição,


cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de 15 dias, contado do fato que
ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição.

Parágrafo único. Na exceção de incompetência, a petição pode ser


protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata
remessa ao juízo que determinou a citação.

Gabarito: A

QUESTÔES DA AULA

01. (TCE RO – FCC 2010) Em matéria de ação declaratória, considere:


I. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
II. Os únicos fatos que podem ser objeto da ação declaratória são a
autenticidade e a falsidade documental.
III. A ação declaratória está sujeita a prazos prescricionais.
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IV. É inadmissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata


interpretação de cláusula contratual.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

02. (TJ MS – FCC 2009) Fala-se que uma ação é idêntica à outra quando tiver
fundamentos e pedidos de mesma natureza.
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a) a mesma natureza.
b) o mesmo pedido e as mesmas partes.
c) o mesmo pedido e as mesmas partes e a mesma causa de pedir.
d) o mesmo pedido e a mesma causa de pedir.

03. (TRT 4R – FCC 2006) A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar


que
a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de
documento.
b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a
ação.
d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou
inexistência de relação jurídica.
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de
documento.

04. (TRT 23R – FCC 2007) É totalmente correto afirmar que o direito de ação é
um direito
a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.
c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo.
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.

05. (TRT 7ª Região – FCC 2009) No que concerne à jurisdição e à ação, é


INCORRETO afirmar: 30462678350

a) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando


autorizado por lei.
b) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da
inexistência de relação jurídica.
c) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.
d) para propor ou contestar a ação é necessário ter legitimidade e interesse.
e) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o
interessado a requerer, nos casos e forma legais.

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06. (TRE SE – FCC 2007) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu. Todavia
a) sendo desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado no domicílio de
seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguíneo de grau mais
próximo.
b) havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados
no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
c) tendo o réu mais de um domicílio, será demandado no foro do domicílio do
autor, por expressa disposição legal.
d) quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no domicílio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente
consanguíneo de grau mais próximo.
e) quando o réu e o autor não tiverem domicílio nem residência no Brasil, a
ação será proposta no foro do domicílio da embaixada do País em que reside o
réu.

07. (TRE ES – 2011) No que concerne a competência e condições da ação,


julgue os itens que se subseguem.
Se, no curso do processo, o juiz verificar a ausência de uma das condições da
ação, o processo deverá ser suspenso.
a) Certo
b) Errado

08. (DPU – 2012) O interesse de agir


a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.
b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse
levado a juízo pela demanda.
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c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da


tutela pretendida pelo demandante.
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao
pedido deduzido na inicial.
e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao
autor.

09. (TRT SE – FCC 2012) Paulo propõe demanda contra Pedro, visando à
cobrança de uma dívida em dinheiro, que no entanto não se encontrava ainda
vencida. Nesse caso, a ação será julgada extinta, sem resolução de mérito,
porque

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a) falta interesse processual a Paulo, extinguindo-se a demanda por ausência


de uma das condições da ação.
b) falta possibilidade jurídica a Paulo, condição da ação que, ausente, leva à
extinção processual.
c) alta condição de procedibilidade a Paulo, ou seja, uma das condições de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.
d) falta legitimidade ativa a Paulo, extinguindo-se a ação por falta de uma de
suas condições.
e) terá ocorrido perempção ou contumácia.

10. (TRT PE – FCC 2012) São condições da ação:


a) citação do réu, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir.
b) competência do juiz, interesse de agir e legitimidade das partes.
c) interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurídica do pedido.
d) pagamento das custas iniciais do processo, achar-se a parte representada
por advogado e competência do juiz.
e) não achar-se prescrita a pretensão, existência do direito pleiteado e
legitimidade das partes.

11. (TRE PR – FCC 2012) São condições da ação:


a) capacidade postulatória, legitimidade das partes e interesse processual.
b) competência do juiz, inocorrência da prescrição e não terem as partes
celebrado convenção de arbitragem.
c) interesse de agir, inocorrência da prescrição ou de decadência e capacidade
de ser parte.
d) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse
processual. 30462678350

e) possibilidade jurídica do pedido, não se achar perempta a ação e citação


válida do réu

12. (TJ RJ – FCC 2012) Se alguma das condições da ação não for atendida, o
processo
a) é nulo, não havendo formação de coisa julgada de nenhuma espécie.
b) será julgado com resolução do mérito, formando coisa julgada material.
c) será julgado com resolução do mérito, acarretando coisa julgada formal.
d) será julgado extinto sem resolução do mérito, formando coisa julgada
material.

