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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Ciências Humanas e Filosofia


Programa de Pós-Graduação em Antropologia - PPGA
Disciplina: EGH 00086 – MÉTODOS EM ANTROPOLOGIA
Professora: Ana Claudia Cruz da Silva
1º semestre de 2015
Horário: Quinta-feira: 13h às 16h

PROGRAMA DE CURSO1

EMENTA:
Questões teóricas e metodológicas na construção de problemáticas de investigação em
Antropologia. Relações entre sujeito e objeto. Análise e interpretações dos resultados de pesquisa.
Controle e limites da comparação e da generalidade em Antropologia.

PROGRAMA:

1ª Sessão: Apresentação do curso

2ª Sessão: Características do conhecimento nas ciências sociais; a antropologia como campo de


saber.
HERZFELD, Michael. Orientações. Antropologia como uma prática da teoria. In:
Antropologia. Prática Teórica na Cultura e na Sociedade. Petrópolis: Ed. Vozes, 2014 (pp. 09-39).
LÉVI-STRAUSS, Claude. Lugar da antropologia nas ciências sociais e problemas colocados
por seu ensino. In: Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975 (pp. 385-424).

3ª Sessão: A constituição do trabalho de campo na antropologia: o período “evolucionista” (a


disjunção entre o teórico e o observador; o quadro colonial; o método comparativo); os “pais
fundadores” da etnografia (Boas e Malinowski); o início das pesquisas de campo em algumas
tradições nacionais.
BOAS, Franz. Um ano entre os Esquimós. In: STOCKING Jr., George W. (org.) A Formação da
Antropologia Americana 1883-1911: antologia Franz Boas. Rio de Janeiro: Contraponto: Editora
UFRJ, 2004 (pp. 67-80).
MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução. Os Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril
Cultura, 1978 (pp. 17-34). (Grandes Pensadores).
STOKING JR., George W. The ethnographer’s magic: fieldwork in British Anthropology from
Tylor to Malinowski. In: Observers observed: essays on ethnographic fieldwork (HOA vol 1).

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Este programa é provisório e poderá sofrer alterações antes e/ou durante o curso.
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Wisconsin: Wisconsin Press, 1985, pp. 10-120.
4ª Sessão: A constituição do trabalho de campo na antropologia: o período “evolucionista” (a
disjunção entre o teórico e o observador; o quadro colonial; os usos do método comparativo); os
“pais fundadores” da etnografia (Boas e Malinowski); o início das pesquisas de campo em algumas
tradições nacionais;
CAVIGNAC, Julie A. Maurice Leenhardt e o início da pesquisa de campo na antropologia
francesa. In: GROSSI, M, CAVINAC, J. MOTTA, A. (orgs). Antropologia francesa no século XX. Recife:
Fundação João Nabuco, Editora Massangana, 2006.
CLIFFORD, J. A experiência etnográfica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998. (Poder e
diálogo na etnografia e Trabalho de campo, reciprocidade e elaboração de textos etnográficos).

5ª Sessão: Trabalho de campo, observação participante e a constituição da “teoria etnográfica”;


EVANS-PRITCHARD, Edward E. Antropologia Social. Lisboa, Edições 70, 1978 (Trabalho de
campo e tradição empírica; Antropologia aplicada - pp. 105-137; pp. 171-201).
GOLDMAN, Marcio. Introdução: Antropologia da Política e Teoria Etnográfica da
Democracia. In: Como funciona a Democracia: Uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro:
7Letras, 2006.
MALINOWSKI, Bronislaw. An Ethnographic Theory of Language and Some Practical
Corollaries. In: Coral Gardens and their Magic. A study of the Methods of Tilling the Soil and of
Agricultural Rites in Trobiand Islands. New York: Dover Publications, 1978 (pp. 3-74).

6ª Sessão: Registro e controle das informações de campo; usos do diário de campo;


BONETTI, Alinne e FLEISCHER, Soraya. Introdução: Diário de Campo. (Sempre) um
experimento etnográfico-literário? In: BONETTI, Alinne e FLEISCHER, Soraya (orgs.). Entre Saias
Justas e Jogos de Cintura. Florianópolis: Ed. Mulheres / Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2007 (pp. 9-
40).
LEIRIS, Michel. A África Fantasma. Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2007. (Primeira Parte).
SANJEK, R. The secret life of fieldnotes. In: SANJEK, Roger (ed.) Fieldnotes. The makings of
Anthropology. Cornell University Press, 1990. (pp. 187-270).

7ª Sessão – Trajetórias no campo e relação com os interlocutores;

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BERREMAN, Gerald. Etnografia e controle de impressões em uma aldeia do Himalaia. In:
GUIMARÃES, Alba Zaluar. Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Franscisco Alves, 1990
(pp. 123-175).
EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de
campo. In: Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005 (pp.
243-255).
FOOTE-WHITE, Wiliam. Treinando a observação participante. In: GUIMARÃES, Alba Zaluar.
Desvendando máscaras sociais. Rio de Janeiro: Franscisco Alves, 1990 (pp. 77-86).