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e) será julgado extinto sem resolução do mérito, acarretando coisa julgada


formal.

13. (TJ RR – Cespe 2012) A jurisdição, que tem por finalidade compor os
conflitos de interesses, resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei,
constitui uma das funções de soberania do Estado. A respeito dessa função
estatal, julgue os itens subsequentes.
Segundo a doutrina, o juízo de conciliação configura uma das categorias dos
atos de jurisdição voluntária.
a) Certo
b) Errado

O CPC adotou a teoria eclética sobre o direito de ação, segundo a qual o


direito de ação é o direito ao julgamento do mérito da causa, julgamento esse
que fica condicionado ao preenchimento de determinadas condições da ação
(Didier Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v1).
Com base no enunciado e nos seus conhecimentos sobre as condições da
ação, julgue os seguintes itens C ou E:

14. Ao mesmo tempo em que a Lei confere à parte a abertura da via judicial por
meio do exercício do direito de ação, para que o conflito de interesses possa
ser resolvido, ela condiciona o referido exercício à observância de regras
mínimas, que possam garantir a prolação de sentença de mérito, quando
estiverem presentes.
a) Certo
b) Errado

15. Quando houver carência da ação, por falta de qualquer de suas condições,
o juiz não poderá enfrentar a questão de ofício, sob risco de ferir o princípio da
30462678350

imparcialidade do órgão jurisdicional.


a) Certo
b) Errado

16. Consistem em condições da ação a causa de pedir, as partes e o próprio


pedido, além da possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes, o
interesse processual.
a) Certo
b) Errado

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17. (TRT 1ª Região – 2010) O réu de ação de cobrança alegou que não era
devedor, pois não tinha com o autor relação de cunho negocial capaz de
justificar a demanda. Ao analisar a defesa, o juiz afastou a preliminar sob o
argumento de que, conforme narrativa do autor, era possível entender que o
réu fosse, em tese, devedor. Além disso, o juiz considerou que o exame detido
do tema demandava dilação probatória e que, portanto, seria atinente ao
mérito.
Com base na situação descrita, é correto afirmar que o juiz aplicou a teoria
a) abstrata da ação.
b) do direito potestativo de agir.
c) concreta da ação.
d) imanentista.
e) da asserção.

18. (TRT 5ª Região – 2008) Acerca da jurisdição, da ação, das partes e


procuradores, do litisconsórcio e da assistência, julgue o item seguinte.
Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), adotada pelo CPC
brasileiro, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas
também não está completamente independente do direito material.
a) Certo
b) Errado

19. (PGE ME – 2008) Com relação à ação e aos pressupostos processuais,


assinale a opção correta.
a) Se aplicar o princípio da instrumentalidade do processo, o juiz pode apreciar
o mérito da ação mesmo que não estejam presentes as condições dessa ação.
b) Enquanto não proferida a sentença de mérito, o exame dos pressupostos
processuais pode ser feito, em qualquer tempo do processo, pelo juízo de
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primeiro grau, mas não pelo de segundo grau, o que caracterizaria supressão
de instância.
c) Ocorre o concurso de ações quando, para fazer valer um mesmo direito em
juízo, se verifica a coexistência de ações à disposição e à escolha do autor.
d) Será julgada improcedente a pretensão do autor quando não se encontrar
presente a possibilidade jurídica do pedido. Nesse caso, o pedido do autor é
juridicamente impossível porque o direito material não o ampara.
e) O interesse de agir, um dos pressupostos processuais, pode ser
corretamente definido como a necessidade da tutela jurisdicional para evitar
ameaça ou lesão do direito, ou, ainda, como a necessidade de invocar a
prestação jurisdicional.

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20. (TRT 9ª Região – 2007) Em relação a jurisdição e a competência, sob o


enfoque do processo civil, julgue os itens a seguir.
Foro é a delimitação territorial para o exercício do poder jurisdicional, sendo
que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdição um ou mais órgãos
jurisdicionais.
a) Certo
b) Errado

21. (DPE BA – 2010) O nome de Fernando foi incluído, sem prévia notificação,
em cadastro de inadimplentes, em razão de cobrança indevida realizada pela
escola de seu filho. Em decorrência desse fato, Fernando e seu sócio
Alexandre, que temia as possíveis consequências negativas da referida
cobrança, ajuizaram ação, sob o rito ordinário, contra a escola e a empresa
que administra o cadastro de inadimplentes. Considerando essa situação
hipotética, julgue o item a seguir.
A legitimidade ad causam fica evidenciada a partir da pertinência subjetiva da
ação, de modo que o fato de haver relação jurídica entre Fernando e as rés põe
à mostra a sua legitimidade para integrar o polo ativo da ação.
a) Certo
b) Errado

22. (TRT 5ª Região – 2008) Acerca da jurisdição, da ação, das partes e


procuradores, julgue o item seguinte.
Para propor determinada ação judicial, é necessário que a parte autora
detenha legitimidade e interesse de agir e que o pedido deduzido seja
juridicamente possível.
a) Certo
b) Errado
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23. (DETRAN DF – 2009) A respeito do direito processual civil, julgue o


seguinte item.
O direito de ação é exercido contra o Estado-juiz e não contra quem, na
perspectiva de quem o exercita, lesiona ou ameaça direito seu.
a) Certo
b) Errado

24. (TRE MA – 2009) A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do


processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, assinale a
opção correta.

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a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público


subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.
b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a
jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.
c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o
autor a pleitear a tutela do Estado.
d) O CPC abriga três espécies de processos: ordinário, sumário e
sumaríssimo.
e) valor da causa é critério que não se presta à fixação da competência do foro,
mas as normas de organização judiciárias da União, dos estados e do DF
podem se valer desse critério para a fixação da competência do juízo.

25. (TRE SE – FCC 2007) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu. Todavia
a) sendo desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado no domicílio de
seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguíneo de grau mais
próximo.
b) havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados
no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
c) tendo o réu mais de um domicílio, será demandado no foro do domicílio do
autor, por expressa disposição legal.
d) quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será
proposta no domicílio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente
consanguíneo de grau mais próximo.
e) quando o réu e o autor não tiverem domicílio nem residência no Brasil, a
ação será proposta no foro do domicílio da embaixada do País em que reside o
réu.

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26. (TRT 6ª Região – FCC 2006) Caso o juiz verifique que a petição inicial
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito,
a) declarará a ação perempta e extinguirá o processo sem julgamento de
mérito.
b) determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.
c) extinguirá o processo com julgamento do mérito.
d) a indeferirá desde logo, condenando o autor nas custas e honorários
advocatícios.
e) suspenderá o processo por 60 dias, após o que fará ele próprio as correções
cabíveis.

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27. (TRT 17ª Região – 2009) Os pedidos devem ser certos e determinados, de
modo que o bem jurídico pretendido esteja definido, inclusive, quanto a sua
qualidade e extensão. Contudo, a lei prevê exceção a essa exigência, deferindo
ao autor a possibilidade de efetuar pedido genérico quanto à extensão do bem,
em casos como os das ações universais nas quais for impossível individuar os
bens demandados.

28. (TRT 22ª Região – FCC 2010) "Meio extrínseco pelo qual se instaura,
desenvolve e termina o processo" é conceito doutrinário de
a) ação.
b) jurisdição.
c) procedimento.
d) lide.
e) relação processual.

29. (TJ PI– FCC 2009) É correto afirmar que


a) no procedimento sumário não cabe apelação.
b) o rol de testemunhas, no procedimento sumário, deve ser apresentado até
cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.
c) o agravo retido, no procedimento sumário, deve ser necessariamente oral.
d) a petição inicial, no procedimento sumário, pode ser apresentada oralmente.
e) o procedimento comum é o gênero, de que constituem espécies o ordinário
e o sumário.

30. (TJ PI– FCC 2009) Recebida a petição inicial, se a matéria arguida for
unicamente de direito, o Magistrado poderá dispensar a citação e proferir
imediatamente sentença se no juízo já houver sido proferida sentença de total
a) improcedência em outros casos idênticos, sendo possível a reconsideração
30462678350

da decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.


b) procedência ou improcedência em outros casos idênticos, sendo possível a
reconsideração da decisão no caso de interposição de recuso de apelação.
c) improcedência em outros casos idênticos, sendo vedada a reconsideração
da decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.
d) procedência ou improcedência em outros casos idênticos, sendo vedada a
reconsideração da decisão no caso de interposição de recurso de apelação
pelo autor.
e) procedência em outros casos idênticos, sendo possível a reconsideração da
decisão no caso de interposição de recurso de apelação pelo autor.