8ª Sessão - Repensando o “campo” e a etnografia: múltiplas localizações e “auto-antropologia”;


ABU-LUGHOD, Lila. Locating Ethnography. Ethnography 1(2): 261-267, 2000.
GUPTA, Akhil & FERGUSON, James. Discipline and Practice: “The Field” as Site, Method, and
Location in Anthropology. In: GUPTA, Akhil & FERGUSON, James (eds.) Anthropological Locations:
Boundaries and Grounds of a Field Science. Berkley: University of California Press, 1997. (Pp. 1-46).
MARCUS, George E.. Ethnography in/of the World System: The Emergence of Multi-Sited
Ethnography. Annual Review of Anthropology 24: 95-117, 1995.
STRATHERN, Marilyn. Os limites da autoantropologia. In: O efeito etnográfico e outros
ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

9ª Sessão – “Afecções”: trabalho de campo como experiência subjetiva; corporalidade e trabalho


de campo
FRAVET-SAADA, Jeanne. “Ser afetado”. Cadernos de Campo, nº 13, ano 14, 2005.
GOLDMAN, Marcio. Prólogo: Os Tambores dos Mortos e os Tambores dos Vivos. In: Como
Funciona a Democracia: Uma Teoria Etnográfica da Política. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.
WACQUANT, Loic. Corpo e alma: notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2002.

10ª Sessão – Generalização, método comparativo, antropologia e etnografia;

BARTH, Frederik. Metodologias comparativas na análise dos dados antropológicos. In: O


Guru, o Iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2000 (pp.
187-200).
INGOLD, Tim. Anthropology is not ethnography. Radcliffe-Brown Lecture of Social
Anthropology. Proceedings of British Academy, 154: 69-92, 2008.
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11ª sessão – Ética na pesquisa antropológica;
FAUBION, James. The Ethics of Fieldwork as an Ethics of Connectivity, or the Good
Anthropologist (Isn’t what she used to be). In: FAUBION, James D. e MARCUS, George E. (ed.).
Fieldwork is not What Used to Be. Learning Anthropology´s Method in a Time of Transition.
Ithaca/London: Cornell University Press, 2009.
SARTI, Cynthia e DUARTE, Luiz Fernando Dias (orgs.). Antropologia e Ética: Desafios para a
Implementação. Brasília-DF: ABA, 2013. (capítulos a selecionar).

12ª sessão - A construção do texto etnográfico;

CLIFFORD, James. Introduction: Partial Truths. In: CLIFFORD, James e MARCUS, George
(Eds.). Writing Culture. The Poetics and Politics of Ethnography. Berkeley/Los Angeles/London:
University of California Press, 1986 (Pp. 1-26).
__________. Sobre a autoridade etnográfica. In: A experiência etnográfica: antropologia e
literatura no século XX. Rio de Janeiro, UFRJ, 2002.
ASAD, Talal. Introduction. In: ASAD, Talal (org.). Anthropology and the Colonial Encounter.
Atlantic Highlands: Humanities Press, 1973 (Pp. 1-19).
STRATHERN, Marilyn. Fora de Contexto: as ficções persuasivas da Antropologia. São Paulo:
Ed. Terceiro Nome, 2013.

13ª Sessão: Trabalho de campo, documentos e narrativas históricas


COMAROFF, Jean e COMAROFF, John. Etnografia e Imaginação Histórica. Revista Proa 2(1):
1-55, 2010.
CUNHA, Olívia M. Gomes. Tempo Imperfeito: uma etnografia do arquivo. Mana 10(2): 287-
322, 2004.
FABIAN, Johannes. O Tempo e o Outro. Como a Antropologia estabelece seu objeto.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2013 (capítulos a selecionar).
GIUMBELLI, Emerson. Para além do trabalho de campo: reflexões supostamente
malinowskianas. Revista Brasileira de Ciências Sociais 17(48): 91-107, 2002.

14ª Sessão: Antropologia Visual


COMOLLI, Annie. "Elementos de método em Antropologia Fílmica". In: LOUDOU, Philippe e
FREIRE, Marcius (orgs.) Descrever o visível. Cinema Documentário e Antropologia Fílmica. São
Paulo: Estação Liberdade, 2009.
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FERRAZ, Ana Lúcia Camargo. "No decorrer da luta você vai se descobrindo": experiências
com o vídeo etnográfico na representaçao de processos sociais. Revista Anthropológicas 13 (20),
2009.
__________. Dramaturgia da vida social e a dimensão patética da pesquisa etnográfica.
Jean Rouch e a prática na produção de filmes etnográficos. In: Dawsey, J.,Müller, R, Hikiji, R. e
Monteiro, M. (orgs.) Antropologia e Performance. Rio de Janeiro: Editora Terceiro Nome, 2013.
SZTUTMAN, Renato. Imagens perigosas: a possessão e a gênese do cinema de Jean Rouch.
Cadernos de Campo 13: 115-124, 2005.

15ª Sessão: Leitura e análise de etnografias (a selecionar).

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