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31. (MPE CE – FCC 2008) É defesa a sentença ilíquida nos processos sob
procedimento comum sumário, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano,
a seu prudente critério, o valor devido, nas causas de
a) ressarcimento por danos em prédio urbano.
b) cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de
veículo.
c) cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.
d) cobrança de honorários de profissionais liberais.
e) ressarcimento por danos em prédio rústico.

32. (MPE CE – FCC 2008) No procedimento comum ordinário, sobre a ordem


em que as provas serão produzidas em audiência, aplica-se a seguinte regra:
a) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu,
serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo réu e pelo autor, finalmente o
perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos.
b) o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de
esclarecimentos, o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e
depois do réu, finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo
autor e pelo réu.
c) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu,
serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, finalmente o
perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos.
d) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu; o
perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos,
finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.
e) o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do réu e depois do autor; o
perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos,
finalmente serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo réu e pelo autor.
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33. (TJ AP– FCC 2009) No que se refere ao pedido no procedimento ordinário,
de acordo com o Código de Processo Civil, é certo que
a) se tratando de obrigação de fazer, quando, pela lei ou pelo contrato, a
escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a
prestação de um ou de outro modo, desde que o autor não tenha formulado
pedido alternativo.
b) é permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de
vários pedidos, desde que entre eles haja conexão.
c) após a citação, mas antes de decorrido o prazo para contestação, o autor
poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão
dessa iniciativa.
d) não é lícito formular pedido genérico, mesmo se a determinação do valor da

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condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.


e) na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não
participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na
proporção de seu crédito.

34. (TRT 12ª Região – FCC 2010) NÃO será observado o procedimento sumário,
dentre outras, nas causas
a) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.
b) cujo valor seja de 60 salários mínimos.
c) de arrendamento rural e de parceria agrícola.
d) relativas à capacidade das pessoas.
e) de ressarcimento por danos em prédio urbano.

35. (TJ ES – FCC 2009) A respeito do procedimento sumário, é correto afirmar


que
a) o réu, na contestação, não poderá apresentar pedido em seu favor, ainda
que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial.
b) poderá ser observado nas causas relativas ao estado e à capacidade das
pessoas,
c) o juiz não poderá converter o procedimento sumário em ordinário mesmo se
houver necessidade de prova técnica de maior complexidade.
d) a defesa deverá ser apresentada oralmente, não se admitindo defesa escrita.
e) as partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se
representar por preposto com poderes para transigir.

36. (TRT 8ª Região – FCC 2010) Em uma ação ordinária de cobrança, o juiz
verificou que a ré, pessoa jurídica de direito privado, apresentou contestação
desacompanhada dos respectivos estatutos, impossibilitando a verificação de
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quem tinha legitimidade para representá-la. Em vista disso, o juiz marcou o


prazo de dez dias para ser sanado o defeito. Caso o despacho não seja
cumprido dentro do prazo estabelecido, o juiz
a) extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
b) nomeará curador à lide.
c) decretará a revelia da ré.
d) destituirá o advogado da ré.
e) reconhecerá a nulidade do processo.

37. (TCE- AP – FCC 2010) Em matéria de competência e exceções, é correto

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afirmar:
a) A petição da exceção de incompetência relativa pode ser protocolizada no
juízo de domicílio do réu.
b) O processo ficará suspenso, recebida a alegação de incompetência
absoluta, até que esta seja definitivamente julgada
c) A decisão que rejeita a exceção de incompetência relativa, depois de
transitado em julgado, comporta ação rescisória.
d) O autor não tem legitimidade para oferecer exceção de impedimento.
e) A produção de prova testemunhal não é admissível no procedimento da
exceção de incompetência relativa.

GABARITO

01 A 11 D 21 Certo 31 B
02 C 12 E 22 Certo 32 B
03 B 13 Certo 23 Certo 33 E
04 B 14 Certo 24 E 34 D
05 C 15 Errado 25 B 35 E
06 B 16 Errado 26 B 36 C
07 Errado 17 E 27 Certo 37 A
08 C 18 Certo 28 C
09 A 19 C 29 E
10 C 20 Certo 30 A

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